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INTRODUÇÃO
Originário do Japão, onde é cultivado há pelo menos 7 mil anos, o arroz é presença
marcante no cotidiano do povo asiático, de onde se disseminou para o restante do mundo, sendo
cultivado e consumido em todos os continentes, o arroz destaca-se pela produção e área de
cultivo, desempenhando papel estratégico tanto no aspecto econômico quanto social.
A América Latina ocupa o segundo lugar em produção e o terceiro em consumo (Tabela 1).
Assim como na Ásia, o arroz é um produto importante na economia de muitos dos países latino-
americanos pelo fato de ser item básico na dieta da população, como nos casos do Brasil,
Colômbia e Peru, ou por ser um produto importante no comércio internacional, como no de
Uruguai, Argentina e Guiana, como exportadores, e de Brasil, México e Cuba, entre outros, como
importadores.
UTILIZAÇÃO DO ARROZ
A orizicultura tem como principal produto os grãos de arroz em si, o qual é amplamente
utilizado nos mais variados pratos, sendo a base da alimentação em muito países. Além disso os
grãos podem originar subprodutos do beneficiamento como o farelo de arroz que representa cerca
de 8% do beneficiamento do arroz, sendo uma das partes mais nutritivas do grão, muito utilizado
na alimentação humana e animal.
Da casca do arroz pode-se extrair um produto químico chamado furfurol. Com rendimento
de até 8,5kg para cada 100kg de casca. Este composto entra na formulação de desinfetantes,
inseticidas, herbicidas, servindo também para fabricação de nylon, resinas e borracha sintética. É
utilizada como matéria-prima para a fabricação de papéis ou na produção de cerâmicas ou tijolos.
Como possui um baixo coeficiente de transferência de calor, pode ser utilizada como isolante
térmico. Devido à grande quantidade de sílica encontrada, cerca de 95% do total de cinzas da
casca de arroz é formado por este composto, a casca de arroz pode ser utilizada na fabricação de
sabões abrasivos. Também pode ser empregada na fabricação de lixas e no polimento de gemas
de pedras semipreciosas. Pode ser ainda utilizada como cobertura morta e para a geração de
energia através da queima e fornalhas.
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
País Consumo
Vietnã 223
Burma 203
Bangladesh 198
Indonésia 178
Tailândia 169
China 109
Japão 74
Brasil 42,5
CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Poales
Família: Poaceae
Gênero: Oryza
BOTÂNICA
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
Fotoperíodo = o arroz pode ser considerado uma planta de dias curtos; fotoperíodos curtos
(menos de 13 horas) aceleram o início da floração, enquanto que dias longos (mais de 13 horas)
prolongam a fase vegetativa.
CONDIÇÕES DE SOLO
– Textura média para cultivos de sequeiro, com teor razoável de matéria orgânica e média a
alta fertilidade.
PREPARO DO SOLO
No caso do arroz, sempre que possível recomenda-se duas arações, não muito profundas.
Uma logo após a colheita, com o objetivo de cortar e enterrar os restos da cultura. A outra, em
setembro-outubro, por ocasião do novo plantio. Após esta última aração, devem ser feitas as
gradagens, em número suficiente para destorroar e nivelar bem o terreno.
O arroz pode ser plantado de setembro a dezembro, produzindo melhores resultados com
plantio de outubro a novembro. O ciclo da cultura depende da cultivar empregada, variando de 90
a 150 dias.
PLANTIO E ESPAÇAMENTO
Arroz Irrigado
Sistema Convencional: No sistema convencional de cultivo do arroz a semeadura pode ser feita
a lanço, em linha ou em covas, realizada manualmente ou mecanizada com semeadoras, com
posterior estabelecimento da lâmina de água sobre o solo, 20 a 35 dias após a emergência das
plântulas. A lanço o plantio é realizado utilizando 120 a 150 kg/ha de sementes. Em sulcos o
espaçamento é de 30cm entre linhas, com 90 a 100 sementes por metro linear, usando 100 kg/ha
de sementes. Para o plantio em covas utiliza-se o espaçamento de 0,30 x 0,20m, colocando de 5
a 12 sementes por cova de acordo com a capacidade de perfilhamento. A profundidade de plantio
deve ser em torno de 2 a 5cm.
Sistema Pré-Germinado
Semeadura
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO
Para a recomendação da adubação deve ser realizada uma amostragem do solo da área
destinada ao plantio para a realização de uma análise de solo, e com base nesta análise deve-se
recomendar a quantidade de adubos e calcário a serem aplicados.
− Adubação Mineral
− Nitrogênio
− Fósforo e Potássio
CALAGEM
A calagem deve ser recomendada com base na análise de solo pelo método de Saturação
de Bases ou pelo método da Neutralização do Alumínio e/ou Elevação de Cálcio e Magnésio.
TRATOS CULTURAIS
– Irrigação
O cultivo do arroz irrigado, por submersão do solo, necessita em torno de 2000L de água
para produzir 1 kg de grãos com casca, estando entre as culturas mais exigentes em termos de
recursos hídricos. Embora esta alta exigência, a manutenção de uma lâmina de água sobre a
superfície do solo traz uma série de vantagens para as plantas de arroz.
O volume de água requerido pelo arroz irrigado representa o somatório de água necessária
para atender às demandas decorrentes da saturação do solo, formação da lâmina de água,
evapotranspiração e repor as perdas por infiltração lateral e por percolação. No sul do país, região
que tradicionalmente utiliza a cultura do arroz irrigada, a necessidade máxima estimada pelos
orizicultores, corresponde a 2 L s-1 ha-1 (17,3 mm dia-1). Todavia, informações mais recentes
indicam que esta necessidade pode ser inferior, variando em torno de 1 L s-1 ha-1, no sistema
convencional, a 0, 72 L s-1 ha-1, no sistema pré-germinado.
A altura da lâmina de água deve variar entre 7,5 e 10 cm. Lâminas de água mais altas (>10
cm), aumentam o consumo de água, reduzem o número de perfilhos, as plantas de arroz se
tornam mais altas, o que facilita o acamamento, aumentam as perdas de água por percolação e
infiltração lateral e requerem maior consumo de água.
Deve-se manter a cultura no limpo nos primeiro 30 a 40 dias após a emergência, efetuando
uma capina nos primeiros 10 a 15 dias. Dependendo do grau de infestação, mais duas a três
capinas, com intervalos de 15 a 20 dias. Para controle químico, pode-se utilizar tanto no cultivo de
sequeiro quanto no irrigado os seguintes herbicidas: 2,4 D, thiobencarb, butachlor e glyphosate.
COLHEITA
Ponto de Colheita
O teor de umidade do grão adequado para realizar-se a colheita do arroz está entre 18 e
23%. Se colhido com teor muito elevado, haverá grãos em formação. Por outro lado, se a colheita
for muito tarde haverá mais quebra de grãos no beneficiamento e, quando se destina a semente,
o vigor poderá ser afetado.
SECAGEM
Depois da trilha e limpeza, a operação seguinte é a secagem. Pode ser feita em terreiros
ou em secadores especiais.
ARMAZENAMENTO
Completadas as operações de colher, trilhar, limpar e secar, o arroz está pronto para ser
vendido, ou armazenado. Geralmente, é armazenado em sacos de 60kg, na propriedade ou em
armazéns da cidade. O armazém em que for guardado para preservar a qualidade do produto,
deve apresentar tais requisitos: ser lugar bem seco, bem ventilado, protegido das chuvas ou de
eventual umidade. O local deve ser protegido de ratos, pardais e insetos como gorgulhos, traças e
carunchos.
CULTIVO DA SOCA
– Após a rebrota, manter uma fina lâmina de água até a fase inicial de maturação;
PROCESSAMENTO (http://www.ufrgs.br/alimentus/terradearroz)