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Ivan Lessa
Neste domingo, como era primavera em Londres, choveu, ventou e fez frio.
Vendo jogo de futebol na televisão, vendo documentário sobre arte na televisão, vendo
Arquivos Secretos na televisão.
Não tenho — sou obrigado a confessá-lo, com uma certa vergonha —, não tenho
computador em casa. Ou micro. Ou PC.
Nem sei direito como chamá-lo, tão distante estou da tecnologia que, para mim, não
pode ser mais de ponta.
Mas tenho a intenção de me informatizar agora mesmo, em maio, e leio tudo que
posso sobre o assunto.
Na BBC, sei — mal e porcamente, feito se dizia — dar uma chegada aos jornais
brasileiros, entrar na parte do correio eletrônico, bater um papo com os amigos
distantes, todos eles muito, mas muito mais por dentro do que eu.
Nessa história de cibermilionários, conheço pelo menos duas pessoas que estão —
mais uma vez usarei gíria antiga — estão "numa boa".
Deve dar um dinheirão, dizem — mas primeiro a gente tem que investir e encontrar
patrocinador. Conheço esse problema.
Pelo seguinte: um desses meus dois amigos, futuro milionário, precisava falar comigo
semana passada.
Ivan Lessa fez parte do grupo que colaborou e que, durante muito tempo, fez
sucesso no jornal "O Pasquim". Carioca, filho de Orígines Lessa e Elsie Lessa, escreve
com sucesso, valendo-se de um humor cheio de ironias. Auto-asilado na Inglaterra,
segundo ele por ter-se desencantado com o Brasil, trabalha na BBC de Londres. O
texto acima foi extraído de sua página naquela empresa, publicado em 31-03-2000.