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NATAN SILVA AMORIM

CIBERSEGURANÇA E O PAPEL DA LEI 14.155/2021 NA


PREVENÇÃO DE CRIMES CIBERNÉTICOS

Anápolis
2024
NATAN SILVA AMORIM

CIBERSEGURANÇA E O PAPEL DA LEI 14.155/2021 NA


PREVENÇÃO DE CRIMES CIBERNÉTICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Anhanguera, como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em Direito.

Orientador: Leile Fernandes

Anápolis
2024
NATAN SILVA AMORIM

CIBERSEGURANÇA E O PAPEL DA LEI 14.155/2021 NA


PREVENÇÃO DE CRIMES CIBERNÉTICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Anhanguera, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em Direito.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Anápolis, dia de mês de 2024


SILVA, Natan. CIBERSEGURANÇA E O PAPEL DA LEI 14.155/2021 NA
PREVENÇÃO DE CRIMES CIBERNÉTICOS. 2024. 19 páginas. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Faculdade Anhanguera, Anápolis,
2024.

RESUMO

A Lei 14.155/2021 teve um impacto significativo no combate aos crimes cibernéticos


e na segurança digital no Brasil. Este estudo analisa esse impacto, utilizando uma
abordagem qualitativa e descritiva por meio de revisão bibliográfica. As fontes
incluem livros, dissertações e artigos científicos de bases de dados como PubMed,
Scopus e Web of Science, abrangendo trabalhos publicados entre 2018 e 2023. A
pesquisa destaca as implicações legais e os desafios na aplicação da legislação em
um cenário digital em constante evolução. A metodologia não propõe disciplinas
práticas, concentrando-se na análise das implicações da legislação nos crimes
cibernéticos. As considerações finais abordam a necessidade de adaptação da
sociedade às complexidades legais e digitais emergentes.

Palavras-chave: Lei 14.155/2021. Crimes Cibernéticos. Segurança Digital. Brasil.


Impacto.
SILVA, Natan. Cybersecurity and the Role of Law 14.155/2021 in Preventing
Cybercrimes. 2024. 19 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Direito) – Faculdade Anhanguera, Anápolis, 2024.

ABSTRACT

The Law 14.155/2021 has had a significant impact on combating cybercrimes and
digital security in Brazil. This study analyzes this impact, using a qualitative and
descriptive approach through literature review. Sources include books, dissertations,
and scientific articles from databases such as PubMed, Scopus, and Web of
Science, covering works published between 2018 and 2023. The research highlights
the legal implications and challenges in implementing the legislation in a constantly
evolving digital landscape. The methodology does not propose practical disciplines,
focusing on analyzing the implications of the legislation on cybercrimes. The final
considerations address the need for society to adapt to emerging legal and digital
complexities.

Keywords: Law 14.155/2021. Cybercrimes. Digital Security. Brazil. Impact.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LGPD Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais


DPO Data Protection Officer
JSTOR Journal Storage
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 8
2. IMPACTO DA LEI 14.155/2021 NO COMBATE AOS CRIMES CIBERNÉTICOS
E NA SEGURANÇA DIGITAL NO BRASIL........................................................112.1.
LGPD - Proteção da Privacidade e Segurança dos Dados Pessoais...........17
REFERÊNCIAS.........................................................................................................19
8

1. INTRODUÇÃO

A IMPORTÂNCIA DA MUDANÇA DE NOME NO CONTEXTO DA LEI


FEDERAL Nº 14.382

Os crimes cibernéticos emergem como uma preocupação crescente na


sociedade contemporânea, refletindo os desafios enfrentados em um mundo cada
vez mais digitalizado. Este estudo visa investigar e analisar as implicações dessas
atividades delituosas, focalizando-se na legislação brasileira, especialmente na Lei
14.155/2021, que aborda questões relacionadas a esse fenômeno. A relevância
deste tema reside na necessidade de compreender melhor as dinâmicas dos crimes
cibernéticos, suas ramificações legais e sociais, bem como as estratégias para
enfrentá-los. A pesquisa pretende explorar lacunas na legislação, desafios na sua
aplicação e as implicações dessas questões para a sociedade, oferecendo
contribuições significativas para o entendimento e a mitigação desses crimes no
contexto jurídico brasileiro.
A crescente sofisticação dos crimes cibernéticos e as mudanças constantes
no cenário digital destacam a importância crucial de analisar e compreender a Lei
14.155/2021. Este estudo é justificado pela necessidade premente de examinar
como as novas disposições impactam o enfrentamento desses delitos e são
fundamentais para a segurança digital no Brasil. Ao longo dos anos, testemunhamos
um aumento significativo na incidência de crimes cibernéticos, que vão desde
ataques de phishing até esquemas elaborados de fraude financeira. Esses delitos
não apenas representam uma ameaça direta à segurança e à privacidade dos
cidadãos, mas também têm sérias implicações para a economia e a estabilidade
social. Diante desse cenário desafiador, torna-se evidente a necessidade de uma
legislação abrangente e eficaz para lidar com essas questões emergentes. A Lei
14.155/2021 busca justamente preencher essa lacuna legal, introduzindo novos
tipos penais e estabelecendo penas mais severas para crimes cibernéticos. No
entanto, é essencial entender como essas mudanças legais se traduzem na prática
e se são suficientes para enfrentar a sofisticação crescente desses delitos. Além
disso, a relevância deste estudo vai além do âmbito jurídico, uma vez que os crimes
9

cibernéticos afetam diretamente a sociedade como um todo. A segurança digital é


um componente essencial da vida moderna, impactando desde transações
financeiras até a privacidade das comunicações pessoais. Portanto, este estudo
busca não apenas analisar a legislação em si, mas também fornecer insights
valiosos para aprimorar as estratégias de prevenção e repressão dos crimes
cibernéticos, contribuindo para a segurança da sociedade e para o desenvolvimento
de políticas públicas mais eficazes nesse contexto.
O problema de pesquisa definido neste projeto concentra-se em investigar o
impacto da Lei 14.155/2021 no combate aos crimes cibernéticos e na segurança
digital no Brasil. Este problema é de suma importância devido à crescente
complexidade e sofisticação dos crimes cibernéticos, que representam uma ameaça
significativa à segurança e à estabilidade da sociedade. Com a promulgação da
referida lei, que introduziu novos tipos penais e estabeleceu penas mais severas
para crimes cibernéticos, surge a necessidade de avaliar sua eficácia na prevenção
e repressão dessas atividades delituosas. Além disso, é fundamental compreender
como essas alterações legislativas estão sendo aplicadas na prática e se estão
contribuindo efetivamente para a segurança digital do país. Dessa forma, delimita-se
o escopo deste estudo para analisar especificamente os efeitos da Lei 14.155/2021
no cenário dos crimes cibernéticos no Brasil, visando identificar lacunas, desafios e
oportunidades para fortalecer a segurança digital e proteger os cidadãos contra
ameaças virtuais.
Este estudo visa analisar o impacto da Lei 14.155/2021 no enfrentamento dos
crimes cibernéticos e na segurança digital no Brasil. Para alcançar esse propósito,
uma série de investigações será conduzida. Primeiramente, será examinada a
natureza das mudanças legais introduzidas pela referida lei, especialmente em
relação aos delitos virtuais. Em seguida, será realizada uma avaliação crítica da
eficácia dessas mudanças na prevenção e repressão dos crimes cibernéticos. Além
disso, serão identificadas possíveis lacunas na legislação e analisada a sua
aplicação prática. Por fim, será investigada a condução das investigações
relacionadas aos crimes cibernéticos após a promulgação da referida lei,
destacando os desafios enfrentados pelas autoridades responsáveis. Cada aspecto
mencionado será abordado em um capítulo específico deste trabalho, oferecendo
uma análise abrangente e detalhada do tema em questão.
10

A pesquisa será realizada por meio de uma revisão bibliográfica, abarcando


livros, dissertações e artigos científicos disponíveis em bases de dados relevantes,
com foco nos anos de 2018 a 2023. Dentre as fontes a serem consultadas estão
PubMed, Scopus, Web of Science, JSTOR e outras bases acadêmicas confiáveis.
Essa seleção abrangente permitirá uma análise aprofundada das implicações legais
e desafios enfrentados na aplicação da Lei 14.155/2021 no contexto dos crimes
cibernéticos. A metodologia empregada será qualitativa e descritiva, alinhada ao
objetivo de compreender as implicações da legislação e sua efetividade no combate
aos crimes virtuais. Não será proposta a realização de atividades práticas, dado o
caráter de revisão bibliográfica do estudo.
11

2. IMPACTO DA LEI 14.155/2021 NO COMBATE AOS CRIMES CIBERNÉTICOS E


NA SEGURANÇA DIGITAL NO BRASIL

A evolução tecnológica tem trazido consigo uma série de desafios,


especialmente no que diz respeito aos crimes cibernéticos e à segurança digital.
Neste contexto, a legislação desempenha um papel fundamental na definição de
normas e na punição de condutas criminosas. A Lei 14.155/2021, recentemente
promulgada no Brasil, representa um marco importante nesse cenário, introduzindo
novos tipos penais e aumentando as penalidades para crimes cometidos no
ambiente digital.
A proteção dos dados e a segurança das transações online tornaram-se
questões de extrema relevância no mundo contemporâneo. Com o crescimento
exponencial do uso da internet em diferentes aspectos da vida cotidiana, desde
transações financeiras até interações sociais, surge também um aumento
proporcional dos riscos associados aos crimes cibernéticos.
Nesse contexto, a legislação desempenha um papel crucial na mitigação
desses riscos, estabelecendo parâmetros legais e definindo punições para aqueles
que violam as normas estabelecidas. A promulgação da Lei 14.155/2021 no Brasil
reflete esse reconhecimento da importância de atualizar e fortalecer o arcabouço
legal relacionado aos crimes cibernéticos.
Esta lei, ao introduzir novos tipos penais e aumentar as penalidades para
condutas criminosas no ambiente digital, busca adaptar-se às novas realidades do
mundo digital e proporcionar uma maior proteção aos cidadãos e instituições contra
ameaças virtuais.
Os crimes cibernéticos, também conhecidos como cibercrimes, constituem
uma preocupação crescente na sociedade contemporânea devido ao seu impacto
significativo no ambiente digital. Kovacich (2007) oferece uma definição abrangente,
descrevendo-os como "atividades criminosas que ocorrem no ciberespaço e
envolvem o uso de tecnologias de informação e comunicação para cometer crimes,
como fraudes, invasões de sistemas, distribuição de malware e roubo de dados."
Essa definição destaca a variedade de práticas que podem ser consideradas crimes
cibernéticos e ressalta a importância das tecnologias digitais nesses contextos
criminais.
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Brenner (2010) amplia essa visão ao enfatizar que os crimes cibernéticos não
se restringem apenas a ações técnicas, mas também abrangem atividades voltadas
para prejudicar sistemas, redes e informações digitais. Isso inclui não apenas
invasões de sistemas e roubo de dados, mas também ataques direcionados a
infraestruturas críticas, disseminação de desinformação e interrupção de serviços
online. A compreensão desses aspectos mais amplos é essencial para uma
abordagem abrangente no combate aos crimes cibernéticos.
Além disso, é importante considerar que os cibercrimes não estão confinados
a fronteiras geográficas específicas, pois o ciberespaço transcende limites nacionais.
Isso significa que os perpetradores podem operar de qualquer lugar do mundo,
tornando os crimes cibernéticos uma questão global que requer cooperação
internacional para enfrentá-los efetivamente. A natureza dinâmica e em constante
evolução das tecnologias digitais também contribui para a complexidade dos crimes
cibernéticos, exigindo respostas ágeis e adaptáveis por parte das autoridades e
legisladores.
Portanto, a compreensão dos crimes cibernéticos vai além de simplesmente
identificar atividades criminosas no ambiente digital. Envolve uma análise holística
das motivações, métodos e impactos dessas atividades, bem como a
implementação de estratégias eficazes de prevenção, detecção e punição. É
somente por meio de uma abordagem abrangente e colaborativa que podemos
enfrentar os desafios cada vez mais complexos apresentados pelos crimes
cibernéticos e promover um ambiente digital mais seguro e resiliente.
A Lei 14.155/2021 representa um avanço significativo no contexto jurídico
brasileiro no que tange ao enfrentamento dos crimes cibernéticos. Sua promulgação
marca um marco importante na atualização do arcabouço legal do país para lidar
com os desafios emergentes no ambiente digital. Ao introduzir novos tipos penais e
agravar as penas para condutas relacionadas à esfera digital, a Lei 14.155/2021
demonstra o compromisso do Estado em combater efetivamente as atividades
criminosas que ocorrem no ciberespaço.
A inclusão de dispositivos específicos para crimes cibernéticos nessa
legislação é uma resposta direta à crescente complexidade e sofisticação das
ameaças virtuais. Ao definir claramente o que constitui um crime cibernético e
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estabelecer punições adequadas, a Lei 14.155/2021 proporciona maior clareza e


segurança jurídica tanto para as autoridades quanto para os cidadãos.
Além disso, é importante destacar que a Lei 14.155/2021 não está isolada no
ordenamento jurídico brasileiro. Ela faz parte de um conjunto de legislações que
visam proteger a sociedade contra os riscos associados ao uso da tecnologia e da
internet. A Lei 12.737/2012, popularmente conhecida como "Lei Carolina
Dieckmann", por exemplo, aborda especificamente questões de invasão de
dispositivos e roubo de dados, preenchendo lacunas legais que antes poderiam
dificultar a punição de criminosos digitais.
Dessa forma, ao considerar o impacto da Lei 14.155/2021 no combate aos
crimes cibernéticos, é essencial também examinar o contexto legal mais amplo em
que ela se insere. Somente assim podemos compreender plenamente as medidas
adotadas pelo Estado para promover a segurança digital e proteger os direitos dos
cidadãos no ambiente virtual.
A aplicação eficaz da legislação sobre crimes cibernéticos enfrenta uma série
de desafios complexos e multifacetados que precisam ser enfrentados para garantir
uma resposta adequada e eficiente às ameaças digitais. Marinho e Santos (2018)
destacam em sua pesquisa a falta de capacitação dos agentes encarregados das
investigações como um dos principais obstáculos para a eficácia da aplicação da
legislação. A natureza técnica e altamente especializada dos crimes cibernéticos
exige conhecimentos específicos e atualizados por parte dos profissionais
responsáveis pela investigação, o que nem sempre é adequadamente fornecido
pelos órgãos competentes.
Além disso, Souza e Santos (2019) ressaltam outro desafio significativo: a
dificuldade em rastrear criminosos que operam anonimamente na internet. Muitas
vezes, esses indivíduos utilizam tecnologias avançadas para ocultar sua identidade
e localização, tornando a identificação e a investigação desses crimes ainda mais
complexas e desafiadoras. A falta de cooperação internacional e a diversidade de
jurisdições também podem dificultar a persecução desses criminosos, que muitas
vezes operam além das fronteiras nacionais.
Além disso, é importante considerar que a rápida evolução tecnológica pode
tornar a legislação obsoleta em pouco tempo, criando lacunas na aplicação da lei e
permitindo novas formas de atividades criminosas. Manter-se atualizado com as
14

tendências e inovações no campo da tecnologia é essencial para garantir uma


resposta eficaz às ameaças cibernéticas em constante evolução.
Outro desafio importante diz respeito à cooperação e coordenação entre as
diversas agências governamentais, órgãos de aplicação da lei, setor privado e
sociedade civil. A colaboração e o intercâmbio de informações são fundamentais
para identificar, investigar e prevenir crimes cibernéticos de forma eficaz.
A relação entre legislação e segurança digital desempenha um papel crucial
na garantia de um ambiente digital seguro e confiável para todos os usuários. De
acordo com Brito (2017), as leis eficazes desempenham um papel fundamental na
promoção da confiança no ambiente digital, contribuindo para a segurança tanto dos
indivíduos quanto das organizações. Essa relação é fundamental para estabelecer
um quadro legal claro e abrangente que aborde as diversas ameaças e desafios
apresentados pelo ambiente cibernético em constante evolução.
Leis bem formuladas e aplicadas de forma eficaz são essenciais para
estabelecer padrões e diretrizes que regulem o uso responsável e ético da
tecnologia e da internet. Elas ajudam a definir o que constitui condutas aceitáveis e o
que é considerado ilegal ou prejudicial no contexto digital. Além disso, as leis
também estabelecem as consequências para aqueles que violam essas normas,
fornecendo um elemento dissuasor contra comportamentos criminosos ou
maliciosos.
A existência de leis claras e aplicáveis no campo da segurança digital também
é fundamental para garantir a responsabilização e a justiça em caso de violações ou
crimes cibernéticos. Elas fornecem um quadro legal para a investigação, o
julgamento e a punição de indivíduos ou entidades que cometem crimes ou violam a
privacidade e a segurança dos usuários online.
Além disso, as leis eficazes podem incentivar o desenvolvimento e a
implementação de medidas de segurança cibernética mais robustas por parte das
organizações e instituições. Ao estabelecer padrões mínimos de segurança e
proteção de dados, as leis podem incentivar as empresas a investir em tecnologias e
práticas que garantam a proteção das informações confidenciais dos usuários e a
integridade de seus sistemas.
Por fim, as leis eficazes também desempenham um papel importante na
promoção da confiança e da adoção de tecnologias digitais pela sociedade em geral.
15

Quando os usuários confiam que suas informações estão protegidas e que podem
navegar na internet de forma segura, eles são mais propensos a utilizar os serviços
online e a participar ativamente da economia digital, contribuindo para o crescimento
e o desenvolvimento sustentável da sociedade como um todo.
Apesar dos avanços legislativos significativos, ainda existem lacunas a serem
abordadas na legislação relacionada aos crimes cibernéticos, como a necessidade
premente de as leis acompanharem a rápida evolução tecnológica, a fim de garantir
sua eficácia na prevenção e punição dos crimes cibernéticos. A natureza dinâmica e
em constante evolução do cenário digital apresenta desafios constantes para os
legisladores, que muitas vezes lutam para manter o ritmo das inovações
tecnológicas e adaptar a legislação existente para lidar com novas ameaças e
modalidades de crimes.
Uma das principais lacunas na legislação relacionada aos crimes cibernéticos
é a falta de especificidade e clareza em relação aos tipos de crimes e às punições
correspondentes. A complexidade das atividades criminosas no ambiente digital
muitas vezes exige uma abordagem mais detalhada e específica por parte da lei, a
fim de garantir que todas as formas de conduta criminosa sejam devidamente
identificadas e punidas de acordo com a gravidade do delito.
Além disso, a jurisdição transnacional dos crimes cibernéticos apresenta
desafios adicionais para a aplicação da lei e a cooperação internacional. Muitas
vezes, os criminosos operam além das fronteiras nacionais, tornando difícil a
identificação e a persecução dos responsáveis por esses crimes. A falta de
mecanismos eficazes de cooperação e coordenação entre os países pode dificultar
ainda mais a aplicação da lei e a busca por justiça para as vítimas de crimes
cibernéticos.
Outra lacuna importante na legislação relacionada aos crimes cibernéticos diz
respeito à proteção dos direitos individuais e à privacidade dos cidadãos. As leis
devem encontrar um equilíbrio delicado entre garantir a segurança cibernética e
proteger os direitos fundamentais dos indivíduos, como a privacidade e a liberdade
de expressão. A falta de clareza nessas questões pode levar a violações dos direitos
individuais e à erosão da confiança dos cidadãos nas instituições governamentais e
na aplicação da lei.
16

A avaliação da eficácia da legislação relacionada aos crimes cibernéticos é


um elemento crucial para orientar futuras políticas e práticas nessa área. Machado
(2020) sustenta que uma aplicação rigorosa da lei pode desempenhar um papel
significativo na dissuasão dos crimes cibernéticos, desde que seja assegurado um
equilíbrio adequado entre a aplicação da lei e o respeito pelos direitos individuais e
pela privacidade dos cidadãos.
A análise da eficácia da legislação sobre crimes cibernéticos deve abranger
uma série de aspectos, incluindo sua capacidade de prevenir crimes, punir os
infratores, proteger os direitos das vítimas e garantir a conformidade com os
princípios fundamentais de justiça e equidade. Além disso, é importante considerar o
impacto da legislação na confiança dos cidadãos no ambiente digital e na segurança
de suas informações pessoais e dados sensíveis.
Uma aplicação rigorosa da lei pode contribuir para dissuadir potenciais
infratores, ao mesmo tempo em que reforça a mensagem de que os crimes
cibernéticos não serão tolerados e serão punidos de forma adequada. No entanto, é
crucial garantir que essa aplicação seja realizada de maneira justa e proporcional,
respeitando os direitos individuais e garantindo o devido processo legal.
Além disso, a eficácia da legislação sobre crimes cibernéticos também
depende da capacidade das autoridades de aplicação da lei de investigar e
processar os casos de forma eficiente e eficaz. Isso requer recursos adequados,
incluindo treinamento especializado para os profissionais responsáveis pela
investigação e cooperação internacional para lidar com casos que transcendem as
fronteiras nacionais.
A Lei 14.155/2021 representa um marco significativo no ordenamento jurídico
brasileiro no que diz respeito aos crimes cibernéticos. Esta legislação trouxe
importantes mudanças e atualizações para enfrentar os desafios emergentes no
cenário digital, diante do aumento das atividades criminosas no ambiente online.
Com a promulgação dessa lei, novos tipos penais foram introduzidos e as penas
para condutas relacionadas aos crimes cibernéticos foram agravadas, refletindo a
necessidade de uma resposta mais robusta do sistema legal diante das ameaças
digitais em constante evolução.
Uma das mudanças mais significativas promovidas pela Lei 14.155/2021 foi a
introdução de tipos penais específicos para crimes cibernéticos, como fraudes
17

eletrônicas, invasões de sistemas e divulgação de informações privadas sem


autorização. Essa medida visa preencher lacunas na legislação anterior e fornecer
às autoridades ferramentas mais eficazes para investigar e processar os
responsáveis por esses crimes. Além disso, a lei estabeleceu penas mais severas
para os infratores, com o objetivo de desencorajar condutas ilícitas no ambiente
digital e promover um ambiente online mais seguro e confiável para os usuários.
Outro aspecto importante das mudanças introduzidas pela Lei 14.155/2021 é
o reconhecimento da importância da cooperação internacional na luta contra os
crimes cibernéticos. A legislação prevê mecanismos para facilitar a colaboração
entre as autoridades brasileiras e seus parceiros internacionais na investigação e
persecução de crimes que transcendem as fronteiras nacionais. Isso reflete a
natureza transnacional dos crimes cibernéticos e a necessidade de uma abordagem
coordenada e colaborativa para enfrentar essas ameaças em escala global.

2.1 LGPD - PROTEÇÃO DA PRIVACIDADE E SEGURANÇA DOS DADOS


PESSOAIS

Outra legislação relevante é a Lei 13.709/2018, mais conhecida como Lei


Geral de Proteção de Dados (LGPD), que estabelece diretrizes abrangentes para o
tratamento de dados pessoais por parte de empresas e organizações no Brasil. A
LGPD foi promulgada com o objetivo de proteger a privacidade e a segurança das
informações dos cidadãos brasileiros em um contexto de crescente digitalização e
coleta de dados em larga escala.
A LGPD apresenta uma série de princípios e diretrizes que devem ser
seguidos pelas organizações no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais,
incluindo transparência, finalidade, necessidade, consentimento, segurança,
prevenção, não discriminação e responsabilização. Ela estabelece requisitos claros
para a coleta, armazenamento, processamento e compartilhamento de dados
pessoais, garantindo que os indivíduos tenham maior controle sobre suas
informações e que estas sejam utilizadas de maneira ética e responsável.
Um dos aspectos mais importantes da LGPD é o fortalecimento dos direitos
dos titulares dos dados, conferindo-lhes o direito de acesso, retificação, exclusão e
portabilidade de seus dados pessoais. Isso significa que as pessoas têm o direito de
18

saber quais informações estão sendo coletadas sobre elas, como estão sendo
utilizadas e com quem estão sendo compartilhadas, além de poderem solicitar a
correção ou exclusão desses dados quando necessário.
Além disso, a LGPD estabelece a figura do Encarregado de Proteção de
Dados (DPO), responsável por garantir a conformidade com a legislação e promover
boas práticas de proteção de dados dentro das organizações. Ela também prevê a
aplicação de sanções e penalidades para o descumprimento das suas disposições,
incluindo multas que podem chegar a 2% do faturamento da empresa, limitadas a
R$ 50 milhões por infração.
Com a entrada em vigor da LGPD, as empresas e organizações brasileiras
são compelidas a uma revisão minuciosa e abrangente de suas práticas de
tratamento de dados, demandando a implementação de uma ampla gama de
medidas para garantir a conformidade com a legislação. Esse processo não se limita
à simples adoção de políticas de privacidade transparentes, mas também requer a
realização de avaliações pormenorizadas de impacto à privacidade, a execução de
medidas robustas de segurança da informação e o investimento na capacitação dos
colaboradores acerca das melhores práticas de proteção de dados.

Dentro desse contexto, as organizações precisam considerar não apenas os


aspectos legais da LGPD, mas também os aspectos éticos e morais relacionados à
proteção dos dados pessoais de seus clientes e usuários.

Além disso, a implementação eficaz da LGPD requer uma abordagem


holística que englobe todos os setores e departamentos das organizações. Isso
significa que é necessário um envolvimento ativo e colaborativo de todas as partes
interessadas, desde os líderes executivos até os funcionários de níveis mais baixos,
para garantir que as políticas e procedimentos de proteção de dados sejam
adequadamente implementados e seguidos em toda a empresa.
19

REFERÊNCIAS

Todas as leis, doutrinas, artigos, sites, livros e revistas utilizadas na elaboração do


TCC devem constar neste item.
- As citações de livros utilizados na pesquisa devem seguir o seguinte padrão:
SOBRENOME, Nome Abreviado. Título: subtítulo (se houver). Edição (se houver).
Local de publicação: Editora, data de publicação da obra.
- Os textos de lei utilizados no desenvolvimento do TCC devem ser consultados no
site do planalto. Esses itens devem constar nas referências e a citação deve ser feita
da seguinte forma:
"BRASIL. Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Alerta, atualiza e consolida a
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm. Acesso em 19 mar. 2024"
- As citações dos artigos, textos e informativos retirados da internet devem ser feitas
da seguinte forma:
“SILVA, Ives Gandra da. Pena de morte para o nascituro. O Estado de S. Paulo, São
Paulo, 19 set, 1998. Disponível em:
http://www.providafamilia.org/pena_morte_nascituro.htm. Acesso em 15 fev. 2024.”

KOVACICH, Gerald L. Manual do investigador de crimes de alta tecnologia:


estabelecendo e gerenciando um programa de prevenção de crimes de alta
tecnologia. 2ª edição. Oxford: Butterworth-Heinemann, 2007.

BRENNER, Susan W. Cibercrime e a lei: desafios, questões e resultados.


Referência em Ciência da Informação, 2010.

BRASIL. Lei nº 14.155, de 27 de maio de 2021. Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7


de dezembro de 1940 (Código Penal), e a Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 de maio de 2021.

BRITO, Ananda. Lei de Segurança Cibernética: Uma Visão Geral da Legislação


e Regulamentação Nacional e Internacional de Segurança Cibernética. Nova
York: American Bar Association, 2017.

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