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PREPARO DE SOLO

Objetivo: Trazer informações sobre o preparo de solo


O preparo convencional do solo consiste no revolvimento de camadas superficiais para reduzir a
compactação, incorporar corretivos e fertilizantes, aumentar os espaços porosos e, com isso, elevar a
permeabilidade e o armazenamento de ar e água. Esse processo facilita o crescimento das raízes das
plantas. Além disso, o revolvimento do solo promove o corte e o enterro das plantas daninhas e auxilia no
controle de pragas e patógenos do solo.

É importante usar corretamente as técnicas de preparo do terreno para evitar sua progressiva
degradação física, química e biológica. O preparo do solo tem por objetivo básico otimizar as
condições de brotamento, emergência e o estabelecimento das plantas. O sistema, deve, ainda,
aumentar a infiltração de água, reduzindo a enxurrada e, por consequência, a erosão.
No preparo do solo, é preciso considerar duas situações distintas:

1. Se a cana será implantada pela primeira vez: nesse caso, poderá ser indicado fazer uma aração profunda, com
bastante antecedência ao plantio, visando à destruição, incorporação e decomposição dos restos culturais
existentes, seguida de gradagem;

2. Se o terreno já está ocupado com cana: o primeiro passo deve ser a destruição da soqueira, que deve ser
realizada logo após a colheita. Essa operação pode ser feita por meio de aração rasa - 15 a 20 centímetros -
nas linhas de cana, seguidas de gradagem ou gradagem pesada, enxada rotativa ou uso de herbicida.
O preparo do solo pode, também, ser dividido em duas etapas principais, permitindo variação de
acordo com a textura e a compactação do solo e características do manejo adotado. Caso seja
verificada a compactação, o preparo do solo deverá prever a operação de descompactação, que poderá
ser feita com a subsolagem (caso a compactação se encontre entre 25 e 50 centímetros de
profundidade) ou pode-se optar por preparo com arado de aiveca se esta estiver a menos de 40
centímetros de profundidade.

A prevenção da compactação, como o tráfego controlado, as operações mecanizadas realizadas com


o solo seco, a permanência da palhada na superfície, a rotação de culturas na época da reforma e o
uso de matéria orgânica, em geral, são práticas muito recomendadas.
No sistema convencional de plantio são feitas, geralmente, as seguintes operações:

- Uma aração ou gradagem pesada;

- Uma subsolagem ou mais uma gradagem;

- Uma gradagem de destorroamento;

- Uma gradagem de nivelamento.


A primeira aração é profunda e deve ser feita com bastante antecedência ao plantio. Seu objetivo é a
destruição dos restos da soqueira ou da cultura anterior e a incorporação e decomposição dos restos culturais
existentes. Para a destruição da soqueira pode-se utilizar herbicida ou uma enxada rotativa.

A gradagem tem o objetivo de romper blocos de terra e nivelar o terreno. Pouco antes do plantio deve
ser feita nova gradagem com o objetivo de controlar plantas daninhas e preparar o nivelamento do
terreno para a sulcação.

A gradagem tem o objetivo de romper blocos de terra e nivelar o terreno. Pouco antes do plantio deve
ser feita nova gradagem com o objetivo de controlar plantas daninhas e preparar o nivelamento do
terreno para a sulcação.
Os tratores devem ter potência suficiente para atender a execução das operações, de acordo com o
implemento utilizado. A aração de um solo argiloso (grade aradora pesada) requer mais potência do que
a aração de um solo de textura arenosa ou média. A potência influencia, também, a profundidade de
operação que se pretende. Assim, quanto mais profundo, maior é a potência requerida.

A aração profunda pode auxiliar na incorporação dos corretivos e melhorar o ambiente para o crescimento
das raízes. Por isso, o preparo do solo com arado de aiveca, que consegue revolver o solo a profundidades
até 40 a 45 centímetros, pode promover ganhos em produtividade. Esse preparo profundo, além de romper
camadas compactadas, pode, também, auxiliar no controle de pragas do solo.
Durante as operações agrícolas no sistema de cultivo da cana ocorre uma sequência de ações de compactação e
descompactação durante sucessivos ciclos da cultura, podendo promover a desagregação da estrutura do solo. É
importante que o preparo convencional não traga sérias consequências para o solo, como a lixiviação de nutrientes.
Se a estrutura do solo for modificada, altera-se a união entre as partículas, facilitando o seu arrastamento pela água
da chuva.

O uso excessivo de equipamentos de preparo do solo pode aumentar a erosão, sobretudo se o terreno permanecer
descoberto no período de maior intensidade de chuvas. Outro problema causado pelo uso excessivo e
inadequado de arado e grade é a compactação do solo nas camadas subsuperficiais, conhecida como pé-de-arado
ou pé-de-grade. As camadas, compactadas, tendem a aumentar a erosão, pois dificultam a infiltração da água da
chuva, saturando rapidamente o solo, o que aumenta o escorrimento superficial da água, que arrasta consigo as
partículas do solo.
É importante, também, atentar para as condições de umidade do terreno antes do preparo. O
ponto de umidade ideal é aquele em que o trator opera com o mínimo esforço, produzindo os
melhores resultados na execução do serviço. Com o solo muito úmido, os problemas de
compactação aumentam. A terra (barro) fica retida nos implementos, chegando a impedir a
operação. Em solo muito seco, é preciso passar a grade várias vezes para quebrar os torrões, o
que exige maior consumo de combustível. Com isso, o custo de produção aumenta e o solo perde
a estrutura.
PREPARO CONVENCIONAL
De acordo com Balastreire (2005), o preparo convencional do solo é chamado assim devido
ao fato de ser o primeiro sistema que surgiu e ainda é bastante utilizado até os dias atuais.
Quando o homem era nômade, ou seja, não possuía uma habitação fixa, usava o solo e depois
partia para outro local. A partir do momento em que começou a fixar-se em um local,
observou que a produção diminuía com o passar dos anos. Dessa forma, entendeu que a
mobilização do solo (preparo) auxiliava na melhora da produtividade, surgindo, então, o
preparo periódico do solo. No preparo convencional ocorre a alta mobilização do solo,
primeiro realizada por uma aração, seja com arado de aivecas ou de discos. Esta mobilização
pode atingir até 45 cm de profundidade, dependendo do tamanho do órgão ativo do arado.
Com a inversão da fatia cortada pelo arado, que muitas vezes é colocada
como tombamento da leiva, a parte superior do solo passa para a parte de
baixo e vice-versa. Neste caso, se o solo estiver coberto por massa vegetal,
esta é praticamente toda incorporada, o que pode ser benéfico, por agregar
matéria orgânica ao solo, como também pode ser prejudicial, por deixar o
solo totalmente exposto ao impacto das gotas de chuva, principal agente de
erosão. Uma única operação, dentro do preparo convencional, apresenta
muitas variáveis que devem ser consideradas na definição de que preparo
utilizar.

A aração também pode ser utilizada para incorporação de corretivos ao solo, como
por exemplo, a calagem, a gessagem, os adubos orgânicos, entre outros. Inclusive
distribuindo em todo perfil do solo dentro da profundidade de trabalho. Após a
aração, o solo ainda não está pronto para a operação de semeadura,
pois o mesmo apresenta sua superfície não nivelada totalmente e também agregados
(torrões) de tamanho relativamente grandes, o que prejudicaria a colocação das
sementes
A definição de aração é o corte, elevação e inversão de uma fatia de solo,
também denominada de leiva. Esta característica da aração faz com que a
leiva fique invertida, ou seja, a superfície do solo passa para baixo e a parte
de baixo vai para cima. Essa movimentação também é chamada de
‘tombamento da leiva’. Outro ponto que define a aração é que o trator
sempre irá executá-la com duas rodas dentro do sulco formado pelo último
disco ou aiveca. As duas rodas ficam na dianteira e na traseira, sempre de
um mesmo lado

arado montado, quando acoplado


aos três pontos do sistema
hidráulico do trator

A parte principal de um arado de aivecas é o corpo, que é formado pela


relha, aiveca, rastro e coluna.
Tem por função cortar horizontalmente o solo na profundidade de trabalho
desejada. Por possuir formato de cunha (ângulo de entrada em torno de 22º),
também inicia a elevação da leiva e propicia a quebra vertical do solo. Em
solos com vegetação abundante na superfície, é interessante a colocação de
uma lâmina circular em frente ao corpo da aiveca.
No preparo convencional do solo, as grades agrícolas desempenham papel
fundamental, seja na sequência da operação de aração ou em substituição aos
arados, sejam de aivecas ou de discos. No primeiro caso, são responsáveis pela
quebra dos torrões formados pelos arados, diminuição dos espaços entre os
torrões e também pelo nivelamento do solo para a posterior operação de
semeadura. Para tanto, são utilizadas as grades denominadas de leves e médias

Para substituir o arado no preparo inicial, realizando a inversão da camada


superficial do solo, devem ser utilizadas as grades denominadas pesadas.
Além de possibilitarem a incorporação de fertilizantes, corretivos e sementes
miúdas, as grades podem ainda picar e incorporar restos culturais e
escarificar/quebrar camadas superficiais compactadas do solo
As grades de discos são constituídas por chassi, seções de discos, limpadores dos discos,
colunas, mancais, espaçadores e rodas de transporte em alguns modelos.

Nunca manobre grades tandem nem pela esquerda, nem pela direita, quando a mesma
está no chão, pois o ângulo formado pelas seções (duplo off set), passa a receber um
grande esforço no seu vértice. Para isso, utilize as rodas de transporte.

A gradagem pode ser realizada de dentro para fora ou de fora para dentro da área e
o solo gradeado deve estar sempre à esquerda do operador
A grade niveladora faz com que quebre os torrões deixados pela aração, nivela a
superfície e melhora as condições de plantio das sementes, potencializando a sua
germinação. Elas também podem ser utilizadas antes da aração, quebrando a crosta
da superfície do solo ou cortando a vegetação [5].
O que é subsolagem?
A subsolagem é um processo agrícola que mobiliza o solo para quebrar as camadas
compactadas ou adensadas. Faz parte da preparação para que ele possa receber mudas
e sementes.
Com o uso de um subsolador agrícola, implemento que pode ser acoplado ou arrastado
ao sistema hidráulico de um trator de grande potência. É possível quebrar camadas do
subsolo que podem restringir o crescimento de raízes.
A necessidade da subsolagem e o tipo de implemento dependem do solo e do
problema a corrigir. Solos argilosos são mais suscetíveis à compactação em
comparação a solos de textura média ou arenosa.
Os solos profundos e de textura uniforme ao longo do perfil não necessitam de
subsolagem. A menos que exista uma camada adensada induzida pelo elevado tráfego
de máquinas, comum em plantios de cana-de-açúcar.
Mesmo nessa situação, a subsolagem não deverá ser muito profunda. Pois a camada
adensada, normalmente, é superficial, em torno de 50 cm de profundidade.

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