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Samba
O Samba é um dos ritmos mais característicos e emblemáticos da música brasileira.
Nascido no Rio de Janeiro no início do século XX, resultado de inúmeras influências:
desde a umbigada e o batuque africanos, das danças européias trazidas pela corte
portuguesa, como a Polca; das manifestações urbanas que já aconteciam na cidade,
como o Maxixe.
Um fator decisivo para o seu desenvolvimento foram as lendárias reuniões nas casas
das tias baianas, como a da Tia Ciata, onde se encontravam músicos e artistas vindos
da Bahia, trazendo elementos distintos dos sambas de Roda e da Chula. Foram
muitas e graduais as transformações que, pouco a pouco, delinearam os desenhos
rítmicos que definem o Samba como conhecemos hoje.
O papel do surdo será executado nas cordas graves pelo polegar ( p ), e o tamborim
nas cordas agudas pelos dedos indicador, médio e anular ( i, m, a ).
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*CONSIDERAÇÕES SOBRE O SURDO
O Samba é um ritmo binário (2/4), sendo o que tempo forte, ou o tempo de apoio, é
sempre o segundo tempo. O primeiro tempo é mais curto e fraco (pele abafada do
surdo) e o segundo tempo mais longo e forte (pele solta do surdo). Faremos a mesma
coisa no violão, tocando o primeiro tempo mais curto e um pouco mais fraco, e o
segundo tempo deixando a nota durar um pouco mais e com mais força. Sempre
com o p. Um artifício muito usado também pelos baixistas, é tocar a tônica do acorde
no primeiro tempo e sua quinta (abaixo da tônica) na segundo. Isso reforça a
acentuação característica dos graves nesse ritmo. Mas veja bem, isso não é uma
regra. Até mesmo porque, em alguns casos, não haverão notas mais graves do que
a tônica, dependendo do acorde e da região em que for tocado no braço do violão.
Nesses casos, pode-se manter a mesma nota (tônica) ou tocar os baixos uma oitava
acima para obter espaço. O importante é fazer essa acentuação e nunca colocar o
peso no primeiro tempo.
A fórmula do tamborim dura dois compassos, ou seja, quatro tempos. A cada dois
compassos o ciclo se fecha e se reinicia. Existem duas maneiras de tocar essa
fórmula, uma começando nas colcheias com as síncopas centralizadas (exemplo 1),
e outra começando na síncopa com as colcheias centralizadas (exemplo 2):
Ex 1
Ex 2
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Na verdade o que diferencia os dois exemplos é apenas o compasso em que se
inicia. O exemplo 2 começa no segundo compasso do exemplo 1.
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A seguir, uma sequência típica de quatro acordes nos dois tipos de levada para
praticar.
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A partir de agora, começaremos a adicionar notas na levada, para o seu
enriquecimento rítmico e um preenchimento da sonoridade. Voltaremos a praticar
apenas no acorde Cmaj7(9). Primeiramente, adicionaremos uma nota no último
tempo do segundo compasso, desmembrando o bloco i,m,a em dois: tocaremos o
dedo i, seguido dos dedos m,a (variação 1). Depois, adicionaremos uma nota no
primeiro tempo do primeiro compasso, desta vez invertendo o movimento: primeiro
os dedos m,a seguido do dedo i (variação 2).
Variação 1
Variação 2
A levada agora já fica bem mais preenchida e essas variações podem ser utilizadas
de acordo com a própria criatividade do intérprete. Praticaremos agora um pouco
nos dois tipos de levada com a sequência de acordes anterior para nos
familiarizarmos com as notas adicionadas em ambas situações. É importante
observar os deslocamentos das antecipações dos acordes nos dois casos, assim
como os momentos onde as notas adicionadas entram:
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Levada 1
Levada 2
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Os exemplos seguintes lidam com uma cadência bem recorrente no repertório de
samba e choro, os chamados turn around – que aparecem nos finais das partes para
a resolução das mesmas. Desta vez, utilizaremos dois acordes por compasso,
criando assim uma nova situação de movimentos harmônicos em relação ao
movimento rítmico. Faremos também nos dois tipos de levada:
Levada 1
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Levada 2
A seguir, compartilho um efeito do qual me utilizo para fazer levadas ainda mais
enriquecidas. Trata-se de um curto e sutil rasgueado - utilizando os dedos i,m,a
sempre no sentido descendente, sobre as cordas “mutadas” pela mão esquerda
(ghost notes). Esse efeito será representado por uma flecha, e será adicionado pouco
a pouco na levada - começando pelo último tempo do segundo compasso até o início
do ciclo - preenchendo todos os “buracos” de semi-colcheias restantes, resultando
numa condução bastante percussiva do samba.
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1.
2.
4.
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Os rasgueados percussivos não devem ser acentuados, pois o desenho natural do
samba já está sendo evidenciado pelos acordes. Ainda existe a possibilidade de
adicionar acordes na “cabeça” dos tempos onde ocorrem as síncopas – mais
conveniente quando o andamento é mais lento:
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Exemplos de outras variações rítmicas
Levadas de Samba-Choro, explorando o uso de semicolcheias:
1.
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3.
1.
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2.
3.
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Explorando o uso de notas repetidas:
Obs: A ausência de alguns baixos faz menção ao samba de “Partido Alto”. A
digitação da mão direita nas notas repetidas será sempre a mesma ( i, p, ima )
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3.
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