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BELÉM – PARÁ
Setembro/2020
WALTER DA SILVA ALMEIDA
Linha de Pesquisa:
Processos de ensino, aprendizagem e criação em artes.
BELÉM – PARÁ
Setembro/2020
1
Resumo: Neste artigo, objetivou-se descrever o percurso que norteou a criação de um produto
didático com informações contextualizadas sobre o processo de transcrições, adaptações e variações
para a bateria de levadas oriundas de grupos ativos do Carimbó de Vigia, do Samba de Cacete de
Cametá e do Lundu Marajoara de Soure, visando contribuir prioritariamente para com a formação de
alunos de bateria no Curso Técnico em Instrumento Musical da Escola de Música da Universidade
Federal do Pará. Para a elaboração do artigo e do produto, elegeu-se como principais referências
Matos (2004), Barsalini (2009,2014), Monteiro (2015), Monteiro (2016) Ferreira (2016) e Palmeira
(2017). A pesquisa desenvolveu-se por meio de uma abordagem qualitativa e, como ferramentas
metodológicas, apropriou-se de revisão bibliográfica, pesquisa de campo, entrevistas
semiestruturadas, registros em áudio e em vídeo, laboratórios experimentais − presenciais e on-line −
e, laboratório de gravação presencial, que deram suporte aos resultados alcançados e descritos, a
saber: transcrições, adaptações e variações acompanhadas de análises musicológicas das levadas e
dos grooves investigados que deram origem ao produto intitulado: “Grooves do Pará e-book”
PALAVRAS – CHAVE: Bateria, Grooves do Pará, Carimbó, Samba de Cacete, Lundu Marajoara.
Abstract: This paper aimed to describe the path that guided the creation of an educational product,
through contextualized information about the process of transcriptions, adaptations and rhythmic re-
creations of some drums pieces from Vigia’s Carimbó, Cametá’s Samba de Cacete and Soure’s
Lundu Marajoara, to be part of the training of Drums students of the Technical Course in Musical
Instrument of Federal University of Pará’s Music School. For its development, the main references
used were Matos (2004), Barsalini (2009, 2014), Monteiro (2015), Monteiro (2016) Ferreira (2016) and
Palmeira (2017). The research was developed through a qualitative approach and had as
methodological tools bibliographic review, field research, semi-structured interviews, experimental
laboratories - face-to-face and online ones - and face-to-face recording laboratory, which supported
the results achieved and described, namely: transcriptions, adaptations and variations accompanied
by musicological analyzes of the levadas and investigated grooves that gave rise to the product
entitled: “Grooves do Pará e-book”
INTRODUÇÃO
1
Um sideman que traduzido significa ajudante, é um músico profissional contratado para executar ou
gravar com um grupo do qual ele ou ela não é um membro fixo.
2
Nessa época, o ritmo predominante era o carimbó gravado por bandas conhecidas em Belém,
dentre elas, Banda Fruta Quente, Banda Nova, Banda Warilou e, sobretudo, as gravações e releituras
do cantor Pinduca.
3
Baterista formado na primeira turma do curso técnico em percussão do Conservatório Estadual
Carlos Gomes no início década de 90, pelo professor paulista Luis Roberto Cioce Sampaio. Mariano
é integrante atual da Amazônia Jazz Band, atua como professor há mais de 20 anos, tendo
contribuído na formação profissional de bateristas importantes no cenário musical paraense, tais
como: Tiago Belém, Walter Almeida e Kaká Rodrigues.
3
[...] Professor, por que é que esse groove que nós encontramos na maioria
das gravações não se parece com o Carimbó, quero dizer [...] o Sr sabe
né? que a gente ouve nos curimbós [...] se você ouvir a bateria com
atenção, vai ver que não tem nada a ver com o Carimbó, digo o Carimbó
mesmo [...] é alguma coisa tentando ser Carimbó, mas não é Carimbó
mesmo! [...] você sabe o que é né professor? a batida do curimbó, aquela!
[...] tu - tum – tu – tu – tum – tu – tu – tum [...]. [Sic]
6
Expressão usada comumente para se referir a qualquer assunto que seja inerente aos bateristas ou
à bateria.
5
Figura 1 Figura 2
7
Autor do Livro “Batuques Amazônicos”, livro didático versando integralmente sobre adaptações para
a bateria de ritmos paraenses.
8
Um dos bateristas performer mais experientes do cenário paraense. Já tocou com Fafá de Belém,
Leila Pinheiro, Pinduca, Nilson Chaves, Nazaré Pereira, Lia Sophia, Fagner, Ivan Lins, Aline Barros,
Jeff Gardner, entre outros.
9
Baterista paraense de longa experiência no cenário artístico. Integrou os grupos “Álvaro Ribeiro
Trio”, “Gema" e "Mini Paulo Quarteto”. Atuou com artistas como Nilson Chaves, Sebastião Tapajós,
Fafá de Belém e Cauby Peixoto.
10
Baterista mencionado (nota de rodapé 3).
6
11
Levada é um termo comum usado entre os percussionistas populares para designar um padrão
rítmico. Em algumas regiões do interior do Pará, utilizam-se também outras expressões tais como
“batida” ou mesmo, ritmo. Neste trabalho, todas as vezes que aparecer o termo “levada”, este
indicará um determinado padrão rítmico executado por instrumentos de percussão, tocados
individualmente ou simultaneamente.
7
12
Cantiga, segundo informantes, são canções do repertório do Samba de Cacete, que são entoadas
durante uma festividade em que se comemora, por exemplo, o período de colheita ou mesmo plantio
de uma safra de determinado alimento, podendo também se relacionar com dias comemorativos e
honrarias a “santos” católicos.
13
Informação encontrada no site da prefeitura do município, disponível em
<https://www.soure.pa.gov.br/o-municipio/sobre-o-municipio/>, Acesso em: 15 Jul. 2019.
14
O Grupo de Tradições Marajoara "Cruzeirinho" foi fundado em 22 de agosto de 1987, dia do
folclore em Soure ilha de Marajó, Pará, disponível em
<https://www.facebook.com/grupocruzeirinhooficial/>, acesso em: 16 Jul.2019.
8
15
A coleta de dados para esta fase da pesquisa estava prevista para ocorrer, em sua maior parte na
modalidade presencial, todavia, em face do isolamento social ante a Pandemia do Covid-19, teve que
ser adaptada para atividades a distância, via internet.
9
autor. Nesse sentido, optou-se nesta pesquisa, por este modelo conteudístico, por
entendermos ser este, suficiente à aplicação teórica e prática para com os alunos
em nível de profissionalização técnica.
Semelhantemente, Matos (2004), ainda que não apresente a organologia
instrumental e a bula de sinais, serviu-nos como referência por ser a primeira
publicação integral acerca de adaptações para a bateria de ritmos paraenses,
publicação de conteúdo inédito e, além disso, com muitas variações rítmicas criadas
pelo autor, com o intuito de, além de incialmente registrar em partituras as levadas
da percussão e adaptá-las para a bateria, expôs suas ideias de variações a partir
das adaptações oriundas de observação e registro da performance da percussão
encontrada em campo, caminho metodológico norteador da presente pesquisa.
Monteiro (2015) registra diversos ritmos amazônicos, bem como suas
adaptações para a bateria, dentre eles, o Carimbó de Marapanim-PA. Apresenta
informações contextualizadas, descrição organológica dos instrumentos de
percussão, notas técnicas de execução das partituras da percussão e bateria, o que
contribui para o enriquecimento de registros via percepção em campo da percussão
e enumera novas ideias estéticas para a adaptação à bateria denominadas pelo
autor de “sugestões de levadas”, classificando-as em A) Levadas com percussão, ou
seja, grooves simples, denominados pelo referido autor de “levada mais reta”
sinalizando que neste caso, deve-se usar quando a bateria atua juntamente com a
percussão, e B) Levadas sem percussão, isto é, grooves para serem tocados pela
bateria sem a presença da percussão, nesse caso, tentando, assumir a função da
percussão, sendo esta, a mesma ferramenta metodológica a ser utilizada para a
composição dos primeiros grooves oriundos das levadas da percussão, parte dois
deste artigo, denominada “Transcrições e Adaptações.”
Ferreira (2016) realiza uma descrição contextualizada da manifestação da
Marujada de São Benedito, bem como “traduções para a bateria e percussão
corporal”. Faz uma descrição analítica de caráter etnográfico, pois teve como alvo
contemplar alunos da educação básica, técnica e temas transversais da cultura afro-
brasileira e indígena. Trabalho que ratifica a necessidade de se produzir materiais
escritos com essa abordagem com vistas à valorização de riquezas rítmicas
paraenses até então pouco exploradas na academia.
10
TRANSCRIÇÕES E ADAPTAÇÕES
As adaptações das levadas de Carimbó de Vigia, do Samba de Cacete de
Cametá e do Lundu Marajoara de Soure foram realizadas a partir da experiência
deste pesquisador nas localidades e do registro feito em campo com gravações em
áudio e vídeo. Em face disso, a percepção das manifestações está centrada na
transcrição e análise musical como ferramentas metodológicas essenciais, em que a
observação da percussão somada à descrição dos elementos rítmicos foi
potencializada por meio da interação entre o pesquisador e os agentes dessas
manifestações, viabilizando desta feita adaptações com verossimilhança das
levadas.
12
Carimbó – Vigia
O Carimbó em âmbito musical geral apresenta um ritmo sincopado e possui
formação instrumental essencialmente percussiva, contendo maracas, matracas,
xeque-xeques, chocalhos, pandeiros, rufos e tambores, acompanhados geralmente
por banjo e instrumentos de sopro.
O tambor carimbó16 também denominado curimbó17 é um elemento
indispensável que denominou a manifestação, estando presente em todas as
regiões de sua incidência. Vicente Chermont de Miranda (1906) em “glossário
paraense” descreve o instrumento musical carimbó como:
16
O termo carimbó nasceu da denominação dos tambores fabricados de troncos de árvores
escavadas, com uma das extremidades coberta de pele de animal silvestre, que medem
aproximadamente 1 metro de comprimento e variam entre 35 e 65 centímetros de diâmetro,
chamados de curimbó. Os conjuntos musicais utilizam de 2 a 3 curimbós, os mais longos para os
sons agudos e o mais largo para os graves (FIGUEIREDO e BÓGEA, 2015, p.83,84).
17
Monteiro (2016) dentre diversas significações descritas em sua tese, cita a expressão de origem
tupi, curi, significando “pau oco” e m‘bó, pau “escavado ou furado”.
13
Meu pai, mestre Lucinho, era filho de Leôncio Silva Martins e Emília Etelvina
Palheta, conhecida por dona Neca, descendente de pais escravos [...]
Papai, quando rapaz aprendeu a bater o tambor [...] Dona Neca, minha avó
participava de “rodas de carimbó” [...] então em Vigia, papai mandou retirar
o pau e construiu dois tambores, ensinou seu primo-irmão Joaquim
Nascimento Palheta a bater o tambor e seu outro primo-irmão Domingos
Nascimento Palheta sacudia a maraca. Então, passaram a tocar o carimbó.
Após, construiu outro tambor. Lucinho convidou Delcides Souza de Jesus,
Raulzinho, o irmão Vavazão e o Filho “Gelo” para fundar um grupo de
carimbó Beija-Flor em agosto de 1969. [Sic] (informação verbal)20
21
Essa bula será usada para todas transcrições das levadas de percussão dos grupos de Carimbó e
Lundu Marajoara registradas nesta pesquisa.
15
Além disso, este balanço é otimizado por outra sonoridade presente que é
produzida pela movimentação das esferas ou sementes dentro das maracas. Esta
sonoridade é como um movimento de arrasto, em que as esferas ou sementes se
movimentam com certo atraso em relação às notas reais grafadas na partitura,
porém este todo sonoro representa nessa e nas demais levadas de Carimbó,
observadas em campo, a função de
22
Entrevista concedida e autorizada por Elielson Antônio Souza Martins – Mestre Lico [Jul. 2019].
Entrevistador: Walter da Silva Almeida. Vigia, 2019. 1 arquivo. mpg (51min.).
17
Por fim, a requinta, cuja nomenclatura, segundo Mestre Lico, foi dada pelos
“mestres mais antigos” em analogia à clarineta. Esse curimbó, além de evidenciar
também a síncope característica, apresenta uma sonoridade que reforça, na levada,
o swing, anteriormente mencionado na relação maracas x tambores, pois este, por si
mesmo contrasta os toques abertos na 1ª semicolcheia de cada tempo com os
toques fechados, com som de tapa nos contratempos.
Após realizar a transcrição e análise descrita anteriormente, com vistas à
adaptação, elencaram-se três aspectos musicais substanciais para a manutenção do
caráter identitário dessa levada: o swing (relação maraca base x curimbó requinta), a
similaridade com o samba (curimbó base) e a presença da síncope característica
(repinique).
Além disso, é importante salientar dois aspectos nessa fase da pesquisa: o
primeiro, é que a transcrição, bem como a adaptação foram pautadas na visão,
18
compreensão, interpretação deste pesquisador, que, por sua vez, marca uma
identidade aos símbolos gráficos e sua significação relacionada à sonoridade
observada em campo; o segundo, é que da mesma maneira em que se buscou
verossimilhança entre o que se observou na performance da percussão e seu
registro em partituras, buscou-se adaptar para a bateria intentando projetar na
mesma similaridades quanto à rítmica da levada.
Para a notação a ser utilizada em todas as adaptações e variações para a
bateria desenvolvidas nesta pesquisa, foi elaborada a seguinte bula:
A intenção neste groove (Adaptação 1, p.18), assim como nos próximos seis
grooves, é traduzir do idioma percussivo para o idioma baterístico a estrutura rítmica
que se considera elementar na levada desse e dos demais grupos.
O bumbo é similar à levada do curimbó base, que se parece com um bumbo
de samba. O surdo representa ao mesmo tempo a síncope característica do curimbó
19
Amazo: Muita gente vem aqui pesquisar sobre o Carimbó, mais sobre a
história, legal, vocês vieram pesquisar sobre a música, isso nos impulsiona
a acreditar que nossa música tem raiz e é boa [...] [Sic]
Prof. Paulo: Bem, quanto à origem do Carimbó, é cultura, né? Não tem uma
certidão de nascimento, porém o nosso grupo é novo, foi fundado no dia
dois de Julho de 2017, o nosso foco é o Carimbó, né? Somos um grupo
tradicional de pau e corda, mas sabemos que outros instrumentos como a
bateria estão aí desde o Pinduca, né? E que bom que vocês querem
ampliar o conhecimento vindo aqui com a gente [...]. [Sic]
23
Termo comumente usado nos grupos de Carimbó para denominar o percussionista do tambor
curimbó/Carimbó.
24
Vigiense, nascido em 06 de abril de 1964, é graduado em Licenciatura e Bacharelado em História
pela ESMAC. Especialista em Saberes Africanos e Afro-brasileiros na Amazônia pela UFPA.
Publicou vários artigos nos jornais de Vigia. É sócio da Sociedade Literária e Beneficente “Cinco de
Agosto; Membro da Academia de Imprensa de Belém e da Academia Curuçaense de Letras, Artes e
Ciências.
25
Entrevista concedida e autorizada por Paulo Cordeiro e Amazo Alcântara [Ago. 2019]. Entrevistador
Walter da Silva Almeida. Vigia, 2019. 1 arquivo. mpg (35 min.).
20
Amazo: A gente tem o tambor de base que é o Marcação, esse não varia,
tem o repinique, que é o do meio que faz o repinicado e tem a requinta, só
que essa requinta, que é o tambor menor, ela fica livre, ela marca, ela
improvisa, ela dá a virada chamando já a outra música, mas as vezes a
gente toca com dois, daí o repinique pode virar requinta [Sic]
26
Entrevista concedida e autorizada por Paulo Cordeiro e Amazo Alcântara [Ago. 2019]. Entrevistador
Walter da Silva Almeida. Vigia, 2019. 1 arquivo. mpg (35 min.).
21
Amazo: ela era considerada uma das tias do Carimbó [...] eram várias tias,
tia Pê, Anacleta, tia Luiza Fragata, elas faziam as festas nos terreiros. [Sic]
Roca: hoje nosso grupo é praticamente formado por família [...] meu avô
toca o banjo, eu toco e canto, minha mãe canta e agora meu filho também
nas maraca [...] nosso grupo tem 46 anos. [Sic]
27
Rim Shot, que traduzido significa “tiro de aro” é uma técnica que consiste em golpear qualquer
tambor, na pele e no aro simultaneamente, produzindo um som fechado, seco e estalado como que o
som de um “tiro”.
28
Entrevista concedida e autorizada por Gleydson Gomes e Amazo Alcântara [Ago. 2019].
Entrevistadores Walter da Silva Almeida e Vanildo Palheta Monteiro. Vigia, 2019. 1 arquivo. mpg (27
min.).
25
Então, antes né?, era um tambor menor que esse né? (apontando para o
curimbó repique), e eles faziam essa jogada de um tipo de virada que era
mais ou menos assim (tocou um pouco) [...] esse gingado com som bem
agudo, a gente já adaptou esse aqui [...] anteriormente eu era do tambor de
centro, só que ficava ruim porque eu me dediquei a cantar, aí se tornava
ruim eu cantar e tocar acocado por cima do tambor [...] aí foi essa
adaptação, surgiu daí, eu me senti mais à vontade com o tambor na coxa,
daí criou um ritmo diferente né? ficou mais ritmado [...] é mais que justo o
banjo puxar a música, mas eu adaptei isso também, chamo na requinta,
quer ver? (iniciaram a execução da levada por completo). [Sic] (Informação
verbal)29
29
Entrevista concedida e autorizada por Gleison Gomes e Amazo Alcântara [Ago. 2019].
Entrevistadores Walter da Silva Almeida e Vanildo Palheta Monteiro, Vigia, 2019. 1 arquivo. mpg (27
min.).
26
30
Salles e Salles (1969) define de modo geral, o termo “batuque”, como de uso comum e recorrente
na Amazônia, para nominar uma “dança negra”, acompanhada de tambor – podendo ser ou não
religiosa. Além disso, o referido autor deixa claro que este termo possivelmente deu origem à grande
variedade de Carimbós existentes no Pará (SALLES e SALLES, 1969, p. 278).
27
31
O município de Cametá está localizado na mesorregião do Nordeste Paraense e na microrregião
de Cametá [...] limitando-se ao Norte com Limoeiro do Ajuru, ao Sul com Mocajuba, ao Leste Igarapé-
Miri e a Oeste com Oeiras do Pará. O Município apresenta uma área territorial de 3.122km2 [...] De
acordo com o Censo Demográfico de 2010 (IBGE), a população total do município de Cametá é de
120.896 habitantes, apresentando 52.838 residentes na zona urbana e 68.058 residentes na zona
rural.
28
[...] O mestre Cupijó, na intenção de ver o nome dele e de sua banda ter
sucesso no cenário comercial da música paraense, selecionou várias
cantigas do repertório das rodas de Samba de Cacete oriundas das
comunidades quilombolas, Maçariquinho, Mineiro Pau e Siriá [...] Ao invés
de colocar no CD “Samba de Cacete”, que ia ficar muito grande, ele botou
Siriá. [sic] (Informação verbal)33
32
Entrevista concedida e autorizada por Dmitryus Braga [Ago. 2019]. Entrevistador: Walter da Silva
Almeida. Cametá,2019. 1 arquivo. Mpg (52min.).
33
Entrevista concedida e autorizada por Dmitryus Braga [Ago. 2019]. Entrevistador: Walter da Silva
Almeida. Cametá,2019. 1 arquivo. Mpg (52min.).
34
Professor de História na rede municipal de Cametá, trabalha há mais de 15 anos como pesquisador
nas área de etnomusicologia, história oral, cultura e religiosidade em comunidades quilombolas e
ribeirinhas da Amazônia Tocantina.
35
Entrevista concedida e autorizada por Manoel Valente [Ago. 2019]. Entrevistador: Walter da Silva
Almeida. Cametá, 2019. 1 arquivo. Mpg (57 min.).
29
36
Entrevista concedida e autorizada por Dmitryus Braga [Ago. 2019]. Entrevistador: Walter da Silva
Almeida. Cametá,2019. 1 arquivo. Mpg (52min.).
30
37
Para os tocadores de Cametá rosto do tambor é o mesmo que pele ou membrana.
38
GROVES, Dicionário de Música, 1994, p.357.
39
Vide nota 33.
33
40
Termo onomatopaico utilizado em percussão e bateria para apogiatura simples.
41
Termo utilizado em instrumento em percussão e bateria para agrupamentos de três notas.
42
Termo onomatopaico utilizado em instrumentos de percussão em geral, para apogiatura dupla.
43
O município de Soure está localizado na foz do rio Amazonas, na costa oriental do arquipélago do
Marajó, e é banhado pelo rio Paracauari [...] A área de Soure corresponde hoje a 3.513km²,
distanciando-se de Belém, cerca de 87km em linha reta e 94km em linha fluvial.
34
por sua coordenadora e fundadora, Maria Amélia Barbosa, conhecida por “Tia
Amélia” e Grupo Tambores do Pacoval, grupo mais recente, porém, de relevância na
cidade.
Tia Amélia relatou com profundo pesar que, nas principais festas do
município, não se toca mais o Carimbó e muito menos o Lundu. Segundo ela
acredita, se permanecer o descaso, a manifestação pode acabar, ou ninguém não
saberá contar nada sobre o Lundu Marajoara.
Dada a essa questão, iniciou-se um diálogo, e este pesquisador demonstrou
interesse pelo registro e pela difusão do ritmo, além de deixar claro o objetivo
principal da pesquisa e a quem ela se destina. Dona Amélia não hesitou e colocou-
se à disposição para contribuir, bem como o seu grupo, cujos participantes nos
permitiram realizar gravações, entrevistas, o que possibilitou a transcrição da levada
e de algumas informações históricas e musicais que tendem a enriquecer o
conteúdo dessa pesquisa. Acerca das questões rítmicas, em uma das entrevistas,
Tia Amélia relata:
[...] Nós somos um grupo de tradição que foi herdando a forma de tocar de
uma galera de mestres, o nosso ritmo é cadenciado, se acelerar, os
dançarinos logo reclamam, nós não acelera [...] o dos outros grupos é mais
acelerado porque eles são parafolclóricos, vieram de Belém e trouxeram o
ritmo acelerado de lá, o nosso é de raiz, eles são uma mistura de ritmos [...]
nunca veio nenhum baterista aqui [...] quando eles tocam os ritmos
paraenses, ah! eles tocam na levada do Pinduca né? Banda Nova, o ritmo
das rádios, agora da Dona Onete [...] Lundu Marajoara? Acho que nunca vi
com bateria. [Sic] (Informação verbal)44
44
Entrevista concedida e autorizada por Maria Amélia Barbosa Ribeiro [Set. 2019]. Entrevistadores:
Walter da Silva Almeida e Vanildo Palheta Monteiro. Soure, 2019. 1 arquivo. Mp4 (14 min.).
35
45
Ver bula da notação para a Bateria (página18).
36
46
Batidas por minuto.
47
Ver bula da notação para a Bateria (figura 8).
37
Vale também dizer que essa levada (transcrição 6, p.36) é definida pelos
dois primeiros compassos em ostinato até que executam uma virada48, com a
quiátera de tercinas de colcheias acentuadas no 3º compassos, sendo esta virada
uma preparação para a repetição da levada.
48
Virada é um termo comumente usado por bateristas e percussionistas. Significa tocar um trecho
rítmico, geralmente de um a dois compassos, que pode ser pré-definido, padronizado ou improvisado,
com vistas a sinalizar a passagem de uma parte para outra da música, a repetição da mesma, ou a
passagem de uma música para a outra.
38
Ficou claro na afirmativa de Madson que o ritmo está ligado a tudo que
circunda o tambor, a sonoridade associada ao tipo de material usado na confecção
dos curimbós, bem como a forma de tocar oriunda dos mestres e o andamento, além
de identificar implicitamente uma diferença rítmica em relação ao Cruzeirinho,
usando a expressão “nosso jeito”, que se confirmou quando da escuta e transcrição
nossa, aliado a isso, a configuração instrumental percussiva é semelhante a dos
demais grupos já investigados até aqui, possuindo três tambores: o grave nominado
curimbó marcação (ao centro), o médio, nominado curimbó médio (abaixo) e o
agudo, nominado curimbó repique (acima) – (figura 19, p.39) e as maracas (figura
20, p.39).
49
Entrevista concedida e autorizada por Madson da Silva Conceição [Set. 2019]. Entrevistadores:
Walter da Silva Almeida e Vanildo Palheta Monteiro.Soure,2019. 1 arquivo. Mp4 (18 min.).
39
50
Disponível em: < http://projetos.eeffto.ufmg.br/sarandeiros/?p=1191> Aceso em: 15 novembro 2019.
51
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ug7A9saqse0> Aceso em: 15 novembro 2019.
40
VARIAÇÕES E PRODUTO
As transcrições, as adaptações e as experimentações realizadas nesta
pesquisa lançaram luzes para a construção das variações, as quais são parte
integrante do produto final que compõe este trabalho. Assim sendo, foram realizadas
as seguintes ações:
1- Questionário on-line via aplicativo, Google Forms52;
2- Sessão de aulas síncronas e assíncronas via os aplicativos Whatsapp,
Google Meet e Zoom, para esclarecimentos técnicos acerca dos grooves;
3- Laboratório de gravação em estúdio. Participaram destas ações 12
alunos, sendo 06 alunos ativos do 1º e 2º anos e, 06 alunos egressos
das turmas 2017 e 2018 do CTIM – Bateria – EMUFPA.
Após estas ações, decidiu-se que o produto teria como base para a sua
criação os seguintes critérios:
1. Ter como foco, os alunos do CTIM – Bateria − da EMUFPA e outros
bateristas e percussionistas que possuam nível técnico de execução e
leitura de partitura compatíveis com a produção pretendida no E-book;
2. Criar 5 (cinco) variações/grooves para cada uma das 7 (sete)
adaptações/grooves realizadas para a bateria, dispostas na mesma
sequência de apresentação dos grupos descritos na parte 2 deste artigo
52
O Google Forms é um serviço gratuito para criar formulários on-line. Nele, o usuário pode realizar
pesquisas de múltipla escolha, criar questões discursivas, solicitar avaliações entre outras opções. A
ferramenta é ideal para quem precisa solicitar feedback sobre algo.
42
53
Aqui, toma-se como referência o conceito de Monteiro (2016) ao identificar swing como as
“verdadeiras nuanças” do fraseado rítmico, características pertinentes a uma manifestação ou grupo
específico.
54
Manulação é um termo comum usado por bateristas e percussionistas que significa uma indicação
para a sequência ordenada das mãos (direita e/ou esquerda) a ser utilizada ora para facilitar a
execução, ora para definir a sonoridade, ou o swing da levada ou do groove.
43
executá-lo, porém com algumas dificuldades técnicas como tocar o rim shot no
surdo, sincronizar os acentos da mão esquerda no tom 1 com os rim shots da mão
direita no surdo. Todavia, disseram que o elemento facilitador no groove foi a rítmica
dos pés (bumbo e chimbal com o pé), pelo fato de ser idêntica à condução de samba
mais comumente tocada por eles. Nesse sentido, para a criação das variações, a fim
de manter o swing característico do groove oriundo da levada da percussão, foram
mantidos os pés inalterados, exceto nas variações 4 e 5, em que foram adicionados,
chimbal nas cabeças dos tempos e abertura de chimbal no contratempo. Quanto às
mãos, manteve-se a síncope característica no tom 1 (mão esquerda) variando
suavemente o ritmo na mão direita, tirando as 2ª (segundas) semicolcheias nas
variações 1 a 5, bem como houve a utilização de outras peças da bateria: caixa, tom
2 e prato de condução (p.21 - 25 do E-book).
Em resposta ao groove “Os Manos” (p.26 do E-book), a maioria dos alunos
relatou conseguir tocar, porém com maior dificuldade em executá-lo do que o groove
Beija-Flor. Dentre as colocações, destacou-se a dificuldade em manter as 4(quatro)
semicolcheias por tempo no surdo com a mão direita, sobretudo por conta do acento
na 4ª (quarta) semicolcheia de cada tempo. Outra observação se deu quanto à
dificuldade de coordenar o ostinato de 4(quatro semicolcheias), por tempo no surdo
(mão direita) com a execução dos acentos, dos rim shots e das notas fantasmas no
tom 1 (mão esquerda).
Nesse caso percebi que poderia mudar a posição e a distribuição das notas
das mãos sem alterar estruturalmente o groove, isto é, mantendo seu swing
característico. Após diversas experimentações, resolvi utilizar a técnica linear55
criando para as mãos um ostinato de semicolcheias distribuídas sequencialmente
nas peças surdo, tom 1, surdo, tom 1, mantendo os acentos, os rim shots e as notas
fantasmas no mesmo lugar (p.28 do E-book).
A mesma estrutura foi mantida na variação 2 (p.30 do E-book), porém com a
seguinte alteração: substituíram-se as primeiras semicolcheias (surdo com rim shots)
dos tempos 1(um) do primeiro e segundo compassos pela caixa com rim shots, o
que causou uma mudança timbrística, reforçando a função de pergunta nesse
groove.
Na variação 3 (p.31 do E-book), resolveu-se experimentar uma possibilidade
55
A técnica linear consiste em tocar as peças da bateria sem fazer uso de paralelismos verticais, ou
seja, toca-se uma peça de cada vez.
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56
A partir daqui, todas as vezes que aparecer o referente termo, entenda-se com a performance
tradicional da bateria – bumbo, caixa e chimbal ou bumbo, caixa e prato de condução.
57
Caixa percutida no centro da pele, com as pontas das baquetas.
58
A pinça é uma forma de segurar a baqueta, tendo como pontos de apoio, o dedo polegar e as
falanges, média e da extremidade do dedo indicador.
59
A mola é o apoio realizado com o movimento de flexão dos dedos médio, anular e mínimo.
45
60
Termo conhecido pelos estudantes de bateria e percussão, que significa percutir fortemente o
corpo de uma baqueta que esteja com a ponta friccionada sobre a pele de um tambor ou caixa, com o
corpo da outra baqueta.
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O buzz roll conhecido também como multiple bounce roll que traduzido é: rolo de salto múltiplo, é
um rudimento percussivo em que se deve pressionar a(s) ponta(s) da(s) baqueta(s) contra a
superfície da pele do tambor, fazendo-a saltar velozmente e múltiplas vezes. Também conhecido
como rulo de pressão.
48
finalizando o groove com a sequência: fusa (surdo) + fusa (caixa) + colcheia (caixa
com rim shot).
Criou-se a variação 2 (p.71 do E-book) verossímil à variação 1, apenas
invertendo as posições do tom 1 e do surdo no groove.
A variação 3 (p.72 do E-book) foi mantida quase idêntica ao groove inicial.
Com uma pequena mudança, retirou-se o chimbal fechado com o pé da segunda
nota da síncope característica e das cabeças dos tempos 2 dos dois compassos do
groove.
Na variação 4 (p.73 do E-book), manteve-se a mesma estrutura da variação
2, apenas mudando a nota fantasma para o tom 2 e acrescentando novamente a
nota fantasma no surdo ao final do groove – última semicolcheia.
Na variação 5 (p.73 do E-book), criou-se o groove mais baterístico desse
Lundu. Distribuiu-se a primeira síncope característica no 1º tempo do 1º compasso
da seguinte forma: semicolcheia (tom 1) + colcheia (tom 2) + semicolcheia (surdo),
criando uma melodia descendente, que finaliza na cabeça do 2º tempo seguidas de
um surdo na cabeça do tempo 2 ligado a uma caixa (contratempo). No segundo
compasso, o movimento é ascendente, sendo síncope característica distribuída na
sequência a seguir: 1ª semicolcheia (surdo) + 2ª semicolcheia (tom 2) + 4ª
semicolcheia (tom 1), finalizando o groove com um rulo62 de 5 toques ligados a duas
fusas, sendo a última acentuada. Outra mudança nessa variação/groove foi inserir
um ostinato de chimbal com o pé fechado no tempo + chimbal com o pé aberto no
contratempo.
Concluída a 1ª ação, as partituras dos grooves foram enviados aos alunos
via WhatsApp para que os mesmos pudessem praticá-los. Após isso, iniciou-se a 2ª
etapa proposta, em que foram realizadas aulas remotas de forma síncrona e
assíncrona para dirimir todas as dúvidas técnicas que surgiram acerca dos grooves.
Convém ressaltar que, nessa etapa, mediante os diálogos entre pesquisador
e alunos, foram criadas algumas ferramentas didáticas em prol do aprendizado dos
grooves, tais como: nota técnica (p.17 do E-book), informações técnicas
complementares (p.18 do E-book), analogia em cores para melhor compreensão das
adaptações iniciais para a bateria oriunda de cada conjunto instrumental percussivo
(p.19, 26, 35, 42, 52, 61 e 68 do E-book), e uma sequência de aprendizagem −
62
Rulo é um rudimento sequencial de toques duplos ou múltiplos, geralmente finalizado com um
toque simples.
50
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa se justificou desde o momento em que se confirmou,
sobretudo durante o percurso acadêmico, que minha inquietação de longas datas
acerca da carência de materiais didáticos voltados para os ritmos paraenses na
bateria também era uma inquietação de meus alunos e de outros bateristas e
percussionistas de nossa região. Poucos pesquisadores já se aventuraram em
adaptar ritmos paraenses à bateria, por conta disso e pelo fato de ser professor em
uma instituição de ensino profissionalizante, fui impelido a suprir, em certa medida,
esta escassez de materiais com perfil conteudístico.
Elaborar o produto “GROOVES DO PARÁ e-book”, com informações
contextualizadas no artigo sobre o processo das transcrições da percussão,
adaptações e variações para a bateria das levadas do Carimbó de Vigia, do Samba
de Cacete de Cametá e do Lundu Marajoara de Soure, foi possível graças à
colaboração de um grande grupo de pessoas mencionadas tanto no artigo quanto no
produto final desta pesquisa.
Ao dialogar com os alunos e com bateristas paraenses profissionais durante
o processo de construção do e-book, percebeu-se que além do objetivo geral
proposto, os objetivos específicos também foram sendo atendidos de acordo com a
produção em andamento.
Dada a escassez quanto à produção científica de trabalhos sobre ritmos
paraenses adaptados para a bateria, não sabia de início, se a pesquisa bibliográfica,
a pesquisa de campo e as transcrições seriam suficientes para a produção do
material a ser desenvolvido.
O fato é que por conta dos resultados alcançados até aqui, foi possível, em
certa medida, ainda que não saibamos o quanto, suprir a lacuna existente quanto à
exiguidade de materiais acerca de adaptação de ritmos paraenses para a bateria,
otimizar a formação profissionalizante dos alunos do CTIM − Bateria da EMUFPA e,
atender a músicos em geral interessados de forma direta ou indireta na temática
desta pesquisa.
Quanto às referências sobre ritmos brasileiros adaptados para a bateria,
foram elencados os seguintes autores: Matos (2004); Rocha (2007); Bolão (2010);
Monteiro (2015); Barsalini (2009,2014); Ferreira (2016); Palmeira (2017); Leppaus
(2019). Em relação às questões musicológicas oriundas da percussão com reflexos
53
para a bateria, a principal referência foi Monteiro (2016). Todos sinalizaram ideias
para os conteúdos musicais a serem investigados e inseridos no artigo e no produto
final.
Cabe ressaltar que ir a campo, a locais desconhecidos, para coletar os
dados, não é tarefa fácil. Viajar, durante o período letivo, é um tanto quanto
desafiador dado ao curto tempo disponível. Além disso, houve a triste ocorrência da
Pandemia do vírus COVID-19, que prejudicou esta pesquisa quanto a sua execução
no tempo normal, além de ter forçado a mudar a metodologia para parte da coleta de
dados – fase 3 (variações e produto) - que deveria ser realizada de forma presencial
e coletiva com os alunos do CTIM – Bateria – EMUFPA, logo inviabilizando também
um maior aprofundamento em algumas questões musicológicas que provavelmente
teriam maior densidade e amplitude.
Com tudo isso, a conclusão é que este trabalho GROOVES DO PARÁ e-
book cumpre com as exigências solicitadas por este programa de Mestrado
Profissional – ProfArtes - na linha de pesquisa “Processo de Ensino e Criação em
Artes”, bem como seus desdobramentos midiáticos, por se tratar de um livro digital.
As análises musicológicas e o produto – e-book que acompanha a produção
final desta pesquisa são respostas acerca do “o quê” e “como” ensinar ritmos
paraenses na bateria. Sendo uma pesquisa que nasce em uma escola
profissionalizante em Belém do Pará, acredita-se que ela possa, por conta de seus
resultados, ser útil e relevante para outras instituições de ensino, no mesmo ou em
outros níveis acadêmicos.
Porém, tem-se consciência da limitação deste trabalho, há ainda muito a ser
feito, pois o Pará é muito grande e existem muitas levadas e grooves a serem
investigados e registrados. Acredita-se, portanto, que dar continuidade nas
investigações acerca dos grooves será por longos anos uma missão a fim de que
muitos outros trabalhos possam emergir direta ou indiretamente e sejam
beneficiados com este viés de conhecimento, tão necessário e importante a nossa
música.
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REFERÊNCIAS
BARSALINI, Leandro. As sínteses de Edison Machado: um estudo sobre o
desenvolvimento de padrões de samba na bateria. Campinas, 2009. 172f.
Dissertação (Mestrado em Música). Universidade Estadual de Campinas UNICAMP,
2009.
BOTA, João Victor. A Transcrição Musical como Processo Criativo. 2008. 99f.
Dissertação (Mestrado em Música) Universidade Estadual de Campinas –
UNICAMP, Campinas, 2008.
COSTA. Ivone Gaia Maués (org.). Sons e ritmos africanos na Amazônia. Belo
Horizonte: Historiarte, 2016.
FRANCIS, André. Jazz. Coleção Opus 86. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
LIMA, Edilson V. A modinha e o lundu: dois clássicos nos trópicos. 2010. 248 f. Tese
(Doutorado em Música) – Universidade de São Paulo USP, São Paulo, 2010.