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organizador / editor

T I A G O P O R T E L L A

SONGBOOK OF CURITIBA’S CHORO MUSIC

V O LUME 1
Organização e Supervisão Editorial / Editor-in-Chief
Tiago Portella

Prefácio / Foreword
Silvio de Tarso

Contextualização Histórica / Historical Contextualization


Tiago Portella
Marilia Giller
Ana Paula Peters
Cláudio Fernandes

Digitalização das Partituras / Sheet Music Digitization


Isaac Dias
Fabio Kwasnieski
Gustavo Bonin www.ottoproducoes.com.br
Tiago Portella contato@ottoproducoes.com.br
Cássio Menin
Guilherme Silveira Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas

Revisão das Partituras / Sheet Music Revision


Tiago Portella
Alexy Viegas

Diagramação das Partituras / Sheet Music Design


É proibida a reimpressão ou reprodução total ou parcial desta obra,
Alexy Viegas
sem a permissão prévia dos autores. Todos os direitos reservados.
Biografias / Biographies
Cássio Menin
Tiago Portella No part of this book may be reprinted or reproduced in any form
Marilia Giller without permission in writing from the authors. All rights reserved.
Gustavo Bonin
Guilherme Silveira
Ana Paula Peters

Tradução / Translation
José Fialla

Revisão de Texto / Text Reviser S698 Songbook do Choro Curitibano = Songbook of Curitiba’s
Mônica de Souza Lopes Choro Music / Org. Tiago Portella – Curitiba: Otto Produções
Artísticas, 2012.
Ilustrações / Illustrations 176p. ; il.
Nelson Sebastião Livro bilíngue: português - inglês
ISBN 978-85-66254-00-6
Projeto Gráfico / Design 1. Choro. 2. Música Popular - Brasil. I. Portella, Tiago.
Renata Casimiro
CDD 784.500981
Edição / Publisher
Otto Produções Artísticas Dados internacionais de catalogação da publicação / Cataloguing-in-Publication data

PROJETO INCENTIVADO PELO PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À CULTURA DO MUNICÍPIO DE CURITIBA


PROJECT SPONSORED BY THE CITY OF CURITIBA’S CULTURE INCENTIVE PROGRAM
SUMÁRIO
CONTENTS
7 AGR ADECIMENTOS
ACKNOWLEDGEMENTS

9 APRESENTAÇÃO
PREFACE

11 PREFÁCIO
FOREWORD

CONTEXTUALIZAÇÃO 17 UMA BREVE HISTÓRIA DO PAR ANÁ E SUA MÚSICA POPULAR


HISTÓRICA A BRIEF HISTORY OF PAR ANÁ AND ITS POPULAR MUSIC

HISTORICAL 27 DOS REGIONAIS ÀS JAZZ BANDS - 1920 À 1940


CONTEXTUALIZATION FROM REGIONAIS TO JAZZ BANDS - 1920 TO 1940

37 OS REGIONAIS DE CHORO E OS PROGR AMAS DE AUDITÓRIO DAS RÁDIOS


CHORO REGIONAIS AND R ADIO TALENT SHOWS

43 O CHORO CURITIBANO
CHORO IN CURITIBA

COMPOSITORES 50 AUGUSTO STRESSER


COMPOSERS 51 BENEDITO NICOLAU DOS SANTOS

52 HERMINIA LOPES MUNHOZ

53 JOSÉ DA CRUZ

54 ANTONIO MELILLO

55 BR ANCO TAVARES

56 LUIZ EULÓGIO ZILLI

57 JANGUITO DO ROSÁRIO

58 NILO DOS SANTOS

59 ERNESTO CORDEIRO

60 WALTEL BR ANCO

61 WALDIR TEIXEIR A

62 WALTER SCHEIBEL

63 PEDRINHO DA VIOLA

64 WILSON MOREIR A

PARTITUR AS 66 AFINANDO MEU BANDOLIM


Waldir Teixeira
SHEET MUSIC
68 A VOZ DOS PÁSSAROS
Branco Tavares

70 BRAVO
Waldir Teixeira

72 CABOCLO VELHO
José da Cruz

74 CARINHOS
Nilo dos Santos

76 CHEIRA PESCOÇO
Luiz Eulógio Zilli

78 CHORO DOS AMIGOS


Pedrinho da Viola
80 CHORO PARA ZÉLIA 134 PLATINENSE
Waltel Branco Pedrinho da Viola

82 CHORO PRO MENANDRO 136 PORTUGA NO CHORO


Waltel Branco Pedrinho da Viola

84 CREPÚSCULO 138 Q.O.Q.


Wilson Moreira José da Cruz

86 CURITIBANO 140 RETRATO DE JACOB


José da Cruz Walter Scheibel

88 DINÂMICO 142 SAINDO À FRANCESA


Walter Scheibel Wilson Moreira

92 EXPOENTE 144 SAUDADE DA LAPA


Waldir Teixeira Pedrinho da Viola

94 EXTASIEI-ME EM TEU OLHAR 146 SAUDADE DO PIXINGA


Ernesto Cordeiro Waltel Branco

96 ILUSÃO 148 SEGURA O SÉRGIO


Herminia Lopes Munhoz Waltel Branco

98 JABUTI NO CHORO 150 SENHORITA CURITIBA


Pedrinho da Viola Antonio Melillo

100 JUVENTUDE 152 SÓ DE LEVE


Herminia Lopes Munhoz Walter Scheibel

102 KORDERANDO 154 SOLIDÃO


Ernesto Cordeiro Branco Tavares

104 LÍNGUAS DE TRAPO 156 SOTURNO


Branco Tavares Waldir Teixeira

106 LUIZINHA 158 TEIMOSIAS DO BENEDITO CARABINA


Benedito Nicolau dos Santos Ernesto Cordeiro

108 MÁGOA DE CANÁRIO 160 TRISTES RECORDAÇÕES


Pedrinho da Viola José da Cruz

110 MEU PADECER 162 TROPEÇANDO


José da Cruz Wilson Moreira

112 MIMOSA MORENA 166 UM ADEUS PARA WALDIR


Benedito Nicolau dos Santos e Corrêa Junior Janguito do Rosário

114 MORENA 168 VÁ PRA PRAIA


Antonio Melillo Luiz Eulógio Zilli

118 NAIR 170 VISION D’AMOUR


Luiz Eulógio Zilli Benedito Nicolau dos Santos

120 NÃO VENHAS


Benedito Nicolau dos Santos

122 NINA LETR AS 174 A VOZ DOS PÁSSAROS


Walter Scheibel Branco Tavares
LYRICS
124 NOSSA UNIÃO 174 CHEIRA PESCOÇO
Branco Tavares Luiz Eulógio Zilli

126 O CORAÇÃO NÃO ENVELHECE 174 LÍNGUAS DE TRAPO


Branco Tavares Branco Tavares

128 OUTONO 175 MIMOSA MORENA


Wilson Moreira Benedito Nicolau dos Santos e Corrêa Junior

130 PÉROLAS DA NOITE 175 O CORAÇÃO NÃO ENVELHECE


Augusto Stresser Branco Tavares

132 PERPÉTUO 175 SOLIDÃO


Waldir Teixeira Branco Tavares
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

AGRADECIMENTOS
ACKNOWLEDGEMENTS

Agradeço a Marilia Giller, Odah Teresinha Cruz Tareszkiewicz, Vera Santa Cruz Wadouski,
Eliane Grace Ivanoski, João Carlos Kincheski, José Nicodemos Trzeciak, Rossana Virgínia Cordeiro Cruz,
Terezinha Elisabeth Wadouski Silva, Luciana Aparecida Trzeciak Choma, Iria Schleder Otto, Iriel Sivan Otto,
Ladislau Antônio Giller, Elenice Tavares de Macedo, Fábio Macedo, Raquel Maria Zilli Merkle, Bernadette
Todeschini Riffaud, Regina Zilli, Maria Cristina Zilli, Christiane Zoccoli, Dona Ziza, Ale Age, Áquila Nicz,
Eduardo Camenietzki, Ronald Sanson Stresser Júnior, Lourival Vesgerau, Mauro Vesgerau, Sérgio Deslandes,
Lucas Mello, Daniel Migliavacca, João Luiz Rodrigues, grupo Choro e Seresta, Lilian Nakahodo, Faculdade
de Artes do Paraná, Waldir Teixeira, Ernesto Cordeiro, Pedrinho da Viola, Waltel Branco, Wilson Moreira
e Walter Scheibel, que cederam gentilmente fontes primárias, gravações e imagens para que o livro pudesse
ser ilustrado e as partituras editadas. Agradeço a toda a equipe técnica e de pesquisa que contou ainda com
o auxílio fundamental de Liana Carleial, Carolina Camelo, Claudia Amorim, Ítalo Simão, Gabriel Schwartz
e Silvio de Tarso. Agradeço o apoio da Fundação Cultural de Curitiba, Prefeitura Municipal de Curitiba,
Celepar, Engefoto e Futurama, além da parceria de Elaine Barbosa, Letícia Santos, Aldrieli Ambrosio
Ducroquet, Josina Melo, Murilo Silvestrim, Charlene Neotti, Paulo José da Costa, Everly Giller, Edilene
Guzzoni, Ubiratan Lustosa, Sérgio Albach, Cláudio Menandro, Daniel Miranda, João Egashira, Fabiano
Silveira, Moacyr de Azevedo, Talita Kuroda, Maria Aparecida Zanatta, Glay Pequeno, Julião Boêmio, Ronald
Raffo e Carla Zago. Por fim, agradeço especialmente a Renata Casimiro o apoio, dedicação e paciência nesses
dois anos de editoração.
Dedico este livro à musica curitibana e sobretudo à minha família, com todo amor e carinho.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

I would like to express my gratitude to Marilia


Giller, Odah Teresinha Cruz Tareszkiewicz, Vera Santa Cruz
Wadouski, Eliane Grace Ivanoski, João Carlos Kincheski,
José Nicodemos Trzeciak, Rossana Virgínia Cordeiro Cruz,
Terezinha Elisabeth Wadouski Silva, Luciana Aparecida
Trzeciak Choma, Iria Schleder Otto, Iriel Sivan Otto, Ladislau
Antônio Giller, Elenice Tavares de Macedo, Fábio Macedo,
Raquel Maria Zilli Merkle, Bernadette Todeschini Riffaud,
Regina Zilli, Maria Cristina Zilli, Christiane Zoccoli, Dona
Ziza, Ale Age, Áquila Nicz, Eduardo Camenietzki, Ronald
Sanson Stresser Júnior, Lourival Vesgerau, Mauro Vesgerau,
Sérgio Deslandes, Lucas Mello, Daniel Migliavacca, João
Luiz Rodrigues, Choro e Seresta group, Lilian Nakahodo,
Faculdade de Artes do Paraná, Waldir Teixeira, Ernesto
Cordeiro, Pedrinho da Viola, Waltel Branco, Wilson Moreira
and Walter Scheibel who have kindly provided primary
sources, recordings and photos so that the book could be
illustrated and the scores could be edited. I would like to
sincerely thank the hole crew and the fundamental assistance
of Liana Carleial, Carolina Camelo, Claudia Amorim, Ítalo
Simão, Gabriel Schwartz and Silvio de Tarso. I would also
like to thank the support of Cultural Foundation of Curitiba,
Prefeitura Municipal de Curitiba, Celepar, Engefoto and
Futurama. My special thanks are extended to Elaine Barbosa,
Letícia Santos, Aldrieli Ambrosio Ducroquet, Josina Melo,
Murilo Silvestrim, Charlene Neotti, Paulo José da Costa,
Everly Giller, Edilene Guzzoni, Ubiratan Lustosa, Sérgio
Albach, Cláudio Menandro, Daniel Miranda, João Egashira,
Fabiano Silveira, Moacyr de Azevedo, Talita Kuroda, Glay
Pequeno, Julião Boêmio, Ronald Raffo and Carla Zago for
their partnership. Lastly, I would like to express my deep
gratitude to Renata Casimiro for her support, understanding
and patience during these two years of publishing.
This book is dedicated to Curitiba’s music and
specially to my family, with all my love and affection.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

APRESENTAÇÃO
PREFACE

A ideia de compilar partituras, gravações e imagens para a realização deste livro surgiu em
meados de 2004, quando iniciei a pesquisa em acervos, periódicos e arquivos de música produzidos em
Curitiba. Primeiramente recolhi composições de chorões contemporâneos, porém a descoberta de registros
mais antigos surpreendentemente numerosos, estimulou-me a uma intensa procura por obras de músicos
populares das primeiras gerações do choro curitibano. Foram reunidas partituras manuscritas e editadas,
fonogramas e vídeos, que documentam oito gerações de compositores desta música em Curitiba. Com esse
material, formatamos o projeto de publicação do Songbook do Choro Curitibano, reunindo em seu primeiro
volume cinquenta obras musicais produzidas por quinze compositores de seis gerações.
A partir da aprovação do projeto pela Fundação Cultural de Curitiba, demos início a um intenso
trabalho de organização, transcrição, revisão e adaptação das músicas, além da pesquisa iconográfica, de onde
extraímos fotografias e imagens que ilustram esta edição. O resgate das músicas, aliado à história de seus
compositores, me conduziu naturalmente a um contato mais estreito com os músicos e suas famílias, cujo
apoio e incentivo foi fundamental para a concretização deste trabalho. O projeto envolveu diretamente uma
grande equipe, além de tantas outras pessoas que auxiliaram carinhosamente em todo o processo e a quem
tanto agradeço. Este é, portanto, o resultado de uma pesquisa cujo objetivo maior é divulgar obras e memórias
dos artistas que construíram, com suas trajetórias de vida, o choro curitibano.

Tiago Portella

9
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

The idea of compiling sheet music, recordings and


images for this book appeared in mid-2004, when I began
to research collections, newspapers and archives of popular
music produced in Curitiba. I started collecting compositions
by contemporary generations of chorões – those who play
choro – but, the discovery of surprisingly numerous older
records, led me to search for works of popular musicians from
the first generations of choro in Curitiba. Handwritten and
edited sheet music, sound recordings and videos from all eight
generations of Curitiba’s choro have been collected. With this
content, we prepared the Songbook of Curitiba’s Choro Music
publication project, which consolidated in its first volume
fifty songs, produced by fifteen composers, throughout six
generations.
Since the approval of the project, sponsored by the
Cultural Foundation of Curitiba, we have began an intense
process of organization, transcription, review and adaptation
of songs, as well as an iconographic selection, from which
we have extracted images and photographs that illustrate
this edition. The retrieval of these songs and the history of
its composers spontaneously led me to a closer contact
with the musicians and their families, whose support and
encouragement was crucial to the achievement of this
work. The project also involved directly an important team,
and many others who have kindly helped us throughout
the process, whom I deeply thank. So, this is the result of a
reasearch that aims to disseminate works and memories of
artists who have built, with their life trajectories, Curitiba’s
choro.

Tiago Portella

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

PREFÁCIO
FOREWORD

As partituras, notas biográficas e textos de contextualização histórica que vamos encontrar nas
páginas deste Songbook do Choro Curitibano são fruto de paciência, obstinação e perseverança, aspectos
inarredáveis quando se trata de uma pesquisa de tal porte. A iniciativa deste projeto data da virada do século
XX para o XXI, quando Tiago Portella, o seu organizador, dava seus primeiros passos acadêmicos no curso
de graduação em música da Faculdade de Artes do Paraná. O contato com o choro e o envolvimento com o
gênero despertaram seu interesse em conhecer o cenário presente em Curitiba, que reunia choristas e chorões
em rodas diversas de vários lugares da cidade. Se, por um lado, pode causar espécie que o choro, gênero secular
tão identificado com a cultura carioca, tenha encontrado um ambiente fértil para seu estudo e execução nesta
terra dos pinheirais, por outro lado, provoca na alma do pesquisador uma inquietação desejosa de saber onde
se origina esse panorama.
Em meados dos anos 2000, já cursando Especialização em Música Popular Brasileira na mesma
instituição de ensino, Tiago mergulha no túnel do tempo da história da música em Curitiba e começa a
encontrar os tesouros aqui partilhados. Ao lado das partituras constantes deste trabalho, foram minuciosamente
catalogados discos, fotos e instrumentos musicais que retraçam um século de história da música curitibana.
Ademais, grandes nomes que construíram essa história, alguns mais e outros menos conhecidos, como Waltel
Branco, Janguito do Rosário, Waldir Teixeira e Dona Maninha, foram investigados. Outros, ainda anônimos
em relação ao processo histórico, foram recuperados e ganharam, de certa maneira, nome e identidade. É esse
o caso, para exemplificar, dos centenários Branco Tavares e José da Cruz.
Acrescem ao projeto os textos consistentes, didáticos e esclarecedores de contextualização histórica
dos também músicos, mestres e pesquisadores, Marilia Giller, Ana Paula Peters e Cláudio Fernandes, que
muito contribuem para o conhecimento das referências socioculturais que influenciaram os músicos e a
música produzida naquele período. Marilia Giller nos remete ao universo das jazz bands, traçando um perfil
do seu desenvolvimento, cujo auge ocorreu nas décadas de 1920 e 1930. Apesar de levarem o nome de “jazz”,
elas executavam gêneros brasileiros, entre eles o choro, e culminariam nas big bands dos anos 40 e 50 do
século passado. Ana Paula Peters discorre sobre os conjuntos regionais, muito ativos no final do século XIX
e no início do século XX, mas que sofreram um certo ostracismo no período áureo das big bands. Todavia,
como observamos no seu relato, com o advento do rádio no Brasil, esses conjuntos ressurgem e ganham força
novamente a partir dos anos 1950. Já Cláudio Fernandes nos leva ao encontro das primeiras manifestações
que deram origem ao choro de Curitiba, numa viagem temporal que nos traz ao presente com o Clube do

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Choro de Curitiba e o Conservatório de MPB, marcos, entre outros, da manifestação atual do choro na capital
paranaense.
Dessa maneira, temos diante de nós um projeto que, a despeito de ser universal, provoca em nós,
curitibanos, um sentimento de pertença em relação ao nosso chão e à nossa cultura. Um trabalho de fôlego,
oriundo do espírito operário que move acadêmicos comprometidos em encontrar os elos culturais que
formam, temporal e espacialmente, a história de um povo.

Silvio de Tarso

The sheet music, the biographical notes and the part of this study by sharing social and cultural references
texts for historical contextualization you’ll find in Songbook that influenced musicians and music producers of that
of Curitiba’s Choro Music were reunited with patience, period. Marilia Giller takes us to the universe of jazz bands,
persistence and perseverance, which are essential in such a establishing a profile of their development, which was at its
study. This project started at the very end of the 20 century,
th
highest point in the 1920s and 1930s. Although they had “jazz”
when Tiago Portella began his college degree in music at in their names, they performed Brazilian genres, including
Faculdade de Artes do Paraná. His growing contact with choro, and managed to culminate in the big bands of the 40s
choro and the involvement with this genre made him want to and 50s of the twentieth century. Ana Paula Peters discusses
know more about its background in Curitiba, which brought the regional sets that flourished in the late nineteenth and
together choristas and chorões in many different places and early twentieth century, but went through times of obscurity
gatherings throughout the city. If it may come as a surprise due to the golden period of the big bands. And yet, as noted in
that choro music, a secular genre that is so often identified to her paper, with the advent of radio in Brazil, those sets came
the Rio de Janeiro culture, we can say that it has encountered on again in the 1950s. Claudio Fernandes takes us to the first
a fertile ground for its study and execution in Curitiba, the manifestations at the origin of choro in Curitiba. He leads us
“land of the pine trees”. On the other hand, choro makes the in a trip through time, bringing us back to the present, with
researcher eager to get to know the origins of this panorama. Clube do Choro of Curitiba and to Conservatório de MPB, all
In the mid-2000’s, while preparing degree specializing current landmarks of choro in Curitiba, among many others.
in Brazilian Popular Music in that same college, Tiago went We are looking at a project that, despite its universal
deep into Curitiba’s music history, where he found the approach, may grant the population of Curitiba this important
treasures he shares with us in this songbook. Along with the sense of belonging in terms of its soil and its culture. This is
sheet music in this project, he catalogued several records, a long-haul project, originated in the spirit of researchers
photos and musical instruments that represent one century committed to finding the cultural links that form, through
of Curitiba’s musical history. Moreover, great musicians who time and space, the history of the people of Curitiba.
have made history happen, such as Waltel Branco, Janguito
do Rosário, Waldir Teixeira and Dona Maninha, were studied. Silvio de Tarso
Even other artists, who are still anonymous in the historical
process, were brought to the musical scenario and their
names and identities are revealed to the public here, like the
centenarians Branco Tavares and José da Cruz.
The consistent, educational, and enlightening
historical contextualization texts written by musicians,
teachers and researchers Marilia Giller, Ana Paula Peters
and Claudio Fernandes also enrich this project. They took

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

A PÉGA DOS SERENATISTAS


Ilustração de Heronio. Fonte: O Olho da Rua - 13/04/1907.
Illustration by Heronio. Source: O Olho da Rua - April 13, 1907.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

BRASIL

CURITIBA

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CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
HISTORICAL CONTEXTUALIZATION
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

CORITIBA
Pintura de Jean Baptiste Debret - 1827.
Painting by Jean Baptiste Debret - 1827.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

UMA BREVE HISTÓRIA DO PARANÁ E SUA MÚSICA POPULAR


A BRIEF HISTORY OF PARANÁ AND ITS POPULAR MUSIC

Tiago Portella 1

O território hoje ocupado pelo Estado do Paraná era habitado predominantemente por tribos
de índios Tupi-Guarani, Carijó, Kaigangue e Xoclengue. Diversas lendas sobre grandes jazidas de ouro e
prata despertaram o interesse espanhol em desbravar a região durante o fim do período pré-colonial. Com
o domínio castelhano, em 1540, a região foi incorporada à Gobernación del Rio de la Plata e denominada
Província Gigante de las Índias, que “compreendia uma vastidão de terras que ao norte chegava ao rio Tietê,
a sudoeste misturava-se ao chão paraguaio e das barrancas orientais do rio Paraná seguia para o leste até
a Serra do Mar” (BAPTISTA, 2011, p.13). Posteriormente, a região chamou-se Província de Guairá, e, em
1554, na porção oeste da região desbravada à procura de índios, foi instalado o primeiro núcleo espanhol por
Diogo Garciá de Vergara em terras guairenhas. A leste, o primeiro povoado surgido no litoral da província foi
fundado por iniciativa do bandeirante Domingos Peneda, entre 1560 e 1570, e tinha o nome de Nossa Senhora
das Mercês da Cotinga, região povoada por muitos garimpeiros.
A atual capital do Estado do Paraná, Curitiba, surgiu a partir do crescimento populacional do
povoado estabelecido no primeiro planalto paranaense. A região, então conhecida por Nossa Senhora da
Luz e Bom Jesus dos Pinhais, foi elevada à condição de vila em 1693. As principais atividades econômicas
nesse tempo eram a exploração de minerais e a criação de gado. Essa região encontrava-se no meio da rota
conhecida como Caminho do Gado, aberta nas primeiras décadas de 1700, ligando comercialmente as regiões
entre Minas Gerais e o Rio Grande do Sul. Após a chegada da família real ao país, em 1808, o incentivo para
a ocupação e a colonização de terras paranaenses articulou a expressiva chegada de imigrantes, sobretudo
europeus, em Curitiba. Os estados do Paraná e de Santa Catarina eram os principais pontos de desembarque,
o que permitiu o desenvolvimento econômico, social e cultural de toda região sul do país.
Sobretudo a partir da emancipação do estado do Paraná em 1853, as diferentes etnias estabelecidas
nessa região revelaram processos de relacionamento social, político e cultural. Esse fenômeno definiu as
bases para a busca de uma identidade regional e possibilitou a emergência de uma essência paranaense que
intensificou os interesses culturais em jogo na época. Foi nesse contexto que alguns artistas manifestaram
interesse pelas características da cultura dita popular. Na música, destacou-se o pioneirismo do pianista
paranaense Brasílio Itiberê da Cunha (1843-1913), que, em 1860, compôs A Sertaneja, a “primeira rhapsodia

1 Especializado em Música Popular Brasileira e Graduado em Educação Artística, ambos pela Faculdade de Artes do Paraná (FAP). Mestrando em Musicologia
Histórica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Integrante do Grupo de Pesquisa em Música, História e Política da UNESPAR/FAP. Organizador do
Songbook do Choro Curitibano. Fundador e diretor da Regional Jazz Band e da Otto Produções Artísticas. Contato: contatotiagoportella@gmail.com

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

brasileira onde apparecem themas de folk-lore popular” (D’HUNAC, 1930, p.5). Esse compositor, natural de
Paranaguá, teve publicada na cidade de São Paulo em 1867 a sua polca Pífaros da Esquadra, confirmando a
empatia desse intelectual pela música de gosto popular.
A cidade de Curitiba, em pleno desenvolvimento durante o último quartel do século XIX, possuía
dois grandes espaços artísticos onde ocorriam apresentações: o Theatro São Theodoro, erigido a partir de
1879 e inaugurado no ano de 1884, e o Theatro Hauer, que por sua vez apresentava programação periódica a
partir de 1891. Foi nesse período que, estimulada pela Proclamação da República no país e com base nos ideais
de progresso, urbanização e modernização, a produção de música em Curitiba eclodiu e, como resultado,
alcançou um público interessado e cada vez maior. Além da capital, outras localidades do estado do Paraná,
entre elas Morretes, Paranaguá, Lapa e Castro, eram berço de compositores que viriam a ser reconhecidos
por sua produção musical. Augusto Stresser (1871-1918), Benedito Nicolau dos Santos (1878-1956), Bento
Mossurunga (1879-1970), Herminia Lopes Munhoz (1887-1974) e José da Cruz (1897-1952), são alguns entre
tantos compositores que produziram expressivas obras da música popular na capital paranaense. Torna-se
importante salientar que o mercado editorial foi de substancial importância para a divulgação de alguns
deles. A primeira partitura tipografada no Paraná, em 1898, foi a polca Novo Mundo, do flautista, violonista
e já citado compositor Benedito Nicolau dos Santos, considerado gênio em seu tempo por sua significativa
contribuição para as artes.
Cabe aqui recuperar o relato do poeta curitibano Francisco Leite, que viveu sua juventude durante
a primeira década do século XX e produziu um raro registro de memórias da música popular em Curitiba
nesse período:

“Fiquei-me a recordar as românticas serenatas da velha Curitiba da minha infância e


juventude... Ainda estou a vê-los e ouvi-los, conversando, tocando, cantando modinhas.
Este aqui é o Benedito Pistão (Benedito Antônio dos Santos), exímio pistonista que
adicionava uma surdina ao seu instrumento, arrancando dele um som especial. Este
outro é o Tenente Narciso, flautista incomparável. Seu sopro era logo distinguido
entre todos os flautistas da grei. Aquele outro é Nho Duca (Januário Barbosa), que
não só tocava violão, mas também tinha gosto em cantar lundus brejeiros. Lá também
estavam: Álvaro Miranda, violonista; Heleodoro Lopes, flautista; Carlos Goudard,
espanhol que ficou paranaense, abraçado ao seu violino; Juquinha Barbosa, mestre
do clarinete; Eugênio Martins, violonista; João de Barros, flautista; Antônio Júlio,
dono da requinta; Vicente Dias, violonista; Genuca (Genuíno Pereira), violoncelo;
Paulino de Castro, flautista; Benedito Nicolau dos Santos, músico dos 7 instrumentos,
especialmente de violão. Era gênio musical, se assim me posso explicar, dado o seu
admirável virtuosismo. Compôs musicas de todos os gêneros, como polcas, xotes,
valsas, gavotas, sinfonias, operetas e óperas! Empunhando o seu trombone de vara,
que tocava em surdina, eis outros da “velha guarda”: o Cipriano (Vicente Cipriano dos
Santos), companheiro inseparável do grupo. Não devo esquecer o velho Alexandre
Rouxinol, flautista inspirado, que sem nenhum formalismo paterno, às vezes se
fazia acompanhar dos filhos, hábeis tocadores de violão. Como que estou a vê-lo, de
cabelos brancos, como um pombinho, mas sempre firme e animado, de flauta à boca,
desafiando aquelas noites hibernais...” (LEITE, 2003, p.242-243).

18
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

SERESTEIRO
Ilustração de Sylvio. Fonte: O Olho da Rua - 07/09/1907.
Illustration by Sylvio. Source: O Olho da Rua - September 07, 1907.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Tendo em vista o rápido desenvolvimento urbano, uma nova era cultural emergiu no Paraná
durante a transição dos séculos XIX e XX. Os gêneros musicais populares eram disseminados por meio das
audições, das partituras e da circulação dos primeiros registros fonográficos. A indústria do entretenimento
oferecia o que havia de mais moderno na exibição de imagens pelos cinematógrafos2. Tornou-se febril a
apropriação, pelos compositores, dos ritmos de polca, maxixe, valsa, tango, habanera, marcha, lundu, além de
outros ritmos regionais, fundamentais para a consolidação da música popular produzida no Brasil durante
toda a primeira metade do século XX. Os espaços artísticos multiplicavam-se e Curitiba oferecia estrutura
para o intercâmbio musical ocorrido entre as principais capitais brasileiras. Começaram a surgir grupos
especializados na execução desses gêneros populares da música.
Os conjuntos conhecidos por “regionais” possuíam formação instrumental geralmente composta
por violão, flauta e cavaquinho. Esse formato ganhou adeptos em Curitiba, e um dos primeiros registros
fotográficos de um grupo com essas características é datado de 1905, o Regional Família Todeschini, composto
por três violões, duas flautas e um bandolim. Esses conjuntos regionais, além de especializados em executar
os ritmos já citados, ficaram conhecidos pela divulgação de um dos gêneros populares de maior expressão no
Brasil, o choro.
Foi em 1907 que o periódico O Olho da Rua, editado por artistas intelectuais disfarçados por
pseudônimos, publicou a matéria Grande Forrobodó3. Nesse artigo, o termo choro é citado, provavelmente
pela primeira vez em Curitiba. Foi também no ano de 1907 que o respeitado flautista brasileiro Patápio Silva
realizou concertos na capital paranaense no período compreendido entre os dias 18 e 30 de março de 19074.
Todos esses fatos contribuíram para que, nas primeiras décadas do século XX, a música popular
fosse conquistando um número crescente de interessados em Curitiba. A cidade em expansão ofereceu
oportunidades para que essa música pudesse ser praticada, favorecendo assim a presença de músicos e o pleno
desenvolvimento artístico e social.

2 “Hoje, hoje, inauguração do importante Salão Pariz em Curitiba. Um banda de música tocará na ocasião de abertura escolhidas peças. Os proprietários
deste estabelecimento empregarão todos os meios afim de conseguirem uma grande quantidade de coleções de vistas (última novidade) de Paris e Rio de Janeiro.
Estamos convencidos que a exibição que iremos fazer agradará. As vistas são: 25 coleções de vistas transparentes iluminadas, combates em alto mar, paisagens,
principais cidades da Europa e América, a importante cidade do Rio de Janeiro, grandes episódios ultimamente ocorridos em Paris e na Itália, completa coleção de
vistas referentes ao processo do capitão Dreyfus em Rennes, os últimos combates da Guerra Anglo-Transwaaliana, inundação de Nápoles, o meeting em favor da paz
em Londres e a porta monumental que vão ser instalados na exposição de Paris de 1900. O salão estará vistosamente ornamentado e em condições de receberem as
exmas. famílias, para o que dispõe de pessoal habilitado. Os proprietários vedarão a entrada a quem se porta inconveniente. Salão Pariz, Rua XV de Novembro, no.
42” (A Republica, 8/12/1899, p.3).

3 “Grande Forrobodó – Como surgiram divergências a respeito dos festejos para a recepção do dr. João Candido, nós, evocando Callope e Terpyshore, as
musas da epopeia e do cake-walk e mais requebrados, nós organizamos este modesto programa que submetemos à aprovação dos pagés da terra: Primo Giorno – As
praças, becos, travessas e ladeiras da cidade amanhecerão enfeitadas com bandeirinhas, gerivás, arcos de bambús servindo para ornamentação... Secundo Giorno
- Alvorada pelo pessoal do choro, formando todas as flautas e violões disponiveis, inclusive o oficleide do Jéca, fazendo-se ouvir a nunca assaz decantada modinha:
Siô Anastácio, chegô di viage. Tercei Giorno – Ao meio dia terá lugar uma briga de galos, em grande gala, concomitante com um concerto de bandolim, organizado
e sob as vistas de Don Giovanni. E como o forrobodó, a semelhança do carnaval, dura 3 dias, a apoteose será a vista – Carnaval em Nice – com acompanhamento de
oportuno e formidoloso Zé Pereira. No melhor da festa por causa da algazarra infernal o alferes Argemiro porá termo a patuscada a vara de marmello. E se acabou
tudo. Quem gostou se arregalou-se” (O Olho da Rua, 24/08/1907, p.16).

4 “O primeiro concerto, em 22 de março de 1907, transformou o Teatro Guairá em cenário de uma noite de gala. As maiores autoridades do Paraná anunciaram
seu comparecimento; a Banda de Música Militar apresentou-se nos intervalos e Patápio foi acompanhado pela Orquestra Orfeão Paranaense, além de dois pianistas
locais” (SOUZA, 1983, p.36).

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

REGIONAL FAMÍLIA TODESCHINI - CURITIBA, 1905


Da esquerda para a direita: Francisco Todeschini (bandolim), João Todeschini (flauta transversal), Ângelo Tortato (violão), Antônio João Tortato
(flauta transversal), Victorio Todeschini (violão), Targinio Todeschini (violão). Fonte: Raquel Maria Zilli Merkle.
From left to right: Francisco Todeschini (mandolin), João Todeschini (transverse flute), Ângelo Tortato (guitar), Antônio João Tortato (transverse flute), Victorio
Todeschini (guitar), Targinio Todeschini (guitar). Source: Raquel Maria Zilli Merkle.

REGIONAL VOSGR AU - CURITIBA


Da esquerda para a direita: não identificado (violão), Jorge Vosgrau (gaita), Garibaldi Beda (flauta transversal),
não identificado (flauta transversal), não identificado (gaita), Antônio Martins (violão). Fonte: Família Vesgerau.
From left to right: not identified (guitar), Jorge Vosgrau (accordion), Garibaldi Beda (transverse flute), not
identified (transverse flute), not identified (accordion), Antônio Martins (guitar). Source: Vesgerau Family.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Tupi-Guarani,1 Carijó, Caigangue and Xoclengue highlight was the pioneering pianist from Paraná, Brasílio
tribes mostly inhabited the territory now occupied by the Itiberê da Cunha (1843-1913), who wrote A Sertaneja in
State of Paraná. Several legends of large deposits of gold and 1860, the “first Brazilian rhapsody where popular folklore
silver motivated Spain to explore this region during the late themes appear” (D’HUNAC, 1930, p.5). This composer, who
Pre-Colonial period. Under Castilian dominion, in 1540, the was born in Paranaguá, had his polka Pífaros da Esquadra
region was incorporated to the Gobernación del Rio de la Plata published in São Paulo in 1867, confirming his affinity for the
and named Província Gigante de las Índias, “a vastness of land music of popular inclination.
to the north up to Tietê River, southwest mingled with the The nineteenth century showed two large performing
Paraguayan ground and from the eastern banks of the Paraná artistic places in Curitiba: Theatro São Theodoro, built in
River it went east to Serra do Mar” (BAPTISTA, 2011, p.13). 1879 and inaugurated in 1884, and Theatro Hauer, which had
Afterwards, this region was named Província de Guairá, and in periodic scheduling since 1891. Stirred by the Proclamation
1554, in the western portion of the region, explored in search of the Brazilian Republic, and based on the ideals of progress,
of Indians, the first Spanish core was installed by Diego Garciá urbanization and modernization that the production of
de Vergara in that province. To the east, the first settlement on music in Curitiba erupted and as a result, reached a growing
the coast of the Province was founded by Domingos Peneda, audience. Besides the capital, other cities of Paraná such as
between 1560 and 1570 and was named Nossa Senhora das Morretes, Paranaguá, Lapa, and Castro, were birthplaces
Mercês da Cotinga, a region inhabited by many miners. to composers who would be recognized for their musical
Curitiba, the current capital of Paraná, arose from the production. Augusto Stresser (1871-1918), Benedito Nicolau
growing population of the town established in the first plateau dos Santos (1878-1956), Bento Mossurunga (1879-1970),
of Paraná. The region, then known as Nossa Senhora da Luz Herminia Lopes Munhoz (1887-1974) and José da Cruz
e Bom Jesus dos Pinhais, was elevated to the status of town (1897-1952), are some among many composers who produced
in 1693. The main economic activities were the exploitation significant works of popular music in Curitiba. It is important
of mineral and cattle. This region stood in the middle of the to note that the publishing market was of utter importance
route known as Caminho do Gado (cattle route), wich was for the dissemination of some pieces. The first typographic
opened in the early 1700s which linked commercially regions score in Paraná was polka Novo Mundo, in 1898, by the flutist,
between Minas Gerais and Rio Grande do Sul. After the arrival guitarist and composer, Benedito Nicolau dos Santos, who is
of the Royal Family to Brazil in 1808, the incentive to the considered a genius for his meaningful contribution to the
occupation and the colonization of the land of Paraná brought arts.
a significant numbers of immigrants, mostly Europeans, to It should be pointed out poet Francisco Leite’s words.
the capital, Curitiba. The states of Paraná and Santa Catarina Leite lived his youth during the first decade of the twentieth
were the main landing points, which enabled the economic, century and produced a rare memoir of popular music in
social and cultural development of the entire southern region Curitiba during this period:
of the country.
Since the emancipation of Paraná in 1853, the
different ethnic groups established in this region revealed I myself remember the old romantic serenades
of Curitiba from my childhood and youth ... I
processes of social, political and cultural relationships. This
can still see and hear them talking, playing,
phenomenon has set the foundation for the pursuit of a singing folk songs. This here is Benedito
regional identification that enabled the emergence of the Pistão (Benedito Antônio dos Santos),
essence of Paraná. It also intensified cultural interests at the expert trumpeter who added a mute to his
time. In this context some artists have expressed interest in instrument, plucking a special sound. This one
is Lieutenant Narciso, incomparable flutist.
the characteristics of popular culture. Concerning music, the
His blow was soon distinguished among all
the flutists of the flock. That one, over there, is
1 Holder of a Bachelor Degree in Artistic Education and a Professional
Master Degree in Brazilian Popular Music, both at Faculdade de Artes do Paraná
Nho Duca (Januário Barbosa), who not only
(FAP). Currently enrolled in a Master’s program in Historical Musicology at played the guitar, but also had the pleasure
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Member of the Music, History in singing impish lundus. There were also:
and Politics Research Group at UNESPAR/FAP. Editor-in-chief of Songbook of
Curitiba’s Choro Music. Founder and director of Regional Jazz Band and Otto
Alvaro Miranda, guitarist; Heleodoro Lopes,
Produções Artísticas. Contact: contatotiagoportella@gmail.com flutist; Carlos Goudard, Spanish rooted

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

in Paraná, hugging his violin; Juquinha Sets known as regional had an instrumental formation
Barbosa, master of clarinet; Eugênio Martins, consisting of guitar, flute and cavaquinho. This format
guitarist; João de Barros, flutist; Anthonio
was popular among musicians in Curitiba, and an early
Júlio, owner of the clarinet; Vicente Dias,
photographic record of a group with these characteristics is
guitarist; Genuca (Genuino Pereira), cello;
Paulino de Castro, flutist; Benedito Nicolau dated from 1905, the Regional Família Todeschini. It consisted
dos Santos, musician of seven instruments, of three guitars, two flutes and a mandolin. These regional
mainly the guitar. He was a genius in terms groupings were experts at performing the aforementioned
of music due to his remarkable virtuosity. He
rhythms that happened to be known by the release of one of
composed music of all genres, such as polkas,
xotes, waltzes, gavottes, symphonies, operas the most popular genres of expression in Brazil, choro.
and operettas! Wielding his slide trombone, In 1907, O Olho da Rua, a newspaper edited by
which played softly, here others of the “old intellectual artists behind pseudonyms, published the subject
generation”. Cipriano (Vicente Cipriano Grande Forrobodó3. The word choro is probably mentioned for
dos Santos), inseparable companion of the
the first time in Curitiba in this very article. It was also in 1907
group. I should not forget the old Alexandre
Rouxinol, flutist of great inspiration, with no between March 18th and March 30th that esteemed Brazilian
paternal formalism, sometimes was followed flutist, Patápio Silva, held several concerts in Curitiba4.
by his children, skilled guitar players. I still All these events contributed to the growing
can see him, grey hair, like a dove, but always enthusiastic audience for popular music in Curitiba, in the
firm and lively, flute to his mouth, challenging
first decades of the twentieth century. The growing city and its
those winter nights (LEITE, 2003, p.242-243).
society offered opportunities for this music, thus valued the
presence of several musicians.

A new cultural era emerged in Paraná due to its


fast urban development in the transition of the nineteenth
to the twentieth centuries. The popular musical genres
were broadcast in among the auditions, the musical scores,
and the distribution of the first phonographic records. The
industry of entertaining offered the most modern in the
display of images by cinematographers2. The appropriation,
by the composers, of rhythms such as polka, maxixe, waltz,
tango, habanera, march, and lundu became feverish, and
also others regional rhythms that were fundamental for the
consolidation of Brazilian popular music during the first half
of the twentieth century. Spaces dedicated to art appeared
everywhere, and Curitiba showed a profitable infrastructure
for musical exchange that was happening among the main
3 “Grande Forrobodó - As opposite ideas have emerged about the festivities
Brazilian capitals. Distinguished groups emerged during the for the welcoming of dr. João Candido, we, evoking Callope and Terpyshore,
implementation of these popular genres of music. the muse of epic and cake-walk, organized this modest program submitting
to the approval of the land’s Xamã: Primo Giorno - The squares, alleys, cross-
streets and slopes of the city will be adorned with flags, gerivás, bamboo bows
for decoration at dawn... Secundo Giorno - Dawn by the choro staff, forming
2 “Today, today, the inauguration of this important Salão Pariz in
all the flutes and guitars available, including Jeca’s ophicleide, playing the always
Curityba. A brass band will play selected parts at the time of the opening. The
praised song: Siô Anastacio, chegô di viage. Tercei Giorno - At noon, a cockfight
owners will do whatever takes to get several collections of views (ultimate fad)
will take place, in grand gala, along with a mandolin concert, organized and in
from Paris and Rio de Janeiro. We are convinced that the exhibition will please
full view of Don Giovanni. As forrobodó lasts for 3 days, similar to carnival, the
everyone. The views are: 25 transparent illuminated collections, battles at sea,
apotheosis will be the view - Carnival in Nice – accompanied by Zé Pereira. At
landscapes, major cities in Europe and America, the important city of Rio de
party’s best because of the infernal din, Lieutenant Argemiro will put an end to
Janeiro, recent major episodes lately occurred in Paris and Italy, full collection
it by his whip. And it’s all over. Who enjoyed had all the fun” (O Olho da Rua,
of views concerning the conduct of Captain Dreyfus in Rennes, the last battles
August 08, 1907, p.16).
of the Anglo-Transvalian War, flood of Naples, the meeting for peace in London
and the monumental gateway that will be installed at the Paris Exhibition of 4 “The first concert on March 22, 1907, transformed Teatro Guairá in a
1900. The hall will be flamboyantly ornate, provided with trained personnel, gala evening scenario. Paraná’s highest authorities announced their attendance,
and able to receive the honourable families. The owners will withhold the entry the Military Band of Music performed at breaks, and Patápio was backed by
of inconvenient ones. Salão Pariz, Rua XV de Novembro, n. 42 (A Republica, Orquestra Orfeão Paranaense, along with two local pianists” (SOUZA, 1983,
December 08, 1899, p.3). p.36).

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

CASA DE NOVIDADES
Ilustração de Heronio. Fonte: O Olho da Rua - 13/04/1907.
Illustration by Heronio. Source: O Olho da Rua - April 13, 1907.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

REFERÊNCIAS
REFERENCES

AGE, Ale. A vida e a obra de Herminia Lopes Munhoz. Curitiba:


Edição do autor (author’s edition), 2007.
A Republica. Curitiba: p.1, 06 jun. 1899.
BAPTISTA, Vera Maria Biscaia Vianna. A longa viagem perto
de casa. Euskaldunak, o homem de Biscaia. Curitiba: Edições
Mirabilia, 2011.
D’HUNAC, Iwan. Um precursor da musica brasileira. Revista
Illustração Musical. Rio de Janeiro: ano VII, nº 1, ago. 1930, p.5.
DURHAM, Eunice Ribeiro. Cultura, patrimônio e preservação
(Texto II). In: ARANTES, Antônio Augusto (org.). Produzindo
o passado: estratégias de construção do patrimônio cultural. São
Paulo: Brasiliense, 1984.
Grande Forrobodó. O Olho da Rua. Curitiba: Ano I, nº 10, 24 ago.
1907, p.16.
HOBSBAWN, Eric J. Nações e Nacionalismo desde 1780. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2011.
LEITE, Francisco (1953). Chorões e Seresteiros. In: HAJAR,
Gehad Ismail (org.). Páginas Escolhidas: Literatura, vol. II.
Curitiba: Assembléia Legislativa do Paraná, 2003, p.242-243.
LIMA, Arthur Moreira. DEQUECH, André. Brasílio Itiberê.
Obras Escolhidas. Étude de Concert, op. 33. Cronologia do
Compositor. Curitiba: AML Produções Artísticas Ltda, 1998.
Salão Pariz. A Republica. Curitiba: 08 dez. 1899, p.3.
SOUZA, Maria das Graças Nogueira de. PANTOJA, Henrique
Pedrosa Selma Alves. CECHINE, Sinclair Guimarães. Patápio,
músico erudito ou popular? Rio de Janeiro: Funarte, 1983.
Polka “Novo Mundo”. Jerusalem. Curitiba: Ano II, nº 21, 01 jul.
1899, p.8.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

REGIONAL JAZZ BAND DE JOSÉ DA CRUZ - CURITIBA


Da esquerda para a direita: José da Cruz (flauta transversal), Benedicto Ogg
(violino), demais integrantes não identificados. Fonte: Família Cruz.
From left to right: José da Cruz (transverse flute), Benedicto Ogg
(violin), other members not identified. Source: Cruz Family.

IDEAL JAZZ SINFÔNICO - CURITIBA, 1928


Da esquerda para a direita: José da Cruz (saxofone alto), Oscar Martins da Silva (banjo), não identificado
(trompete), Álvaro Lantman (violino), Sadi (bateria), Joaquim (trombone), Arnaldo (saxofone tenor), não
identificado (sousafone), Emílio Amodio (banjo), não identificado (banjo). Fonte: Família Cruz e Áquila Nicz.
From left to right: José da Cruz (alto saxophone), Oscar Martins da Silva (banjo), not identified (trumpet), Álvaro Lantman
(violin), Sadi (drums), Joaquim (trombone), Arnaldo (tenor saxophone), not identified (sousaphone), Emílio Amodio (banjo),
not identified (banjo). Source: Cruz Family and Áquila Nicz.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

DOS REGIONAIS ÀS JAZZ BANDS - 1920 A 1940


FROM REGIONAIS TO JAZZ BANDS - 1920 TO 1940

Marilia Giller 1

Curitiba adentrou o século XX em um contexto histórico-social particular em que a elite local – os


curitibanos de famílias tradicionais – e os imigrantes mantinham um processo de integração gradativo em
vários setores da sociedade. Em 1920, havia quase 79 mil habitantes na cidade, e a Rua XV de Novembro era o
eixo central no trânsito entre pessoas, carroças carregadas de produtos, bondes elétricos e os primeiros carros.
No plano artístico, as sociedades musicais transformaram-se nos principais promotores de encontros
entre músicos, compositores e instrumentistas. Também os conservatórios de música foram criados, e os
teatros mantinham espetáculos frequentes, geralmente com artistas e músicos do interior do estado, de outras
regiões do Brasil e do exterior. A cidade já havia apresentado períodos de dominação de diversas manifestações
artísticas como a zarzuela, a revista brejeira portuguesa, o dramalhão, o vaudeville, o teatro, a comédia, a
revista musicada, o drama psicológico francês, a opereta e a ópera. A maioria das companhias era constituída
de atores e músicos, muitos deles consolidaram a formação de talentos musicais nascentes em nosso meio
artístico: Francisco Rodrigues Marques, Adolfo Corradi, Carlos Goudard, Remo de Persis, Ludovico Zeyer,
Léo Kessler, Jorge Wulcherpfennig, Romualdo Suriani, Antonio Melillo (RODERJAN, 1969, p.171).
Na década de 1920, em meio ao glamour curitibano, surge o Movimento Paranista, voltado para a
construção da identidade regional, além de movimentos artísticos marcados pelos salões de arte, pelo café
Belas Artes na Rua XV, pelos saraus no Clube Curitibano, entre poetas, escritores e artistas paranaenses. Em
1924, a Rádio Clube Paranaense PRB-2 já transmitia jogos de futebol, musicais, noticiários e o radioteatro. Em
1930, os programas de calouros eram embalados por regionais. Nesse cenário de múltiplas configurações, a
massa urbana se estabelecia em torno da ideia de modernidade, o que veio a ocasionar o crescimento do setor
de entretenimento e o consumo da cultura. Desenvolveu-se, assim, o chamado mercado da música popular.
Tal cenário gerou a criação de patentes de discos e transformou os direitos fonográficos de autor e da música
popular em um grande negócio de âmbito internacional. É nesse panorama que nasceram os gêneros musicais
modernos que marcaram o século XX.
No tocante à música popular do período entre 1900 e 1940, alguns gêneros musicais foram
destinados em sua maioria à dança: o ragtime, o one-step, o foxtrote, o shimmy, o charleston, todos relacionados
ao jazz na América do Norte; o lundu, o maxixe, a polca e o samba no Brasil; a cúmbia na Colômbia; a

1 Pianista, pesquisadora e professora da Faculdade de Artes do Paraná (FAP). Mestranda em Etnomusicologia na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Especialista em Música Popular Brasileira e Bacharel em Música Popular, ambos pela FAP, e Bacharel em Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná
(EMBAP). Integrante do Grupo de Pesquisa em Música História e Política da FAP. Promove projetos sobre a história do jazz em Curitiba e, desde 2008, colabora
no site Clube de Jazz, onde escreve sobre o movimento jazzístico de Curitiba e do sul do Brasil. Contato: magiller@gmail.com

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

rumba, o mambo, o chá-chá-chá e o bolero em Cuba; e o tango na Argentina. Identificados como modernos,
esses gêneros musicais/dançantes foram também associados às tecnologias que marcaram o período, como
o rádio, o gramofone e o fonograma, cristalizando na maioria dos países dois elementos fundamentais de
entretenimento: o cinema e os salões de dança animados por jazz bands.
No Brasil, as primeiras evidências de grupos jazz band aparecem por volta de 1920 quando as
orquestras de baile e os conjuntos regionais – estes compostos basicamente por instrumentos como flauta,
clarinete, bandolim, cavaquinho, violão e percussão – foram substituídos por uma nova formação à base de
instrumentos de sopro, bateria, banjo e piano. Segundo Zuza Homem de Mello, a formação das jazz bands
incluía “a seção rítmica (centralizada na bateria), banjo, tuba e eventualmente piano, dois ou mais violinos e os
quatro instrumentos de sopro que variavam entre trompetes e trombones (nos metais), clarinetes e, novidade
na família das palhetas, o saxofone” (MELLO, 2007, p.72). No entanto, não se deve considerar as jazz bands
necessariamente como bandas cujo repertório era estritamente tocado na linguagem jazzística. Elas eram
muito mais um sinônimo de modernidade do grupo, refletido em sua postura, performance e o figurino
uniformizado dos músicos: sapatos de verniz brilhante, calça com vinco, camisa branca, paletó escuro e
gravata borboleta. É nesse momento que gêneros estrangeiros, basicamente as músicas norte-americanas,
foram adicionados ao repertório musical dos grupos, essencialmente formado por música brasileira. Mello
(idem) esclarece que “nos primeiros catorze anos do século XX, a música instrumental brasileira gravada era
dominada por dobrados, mazurcas, choros, polcas, valsas e quadrilhas”. A música norte-americana, como
o cake-walk e o two-step, começa a chegar ao Brasil em 1903, e entre 1915 e 1927 um total de 182 novas
produções foram introduzidas no Brasil em relação ao decênio anterior.
É claro que o impacto dessas novidades sonoras sobre o público e os músicos brasileiros teve
consequências culturais importantes. O foxtrote foi um dos gêneros que mais se pronunciou nesse período.
Ele fez a sua primeira aparição nos Estados Unidos no verão de 1914, e, no Brasil, por volta de 1916, já
se dançavam em festas foxtrotes americanos, como Hindustan, Whispering, The Sheik of Araby. Em 1920,
fixaram-se dois tipos de foxes no Brasil: “o quick fox-trot e o slow fox-trot, ou seja, os foxes de andamentos
rápido e lento, sendo este último o de melhor aceitação no Brasil, inspirando o nosso romântico fox-canção”
(SEVERIANO, 2008, p.204). Toda essa produção concorria com os inúmeros sambas, maxixes e choros
lançados pelas orquestras e regionais, mas que logo se adaptaram às novidades exigidas pelo mercado.
Surgiram várias jazz bands como a Jazz Manon, a Carlito Jazz, o Jazz Band Sul-Americano e a orquestra
American Jazz no Rio de Janeiro; o Jazz Band Andreozá, o Jazz Band República, o Jazz Band Cârafu, o Jazz
Band Saívans, a Orquestra Ragtime Fuseflas e o Jazz Band Imperador em São Paulo; a Jazz Band Scala em
Santos; a Jazz Band Acadêmica de Pernambuco em Recife ; e o Jazz Espia Só de Porto Alegre.
Muitos grupos nem tinham esse tipo de formação, mas assim se intitulavam pelo modismo da
época e pelo fato de que, para sobreviver no universo do entretenimento musical, os músicos circulavam por
diferentes gêneros, estilos e performances. No entanto, conforme cita Sérgio Cabral (CABRAL, 1997, p.100),
a moda das jazz bands foi tão avassaladora que mesmo as orquestras de cordas, que tocavam geralmente nos
cafés e nas confeitarias elegantes, passaram a intitular-se jazz bands. O Centro Musical do Rio de Janeiro
chegou a estabelecer a formação das orquestras de acordo com o local de trabalho e a finalidade daquele tipo
de atividade.
A presença dos novos instrumentos começa a ser percebida amplamente com a popularização

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

TUPYNAMBA JAZZ BAND - PONTA GROSSA, 1931


Da esquerda para a direita: Estefano João Giller (violino), Pedrinho Arruez (trompete),
não identificado (banjo), Jacó Schoemberger (bateria), Francisco Pavelec (trombone), não
identificado (flauta travsversal), não identificado (saxofone alto). Fonte: Família Giller.
From left to right: Estefano João Giller (violin), Pedrinho Arruez (trumpet), not identified (banjo), Jacó Schoemberger (drums),
Francisco Pavelec (trombone), not identified (transverse flute), not identified (alto saxophone). Source: Giller Family.

ORIENTE JAZZ BAND - CURITIBA


Da esquerda para a direita: não identificado (banjo), Benedicto Ogg (violino), Jorge Vosgrau (gaita), não
identificado (violino), Savino (bateria), João Cope (pandeiro), Antônio Martins (violão), não identificado
(saxofone), não identificado (banjo), não identificado (trombone). Fonte: Família Vesgerau e Sérgio Deslandes.
From left to right: not identified (banjo), Benedicto Ogg (violin), Jorge Vosgrau (accordion), not identified
(violin), Savino (drums), João Cope (pandeiro), Antônio Martins (guitar), not identified (saxophone), not
identified (banjo), not identified (trombone). Source: Vesgerau Family and Sérgio Deslandes.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

das jazz bands, que tinham o saxofone como instrumento-símbolo. Outro instrumento básico foi a bateria
americana, inventada no sul dos Estados Unidos, à base de caixa, surdo, pratos e bumbo com pedal, o
que permitia diferentes efeitos sonoros. Foi trazida ao Brasil em 1919, com a excursão do pianista euro-
americano Harry Kosarin e sua jazz band (GUINLE, 1953; IKEDA, 1984; MELLO, 2007; TINHORÃO, 1998).
Pixinguinha foi um dos pioneiros nesse processo de passagem entre os regionais e as jazz bands quando, em
1922, com seu grupo Os Oito Batutas, teve contato em Paris com estilos como o charleston, o shimmy e o ragtime
ao lado de jazz bands americanas. Na volta ao Brasil, o antigo regional anunciava seu ingresso no gênero jazz
band, passando a adotar o saxofone, o banjo e a bateria na sua formação (CALADO, 1990, p.274). O banjo
foi conceituado como instrumento rítmico e fornecia, com o piano, a tuba e o contrabaixo, a sustentação
harmônica e o acompanhamento necessário para caracterizar os diferentes estilos em voga executados pelas
jazz bands. Algumas formações em certas regiões do Brasil acabaram inserindo instrumentos regionais, como
o pandeiro e o acordeão.
Um dos primeiros registros do jazz em Curitiba foi encontrado no jornal A Republica, de 24 de janeiro
de 1921, que anunciou, na Sociedade Thalia, a “Internacional Orchestra, um endiabrado jazz band” afirmando
ser “o melhor conjunto no gênero que possuímos”. Porém, a Curityba Jazz Band, criada em 1923 pelo maestro
Luiz Eulógio Zilli, é considerada por alguns estudiosos a primeira jazz band da capital paranaense. Na década
de 1930, na cidade paranaense de Ponta Grossa, a Guarany Jazz Band realizou apresentações na Sociedade
Guayra, e a Tupynamba Jazz Band, liderada por Estefano João Giller e Francisco Pavelec, apresentou-se em
festas e inaugurações. No acervo do grupo foram identificados os gêneros valsa, valsa-boston, schottisch, polca,
havaneira, tango, dobrado, rumba, samba, batucada, embolada, marcha, marcha militar, fox-slow, fox, foxtrote,
polka-fox. Na capital paranaense chegou a existir uma agremiação que reunia os grupos da capital, a União dos
Jazz Bands, cujo objetivo era o de unificar os músicos e defender os interesses da classe a ponto de realizar
quinzenalmente festas beneficentes no salão do Teatro Hauer (Jornal Correio do Paraná, 12/04/1932, p.8). A
Oriente Jazz Band de Jorge Vosgrau e Benedito Ogg atuou na cidade principalmente na Sociedade
Universal entre as décadas de 1930 a 1940. A Ideal Jazz Band e a Íris Jazz Band, que pertenceram ao músico
José da Cruz, incluíam no repertório gêneros como o foxtrote, o fox-trot-schymi, o schottisch, a mazurca, a
marcha, o tango argentino, a valsa, o choro, o samba-jongo, o samba-carnavalesco, a fox-rumba e fox-blues. O
Conjunto Regional dos Irmãos Otto, especializado em acompanhar cantores, com atuação junto às grandes
estrelas da música popular radiofônica daquele período, mantinha uma programação semanal na Rádio PRB-
2. O grupo era liderado por Estanislau Otto e possuía vasto repertório de valsas, tangos, choros e serestas.
Na década de 1940, as formações jazz bands começaram a perder força com a chegada do swing.
Esse ritmo iria exigir uma sonoridade mais ampla, por meio das formações big bands, que agregaram os
naipes de sopros na formação instrumental, e também a guitarra elétrica e o microfone para o cantor. Em
Curitiba novas orquestras surgiram, como a Jazz-Manon, de Gerdau do Rosário, o Baturetê, dirigida por
Harry Muller, a Luz, a Sumaré, a Guarany, a Orquestra de Osval Siqueira e a Big-band de Genésio Ramalho, a
preferida do público curitibano (SÁ JR., 2006, p.45).
Em síntese, o que se tematizava musicalmente era o caráter híbrido e multirracial da sociedade
moderna dentro de um contexto estruturador, investido de simbolismo, o que fez emergir uma sonoridade local
em uma comunidade formada basicamente de imigrantes europeus.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

REGIONAL DOS IRMÃOS OTTO - CURITIBA, 1937


Da esquerda para a direita: João Alberto Otto (cavaquinho), Bronislau Otto (bandolim), Estanislau Otto (violão), Nei Lopes (voz). Fonte: Família Otto.
From left to right: João Alberto Otto (cavaquinho), Bronislau Otto (mandolin), Estanislau Otto (guitar), Nei Lopes (singer). Source: Otto Family.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

During the twentieth century,1 Curitiba has lived like ragtime, one step, shimmy, foxtrot, and charleston, have
a special social and historical context, when the local elite, been intended mostly for dancing, and are all related to North
traditional families and immigrants kept a gradual integration American jazz; lundu, maxixe, choro, polka, and samba were
process in various sectors of society. In 1920, Curitiba counted performed in Brazil; cumbia in Colombia; rumba, mambo,
nearly 79,000 inhabitants, and XV de Novembro Street was cha-cha-cha, and bolero in Cuba, and tango in Argentina.
the transit hub among people, carts laden with goods, trams Identified as modern, these music/dancing genres were also
and the first motorized cars. associated with the technologies of the time, like radio, the
Artistically speaking, musical societies became the phonograph, and the phonogram. In fact, they happened
main promoters of encounters among musicians, composers, to consolidate in most countries two key elements of
and instrumentalists. Music conservatories were brought entertainment: the movies and the dance halls enlivened by
forth, and theaters kept frequent shows, usually with jazz bands.
artists and musicians of Paraná, of other regions of Brazil The first evidence of jazz band groups in Brazil
and from abroad. The city had been dominated by other appear around 1920, when dance orchestras and regional
artistic styles such as zarzuela, revista brejeira portuguesa, sets, basically formed by instruments such as flute, clarinet,
drama, vaudeville, theater, comedy, musical revue, French mandolin, cavaquinho (small sized 4-string-guitar), guitar
psychological drama, operetta and opera. Most of those and percussion were replaced by a new formation based
companies consisted of actors and musicians, many of them on wind instruments, drums, banjo, and piano. According
consolidated the formation of a new musical talents in our to Zuza Homem de Mello, “the formation of jazz bands
artistic midst: Francisco Rodrigues Marques, Adolfo Corradi, included the rhythm section (centered on drums), banjo,
Carlos Goudard, Remo de Persis, Ludovico Zeyer, Leo Kessler, tuba and sometimes piano, two or more violins and four
Jorge Wulcherpfennig, Romualdo Suriani, Antonio Melillo wind instruments ranging from trumpets and trombones (in
(RODERJAN, 1969, p.171). metals), clarinets, and, the saxophone, new in the family of
In the 1920s, amid Curitiba’s glamour, Paranista reeds” (MELLO, 2007, p.72). However, jazz bands should not
Movement was brought forth together with the birth of a necessarily be considered as bands which played strictly in the
regional identification. Among poets, writers, and artists, the jazz language. They were much more a symbol of modernity
evenings at Curitibano Club promoted artistic movements of the group that is reflected in its attitude, performance, and
marked by exhibitions of art, by the Belas Artes cafe at XV the musicians’ uniform costume: shiny patent leather shoes,
de Novembro Street. In 1924, Rádio Clube Paranaense PRB2 creased pants, white shirt, dark jacket and bow tie. At this
broadcasted football matches, music shows, theater and point, foreign genres, mostly American songs, were added
news; talent shows were animated by regionais in 1930. In to the repertoire of the group, which basically performed
this scenario of multiple configurations, the urban mass was Brazilian music. Mello (idem) states that “in the first
established around the idea of modernity, which motivated fourteen years of the twentieth century, recorded Brazilian
the growth of the entertainment industry and acquisition of instrumental music was dominated by dobrados, mazurkas,
cultural goods, developing the popular music market. This choros, polkas, waltzes and quadrilles”. American music, such
scenario encouraged the creation of record patenting and as cake-walk and two-step started coming to Brazil in 1903,
transformed phonographic authorship rights and popular and between 1915 and 1927 a total of 182 new productions
music into an international business. This is how the modern were introduced in Brazil, compared to the previous decade.
musical genres emblematic of the XXth century were born. The cultural impact of this new sound either on the
Between 1900 and 1940, some popular music genres, Brazilian audience and on Brazilian musicians had important
cultural consequences. Fox-trot was one of the American
genres that stood out in this period. It appeared in the United
1 Pianist, researcher and professor at Faculdade de Artes do Paraná (FAP).
Currently enrolled in a Master’s program in Ethnomusicology at Universidade States in the summer of 1914, and by 1916, American fox-
Federal do Paraná (UFPR). Holder of a Professional Master Degree in Brazilian trots such as Hindustan, Whispering, and The Sheik of Araby
Popular Music and a Bachelor Degree in Popular Music, both at FAP, and a
Bachelor Degree in Painting at Escola de Música e Belas Artes do Paraná were already danced at parties in Brazil. In 1920, two kinds of
(EMBAP). Member of the Music, History and Politics Research Group at FAP.
Marilia Giller promotes projects about jazz history in Curitiba and, since 2008,
fox-trot were well established in Brazil: “the quick fox-trot and
she collaborates with Clube do Jazz website, writing about jazz movement in the slow fox-trot, that is, fast and slow tempos, the latter being
Curitiba and southern Brazil. Contact: magiller@gmail.com

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

better accepted in Brazil, inspiring our romantic fox-canção” 24, 1921. This paper announced the “International Orchestra,
(SEVERIANO, 2008, p.204). All this production competed a wild jazz band” at Sociedade Thalia. This band claimed
with the countless sambas, maxixes and choros launched by to be “the best group in the genre that we have.” However,
orchestras and regionais and soon were all adapted to the Curityba Jazz Band that was founded in 1923 by conductor
new market requirements. Many jazz bands appeared: Jazz Luiz Eulógio Zilli, is considered by some scholars as the first
Manon, Carlito Jazz, Jazz Band Sul-Americano, American Curitiba jazz band. In the 1930’s, in the city of Ponta Grossa -
Jazz Orchestra (Rio de Janeiro), Jazz Band Andreozá, Jazz Paraná, Guarany Jazz Band performed at Sociedade Guayra,
Band República, Jazz Band Cârafu, Jazz Band Saívans, and Tupynamba Jazz Band, headed by Estefano João Giller
Fuseflas Ragtime Orchestra and Jazz Band Imperador (São and Francisco Pavelec performed at parties and openings.
Paulo), Jazz Band Scala (Santos), the Jazz Band Acadêmica de Genres such as waltz, Boston waltz, schottish, polka, habanera,
Pernambuco (Recife), Jazz Espia Só (Porto Alegre). tango, dobrados, rumba, samba, batucada, embolada, march,
Many groups did not have that formation, but military march, slow fox, fox, fox-trot, and polka fox. In
they called themselves like that due to this fad, and due Curitiba, there was an association that brought together the
to the fact that, to survive in the musical entertainment groups of the city, called União dos Jazz Bands, that aimed
universe, musicians circulated through different genres, to unite musicians and to defend the interests of the class,
styles, and performances. However, as quoted by Sérgio performing charitable galas twice a month in the hall of Teatro
Cabral (CABRAL, 1997, p.100), the fashion of jazz bands Hauer (Jornal Correio do Paraná, April.12,1932, p.8). Still
was so overwhelming that even the string orchestras, which in Curitiba, Jorge Vosgrau and Benedito Ogg’s Oriente Jazz
often played in cafes and elegant pastry shops, began to call Band used to play mainly at Sociedade Universal, during the
themselves “jazz bands”. The Music Center of Rio de Janeiro decades of 1930 and 1940. Ideal Jazz Band and Íris Jazz Band,
came to establish the orchestra formations according to its that belonged to a musician named José da Cruz, included
workplace, and purpose of that type of activity. in the repertoire some genres as fox-trot, fox-trot-shimmy,
The presence of new instruments started out to be schottisch, mazurka, march, tango, waltz, choro, samba-jongo,
widely perceived with the popularization of jazz bands, which samba-carnival, fox-rumba and fox-blues. Conjunto Regional
had the saxophone as their symbolic instrument. Another dos Irmãos Otto was specialized in accompanying singers,
basic instrument is the American drum set, invented in the and in performing with the superstars of radio popular music,
southern United States, having the snare drum, floor tom, held a weekly program on PRB-2 radio. The set was led by
cymbals and bass drum pedal as the basis, which allowed Estanislau Otto and performed a vast repertoire of waltzes,
different sound effects. It was brought to Brazil in 1919 by tangos, choros and serenades.
Euro-American pianist Harry Kosarin and its jazz band In the 1940s, jazz bands started losing strength due
(GUINLE, 1953; IKEDA, 1984; MELLO, 2007; TINHORÃO, to the arrival of swing. This rhythm required a broader sound
1998). Pixinguinha was one of the pioneers in this performing by big bands, adding the suits of winds in the instrumental
process among regionais and jazz bands. When in Paris, in formation as well as the electric guitar and the microphone
1922, with his group Os Oito Batutas, he got in touch with for the singer. In Curitiba, new orchestras as appeared: Jazz
different styles like charleston, shimmy, ragtime along with Manon, Gerdau do Rosário, Baturetê directed by Harry
American jazz bands. When he got back to Brazil, the former Muller, Luz, Sumaré, Guarany, Orchestra of Osval Siqueira
regional announced its entry into the jazz band genre, adopting and Big Band of Genésio Ramalho, Curitiba’s favorite jazz
the saxophone, banjo and drums in its formation (CALADO, band (SA JR., 2006, p.45).
1990, p.274). The banjo was considered a rhythm instrument, We can point out that the main musical theme was the
and provided along with the piano, the tuba or the bass, the hybrid and multiracial character of modern society, within
necessary harmonic support and back up to characterize the a structured framework, invested with symbolism, , which
different styles performed by jazz bands. Some formations gave birth to a local sound in a community that was basically
in certain regions of Brazil ended up inserting regional formed of European immigrants.
instruments such as the tambourine and the accordion.
One of the first appearances of jazz recorded in
Curitiba was found in the newspaper A Republica, on January

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

REFERÊNCIAS
REFERENCES

CABRAL, Sérgio. Pixinguinha: Vida e Obra. Rio de Janeiro: Ed.


Lumiar, 1997
CALADO, Carlos. O jazz como espetáculo. São Paulo: Perspectiva,
1990.
GUINLE, Jorge. Jazz Panorama. Rio de Janeiro: Ed. Agir, 1953.
IKEDA, lberto. Apontamentos históricos sobre o jazz no Brasil:
primeiros momentos. São Paulo: Comunicações e Artes vol. 13,
1984.
MELLO, Zuza Homem de. Música nas veias: memórias e ensaios.
São Paulo: Editora 34, 2007.
RODERJAN, Roselys V. Aspectos da Música no Paraná. In:
História do Paraná, v. 3. Curitiba: Grafipar, 1969, p.171-205.
SÁ JR, Adherbal Fortes. Vestido branco: a aventura musical.
Curitiba: Edição do autor (author’s edition), 2006.
SEVERIANO, Jairo. Uma história da Música Popular Brasileira:
das origens a modernidade. São Paulo: Editora 34, 2008.
TINHORÃO, José Ramos. História Social da Música Popular
Brasileira. São Paulo: Editora 34, 1998.
União dos Jazz Bands. Correio do Paraná. Curitiba: 12 abr. 1932,
p.08.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

CARIMBOS / INK STAMPS


Carimbos encontrados nos documentos do acervo do músico Antonio Melillo.
Fonte: Biblioteca Octacílio de Souza Braga – Faculdade de Artes do Paraná.
Ink stamps found in Antonio Melillo’s collection of documents.
Source: Octacílio de Souza Braga Library – Faculdade de Artes do Paraná.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

OUÇAM A AMERICA
Publicidade. Fonte: Ilustração Paranaense.
Advertisement. Source: Ilustração Parananense.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

OS REGIONAIS DE CHORO E OS PROGRAMAS DE AUDITÓRIO


DAS RÁDIOS
CHORO REGIONAIS AND RADIO TALENT SHOWS

Ana Paula Peters 1

Depois de muitas experiências e curiosidades postas à prova, o rádio foi apresentando cada vez mais
possibilidades de comunicação com os ouvintes. Surgiram os radioteatros, as radionovelas, os programas de
calouros e os programas de auditório, que sempre contavam com a presença do público nas radioemissoras.
Para o entretenimento nesses programas, surgiu também, dentro das rádios, a utilização de um tipo de
formação instrumental indispensável a eles, o conjunto regional, logo abreviado para “regional”.
Pela necessidade de improvisação na hora de acompanhar cantores em tonalidades variadas e de
interpretar músicas muitas vezes desconhecidas, diversos músicos que viveram nesse período dos regionais
das rádios apontaram a improvisação como a sua grande escola de vivência e prática musical. Os chorões
que desfrutaram das possibilidades oferecidas pelo rádio eram unânimes em afirmar que a época de ouro
do rádio também foi uma grande escola de divulgação, de circulação e de ensino desse gênero musical e de
tantos outros mais. As relações estabelecidas no rádio e as sociabilidades que existiram foram marcadas pela
disciplina musical, pelos ensaios e pelos padrões de comportamento que se esperavam dos músicos, inclusive
pela roupa que eles vestiam.
Por meio dos programas de calouros do rádio das décadas de 1930 a 1950, homens e mulheres do
povo subiram aos palcos e fizeram ouvir, pela primeira vez, as suas vozes anônimas. E foi desses programas
que surgiram para a vida artística dezenas de nomes que viriam a formar a grande constelação de astros
do rádio e, logo depois, da televisão. De fato, os programas de auditório das rádios, espetáculos dirigidos a
uma plateia e estruturados de maneira a permitir a participação do público, nasceram, na verdade, com os
primeiros programas de calouros, o que veio a possibilitar o relacionamento direto entre público e artistas
e, ainda, derrubou definitivamente os antigos vidros dos aquários2, que deram lugar aos palcos-auditórios.
Todas essas ações certamente multiplicaram os programas ao vivo. Na década de 1940, Arthur de Souza,
locutor de Curitiba, lembra que “os locutores e os artistas ficavam separados da plateia por um vidro. Era um
aquário, que depois foi derrubado, e os artistas então puderam ter um contato mais direto com o público. Na
época, a emissora fazia transmissões dos espetáculos que eram realizados no Cassino do Ahú e que traziam a
Curitiba grandes artistas do Rio de Janeiro como Silvio Caldas, Orlando Silva, Nelson Gonçalves e Emilinha

1 Graduada em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e em Flauta pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP). Mestre em
Sociologia pela UFPR, com pesquisa sobre a presença dos regionais nos programas de auditório nas rádios de Curitiba. Integrante do Grupo de Pesquisa em Música
Paranaense na EMBAP, com a coordenação de Elizabeth Prosser. Palestrante sobre história da música e do teatro no Brasil. Contato: anapaula.peters@gmail.com

2 Aquário é o nome dado às divisórias acústicas de vidro que separavam a sala de gravação da sala técnica, usadas para isolar os sons externos e assim captar
melhor os sons pelos microfones.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Borba” (Gazeta do Povo, Caderno G, 10/09/2000, p.1).


“Seu” Oscar Fraga3, violonista do Regional do Janguito, afirma que na PRB-2 existia um vidro
enorme, “descomunal”, separando os músicos da plateia, que, sentada num tipo de arquibancada, ouvia as
músicas. Mas eles, sem som, apenas viam as palmas, não as ouviam, por causa da separação. A experiência de
tocar no aquário logo foi extinta em razão da busca das emissoras por público, que, por sua vez, desejava ter
um contato mais próximo com os artistas.
Sobre a parte artística da Rádio Guairacá, em Curitiba, João Féder lembra que os espetáculos eram
comandados por Janguito do Rosário e seu regional, além de Zé Pequeno (Gazeta do Povo, Caderno G,
04/07/1999, p.3). Eles costumavam receber grandes nomes da Rádio Nacional como Emilinha Borba, Silvio
Caldas, Ângela Maria e Cauby Peixoto. Numa ocasião, passaram um dia inteiro com Emilinha, que provocava
grande tumulto ao seu redor cada vez que ia a algum lugar. Ela deu entrevista e cantou para o povo na Praça
Tiradentes. “Era tanta gente que, na hora de deixar o local, ela não conseguia entrar no táxi”.
O caráter de improvisação inicial desses programas deveu-se ao fato de seus criadores não
contarem praticamente com qualquer organização de infraestrutura, pois eram quase sempre locutores que se
aventuravam a programistas. O que pesava muito era a criatividade de cada um. E em Curitiba parece que a
lição foi bem realizada: “Foram os programas de auditório e as radionovelas que transformaram a PRB-2 num
dos fenômenos de comunicação de massa nunca mais visto em Curitiba. Atrações nacionais e internacionais
passaram pelos seus microfones. (...) A Rádio, já instalada na Rua Barão do Rio Branco, tinha auditório para
até 700 pessoas, orquestra, conjuntos regionais e várias outras formações musicais. O departamento de teatro
tinha grande elenco. Tanto que a audiência da PRB-2 era maior que a da Rádio Nacional, mesmo com todo
seu staff de estrelas. No auditório brilhava Mário Vendramel” (idem).
Em Curitiba, a Rádio PRB-2 manteve seu auditório na Rua Barão do Rio Branco, inaugurado em
1941. Começava uma fase de variedades, humor, programas de calouros e de auditório. Naquele mesmo ano,
ocorreu um dos episódios mais lembrados por todos que assistiam a esses programas: Orlando Silva cantou
sem microfone da sacada da Rádio para o povo que estava na rua, afinal, muitos não conseguiram entrar
no auditório para assisti-lo. Esse episódio foi lembrado por Vicente Mickosz4, ex-radialista da Rádio Clube.
Ele afirmou que esse acontecimento realmente fez jus ao reconhecimento de Orlando Silva como “cantor
das multidões”. O ano também foi marcado pelo surgimento de dois regionais: o regional da PRB-2, sob o
comando de Gedeon da Souza (interpretando, num programa intitulado Regional, músicas caracteristicamente
brasileiras e acompanhando os cantores regionais que atuavam na emissora) e, ainda, o Regional dos Irmãos
Otto.
A Rádio Clube Paranaense chegou a apresentar atrações do porte de Carmem Miranda, Orlando
Silva, Demônios da Garoa, Anjos do Inferno, Linda e Dircinha Batista, Vicente Celestino, Marlene e Ângela
Maria, além de nomes internacionais. Essas apresentações eram, no geral, partilhadas pelos regionais, que
quanto mais acompanhavam os cantores, mais experiência e fama conquistavam. Dessa maneira, o Regional
do Janguito foi apontado, por Ary Vasconcelos, como um dos conjuntos em atividade que mais brilhou em
Curitiba (VASCONCELOS, 1984, p.51). O regional também foi ressaltado por Ubiratan Lustosa ao dizer que,

3 Depoimento dado à autora, durante a escrita de sua dissertação de mestrado, numa entrevista na casa do violonista realizada em 2005.

4 Depoimento dado à autora, durante a escrita de sua dissertação de mestrado, numa entrevista no Museu Lumen (organizado pelo próprio radialista Vicente
Mickosz, no período de 2000 a 2005, que catalogou os acervos das Rádios Paraná AM e Rádio Clube AM) realizada em 2005.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

quando músicos chegavam a esta cidade, perguntavam se iam tocar com Janguito e seu regional, em razão da
fama que esse grupo já havia conquistado.
Em 1950, um programa apresentava o Conjunto da Saudade, que revivia as mais belas páginas
musicais de outros tempos e o regional de Janguito do Rosário. O programa Calouros B-2 teve como
apresentador Mário Vendramel, que também tinha os melhores programas de auditório, como O Expresso das
Quintas e Sérgio Fraga. Foi a época de ouro dos programas de auditório e dos profissionais polivalentes. Assim,
a Rádio Clube Paranaense se caracterizou pelo programa de auditório e pela radionovela. Ela tinha o melhor
elenco, a melhor orquestra, o melhor conjunto regional e os melhores cantores. Todos eram contratados pela
rádio e recebiam cachês, como funcionários. Com relação ao pagamento, o violonista Oscar Fraga, integrante
do Regional do Janguito, fez questão de ressaltar a pontualidade da rádio e de afirmar que recebia bem, tanto
quanto um funcionário público da Caixa Econômica. A década de 1950 foi o auge dos programas de auditório.
Depois de a Rádio Clube Paranaense manter durante 22 anos a exclusividade em Curitiba, surgiu, em 23 de
novembro de 1946, a ZYH-8, a Rádio Marumby, que também contava com o seu conjunto regional. O terceiro
prefixo de Curitiba surgiu em 1947, com a ZYM-5, a Rádio Guairacá. Ela absorveu jovens que atuavam nas
outras rádios, como Janguito do Rosário e seu regional, Zé Pequeno entre outros. O auditório estava sempre
lotado; além de artistas locais, costumavam participar nomes como Sílvio Caldas, Emilinha, Ângela Maria,
Marlene, Bárbara Martins e Cauby Peixoto, da Rádio Nacional. Entre os artistas locais, Medeiros Filho,
seresteiro, teve um programa de estúdio acompanhado pelo Regional Guairacá, sob o comando de Gedeon de
Souza, além do Regional do Benevides Prado.
A onda de popularidade dos programas de calouros das rádios não se estenderia além da década de
1950. Quando a televisão começou a invadir a área anteriormente ocupada com exclusividade pelo rádio, a
estrutura desse meio de comunicação começou a se modificar. A partir de 1955 já se percebia que a televisão
levava um número cada vez maior de profissionais do rádio. Com a dissolução do elenco das rádios, o
fechamento de algumas emissoras e o fortalecimento da televisão, os conjuntos regionais foram perdendo
o seu mercado de trabalho e ficaram restritos muitas vezes às atividades de lazer, como serestas e festas de
subúrbio. A Rádio PRB-2 teve o fim do seu auditório em 1968, com a venda da emissora. E a maneira de
desmanchar os regionais em Curitiba foi dar-lhes horários cada vez mais alternativos – 3 ou 5 horas da manhã
– até que os músicos abandonassem essa prática. Desmontou-se, também, o elenco do radioteatro da Rádio
Clube Paranaense, que durante mais de 10 anos dominou a audiência no Paraná. A manutenção do elenco
foi considerada muito cara para a emissora, que perdia audiência face à recém-nascida adversária, a televisão.
Provavelmente com o fim do elenco de atores, ocorreu a despedida dos conjuntos e dos regionais, cujos
integrantes passaram a ocupar outros espaços, para garantir assim o seu ganha-pão.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

After many experiences and curiosities put to taken away, so that the artists could have a more direct contact
test, radio became an increasingly important channel to
1
with the public. At that time, the channel would broadcast
communicate with listeners. The first radio theaters, radio shows that were held in Cassino do Ahú. Famous artists were
soap operas, talent shows and talk shows appeared, based on brought from Rio de Janeiro to Curitiba, like Sílvio Caldas,
the presence of the public in the premises of the radio stations. Orlando Silva, Nelson Gonçalves and Emilinha Borba”
Moreover, as an entertainment option in these programs, (Gazeta do Povo, September 10, 2000, p.1).
was introduced an instrumental musical formation that was Mr. Oscar Fraga3, a guitarist member of Regional do
critical for these shows: the regional set, which soon became Janquito, stated that there was a huge, “colossal” glass at PRB-
known as regional. 2, separating musicians from the audience. The latter sat on
Improvising whenever needed in order to both ”bleachers” and listened to the songs, but the musicians didn’t
accompany singers in different tones and to perform songs hear anything, they only saw the audience clapping, due to
that were often little known, several musicians who witnessed this separation. This practice of playing in this “aquarium” was
that period of regionals quoted this improvisation as their real soon ended because the radios were in search for audience,
school of experiencing and of practicing music. These chorões who wished to have a closer contact with the artists.
took the possibilities offered by the radio and are unanimous Concerning the artistic part of Guairacá Radio
in certifying that the golden age of radio was also an important in Curitiba, João Feder recalls that the shows were led by
school for the presentation, circulation and teaching of this Janguito do Rosário and his regional, as well as by Zé Pequeno
musical genre called choro and many others. The relationship (Gazeta do Povo, July 04, 1999, p.3). They used to welcome
between the radio and the existing social skills was marked famous artists from Rádio Nacional of Rio de Janeiro, such
by musical discipline, by rehearsals and by the behavior as Emilinha Borba, Silvio Caldas, Ângela Maria and Cauby
standards that were expected from the musicians, including Peixoto. On one occasion, they spent the whole day with
the way they dressed. Emilinha. Feder stated that there was a riot around the
Between the 1930s and the 1950s, through radio famous singer. Once, she was interviewed and then sang for
talent shows, ordinary men and women stepped up on stage the people at Tiradentes Square. “Tiradentes Square was so
and performed their anonymous voices before an audience crowded that it was really hard for her to get into a taxi to
for the first time. In fact, it was during these programs that leave”.
dozens of names came out to the artistic life. They would form Those radio shows had an improvising profile due
a great artistic constellation of radio, and soon, television the lack of organization of the head of those programs as
stars. Indeed, radio talk shows, which were directed to an they were speakers who also played as programmers. In fact,
audience that faced the stage, and structured to allow the what really counted was their creativity, and in Curitiba it
audience to participate, were born with the first talent shows, seems that they did really good. “Talk shows and radio soap
which enabled the direct relationship between the audience operas have transformed PRB-2 in a mass communication
and the artists and knocked down the “aquarium” between 2
phenomenon never seen again in Curitiba. National and
the audience and the artists, replaced by the stage-auditorium. international attractions sang there. (...) This radio that was
All of these actions certainly multiplied live programs. In the installed on Barão do Rio Branco Street, included up to 700
1940s, Arthur de Souza, an announcer from Curitiba, quoted: places in its auditorium, an orchestra, Regionais and also
“speakers and performers were separated from the audience many other musical formations. The drama section had a very
by this glass. It was pretty much an aquarium, which was later important and professional cast so the audience of PRB-2 was
much larger than Rio de Janeiro’s Rádio Nacional, with its
all-star cast. In PRB-2 auditorium, Mário Vendramel was the
1 Holder of a Bachelor Degree in History at Universidade Federal do
Paraná (UFPR), a Bachelor Degree in Flute at Escola de Música e Belas Artes do greatest star of all” (idem).
Paraná (EMBAP), and a Master Degree in Sociology at UFPR, focused on the Since its inauguration in 1941, radio PRB-2 in Curitiba
presence of regionais at radio talent shows in Curitiba. Member of the Paraná’s
Music Research Group at EMBAP, under the coordination of Elizabeth Prosser. managed to keep an audience of nearly 400 seats in their
Frequent panelist on Brazilian music and theatre history. Contact: anapaula.
peters@gmail.com
premises at Barão do Rio Branco Street. These were times of

2 “Aquarium” is the name given to the acoustic glass partitions that


separated the recording room from the technique room, used to isolate external 3 Testimony given to the author for her master’s thesis, in an interview at
sounds in order to better capture the microphones’ sounds. the guitarist’s home, held in 2005.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

variety shows, humoristic shows, talent shows and audience shows. Paranaense Club Radio was the only radio in Curitiba
programs. In that same year, one of the most remarkable for 22 years. Then, there came ZYH-8 Marumby Radio, on
episodes for those who used to watch these programs has to November 23, 1946, with its own Regional set. The third radio
be pointed out: when Orlando Silva, one of the most famous of Curitiba was born in 1947. It was ZYM-5, Guairacá Radio
Brazilian singers of the time, performed with no microphone and it brought in young artists who were working for other
on the balcony of the radio before a crowd that stood on the radios, like Janguito do Rosário and his regional, Zé Pequeno,
street because they could not get a place to watch him in the and others. The auditorium was always packed and, besides
auditorium. The episode was recalled by Vicente Mickosz4, a local artists, this radio would invite famous names such as
former Radio Club radiobroadcaster. He said that Orlando Silvio Caldas, Emilinha, Ângela Maria, Marlene, Barbara
Silva was indeed the “singer of the crowds”. The year of 1941 Martins and Cauby Peixoto from Rádio Nacional of Rio de
also marked the beginning of two regionais: PRB-2’s regional, Janeiro. Among local artists, Medeiros Filho hosted a talk
under the command of Gedeon de Souza (that would perform show along with regional Guairacá, under the command of
Brazilian songs in a program called Regional, and would back Gedeon de Souza, and Benevides Prado’s regional played there
the regional singers who worked in this radio) and Regional as well.
dos Irmãos Otto. The popularity of talent shows would not go beyond
Rádio Clube Paranaense attractions reached the the 1950s, when television spread over the radio and its
standard to have singers like Carmen Miranda, Orlando Silva, programs; thus, television changed the very structure of that
Demônios da Garoa, Anjos do Inferno, Linda and Dircinha means of communication. From 1955 on, a growing number
Batista, Vicente Celestino, Marlene and Ângela Maria, as of radio professionals switched to television. With the end
well as international artists. In general, these performances of the radio casting, the shutdown of radio stations and the
were accompanied by the regionais – the more they backed strengthening of television, regional sets began to lose their
those famous singers, the more experience and fame they got. labor market. As a consequence of that, those sets started to
This is how Janguito and his regional were reviewed by Ary be restricted to leisure activities such as parties and suburb
Vasconcelos as one of the most important sets in activity in serenades. Radio PRB-2 witnessed the end of its audience in
Curitiba (VASCONCELOS, 1984, p.51). Ubiratan Lustosa 1968, due to the sale of the station. It is known that a way to
also quoted the fact by saying that whenever the musicians diminish the importance of the regionais in Curitiba was to
arrived in the city, they asked if they would play with Janguito give them alternative schedules, like three or five o’clock in
and his regional, that, by then, held a solid reputation. the morning. It turned out that the musicians stopped playing
In 1950, Conjunto da Saudade was broadcast to revive on the radio. In the end, Rádio Clube Paranaense and radio
the old times and their most beautiful music and also Janguito theater cast also knew their end, after having dominated for
do Rosario’s regional. The program called Calouros B-2 was more than 10 years the audience in the state of Paraná. The
presented by Mario Vendramel. He also led the best talk shows maintenance of the cast was deemed too expensive for that
of the period, such as Expresso das Quintas and Sergio Fraga. radio, due to the advent of television. Due to the end of the
It was in fact the golden age of talk shows and professionals. cast, the regionais sets dismissal probably happened right
Rádio Clube Paranaense was known by its talk shows and the after, when members eventually had other occupations in
radio soap opera. It had the best cast, the best orchestra, the order to keep on playing and make a living.
best regional set and the best singers all hired by the radio,
and getting fees as employees. Concerning the musicians’
salary, guitarist Oscar Fraga, member of Janguito’s regional,
said that he was well paid as an employee at the Radio. He also
quoted that the wage was as good as a public bank worker’s
at that time. The 1950s were considered as the heyday of talk

4 Testimony given to the author for her master’s thesis, during an


interview at Museum Lumen (organized by broadcaster Vincent Mickosz
himself in the period between 2000 and 2005, who cataloged the collections of
Rádio Paraná and Rádio Club AM), in 2005.

41
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS

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TAVARES, Reynaldo C. Histórias que o rádio não contou. São
Paulo: Harbra, 1999.

42
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

O CHORO CURITIBANO
CHORO IN CURITIBA

Cláudio Fernandes 1

As primeiras manifestações musicais que originaram o choro em Curitiba ocorreram em razão do


surgimento das bandas militares, criadas a partir de 4 de julho de 1857. Um dos primeiros maestros a reger
os conjuntos instrumentais foi Bento Antônio de Menezes, posteriormente substituído por Clarimundo José
da Silva. Outras formações musicais diretamente vinculadas ao surgimento do choro curitibano foram as
jazz bands que em seu repertório incluíam valsas, polcas, dobrados, schottisches, sambas, batucadas, marchas
e foxtrotes. Um meio de difusão importante para o choro curitibano foi o rádio. Em Curitiba, esse meio de
comunicação chegou à década de 1920 mantendo grupos regionais locais que executavam o repertório ao
vivo. As rádios transmitiam espetáculos realizados no Cassino do Ahú, o que trouxe para a capital paranaense
nomes consagrados como Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Sílvio Caldas e Emilinha Borba, acompanhados
pelo Regional dos Irmãos Otto, Regional do Janguito e Regional do Zé Pequeno. Na década de 1940, o rádio
assumiu um papel importante, com a participação direta do público.
No final da década de 1940, chegou ao Rio de Janeiro o professor e compositor Cláudio Todisco2,
para trabalhar na Rádio Tupy e, em 1950, na Rádio Globo. Transferiu-se para Curitiba no início da década de
1950. Apresentou-se pela primeira vez na Rádio Guairacá, onde mais tarde foi contratado. Todisco foi mestre
do ensino e distinto no acordeom, deixou registros de arranjos de choros, polcas, valsas e marchas. Editou
ainda as suas composições pela Fermata do Brasil e gravou discos pela Odeon.
Na década de 1970, alguns dos acontecimentos importantes para a produção cultural de Curitiba
foram a criação da Fundação Cultural de Curitiba – FCC, a inauguração do Teatro Paiol e a do Teatro
Universitário de Curitiba – TUC. Essas iniciativas deram à cidade uma instituição normativa e proporcionaram
espaços culturais para música popular. Concomitantemente, foi criado o MAPA – Movimento Atração Paiol,
para a música popular, com o intuito de aglutinar músicos, compositores e produtores de Curitiba, o que
resultou na gravação de um disco LP. Nessa mesma época, o grupo Choro e Samba, mais tarde Choro e Seresta,
foi contratado pela Fundação Cultural de Curitiba para apresentações aos domingos na Feira de Artesanato

1 Mestre em Musicologia Histórica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e graduado em Educação Artística pela Faculdade de Artes do Paraná (FAP).
Integrante dos Grupos de Pesquisa em Música, História e Política da UNESPAR/FAP e em Etnomusicologia Paranaense da UFPR. Atua principalmente nas seguintes
áreas: Educação Musical, Produção Musical, Música de Câmera, Música Brasileira, Choro no Brasil, Choro Curitibano. Contato: fernandesviolao@gmail.com

2 Cláudio Todisco, natural de Vallerotonda – Monte Cassino – Itália, naturalizado brasileiro em 1956. Descendente de família tradicionalmente musicista,
desde os seus primeiros anos, Todisco dedicou-se ao estudo do acordeom. Fez curso de aperfeiçoamento em Paris e, em 1937, em um concurso, obteve o primeiro
lugar entre centenas de concorrentes. Composições editadas pela Fermata do Brasil: Meu Coração Não Quer (1953) – bolero; Ciclone (1953) – choro; Un soir à
Montreuil (1953) – valsa musette; Boneca do Iguassú (1954) – valsa. As polcas, Curitiba e Paranaense, de 1953, e a marcha 1o Centenário do Paraná, não possuem
registro de partitura.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

e Antiguidades, no Largo da Ordem, onde permanece até os dias atuais3. Já nos anos 80, o médico e músico
Marcio Tissori foi um dos maiores incentivadores do choro em Curitiba e um dos primeiros professores de
choro no conservatório. Ele foi o criador do Regional Bem Brasil. Na década de 1990, foram criados novos
grupos, Regional do Zuzu, Conjunto Retratos, grupo de choro Vai ou Racha, responsáveis pela promoção e
encontros da nova geração com músicos locais mais experientes, e que desenvolveram o que se considera ser
o processo intercultural no choro curitibano.
Nesse mesmo período, foi idealizado o projeto de implantação do conservatório na cidade de
Curitiba pelo prefeito Jaime Lerner. O objetivo era o de oferecer a mesma estrutura de ensino e de incentivo
tanto para a música erudita – aliás, como sempre acontecia – quanto para a música brasileira. O projeto
culminou em um encontro entre o prefeito Jaime Lerner, o produtor musical carioca Hermínio Belo de
Carvalho4 e o jornalista curitibano Aramis Milarch5. A música foi o ponto comum da conversa; nasceu assim
a ideia da criação de um conservatório musical, especificamente direcionado à música popular.
Na década de 1990, iniciaram-se as atividades musicais no conservatório, coordenadas por Roberto
Gnatalli . A instituição assumiu um papel preponderante para a formação musical e especialmente para o
6

choro e suas vertentes, com a intenção de reunir músicos dos mais diferentes gêneros e estilos musicais. Nos
anos de 1990 e 1991, surgiram as Oficinas de Música Popular Brasileira, com professores especializados do
Rio de Janeiro. A implantação do conservatório conferiu ao choro curitibano, que até aquela data encontrava-
se na informalidade7, o ensino formal. Além disso, a capital paranaense ganhou visibilidade como polo
cultural de capacitação musical, quando ocorreu a migração de músicos de outros estados, objetivando o
aperfeiçoamento musical. No ano de 1992, foi formada a primeira orquestra do conservatório, subsidiada pela
FCC. O repertório era variado, do maxixe à bossa nova. Tocava-se frevo, maracatu, fandango, samba, funk,
lundu, baião, marchinha carnavalesca e música baiana. O maestro Gnattali incentivou as práticas musicais
e, dentro desse contexto, e ainda, por iniciativa dos próprios professores e alunos, formaram-se grupos de
estudo de choro. Para tal tarefa, o conservatório vinculou a colaboração de músicos da velha guarda do choro
curitibano. Um dos colaboradores da iniciativa foi Arlindo dos Santos, violonista de sete cordas, que tocou
no Regional do Janguito8. De acordo com Janguito, Arlindo foi um personagem de extrema importância,
uma referência para o choro curitibano9 (Boletim Informativo Casa Romário Martins, 1984). Entre tantas

3 Fizeram parte da primeira formação do grupo: Alvino Tortato na flauta, Gideão no violão de sete cordas, Moacyr Azevedo no cavaquinho e Edmundo no
pandeiro. O único remanescente do grupo é Moacyr de Azevedo. Esse regional passou por outras formações com Tortato Filho na flauta, Gersão, Nilo dos Santos e
Alvino no violão de sete cordas, Benedito no pandeiro, Ismael nos vocais e Julião Boêmio no cavaquinho. A partir do ano de 1997, João Luis assume a liderança do
grupo com a formação de novos integrantes: Glay Pequeno no saxofone alto, Wilson Serra no bandolim, Moacyr de Azevedo no cavaquinho, Lucas Mello no violão
de sete cordas e João Luis no pandeiro.

4 Hermínio Belo de Carvalho, escritor, compositor e idealizador do Centro de Memória da Mangueira - CMM, para a Secretaria de Estado de Educação e
Cultura do Rio de Janeiro.

5 Aramis Milarch, jornalista e crítico de música e cinema paranaense. Foi também um dos fundadores e o primeiro presidente da Associação dos Pesquisadores
da Música Popular Brasileira (APMPB).

6 Instrumentista, produtor musical, arranjador, maestro e compositor. Sobrinho de Radamés Gnattali e de Aída Gnattali e desde 1980 é docente da Universidade
do Rio de Janeiro – UNIRIO – nas disciplinas História da Música Popular Brasileira, Arranjo e Técnicas Instrumentais e Música de Câmara. Criador da Orquestra
de Música Brasileira no Rio de Janeiro.

7 Informalidade no sentido que, em Curitiba, o choro era transmitido via oral, nas casa noturnas, bares e nas rodas. A partir da criação do conservatório,
formaliza-se o ensino da música popular.

8 João do Rosário nasceu em Joinville, SC, no ano de 1923, e faleceu em 1984. Solista de cavaquinho, veio para Curitiba na década de 1940, trabalhou na Rádio
PRB-2 formando o Regional de Choro. Formou uma dupla caipira com Farias e atuou como humorista com Mano Bastos

9 Janguito tinha enorme admiração e consideração pelo amigo e parceiro Arlindo dos Santos, para ele insubstituível. “Olha, depois que morreu o violão, o
Talico, eu não pus outro, eu não queria dois violões no regional. Não tem condições, porque o Arlindo é demais, a gente vendo ele tocar, fazendo cada coisa que
nós às vezes quebramos a cabeça pra acompanhá-lo de tão bom, e não tem violão que esteja a altura pra fazer um violão de seis cordas” (Boletim Informativo Casa
Romário Martins. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, v.II, n.43, 1984, p.8).

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

atividades, o conservatório promove, no período de férias escolares, a Oficina de Música de Curitiba, também
denominada de Festival de Música, que acontece desde 1993. A circulação de músicos durante esse período
propicia a realização de vários eventos dentro do calendário cultural da cidade. Isso empresta à cultura
musical curitibana um caráter multifacetado, aglutinador e acumulador de diversas culturas, já que esses
músicos trazem bagagens culturais dos locais de origem. Com o intercâmbio proporcionado, observa-se a
cada ano que a sonoridade dos músicos locais se transforma a partir de outros padrões estéticos, já adaptados
à musicalidade curitibana dos chorões.
No início do século XXI, organizaram-se diversos grupos, a maioria deles formados por ex-alunos
dos cursos de verão do Festival de Música de Curitiba e do Conservatório de Música Popular Brasileira e por
acadêmicos de música da Faculdade de Artes do Paraná (FAP), da Escola de Música e Belas Arte (EMBAP)
e da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Esses grupos constituíram uma nova classe de instrumentistas
do choro curitibano, e um novo desenho musical começou a ser configurado. Os músicos se assumiram
como profissionais, vivendo de sua própria arte. O Grupo Simplicidade, um dos mais antigos dessa linhagem,
promoveu em Curitiba há quase uma década, aos sábados, encontros no Bistrô do Barigui, com o grupo
Ebubu Fulo e Trio Emano Choro.
Outro fator importante para o incremento do cenário do choro curitibano foi a criação do Clube do
Choro de Curitiba no ano de 2002. Por meio da promoção de encontros periódicos de compositores locais,
o Clube do Choro de Curitiba foi de grande relevância para o fomento do choro e visivelmente colaborou
para o processo de formação de uma nova identidade do choro curitibano. De acordo com João Egashira, um
dos membros do clube, “alguns chorões da geração mais recente apresentam o choro sob certa influência de
formas musicais como o jazz e o pop. Se essas influências serão agregadas ao choro de forma significativa, só o
tempo poderá dizer” (EGASHIRA, 2005, p.31). Na Faculdade de Artes do Paraná, a partir de do ano de 2002,
iniciou-se o movimento de choro com o grupo Sisal, mais tarde O’Seis Q’Choram, e, em 2005, foi oferecido
à toda a comunidade, por meio de um projeto de extensão, o curso Prática de Choro, que ainda acontece na
instituição.
Atualmente, um dos pontos tradicionais da cidade de Curitiba é a Praça do Relógio das Flores,
no Largo da Ordem, onde há trinta e sete anos o grupo Choro e Seresta se apresenta das 10h30min às 12h,
com os chorões da velha guarda. A reunião segue no bar Tragos Largos, onde o choro continua até o final
da tarde. Nesse segundo momento, começa a roda de choro, e as condições são menos formais. Entende-se
que nesse local se concretiza o rito de passagem da velha para a nova geração do choro. Esses encontros, com
efeito, promovem a importância ao respeito, à amizade e à alegria, independentemente do estrato social ou
intelectual a que o músico chorão pertença. Observa-se que nessa circunstância o culto ao virtuosismo não
tem valor. A soberania tem nome: música. Os instrumentistas não se preocupam com o público. Não importa
se os presentes sabem tocar somente uma ou mais músicas, é um momento de contemplação, regado a bebida,
a petiscos e a muita alegria.
A roda de choro como evento social, multiétnico e multicultural estabelece laços entre a cultura
popular e o gênero musical choro. Os músicos componentes desse universo e o público se integram e
fazem parte de uma confraria musical. A morada do choro curitibano certamente passou por formalidades
e informalidades, mas é por meio das rádios curitibanas, Guairacá e PRB-2, que conquistou magnitude e
sobretudo respeito aos seus personagens. Os ambientes criados e vivenciados pela primeira geração do choro

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

curitibano ultrapassam a fronteira da sala de estar e dos botequins. Eles alcançaram as salas de estudos nos
conservatórios e nas universidades e conquistaram seguidores pertencentes a diversos estratos sociais. Essa
nova perspectiva de transitar por distintos ambientes incorporou elementos contemporâneos que seguramente
permitirão identificar as especificidades do choro curitibano.

The onset of choro1 in Curitiba occurred with the (Cultural Foundation of Curitiba) was created, plus the
emergence of the military bands created on the second half of opening of Teatro Paiol and Teatro Universitário de Curitiba
the 19th century. One of the first conductors of instrumental – TUC (University Theatre of Curitiba). These initiatives gave
groups was Bento Antônio de Menezes, replaced afterwards the city a normative institution and provided cultural venues
by Clarimundo José da Silva. Other musical formations for popular music. At the same time, Movimento Atração
directly linked to the onset of choro in Curitiba were the jazz Paiol - MAPA (Paiol Attraction Motion) was created on
bands, which included waltzes, polkas, dobrados, schottisches, behalf of popular music in order to bring together musicians,
sambas, batucadas, marches and fox-trots in their repertoire. composers and producers from Curitiba, which ended up with
The radio would come to be a very important media for choro the recording of a long play record. Also, in those years, the
in Curitiba. This media arose in the 1920s and kept local Choro e Samba group, now called Choro e Seresta was hired
regional sets that performed live music. Indeed, radio stations by the Cultural Foundation of Curitiba for performances on
would broadcast shows held in Cassino do Ahú, which Sundays at the art and antiques market at Largo da Ordem,
brought to the capital of Paraná artists like Orlando Silva, in Curitiba, where it can still be heard3. In the 80s, Marcio
Nelson Gonçalves, Silvio Caldas and Emilinha Borba, backed Tissori, a doctor and a musician, was one of the greatest
by Regional dos Irmãos Otto, Regional do Janguito and supporters of choro in Curitiba and one of the first teachers
Regional do Zé Pequeno. In the 1940s, radio assumed a very of choro at the conservatory. He was the creator of Bem Brasil
important role, with the direct participation of the audience. Regional. In the 90s, new groups were created, Regional do
In the late 1940s, a teacher and composer, Claudio Zuzu, Conjunto Retratos, Vai ou Racha choro group that
Todisco2, arrived in Rio de Janeiro in order to work at Rádio managed to promote them, and this new generation would
Tupy, and in 1950, he was in Rádio Globo. He moved to gather with old local musicians in order to implement an
Curitiba in the early 1950s. His first work was in Rádio intercultural process in Curitiba’s choro.
Guairacá where he was later hired. Todisco was a master of Still during the 1980s, mayor Jaime Lerner planned
education and an expert at his instrument, the accordion; to establish a conservatory in Curitiba. The main objective
he registered arrangements for choros, polkas, waltzes and was to provide to Brazilian music the very same structure of
marches. Additionally, he edited his compositions by Fermata teaching and encouragement already given to classical music.
do Brasil and recorded some albums for Odeon. The project started out during a meeting among Mayor Jaime
In the 1970s, Fundação Cultural de Curitiba – FCC Lerner, musical producer from Rio de Janeiro, Hermínio Belo

1 Holder of a Master Degree in Historical Musicology at Universidade


Federal do Paraná (UFPR) and a Bachelor Degree in Artistic Education at
Faculdade de Artes do Paraná (FAP). Member of the Music, History and
Politics Research Group at UNESPAR/FAP and member of the Paraná’s
Ethnomusicology Research Group at UFPR. Fields of work: Musical Education,
Musical Production, Chamber Music, Brazilian Music, Choro in Brazil, Choro
in Curitiba. Contact: fernandesviolao@gmail.com
3 Musicians who took part in the first formation of the group: Alvino
2 Claudio Todisco, was born in Vallerotonda - Monte Cassino - Italy, and Tortato on the flute, Gideao, on the seven-strings-guitar, Moacyr de Azevedo
was naturalized Brazilian in 1956. Descendant of a family of musicians, since on the cavaquinho, Edmundo on the tambourine. The only remnant of this
his very early years Todisco devoted his time to the study of the accordion. He group is Moacyr Azevedo. This regional has undergone other formations with
attended classes in Paris, and in 1937 Todisco won the first prize in a contest, Tortato Filho on the flute, Gersão, Nilo dos Santos and Alvino on seven-strings-
among hundreds of competitors. The following Todisco’s compositions were guitar, Benedito on the tambourine, Ismael as singer and Juliao Boêmio on the
published by Fermata do Brasil: Meu coração não quer (1953) - bolero, Ciclone cavaquinho. From 1997, João Luis became the leader of this group with the
(1953) - choro; Un soir à Montreuil (1953) - musette waltz, Boneca do Iguassú formation of the following new members: Glay Pequeno on the alto saxophone,
(1954) - waltz. The polkas Curitiba and Paranaense (1953) and the march 1° Wilson Serra on the mandolin, Moacyr de Azevedo on the cavaquinho, Lucas
Centenário do Paraná are without record of sheet music”. Mello on the seven strings-guitar, and João Luis on the tambourine.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

de Carvalho4, and journalist Aramis Milarch5, from Curitiba. choro in Curitiba9. Among several activities, the conservatory
Music was the center of their conversation, and the idea of promotes the Oficina de Música de Curitiba, also known
creating a musical conservatory dedicated to popular music as the Music Festival of Curitiba, that takes place during
was born. school holidays, since 1993. The intense activity of musicians
In the 1990s, musical activities at the conservatory had during this period leads to the realization of many events
the coordination of Roberto Gnatalli6. The institution took in the cultural calendar of the city. This lends to Curitiba’s
a leading role in musical education and especially in choro musical culture a multidimensional quality, that groups and
and its different aspects. It was intended to bring together accumulates different cultures, since these musicians bring
numerous musicians from different genres and musical styles. their own aesthetic patterns from their place of origin. With
At the same time, workshops in Brazilian Popular Music were this interchange one can easily see that the local musicians’
led by scholars who came from all the country. It is to point sonority has been transformed by different aesthetic patterns
out that the conservatory defined choro formal education in yet adapted to the own musicality of the chorões from Curitiba.
Curitiba . Additionally, the conservatory became a cultural
7
At the beginning of the 21st century, various groups
hub of musical training, a place where musicians from other were organized, and most of them were composed by
states are welcome, to improve music. In 1992, the first former students of the Music Festival of Curitiba and of the
conservatory orchestra was organized, and was sponsored by Conservatory of Brazilian Popular Music, academics of FAP
FCC. Musicians would play several genres, from maxixe up - Faculdade de Artes do Paraná (College of Art of Paraná), of
to bossa nova; frevo, maracatu, fandango, samba, funk, lundu, EMBAP - Escola de Música e Belas Artes do Paraná (School
baião, carnival marches, and music from Bahia were played. of Music and Fine Arts of Paraná), and UFPR (Federal
Conductor Gnattali would encourage musical practices, University of Paraná). These groups constituted a new class
and with the help of teachers and students study groups of of choro players in Curitiba, living as professional musicians.
choro were formed. To do this, the conservatory looked for Grupo Simplicidade is one of the oldest. For a decade, on
old generation musicians of choro in Curitiba. One of these Saturdays, the group has been responsible for meetings at
collaborators was Arlindo dos Santos, a 7-string-guitarist Bistrô do Barigui, along with Grupo Ebubu Fulo and Trio
who played in Janguito do Rosário’s regional . According to 8
Emano Choro.
Janguito, Arlindo was a character of great importance for Another important cause for the development of
choro in Curitiba scenario was the creation of Clube do
Choro in 2002. By promoting regular gatherings of local
composers, it was of great importance for the promotion of
choro and strongly contributed to the process of forming a
new identity of choro in Curitiba. According to João Egashira,
a member of this very club, “some of the latest generation
of chorões, perform choro under some influences, like jazz
and pop. If these influences are to be added to choro, time
4 Hermínio Belo de Carvalho is a writer, a composer and also who created
Mangueira Memory Center – CMM concerning the Secretary of State for will tell” (EGASHIRA, 2005, p.31). From 2002 on, College
Education and Culture of Rio de Janeiro.
of Art of Paraná started out this movement of choro with the
5 Aramis Milarch is a journalist, a music critic and a film critic of Paraná.
performance of Sisal group, then O’Seis Q’Choram group; and
He has also created and was the first Head of the Association of Researchers of
Brazilian Research on Popular Music Association (APMPB). since 2005, a course of Choro Practice has been offered to the
6 Roberto Gnatalli is an instrumentalist, a record producer, an arranger, a entire community.
conductor, and also a composer. He is Radamés and Aida Gnattali’s nephew. He’s
been teaching History of Brazilian Popular Music, Arrangement, Instrumental
Techniques, and chamber music at the University of Rio de Janeiro - UNIRIO -
since 1980. He has also set the Brazilian Music Orchestra of Rio de Janeiro. 9 Janguito showed deep admiration and regard towards his friend and
partner Arlindo dos Santos who according do Janguito was nearly impossible
7 Basically, meaning that in Curitiba choro has had oral transmition by
to be replaced. “You see, after the death of the guitar, the Talico, I did not replace
nightclubs, bars, and gatherings. Since the creation of the conservatory, popular
him. I did not want to have two guitars in the regional. It is totally impossible
music teaching came to be formalized.
to happen something like that, because Arlindo is unique, whenever we saw
8 João do Rosário was born in Joinville, Santa Catarina, in 1923, and died him playing, doing things we hardly follow, you know, there’s no way to hear a
in 1984. A cavaquinho soloist, he moved to Curitiba in the 1940s. He worked at guitar and can be leveled to this six-string-guitar player” (Boletim Informativo
Radio PRB-2, and formed the Regional de Choro. Plus, he managed to set up a da Casa Romário Martins. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, n. 43, v.II,
country duo with Farias and acted as a comedian along with Mano Bastos. 1984, p.8.).

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Currently, one of the traditional spots of Curitiba is Roda de choro, as a social, multiethnic, and
Praça do Relógio das Flores (Floral Clock Place), in Largo multicultural event is a link between popular culture and
da Ordem, where Choro e Seresta group has been playing this musical genre choro. The musicians, components of this
from 10:30 a.m. to noon for the last forty years with the old universe and the public are involved and are part of a musical
generation of chorões. Then, this performance goes on at Tragos brotherhood. Choro’s home in Curitiba certainly had its
Largos Bar where choro is performed until late afternoon. formalities and informalities, but it is through the radios, such
Later, the roda de choro starts, in a less formal condition. It is as Guairacá and PRB-2, that this genre got its magnitude and
said that that is where the rite of passage from the old to the the respect of its characters. The environments created and
new generation of choro takes place. In fact, these meetings experienced by the first generation of choro in Curitiba has
promote the importance of respect, friendship, and joy, gone beyond the boundaries of the living room and the bars.
regardless of participants’ social or intellectual level. In this They have reached the study rooms in conservatories and
circumstance the cult of virtuosity has no value. Sovereignty universities, and have followers of different social levels. This
has a name: music. The instrumentalists are not worried about new perspective of moving through different environments
the public. It does not matter whether they play only one song incorporated contemporary elements that will surely allow us
or more. This is meant to be a moment of contemplation, to identify the peculiarities of Curitiba’s choro.
drinks, snacks, and much joy.

REFERÊNCIAS
REFERENCES

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48
COMPOSITORES
COMPOSERS
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

AUGUSTO STRESSER
1871 - 1918

Maestro, arranjador, pintor, ourives, poeta, jornalista e funcionário público. Augusto Stresser viveu
apenas 47 anos e, apesar do seu pouco tempo de vida, demonstrou toda a sua aptidão artística. Natural de
Curitiba, Stresser nasceu em 18 de julho de 1871, era filho prematuro e caçula de Theodoro Stresser e de Izabel
Pletz. Residiu primeiramente em uma casa no centro da cidade e alguns anos depois mudou seu endereço para
uma região próxima ao bairro Bacacheri. Iniciou sua trajetória artística aos 7 anos de idade, demonstrando
grande aptidão na pintura de quadros. Logo depois dessa primeira fase, Augusto Stresser passou a se dedicar
à música e à fotografia. Na área musical ele aprendeu a executar a flauta transversal, o flautim, o contrabaixo e
também o piano. Foi um dos fundadores do Grêmio Musical Carlos Gomes, instituído em 28 de maio de 1893,
e foi músico da orquestra da Catedral Metropolitana de Curitiba. Compôs obras como a mazurca Pérolas
da Noite, a fantasia Prelúdio e um hino em homenagem ao Cinquentenário do Paraná. A obra de maior
expressão do artista foi, sem dúvida, a Ópera Sidéria, com libreto de Jayme Ballão, seu primo, e a orquestração
do maestro Leo Kessler. Augusto Stresser estreou a primeira ópera com temas genuinamente paranaenses em
3 de maio de 1912, no antigo Theatro Guayra. Morreu em 18 de novembro de 1918.

Augusto Stresser was a conductor, an arranger, a 28, 1893, and also played in the orchestra of the Metropolitan
painter, a jeweler, a poet, a journalist and a public servant. He Cathedral of Curitiba. He composed musical works such as
died at 47, but despite his short lifetime, he could show all his the mazurka Pérolas da Noite, Prelúdio and a hymn in honor
artistic abilities. Born prematurely in Curitiba, Paraná, on July of the fiftieth anniversary of Paraná. His work with the highest
18, 1871, he was the youngest of Theodoro Stresser and Izabel expression was undoubtedly Ópera Sidéria, with libretto by
Pletz’s children. The artist first lived in a house downtown his cousin Jayme Ballão and orchestration by Leo Kessler.
and some years later moved to a region close to Bacacheri, Augusto Stresser premiered the first opera with authentic
Curitiba. He began his artistic career at the age of 7, showing Paraná themes on May 3, 1912, in the old Theatro Guayra.
great skills in painting. He soon began to engage in music and Augusto Stresser died on November 18, 1918.
photography. In music, he learned to play the transverse flute,
the piccolo, the bass and the piano. Augusto Stresser was one
of the founders of the Grêmio Musical Carlos Gomes on May

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

BENEDITO NICOLAU DOS SANTOS


1878 - 1956

Músico, escritor, crítico de arte, poeta, teatrólogo, conferencista, musicólogo e professor, Benedito
Nicolau dos Santos nasceu em Curitiba no dia 10 de setembro de 1878. Estudou violoncelo, harmonia e
composição com renomados professores. Durante a vida, dedicou-se a estudar ciência e arte com ênfase
no campo da música. Durante anos, escreveu e depois publicou a obra Sonometria e Música, dividida em
4 volumes. Publicou também o livro didático Cantigas da Infância Homem, além de diversos estudos de
musicologia, entre as quais se destacam Pauta Sinfônica, Tertúlias Musicais e Pauta Sintética. Consta que
Benedito Nicolau dos Santos escreveu cerca de 200 obras, dos mais variados gêneros musicais, como tangos,
schottisches, valsas, polcas, operetas e peças religiosas. Ministrou palestras no Instituto Nacional de Música
quando expôs o seu novo método de ensino sobre grafia musical. Escreveu diversos textos para revistas e
jornais de sua época. Entre as suas 9 obras teatrais encontram-se Erros do Coração, O Homem de Saia e Lição
Amiga. Foi um dos fundadores do Círculo de Estudos Bandeirantes e membro de várias associações culturais.
Recebeu a cadeira número 19 da Academia Brasileira de Música. Benedito Nicolau dos Santos morreu em 9
de julho de 1956, em Curitiba.

Musician, writer, art critic, poet, playwright, lecturer, schottisches, waltzes, polkas, religious plays and operettas.
musicologist and teacher, Benedito Nicolau dos Santos was He also delivered several lectures at the National Institute
born in Curitiba on September 10, 1878. He had classes of of Music talking about his new method of teaching musical
cello, harmony and composition with renowned teachers. writing. He wrote several texts for magazines and newspapers
During his life, he devoted himself to science studies and art of that period. Among his nine theatrical works, we can find
with emphasis on music. For years, he’d written and published Erros do Coração, O Homem de Saia and Lição Amiga. He was
the work Sonometria e Música, divided into four volumes. He one of the founders of Círculo de Estudos Bandeirantes and
also published the didactic book Cantigas da Infância Homem, member of several cultural associations. He received chair
and several studies on musicology among which stood out #19 of the Brazilian Academy of Music. Benedito Nicolau dos
Pauta Sinfônica, Tertúlias Musicais and Pauta Sintética. It Santos died on July 9, 1956, in Curitiba.
is known that Benedito Nicolau dos Santos wrote about
200 works of many different musical genres such as tangos,

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

HERMINIA LOPES MUNHOZ


1887 - 1974

Pianista e compositora, Herminia Lopes Munhoz, conhecida carinhosamente como Dona Maninha,
nasceu no dia 25 de junho de 1887, em Curitiba. Cresceu sob influências culturais muito fortes. A casa de seus
pais era conhecida como a “Casa da Música”, pois lá aconteciam os saraus promovidos por sua mãe, a também
pianista Guilhermina da Cunha Lopes, e seu avô materno, o primeiro professor e mestre, Jacinto Manoel
da Cunha. A formação musical da pianista foi baseada na música erudita, por meio de estudos de técnica,
repertório, solfejo e teoria. Contudo, foi grande amante da música popular e interpretava tangos, maxixes
e choros. Além de Curitiba, residiu em Piraí do Sul, onde atuou como pianista e acompanhou películas no
Cine Íris, uma das primeiras salas de exibição de filmes do Paraná, ainda no tempo do cinema mudo. Foi uma
musicista inventiva, com domínio pleno da técnica musical e pianística. Nos tempos em que acompanhou
os filmes mudos, essas características se destacaram, pois havia a necessidade de criar diversas ambiências
durante a exibição. Foram editados dois livros de partituras do repertório de Dona Maninha, datados de 1953
e 1964. Gravou um único disco de acetato, em 1954. Na trajetória de vida de Dona Maninha, não lhe faltaram
virtudes, entre elas, o bom humor, a generosidade, o carisma e o amor pela família. Herminia Lopes Munhoz
morreu em 13 de abril de 1974.

Pianist and composer, Herminia Lopes Munhoz, Íris, one of Paraná’s first movie theaters. She was a creative
known affectionately as Dona Maninha, was born on June musician who mastered musical and piano techniques. When
25, 1887 in Curitiba. She grew up under very strong cultural she worked in movie theaters, she showed her talent, since she
influences. Her parents’ home was called “House of Music”, had to create a special atmospheres during the screening of
because musical evenings were promoted by her mother, the silent movies. Dona Maninha’s sheet music repertory was
Guilhermina Lopes da Cunha, who was also a pianist, and published in two books, in 1953 and in 1964. She recorded
by her maternal grandfather, who was her first teacher and only one acetate record, in 1954. Dona Maninha was seen as
master, Jacinto Manoel da Cunha. Herminia practiced woman of many virtues and that among these virtues were
classical music and studied technique, repertoire, solfège, and humor, generosity, charisma, and the love for her family.
theory. However, she loved popular music and played tangos, Herminia Lopes Munhoz died on April 13, 1974.
maxixes, and choros. She also lived in Piraí do Sul, where she
worked as a pianist and played along silent movies in Cine

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

JOSÉ DA CRUZ
1897 - 1952

Nascido em Campo Largo, no dia 19 de maio de 1897, o compositor, arranjador e instrumentista


José João da Cruz iniciou seus estudos musicais com o avô, Jerônimo Durski. Desde a infância, o pequeno
“Janguta” demonstrava talento para a música e, aos cinco anos de idade, com uma flauta de bambu construída
por ele mesmo, começou a sua jornada musical, que o levaria posteriormente a dedicar-se inteiramente ao
ofício. Aos quinze anos, fazia suas próprias composições e, algum tempo mais tarde, tocava e ensinava vários
instrumentos de sopro, sendo a flauta transversal o seu preferido. Recebeu dos amigos o apelido de Sabiá, pela
admirável habilidade com que tocava o seu flautim. Sua trajetória profissional se estabeleceu entre a vocação
para lecionar, a arte em ser copista e a dedicação aos grupos musicais que criou. Em Curitiba, a sua casa era o
ponto de encontro de músicos das mais variadas formações e origens. José da Cruz fundou e dirigiu diversos
grupos, entre eles, a Orquestra Regional Paranaense, o Quinteto Carioca, o José da Cruz e seu Conjunto
Typico Regional, a Ideal Jazz Band, a Íris Jazz Band, o Conjunto Caramurú e O Bando Alegre. Sua facilidade
em desenvolver arranjos e, sobretudo, a sua agilidade caligráfica, tornou o acervo do maestro um dos mais
volumosos já produzidos no Paraná. José da Cruz morreu em 30 de novembro de 1952, aos 55 anos, deixando
esposa e 5 filhos.

Born in Campo Largo on May 19, 1897, José da Cruz meeting point for musicians from various backgrounds and
was a composer, an arranger, and an instrumentalist. He was origins. José da Cruz founded and directed several groups,
initiated in his musical studies by his grandfather, Jerônimo among them Orquestra Nacional Paranaense, Quinteto
Durski. Since his childhood, little “Janguta” had a talent for Carioca, José da Cruz and his Conjunto Typico Regional,
music, and at age five, with a small piece of bamboo he made Ideal Jazz Band, Íris Jazz Band, Conjunto Caramurú and O
a flute by himself. Since then, he started his musical journey Bando Alegre. His agility in developing arrangements and
that would take him to devote himself entirely to music. At especially his skills in calligraphy helped turn his collection
age fifteen, José da Cruz was composing on his own, and some into one of the most voluminous ever produced in Paraná.
time later, he taught and played several wind instruments - José da Cruz died on November 30, 1952 at age 55. He was
the transverse flute was his favorite. His career was established married and had five children.
between the calling to teach and the dedication to the various
musical groups he founded. In Curitiba, his house was a

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

ANTONIO MELILLO
1899 - 1966

Antonio Melillo nasceu em Itararé, no interior do estado de São Paulo, no ano de 1899. Descendente
de uma família de músicos, iniciou seus estudos de piano no Conservatório Dramático da capital paulista e,
aos 21 anos de idade, concluiu o curso de piano e regência no Real Conservatório de Nápoles, na Itália.
De volta ao Brasil, foi contratado para atuar como regente de orquestra de uma companhia de óperas que
excursionava pelo país. Em uma de suas passagens pela capital paranaense, Melillo aceitou o convite do
professor austríaco Leo Kessler para ministrar o curso de piano no Conservatório de Música do Paraná. Em
Curitiba, ele organizou e regeu diversos grupos artísticos, entre eles a Orquestra Mignon. Atuou por vários
anos nas principais rádios da época e apresentou as suas próprias composições nas salas de cinema, nos
clubes e nas sociedades. Comandou a criação da orquestra do Clube Curitibano e da Sociedade Sinfônica de
Curitiba, esta última organizada em conjunto com os músicos Ludovico Seyer e Romualdo Suriane. Em 1931,
fundou sua própria escola de música, que recebeu o nome de Academia de Música do Paraná. Em 1956, em
parceria com Clotilde Leinig, transformou a academia em Conservatório Estadual de Canto Orfeônico do
Paraná. Antonio Melillo compôs um número significativo de obras sobre temas locais paranaenses. Faleceu,
juntamente com sua esposa, em um acidente automobilístico em 1966.

Antonio Melillo was born in Itararé, São Paulo, in theaters as well as clubs and societies. In Curitiba, Melillo
1899. Descending from a family of musicians, he studied was in charge of the creation of two of the most important
the piano at the Conservatory of Drama in São Paulo in orchestras of his time: the orchestra of Clube Curitibano and
1921. At 21 years of age, he obtained his degree in piano and the Symphonic Society of Curitiba, the latter being organized
conducting at the Royal Conservatory of Naples, Italy. Back along with the musicians Ludovico Zeyer and Romualdo
to Brazil, he was hired as the orchestra conductor of an opera Suriani. In 1931, he founded his own music school, Academia
company touring around Brazil. Once, when he was passing de Música do Paraná. In 1956, along with Clotilde Leinig, the
by Curitiba, Melillo accepted Austrian professor Leo Kessler’s school became the State Conservatory of Orphic Singing of
invitation to teach piano at the Music Conservatory of Paraná. Paraná. Antonio Melillo composed a significant number of
In Curitiba, he organized and conducted several art groups, works inspired by local themes. He and his wife died in a car
such as Orquestra Mignon. He worked for several years in crash in 1966.
major radios, performed his own compositions in movie

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

BRANCO TAVARES
1905 - 2010

Branco Tavares nasceu em 7 de março de 1905, na região de Ribeirão Preto, em São Paulo. Iniciou
seus estudos musicais com o maestro paulista Jorge Whitman, que harmonizou algumas de suas músicas.
Branco é autor de uma obra musical diversificada, que abrange variada gama de estilos: valsa, samba-
canção, marchinhas, guarânia, choro, entre outros. Para compor, utilizava os recursos do violão e do piano.
Sua primeira composição foi uma mazurca, feita aos 18 anos de idade, para que seu grupo pudesse praticar
a referida dança. Radicado em Curitiba desde o final da década de 80, fez contato com alguns músicos e
grupos da cidade, como o violonista Ezequiel Piaz, a quem dedicou alguns arranjos. Nos anos 90, participava
de rodas de choro na cidade, sempre manifestando o desejo de ver a sua obra registrada, divulgada e executada.
Em 2005, ao completar 100 anos de idade, foi homenageado pelos músicos locais, numa apresentação que
reuniu o conjunto da sua obra. A partir de então, Branco Tavares intensificou sua participação nos eventos
relacionados à musica popular curitibana, como as Rodas de Choro do Conservatório de MPB, o Festival de
Composição do Clube de Choro de Curitiba, a Oficina de Choro da FAP e também a Oficina de Música de
Curitiba. Graças à iniciativa de seus familiares e amigos, continuou batalhando pela divulgação da sua música
até o seu falecimento, em 2010, aos 105 anos de idade.

Branco Tavares was born on March 7, 1905 in Ribeirão released and performed. In 2005, for his 100th birthday,
Preto, São Paulo. He began his musical studies with conductor local musicians paid a tribute to him in a presentation that
Jorge Whitman, who harmonized some of his songs. Branco included all his work. Since then, Branco Tavares intensified
Tavares has a musical work that embraces different styles, his participation in events related to the popular music of
such as waltz, samba-canção, marchinhas, guarânia, choro, Curitiba, such as the rodas de choro of the MPB Conservatory,
among others. For composing, he used the guitar and the Clube do Choro de Curitiba’s Composition Festival, FAP
piano. His first composition, at age 18, was a mazurka, so that choro workshop and Oficina de Música de Curitiba. Branco
his group could practice the dance. Living in Curitiba since Tavares kept on struggling for the diffusion of his music until
the late 80s, he contacted musicians and groups in the city, his death in 2010 at age 105.
such as guitarist Ezequiel Piaz, to whom he dedicated some
arrangements. In the 90s, he participated in rodas de choro
when he expressed his eagerness to witness his work recorded,

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

LUIZ EULÓGIO ZILLI


1907 - 1990

Luiz Eulógio Zilli nasceu em Morretes, em 13 de setembro de 1907. Iniciou seus estudos em música
com o Sr. Henrique Radecki. Em Curitiba, Zilli frequentou o Conservatório do Paraná, dirigido pelo maestro
Leo Kessler e onde estudou violino com o professor Ludovico Seyer. Também frequentou aulas particulares
de harmonia, com o maestro Bento Mossurunga. Em 1923, fundou a Curityba Jazz Band, conjunto em que
atuou intensamente por três anos. Na época do cinema mudo, o músico tocou na maioria dos cinemas de
Curitiba, integrou várias orquestras e também foi solista. Entre 1922 e 1952, Zilli foi violinista da Catedral
Metropolitana. Foi ainda membro fundador da Orquestra do Clube Concórdia, onde atuou como violinista
spalla durante quatorze anos. Por mais de trinta anos, dirigiu o Coral Pio X da Catedral Metropolitana. Como
fundador e dirigente da Associação Orfeônica de Curitiba, um coral misto, apresentou 44 concertos em
teatros e conquistou o 1º prêmio do Concurso de Corais realizado pela Secretaria de Educação, em outubro
de 1957. Além do violino, seu instrumento predileto, Zilli tocava acordeom, piano, saxofone, violão, pífaro,
gaita, cavaquinho e bandolim. Zilli foi um dos fundadores da Escola de Música e Belas Artes do Paraná.
Como compositor, deu ao Paraná inúmeras obras entre hinos, músicas instrumentais e para canto, além de
um grande número de arranjos musicais. Luiz Eulógio Zilli faleceu em 1990.

Luiz Eulógio Zilli was born in Morretes, a small violinist for fourteen years. For over thirty years, he directed
village of Paraná, on September 13, 1907. He began his studies the Pio X Choir of the Metropolitan Cathedral. As founder
in music with Henrique Radecki. In Curitiba, Zilli attended and director of the Orphic Association of Curitiba, a mixed
the Conservatory of Paraná whose principal was conductor choir, Zilli presented 44 concerts in theaters and was granted
Leo Kessler. There he studied the violin with Prof. Ludovico with the 1st prize in the Choral Contest conducted by the
Seyer. He had as private tutor conductor Bento Mossurunga Education Department in October of 1957. Besides the violin,
who taught him harmony. In 1923, he founded Curityba Jazz his favorite instrument, he could play the accordion, the
Band, with which he worked intensely for three years. At the piano, the saxophone, the guitar, the flute, the harmonica, the
age of silent movies, he played in most theaters of Curitiba, cavaquinho and the mandolin. Zilli was one of the founders
he was a member of many orchestras, and also played as a of School of Music and Fine Arts of Paraná. As a composer,
soloist. Between 1922 and 1952, Zilli played the violin at the he gave Paraná many works such as hymns, instrumental
Metropolitan Cathedral. He was also a founding member of and singing music, along with a large number of musical
the Concordia Club Orchestra, where he served as a spalla arrangements. Luiz Eulógio Zilli died in 1990.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

JANGUITO DO ROSÁRIO
1923 - 1984

Popularmente conhecido como “Janguito”, o cavaquinista João do Rosário é natural de Joinville,


Santa Catarina. Nascido em 24 de junho de 1923, ele teve seu primeiro contato com a música graças ao
pai, que lhe deu um instrumento chamado “machete”, instrumento de 3 cordas de arame, muito comum
no litoral sul do Brasil. Em sua cidade natal, foi cantor na região do bairro Bucarein. Na década de 1940,
Janguito do Rosário chegou à capital paranaense, onde teve o seu primeiro trabalho no antigo Cassino do
Ahú. Inicialmente integrou dois conjuntos famosos na época: Diabos do Ritmo e Os Sete de Ouro. Ao longo
da sua trajetória teve ainda a oportunidade de participar de diversos regionais e programas de rádio, inclusive
esteve à frente do conjunto regional da Rádio PRB-2, conhecido como Regional B-2. Janguito gravou com o
Regional Arco da Velha duas faixas do disco de Dirceu Graeser intitulado O Som do Samba no Sul. Seu trabalho
mais conhecido, e que marcou época, foi com o Regional do Janguito, grupo que contava com a participação
de grandes personalidades do choro curitibano. Na sua carreira, acumulou mais de 6 mil apresentações em
todo o Paraná. Existem relatos de que recusou o título de Cidadão Honorário de Curitiba por três vezes,
por acreditar que seus colegas, integrantes de seu próprio conjunto regional, também deveriam recebê-lo.
Janguito do Rosário faleceu em Curitiba, no dia 17 de novembro de 1984.

Popularly known as “Janguito”, the cavaquinho player Som do Samba no Sul. His best known work was with the
João do Rosário was born in Joinville, Santa Catarina, on June group Regional do Janguito, which had in its formation great
24, 1923. His first contact with music was his father who gave personalities of Curitiba’s choro. Janguito played with several
him an instrument called machete, a 3-wired string instrument Brazilian and international musicians during his career and
that was very common on the southern coast of Brazil. Still performed over 6,000 times across Paraná. There are reports
in his hometown, he used to sing in Bucarein. In the 40s, that he had refused the title of Honorary Citizen of Curitiba
Janguito moved to Curitiba where he had his first job at the for three times, because he believed that the fellow members
old Cassino do Ahú. Firstly, he would play for two famous sets: of his regional set should receive it too. Janguito do Rosário
Diabos do Ritmo and Os Sete de Ouro. Throughout his career died in Curitiba on November 17, 1984.
he had the chance to participate in various regionais and radio
programs; he was also responsible for radio PRB-2 regional
set, known as Regional B-2. He recorded with Regional Arco
da Velha two tracks of Dirceu Graeser’s album entitled O

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

NILO DOS SANTOS


1923 - 2002

Nasceu em Curitiba no dia 26 de dezembro de 1923, em uma família de treze irmãos, todos iniciados
na música pelo pai, José Olinda, alfaiate e músico autodidata. Com quatro anos de idade, deu os primeiros
passos na música tocando cavaquinho, único instrumento que cabia em seus braços naquela época. Ainda na
juventude, foi contratado pela rádio PRB-2 como violonista, onde permaneceu até meados de 1950, quando
se casou com Prisciliana Rosa Cunha dos Santos, carinhosamente conhecida como Dona Ziza. Em 1975
ganhou de sua esposa, como presente de 25 anos de casamento, seu primeiro violão de 7 cordas, que logo
substituiu seu violão tradicional. No ambiente musical da cidade, Nilo passou a ser conhecido como “Nilo
Preto”. Acompanhou Nelson Gonçalves quando esteve em Curitiba. Apesar de recusar convites para sair do
estado, correspondia-se frequentemente com músicos cariocas e chegou a receber a visita de Cartola em sua
casa, vindo do Rio de Janeiro em busca do “tal Nilo Preto”, do qual todos falavam. Tocou durante muitos anos
no grupo Samba e Seresta, atual Choro e Seresta, fazendo apresentações aos domingos na feira do Largo da
Ordem. Nilo era muito conhecido por improvisar harmonias e acompanhamentos e foi muito influenciado
pela música de Pixinguinha, Orlando Silva, Cartola e Ademilde Fonseca. Sua única composição chama-se
Carinhos, feita em homenagem a sua esposa. Nilo dos Santos faleceu em 14 de junho de 2002.

Nilo dos Santos was born in Curitiba on December Curitiba. Despite refusing the invitation to leave his region, he
26, 1923. He was one of thirteen children. All of them were was frequently in touch with musicians from Rio de Janeiro.
taught music by their father, José Olinda, a tailor and a self- He even welcomed at his house the famous composer Cartola,
taught musician. At age four, Nilo dos Santos started playing who came to Curitiba to discover who was this Nilo Preto
the cavaquinho, the only instrument that fit his small arms. that everybody talked about. Nilo dos Santos played for many
In his youth, Radio PRB-2 hired him as a guitarist. He years in Samba e Seresta group, now called Choro e Seresta,
worked there until the middle of the 1950s, when he married and performed at Largo da Ordem market on Sundays. Nilo
Prisciliana Rosa Cunha dos Santos, affectionately known as was known for his high skills in improvising harmonies and
“Dona Ziza”. In 1975, his wife gave him, for their 25th wedding accompaniments. He was greatly influenced by the music of
anniversary, his first 7-string guitar, which would soon Pixinguinha, Orlando Silva, Cartola, and Ademilde Fonseca.
replace his traditional guitar. In the musical environment His unique composition is called Carinhos in honor of his
of this city, Nilo dos Santos became known as “Nilo Preto”. wife. Nilo Santos died on June 14, 2002.
He accompanied Nelson Gonçalves when the singer went to

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

ERNESTO CORDEIRO
1927

Natural de Curitiba, nasceu no dia 24 de abril de 1927. Passou sua infância em Santos, interior de
São Paulo, onde teve suas primeiras aulas de clarinete e onde compôs seu primeiro e mais conhecido choro
Teimosias do Benedito Carabina. Voltou a Curitiba para servir o exército, onde foi admitido para a Banda
de Música como clarinetista. Trabalhou na Rádio PRB-2 e na Rádio Guairacá, atuando com seu clarinete
no conjunto regional da emissora, acompanhando cantores e interpretando composições instrumentais.
Estudou saxofone com o porto-riquenho Edrim Morgam. Integrante das bandas de música do Corpo de
Bombeiros e da Aeronáutica, teve composições suas gravadas pela RCA Victor. Estudou na Escola de Música
e Belas Artes do Paraná e foi primeiro clarinetista da Orquestra Filarmônica da Universidade Federal do
Paraná. Participou da Orquestra a Base de Sopro do Conservatório de Música Popular Brasileira de Curitiba,
comandada pelo maestro Roberto Gnatalli. Recentemente, Ernesto Cordeiro fez parte da gravação do CD da
Banda da Aeronáutica do Bacacheri, em homenagem ao cinquentenário de sua fundação.

Ernesto Cordeiro was born in Curitiba on April 24, the Federal University of Paraná’s Philharmonic Orchestra.
1927. He lived in Santos, São Paulo during his childhood, He participated in the Wind Instrument Orchestra of MPB
when he had his first clarinet lessons. Santos also saw the birth Conservatory, conducted by Roberto Gnatalli. Recently,
of his first and most famous choro composition, Teimosias do Ernesto Cordeiro worked on the recording of an Air Force
Benedito Carabina. He returned to Curitiba for his military Band CD in honor of its fiftieth anniversary.
service, where he was admitted to the army’s music band
as clarinetist. He worked in PRB-2 and Guairacá radios
as clarinetist of the regional group, which backed singers
and played instrumental music. He studied the saxophone
with Puerto Rican Edrim Morgam. As part of the music
bands of the Fire Department and the Air Force, he had his
compositions recorded by RCA Victor. He studied at School
of Music and Fine Arts of Paraná and was first clarinetist of

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

WALTEL BRANCO
1929

Compositor, arranjador e músico, Waltel Branco nasceu em Paranaguá, em 22 de novembro de 1929.


Iniciou-se na arte muito cedo por meio da bateria, do violão erudito e, posteriormente, do cavaquinho, do
violoncelo, da harpa e do órgão. Teve como professores Bento Mossurunga, Padre José Penalva, Jorge Koshag,
Stanley Wilson e Alceo Bocchino. Chegou à cidade de Curitiba para morar com seu tio e estudar violão. Mais
tarde Waltel formou um regional jazz band tocando na Rádio PRB-2. Por volta de 1949, rumou para o Rio
de Janeiro e em seguida para Cuba, onde continuou a tocar, misturando jazz e as músicas cubana e brasileira.
Em seguida, ele foi estudar música para cinema nos Estados Unidos. De volta ao Rio de Janeiro, influenciou
grande número de músicos da época, que com ele criaram a Bossa Nova. Trabalhou ao lado de grandes nomes
da música mundial, entre eles: Stanley Wilson, Sal Salvador, Nat King Cole, Dizzy Gillespie, João Gilberto,
Dorival Caymmi, Laurindo de Almeida, Radamés Gnatalli e César Guerra Peixe. Fez arranjos para Roberto
Carlos, Cazuza, Tim Maia, Djavan, Cartola, Gal Costa, Maria Creuza, Mercedes Sosa, Astor Piazzola, Zé Kéti,
Peri Ribeiro, Tom Jobim, entre outros. Gravou os discos Guitarra em Chamas 1 e 2 juntamente com o violonista
Baden Powell. Waltel compôs mais de cinco mil trilhas, realizou incontáveis arranjos e participações, além de
espetáculos e shows que até hoje realiza em todo o Brasil e no exterior.

Waltel is a composer, an arranger and a musician. He founded Bossa Nova with him. He also worked with great
was born in Paranaguá on November 22, 1929. He started names such as Stanley Wilson, Sal Salvador, Nat King Cole,
in art very early, learning the drums, classic guitar, and later Dizzy Gillespie, João Gilberto, Dorival Caymmi, Laurindo
cavaquinho, cello, harp and organ. His teachers were Bento de Almeida, Radamés Gnatalli and César Guerra Peixe. He
Mossurunga, Padre José Penalva, Jorge Koshag, Stanley composed arrangements for Roberto Carlos, Cazuza, Tim
Wilson and Alceo Bocchino. Waltel arrived in Curitiba to live Maia, Djavan, Cartola, Gal Costa, Maria Creuza, Vanuza,
with his uncle and to study the guitar. Later on, he formed a Mercedes Sosa, Astor Piazzola, Zé Keti, Peri Ribeiro, Tom
regional jazz band playing on radio PRB-2. By 1949, he sailed Jobim, among others. Waltel recorded the albums Guitarra
toward Rio de Janeiro and then went to Cuba where he kept em Chamas 1 and 2 along with guitarist Baden Powell. Waltel
playing, mixing jazz, Brazilian and Cuban music. Then he composed more than 5000 soundtracks, achieved countless
went to the U.S. to study soundtrack music. Back to Rio de arrangements and participations, as well as shows and
Janeiro, he influenced many musicians of that period, who concerts, and still performs throughout Brazil and abroad.

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SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

WALDIR TEIXEIRA
1934

Maestro, compositor e professor, Waldir Teixeira nasceu em São Francisco de Paula, no Rio
Grande do Sul. Waldir vem de uma família de músicos: o pai era violinista e todas as noites ele se reunia
com amigos para tocar músicas religiosas e populares. Foi assim que Waldir aprendeu a tocar o seu primeiro
instrumento, aos quatro anos de idade: o cavaquinho. Na adolescência foi para Caxias do Sul, onde começou
a estudar acordeom. Participou de shows de calouros em programas da rádio local e, como sempre ganhava
o primeiro lugar, a rádio decidiu contratá-lo. Assim, Waldir recebeu seu primeiro cachê. Estudou piano no
conservatório da cidade de Santa Cecília e começou a ministrar aulas de acordeom na Academia Catarinense
de Acordeom, na cidade de Lages. Em Curitiba, trabalhou na Rádio PRB-2, onde se apresentava com o
conjunto vocal Os Comandos no programa Expresso das Quintas e onde acompanhava cantores como Elza
Soares, Cauby Peixoto e Linda Batista. Como integrante do conjunto regional da rádio, ele tocou com Janguito
(cavaquinho), Edmundo (pandeiro) e Arlindo dos Santos (violão). Waldir Teixeira já produziu cerca de
300 obras, dos quais mais de 100 choros. Atualmente, é maestro e arranjador da Orquestra Sinfônica de
Curitiba e diretor do Conservatório Musical Som Maior, do qual também é o fundador.

Conductor, composer, and teacher, Waldir Teixeira In Curitiba, he worked at PRB-2 radio program Expresso das
was born in São Francisco de Paula, in Rio Grande do Sul. Quintas when he featured with the vocal group Os Comandos;
He lived in a family of musicians. His father was a violinist, also, he accompanied singers such as Elza Soares, Cauby
and every night he would get together with his friends to Peixoto and Linda Batista. As a member of the radio’s regional
play religious and popular music. Waldir Teixeira learned set, he played along with Janguito (cavaquinho), Edmundo
to play his first instrument, cavaquinho, when he was four (tambourine), and Arlindo dos Santos (guitar). Waldir
years old. During his adolescence, he moved to Caxias do Teixeira has produced more than 300 works, over 100 of
Sul where he began studying accordion. He participated in them being choros. He is currently arranger and conductor of
local radio programs and local talent radio shows, and since Curitiba’s Symphonic Orchestra, and director and founder of
he always won, the radio hired him. He studied piano at the the Conservatory of Music Som Maior.
Conservatory of Santa Cecília and started teaching accordion
classes at the Santa Catarina Academy of Accordion in Lages.

61
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

WALTER SCHEIBEL
1934

Bandolinista, nasceu no dia 12 de outubro de 1934, em Florianópolis, numa família muito


musical, na qual os pais e todos os seus irmãos tocavam algum instrumento. Sua mãe, Dona Alaíde, foi sua
primeira professora de música e lhe ensinou as notas e acordes do violão, enquanto seu pai lhe mostrou a
sonoridade da gaita. Mas foi pelo bandolim que se afeiçoou. Tocou em várias rádios de Florianópolis, como
a Rádio Anita Garibaldi, Diário da Manhã e Rádio Guarujá, sempre aprimorando seu estilo musical. Como
muitos músicos de sua época, que começaram como amadores, optou por seguir a carreira militar, dentro
das Forças Aéreas Brasileiras (FAB). Por razões profissionais, mudou-se para Porto Alegre em 1963, onde
ampliou sua versatilidade musical ao tocar também guitarra e ao interpretar músicas da Jovem Guarda em
clubes, sarau e soirées dançantes. Em 1972, instalou-se definitivamente em Curitiba, onde conheceu Arlindo
7 Cordas e Janguito do Rosário. Participou de muitos grupos, como o Arco da Velha, tocou em clubes, como
o Curitibano, em casas de música, como o Nilo Samba e Choro, e em casas de família, sempre apresentando
composições próprias e clássicos do gênero. Ao falar sobre sua origem, Walter Scheibel costuma se considerar
um “catiguaupa”, palavra que inventou para abranger as três localidades onde viveu. Mas seu coração, afirma
ele, é, sem dúvida, curitibano.

Mandolinist Walter Scheibel was born on October 12, musical versatility by playing guitar and also playing Jovem
1934 in Florianópolis, in a very musical family: his parents Guarda songs, in clubs and soirees. In 1972, he settled
and all his brothers played instruments. His mother, Dona permanently in Curitiba, where he met Arlindo 7 Cordas and
Alaíde, was his first music teacher and taught him the notes Janguito do Rosário. He participated in many groups, such as
and chords of the guitar, while his father showed him the Arco da Velha, played in clubs such as Curitibano, bars such
sound of the harmonica, but he became fond of the mandolin. as Nilo Samba e Choro, and in private homes, always featuring
He played in several radio stations in Florianópolis, like Anita his own compositions and classics of the genre. When talking
Garibaldi radio, Diário da Manhã and Guarujá radio, always about his origin, Walter Scheibel usually considers himself
honing his musical style. Like many musicians of his era, who a “catiguaupa”, a word he invented to encompass the three
began as amateurs, he opted to follow a military career within locations where he lived. But his heart, he says, is undoubtedly
the Brazilian Air Force (FAB). For professional reasons, from Curitiba.
he moved to Porto Alegre in 1963, where he expanded his

62
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

PEDRINHO DA VIOLA
1936

Pedro Gonçalves é músico, compositor e luthier. Autodidata, aos 71 anos de idade é mais conhecido
pelo nome artístico de Pedrinho da Viola. Antes de se tornar músico, ele trabalhou como lavrador, sapateiro
e barbeiro. Nasceu na fazenda conhecida como “Mata Burro”, na cidade paranaense de Santo Antônio da
Platina. Aos 5 anos de idade, Pedrinho iniciou sua jornada musical e, aos 7 anos, já se apresentava, seguindo
os passos de seu pai, na cidade natal de Ribeirão Bonito, no Paraná. Quando se mudou para a capital
paranaense, foi morar no bairro Tanguá, local então quase desabitado. O choro é uma das suas especialidades,
mas ele também executa sambas e outros gêneros populares. Até hoje, Pedrinho da Viola gravou 3 discos,
dois em vinil, Pedrinho da Viola e Fusca Prata, pela extinta Polygram, e um CD independente intitulado Essa
Mulher é o Bicho. Começou a compor aos 16 anos de idade, e sua obra completa, constituída por mais de 100
músicas, ainda aguarda catalogação. Pedrinho também constrói instrumentos de cordas, arte que, segundo
ele, aprendeu sozinho. De fato, aos 25 anos de idade ele construiu seu primeiro violino. Num cantinho da
casa constrói violas, bandolins, violinos, violões e cavaquinhos, tudo à mão e sem ajuda. Pedrinho da Viola
acredita que ainda não alcançou o sucesso, apesar de se dizer bem satisfeito com as suas conquistas. Casado
com Teresa Lopes Gonçalves, teve dez filhos.

Pedro Gonçalves is a musician, composer and luthier. and Fusca Prata, from Polygram’s time, and an independent
He is a self-taught musician and, at 71, he is best known by his CD entitled Essa Mulher é o Bicho. He started composing
stage name: Pedrinho da Viola. Pedrinho, before becoming a at age 16, and his complete work includes more than one
musician, had been a farmer, a shoemaker, and a barber. He hundred songs. Pedrinho also makes string instruments, an
was born on a farm known as Mata Burro. At the age of 5, art that, according to him, he learned by himself. At the age
Pedrinho began his musical journey; with only 7 years of age of 25 he made his first violin. In a corner of his own house, he
he was already performing, following the example of his father, makes guitars, mandolins, violins, and cavaquinhos by hand
in his hometown Ribeirão Bonito, Paraná. When he moved to and without assistance. Pedrinho da Viola believes he still has
the capital of Paraná, Curitiba, he was one of the first residents not achieved success, although he is quite satisfied with his
of Tanguá in Curitiba. Choro is one of his expertises, but he achievements. Married to Teresa Lopes Gonçalves, they have
also plays samba and other popular genres. So far, he has ten children.
recorded three albums, two of them vinyl - Pedrinho da Viola

63
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

WILSON MOREIRA
1960

Compositor e músico autodidata, Wilson Thadeu Serra Moreira nasceu no Mato Grosso do Sul,
em 16 de janeiro de 1960. Em 1976, iniciou seus estudos tocando violão. Nessa época, teve seu primeiro
contato com o choro curitibano quando, de férias na capital paranaense, conheceu o Regional do Janguito.
Dois anos mais tarde já havia se interessado pela música popular, através do choro e do samba. Começou,
então, a tocar cavaquinho e bandolim. Alguns anos depois, passou a residir no estado de Santa Catarina e,
em 1984, mudou-se definitivamente para Curitiba, indo em busca de trabalho. Logo começou a trabalhar na
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Em 2000, ele passou a integrar os grupos Choro e Seresta e o
Grupo Simplicidade. Em contato com compositores locais, Wilson sentiu-se estimulado e começou a compor
suas próprias músicas. Hoje, Wilson Moreira tem dezenas de composições de sua autoria, incluindo o choro
Saindo à Francesa, sua obra mais conhecida.

Composer and self-educated musician, Wilson Thadeu worked for the Brazilian postal service. In 2000, he became a
Serra Moreira was born in Mato Grosso do Sul on January 16, member of groups Choro e Seresta and Simplicidade. Wilson
1960. In 1976, he started his studies playing the guitar. At that was very inspired by the contact with local composers and
time, when he was on a vacation in Curitiba, he had his first began to compose his own songs. Presently, Wilson Moreira
contact with Curitiba’s choro when he met Janguito’s regional. has dozens of compositions of his own, and his best known
Two years later, he was already interested in popular music work is choro Saindo à Francesa.
through choro and samba. He started playing mandolin and
cavaquinho. A few years later, he moved to Santa Catarina and
in 1984, in search of work, he settled in Curitiba where he

64
PARTITURAS
SHEET MUSIC
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

AFINANDO MEU BANDOLIM


Waldir Teixeira R= 76
choro

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66 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

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AFINANDO MEU BANDOLIM | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 67


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

A VOZ DOS PÁSSAROS


Branco Tavares R= 60
choro-canção

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68 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

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53

& ao % e Fim

A VOZ DOS PÁSSAROS | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 69


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

BRAVO
Waldir Teixeira R= 58
choro

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19

70 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

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BR AVO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 71


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

CABOCLO VELHO
José da Cruz R= 82
choro

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72 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

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43

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CABOCLO VELHO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 73


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

CARINHOS
Nilo dos Santos R= 72
choro

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74 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

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CARINHOS | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 75


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

CHEIRA PESCOÇO
Luiz Eulógio Zilli R= 88
maxixe

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76 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

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28
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43

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CHEIR A PESCOÇO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 77


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

CHORO DOS AMIGOS


Pedrinho da Viola R= 88
choro

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& b 42 œ œ .. œ  œ œ #œ

F D7 G m7

œ œ œ œ nœ bœ  œ œ #œ œ œ #œ œ œ nœ œ
&b œ
3

C7 F
œ œ œ œ œ œ œ nœ
&b bœ œ œ œ œ œ #œ œ
6

œ  œ œ

F7
9

b œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ bœ œ œ œ œ œ
&

Bb F
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
œ
&b
12

C7 F F7 Bb
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
&b
15


1
F
œ œ œ œ œ œ œ œ
C7  F
œ œ œ œ œ œ œ œ
&b ..
18

 œ œ

78 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

œ œ œ
F A7 Dm
œ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ œ  œ œ
&b
21

G7 C Bb
œ œ œ œ œ œ œ œ œ
&b  œ œ œ œ œ œ nœ bœ œ œ œ œ
24

F /A D m7 G m7 C7 F
œ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
&b
27

A7 Dm G7
œ œ œ #œ œ œ œ œ œ  œ œ œ œ œ œ œ œ œ
&b
30

C Bb F /A D m7

œ œ œ nœ œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ
b œ œ œ bœ œ œ œ œ
33

& 

G m7 C7 F  F
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
&b
36

 œ œ ao %e œ œ

CHORO DOS AMIGOS | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 79


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

CHORO PARA ZÉLIA


Waltel Branco R= 63
choro

%C C /B b D /F #

œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ 
6

& 42 ‰ œ œ œ .. œ œ
#œ œ R #œ œ

œ
F6 G7 C G7 C Am

œ œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ
œ œ œ œ
3

&

Dm D m/C B m7( b 5) G 7(#5) C G 7(#5)


œ œ œ œ #œ œ #œ œ œ œ œ œ #œ œ
& œ #œ
œ œ #œ œ œ nœ
6

œ
6

C C /B b D /F # B m7( b 5) E7
œ œ œ
9
œ œ œ œ œ #œ œ œ œ #œ œ #œ
&œ #œ œ

Ao C /G Go G 7( b 9)
œ œ #œ œ œ œ
A m7 F
œ œ œ #œ œ bœ œ œ œ
12
bœ #œ œ œ œ
& œ b œ

C#o
1 2
B m7( b 5)
œ œ œ #œ œ œ œ nœ
C G 7(13) C E7 Am C
œ œ œ œ œ
&œ ‰ œ b œ .. œ . ..
15

J
6 6
Fim

Dm A /G Dm B m7( b 5) E7 Am C 7/G

œ œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ # œ œ œ œ
œ  bœ œ œ
 œ
18

& 
6

80 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

1
F G C Am
œ œ œ
Dm G 7(13)
21
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
&  œ     œ
6

B b7
2
C E7 F Em A7
œ œ
&œ œ œ œ œ ..  œ bœ bœ œ
œ
 œ
œ œ
b œ # œ œ
24

Dm G7 C G 7(13)
27
œ œ #œ œ œ œ œ œ œ ‰ œ bœ
& ao % e Fim

CHORO PAR A ZÉLIA | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 81


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

CHORO PRO MENANDRO


Waltel Branco R= 72
choro

%D B m7 Em A7
# œ
& # 42 ..  œ œ œ œ œ œ œ
œ œ œ œ œ œ
œ #œ œ
D B m7 Em A7 D 7( b 9) G G m6/B b

##  œ œ œ œ
œ œ œ œ
œ œ œ œ
œ œ
œ œ œ œ œ œ
3

& 
œ
1

D /A B 7( b 9) E 7/G #
œ œ œ
E7 A7
## œ œ
œ œ nœ œ  #œ œ œ œ œ œ œ œ # œ # œ ..
6

& 
œ

2
¿ ¿ ¿ Œ
A7 Dm D m/F E 7( b 9) A7
## œ # œ œ nnb .  œ œœœ œ œ œ œ #œ
Œ . œ œ #œ œ œ
9

& #œ
 œ nœ œ
Dm D m/F A m7( b 5) D 7( b 9) G m7 C 7(9)

œ œ œ œ bœ œ œ œ œ œ œ œ
b # œ œ œ n œ œ œ œ
12

&  œ œ œ 
œ
1
F 7M F6 E7 A7
j ‰ œ œ œ œ œ
b œ œ œ œ œ œ Œ ..
15

& œ #œ œ ‰. œ œ
3 R #œ œ œ
2
A7 D D /F # G E 7/G #

&b
œ Œ n##  œ œ  œ œ œ  œ œ œ  œ œ œ
18

 œ #œ
œ œ

82 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

D /A Bbo Bm D /C G F #7
##  œ œ œ  œ œ œ œ œ œ œ nœ œ œ œ œ œ œ œ
œ œ œ
21

& #œ

Bm C #7/F F #m C #7/G # A7
œ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ
## œ œ
œ œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ
24

& œ

D D /F # G E 7/G # D /A Bbo
## œ œ œ
 œ œ œ  œ œ œ  œ œ œ 
27

&  œ œ  œ œ œ
œ

Bm D /C G Fo D /F # B m7

## œ œ œ œ n œ œ œ œ œ œ #œ nœ œ œ œ œ œ œ
œ œ œ œ
30

& œ œ

E 7/G # A7  D  D D /C

## œœ œ œ œ
œ nœ œ œ Œ Œ
33

& #œ ao %e (sem repetição)


 œ #œ œ

G /B G m/B b D D /C G /B G m/B b D D /C
##  œ œ œ œ œ œ b œ
Œ  œ œ œ œ œ Œ
36

& œ œ bœ œ

G /B G m/B b D /C G /B G m/B b D /C
œœ œ
D D

## œ œ. j
œ œ œ  J

œ œ bœ
40

& œ
œ œ œ œ bœ œ œ œ œ œ œ
G /B G m6/B b D D /C G /B G m6/B b D D /C

# # . œj œJ .  # œr œ . j œ. r

 œj œj.  r œj.  j j  J ..

 œj œ .  # œr œ .
44

& . J J #œ œ œ .
fade out

CHORO PRO MENANDRO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 83


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

CREPÚSCULO
Wilson Moreira R= 63
choro

% C E m/B G m6/B b A7 Dm Dm(7M)

& 42 œ œ œ .. œ œ . œ  œ nœ #œ œ œ œ œ. œ
œ œ bœ œ œ
œ

D m7 D m6 G7 C Ebo
œ
œ. œ  œ œ œ œ œ œ ‰ bœ nœ
4

&
3

Dm G7 C E m/B G m6/B b A7 Dm Dm(7M)


œ œ œ
œ œ œ œ  œ nœ #œ œ œ œ œ.
8 3

& œ. œ œ
3

D m7 D m6 G7 D m7 G7 G m7
œ
œ. œ  œ œ œ œ œ
12

&

C 7(9) C /B b F /A F m6/A b

œ bœ. œ bœ
 J  œ œ œ ‰ œ œ œ
16

&
3

C /G
œ œ
A 7(#11) D m7
œ œ
G 7(9) 
œ œœœ œ œ bœ nœ
œ
œ œ œ œ œ
19

& 
6

1 2
C G 7( b 13) C F #m7( b 5) B 7

.. œ #œ
Œ œ
23

& 

84 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Em Em(7M) E m7 E m6 Am Am(7M) A m7 A m6

#œ œ #œ œ œ #œ œ #œ œ
.  œ #œ œ œ œ œ  œ
27

& . 

B7 B 7( b 9) B 7 Em F #m7( b 5) B 7
œ œ œ #œ œ œ #œ œ œ #œ
#œ  œ œ #œ œ œ
31

&

œ #œ
Em Em(7M) E m7 E m6 Am Am(7M) A m7 A m6
#œ œ œ #œ œ
 œ #œ œ œ œ œ  œ œ œ
35

& 

F #m7( b 5) B 7
1

œ #œ
Em B7 Em

&œ  œ œ œ  œ #œ #œ Œ œ ..
39

œ
2
Em G7
 C C 7/B b
œ œ #œ
 œ
43
j
&
œ
ao %e

Ab A bm6 Eb C m7 C7
b œ œ œ bœ œ œ œ œ œ œ œ
&bb
47

œ
3 3

¿ ¿ ¿
3

Fm F m F #m G m A bm6 Eb E b/D b

b
&bb  œ œ œ œ
51

Ab A bm6 Eb
œ œ œ bœ œ œ
C m7 C7
b œ œ œ œ œ œ
&bb
55

3 3
3
¿ ¿ ¿
F m F #m G m A bm6 Eb Eb 9
6

Fm
b
&bb œ œ œ œ
59

CREPÚSCULO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 85


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

CURITIBANO
José da Cruz R= 80
choro

% C F

œ œ œ œ. œ œ
& 42 .. œ œ œ
œ #œ nœ œ œ œ

G7 C G7 C B 7( b 13)
œ œ œ œ œ œ
œ œ œ
3

&œ œ œ œ œ œ œ #œ nœ œ œ

Em B7 Em G7
œ. œ œ œ #œ œ œ œ œ œ #œ œ œ
œ #œ œ œ #œ œ
6

& œ #œ nœ

C F G7

œ œ œ œ. œ œ œ œ œ œ
œ œ œ œ œ
9

&œ œ œ œ

C B b7 A7 Dm

œ œ œ œ œ œ œ bœ œ œ œ bœ œ œ œ œ
#œ œ œ œ œ œ
12


1 2
G7  C C

œ œ
& œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ # œ n œ .. œ œ
15

œ œ œ œ

B7 E7 Am E7
œ œ œ œ #œ œ œ œ
& .. # œ œ # œ œ # œ œ n œ œ œ œ œ œ œ œ
18

86 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Am B7 E7 Am
21
nœ #œ nœ œ œ œ nœ œ œ œ œ œ œ œ
& œ œ œ #œ œ #œ œ #œ
1 2
E7 Am Am
œ œ œ #œ œ œ œ
œ œ œ œ œ œ œ .. œ œ œ œ # œ n œ
24

& #œ ao %e

 C F
œ œ œ œ œ œ œ
&œ œ œ r œ
œ œ b .. œ œ œ œ œ œ œ œ
27

œ
Fim
D 7/F # Gm

bœ œ œ œ bœ œ œ œ bœ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
&b 
30

C7 F C7

œ œ œ œ œ œ œ  œ œ bœ œ œ œ bœ bœ œ œ œ œ bœ œ œ
&b
33

F D 7/F #

œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ bœ œ
&b  œ œ bœ œ œ œ bœ
36

Gm F

& b bœ œ œ œ œ bœ œ œ  #œ œ œ œ nœ œ #œ œ bœ œ bœ œ #œ œ
39

1 2
C7 F F

œ œ ..
& b  œ #œ œ œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ #œ nœ n
42

do % ao  e Fim

CURITIBANO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 87


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

DINÂMICO
Walter Scheibel R= 132
choro

%C C (#5) F

œ œ œ œ œ œ.
& 42 .. œ œ œ #œ œ œ œ œ
œ œ #œ
Fm C Ebo Dm
œ œ œ œ œ. œ œ œ œ œ œ œ œ
œ œ
4

& #œ nœ œ #œ nœ œ
Bb G /B
œ
Dm
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ. œ œ
Œ
8

& œ #œ

Bb Dm G7 C
œ œ œ œ œ œ œ œ œ bœ œ œ nœ œ bœ
œ œ œ #œ œ œ.
12

& #œ nœ œ

C C (#5) F
16
œ œ œ œ bœ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ. œ œ
& œ #œ œ œ

Fm C C7 F

œ œ œ œ œ. œ œ œ œ
œ œ bœ
20

& #œ nœ œ œ
Ab C 
œ œ œ bœ œ
2
bœ œ bœ œ œ œ bœ œ œ
&Œ œ bœ
24

 bœ œ œ bœ 

A7 Dm
œ œ œ œ œ œ
G7 C  1
œ j œ œ œ œ

28

& œ

88 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

1 2

œ œ #œ œ œ œ
G7 C E7
œ #œ œ œ œ # œ œ
 œ œ # œ .. Œ .. œ œ

32

œ œ bœ œ œ œ bœ
Am A7
œ œ œ #œ œ œ #œ œ œ œ œ œ
Œ
36

& 

œ œ œ œ œ
Dm
œ œ
Œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ
40

&  œ #œ œ
1

œ œ œ œ œ œ œ œ
Am B7
œ œ œ œ.
44
œ œ œ #œ œ ‹œ #œ #œ œ #œ œ
&
2

œ œ œ œ œ
E7 B7 E7
œ #œ œ œ œ œ œ œ # œ # œ œ œ
#œ œ œ .. œ œ œ
48

&

Am A b7 G 7(#5)
 1
C7
œ œ bœ œ œ œ
œ œ
52

&  œ œ #œ ao %e 1


F Gm
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ bœ
œ
& b nœ œ œ
 nœ œ œ
 nœ œ
55

C7 F

œ œ œ #œ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ #œ œ
& b #œ  #œ  #œ
59

 

Bb
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ bœ œ
œ
& b nœ œ œ
 nœ œ œ
 nœ œ
63

DINÂMICO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 89


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

F C7 F

œ # œ œ œ #œ œ œ œ nœ œ œ œ œ
œ
œ nœ œ œ #œ œ œ
œ
&b
67

Gm
œ œ œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ œ n
œ
& b nœ œ œ nœ œ
71

œ #œ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ #œ
C7 F

œ # œ œ #œ
&b
75

Bb

œ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ bœ
b n œ n œ
79

& 

F #7
œ #œ œ œ
F C7 F

œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ #œ #œ œ
# œ œ œ œ œ œ # œ
&b  nœ  nœ
83

3 3

G7 
2 A7 Dm
œ œ œ œœœœ
œœœœ
&b  œ œ #œ n
87

ao %e 2  œ
œ
G7 C C6
90

œ œ œ œ œ #œ œ bœ œ œ nœ œ bœ œ œ œ œ bœ œ œ œ. œ Œ
&œ œ

90 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas DINÂMICO | 3


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

EXPOENTE
Waldir Teixeira R= 84
choro

B bm
œœœœ œ œ. œ œ
Fm
bb b b 2  œ œ œ œ n œ œ œœœœ n œ œ
& 4 œœ œœ œ œ œ

B bm C7 Fm
% Fm
œ
bb b b œ œ œ n œ œ œ n œ # œ œ œ œ œ œ . œ œ n œ b œ œ .. œ œ œ. œ
5

& œ #œ œ

B bm
œ œ œ. œ. œ œ œ œ œ œ œ œ
C7 Fm

b . œ œ nœ bœ œ œ œœœœ
& b bb œ
9

B bm C7 Fm
œ œ œ œ œ nœ œ œ œ nœ bœ œ œ œ œ. œ
bbbb œ . œ
3

œ
13

& œ œ#œ œ  œœ

B bm B bm
1

œ œ œ.
C7 Fm
œ. œ œ œ œ œ œ
17

b bbb œ . œ œ n œ b œ œ œ œœœ œœœœ


&

B bm
 2

œœœœ œ œ œ.
Fm C7 Fm C7

b œ œ œ œ
œ œ œ œ nœ #œ œ œ . œ
& b bb œ œ œ n œ b œ œ ..
21

B bm
. œ œ œ œ œ nœ bœ œ œœ œ
Fm F7 C7

bbb œ œ
œ œ œ nœ œ œ œ œ œ nœ #œ œ œ œ # œ œ œ
b
25

&

92 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Fm B bm C7
œ
29

b bbb œ  œ œ n œ b œ œ œ . œ œ
 œ œ nœ œ œ nœ nœ œ œ œ
& œ  œ

B bm
œœ œ œœ œ œœœ
Fm C7
œ œœ œœ
33
bb b b œ œ œœœ œœ œ nœ œ œ œ
œœ
&  #œ

B bm
œ œ nœ nœ œ œ œ œ
Fm C7
b . œ nœ bœ œ œ. œ œ nœ
& b bb œ œ  œ œ
37

œ  œ

Gb B bm
œ œ œ œ œ bœ œ œ œ œ œ œ nœ œ œ œ œ œ œ œ
Fm Fm C7
œ œœœœœœœœ
bbbb
41

&

œ œ œ œ
Fm A7 Dm F7
45
bb b b œ . œ n œ œ n œ œ n n b . œ œ œ . œ œ. œ œ œ œ œ
& n .

Bb
œ œ œ
D7
œ œ.
Gm
œœ œ œ œ
C7
œœœ œœœœœœ
œ bœ œ #œ œ #œ œbœ
&b
49

œ œ œ.
œœœœœœœœ
F A7 Dm F7

œ œ œ œ œ œ œ. œ œ
œ
& b nœ œ
53

Bb B b/D Bo
œ œ
F D7 G7 C7
bœ œœ œœœœ
œ bœ œ #œ œ œ œ#œ œ œ nœ nœ œ œ nœ œ œ œ œ œ œ
&b nœ
57

1
F
2
F  Fm Fm
61

b œ . œ œ œ n œ œ . œ . œ b œ œ b œ œ bb b bbbb
œ. œ œ nœ bœ œ œ œ
Œ
& . b ao % e 

EXPOENTE | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 93


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

EXTASIEI-ME EM TEU OLHAR


Ernesto Cordeiro
valsa / waltz

% C6 F C6
Lentamente
j . œ œ œ œ œ œ œ
& 43 œ .œ œ œ œ œ œ œ

.
C6 A m/E D m7

j œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
‰ œ œ
4

& œ

E7 Am
. Presto
œ œ
œ œ œ œ œ œ œ œ
8

&œ œ œ œ #œ œ œ œ #œ œ œ
œ œ œ #œ
accel.
D7 G7

œ œ œ œ #œ œ œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ nœ œ
&œ œ œ œ œ œ
12

rall.

G 7( b 13) C6 F C6
U œ œ œ œ œ œ
j œ
&œ œ œ ‰ œ œ œ œ œ œ œ
16

œ
a tempo

C B7 B b7 A7 Dm
Presto
Œ bœ œ #œ œ œ œ #œ œ bœ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ
20

&
accel.

Fm F m/A b C 7(#5) B b7
24
# œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ # nœ
&

94 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

A7
œ œ œ œ #œ
D m7 G7  C
28
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
& œ œ œ œ œ œ œ
rall.
1 2
C C C 7/G C7

œ œ j œ nœ bœ œ œ œ œ #œ œ œ œ
Œ ‰ œj .. Œ ‰ œ b ..
32

&
œ œ œ bœ œ bœ œ
accel.
F Fo Gm C7

œ #œ nœ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ nœ bœ œ œ
&b œ œ œ œ œ œ
36

F D 7/F # C 7/G C7
œ nœ bœ œ œ œ œ #œ œ œ œ
&b . ‰ œ
40

J
F G#o Gm C7

œ #œ nœ œ œ œ œ œ
œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
&b
44

rall.
1 2
F G7
U
F
. .
&b ‰ œJ .. œ œ œ #œ ‰ œj
48

J ao %e

 C
œ bœ
Fm C
. .
œ b œ œ œ b œ œ
52

b œ œ œ
& œ œ 3

EXTASIEI-ME EM TEU OLHAR | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 95


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

ILUSÃO
Herminia Lopes Munhoz R= 116
schottisch

Am D m6/A E 7/G # E7 Am D m6/A E 7/G # E7

œœœœœœœ œœœœœœœ
&c œ #œ œ œ #œ œ

% Am E7 Am Am

œ œ œ œ
& .. œ ‰ œ œ œ #œ
5

#œ œ

E 7/G # E7 B m7( b 5) E 7(sus4) E7

œ ‰ œ œ œ œ
8

& #œ œ #

E 7/G # F /A Am Am E7

œ œ œ œ œ œ œ
& ‰ œ #œ œ
11

Am A 7/C # B b/D Dm D m/A


b œ #œ œ nœ œ
14
# œ œ œ œ ‰
& œ œ

œ.
Am A m/E E 7/B E7 Am
œ œ
J œ œ œ œ œ œ œ ..
18

&
Fim

A
21
### . œ œ œ œ œ œ
& .œ œ œ œ œ œ

96 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

E7 E 7/G # E7
24
###   œ œ œ #œ œ  
& œ

E 7/B A A
27
### œ œ œ œ œ   œ œ œ œ
& #œ œ œ

A A Bm F #7 Bm
30
###   œ œ œ œ œ   œ œ œ #œ œ
& œ œ

A E7 A
### œ . 
œ ‰ œ œ œ œ œ .. n n n
34

& J œ œ  ao % e Fim

ILUSÃO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 97


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

JABUTI NO CHORO
Pedrinho da Viola R= 96
choro

% Dm
œ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ # œ œ œ n œ œ œ œ œ #œ œ œ
A7
b
& 42  .
. œ n œ # œ œ œ œ

Dm
œ #œ œ œ œ #œ œ œ #œ œ œ #œ #œ œ #œ nœ œ
&b  nœ bœ œ #œ œ #œ œ œ #œ
4

E m7( b 5)
œ #œ œ œ œ #œ œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ bœ nœ œ bœ
D7 Gm
œ œœœœœ
&b 
8

œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ œ nœ œ œ
Dm A7 D7 Gm Dm
13

b œ œ #œ œ œ nœ œ œ œ œ #œ œ œ nœ œ #œ
& 

A7  1
Dm
2
Dm

œ œ #œ œ œ #œ œ œ œ #œ œ œ œ œ
b ..  œ œ œ #œ œ #œ
18

& 

A7 Dm D7
23

b . œ œ # œ œ œ#œnœbœ # œ œ œ œ #œ œ bœ œ œ  œ œ nœ œ bœ œ œ #œ œ œ œ bœ œ
& . œ #œ œ
œ

Gm E m7( b 5) A7
œ œœ œœ œœœ œ œœ œœœ œ
& b œ œ #œ œ œ bœ œ nœ œ œ œ œ
28

98 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Dm A7 D7
 œ œ œ œ œ œ œ œ. œ œ œ œ œ 
œ #œ œ #œ œ œ œ œ
&b
33

Gm E m7( b 5) Dm E m7( b 5)
œ œœœ œ  œœ œœœ œ  œ œ œ œ œ œ œ œ. œ œ œ œ
œ
&b 
38

1 2
A7 Dm Dm Dm
œ #œ œ œ œ œ
œ #œ œ œ œ nœ 
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44

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 Dm A7 D A7
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48

D
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53

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Am D7 G D
58
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A7 D7 G D A7
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63
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1 2
D
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Dm A 7( b 9)
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 2 Dm
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68

&   ao

JABUTI NO CHORO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 99


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

JUVENTUDE
Herminia Lopes Munhoz R= 122
valsa / waltz

Ab Eb

b œ . œ œ œ .
& b b 43

F7 B b7 Eb
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4

&

% Eb B b/D A b/C E b/G Eb



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8

B b7

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12

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Cm Bb Fm B b7

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16

A b/C Ab Eb

b œ œ œ . œ œ œ
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20

Eb B b/D A b/C E b/G Eb

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24

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100 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

E b7 Ab

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b Œ œ
28

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Abm E b/G Eb
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33

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F7 B b7  Eb
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37

F 7/A F7 Bb

bb . œ . œ œ œ œ. j œ œ œ œ
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41

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F 7/A F7 Bb
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45

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F 7/A F7 Bb

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49

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Bb Bb
1
F 7/A F7

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53

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Bb  Abm Eb
2


57

bb œ bbb bb b œ b œ œ œ Œ
& ao %e œ

JUVENTUDE | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 101


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

KORDERANDO
Ernesto Cordeiro R= 84
choro

C6 E m/B D m7/A G7 C6 E m/B D m6/A G 7( b 9)

& 42 œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ # œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ b œ œ

% C6 D m7

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5

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D m6 G 7/B F 6/A F m6/A b C /G
œ œ œ œ œ 
œ œ œ œ œ œ œ
9

& 

G7 E 7/G # A m7 D m6
13
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&  œ œ  œ  œ œ

F 7M G 7/B A m7
17
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&œ  œ œ 

Do C6 D m7

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œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
21

&œ  œ œ

F6 D m7 F m6/A b C7

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œ  œ
25

&

102 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Bbo F 6(9) F m6/A b E m7


œ œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ
œ œ œ bœ œ
29

&  

D b7
1
A m7 A7 D m7 F 7M C6 G7
 œœœœœ œœ œ
 bœ œ  ..
33

& 
Fim

Abo
2
C6 D m7 C 6(9) E m7
œ œ œ œ œ
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38

&   

F 7M D m7(9) G 7(9) C 7M E m7( b 5) A 7 D m7


œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ. œ
#œ œ œ œ  bœ
43

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Abo C 6(9) E m7 A7 D m7
œ œ œ œ œ œ œ œ œ
œ  œ œ œ œ œ œ œ œ œ
48

& 

1 2

G7 C6 C6 C6
52
œ œ œ œ œ œ   .. œ
&  œ œ ao % e Fim

KORDER ANDO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 103


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

LÍNGUAS DE TRAPO
Branco Tavares R= 88
maxixe

Am B7 Em
# œ œ œ œ œ œ œ
& 42  œ œ œ œ œ œ

E m/G F #m7( b 5) B7 Em
# 
œ œ œ œ œ œ œ œ
4

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j
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Em % Em B7
#
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8

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Em
12
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&  œ œ œ œ œ œ
#œ œ œ œ #œ œ

E7 Am

#  œ œ œ œ œ œ
œ #œ œ œ œ #œ œ
16

&

Em B7 Em 
#  œ œ œ œ
œ œ œ œ œ œ œ œ œ
20

& #œ œ œ œ
1 2

Em Em F #m7( b 5) B7
#  œ
œ œ œ œ ..  œ œ œ œ œ .. œ œ œ œ
24

& œ œ
#œ œ

104 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Em E7
28
#  œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
& œ #œ œ

Am F #m7( b 5) B7
#
 œ œ œ œ œ œ œ œ
32

& œ œ œ œ œ

Em F#o B7
#
 œ œ œ œ œ œ œ œ
36

& œ #œ œ œ œ
j j
¿ ‰ Œ ¿ ‰ Œ
1 2

Em Em Em
40
# ..  œ œ œ œ
& 
œ œ œ œ œ œ
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j
¿ ‰ Œ
 Em Am B7 Em
#
 œ œ œ œ œ œ œ œ
43

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E m/G F #m7( b 5) B7 Em
#  œ œJ ‰
œ œ œ œ œ œ œ œ
47

& œ #œ œ œ œ œ
œ

LÍNGUAS DE TR APO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 105


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

LUIZINHA
Benedito Nicolau dos Santos R= 92
polca / polka

%C G7 A7 Dm G 7/B C
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& 42
j
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j
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A 7/C # Dm G7 C
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
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5

&

D m/F G /F C /E C G7 C
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3

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9
j
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G7 A7 Dm G 7/B C
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j
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œ œ œ œ
13
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A 7/C # Dm F E7
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
œ œ œ œ œ œ
17

&

D m/F C Dm G7  C
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œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ ‰
j
21

& œ œ #œ œ J
œ

3 Fim

G D 7/A D 7/F # D7 G
œ œ œ œ œ #œ œ œ
25
# . œ œ œ œj œ œ œ œ œœœœ œ œ
& .
3

106 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

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D 7/A
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C G
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ ‰
j
29

&
œ
J

D 7/F # G#o
œ œ œ œ œ #œ œ œ
D 7/A
# œ œ œ œj œ
D7 G
33 œ œ œ œ œ œ œ nœ œ
&
3

1
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D 7/A A m/C G C D7 D 7(13) G
# œ œ œ œ œ œœœœ œ œ œ œ
37
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j
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&
œ

2
G  C C7 F

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A7 Dm Bb B bm6 F

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46

J œ œ œ
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C 7/G F D 7( b 9) G m7

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50

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C7 F Bb B bm6 F

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54

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1 2
C7 F F

& b œ #œ œ œ j
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58
j

œ ao % e Fim

LUIZINHA | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 107


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

MÁGOA DE CANÁRIO
Pedrinho da Viola R= 66
choro

% A7 Dm
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& b 42
œ bœ œ nœ .. œ œ œ # œ œ bœ œ nœ
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3

A7 D7 Gm C7
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3

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F B b7 A7 A m7( b 5) D 7
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b œ œ œ #œ œ œ œ œ #œ œ
6

&

B b7 E 7( b 9)  1
Gm C7 F A7 2
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&b œ #œ œ œ œ œ œ #œ œ nœ œ
9

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1 2
Dm Dm C7

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&b  œ œ nœ œ œ œ œ œ
12

F Am E7 Am

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œ œœœ œ œ #œ œ œ œ bœ œ nœ œ bœ œ œ œ œ nœ
15

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C7 F Gm C7
œ œ œ œ œ œ œ œ
&b œ œ œ œ œ œ œ œ œ œœœ œ œ œ œ œ
18

108 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

1
F
2
F  1 Dm
œ .
&b  œ œ n œ .. œ œ œ b œ œ n œ b œ
21

ao %e 1  œ œ bœ

A7 D A7
## . œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
œ b œ œ œ
24

& . œ œ œ œ œ

Am D7 G A7 D
27
## œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
&

E7 A7 Am D7 G A7
## œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
œ œ œ œ
30

&
1
D Bm E 7(9) A7 D
## œ œ œ œ bœ œ œ œ
œ œ œ œ œ œ œ œ  œ œ b œ ..
33

&
2
D  2 Dm
36
## œ . œ œ b œ n œ œ nnb b œ #œ œ œ œ. œ Œ
& ao %e 2 œ

MÁGOA DE CANÁRIO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 109


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

MEU PADECER
José da Cruz R= 126
schottisch

%C Dm G7

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& c œ œ #œ .. œ œ œ œ œ. J #œ œ

C Em B7

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4

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Em G7 C Dm G7

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8

& œ œ œ #œ nœ œ œ #œ œ œ œ œ

C /B b F /A G 7/B
C7

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E m7 C Dm G7

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12

&
1 2
C G7 C C G7 C F C 7/G F /A F

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16

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Fim
D 7/F # Gm Gm G m/F C 7/E C 7

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20

œ œ #œ œ
Gm F #7( b 13) F C7 C /B b F /A C 7/B b F /C F

&b œ œ œ œ nœ bœ
24

œ œ #œ œ

110 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

A m7( b 5) Cm Bb B bm6 F D m7

b bœ œ œ œ #œ œ œ bœ œ œ œ œ œ œ œ
&b œ œ œ nœ œ
28

1 2
G m7 C7 F C7 F F C7 F

œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
&b n œ b œ .. œ œ #œ n
32

ao %e

 C G7 C F C7 F F /A G#o

œœ œ œœœ œ œ œ œ œ nœ n
&œ œ œ ‰ b .. œœœ œ
35

Gm Gm G m/F E m7( b 5)
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œœœ œœœ
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œ œ œ œ #œ
&b ‰
39

Gm B bm6 F C7 F C7 F
b œ œœ œ œœœ œ œ œ nœ œ œ
&b ‰ œœœ œ
42

C m6 F7 Bb B bm6 E b7(9) F D m7

b œ œ #œ œ œ bœ œ œ
b œ œ œ œ œ œ œ œ nœ œ
46

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1 2
G m7 C7 F C7 F F C7 F

œ œ œ œ œ œ œ ‰ œœ. œ œ œ
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50

. œ œ #œ ao % e Fim

MEU PADECER | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 111


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

MIMOSA MORENA
Benedito Nicolau dos Santos e Corrêa Junior R= 56
habanera

% D6 D 7M Em

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& # 42 œ
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3

J
3 3

A7 A 7/C # D

## œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ œ nœ
3 3

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4 3

&
3 3
3

D F #7 Bm B 7/D # Em

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3 3

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8 3

& J
3

C #7 A7
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3

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3

œ œ œ œ #œ œ œ #œ œ œ œ #œ œ
3 3

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12

& J
3 3

D6 D 7M Em
16
## œ ‰ œ œ œ œ œ Œ œ œ œ œ
œ
3

& J
3 3
3

A7 A 7/C # D

## œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ œ nœ
3 3

œ œ œ œ œ œ
20 3

&
3 3
3

D F #7 Bm E/G # A
24
## ‰ œ œ œ œ œ œ Œ
3
œ œ œ œ œ œ
& œ J
3 3
3

112 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

A /G D B7 Em A 7( b 9)  D

## Œ œ œ œ œ
3

œ œ
3

œ œ œ œ œ œ
28 3 3
3

& J œ œ œ
œ
3

D7 G Bbo D 7/A

## ‰ œ œ n œ # œ n # .. œ ‰ œ œ œ ‰ #œ œ œ œ œ ‰ nœ œ
3
32

& œ
3 3 3
3 3

B7 B /A E m/G E m A7 D7

# œ œ œ œ œ œ œ ‰ œ œ
3


3

œ œ œ œ œ œ
36

& œ
3
3 3

E7 E /D A m/C D7 D /C G /B

# œ ‰ œ œ œ œ œ ‰ œ œ œ ‰ œ œ œ œ œ ‰ œ œ
3
40

&
3 3 3 3 3

E7 E /D A m/C E 7/B A7 C#o G /D

# œ ‰ #œ œ œ œ œ
& œ ‰ œ œ œ œ
œ
3

œ œ œ œ œ œ J ‰
44

J ‰
3 3 3 3 3

1 2
D 7(13) G G
48
# œ ‰ œ œ œ œ Œ
3
œ œ œ # œ ..
& J
3
3 3

 D

# œ ‰ œ œ # œ ## ## j ‰ œ
J ‰
52

& œ ao %e œ
3 3

MIMOSA MORENA | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 113


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

MORENA
Antonio Melillo R= 116
valsa / waltz

F /A F /C C 7/G C7

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& b 43 # œ œ .. #œ œ #œ œ œ œ œ
J œ œ

C /B b C7 F /A F
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&b œ œ nœ œ
5

J œ #œ œ #œ œ
1
F#o C /G G7

#œ œ œ. œ œ œ
&b nœ œ nœ œ J nœ œ #œ œ œ œ
10

C7 F /E b B b/D B bm/D b
j
œœœœ U œ œ œ œ
&b # œ œ .. nœ œ
15
œ
œœ œ
j
œ œ nœ œ
F /C C7 F G7
j
œœœ .
j
œ
&b Œ Œ
20

œœ œ . œ
œ #œ. œ œ

C D 7/F # G /F

œ œ œ œ j
œ. œ #œ œ
b œ nœ œ œ #œ œ œ


25

& œ nœ
j
. J
C /E C /G G7 C

. n œ . œ œ œ
&b œ œ œ œœ œ nœ œ
J nœ
30


j
.

114 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

E m7( b 5) A7 Dm D m/A
œ . œ œ œ œ
& b œ œ #œ œ œœ œ #œ . œ œ #œ œ œ
35
j
œ nœ

D /C D7 G m/B b G m7 G m/F
œ. œ œ œ. œ .
&b J #œ œ œ. œ #œ J œ œ œ . œj œ œ
40

J œœ

B bm6/F C /E B b/D

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&b œ œ œ œ œ. j œ
45

œ œ œ œ
A m/C C B b/F F /A C 7/G F /A

& b œ. Ó
50

j œ œ œ . #œ œ #œ œ
œ œ œ
F /C C 7/G C7 C /B b C7

œ. œ œ œ nœ œ
&b œ œ œ œ
55

#œ œ J

F /A F F /E b B b/D

œ. œ œ œ
&b J œ œ œ
60

#œ œ #œ œ

B bm/D b F /C C7 F

œ œ œ œj œ œ œ œ
œ œ
&b œ œ œ # œ . œj œ œ
65

. .

F7 Bb F 7/C

b j œ œ œ
& b œ ‰ œj œ Œ œ œ ‰ œ œ Œ œ œ ‰ J
70

MORENA | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 115


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

F 7( b 13) Bb F7

b œ ‰ œ œ ‰ Jœ œ œ œ œ œ ‰ œj œ œ
& b # œ ‰ Jœ œ Œ
75

J œ

Bb F7 Am A7 Dm

j œ ‰ œ œ œ œ œ .
b Œ œ œ nœ ‰ œ œ ‰ J
&b œ ‰ œ œ
80

J J

F 7/C F7 Bb F 7/C F 7( b 13)

b j œ ‰ œ œ
& b œ ‰ œj œ Œ œ œ œ ‰ œ œ Œ œ œ #œ ‰ œ œ
86

J J

Bb B b/A b G7 Cm Cm E bm/G b

b œ ‰ œ œ œ œ œ œ œ œ
&b Œ #œ œ ‰ J œ ‰ œ œ œ œ bœ
92

J J

B b/F F7 Bb F /A F /C

b œ Œ # œ œ nb
&b œœœœœœ œ .
98
œœ
#œ œ #œ œ

C 7/G C7 C /B b C7 F /A F

œ. œ œ œ. œ œ
&b œ œ œ œ nœ œ
104

J œ J œ #œ œ

F /E b B b/D B bm/D b F /C Co

œ œ œ œ j
œœœ j
#œ bœ œ
nœ œ
œ #œ
&b
110

#œ œ œœ
œ
œ #œ
œ

C7 F
j
nœ nœ œ œ ‰ Jœ œ .
œ œ œ
œ
&b œœ Œ œ œ œ Œ Œ
116

116 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas MORENA | 3


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

NAIR
Luiz Eulógio Zilli R= 132
valsa / waltz

% A m/E A m/E
Am Am
œœ . œ œ
& 43 œ .. œ . œ
J œ
œ œ. œ œ œ
J
œ œ
1
Am A7 Dm G7

œ. #œ œ œ œ œ .
& œ. œ œ œ œ œ œ œ Œ
5

J J œ œ œ
C
3 B m7( b 5) E7
œ œ œ œœœ œ œœœœ œœœœ œ œ
œ œ œ #œ œ
10

& œ œ
œ œ œ œ 3 3

2
A m/C E 7/B G7 G 7/B C
œ œ œ . œ œ
Œ œ œ
15

& .
œ œ
œ
C /E B m7( b 5) E7  Am

œ œ ‰ œ #œ œ œ œ
&Œ œ
20

.
J

Am G7 G 7/B C C /E

œ œ .. œ œ œ œ œ œ œ œ . œ œ
&œ Œ
24

Fim

A7 Dm G7
.
29

œ œ # œ œ œ œ b œœ œ œ œ .
Œ
& #œ œ œ œ œ œ œ œ
#œ œ

118 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

1
C E7 E 7 F 7M B 7( b 9) E7
œœœœœœ . œ œ . œ œ œ œ œ
œœœ .
34

&
œ œ œ œ

2
E7 Am  Am
Ÿ . œ
40

œ œ .. . Œ œœ
& %e . .
u ao

A A E /G # F #m
. .
47
### . œ œ œ œ œ œ œ œ œ
& . œ
œ œ œ œ œ
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E7 E7
### . . œ #œ . .
œ œ œ œ œ #œ
53

& œ œ œ œ œ œ nœ

E7 D D /F # A A /E A
### œ œ œ œ œ
. Œ œ œ œ œ œ œ
59

&
œ œ œ
œ
F #7 Bm
. . # . .
65
### nœ œ
&

E /G # F #m Dm A E7

### œ œ n . . œ œ œ
71

&

1 2
A A
### œ œ œ . œ œ œ nnn
Œ Œ .. Œ Ó
76

& ao % e Fim

NAIR | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 119


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

NÃO VENHAS
Benedito Nicolau dos Santos R= 92
polca / polka

Bbo
G /B Bbo
% D 7/A D7 G G /B

# œ œ œ œ œ
& 42 ‰ œj œ # œ œ œ ..

œ œ œ œ œ œ

D 7/A D7 G G /B Bbo D 7/A B 7/D #


3
# œ œ œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ
& œ œ #œ œ œ nœ

Em A m/C D7  1

G G /B Bbo
# œ œ œ œ ..
œ
6

& œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ œ
Fim
2
G E m6/G D /F #

# j ‰ œ œ œ œ
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9

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A 7/E A7 D A /G

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12

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1
G D /A A7 D
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15

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2
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G /F
j
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18

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120 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

C
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21

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G7 E 7/G # Am

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24

B7 D7 G7 G /F

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27

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C

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30

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33

C /E G 7/D C G /B Bbo
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36

œ œ #œ œ œ ao % e Fim

NÃO VENHAS | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 121


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

NINA
Walter Scheibel R= 84
valsa / waltz

% Dm A7
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& b 43 œ .. œ œ œ #œ œ œ
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D7 Gm
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4

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Dm

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1
Dm E7 A7

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12

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2
Dm E7 A7

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16

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Dm  C7

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20

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F Abo Gm C7
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24

122 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

1
F C7
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28

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F D m6 Am E7
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32

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2

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Am D7

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36

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Gm G#o F D7
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40

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Gm C7 F

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44

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œ œ œ œ œ ao %e

 Dm

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&b Œ
48

NINA | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 123


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

NOSSA UNIÃO
Branco Tavares R= 116
valsa / waltz

Am B7 Em

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E m/G B 7/F # B7 Em
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8
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B7 Em
#
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12

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E7 Bo Am
16
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& œ #œ œ #œ nœ œ #œ œ œ œ

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Em B7 Em 
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20

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1 2
Em Em B7
24
# ‰ œj œ .. œ ‰ œ œ œ .. œ œ œ œ
& œ #œ J œ #œ œ œ œ œ

124 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Em B7
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28

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E7 Am F #m7( b 5)
32
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E m/G Em B7

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36

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1 2
Em Em Em
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40

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 Em Am B7 Em

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‰ œJ # œ œ œ œ œ œ
43

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E m/G B 7/F # B7 Em
47
#
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œ œ œ œ œ #œ

NOSSA UNIÃO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 125


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

O CORAÇÃO NÃO ENVELHECE


Branco Tavares R= 66
choro-canção

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Fm Cm G7
bb b 2 œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ nœ œ œ œ œ œ
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Cm Fm Cm G7
4
bb b œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ n œ œ œ œ œ œ
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Cm % Cm D m7( b 5) G7
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8
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Cm Cm G7 A b7 F m7

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12

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Cm Cm D m7( b 5) G7

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16

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C7 C 7( b 9) Fm Db Cm G7 
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20

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1 2
Cm Cm G7 Cm
b  œ œ œ ..
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24

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œ
nœ œ œ œnœ œ œ œ œ œ œ

126 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

G7 Cm C7 Fm

bb
b œ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ nœ œ
28

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B b7 Eb G7 Cm

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32

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G7 Cm C7 Fm
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36

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Cm F m/A b G7 Cm

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39

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Cm Fm Cm
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G7 Cm Fm

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45

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Cm G7 Cm
48
bb b œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ nœ œ œ œ œ œ œ œ ‰
&

O COR AÇÃO NÃO ENVELHECE | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 127
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

OUTONO
Wilson Moreira R= 60
choro

D m6 Am B m7( b 5) E7

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Am % Bo E7 Am C#o A7

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4

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Dm Dm B m7( b 5) Am A m/E B 7/F # B7


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8

E7 Bo E7 Am C#o A7

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Dm B m7( b 5)
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1 2
Am Am G 7(9) C
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20

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E7 A7 Dm B m7( b 5) Am B7

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24

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128 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

C #7 F #m7
#œ œ #œ
E B7 E G7 G 7(9)

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28

C E7 A7 Dm B m7( b 5)
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1 2
Am B m7( b 5) E7 Am Am
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& œ œ œ œ œ #œ œ œ œ
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35

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39

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A E7 A /C # Co Bm
43
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3 3

A 7/C # F #7 F #7/A #
3
E7 E 7/D E7 A G7
46
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3 3

B m7 E7 A E m6/G F #7
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49

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3

F #m7
1

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B m7 D m6 A B m7 E7 A E7
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œ œ œ œ œ  œ œ œ œ œ # œ ..
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2
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2 Am Am
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56

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OUTONO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 129


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

PÉROLAS DA NOITE
Augusto Stresser R= 112
mazurca / mazurka

% Eb E b/G Ab B b7 B b7/D

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3

Eb Eb E b/G Ab B b7 B b7/D 
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1 2
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B b7 Eb B b7

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12

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20

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B b7 Eb  Eb

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24

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130 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Ab B bm7
b b b .. œ . nœ œ œ œ. nœ œ œ œ. œ œ œ  œ
b
27

& J J J

E b7 Ab
b œ. œ. œ. œ œ œ  œ
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31

J J J

B bm7
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bbbb œ . nœ œ œ œ. nœ œ œ œ.
35

& J J J

E b7 Ab
1

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bbbb œ . œ œ œ œ. œ œ œ Œ ..
39

& J J œ œ

Ab
2

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& b bb œ
43

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PÉROLAS DA NOITE | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 131


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

PERPÉTUO
Waldir Teixeira R= 100
choro

% Am E7 A7 A/G

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D m/F B7 E7 A7 Dm G7
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4

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C E7 Am A7

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8

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Dm Dm E7 A7 D7 G7 C7
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12

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F E7 A7 A/G

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16

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D m/F Dm B7 E7 A7 Dm G7
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20

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C F B7 E7 A7 Dm E7  Am

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œ
24

&

132 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

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G7 C B7 E7

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29

Am D7 G7 C7 F B7 E7 A7
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33

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1
Dm G7 C F E7 Am
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œ œ œ œ œ œ œ bœ œ œ œ œœ ..
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37

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2
Am A E7 A A7 D A7
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41

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D F A B7
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E7 A E7 A A7 D A7 D

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1 2
F A B m7 E7 A A Ao

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54

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 Am F Dm Bm E7 Am

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œ #œ œ Œ
59

&

PERPÉTUO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 133


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

PLATINENSE
Pedrinho da Viola R= 84
choro

%C E m7 D m7
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
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& 42 .. œ œ  œ

G7 C G m6/B b A7
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3

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Dm C A m7 Dm G7
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2
C Am Do
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9

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E7 Am F G7
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12

C C A m7 Dm G7 C
œ œ œ  œ œ œ œ œ œ œ
œ œ œ œ œ œ ..
15

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C
œ œ œ
 1 C G7
18
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&  ao %e 1 

134 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

C C A 7/C # Dm A 7/E
œ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ #œ œ œ œ œ œ œ
.
20

& . 

D m/F G7 A m7 D m7 G7
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C
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
23

œ œ œ œ œ œ œ œ œ
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1 2
 2
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C G7 C C
œ œ œ #œ . œ œ œ œ
&œ œ œ ‰
27

 .  ao % e 2 J

PLATINENSE | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 135


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

PORTUGA NO CHORO
Pedrinho da Viola R= 88
choro

% E m7 A7
## 2  œ œ # œ œ œ n œ œ . œ œ œ # œ œ œ œ œ œ  œ œ #œ
& 4 .

D B7 E m7

## œ œ œ œ œ œ œ œ œ  œ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ
3

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A7 D

# œ œ #œ œ œ nœ œ
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6

E m7 A7 D

## œ œ œ # œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
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9

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B7 E m7 A7 
12
## œ  œ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
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1 2
D D

## œ #œ œ œ nœ œ . . œ
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15

& . .

F #7

## Œ ‰ .. œ # œ œ œ œ œ œ œ œ œ # œ œ œ œ n œ # œ
18

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136 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Bm B7
21
## œ b œ œ œ œ œ #œ œ nœ œ œ #œ œ #œ œ œ œ #œ
œ
& 

E m7
nœ œ œ
24
## œ œ œ œ
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&

G m6 A7 D
27
## b œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ bœ œ œ œ #œ œ œ œ œ
&

B7 E m7 A7
## œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ nœ
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30

&

A m7 B7 E m7
33
## œ œ n œ œ
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œ œ œ œ œ œ œ œ
& 

G m6 D B7 E m7

## b œ œ œ œ œ œ #œ œ œ
œ œ œ œ
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36

& 

1 2
A7 D D
# œ œ œ œ
& # Œ ‰ ..
40

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 D
##  œ œ # œ œ œ n œ œ ## œ
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œJ ‰
44

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PORTUGA NO CHORO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 137


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Q.O.Q.
José da Cruz R= 92
choro

% Cm Fm
bb 2 œ œ œ œ œ # œ  œ œ œ nœ œ œ 
b
& 4

G7 G /F C m/E b G /D C m
5

b bb œ œ œ œ œ
& œ œ œ œ œ œ œ
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Cm Fm Fm(7M) F m7 F m6
b  œ œ œ œ œ  œ
& b b œ  œ œ œ œ
9

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¿
¿ ¿ ¿ ¿
j
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j
Cm G7 Cm
13

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B b7

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17
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G7 Cm C 7( b 9)
b  œ œ œ  œ
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21

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b œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
&bb œ œ œ œ
25

Bb B b/A b E b/G Eb
1

b œ œ œ œ œ œ œ
&bb œ œ œ n œ œJ ‰ ..
29

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138 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

j
2 ¿ j
¿ ¿ ¿ ¿ ‰
j j
Fm G7 Cm
œ œ œ œ œ
bbb œ œ œ ‰ Œ œ ‰
33

&  œ œ œ œ œœ œ ‰ ao %e
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C G7
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37

C
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41

C
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G7 F G7
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œJ
‰ J ‰
45

&

G7
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F

G7 F
œ œ œ œ œ œ œ œJ
‰ J ‰
49

&

C G7
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53

&

C A7
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& œ Œ
57

Dm G7

& ‰ # Jœ œ œ œ œ œ œ #œ
62

œ œ. œ œ œ œ œ œ œ
œ
j
¿ j
¿ ¿ ¿ ¿ ‰
j j
C
 œ ‰ Œ œ
œ œ ‰ .. b b b
66

& œ œ ao % e Fim
 œ bœ œ œ J
œ œ œ œ

Q.O.Q. | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 139


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

RETRATO DE JACOB
Walter Scheibel R= 66
choro

j j
3 3 3 3

‰ ¿ ¿ ¿ ‰ ‰ ¿ ¿ ¿ ‰ ‰ ¿ ¿ ¿ ¿ ¿
% Dm(7M) D m7 D m6
œ . #œ  œ œ nœ  œ œ n
& b 42 œ .

j
¿ ‰ Œ Gm Dm G m6
œ œ œ œ œ
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4

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œ œ

D7 Gm(7M) Bb C7
œ #œ œ nœ œ
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8

G m6 A7 Dm

12

b œ œ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ nœ bœ œ œ bœ #œ œ œ
&  œ œ œ œ œ œ œ œ

A7 Dm(7M) F Fo

œ #œ œ nœ œ
&b n
16

œ  œ  œ  œ

Gm D7 Gm

œ œ bœ œ #œ œ œ œ
&b Œ bœ
20

 œ  œ œ #œ œ

œ œ œ. œ œ. œ
E m7( b 5) Dm
œ. œ œ œ œ œ œ œ œ œ
&b Œ  œ
24

140 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

œ. œ œ.
Gm A7  Dm
œ œ œ œ œ œ œ. œ œ œ
&b
28

œ œ

1 2
A7 A7 D Em
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&b Œ . Œ n # # .. œ . œ œ
œ œ œ. œ œ œ
32

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A7 Do D D A
## œ . œ œ œ œ. œ œ œ œ œ. œ œ œ œ
œ œ œ.
36

& œ œ œ

E7 A7 D Em

## œ . # œ œ œ œ œ . œ œ œ œ. œ œ œ
œ œ œ. œ œ œ
40

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A7 Am B7 Em D

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44
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A7 Am B7 Em D
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48
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1 2
A7 D A7 D A7
52
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 Dm Gm Dm Bb Dm D m6(9)
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55

3 3 3 3

RETR ATO DE JACOB | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 141


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

SAINDO À FRANCESA
Wilson Moreira R= 80
choro

% F6 D 7/A
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G m7 C7
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F A7 Dm C Bb
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4

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F /A C m6/E b Co Ao G m7 C7

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8

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F6 C7 F6 D 7/A G m7 A7

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12

C m/E b D 7 Gm Bo F /C D b7 G m7 C7  1
2

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16

1 2
F6 C7 F6 Dm A7
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b œ  œ n œ œ .. œ  œ œ œ .. œ œ œ œ œ œ. œ œ #œ œ
20

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A 7/C # Dm Dm B m7( b 5) E 7 Am
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b #œ œ œ œ œ œ œ. œ œ œ œ œ œœ œœœ œœœ œ œ
24

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œœ

142 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

E7 A7 Dm A7
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& b nœ #œ œ
28

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A 7/C # C m6 D7 G m7 Dm

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32

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œ
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G m7 A7
1

Dm
2

Dm C7
 1
F F7
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36

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Bb Cm F 7/A Bb F 7/A

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& b .. œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ # œ œ œ œ œ œ
40

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Bb E m7( b 5) Dm A7 Dm F7
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b œ œ œ œ œ nœ œ œ œ nœ#œ œ œ œ nœ œ œ œbœ
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44

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3

Bb Cm F7 Fm B b7

b œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ bœ œ
b œ œ œ
48

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œ œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ 

Eb E bm Bb G m7 Cm F7

52

b b œ œ œ œ bœ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
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1
Bb
2
Bb
 2
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F7 B C7 F6
b  œ œ œ .. œ œ œ n œ # œ œ œ  œ n œ œ n b œ œ
&b œ b
55

ao % e 2

SAINDO À FR ANCESA | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 143


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

SAUDADE DA LAPA
Pedrinho da Viola R= 138
valsa / waltz

%G
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E7 Am D7 Am
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5

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D7 A m7 A#o
10
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G /B D 7(sus4) G

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15

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G D m7 G7 C A m7
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# œ œ nœ œ œ œ œ œ œ œ . œ œ
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20

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D7 G E7 Am
25
# œ œ œ œœœ œ œ bœ nœ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ œ
&

D7  G
1
G
2
G7
# œ œ œ .
‰ œj œ œ œ œ ..
30

& 

144 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

C G7 C G7 C

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34

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G7 D m7 G7
œ œ. bœ n . .
J œ œ œ œ œ œ
39

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D m7 G7 D m7 G7 G 7(#5) C
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44

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G7 C G7 C

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49

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E m7( b 5) A7 D m7

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54

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C A7 D7 G7

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59

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C G7 C G

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64

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70
# j ‰ Œ Œ
& œ

SAUDADE DA LAPA | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 145


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

SAUDADE DO PIXINGA
Waltel Branco R= 70
choro

% C 69 E7

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bœ œ œ œ œ œ œ œ
& 42 ‰ œ œ
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œ #œ œ #œ œ
A7 C#o Dm D7 G7 E7

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œ
&  #œ
3

Am A m/G D /F # D7 G7
6
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& nœ #œ

C Am E7 A7 Go
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9

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F D m7 D#o C /E E b7(9)
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œ œ œ œ œ œ œ
12

&

Ab D b7(9) E /G #
1 2
D 7( b95 ) G7 C C
15
œ œ œ œ œ bœ .. œ
& #œ #œ #œ #œ
Fim

Am B m7( b 5) C C#o D 7(9)


œ œ bœ œ œ bœ
18
. œ œ œ #œ bœ œ œ œ œ
& . œ œ
6
6

146 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

G7 G #m7( b 5) Am Bo C
œ bœ œ œ bœ œ œ
œ œ œ œ œ œ œ œ
20

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6
6

G #7 C #7 F #7 B7 E 7M
œ bœ œ #œ œ
œ #œ #œ #œ œ
22

& #œ #œ #œ # œ
6

#œ #œ # œ # œ # œ 6
6

G7 C7 F7 B b7 Eb G7
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œ œ œ bœ œ œ bœ œ œ nœ œ
œ
24

&
6 6

C Bo Am A m/G D 7(9)/F # D7
œ œ bœ œ œ bœ
œ œ œ #œ œ œ œ œ
bœ œ
26

& œ
6
6

G #m7( b 5) Fo E7 Am A b7(9) G m C7 F Fm
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œ œ œ œ œ bœ bœ œ
& #œ œ œ œ œ œ œ bœ œ œ
28

#œ œ

D b7(9)
1
E 7(#9) F 7(9) D 7(9) C E7
œ bœ œ œ #œ
31
œ œ œ œ œ. bœ œ nœ ..
&
3

C D b7(9)
œ œ

34

ao % e Fim

SAUDADE DO PIXINGA | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 147


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

SEGURA O SÉRGIO
Waltel Branco R= 100
choro

%E E /G # A F #m7

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& 4 œ œ œ œ œ œ œ œ

B m7 E7 A E E /G #
3
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A A /G C #m G #/B # B m7
6
### œ œ œ œ œ œ
nœ #œ œ œ œ œ #œ œ œ nœ œ œ œ
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&

E E /G # A F #m7 B m7 E7

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œ œ œ œ œ œ œ
9

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A A /C # D 7M G 7/B G7 F #7
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12
### œ œ œ œ œ œ œ # œ nœ œ nœ œ bœ œ œ
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1 2
B7 E7  A A A7
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 œ œ œ .. œ . œ œ œ œ
15

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D D#o
18
## . # œ œ n œ œ œ # œ œ œ œ œ # œ œ n œ œ œ œ œ œ œ œ
& . œ œ œ

148 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

A 7/E A7

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œ bœ œ œ nœ #œ œ nœ œ nœ #œ #œ œ œ œ œ
21

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D G7 D
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24
## b œ œ œ n œ # œ œ # œ œ œ œ œ œ œ œ œ
&

A m7 D7 G
27
## œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
&

G C 7(9) F #m7 B 7( b 9) E m7 A7
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30
## œ œ #œ œ œ #œ œ œ œ œ œ
&
1 2

D D
## œ . œ . œ ###
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33

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 A /C # G 7/B F #7
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A D 7M G7
35
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& . œ #œ

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B7 E7 A
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‰ ‰
38

&

SEGUR A O SÉRGIO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 149


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

SENHORITA CURITIBA
Antonio Melillo R= 116
valsa / waltz

C #m C #/B F #m/A F #m C #m/G #

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& 4 œ œ œ œ œ
J #œ nœ œ œ œ œ œ
C # o/G # G #7 % C #m C #m/E
6
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D #m7( b 5) F#o Ao D#o A /C # C #m
#### . # . œ œ
10

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C #m C #m(add9)/E D #m7( b 5) F#o


1
Co
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16

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F #m7 C #m C #m/G # C #7 F #m
2

21
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F #m/A C #m/G # G #7 C #m œ
26
#### œ œ œ œ œ #œ œ œ œœ Œ Œ
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Fim
E A6 B7 E
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31

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A B7 E A6
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j
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36

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150 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

B7 E F #m/A E /G #
#### œ #œ œ œ œ
j
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41

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D #7/A # G #m B 7
1 2
B7 A B /A E
45
#### œ œ œ #œ œ n
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 C #m Db A b7 Db
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Œ Œ œ œ œ
49

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G bm6 G b6 A b7 A b7(4)

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55

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E b7(9) A b/E b G b/D b A b7 Fm

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60

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A b7/E b Db A b7 Db

b
& b bbb œ œ
65

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G bm6 G b6 E bm7

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& b bbb
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70

œ œ œ n .
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Db A b7(4) E bm6
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b œ œ œœœœœœ œœœœ
& b bbb
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75

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j
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1 2
A b7/C Db Db
#
b bbb ΠΠ.. ΠΠnnnnn## #
80

& b . œ œ ao % e Fim

SENHORITA CURITIBA | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 151


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

SÓ DE LEVE
Walter Scheibel R= 138
choro

% A7 D A7

## 2  œ œ œ œ œ . œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
& 4 œ . œ œ œœœ

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D

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A7 D
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4

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A7 D D
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7

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D7 G G7

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11

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C C 7M

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16

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B m7 A m7
21
# œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
& œ

B m7 A m7
25
# œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
& œ œ œ œ

152 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

1
G G A7
# œ œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ œ nœ
œ œ œ œ
29

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j
2

D7 ¿ ‰ Œ G D7

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œ œ œ œ œ œ œ
33

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G
# œ œ œ œ œ œ œ œ ## ## œ œ
37

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D F #7 Bm F #7 B7
40
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Em Bm C #7

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œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ#œ
44

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F #7 Bm F #7 B7

## œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ#œ œ
‰ #œ œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ
48

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Em Bm G7 F #7

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52

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j
1 2
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 2
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Bm Bm A7 D
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#œ œ . œ œœ œ œ œ œ œj ‰ J ‰
56

& ao %e 2

SÓ DE LEVE | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 153


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

SOLIDÃO
Branco Tavares R= 72
valsa / waltz

Am Em

# œ
& 42 œ œ œ œ œ #œ œ #œ œ nœ œ
œ œ œ

B7 Em Am

# œ œ œ #œ œ œ #œ
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3

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œ œ œ œ œ
j
¿ ‰ Œ
Em F Em C7 B7 Em
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œ œ œ œ nœ œ rœ œ œ œ œ œ
6

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Fim
% Em B7
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œ œ œ œ œ
9

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F#o B7
12
# œ œ œ œ œ œ œ œ bœ
& œ œ œ œ œ œ #œ #œ
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Em E7
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œ œ œ œ
15

&  #œ œ #œ

Am
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œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
18

& 

154 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Em Am B7  1
Em
21
# œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ .
& œ œ œ #œ œ œ œ .
2
Em G C /G G D 7(sus4)
# .. œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
24

& œ œ œ œ œ œ œ #œ œ

G E7 Am E 7(#5) Am
# œ œ œ œ œ
œ œ œ œ
27

& œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ

A m/G D7 G
30
# œ œ œ œ œ #œ œ œ œ œ
& œ œ œ œ œ œ
œ œ œ œ

C G D7
# œ œ œ œ œ œ œ œ œ
& œ œ œ œ œ œ œ œ œ
33

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1
G
2
G
 Em
# œ # œ ‰
œ œ œ ..  œ œ œ œ œ œ œ
36

& œ %e œ œ œ J
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ao

SOLIDÃO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 155


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

SOTURNO
Waldir Teixeira R= 80
choro

% Eb
œ.
F Am

2 œœœœ œ œœœœœœœœ œ œ œ œ œ œ #œ œ œ œ bœ œ œ œ œ
b
& 4

D7 Gm Gb Db
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6

F D7 Gm B bm C7 E b7
œ # œ œœœœ œ œ œ œ œ b œ œ œb œ œ œ œ œ
&b # œ n œ nœ œ œ # œ œ
11

B bm C m6/E b D 7
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ3 œ
D7 Gm F
œ œ œ œ œ œ 3

#œ œ œ # œ œ œ œ
b œœ bœ
16

&

Gm B bm C7 
1 1
2 F C7
2
F
œ œ3 œ œ 3 œœ
œ œ bœ œ œ œ œ .. œ œ
b Œ
21

&  

Eb
1
A7 Dm A7 Dm

œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ b œ œ œ œœœœœœœ œ
..  œ
&b
26

  œœœœœ œ

Bb
2

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Dm Am A7 Dm
œ œ œ œ œ œ
œ œ œ œ œ  œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œnœ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ#œ
b .
31

& .

156 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Bb
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ bœ nœ œ œ œ œ
Gm C7 F A7 D7

œ
&b
36

Bb
œ œ #œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
Gm C7 F A7 Dm

œ œ œ #œ œ œ œ
&b
40

œ œ œ œ œ

F7 Bb G7 C7

bœ. œ œ . œ
&b  œ œ œ œ œ  œ œ œ œ œ
44

J J

A7 Dm Bb G7 C7 F C7
 1

œ. œ .
&b œ œœœ œ œ œ œ œ
48

J ao %e 1

Bb
œ
F7
œ œ œ œ
G7 Cm
œ œ œ œ bœ  œ œ œ œ œ œ
F
œ œ œ œ.
&b b b .. œ
52 3

B b7
œ œ œ. œ œ œ œbœ
D7 Gm
57
bb œ œ œ œ œ3 œ œ . # œ œ œ n œ # œ œ œ
&

Eb E bm Bb
œ
G7 Cm
œ œ œ œ œ œ œ. œ œ œ œ œ œ. œœœ
62

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& J
Bb Bb
1 2
F7 F7 B7 C7

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bb œ . œ œ Œ Œ  .. œ n œ œ nœ nb
67

& J ao %e 2


œ œ #œ nœ. œ
2 F C7 F7 F 7(#11)
œœœœœœœœ œ œ bœ œ œ
b œ œœœœœ œ Œ
72

& œ

SOTURNO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 157


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

TEIMOSIAS DO BENEDITO CARABINA


Ernesto Cordeiro R= 88
choro

% A7 Dm

œ œ œ œ œ œ .. œ œ # œ œ œ b œ œ œ # œ œ œ œ œ œ œ œ œ .
& b 42 

A7 Dm

b œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ œ bœ # œ œ œ œ œ œ.
 œ bœ
4

&  œ œ

D7 G m6 Dm

œ œ
&b œ œ  bœ œ œ œ œ œ œ œ œ
8

œ œ bœ œ œ
œ œ œ

œ œ œ œ œ œ œ œ #œ œ
œ œ œ œ
A7

œ œ #œ
E m7( b 5) A7

œ
 Dm

&b
12

œ
j
1 2
¿ ‰ Œ
Dm Dm A7 A 7( b 9)
16

b œ œ œœ œ œ . ..  œ œ œ œ
& . œ œ œ œ
œ œ œ #œ œ #œ œ œ



Dm A7 A 7( b 9)

&b œ œ œ œ œ œ œ  œ œ œ œ œ œ œ œ
20

#œ œ #œ œœœœ œ


Dm D7

&b œ œ œ œ œ œ œ œœœœ œ œ œ
24

# œ œ œ œ
 œ œ œ œ #œ œ

158 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

E 7( b 9)
1
Gm E7
œ œ œ œ œ œ
&b œ œ œ œ œ œ n œ œ œ
28

#œ œ œ
 œ œ œ œ #œ œ

2
A7
œ #œ œ œ œ Gm
œ
Dm
œ œ #œ œ œ œ
& b #œ .. œ œ œ
32

 œ œ œ œ #œ

j
G m7 A7 Dm ¿ ‰ Œ
œ œ œ œ #œ œ œ œ bœ œ Œ œ
 œ œ œ œ
œ
&b
36

ao %e

 Dm Gm

œ œ œ œ œ œ œ œ. œ œ œ œ #œ œ œ.
œ. œ œ ‰. œ œ #œ œ
&b
39

œ R

G m6 E7 Dm E m7( b 5)
œ œ œ œœœœœœœœ
œ œ œ œ
&b  œ œ #œ nœ œ œ œ
43

A7 Dm
œ œ œ # œ œ #œ
œ œ #œ œ
&b
47

G m6 Dm
œ
&b Œ
51

TEIMOSIAS DO BENEDITO CAR ABINA | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 159
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

TRISTES RECORDAÇÕES
José da Cruz R= 108
valsa / waltz

% A m/C E 7/B Am A m/E Am

. . . œœœœ
& 43 œœ œ
œœœœ œ
œ

E7 Do D m/F E7 E 7/B

œ. œ œ . œ Œ œ
7

& J #œ œ #œ œ #œ œ #œ . # .

E7 E 7/G # D m6/A Am A m/C E 7/B

& œ #œ œ œœœœœœ #œ œ œ œ . .
13

Am A m/E Am Am A7 Dm D m/F

œœœœ .
19
. œœ œ œ .
&
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Dm Am A m/E E 7/B E7
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Fim

G7 G7
37
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160 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

G7 G 7(#5) C C

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TRISTES RECORDAÇÕES | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 161


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

TROPEÇANDO
Wilson Moreira R= 78
choro

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F C m6 D7 F#o

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24

162 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

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TROPEÇANDO | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 163


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

Dm Dbo Cm F7 Bb
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3

164 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas TROPEÇANDO | 3


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

UM ADEUS PARA WALDIR


Janguito do Rosário R= 70
choro

% Gm Cm

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166 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

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bb
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violão J 3
rall....

UM ADEUS PAR A WALDIR | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 167


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

VÁ PRA PRAIA
Luiz Eulógio Zilli R= 86
maxixe

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25

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168 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

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VÁ PR A PR AIA | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 169


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

VISION D’AMOUR
Benedito Nicolau dos Santos R= 102
valsa / waltz

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Fim

170 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas


SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

D 7/F # G /D
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D7 G
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D 7/F # B 7/D # Em C#o

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G 7/B C 7/B b F /A F
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VISION D’AMOUR | 2 Copyright © 2012 Otto Produções Artísticas 171


LETRAS
LYRICS
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

A VOZ DOS PÁSSAROS


Branco Tavares

Os passarinhos que habitaram o meu pomar eram poetas-concertistas de valor,


suas canções diziam coisas do luar, dos namorados dos idílios de amor.
Um certo dia recostado em meu sofá, ouvi o mestre preparando uma canção,
o contra-canto coube ao exímio sabiá, sua tristeza amargurou meu coração.

Certa manhã a bela orquestra emudeceu, logo previ que algo triste acontecia,
foi a cantora irapurú que faleceu, era o soprano da mais linda melodia.
O velho mestre obedecendo a voz de Deus, que determina sempre novas povoações,
organizou a revoada do adeus, daí então jamais ouvi suas canções.

Até parece retratar a minha vida, o meu sofrer, a minha mágoa, a minha dor,
a minha alma se tornou entristecida desde o momento que perdi meu grande amor.
Como será que o irapurú olha o passado? Talvez chorando com saudade de alguém,
tal como eu de coração despedaçado, neste abandono sem consolo sem ninguém.

CHEIRA PESCOÇO
Luiz Eulógio Zilli

Samba mulata,
mesmo contra a mão
rebola ingrata,
do meu coração.

Tu tens a marca,
registrada já meu bem,
nos domínios da fuzarca,
como eu também.

LÍNGUAS DE TRAPO
Branco Tavares

Acho graça e sorrio quando falam mal de mim,


é sinal que ainda vivo na bocarra de alguém,
esses línguas de trapo na verdade são assim,
se olhassem seus rabos não falariam mais de ninguém.

Eles falam de inveja, de ciúme, de rancor,


porque sabem de sobra, que o papai é o maior,
esse povo rasteiro, desonesto e falador,
por castigo da língua leva sempre a pior.

174
SONGBOOK DO CHORO CURITIBANO

MIMOSA MORENA O CORAÇÃO NÃO ENVELHECE


Benedito Nicolau dos Santos Branco Tavares
e Corrêa Júnior

Eu tenho medo que a triste solidão,


Morena, morena, esteja alerta para me acompanhar,
coitado de mim, que sofreria meu nobre coração,
tem pena, tem pena, que nesta vida nasceu só para amar.
mimosa morena,
não sejas assim. Talvez não veja ornando os meus caminhos,
as mesmas plantas por onde eu já passei,
Morena, morena, os mesmos ramos arcados de carinho,
de minha paixão, as mesmas flores que tanto adorei.
tem pena, tem pena,
mimosa morena, Envelhecido o rosto já sulcado,
do meu coração. cabelos brancos para me condenar,
mas ninguém sabe que tenho reservado,
Morena, morena, muito carinho e afeto para dar.
não guardes rancor,
tem pena, tem pena, Não é verdade que a pele envelhecendo,
mimosa morena, também envelhece a alma, o coração,
de tão louco amor. quando no peito ainda sinto ardendo,
a chama viva da doce ilusão.
Morena, morena,
de minha paixão,
tem pena, tem pena,
mimosa morena,
do meu coração. SOLIDÃO
Branco Tavares
É imenso desejo,
morena mimosa,
no favo de um beijo,
Lá vem a lua lentamente rompendo a negra solidão,
roubar-te sem pejo,
vem despertar o amor pungente que se aninhou no coração,
a boca de rosa.
o trovador amargurado canta as mágoas ao luar,
seu violão apaixonado até a pedra faz chorar.
Morena, morena,
gentil moreninha,
A bela lua envaidecida vela em silêncio a solidão,
que pena, que pena,
a natureza adormecida desperta ao som do violão,
que triste aflição,
levanta a selva num gemido cantando assim sua canção,
não seres rainha,
o trovador desvanecido chora baixinho ao violão.
de meu coração.

A lua airosa num gesto de ternura,


saúda sorridente o trovador da solidão,
cantando em versos a dor que traz no peito,
lembrando o amor desfeito que ficou no coração.

Leva ao além o seu lamento


para encontrar consolação,
se a meiga lua ouvisse o seu queixume,
talvez a pobre selva morresse de ciúme.

175
Este livro foi impresso pela Corgraf em papel offset
120gr com fontes das famílias Minion Pro e Sansumi.
Impresso no Brasil.

This book was printed by Corgraf on offset paper 120gr


with Minion Pro and Sansumi font families.
Printed in Brazil.
O músico e pesquisador Tiago Portella publica, neste primeiro volume do Songbook
do Choro Curitibano, cinquenta partituras de quinze importantes compositores que
figuraram nas primeiras gerações do choro em Curitiba. O livro inclui as biografias
dos músicos e traz um panorama histórico retraçando a trajetória desse estilo
musical na cidade. Esta publicação é fruto de uma extensa pesquisa que, desde
2004, identificou, catalogou e arquivou centenas de obras de chorões curitibanos
de diferentes gerações. São composições de inestimável valor artístico e de
significativa importância para a história da música popular paranaense. O
Songbook do Choro Curitibano é um projeto em homenagem àqueles que
construíram, com sua música e história de vida, a cena cultural na capital
paranaense durante a segunda metade do século XIX e todo o século XX. É também
um tributo à cidade de Curitiba, palco da criação de um universo do choro já
consagrado dentre os mais importantes polos culturais do país.¬¬¬

Musician and researcher Tiago Portella consolidates, on this first volume of the
Songbook of Curitiba’s Choro Music, fifty sheet music from fifteen important
musicians of the first generations of choro composers in Curitiba. The book inlcudes
the biographies of the musicians and brings a historical overview of how this musical
style evolved in the city. This book is the result of an extensive research that has
identified, catalogued and archived hundreds of works of chorões from Curitiba,
from different generations, since 2004. These songs have an inestimable artistic
value and a significant importance for the history of popular music in Paraná. This
project is a homage to those who built, with their music and life history, the cultural
scene in Curitiba during the second half of the nineteenth century and throughout the
twentieth century. It is also a tribute to the city of Curitiba, a choro habitat already
established among the most important cultural centers of the country.

CELEPAR
Tecnologia da Informação
e Comunicação do Paraná

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