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ONERER
Congresso Nacional
de Estudos das Relaçoes
Étnico-Raciais
21 e 22 de novembro de 2023
INSTITUTO FEDERAL
DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Triângulo Mineiro
ANAIS CONERER
CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS DAS RELAÇÕES
ÉTNICO-RACIAIS
Anais eletrônico
v. 3, n. 1, 2023
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TRIÂNGULO MINEIRO
ORGANIZADORES
Adriana Garcia de Freitas Karla Queiroz Gontijo Pedro Paulo Ferreira Silva
Alice Ribeiro Severino Kátia da Silva Cunha Rafaela Alves Venâncio
Ana Carolina C. L. Souza Keula Aparecida de L. Santos Raquel Almeida Costa
Andressa Silva Santos Larissa Targino de Menezes Rodrigo Otávio D. de S. Rossi
Carlos André da Silva Júnior Liana Castro Mendes Rosana de Ávila Melo Silveira
Dickson Duarte Pires Márcia Lopes Vieira Sabrina Dias Ribeiro
Fernando Caixeta Lisboa Márcia Moreira Custódio Stella Santana da Silva Jacinto
Franciele de Carvalho Ferreira Marlúcio Anselmo Alves Talita Lucas B. de Oliveira
Gyzely Suely Lima Mayara Laura Rocha R. Martins Thales Caetano A. Barbosa
Isabela Batista Silva Monireh Caixeta Andrade Thalyta Tomaz Bernardes
Jane Maria dos Santos Reis Nara Moreira Trícia Beatriz Roza de Oliveira
Jéssica Oliveira Freitas Patrícia Campos Pereira Wellington José C. dos Santos
Joana El-Jaick Andrade Patrícia Paes Leme A. O. Silva Yasmin Rosa de Lima
Joana Laura Jesus Conceição Paula Caroline de Sousa Dias
COMITÊ CIENTÍFICO
Ana Carolina Gomes Araújo Marcilene de Assis Alves Araújo
Cristiane Corrêa Resende Marival Baldoino de Santana
Dickson Duarte Pires Marlúcio Anselmo Alves
Fabiana de Freitas Batista Patrícia Campos Pereira
Gyzely Suely Lima Patrícia Campos Pereira
Jane Maria dos Santos Reis Patrícia Paes Leme Alberto Oliveira Silva
Joana El-Jaick Andrade Raquel Almeida Costa
Johnisson Xavier Silva Renata Marques dos Santos
Karla Queiroz Gontijo Rosana de Ávila Melo Silveira
Kátia da Silva Cunha Stella Santana da Silva Jacinto
Luciana Santos Rodrigues Costa Pinto Talita Lucas Belizário de Oliveira
Manuela Cristina Lázaro de Lima Trícia Beatriz Roza de Oliveira
Márcia Moreira Custódio
CDD 305.8
Bibliotecária Fernanda Imaculada Faria - CRB-6/2122
A linguagem escrita, os conceitos e opiniões emitidos nos resumos constantes desta publicação são de inteira responsabilidade dos
respectivos autores, não cabendo qualquer responsabilidade legal à Comissão Organizadora ou ao IFTM.
Os resumos podem ser reproduzidos total ou parcialmente, desde que a fonte seja citada e seu uso seja para fins acadêmicos.
SUMÁRIO
@EUNOIF............................................................................................................................................1
A COMPREENSÃO DO CONTINENTE AFRICANO DE FORMA POSITIVA – UMA POSSIBILIDADE PARA
EXECUÇÃO DA LEI 10.639 EM UMA ESCOLA DA ZONA LESTE NA CIDADE DE UBERLÂNDIA...................2
A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA E O ENSINO DE GEOGRAFIA NA PRÁTICA DA LEI 10.639/2003 E
11.645/2008 .......................................................................................................................................3
A CULTURA QUE VOCÊ CONSOME EM UMA PERSPECTIVA ANTIRRACISTA: DISCUSSÕES INICIAIS.........4
A (DES)CONSTRUÇÃO CONCEITUAL DO CABELO, A IDEOLOGIA DO BRANQUEAMENTO E O
PARADIGMA DO ALISAMENTO NO ENSINO DE QUÍMICA: UMA PESQUISA-AÇÃO NAS ESCOLAS
PÚBLICAS DO ENSINO MÉDIO DA CIDADE DE JEQUIÉ-BA .....................................................................5
A EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES-RACIAIS NA ESCOLA INDÍGENA ANTÔNIO GOMES, ALDEIA
POTIGUARAS.......................................................................................................................................6
A ESCREVIVÊNCIA E A INTERSECCIONALIDADE COMO FERRAMENTAS PARA DERRUBAR A CASA-
GRANDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA LIGA SANKOFA..................................................................7
A FORMAÇÃO, OS SABERES E AS PRÁTICAS DAS(OS) EGRESSAS(OS) DO CURSO DE HISTÓRIA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA CAMPUS PONTAL: AS QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS EM FOCO
...........................................................................................................................................................8
A IDENTIDADE PROFISSIONAL PEDAGOPRETA: PRETAGOGIA, EDUCAÇÃO E ANCESTRALIDADE,
CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS A PARTIR DAS MULHERES
NEGRAS EDUCADORAS .......................................................................................................................9
A IMPLEMENTAÇÃO DA LEI N° 11.645/2008 NO INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA: O CASO DO
IFFAR SÃO BORJA (RS) ....................................................................................................................... 10
A IMPORTÂNCIA DA COMISSÃO DE HETEROIDENTIFICAÇÃO NO INGRESSO DE ESTUDANTES
NEGROS(AS) NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA - IFTM- CAMPUS
UBERLÂNDIA ..................................................................................................................................... 11
A INCOMPREENSÃO DO DIREITO À RESERVA DE VAGAS (COTAS) PARA PESSOAS PARDAS:
EXPERIÊNCIAS COM A HETEROIDENTIFICAÇÃO.................................................................................. 12
AÇÕES AFIRMATIVAS NA PÓS-GRADUAÇÃO DA UFG: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO ........................... 13
ANÁLISE FILOSÓFICA DA CONDIÇÃO DE SER MULHER ENTRE DOCENTES DO CURSO AGROINDÚSTRIA
INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO IFTM CAMPUS ITUIUTABA ............................................................... 14
ANIMAIS E MITOS: INSPIRAÇÕES REAIS PARA A CRIAÇÃO DE FIGURAS MITOLÓGICAS AFRICANAS E
SUL-AMERICANAS ............................................................................................................................. 15
ARTE CONTEMPORÂNEA E POÉTICAS VISUAIS DE ARTISTAS AFRO-BRASILEIROS: UM ESTUDO SOBRE
A OBRA DE AYRSON HERÁCLITO ........................................................................................................ 16
AS LEIS 10.639/2003 E 11.645/2008 NAS AULAS DE GEOGRAFIA ....................................................... 17
AS POLÍTICAS AFIRMATIVAS E AS COTAS RACIAIS EM CONCURSOS PÚBLICOS PARA PROFESSORES DA
EDUCAÇÃO BÁSICA ........................................................................................................................... 18
AS POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS PARA INGRESSO E PERMANÊNCIA DE MULHERES INDÍGENAS
NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA UFG E OS PRESSUPOSTOS DE UMA EDUCAÇÃO INTERCULTURAL .. 19
A ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA E AS COTAS: UM OLHAR
NECESSÁRIO ..................................................................................................................................... 20
BELEZA DE DENTRO E POR FORA ....................................................................................................... 21
BELL HOOKS E O QUESTIONAMENTO DOS PADRÕES DE BELEZA ........................................................ 22
BIOQUIF: AÇÃO DE FORMAÇÃO ANTIRRACISTA PERMEANDO A CIÊNCIA ........................................... 23
CHICA MACHADO – MEMÓRIA INSURGENTE NO SERTÃO DO SILENCIAMENTO ................................. 24
CINE ANTIRRACISTA EM VÍDEOS CURTOS: PROJETO NEABI 2023 ....................................................... 25
COLANDO MEMÓRIAS ANCESTRAIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA OFICINA DE COLAGEM DA
LIGA SANKOFA .................................................................................................................................. 26
COMPARTILHAR SABERES DE CURA PELA MÚSICA: A INVENÇÃO NA CLÍNICA E NA POLÍTICA ............. 27
DISCUTINDO A APROPRIAÇÃO CULTURAL: ANÁLISE DAS ORIGENS E RESSIGNIFICAÇÕES DO
MOVIMENTO RASTAFARI .................................................................................................................. 29
DIVERSIDADE CULTURAL E A VALORIZAÇÃO DA ANCESTRALIDADE INDÍGENA JAVAÉ ......................... 30
JUVENTUDE NEGRA: A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS .......................................................................................................................................... 31
EDUCAÇÃO DE/NO TERREIRO DE UMBANDA E PRÁTICAS ANTIRRACISTAS: COMO DIALOGAM? ........ 32
EDUCAÇÃO E RACISMO AMBIENTAL: LIVROS PARADIDÁTICOS COMO ESTRATÉGIA PARA UMA
EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA E COM CONSCIÊNCIA MEIO AMBIENTAL ................................................. 33
EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: UMA PROPOSTA PARA A LICENCIATURA EM
EDUCAÇÃO DO CAMPO..................................................................................................................... 34
EMPODERAMENTO DA COMUNIDADE JAVAÉ: PRÁTICAS EDUCACIONAIS EM SAÚDE MATERNO-
INFANTIL NA ALDEIA KANOANO ........................................................................................................ 35
ESCREVIVÊNCIA: UMA INTERPRETAÇÃO FILOSÓFICA E O PROTAGONISMO ACADÊMICO DE MULHERES
NEGRAS ............................................................................................................................................ 36
ESCREVIVÊNCIAS COMO FERRAMENTA TERAPÊUTICA NA CLÍNICA PSICOLÓGICA: UMA PERSPECTIVA
INTERSECCIONAL E ANTIRRACISTA .................................................................................................... 37
ETNODESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO INDÍGENA ........................................................................... 38
EXPERIÊNCIAS DO NÚCLEO DE ESTUDOS AFRO-BRASILEIROS E INDÍGENAS (NEABI) NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM DOS ESTUDANTES DO IFMS CAMPUS CAMPO GRANDE.............................. 39
EXPERIÊNCIAS FORMATIVAS: PRESSUPOSTOS PARA O ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-
BRASILEIRA E INDÍGENA NO COTIDIANO ESCOLAR – VIVÊNCIAS AFRO-INDÍGENAS ATRAVÉS DA
PRODUÇÃO COLETIVA DE UM PORTFÓLIO DIGITAL ........................................................................... 40
O QUE É SER MULHER NOS CURSOS INTEGRADOS NO IFTM CAMPUS ITUIUTABA? ............................ 41
FILOSOFIA E A INTERSECCIONALIDADE DA MULHER NEGRA NA CONGADA ....................................... 42
FORMAÇÃO CONTINUADA DAS COMISSÕES DE HETEROIDENTIFICAÇÃO: UMA PRÁTICA NECESSÁRIA
PARA A EFETIVIDADE DA POLÍTICA DE COTAS ÉTNICO-RACIAIS.......................................................... 43
GUARDIÕES DO PASSADO: OS INDÍGENAS DO TOCANTINS NO SÉCULO XXI ....................................... 44
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL: NOTAS ACERCA DA INVISIBILIDADE DAS EXPERIÊNCIAS DOS
DOCENTES E DISCENTES NEGROS NOS ESPAÇOS ESCOLARES ............................................................. 45
INSTAGRAM DA LIGA SANKOFA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE ARTES DIGITAIS E RELAÇÕES
ÉTNICO-RACIAIS ................................................................................................................................ 46
JOGOS E EXERCÍCIOS TEATRAIS NO ENSINO DE HISTÓRIA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA: UM
EXPERIMENTO PARA A PRODUÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE O QUILOMBO DO CAMPO
GRANDE EM MINAS GERAIS E SUAS REPRESENTAÇÕES NA HISTORIOGRAFIA .................................... 47
JOGOS, CANTIGAS E BRINCADEIRAS POPULARES: UM RESGATE HISTÓRICO CULTURAL AFRO
INDÍGENA NA EJA – EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS ................................................................ 48
LENDAS AFRICANAS COMO OBJETO DE ENSINO: UMA EXPERIÊNCIA PARA MUITAS LEITURAS ........... 49
LETRAMENTO RACIAL E LITERATURA AFRO-BRASILEIRA: A POESIA DE RESISTÊNCIA EM TERRA NEGRA,
DE CRISTIANE SOBRAL....................................................................................................................... 50
LETRAMENTO RACIAL: EMPODERAMENTO DE MULHERES NEGRAS................................................... 51
LIGA SANKOFA: ESPAÇO DE CONSTRUÇÃO AFROPEDAGÓGICA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TRIÂNGULO MINEIRO (UFTM) ........................................................................................................... 52
MOSTRA LITERÁRIA POR UMA EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA ................................................................ 53
MURAL NEABI - PROJETO NEABI 2023 ............................................................................................... 54
NA TRILHA DE BARÁ: UM ESTUDO SOBRE AS PERSONAGENS ALVEANAS NO ROMANCE "BARÁ NA
TRILHA DO VENTO" ........................................................................................................................... 55
“NEGRO NÃO, PARDO!”: IDENTIDADE E CONFLITOS EM AUTODECLARAÇÃO NA COMISSÃO DE
HETEROIDENTIFICAÇÃO .................................................................................................................... 56
NEGRO PASSO EM PALAVRAS: A POESIA NEGRA COMO ESPAÇO DE ACOLHIMENTO ......................... 57
O DEBATE SOBRE GÊNERO E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA FORMAÇÃO DOCENTE .......................... 58
O LUGAR DA ÁFRICA ANTIGA NA EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: REFLEXÕES SOBRE
UM PROJETO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO ............................................................................. 59
O PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL INDÍGENA NO RIO GRANDE DO SUL A PARTIR DA PERSPECTIVA
DECOLONIAL: O CASO DA TAVA MIRI ................................................................................................ 60
O PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS DE AÇÃO AFIRMATIVA NA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE SANTA CATARINA: IMPLICAÇÕES NA INSERÇÃO DE ESTUDANTES NEGROS E INDÍGENAS
......................................................................................................................................................... 61
O PROGRAMA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL (PNAES) COMO ESTRATÉGIA DE
PERMANÊNCIA DE NEGROS E NEGRAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR...................................................... 63
O SILÊNCIO DA BRANQUITUDE E A DENÚNCIA DA DESIGUALDADE RACIAL NO BRASIL: UMA ANÁLISE
DO FILME MEDIDA PROVISÓRIA ........................................................................................................ 64
OCUPAÇÃO INDEVIDA DE RESERVA DE VAGAS NO INGRESSO NA GRADUAÇÃO: O CARÁTER
VERIFICATIVO DA COMISSÃO DE HETEROIDENTIFICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
UBERLÂNDIA ..................................................................................................................................... 65
ORIGEM, CULTURA E HISTÓRIA DO POVO INDÍGENA JAVAÉ .............................................................. 66
OS APELIDOS NO IFTM: BRINCADEIRA OU RACISMO?........................................................................ 67
PARA INÍCIO DE CONVERSA: EXISTE UMA ESCOLA SEM AS CRIANÇAS? .............................................. 68
PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES DE ENSINO ANTIRRACISTA NA FORMAÇÃO DAS PEDAGOGAS: A
GEOGRAFIA COMO PRÁTICA DISRUPTIVA DO EUROCENTRISMO ....................................................... 69
UMA FORMAÇÃO DOCENTE PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS ............................. 70
PESQUISADORES NEGROS E A RELAÇÃO DE EXCLUSÃO COM O MERCADO DE TRABALHO ................. 71
PLANTAS FORRAGEIRAS DE ORIGEM AFRICANA NO BRASIL ............................................................... 72
POSSÍVEL RELEVÂNCIA DA LEI N° 10.639 PARA ALUNOS DO IFTM CAMPUS UBERLÂNDIA .................. 73
PRODUÇÃO DE TEXTO E LETRAMENTO RACIAL.................................................................................. 74
PROJETO DE ENSINO CINEMA E FILOSOFIA: FILOSOFIAS AFRICANAS ................................................. 75
REFLEXÕES SOBRE AS RELAÇÕES RACIAIS NO MUNDO PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE ............... 76
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NOS VERSOS DE “TERRA NEGRA” ............................................................ 77
RESULTADO DE UMA PESQUISA PARTICIPANTE ACERCA DA FORMAÇÃO DOCENTE PARA A EDUCAÇÃO
DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS ........................................................................................................ 78
SABERES INDÍGENAS E A TRADIÇÃO JAVAÉ: MEMÓRIAS COLETIVAS E ANCESTRALIDADE................... 79
SIMONAL: UM NEGRO DE COR À LUZ E À SOMBRA DO REGIME ........................................................ 80
TRAJETÓRIA DE VIDA-FORMAÇÃO DE PROFESSORAS NEGRAS DO ENSINO FUNDAMENTAL I EM MATO
GROSSO: DA FORMAÇÃO À PRÁTICA DOCENTE ................................................................................. 81
UMA ANÁLISE DO POEMA “A LÁGRIMA DE UM CAETÉ” A PARTIR DO PERSPECTIVISMO AMERÍNDIO
DE VIVEIROS DE CASTRO ................................................................................................................... 82
UMA ANÁLISE SOBRE A ANCESTRALIDADE NA MÚSICA DE GILSONS .................................................. 83
UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO: LEITURA DE ESCRITORAS NEGRAS NA LITERATURA
CONTEMPORÂNEAS .......................................................................................................................... 84
UMA HISTÓRIA DE MULHERES NEGRAS NOS LIVROS DIDÁTICOS: EM BUSCA DE OUTRAS ESCRITAS E
REPRESENTAÇÕES NOS MATERIAIS DO PNLD (2013-2023) ................................................................ 85
UMA LEITURA ANTIRRACISTA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA ÁFRICA E DOS NEGROS AFRICANOS
EM LIVROS DIDÁTICOS DE GEOGRAFIA – PNLD 2014 E 2020 .............................................................. 86
USO DE PLANTAS DO CERRADO POR COMUNIDADES QUILOMBOLAS NA REGIÃO DO SOBRADINHO,
ZONA RURAL DE UBERLÂNDIA - MG .................................................................................................. 87
VISITA TÉCNICA COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO DE APRENDIZAGEM CIENTÍFICA ...................... 88
VOZES NEGRAS NO CENTRO DO DIÁLOGO: ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO E ‘MULHERES, CLASSE E
RAÇA’ DE ANGELA DAVIS .................................................................................................................. 89
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
@EUNOIF
1
Médica Veterinária/Professora, IFTM campus Uberlândia, patricialoeps@iftm.edu.br.
2
Estudantes IFTM campus Uberlândia.
3
Médico Veterinário/Professor, IFTM campus Uberlândia, rodrigorossi@iftm.edu.br.
1
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
O presente trabalho teve como objetivo desmistificar junto aos alunos a ideia de que o
continente Africano é apenas um “país de pobre negros”, fornecedor histórico de escravos e
doenças contagiosos e letais, com total ausência de eventos importantes, além de observar
qual nível de conhecimento que alguns (as) alunos de ensino médio possuem sobre a Lei
10639/03, trabalhando a África com os alunos, apresentando apenas aspectos positivos do
continente como autores africanos, alguns costumes, super-heróis, militantes, economia,
criatividade, a alegria, a musicalidade, a hospitalidade, a inteligência, a riqueza histórica e
arqueológica, as riquezas minerais, a riqueza da zoologia e também pessoas influentes, tudo
isso sendo trabalhado através de um breve processo histórico, apresentando desde as
principais influencias diretas e mostrando nos dias de hoje pessoas negras que são
influentes, mas que não são valorizadas e destacadas como deveria ser. Para sua realização
foi feita uma pesquisa bibliográfica e pesquisas de campo onde elaboramos um questionário
constituído de perguntas abertas e fechadas além de aulas práticas. Pudemos perceber que
a simples existência da Lei 10639/03 e os cursos de capacitação para os profissionais da
educação com o foco “História e Cultura Afro-Brasileira” não é a garantia da sua aplicação, é
necessário também na formação continuada dos/as professores/as, pois muitos não
possuem os recursos (habilidades) necessários para transmiti-la aos alunos/as, orientá-los
sobre quais as metodologias adequadas para se tratar o assunto em sala de aula
1
Ilzimeire Alves da Silva, Geógrafa, ilzimeireadasilva@gmail.com.
2
Ilza Maria da Silva Alves, Assistente Social, ilzamarias@yahoo.com.br.
2
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Graduando em Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU,
ffreitasribeiro@gmaiil.com.
2
Licenciada em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Mestre em Geografia também pela
UFU. Doutora pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, adrianyavila2@gmail.com.
3
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Apoio: FAPEMIG
1
Graduanda em Geografia, Bolsista IC-FAPEMIG, Universidade Federal de Uberlândia, email:ana.dos@ufu.br
2
Doutora em Geografia, Universidade Federal de Uberlândia, email:adrianyavila2@gmail.com
4
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
5
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Graduanda do Curso de Licenciatura em Geografia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Ceará- IFCE – Campus Crateús, luana.dias.oliveira08@aluno.ifce.edu.br;
²
Graduando do Curso de Licenciatura em Geografia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Ceará - IFCE – Campus Crateús,daniel.chaves.ferreira06@aluno.ifce.edu.br;
³ Graduanda do Curso de Licenciatura em Geografia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Ceará - IFCE – Campus Crateús, erica.moreira.mota07@aluno.ifce.edu.br;
⁴
Professora de Fundamentos da Educação no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará-
IFCE – Campus Crateús, karla.gomes@ifce.edu.br.
6
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
(UFTM). d202110265@uftm.edu.br
2
Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).
carinecampos.santos@yahoo.com
3
Doutora pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC). Mestra e Graduada em Psicologia pela (UFMS). Professora pela Universidade Federal
do Triângulo Mineiro (UFTM). maylla.chaveiro@gmail.com
7
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
O presente texto, tem como proposta identificar e refletir o lugar das relações étnico raciais
no Curso de História da Universidade Federal de Uberlândia, Campus Pontal. Para tanto, em
nossa investigação recorremos aos documentos tais como: as Diretrizes Curriculares para a
formação de professores, o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) do Curso de História da
Universidade Federal de Uberlândia, Campus Pontal e as fichas das disciplinas. Além disso,
usamos como metodologia o questionário on-line que foi enviado em 30 de junho de 2021 e
ficou disponível até 30 de setembro de 2021 para os noventa e dois egressa(o)s do Curso de
História (dentro desses vinte e cinco egressa(o)s responderam ao questionário). Outro
procedimento metodológico orientado e utilizado foi a História Oral temática, com as
egressas(o)s do Curso de História, optamos por entrevistar 4 professoras e 4 professores, de
diferentes turmas que atuam em diferentes realidades. Como referencial adotamos estudos
descoloniais, entre eles: Aníbal Quijano (2005), Catherine Walsh (2009), Edgard Lander
(2005), Enrique Dussel (2000), Nelson Maldonado-Torres (2017) e Walter Mignolo (2007)
que trazem uma proposta para enfrentar a colonialidade e o pensamento moderno.
Concordamos com Walsh (2009) ao afirmar que o pensar a partir da condição ontológico-
existencial-racializada dos colonizados e do pensar com outros setores populares possibilita
insurgir, reviver e reexistir. Como objetivo principal elegemos analisar, a formação, os
saberes e as práticas da(o)s egressa(o)s do Curso de História da UFU, Campus Pontal, no que
se refere às temáticas das relações étnico raciais.
1
Possui graduação em História pelo Instituto de Ciências Humanas do Pontal (2014); Mestre em Educação, na
linha de pesquisa Saberes e Práticas Educativas pela Universidade Federal de Uberlândia (2019). Doutoranda
pela Universidade Federal de Uberlândia; Bolsista Capes; camillasantos_ap@hotmail.com.
8
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Marília Farias Xavier, Aluna do Mestrado em Ensino e Formação Docente/ UNILAB/IFCE,
pedagopreta@gmail.com.
9
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Doutora em Sociologia, docente do Instituto Federal Farroupilha (IFFar) Campus São Borja (RS), coordenadora do
projeto de pesquisa, e-mail: priscila.lima@iffarroupilha.edu.br.
2
Estudante do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo do IFFar Campus São Borja (RS), bolsista
de iniciação científica CNPq, e-mail: julia.2023006564@iffarroupilha.edu.br.
3
Estudante do Curso Técnico em Eventos Integrado do IFFar Campus São Borja (RS), bolsista de iniciação
científica, e-mail: eduardo.2023307719@aluno.iffar.edu.br.
10
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Mestre em Geografia da Saúde pela Universidade Federal de Uberlândia, Técnica de Laboratório de Biologia do
IFTM-campus Uberlândia, talita@iftm.edu.br.
2
Professora, IFNMG Campus Pirapora, MG, Dra. Letras, marciacustodio@iftm.edu.br .
3
Professora, Prefeitura Municipal de Uberlândia, MG, Pedagoga, stella.jacinto@ufu.br.
11
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Mestra em Empreendedorismo e Internacionalização, Especialista em Educação a Distância e Direito Educacional,
Bacharela em Administração Pública e Licenciada em Pedagogia. Instituto Federal do Triângulo Mineiro, Pedagoga. E-mail:
patriciacampos@iftm.edu.br.
2 Doutora em Geografia pela UFU, mestra em educação pela UFTM, especialista em Docência no ensino superior pela
Especialista em Direito do Trabalho e Processo. Especialista em Direito Penal - organizações criminosas. Graduada em
Licenciatura em Letras Português/Inglês. Graduada em Direito. Graduanda em Licenciatura em Matemática. Assistente em
Administração no Instituto Federal do Triângulo Mineiro. E-mail: tricia@iftm.edu.br.
12
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Os estudos sobre as ações afirmativas nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES)
evidenciam as desigualdades raciais, sociais e educacionais inerentes à sociedade brasileira.
Dentro desta perspectiva de estudo sobre ações afirmativas nos Programas de Pós-
Graduação, a presente pesquisa está vinculada ao projeto intitulado “As ações afirmativas
nos Programas de Pós-Graduação de universidades brasileiras”, com parceria entre quatro
universidades brasileiras. Tem como objetivo principal analisar como tem sido a criação e
implementação das ações afirmativas no âmbito destes Programas. Para realização do
projeto recorre-se à pesquisa de cunho qualitativo, como proposta a análise documental e
entrevistas semiestruturadas. Tem-se como fundamentação teoria o estudo sobre as
relações étnico-raciais na sociedade brasileira e nas universidades públicas, recorrendo aos
teóricos: Bento (2022), Domingues (2005), Godoi e Santos (2021), Moehlecke (2004) e
Queiroz e Santos (2006). Destaca-se que, para o desenvolvimento da pesquisa, cada lócus
conta com uma equipe de pesquisadoras. Para a análise documental foram priorizados as
resoluções e os editais, com recorte temporal: 2014, 2016 e 2022. Ao mapear os Programas
de Pós-Graduação na UFG, a universidade conta com nove Programas. Com o objetivo de
compreender o panorama geral do perfil dos estudantes de Pós-Graduação na UFG, foi
realizada uma pesquisa no site Analisa UFG, com recorte cor/raça e forma de ingresso dos
4.483 estudantes matriculados. Em análise dos dados, é importante destacar que há
predomínio de estudantes autodeclarados brancos. Com relação à forma de ingresso, a
ampla concorrência perfaz um total de 3.546, em contraponto com as cotas raciais, um total
de 172 estudantes. Levando em consideração as limitações da presente pesquisa pode-se
observar que há um diferencial o número de estudantes brancos, negros e indígenas. Ao
levar em consideração o número total de estudantes matriculados e o número de
estudantes que ingressaram por cotas raciais, pode-se afirmar que o percentual de
estudantes cotistas é de 3,83%, um número bem abaixo do previsto pela RESOLUÇÃO -
CONSUNI Nº 07/2015, o que revela as barreiras que as populações negras e indígenas
encontram para adentrar áreas de estudo/trabalho historicamente branca.
1
Mestra em Educação/Professora, Universidade Federal de Goiás (UFG), joselainegs@gmail.com.
13
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Nicolly do Nascimento Pacheco, Estudante do Curso Técnico em Agroindústria Integrado ao Ensino Médio,
IFTM Campus Ituiutaba, MG, bolsista de pesquisa BIC Jr-IFTM, email: nicolly.pacheco@estudante.iftm.edu.br
2
Ana Carolina Gomes Araújo, Doutorado em Filosofia, Professora do IFTM Campus Ituiutaba, Coordenadora do
Humano Mulher, email: anaaraujo@iftm.edu.br.
14
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Autor, estudante, Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia-MG, e-mail:
daniely.oliveira@estudante.iftm.edu.br.
2
Doutoranda, Universidade Federal de Uberlândia – Campus Umuarama, e-mail:
brunamendes0107@gmail.com.
3
Docente, Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Uberlândia-MG, e-mail: diefersonestrela@iftm.edu.br.
15
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Luis Felipe Dias Gonçalves, estudante do ensino médio integrado, IFTM – UPT,
luis.concalves@estudante.iftm.edu.br , PIVIC - IFTM.
2
Hélio Aparecido Lima Silva, professor de arte do IFTM –UPT. Doutor em Artes Visuais pela UNICAMP,
heliolima@iftm.edu.br.
16
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Esta pesquisa tem como objetivo analisar como os professores de Geografia do Ensino
Fundamental II aplicam as leis federais 10.639/2003 e 11.645/2008 em sala de aula. Estas
leis incluíram de forma oficial no currículo da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática
“Histórias e Culturas Afro-Brasileiras e Indígenas". O presente trabalho discute as Leis
10.639/2003 e 11.645/08 e alguns de seus desdobramentos. O estudo teve caráter
qualitativo, com ênfase na Análise de Conteúdo do Questionário respondido pelos sete
professores de Geografia do Ensino Fundamental II de escolas públicas da cidade de
Uberlândia, Minas Gerais, que participaram da pesquisa. As leis federais 10.639/03 e
11.645/08 se propõem à discussão e reflexão acerca da história, da memória e da luta dos
povos negros e indígenas socialmente excluídos ao longo do processo histórico do Brasil, até
os dias atuais. Ainda acontece o silenciamento territorial, étnico, político e epistemológico,
pois as contribuições indígenas, africanas e afro-brasileiras não são reconhecidas como
produção de conhecimento e cultura. Para concluir, pode-se afirmar que a falta de um maior
empenho na aplicação das leis e o despreparo de professores e direção em relação às
mesmas, fazem parte do racismo estrutural em que a escola e toda a sociedade estão
imersos. Por isso, mais uma vez, a importância do professor e da direção escolar na
implementação da educação das relações étnico- raciais preconizada pelas Leis 10.639/2003
e 11.645/2008. Apesar destas questões metodológicas, considera-se que os resultados
encontrados na pesquisa indicam o despreparo técnico-pedagógico devido ao
descumprimento da lei por parte dos professores e da direção das escolas. Pode-se afirmar
também que os olhares dos profissionais educacionais com relação à educação étnico-racial
e indígena, ocorre de forma isolada, pontual e principalmente pouco articulada.
1
Aluê Gomes da Silva, Professor/ Pesquisador, Universidade Federal de Uberlândia, aluegomes@yahoo.com.br
2
Doutora em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora Associada da Universidade
Federal de Uberlândia.
17
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Doutorando em Educação no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul (UFMS). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação, Relações étnico-raciais e
Formação de Professores – Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva (GEPRAFE/PBGS). ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-9734-3258. E-mail: dhuoliver@gmail.com.
2
Docente da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. Docente do
Programa de Pós-Graduação em Educação. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação, Relações
étnico-raciais e Formação de Professores – Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva (GEPRAFE/PBGS) - ORCID:
0000-0003-3182-171X. E-mail: portelaeugenia@gmail.com.
18
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Universidade Federal de Goiânia; E-
mail: lilienerabelo@ufg.br.
2
Doutora em Ciência da Religião pela PUC-GO; mestre em História-UFG. Professora associada na UFG
(Câmpus-Goiás e PPGIDH/UFG); E-mail: margareth_arbues@ufg.br
3
Igor Oliveira coordenador ADM DAAF: Mestrando em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás
(PPGIDH/UFG); E-mail: igorsilva.adm10@ufg.br.
19
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
A assistência estudantil no Brasil tem uma longa trajetória de evolução das políticas que
visam promover a inclusão de grupos historicamente excluídos da educação superior. A
partir dos anos 2000 a implementação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e
Expansão das Universidades Federais (REUNI) possibilitou que estudantes de diversos perfis
socioeconômicos ingressassem num curso superior público. Em uma pesquisa sobre as ações
de assistência estudantil na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), para estudantes
cotistas, foi possível levantar alguns dados oriundos do Anuário desta instituição. Os dados
(UFU, 2021) apontam que em 2018 a assistência estudantil da UFU atendeu 45,70% dos
estudantes cotistas e 54,30% de estudantes não cotistas que ingressaram por ampla
concorrência. No ano seguinte, em 2019, alcançou um índice de atendimento de 56,30% de
cotistas e 43,70% de estudantes não cotistas. O ano de 2020 a assistência estudantil da UFU
atendeu a uma proporção de 68,47% de estudantes cotistas e 31,53% de estudantes não
cotistas. Essa assistência, que se reflete no apoio não apenas financeiro, mas de
alimentação, moradia e outras formas de assistência aos alunos cotistas, busca proporcionar
uma melhora no ambiente rumo ao sucesso acadêmico. Representa um esforço contínuo da
universidade em expandir suas políticas de assistência e garantir que os estudantes cotistas
tenham acesso a recursos essenciais para sua formação acadêmica. O crescimento constante
das ações de assistência estudantil na UFU é uma resposta direta ao reconhecimento das
barreiras adicionais que muitos estudantes cotistas enfrentam ao ingressar na universidade,
porém, é necessário que se ampliem as políticas públicas na área da assistência estudantil
numa perspectiva de uma educação inclusiva e equitativa que busque garantir mais
igualdade de oportunidades para ingresso e permanência no ensino superior.
1
Assistente Social da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Doutora em Educação pelo PPGED/UFU.
ilzamarias@yahoo.com.br
20
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Apoio: IFTM.
1
Déborah Sttefhany Carvalho do Nascimento, Aluna, IFTM, deborah.nascimento@estudante.iftm.edu.br
21
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
O movimento feminista foi um dos grandes movimentos sociais criados no século XIX que
pretendia transformar a sociedade, denunciando as desigualdades presentes no patriarcado
e reivindicando igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres. Desde
meados do século XX, no entanto, uma corrente dentro do feminismo tem chamado atenção
para contradições e problemas dentro desse mesmo movimento, dominado por uma
perspectiva burguesa e reformista, formulada por intelectuais brancas. A participação de
mulheres negras, lésbicas e oriundas do Terceiro Mundo foi responsável por lançar um olhar
crítico sobre o feminismo reformista, levantando questionamentos significativos sob o ponto
de vista das mulheres pobres, trabalhadoras e excluídas. Dentre essas intelectuais, bell
hooks7 tornou-se uma referência atual importante a dar voz à luta unificada contra o
sexismo, o racismo, o elitismo e o imperialismo, reproduzidos pelo sistema patriarcal-
capitalista. Segundo a autora, “a única esperança genuína de libertação feminista está numa
visão de mudança social que desafia o elitismo” (HOOKS, 2020:73). Sendo assim, a
consciência crítica e a solidariedade difundidas pelo movimento feminista deveria adotar um
ponto de vista revolucionário, visando a mudança social radical. O objetivo do presente
trabalho consiste em explorar as contribuições introduzidas pela autora norte-americana,
particularmente sua discussão acerca da dominação patriarcal através dos padrões estéticos
difundidos pela indústria da beleza, meios de comunicação, moda, etc. Discutiremos ainda
os efeitos produzidos pela fetichização e sexualização feminina sobre a vida das mulheres.
1
Ana Luiza Alves Belo Pereira, Aluna do Curso Técnico em Internet das Coisas, IFTM – Campus Uberlândia,
email: ana.belo@estudante.iftm.edu.br
2
Bianca Silva Cardoso, Aluna do Curso Técnico em Internet das Coisas, IFTM – Campus Uberlândia, email:
bianca.cardoso@estudante.iftm.edu.br
3
Deborah Sttefhany Carvalho do Nascimento, Aluna do Curso Técnico em Internet das Coisas, IFTM – Campus
Uberlândia, e-mail: deborah.nascimento@estudante.iftm.edu.br
4
Giovanna Barbosa de Freitas Pinto, Aluna do Curso Técnico em Internet das Coisas, IFTM – Campus
Uberlândia, e-mail: giovanna.pinto@estudante.iftm.edu.br
5
Joana El-Jaick Andrade, Doutora em Sociologia/Professora de Sociologia, IFTM- Campus Uberlândia, e-mail:
joana.andrade@iftm.edu.br
6
Karen Kristine Pereira de Souza Moura, Aluna do Curso Técnico em Internet das Coisas, IFTM – Campus
Uberlândia, e-mail: karen.moura@estudante.iftm.edu.br
7
O nome de registro de bell hooks é Glória Jean Watkins. Seu pseudônimo é propositalmente grafado em letras
minúsculas com o propósito de deslocar o foco da atenção dos autores para a discussão das ideias.
7
Karen Kristine Pereira de Souza Moura, Aluna do Curso Técnico em Internet das Coisas, IFTM – Campus
Uberlândia, e-mail: karen.moura@estudante.iftm.edu.br
7
O nome de registro de bell hooks é Glória Jean Watkins. Seu pseudônimo é propositalmente grafado em letras
minúsculas com o propósito de deslocar o foco da atenção dos autores para a discussão das ideias.
22
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Professora do Clube de Ciências BIOQUIF, no Campus Uberlândia do IFTM. carlaregina@iftm.edu.br.
2
Professor do Clube de Ciências BIOQUIF, no Campus Uberlândia do IFTM. carlosjunior@iftm.edu.br.
3
Professora do Clube de Ciências BIOQUIF, no Campus Uberlândia do IFTM. claudiamelo@iftm.edu.br.
4
Professor do Clube de Ciências BIOQUIF, no Campus Uberlândia do IFTM. edsonmarques@iftm.edu.br.
5
Professora do Clube de Ciências BIOQUIF, no Campus Uberlândia do IFTM. janainaalmeida@iftm.edu.br.
6
Professora do Clube de Ciências BIOQUIF, no Campus Uberlândia do IFTM. roselibetoni@iftm.edu.br.
23
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Renata Rosa Franco, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Performances Culturais - Faculdade de
Ciências Sociais - UFG, renata_rosa@discente.ufg.br.
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Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Este trabalho representa uma das ações propostas pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e
Indígenas (NEABI) do IFTM Campus Avançado Uberaba Parque Tecnológico, desenvolvidas
no ano letivo de 2023, “Projeto Neabi 2023”. O objetivo foi que todas as turmas das 2ªs
séries dos Cursos Técnicos Integrados - Computação Gráfica e Eletrônica - desenvolvessem
estudos, debates e um vídeo curto (semelhante aos vídeos do Tik Tok) na disciplina de
História. Os vídeos deveriam ser elaborados a partir de material denominado “Coleção
Antirracista3”, que é um conjunto de oito documentários curtos (entre 11 e 15 minutos)
realizado pela produtora Olhar Imaginário, com apoio do Instituto Unibanco e da Spcine. As
turmas foram divididas em grupo e coube a cada um deles analisar e fazer a interpretação
de um dos episódios da Coleção, para então, transformá-lo em um novo vídeo. Desta forma,
o vídeo feito pelos estudantes deveria ser mais curto, sintético, que o documentário
utilizado como base para esta proposta, de modo a possibilitar futura divulgação no
aplicativo de mídia Tik Tok, para que um público maior pudesse visualizar, curtir, comentar e
compartilhar esses vídeos. Em uma etapa inicial, os vídeos criados pelos estudantes foram
apresentados e debatidos durante as aulas de História; a etapa seguinte é publicá-los no
aplicativo Tik Tok. O resultado esperado é que, não somente a comunidade escolar, mas um
público mais amplo possa ter contato inicial com questões inerentes à Educação para as
Relações Étnico-Raciais e/ou ocorra um aprofundamento desse debate na perspectiva do
pensamento antirracista e decolonial, conforme abordado nos vídeos, pretendido pelo
NEABI e almejado pela instituição escolar, enquanto objetivo inerente ao seu papel social,
qual seja, dentre outros, o de ampliar a visibilidade da produção acadêmica antirracista.
1
Estudante da 2ª série do Curso Técnico em Eletrônica Integrado ao Ensino Médio do IFTM CAUPT; e-mail:
barbarah.evangelista@estudante.iftm.edu.br.
2
Professora de História dos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio, mestra em Educação Tecnológica;
presidente do Neabi IFTM CAUPT; e-mail: cristiane@iftm.edu.br.
3
Disponível em: <https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/luz-camera-gestao/webserie/colecao-
antirracista> Acesso em 10 abr. 2023.
25
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
O objetivo deste trabalho é realizar um relato de experiência sobre uma oficina de colagem
da Liga Acadêmica de Relações Étnico-Raciais - Sankofa, vinculada à Universidade Federal do
Triângulo Mineiro. Trata-se de um relato de experiência de caráter qualitativo, o qual
descreve o desenvolvimento da oficina de colagem, trazendo narrativas individuais e
coletivas de participantes durante o processo. A oficina de colagem seguiu as seguintes
etapas: 1) organização de revistas com temas variados que pudessem ter suas folhas
rasgadas/recortadas; 2) breve introdução sobre a colagem, uma arte subversiva compostas
de imagens e papéis coloridos colados juntos sobrepostos ou lado a lado para criar uma
outra; 3) por fim, propomos o tema gerador “Como foram as suas vivências ao fazer parte da
Liga Sankofa?”. A atividade se amparou em uma metodologia de resgate de experiências
autobiográficas, constituído em primeira pessoa do plural, que permite o autoformar-se
revelando dimensões históricas, culturais e contextuais. A oficina de colagem teve o intuito
de fortalecer as memórias ancestrais e a negritude dos/as ligantes, ao possibilitar um
território de representação, permitindo a descolonização subjetiva das experiências vividas e
seu impacto na linguagem artística. As pessoas negras e suas corporeidades carregam a
ancestralidade africana como memória. A memória afeta e faz emergir, por meio das
colagens, a história contada através das rachaduras dos discursos manipuladores da
colonização. A memória ancestral é uma consciência crítica que atuou como fio condutor na
oficina de colagem, possibilitando semeaduras de um processo de insurgência e de
transgressão. Por fim, ressalta-se a importância de atividades lúdicas e manuais das colagens
em contextos de valorização das identidades negras, contribuindo para estabelecer o vínculo
entre ligantes, além de constituir um espaço de alegria, valorização artística, ancestralidade
e pertencimento. Concluímos que a oficina de colagem da Liga Sankofa atuou como uma
metodologia decolonial para a produção do conhecimento no ambiente acadêmico ainda
muito embranquecido.
1
Laercio Oliveira Simões, graduado em Matemática e mestrando em educação pela UFTM,
d202320331@uftm.edu.br.
2 Maylla Monnik Rodrigues de Sousa Chaveiro, Doutora pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em
Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestra e Graduada em Psicologia pela
(UFMS). Professora pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). maylla.chaveiro@gmail.com.
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Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Pablo Marques1
Lucas Urubatan2
Mariana Mayerhoffer3
1
Candomblecista, homem cisgênero e homossexual, discente do Bacharelado em Musicoterapia pela UFRJ,
pesquisador, bolsista de iniciação artística e cultural. E-mail: alunopablomarques22@gmail.com.
²Bacharel em Filosofia (UFRJ) / Graduando em Musicoterapia (UFRJ) / Especializando em Educação Musical
(FLADEM).
³Musicoterapeuta e Psicanalista. Profª Adjunta da UFRJ. Doutora em Pesquisa e Clínica em Psicanálise pela
UERJ (2015). Graduada em Musicoterapia - Conservatório Brasileiro de Música/Centro Universitário CBM-CEU
(2000). Mestra em Pesquisa e Clínica em Psicanálise, pela UERJ (2008).
27
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
28
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
O conceito de apropriação cultural foi descrito pelo antropólogo brasileiro Rodney William
(2019) como um “mecanismo de opressão por meio do qual um grupo dominante se
apodera de uma cultura inferiorizada, esvaziando de significados suas produções, costumes,
tradições e demais elementos”. Segundo esta perspectiva, a apropriação cultural possui uma
dimensão política que necessariamente deve levar em conta o fenômeno histórico do
colonialismo e a dominação política, econômica e cultural de povos não-europeus, marcado
pelo processo de aculturação e aniquilamento da memória, dos costumes e ancestralidade
dos povos escravizados. Configura-se, portanto, como uma extensão de uma concepção de
mundo eurocêntrica e imperialista que invisibiliza as contribuições de povos, grupos e
culturas, através da incorporação de vestimentas, objetos, comportamentos, hábitos e
expressões artísticas que compõem sua identidade. Estes elementos culturais
descontextualizados perdem seus significados, convertendo-se em meros produtos a serem
vendidos e consumidos pelo mercado. Deste modo, as práticas predatórias dos mercados
capitalistas apropriam-se dos símbolos de pertencimento e resistência cultural em prol da
valorização do capital e da reprodução do sistema. Partindo desta temática, desenvolvemos
um projeto pedagógico dirigido aos alunos do Ensino Médio que toma como objeto de
estudo a apropriação cultural relacionada ao movimento rastafari. O uso dos dreadlocks, das
vestimentas e símbolos do rastafarianismo tornou-se comum fora da Jamaica, tendo
chegado ao Brasil principalmente a partir da década de 1970. Sua origem, no entanto, nos
remete a um movimento religioso judaico-cristão surgido na década de 1930 entre negros
camponeses jamaicanos, descendentes de africanos escravizados. Neste sentido,
procedemos à contextualização do movimento rastafári, examinando sua perspectiva
política e religiosa, buscando compreender seus vínculos com setores do movimento negro –
particularmente ligados à figura de Marcus Garvey –, a ideologia pan-africana e a história do
Império Etíope. Objetivamos evidenciar, portanto, que através da análise do fenômeno da
apropriação cultural podemos abordar diversos conteúdos relativos à História da África e
História Afro-brasileira, resgatando aspectos culturais e saberes ancestrais de nossa
diversidade cultural.
1
Joana El-Jaick Andrade, Doutora em Sociologia/Professora de Sociologia, Instituto Federal do Triângulo
Mineiro-Campus Uberlândia, joana.andrade@iftm.edu.br .
2
Márcia Lópes Vieira, Mestra em Educação/Pedagoga, Instituto Federal do Triângulo Mineiro-Campus
Uberlândia, marcialopes@iftm.edu.br.
3
O presente trabalho teve origem a partir do desenvolvimento de uma proposta pedagógica apresentada no
âmbito do Curso de Formação Antirracista, ofertado no IFTM, campus Uberlândia, no ano de 2023.
29
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Autora, Estudante da Educação Básica, Centro de Ensino Médio Bom Jesus, jolieaherculano@gmail.com
2
Coautor, Estudante da Educação Básica, Centro de Ensino Médio Bom Jesus, ppindígena@unirg.edu.br
3
Coautor, Especialista em História, Professor da Educação Básica, SEDUC-TO, Centro de Ensino Médio Bom
Jesus, matheusoliveira@professor.to.gov.br
30
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Este estudo, foi realizado a partir da reflexão sobre as práticas escolares voltadas para a
juventude negra, as quais são mediadas por relações sociais, discriminação racial, diferenças
étnicas de gênero e de valores. A escolarização de jovens negros das camadas populares é
frequentemente associada ao fracasso escolar, do aluno desinteressado e indisciplinado.
Isso decorre principalmente pelo fato de que esses jovens são forçados a ingressar
precocemente no mundo do trabalho, diante de circunstâncias que os impedem de
continuar os estudos, como por exemplo, a necessidade de incrementar a renda familiar e a
impossibilidade de os pais continuarem investindo na sua educação, dentre tantas outras
causas. O estudo contou com abordagem qualitativa, e pesquisa documental, leitura de
artigos de revistas e livros. Teve como objetivo apresentar uma reflexão a respeito do acesso
e a permanência destes jovens nas escolas, pois refletem o compromisso do sistema
educacional brasileiro com a alfabetização dessa população, conforme preconizam os
princípios e fins da educação na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL,
1996). Portanto, buscando suprir, pelo menos em parte, tais dificuldades, e para atender as
desigualdades sociais, no que se refere a conclusão da educação básica, os jovens negros
geralmente são encaminhados para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma vez que a
busca pela elevação da escolaridade está articulada ao mundo do trabalho, cujas
expectativas estão direcionadas à ascensão, à mobilidade social, e também ao
enfrentamento da realidade em que vivem esses jovens. Como resultados, identificamos que
os significados que os jovens atribuem à escola e as concepções que eles têm acerca dela
traduzem a expressão de seus afetos e anseios juvenis, através do qual afirmam identidades
e posicionamentos, como também pode ser vista como um espaço para o combate à
discriminação étnico-racial. Neste sentido, reafirmamos a necessidade da construção
conjunta de políticas públicas que viabilizem o combate ao racismo por meio de uma
educação de qualidade, reconhecida como direito e de acesso universal.
1
Fidelina Maria Candido Pinto, Assistente em Administração, Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM),
fidelina@iftm.edu.br.
2
Sandro Lucio da Silva, Assistente em Administração, Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM),
sandrolucio@iftm.edu.br.
3
Giovana Caroline Pinto, Pedagoga, Universidade de Uberaba (UNIUBE), giovanacaroline90@gmail.com.
31
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Luzira Miranda de Novaes. É Mestra em Educação, contextos contemporâneos e demandas populares pelo
PPGEDUC/UFRRJ, pedagoga e professora regente dos anos iniciais na prefeitura da cidade do Rio de Janeiro.
E-mail: luunovaees@gmail.com.
2
Paula dos Reis Moita. É Mestra em Educação, contextos contemporâneos e demandas populares pelo
PPGEDUC/UFRRJ, pedagoga, psicopedagoga e professora regente dos anos iniciais na prefeitura da cidade do
Rio de Janeiro. E-mail: paulamoita2@gmail.com.
32
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
María Emilia Landaeta Silva, Doutoranda em Educação, Universidade Federal de Uberlândia,
mariaemilialandaeta@gmail.com
2
Elenita Pinheiro de Queiroz Silva, Docente PPGED, Universidade Federal de Uberlândia,
elenitapinheiro@hotmail.com
33
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Apoio: Capes.
1
Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
(UFTM). d202110265@uftm.edu.br
2
Doutor pelo programa de Educação escolar da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual
Paulista (UNESP). Docente da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). danilo.kato@uftm.edu.br
34
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Graduanda em Medicina pela Universidade de Gurupi - UnirG, thifanny2398@gmail.com
2
Graduanda em Medicina pela Universidade de Gurupi-UnirG, leticiapbarbosa@unirg.edu.br
3
Doutora em Letras, Professora na Universidade de Gurupi, marcilenearaujo@unirg.edu.br
35
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Graduanda da Licenciatura em Filosofia, UFU, e-mail: carla.brito@ufu.br.
36
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Esse trabalho tem por objetivo apresentar reflexões sobre práticas antirracistas e
interseccionais na clínica psicológica a partir da Escrevivência. Para isso, a metodologia
consiste em uma pesquisa teórica-conceitual fundamentada epistemologicamente em
abordagem interdisciplinar baseada em estudos raciais, sociais e psicológicos. A
Escrevivência, termo cunhado pela ativista e escritora brasileira Conceição Evaristo, é a
junção dos termos “escrita” e “vivência” que consiste em abordar as vivências de pessoas
negras, principalmente das mulheres, como forma de promover espaços de narrativas e
protagonismo que retratem as realidades, culturas, histórias e ancestralidades do povo
negro. Considerando que a construção de conhecimento em Psicologia é majoritariamente
eurocentrada e embranquecida, tem-se por consequência a formação de profissionais não
capacitados para atender a população negra no Brasil. Afinal, a maior parte das abordagens
psicológicas têm seus estudos voltados ao entendimento de indivíduos brancos, fazendo
com que pacientes não-brancos não se identifiquem com o(a) psicoterapeuta, não sejam
escutados com qualidade e, muitas vezes, sejam submetidos a reprodução de violências
raciais dentro do ambiente terapêutico. Desse modo, há a necessidade de uma prática
profissional que seja pautada na interseccionalidade a fim de considerar o lugar de
experiência de cada indivíduo que é atravessado por variados segmentos, tais como raça,
etnia, gênero, classe social, identidade sexual, dentre outros. A partir da necessidade de
mudança dessa perspectiva e da inclusão de pessoas negras, a escrevivência é utilizada
como uma ferramenta terapêutica e antirracista capaz de transcender modos tradicionais de
escuta na clínica, e promover o contato de pacientes negros com a construção de novas
narrativas para si. Como resultado, tem-se a possibilidade de abarcar sua subjetividade,
construir autoconsciência e autoconfiança, e uma escuta qualificada por parte do(a)
terapeuta. Afinal, a dificuldade de expressar emoções pela fala, muitas vezes decorrido de
violências raciais, de gênero e de espaços de silenciamento, agora pode ser expresso e
elaborado pela escrita.
1
Carine Campos Santos, graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM),
carinecampos.santos@yahoo.com.
²Maylla Monnik Rodrigues de Sousa Chaveiro, Doutora pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em
Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestra e Graduada em Psicologia pela
(UFMS). Professora pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). maylla.chaveiro@gmail.com.
37
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Autora, Graduanda em Pedagogia pela Universidade de Gurupi - UnirG, joanafercastro@gmail.com.
2
Coautora, Graduanda em Direito pela Universidade de Gurupi – UnirG, emilly.s.souza@unirg.edu.br.
3
Coautora, Doutora em Letras, Professora na Universidade de Gurupi, marcilenearaujo@unirg.edu.br.
38
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
No ano de 2022, o NEABI do Campus Campo Grande, buscou incentivar os nossos estudantes
dos cursos técnicos integrados e superiores em conhecer e valorizar a cultura Afro-brasileira
e indígena presente no município. Neste sentido, o NEABI realizou visitas às escolas
municipais e estaduais localizadas em comunidades quilombolas Comunidade Tia Eva na
Escola Estadual Antônio Delfino Pereira, Comunidade Negra São João Batista e na Aldeia
Indígena Urbana Marçal de Souza a fim de promover o conhecimento e a inclusão dos
nossos estudantes em meios, até então, desconhecidos para eles. Foram realizados
momentos de trocas entre as instituições, permeando a cultura, o artesanato e a histórias
das comunidades, integrando diferentes disciplinas da grade curricular dos estudantes que
também puderam explanar sobre o curso que faziam e suas experiências. O IFMS promoveu
visitas técnicas aos laboratórios e realização de oficinas de forma a apresentar as diferentes
áreas de conhecimento e as possibilidades de ingresso. Essas ações culminaram no
desenvolvimento da III Semana da Consciência Negra do IFMS, com intensa participação dos
estudantes que se tornaram mais ativos e promoveram atividades de integração com
expressões artísticas, concursos de beleza, debates sobre cotas, educação antirracista e a
diversidade no contexto esportivo. Essas ações revelam o quanto é importante fomentar
momentos externos a sala de aula proporcionando novas vivências e olhares em busca de
uma sociedade mais inclusiva.
Apoio:IFMS
1
Amábily Daniele Freitas de Miranda, estudante /IFMS, amabily.miranda@estudante.ifms.edu.br.
2
Paulo Luzardo Bezerra da Silva, Professor Engenharia Mecânica EBTT/IFMS,paulo.luzardo@ifms.edu.br.
3
Dra Paula Luciana Bezerra da Silva Fernandes Professora Metalurgia EBTT/ IFMS, paula.silva@ifms.edu.br.
39
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Este trabalho teve como propósito explorar a importância da escuta ativa de professoras/es
e a articulação das demandas de formação continuada em Educação para as Relações Étnico-
Raciais (ERER) por meio de rodas de conversa e da produção de um Portfólio Digital
denominado “Experiências Formativas: pressupostos para o ensino da história e cultura afro-
brasileira e indígena no cotidiano escolar – vivências afro-indígenas”. A pesquisa-ação
aplicada envolveu uma abordagem colaborativa e processual, buscando contribuir para a
promoção da educação antirracista. A metodologia incluiu etapas como a escuta ativa
das/os profissionais em educação de uma escola da Rede Municipal de Ensino de
Uberlândia-Minas Gerais, a saber: Escola Municipal Sebastiana Silveira Pinto, inclui também
avaliação contínua, palestras, diagnóstico e a elaboração de um percurso formativo
colaborativo. Nove profissionais da educação participaram do Portfólio Digital Experiências
Formativas, representando diversos segmentos, incluindo docentes da Educação Infantil,
Ensino Fundamental e membros da equipe gestora de uma instituição. O portfólio digital foi
utilizado como ferramenta para registrar saberes e experiências formativas. Os relatos
incluíram vivências pessoais, coletivas e profissionais relacionadas à implementação das Leis
10.639/03 e 11.645/08 no currículo escolar. As/Os participantes compartilharam suas
experiências, utilizando diferentes mídias, como fotos, textos, áudios e vídeos, para
documentar atividades, leituras e produções artísticas. O trabalho destacou a importância
do portfólio como uma forma de integrar aprendizagem e avaliação, promovendo a reflexão
sobre práticas de ensino e evidenciando a interligação entre experiências formativas e a
implementação efetiva da ERER no contexto escolar.
1
Técnica Msa. Geografia da Saúde, IFTM-Campus Uberlândia, talita@iftm.edu.br.
2
Professora, Prefeitura Municipal de Uberlândia, MG, Pedagoga, stella.jacinto@ufu.br.
3
Professora, IFNMG Campus Pirapora, MG, Dra. Letras, marciacustodio@iftm.edu.br.
40
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Ana Luíza Matias de Souza, Estudante do 1º ano do Curso Técnico de Agricultura Integrado ao Ensino Médio,
Bolsista de Pesquisa EM CNPq, e, do membra do Humano Mulher, IFTM Campus Ituiutaba, email:
analuiza.matias@estudante.iftm.edu.br.
2
Yngrid Heloa de Oliveira Silva, Estudante do 2º ano do Curso Técnico de Agricultura Integrado ao Ensino
Médio, Bolsista do Projeto de Ensino Humano Mulher, IFTM Campus Ituiutaba, email:
yngrid.silva@estudante.iftm.edu.br.
3
Brenda Nascimento Silva Santos, Estudante do 1º ano do Curso Técnico de Agricultura Integrado ao Ensino
Médio, Bolsista do Projeto de Ensino Humano Mulher, IFTM Campus Ituiutaba, email:
brenda.nascimento@estudante.iftm.edu.br.
4
Ana Carolina Gomes Araújo, Doutorado em Filosofia, Professora do IFTM Campus Ituiutaba, Coordenadora do
Humano Mulher, email: anaaraujo@iftm.edu.br.
41
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Rafaela Martins Alves, Estudante do Curso Técnico em Agroindústria Integrado ao Ensino Médio, IFTM
Campus Ituiutaba, MG, bolsista de iniciação científica BIC-Jr, email: rafaela.martins@estudante.iftm.edu.br.
2
Ana Carolina Gomes Araújo, Doutorado em Filosofia, Professora do IFTM Campus Ituiutaba, email:
anaaraujo@iftm.edu.br.
42
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Mestrando em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás (PPGIDH/UFG); E-mail:
igorsilva.adm10@ufg.br.
2
Professora Associada da UFG, Antropóloga, com estudos pós-doutorais em Direitos Humanos e
Interculturalidades pela UNB. Estudiosa do pensamento feminista negro e bolsista de produtividade em pesquisa
nível 2 do CNPq.
3
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Universidade Federal de Goiânia; E-mail:
lilienerabelo@ufg.br.
4
Vinculado ao Programa Inclusão Extramuros, Programa de Extensão coordenado pela Secretaria de Inclusão
da Universidade Federal de Goiás (SIN/UFG).
43
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
O Centro de Ensino Médio Bom Jesus, em Gurupi-TO, tem em seu componente curricular
uma disciplina eletiva "Vozes do Passado no Presente: a diversidade cultural indígena no
Tocantins" cujo objetivo é explorar a pluralidade cultural do Brasil, especialmente no
contexto de Tocantins e busca envolver os estudantes em uma jornada de investigação nos
aspectos culturais, étnicos e linguísticos das comunidades tradicionais. Conceitos como
democracia, cidadania, interculturalidade, diversidade, multiculturalismo, patrimônio
cultural, protagonismo e ética são abordados, contribuindo para a formação da identidade
dos alunos sob a perspectiva da cultura indígena e sua relação com o espaço e a
territorialidade. A eletiva é parte de um projeto macro chamado "O processo de letramento
e alfabetização das crianças Javaé: uma contribuição para a manutenção da língua e da
cultura", vinculado à Universidade de Gurupi – UnirG e se concentra na educação e cultura
indígena, especificamente no povo Javaé da Ilha do Bananal. As atividades incluem oficinas,
relatórios de campo e rodas de conversa, proporcionando aos estudantes uma imersão no
universo da pesquisa científica. A abordagem da pesquisa é qualitativa e exploratória, com
ênfase em pesquisa de campo. O estudo reflete sobre a importância das relações
interpessoais e da integração de grupos sociais, destacando o valor das expressões culturais
das diferentes comunidades, alinhando-se à Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
enriquecendo o conhecimento cultural dos estudantes por meio de temas transversais e
metodologias ativas e diversificadas. O diálogo intercultural proporciona aos estudantes
compreensão de que fortalecer as relações interpessoais e valorizar as manifestações
culturais de diferentes povos são passos essenciais para construir um mundo mais inclusivo.
Os resultados destacam os desafios na implementação dos multiletramentos indígenas,
incluindo a escassez de recursos e a falta de capacitação, ressaltam as oportunidades para
superar esses obstáculos, promovendo uma educação mais inclusiva e sensível à diversidade
cultural.
1
Autor, Mestre em História, Professor da Educação Básica, SEDUC-TO, Centro de Ensino Médio Bom Jesus,
valterlanaraujo29@gmail.com.
2
Coautora, Doutora em Letras, Professora na Universidade de Gurupi, marcilenearaujo@unirg.edu.br
3
Coautor, Especialista em História, Professor da Educação Básica, SEDUC-TO, Centro de Ensino Médio Bom
Jesus, matheusoliveira@professor.to.gov.br.
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Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
A Pedagogia, como ciência da Educação nas últimas décadas, tem avançado nas análises e
nas propostas relativas à qualidade do ensino no Brasil. A problematização do fenômeno
educativo por meio das pesquisas realizadas nos programas de Pós-Graduação de
universidades públicas e particulares aumentou não somente em volume de produção, mas
também em relevância do conhecimento científico, resultado da ação dos sujeitos
envolvidos no processo. Além disso, a complexidade e a dinâmica da nossa realidade
histórica, econômica, política e social faz com que os esforços de pesquisa continuem a ser
realizados e esse é um desafio que, felizmente, diversos pesquisadores e pesquisadoras
estão dispostos a enfrentar. Neste estudo, faz-se uma reflexão acerca do processo
educacional brasileiro, a partir da relação entre os negros e a Educação escolar,
particularmente no período do final do século XIX e início do século XX. Privilegia-se o
diálogo realizado pela nova Historiografia da Educação e as análises clássicas realizadas por
estudiosos nesse campo durante boa parte do século passado. A História da Educação do
negro no Brasil, durante vários períodos, deixou de aprofundar os estudos sobre a relação
entre eles e a Educação. Em relação ao campo das ciências sociais e humanas, mais
recentemente, o volume e a qualidade dos estudos passaram a incorporar as estratégias de
resistência, de acomodação e de negociação dos negros, adotadas ao longo de suas
experiências históricas.Tal fenômeno também ocorreu no campo da Historiografia
educacional, isto é, até bem recentemente, os estudos relativos aos processos educacionais
desconsideravam os afrodescendentes como sujeitos relacionados ao processo, mas novos
pesquisadores e pesquisas indicaram realidades históricas que ajudaram a desconstruir uns
tantos equívocos praticados com relação ao assunto como aponta o professor Marcos
Vinicius Fonseca. O objetivo deste estudo é o de realizar uma análise de caráter bibliográfico
de parte da produção recente sobre e a temática dos negros na Educação e as críticas
realizadas por ela em relação às análises anteriores. Os resultados parciais indicam a
necessidade da continuação de pesquisas relativas ao protagonismo dos negros na
educação, pois como é possível observar após 20 anos da Lei 10.6399, a ampla e efetiva
incorporação dos conteúdos de da história e cultura da afro-brasileira nos currículos
acadêmicos e escolares é uma realidade distante.
1
Daniel Antônio Coelho Silva, doutorando em Educação pelo PPGE-UNIUBE e Bolsista do programa Trilhas de
Futuro Educadores/SEE/MG, daniel.coelho@educacao.mg.gov.br.
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Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Thaissa Oliveira Clemente, Graduanda em Serviço Social, UFTM, d202120388@uftm.edu.br.
2
Sara Santos Dias Costa, Psicóloga (UFT) e Mestranda em Psicologia, UFTM, sasantosd@outlook.com.
3
Laercio Oliveira Simões, Licenciatura em Matemática, UFTM, d202320331@uftm.edu.br.
4
Maylla Monnik Rodrigues de Sousa Chaveiro, Doutora pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em
Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestra e Graduada em Psicologia pela
(UFMS). Professora pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), maylla.chaveiro@gmail.com.
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Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Graduando em História na Universidade Federal de Uberlândia, Bolsista do Programa Institucional de Bolsas
de Iniciação à Docência (PIBID) do Subprojeto História/ Geografia. joaomateusneto6@gmail.com.
2
Mestra e graduada em História pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Especialista em "Culturas e
História dos Povos Indígenas" pela Faculdade de Educação (FACED/UFU). Servidora pública, atua como
Professora de Educação Básica na Escola Estadual Ângela Teixeira, em Uberlândia MG. Supervisora do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
do Subprojeto História/ Geografia. mislele.silva@educacao.mg.gov.br.
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Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
O público da EJA tem características próprias, geralmente são compostos por turmas muito
heterogêneas, com grande diversidade de faixa etária, etnias e gênero. O estudante da EJA,
foi e é várias vezes (RE) excluído, excluído pela cor da sua pele, pela vulnerabilidade social,
econômica e política. Caso esse estudante seja preto e pobre, o que quase sempre é, se
enquadra numa tripla exclusão. Agora, caso seja uma mulher preta, a exclusão se impõe
quatro vezes mais, por ser mulher e mulher preta. Lamentavelmente, a desqualificação
quanto às questões étnicas raciais em nosso país não é algo que faz parte do passado
colonial brasileiro, é uma característica imperialista presente em todas as esferas sociais e
no caso da educação, claramente reproduzido, sobretudo na EJA. Sendo assim, esse nosso
estudo pretende expor essas relações de racismo, privilégios, dominação e os prejuízos ao
estudante da EJA em decorrência dessa realidade. Sendo assim é de suma importância, que
a partir das leis federais 10.639/03 e 11.645/08, que tornam obrigatório o ensino da história
e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas surjam intervenções que resgate, valorize e
preserve o patrimônio histórico-cultural afroindígena. Muitas dessas manifestações culturais
têm raízes profundas na história do Brasil, e é crucial resgatá-las para preservar nossa
identidade cultural e histórica. Em resumo, o presente estudo, não apenas atende às
obrigações legais, mas também amplia o diálogo cultural, oportunizando situações que
enriquecem a experiência educacional dos estudantes ao oferecer atividades lúdicas e
participativas. Essas atividades envolvem os alunos de maneira significativa, prazerosa e
interativa, facilitando a compreensão dos aspectos culturais abordados e causando um
impacto positivo na educação, na cultura e na sociedade como um todo.
Palavras Chave: EJA, Educação Básica, Ensino Noturno, Educação Inclusiva, Educação
Antirracista.
1
Graduação Educação Física. Especialização Educação Inclusiva. Mestrado em Artes Cênicas.
professoreduka@hotmail.com
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Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Esta pesquisa propõe maneiras de dar visibilidade à cultura africana e aos corpos pretos,
dissidentes no espaço escolar, por meio de uma experiência de leitura de lendas africanas
para a educação básica. No intento de promover outras reflexões por meio da leitura de
textos que sensibilizam para a diversidade e fundamentada em autores como bell hooks
(2017); Akotirene (2019); Lück (2009); Miskolsci (2012); Pires (2019); Freire (2004); Happ
Botler, 2010; Foucault (2007), Kilomba (2020), Cosson (2006), busca-se refletir sobre a
prática de leitura literária, compreendendo a escola como um espaço de micropoder e
transformação da realidade, para atuar de modo a promover o exercício de escuta e diálogo
na construção do conhecimento e para problematizar o acolhimento, a visibilidade e o
desenvolvimento às dissidências. Para tanto, foi trabalhada a categoria interseccional de
dissidência corpos pretos, elencando três lendas africanas para experiência de leitura em
sala de aula. As três obras selecionadas para a leitura foram “Obax” (2010), “Lila e o segredo
da chuva” (2010) e “O filho do vento” (2013). A proposta consiste em ler os textos com os
alunos durante a aula e propor rodas de conversa sobre a temática, de modo a proporcionar
momentos de escuta e troca de experiências. Durante a experiência de leitura das lendas e
ao final das rodas de conversa os estudantes puderam ter contato com a cultura africana de
modo artístico, sensível e poético, através das histórias, sagradas na África, sobre a
compreensão do mundo, a representação do comportamento humano, das relações sociais
e das relações do homem com a natureza e seus impactos. Ademais, os resultados obtidos
com o desenvolvimento das atividades reverberam em desdobramentos futuros na
valorização de questões étnicas, raciais e dos corpos pretos e sua presença significativa e
simbólica.
1
Pós-graduada em Tecnologias, Linguagens e Mídias em Educação e Gestão, Supervisão e Orientação Escolar
– IFTM Campus Uberlândia Centro. Doutoranda em Estudos Linguísticos PPGEL/UFU. Professora de Língua
Portuguesa na rede municipal de Uberlândia. tatanx18@hotmail.com.
49
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Discente do Curso Técnico em Meio Ambiente, IFTM – Campus Uberlândia, email:
julia.gb@estudante.iftm.edu.br.
2
Discente do Curso Técnico em Meio Ambiente, IFTM – Campus Uberlândia, email:
laryssa.cardoso@estudante.iftm.edu.br.
3
Discente do Curso Técnico em Meio Ambiente, IFTM – Campus Uberlândia, email:
rute.fonseca@estudante.iftm.edu.br.
4
Docente de Línguas, IFTM – Campus Uberlândia, email: cristianemanzan@iftm.edu.br.
5
Docente de Línguas, IFTM – Campus Uberlândia, email: keula@iftm.edu.br.
50
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Professora, mestranda em Educação pela UFU- Universidade Federal de Uberlândia, e-mail:
isabel.lopes@ufu.br.
2
Professora, mestranda em Educação pela UFU- Universidade Federal de Uberlândia, e-mail:
raquel.lopes@ufu.br.
51
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Graduando em Psicologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), lopesryan1616@gmail.com
2
Graduando em Psicologia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM),
william_martinsm@hotmail.com
3
Doutora pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC). Mestra e Graduada em Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
(UFMS). Professora pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Psicóloga Clínica e Supervisora. E-
mail: maylla.chaveiro@gmail.com
52
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
A literatura é a arte que usa a linguagem escrita como meio de expressão e ela tem um
papel fundamental na construção do homem enquanto sujeito e enquanto cidadão.
Considerando essa função, é possível pensar a literatura como forma de problematizar o
racismo e também oportunizar, no contexto escolar, uma educação antirracista
(GUIMARÃES, 1999; SANTOS 2021). A partir disso, elaboramos o projeto “Mostra Literária
por uma educação antirracista”. O projeto fez parte do curso de Educação Antirracista
ministrado para os servidores do IFTM – campus Uberlândia e se realizou no primeiro
semestre de 2023. A mostra teve como objetivos: expor livros da literatura negra, ou seja,
apresentar uma produção literária de autores negros; ressaltar a importância de se conhecer
para valorizar a história e a contribuição dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas na
construção da cultura de um povo (UNESCO, 2010; COSTA e SILVA, 2011) e, por fim,
incentivar a construção do senso crítico e da reflexão acerca da real condição do negro na
sociedade. A mostra foi realizada a partir de algumas etapas: primeiro, foi feita uma
pesquisa sobre livros que apresentam a referida temática. No dia da mostra, houve uma
apresentação de trabalhos feitos por alunos participantes de projetos de ensino que
envolvem a literatura negra. Na sequência, foram apresentadas as obras literárias estudadas
no projeto “Escurecendo o Pensamento” de 2020 e 2021, projeto vinculado ao NEABI
campus Uberlândia. Em seguida, houve a exposição dos livros que foram doados à biblioteca
do IFTM – campus Uberlândia. A doação dos livros temáticos foi feita pelo projeto “Mídias
sociais para incentivar permanência e êxito de estudantes pretos e pardos no IFTM – campus
Uberlândia”. Os livros ficaram expostos e os participantes puderam manuseá-los para
melhor conhecê-los. A mostra literária apresentou resultados muito positivos entre os
participantes, que se sentiram motivados ao conhecer autores e obras da literatura negra. A
execução deste trabalho permitiu concluir que é urgente a oferta de conhecimentos e o
incentivo a essa literatura tão rica, uma vez que, é por meio dela que personagens e autores
negros têm oportunidade de retomar sua integridade enquanto seres humanos, o que
permite romper o círculo vicioso do racismo, tão fortemente enraizado em nossa sociedade.
1
Doutora em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Uberlândia. Professora de Literatura e de Língua
Espanhola no IFTM campus Uberlândia. E-mail: lianacastro@iftm.edu.br
53
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Este trabalho representa uma das ações propostas pelo NEABI (Núcleo de Estudos Afro-
brasileiros e Indígenas) do IFTM Campus Avançado Uberaba Parque Tecnológico, desenvolvidas
no ano letivo de 2023 (“Projeto NEABI 2023”). O objetivo desta ação é elaborar murais físicos
na escola que tratem de questões relacionadas à Educação para as Relações Étnico-Raciais.
Ainda que estejamos na era da comunicação digital, trata-se de mais uma alternativa para
estimular a curiosidade e o interesse dos estudantes e demais membros da comunidade escolar
pelo tema, por meio da apreciação visual e leitura propiciadas pela observação e contato com
os murais escolares. Os murais foram produzidos pelas turmas dos Cursos Técnicos em
Computação Gráfica, Eletrônica e Manutenção e Suporte em Informática Integrados ao Ensino
Médio durante a disciplina de História. A metodologia deste projeto seguiu as seguintes etapas:
1. Apresentação de temas referentes às questões étnico-raciais pela professora e/ou por
sugestões dos alunos; 2. Divisão da turma em grupos para elaborar os murais; 3. Pesquisa em
sites e debates para aprofundar as temáticas escolhidas; 4. Confecção dos murais com
desenhos; ideias e conceitos sintetizados; impressões de imagens, tirinhas, caricaturas e
memes; manchetes de reportagens; colagens e painéis de imagens etc. 5. Levantamento de
opinião das/os estudantes e da comunidade escolar em geral, sobre a experiência de
observação e acerca das temáticas expostas nos murais. Cada mural permanece exposto por
uma semana ou quinzenalmente, antes de ser substituído por outro tema. Como resultado, se
espera que cresça o conhecimento, o interesse e o envolvimento, sobretudo dos estudantes,
nas questões étnico-raciais do mundo contemporâneo e que adotem posturas ativas de
antirracismo.
1
Estudante da 3ª série do Curso Técnico em Eletrônica Integrado ao Ensino Médio do IFTM CAUPT; e-mail:
dielisson.nascimento@estudante.iftm.edu.br.
2
Professora de História dos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio, mestra em Educação Tecnológica;
presidente do Neabi IFTM CAUPT; e-mail: cristiane@iftm.edu.br.
3
³ Estudante da 2ª série do Curso Técnico em Computação Gráfica Integrado ao EM do IFTM CAUPT; e-mail:
sharon.macedo@estudante.iftm.edu.br.
54
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Andressa Santos Vieira, Doutoranda em Estudos Literários/Professora da Educação Básica, Universidade
Federal de Uberlândia, andressa_santos92@hotmail.com
55
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
A escravidão iniciada na primeira metade do século XVI que trouxe milhares de africanos/as
de diversas etnias para a construção de uma nova colônia de Portugal, marcou o país de
diversas formas, entre elas a miscigenação e branqueamento dos que aqui constituíram uma
nação. O colorismo é hoje, um dos resultados da miscigenação. Levando a carga de traços
em consideração que o debate do local do pardo é questionado. Os pardos têm menos
traços fenótipos, mas tem traços por isso são considerados negros e são estes fenótipos que
fazem com que os mesmos sejam passíveis de racismo, por isso são agregados na
Heteroidentificação de Ações Afirmativas. O debate do pardo tem muitos níveis e tentarei
trabalhar com esta complexidade, a dicotomia entre consciência e identidade racial é o que
permeia minhas indagações. O problema do presente projeto é: Quais os sentidos,
significados e vivências dos discentes autodeclarados dos cinco cursos com maior presença
de pessoas pardas da Universidade Federal de Goiás (UFG), entre 2019 até os dias atuais?
Considerando as especificações deste projeto se faz necessário trabalhar com a pesquisa de
cunho qualitativo a partir de dados quantitativos para melhores resultados. Utilizando como
ponto de partida os dados do Analisa UFG 3, plataforma que reúne dados como idade,
cor/raça e sexo/genêro atualizados dos estudantes, foi realizado levantamento preliminar
para identificar os cinco cursos com maior predominância de discentes pardos. A partir deste
levantamento iniciaremos a coleta de dados após autorização do Comitê de Ética por meio
das entrevistas com profundidade, as entrevistas terão áudio gravado e serão transcritas.
Este projeto se encontra na fase de análise ética, mas já podemos concluir quais cursos
fazem dos cinco cursos com maior predominância de discentes pardos: letras libras, gestão
da informação, música instrumental, serviço social e engenharia elétrica.
1
Pedagoga, FE/UFG, sousa.lima@discente.ufg.br
2
Docente, FE/UFG, mariaizabelmachado@ufg.br
3
A plataforma Analisa UFG é um projeto desenvolvido conjuntamente pela Secretaria de Tecnologia e
Informação (SeTI), por meio do Centro de Recursos Computacionais (CERCOMP), e a Secretaria de
Planejamento, Avaliação e Informações Institucionais (SECPLAN), contando ainda com a colaboração das
respectivas pró-reitorias. A Plataforma tem por objetivo agregar e tratar dados, disponibilizar painéis com
indicadores quantitativos e gerenciais, além de relatórios dinâmicos para atender as particularidades e
necessidades de dados das áreas finalísticas da UFG.
56
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Segundo pesquisa divulgada em 2019 (PNAD), 71% dos jovens brasileiros, entre 14 e 29
anos, que deixaram de frequentar a escola são negros. Além de questões econômicas
vinculadas à raça, a falta de pertencimento no ambiente escolar pode ser um fator que
influencia o abandono escolar. Isso se deve ao fato de o pensamento propagado neste
ambiente, por vezes, afastar epistemologias negras da produção de conhecimento. Logo, na
margem, alunos negros se tornam pouco propensos a um aprendizado significativo. Partindo
do pressuposto de que era necessário um espaço seguro de aprendizado aos jovens negros,
o Coletivo Negro Passo em Palavras (YALODÊ/NEGPA) foi idealizado na categoria Ensino com
o intuito de oferecer oficinas de leitura de literatura negra brasileira e escrita criativa do
gênero poema aos alunos de ensino médio do IFTM-Campus Uberaba. O projeto conta com
dois bolsistas e seu objetivo é fortalecer e difundir a leitura de literatura e teorias escritas
por mulheres negras e dissidentes negros e, assim, propiciar um espaço de pertencimento a
eles, de modo a se reconhecerem como agentes da produção de conhecimento literário e
analítico. A partir disso, propomos com este trabalho avaliar em qual medida o objetivo do
projeto tem sido alcançado. Para tanto, ao final de cada oficina os alunos participantes
respondem um formulário de avaliação de impacto. Assim, foi possível concluir que o
projeto, além de os aproximar da literatura, também influenciou na melhora da escrita e
interpretação de texto dos alunos e, assim, construiu uma aprendizagem significativa para as
suas vidas.
1
Mestre em Estudos Literários/ Professora, IFTM, mariacarolina@iftm.edu.br
2
Técnico Integrado em Alimentos/ Discente, IFTM, pavaop332@gmail.com
3
Técnico Integrado em Alimentos/ Discente, IFTM, yasmin.cruz@estudante.iftm.edu.br
57
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
O presente texto tem como objetivo refletir sobre algumas dinâmicas da oferta do
componente curricular de Pesquisa e Prática Pedagógica 2 – Gênero e Diversidade Étnico-
racial no curso de Pedagogia, do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas.
Pretendemos compartilhar o que vem sendo realizado no componente curricular, a partir
das experiências de atuação na monitoria, e provocar reflexões quanto a formação dos
sujeitos na educação básica e no ensino superior quanto às questões de gênero e
diversidade étnico-racial. Para isso, foi realizada a análise de alguns dos instrumentos
avaliativos utilizados neste trabalho. Inicialmente destacamos a importância do debate
sobre gênero e relações étnico-raciais para a formação docente, pensando no lugar que a
discussão ocupa na proposta curricular do curso de Pedagogia, seu processo de se tornar
componente curricular obrigatório e as implicações de se discutir as questões de gênero,
raça e classe de maneira interseccional. Em seguida, apresentamos alguns apontamentos
sobre dois instrumentos avaliativos utilizados no componente curricular: 1. O formulário da
pesquisa exploratória aplicada no ano letivo de 2022, com a avaliação dos gráficos obtidos a
partir desta pesquisa e 2. Os cadernos de anotações com reflexões sobre os textos, mas
também experiências dos estudantes matriculados em PPP 2. Por meio desses dados
buscamos reforçar a importância de se discutir as questões de gênero e identidade étnico–
racial nos cursos de formação de professores, partindo do pressuposto de que são questões
inerentes à prática pedagógica e ao convívio social.
1
Doutora em Antropologia (UFPE); Professora do Centro de Educação na Universidade Federal de Alagoas; E-
mail: jordania.souza@cedu.ufal.br.
2
Mestra em História (UFAL), Graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal de Alagoas; E-mail:
fabianne.nayra@hotmail.com.
3
Graduado em Pedagogia pela Universidade Federal de Alagoas, integrante do Grupo de Pesquisa, Juventudes
e Culturas Escolares (GPEJUV); E-mail: matheusivan.cedu@gmail.com.
58
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
A contar de 2003, ocasião da promulgação da Lei 10.639, que reza sobre o ensino de
“História e Cultura Afro-brasileira”, são diversos os desafios para efetivação dos
pressupostos daquele instrumento legal e de outros, dele derivados. Reveses que se
disseminam em todas as etapas do processo de ensino-aprendizagem e que ainda revelam o
caráter precário da efetivação dos preceitos jurídicos – desde a formação de professores até
a aplicação dos princípios norteadores do ensino na realidade escolar, na Educação Básica.
Em que pese esses desafios, há vinte anos que o tema da África busca seu lugar no ensino –
um território que deveria ter sido estabelecido muito antes: no cenário de construção
histórica do Brasil, no século XIX; um contexto, que ao contrário, contribuiu para depreciar o
patrimônio de ancestralidade, as heranças africanas na formação do povo brasileiro.
Considerando essa demanda tão essencial para o desenvolvimento da própria escrita da
história do Brasil e, principalmente, com o objetivo de consolidação da Educação para as
Relações Étnico-raciais, este trabalho busca refletir sobre projeto integrador, de ensino,
pesquisa e extensão, desenvolvido pelo Laboratório do Ensino Médio sobre Idade Média e
Antiguidades, no IFTM, Campus Paracatu, denominado “o ano da África no LEMIMA”. Ao
longo de agosto de 2022 a julho de 2023, foram desenvolvidas pesquisas de Iniciação
Científica, grupos de estudos e ensino, atividades extensionistas, sobre África Antiga, com
alunos de cursos técnicos integrados ao Ensino Médio. Como suporte teórico, estabeleceu-
se diálogos com obras essenciais para o estudo dessa temática, como volumes da coleção
História Geral da África, organizada pela UNESCO, trabalhos de Adínia Ferreira e obras do
africanista José Rivair Macedo. A compreensão do continente africano desvinculado da
colonização europeia, antes dela, sobretudo, foi um dos corolários de um projeto que
revelou povos africanos autônomos e protagonistas de sua própria história, enfrentando
desafios, criando mecanismos de defesa e de desenvolvimento. Aprimoraram-se saberes de
uma África Antiga cheia de nuances, cujas particulares urgem por lugar consolidado na
Educação Básica e nos cursos de licenciatura, para uma plena descolonização do
conhecimento.
1
Professora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do IFTM, Campus Paracatu. Doutora em História pela
UnB. Coordenadora do Projeto e Grupo de Pesquisa LEMIMA – Laboratório do Ensino Médio sobre Idade Média
e Antiguidades. E-mail: magdarita@iftm.edu.br. Instagram do projeto: @lemima_iftm.
59
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Doutora em Sociologia, docente do Instituto Federal Farroupilha (IFFar) Campus São Borja (RS), coordenadora do
projeto de pesquisa, e-mail: priscila.lima@iffarroupilha.edu.br.
2
Estudante do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo do IFFar Campus São Borja (RS), bolsista
de iniciação científica FAPERGS, e-mail: jessica_7_b@hotmail.com.
3
Estudante do Curso Técnico em Eventos Integrado do IFFar Campus São Borja (RS), bolsista de iniciação
científica, e-mail: giovana.2023308108@aluno.iffar.edu.br.
60
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Este trabalho trata-se do relato de uma professora e pesquisadora que esteve à frente do
processo implementação de políticas de ação afirmativas e das Comissões de
heteroidentificação no âmbito da Universidade Federal do Amazonas que sentiu a
necessidade de direcionar a pesquisa pós-doutoral para a temática Políticas de Ação
Afirmativa no Ensino Superior, dada relevância e abrangência, desses estudos para o
desenvolvimento de minhas atividades acadêmicas nos últimos anos. Assim, a escolha do
Programa de Mestrado Profissional em Educação Inclusiva – PROFEI/UDESC, vinculado ao
Centro de Educação a Distância - CEAD da Universidade do Estado de Santa Catarina -
UDESC, sob a orientação da Professora Dra. Vera Márcia Marques Santos, leva em conta três
aspectos, que se articulam e evidenciam a necessidade da continuidade deste processo de
formação. Primeiro, nos três anos do processo de implementação de políticas de ação
afirmativa e bancas de heteroidentificação, no âmbito da Universidade Federal do
Amazonas, foram utilizadas as tecnologias da informação e comunicação, pois todo trabalho
foi desenvolvido de forma remota, devido ao contexto epidemiológico de pandemia, que o
Brasil esteve inserido e, especificamente o estado do Amazonas, no qual a COVID 19, se
expandiu de forma implacável atingindo a população como um todo. Segundo, a escolha da
instituição, da supervisora do pós-doutorado e a intersecção com as ferramentas de
tecnologias da comunicação e informação, utilizadas na educação a distância, tendo em vista
as distâncias que existem entre as regiões do Brasil e, no caso do Amazonas, dentro do
próprio estado. Ressalta-se que a UFAM, tem cinco campi no interior do estado Amazonas,
com longas distâncias da sede referência em Manaus/AM. Terceiro, a necessidade de
distanciamento para refletir sobre o trabalho realizado, pois quando estamos envolvidos na
atividade de Implementação das políticas de ação afirmativa, somos tomados por
sentimento de urgência, e muitas vezes falta a reflexão sobre o processo como um todo.
Além disso, mesmo com a experiência de 20 anos de estudo nas áreas relações étnicas-
raciais e educação e Religiões de Matrizes Africanas da pesquisadora, reafirmou-se que os
estudos sobre Políticas Ação afirmativa necessitam ser aprofundados. Assim sendo, o
desenvolvimento do projeto de pós-doutorado - As políticas de ação afirmativa e a inserção
de estudantes negros e indígenas na universidade pública, que será desenvolvido com o foco
na compreensão de como se dá a implementação das políticas de ação afirmativa, e a
inserção de estudantes negros e indígenas na universidade públicas brasileiras. Portanto,
conhecer a implementação das políticas de ação afirmativa na Universidade do Estado de
Santa Catarina, trará a oportunidade de perceber as implicações do uso das tecnologias da
comunicação e informação numa instituição com expertise na área da educação a distância.
Experiência esta, fundamental para qualificar o trabalho de implementação de políticas de
ação afirmativa na Universidade Federal do Amazonas.
1
Docente da Universidade Federal do Amazonas/UFAM. E-mail: incbc@ufam.edu.br.
2
Docente da Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC. E-mail:vera.santos@udesc.br.
61
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
62
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Doutoranda em Educação no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul (UFMS). E-mail: waneide.ferreira@ufms.br.
2
Docente da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. Docente do
Programa de Pós-Graduação em Educação. E-mail: portelaeugenia@gmail.com.
63
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
O presente trabalho buscou realizar uma análise do filme “Medida Provisória” (2020),
dirigido por Lázaro Ramos. O filme apresenta um Brasil distópico, no qual o governo
brasileiro, com a justificativa de reparar o passado escravocrata do país, decreta uma
medida provisória, aprovada pelos parlamentares no Congresso Nacional, ordenando que
todos os cidadãos de “melanina acentuada” sejam deportados para a África, a fim de
recuperar as suas origens. O enredo gira em torno dos primos Antônio (Alfred Enoch) e
André (Seu Jorge), confinados em seu apartamento para não serem capturados pela polícia,
e da personagem médica Capitu (Taís Araújo), cônjuge de Antônio, que devido à perseguição
dos policiais, não conseguiu voltar para o apartamento, encontrando refúgio em um
afrobunker, semelhante aos quilombos. O objetivo deste trabalho foi refletir sobre como o
pacto silencioso dos brancos influencia na permanência das desigualdades raciais e
socioeconômicas no Brasil e na reprodução de violências contra os corpos negros,
prevalecendo os privilégios da branquitude e a segregação dos cidadãos negros. Do ponto de
vista metodológico, esta análise se embasa no campo das relações étnico-raciais e na
psicologia racializada, sendo fundamentada no livro “O pacto da branquitude” (2022) da
autora Cida Bento e em artigos que abordam a temática. Nesse sentido, é possível analisar
que a obra contrapõe a forma de organização dos brancos e dos negros: enquanto o
primeiro busca manter os privilégios da herança escravocrata repassada entre as gerações,
que os mantém no poder, o segundo, assume um lugar de resistência e de luta pela
reparação, perpassada desde os quilombos aos movimentos negros atuais, repassando os
seus saberes e a sua cultura e recuperando os seus direitos, para que esses não sejam
novamente dizimados pela branquitude. De maneira irônica, a retirada violenta dos cidadãos
negros de seu país de origem como forma de reparação, retratada na obra cinematográfica,
se assemelha ao sequestro de africanos, trazidos para o Brasil em condição de escravizados,
revelando o eurocentrismo, presente no imaginário dos brancos, apoiada na ideia de que
outras etnias são inferiores à sua.
1
Maria Fernanda Chagas, Graduanda do curso de Psicologia, Universidade Federal do Triângulo Mineiro
(UFTM), E-mail: d202111073@uftm.edu.br.
2
Maylla Monnik Rodrigues de Sousa Chaveiro. Doutora pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em
Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestra e Graduada em Psicologia da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Professora pela Universidade Federal do Triângulo
Mineiro (UFTM). Psicóloga Clínica e Supervisora. E-mail: maylla.chaveiro@gmail.com.
64
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Yana Passos Henrique, Graduanda em Ciências Sociais, UNiversidade Federal de Uberlândia,
yanapassos00@gmail.com.
2
Cientista Social, Pedagoga, Mestre e Doutora em Educação, Universidade Federal de Uberlândia,
jmsreis@ufu.br.
65
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Estudante da Educação Básica, Centro de Ensino Médio Bom Jesus, eduardomateus2143@gmail.com.
2
Estudante da Educação Básica, Centro de Ensino Médio Bom Jesus, lucasbsantos86@gmail.com.
3
Especialista em História, Professor da Educação Básica, SEDUC-TO, Centro de Ensino Médio Bom Jesus,
matheusoliveira@professor.to.gov.br.
66
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Apesar de o apelido ser considerado por estudantes uma tradição sem grandes prejuízos
para o desenvolvimento e a vida acadêmica, a literatura da área fundamenta que os apelidos
manifestam preconceitos relacionados à etnia/raça, homofobia e de outros (Almeida e
Queda, 2006 e Silva, 2016). Temos a hipótese de que o apelido não é brincadeira para todos
que o recebem (Huizinga, 2012). Estudos sobre trotes nas instituições universitárias
(Almeida, 2013) e de formação tecnológica (Resende, 2012) apontam que apelidos
constituem uma das formas de opressão praticadas por estudantes mais experientes sobre
colegas dos primeiros anos. Pretendeu-se, com este estudo, descrever e analisar os apelidos
com conotação étnico-racial aplicados por estudantes do IFTM. Propusemos, também, à luz
da Lei nº 9.394/96, que determina a obrigatoriedade do ensino das relações étnico-raciais
nas escolas, promover uma reflexão sobre o racismo institucional decorrente da prática de
colocar apelidos e sobre a banalização da agressividade (Arendt, 1980) inerente a tal prática.
Utilizamos um formulário Google Forms, com questões abertas e de múltipla escolha e sobre
o tema: “Apelidos-brincadeira ou racismo?”. Participaram da pesquisa 143 estudantes. O
grupo de participantes pertence, majoritariamente, ao ensino médio/técnico (56,6%). Os
participantes relataram 66 apelidos relacionados aos grupos afrodescendentes. 49,7% dos
participantes declarou ter apelido racista. 69,3% dos participantes eram favoráveis aos
apelidos (concordância com uma tradição da escola, etc), contra 31,7% contrários a esses
(sentiram-se constrangidos, desrespeitados). Foi verificado que alguns participantes já se
sentiram constrangidos com apelidos com étnico-raciais. Concluímos, assim, que o apelido
com conotação étnico-racial gera sentimentos de baixa autoestima e humilhação em
indivíduos, contrariando a tese de que é uma brincadeira.
1
Doutora em Educação UFSCar; Ms em Educação Especial; Graduada em Psicologia/Psicóloga do IF Campus
Uberlândia; e-mail: rosiane@iftm.edu.br.
67
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
A compreensão das crianças em suas relações entre pares, com os adultos e com o mundo
que as cerca, cada vez é mais abordado em pesquisas no Brasil. No entanto, Gomes (2019)
alerta que há resistência de pesquisadores e educadores em aceitar que a diferença racial
implica em categoria de análise e nas práticas pedagógicas. O referente estudo surge de uma
aproximação e explanação de uma criança negra que ao explicar sobre o seu desenho
explana: “Essa é minha escola”. O pesquisador ao perceber uma diferenciação no desenho
das outras crianças, indaga: “E onde estão as crianças?”. E ela afirma: “Estão presas na sala.”
Este episódio levanta questionamentos sobre o que as crianças negras pensam, sentem e
dizem sobre o ambiente escolar em que estão inseridas e se as práticas pedagógicas
emancipam ou reforçam ocorrências de discriminações. Em vista disso, objetivamos dialogar
sobre as percepções que crianças negras de uma comunidade rural de Mossoró -RN
apresentam sobre a escola. Para fundamentar a discussão apresentada utilizamos como
referencial teórico Gomes (2008, 2017, 2023), Abramowicz (2009), Cavalleiro (2001,)
Almeida (2018), Carneiro (2023) e Hooks (2022). A metodologia configura-se como
qualitativa principalmente pela preocupação com os significados dos achados. O tipo de
pesquisa utilizado foi o estudo de caso por permitir a investigação empírica no dia a dia e
dentro de um espaço real. Diante do exposto, percebemos que a escola por ser um
ambiente de socialização e de formação apresenta as relações étnico-racias arraigado em
seu cotidiano e que as crianças percebem, aprendem e explanam o que é ser de uma
categoria racial. Este artigo evidencia a relevância de refletir criticamente sobre o que se faz
presente nas relações entre os sujeitos e nas escolhas pedagógicas dentro da escola e suas
influências nas formações das crianças.
68
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
O presente trabalho tem como objetivo principal refletir a proposta da contação de histórias
antirracistas, esta é uma atividade que visa repassar conhecimento e trocas sem
hierarquização de saberes, por meio da interpretação, encenação e musicalização de
histórias literárias e ou populares, esta é uma proposta interdisciplinar como ferramenta de
instrumentalização na capacitação de pedagogas. Além disso, a pesquisa utiliza o
conhecimento geográfico para desconstruir os estereótipos racistas no cotidiano escolar.
Desse modo, buscando sanar a problemática discutida acima, a metodologia elencada na
produção deste trabalho será a pesquisa bibliográfica, esta investigação tomará como aporte
teórico os escritos do Silvio Almeida (2019); Djamila Ribeiro (2019); a lei 10.639/03. Os
critérios de seleção se deram pela importância e impacto das obras e possibilidade de
aplicação nas práticas docentes. Devido ao curso de pedagogia ser majoritariamente
composto por mulheres, as discentes serão referenciadas no feminino, com intuito de
marcar no texto o que é expresso na prática, sendo a escrita um ato de reivindicação política
ao trabalhar o texto todo no feminino demarca-se a importância da força das mulheres na
construção dos saberes pedagógicos. Os principais objetivos deste trabalho é aplicar de
maneira eficiente a lei 10.639/2003, como também atender as especificidades da Base
Nacional Comum Curricular no curso de pedagogia. A fim de usar os conhecimentos
geográficos para desconstruir os estereótipos racistas, essa pesquisa visa a reflexão da
capacitação das pedagogas usando a ferramenta de contação de histórias antirracistas nos
anos iniciais do ensino fundamental.
1
Professora, UNICEUB, fernanda.lamanes@gmail.com.
69
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Este relato descreve uma pesquisa de mestrado realizada em uma escola pública de
Uberlândia, Minas Gerais, com o objetivo de promover formação continuada em Educação
para as Relações Étnico-raciais (ERER) para professores. A escolha da escola foi baseada em
sua localização na periferia e na presença significativa de pessoas negras. Os participantes
foram convidados a participar da formação continuada online, e a pesquisa começou
analisando o acesso dos professores a ferramentas digitais e sua aceitação em usá-las para
abordar questões étnico-raciais. Foram identificadas demandas formativas relacionadas à
ERER. A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa de pesquisa-ação, enfocando a
descrição dos efeitos das mudanças na prática dos professores. A análise dos resultados
envolveu a triangulação de métodos e dados, com várias etapas, incluindo diagnóstico,
discussão das demandas, implementação de ações formativas e roda de conversa para
elaboração de um Portfólio online. Os resultados apontaram a insuficiência da formação em
relação ao uso de tecnologia e ao cumprimento das leis que exigem a inclusão da história e
cultura afro-brasileira e indígena. Também evidenciou o conservadorismo no ambiente
educacional de Uberlândia. No entanto, a pesquisa destacou a importância da escuta ativa
dos professores e parcerias com a comunidade acadêmica e movimentos sociais. O processo
formativo contribuiu para a valorização das identidades, politização e práticas não racistas. A
pesquisa também ressaltou a necessidade de aprimoramento das teorias aplicadas na
formação de professores, que muitas vezes não se refletem na prática.
1
Professora, Prefeitura Municipal de Uberlândia, MG, Pedagoga, stella.jacinto@ufu.br.
2
Professora, IFNMG Campus Pirapora, MG, Dra. Letras, marciacustodio@iftm.edu.br.
3
Técnica Msa. Geografia da Saúde, IFTM - Campus Uberlândia, talita@iftm.edu.br.
70
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
71
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Este trabalho foi concebido como uma parte essencial do curso de Educação Antirracista
oferecido pelo IFTM campus Uberlândia, com o propósito central de criar um plano de aula
que reconhecesse a influência fundamental dos povos africanos no desenvolvimento da
nossa sociedade. Compreendemos que os verdadeiros méritos e contribuições dos povos
africanos para a formação da nossa sociedade e economia, têm sido negligenciados ao longo
da história. É amplamente reconhecido que a pecuária desempenha um papel vital na
geração de empregos e na produção de alimentos no Brasil. No entanto, é importante
destacar que o Brasil não possuía gado bovino antes da chegada dos colonizadores. A
transformação do Brasil em um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina do
mundo nos tempos atuais só se tornou possível graças ao uso intensivo de plantas
forrageiras de origem africana. O cultivo dessas forrageiras remonta ao período do tráfico
negreiro. Durante a travessia pelo Atlântico, diversas plantas forrageiras eram utilizadas
como camas para os africanos escravizados. Após a chegada ao solo brasileiro, essas camas
eram descartadas. Os próprios africanos, que já conheciam e usavam essas plantas para
alimentar seus rebanhos em suas terras de origem, começaram a plantar e multiplicar essas
espécies no Brasil, com o objetivo de fornecer alimentos em quantidade e qualidade
superiores para o gado. Reconhecer a importância dos africanos escravizados vai além da
apreciação de sua contribuição como mão de obra na economia do nosso país. É também
um ato de justiça restaurativa que resgata o mérito de suas capacidades intelectuais e
conhecimento científico, que sempre carregaram consigo ao longo de sua jornada histórica.
É fundamental compreender que esses povos não apenas sofreram com a escravidão, mas
também enriqueceram a cultura e a economia brasileira de maneira significativa.
1
Médico Veterinário/Professor, IFTM campus Uberlândia, rodrigorossi@iftm.edu.br.
2
Médica Veterinária/Professora, IFTM campus Uberlândia, patricialopes@iftm.edu.br.
72
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Aluna do curso Técnico em Alimentos do IFTM Campus Uberlândia.
2
Aluna do curso Técnico em Alimentos do IFTM Campus Uberlândia.
3
Aluna do curso Técnico em Alimentos do IFTM Campus Uberlândia.
4
Professor orientador, IFTM Campus Uberlândia.
73
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Doutora em Letras/Estudos Literários (Ufes), Professora EBTT - IFNMG Campus Pirapora,
marcia.custodio@ifnmg.edu.br.
2
Mestra em Geografia da Saúde, Técnica de Laboratório do Instituto Federal do Triângulo Mineiro – IFTM
Campus Uberlândia. E-mail: talita@iftm.edu.br.
3
Mestra em Educação Profissional e Tecnológica (IFTM Campus Uberaba), Professora na Prefeitura Municipal
de Uberlândia, MG, Pedagoga, stella.jacinto@estudante.iftm.edu.br.
74
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Autor, Doutor em Filosofia/PEBTT, IFTM Uberlândia, luisgustavo@iftm.edu.br.
75
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Franciele Marques Peres, Mestre em Educação Profissional e Tecnológica, Professora EBTT do IFTM Campus
Patrocínio, francieleperes@iftm.edu.br.
76
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Escrito por Cristiane Sobral, “Terra Negra” é um livro instigante que reúne 74 poesias
carregadas de personalidade e pautas de extrema importância. Nesse contexto, é
importante reconhecer que as representações sociais negras ainda são frequentemente
estereotipadas, marginalizadas ou mesmo ausentes em diversas esferas da sociedade,
incluindo a literatura. A poesia, como forma de expressão artística, tem o poder de
transmitir experiências individuais e coletivas, dando voz àqueles que muitas vezes são
silenciados (OLIVEIRA, 2019). Como afirma Cuti (2010), a relevância da obra poética de
Cristiane Sobral está pautada em seu engajamento político e social, na autogestão da
imagem da autora, na representatividade e visibilidade da escrita de autoria negra e
feminina. Desse modo, torna-se necessário cultivar a voz feminina negra, dar visibilidade às
potencialidades de seus discursos em meio a outros, já perpassados e instituídos. Nesta
pesquisa de Iniciação Científica, objetivamos analisar as representações sociais negras
presentes no livro de poesias “Terra Negra”, com o intuito de compreender como essas
representações contribuem para a (re)construção das identidades negras na sociedade
contemporânea. Tal pesquisa de cunho bibliográfico e crítico-analítico encontra-se em fase
inicial de execução, por isso, a aluna dedica-se agora à leitura de textos acadêmicos de
autores que já analisaram a obra.
1
Luisa Duarte Costa Falbo, Discente do curso Técnico em Alimentos Integrado ao Ensino Médio do
Instituto Federal do Triângulo Mineiro, luisa.falbo@estudante.iftm.edu.br.
2
Cristiane Manzan Perine, Doutora em Estudos Linguísticos, Docente do Instituto Federal do
Triângulo Mineiro, cristianemanzan@iftm.edu.br.
77
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Professora, IFNMG Campus Pirapora, MG, Dra. Letras, marciacustodio@iftm.edu.br.
2
Professora, Prefeitura Municipal de Uberlândia, MG, Pedagoga, stella.jacinto@ufu.br.
3
Técnica Msa. Geografia da Saúde, IFTM-Campus Uberlândia, talita@iftm.edu.br.
78
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
A preservação das narrativas orais e das memórias coletivas ancestrais do povo Javaé é
essencial para a preservação e continuidade da cultura indígena. Além disso, uma pesquisa
interdisciplinar sobre as narrativas orais contribui para o conhecimento das diferentes
formas de expressão cultural do povo indígena Javaé, bem como para a valorização da
diversidade cultural e o respeito à autodeterminação do povo. Essa pesquisa atende a um
dos objetivos do projeto “O processo de letramento e alfabetização das crianças Javaé: uma
contribuição para manutenção da língua e da cultura”, parecer nº 3.926.694. A oficina foi
realizada inicialmente com uma roda de conversa para contação de narrativas ancestrais
Javaé pelos estudantes e professores da Escola Indígena Tainá e dos pesquisadores do grupo
de pesquisa Observatório de Povos Tradicionais do Tocantins. Foram oportunizados
momentos de discussão/interpretação oral sobre os relatos para posterior levantamento das
narrativas que foram ilustradas e entrega dos recursos materiais utilizados na produção
artística dos livros, técnicas e procedimentos textuais ilustrados empregados na produção
dos desenhos, trabalhando a sequência coerente da narrativa/ilustração, a criatividade, as
técnicas de pinturas locais e a preservação da memória e identidade do povo Javaé. Essas
narrativas ancestrais têm uma relação intrínseca com a história, a cultura, a religião e a
cosmovisão do povo. A oralidade é um elemento fundamental na transmissão dessas
memórias entre as gerações, o que reforça sua importância para a continuidade da cultura
indígena Javaé. As narrativas orais desempenham um papel fundamental na transmissão de
conhecimentos, crenças e valores entre os povos indígenas intrinsecamente aplicados à
cultura tradicional Javaé e suas identidades culturais únicas. Embora haja uma grande
preocupação em preservar a memória através das narrativas ancestrais, ainda há um
número reduzido de indígenas nas aldeias que detêm esses conhecimentos. Ao
compreender as formas de transmissão e preservação das narrativas orais e memórias
coletivas, é possível elaborar estratégias mais efetivas de preservação desses conhecimentos
com projetos educacionais que promovam a valorização, transmissão e conservação das
narrativas ancestrais.
1
Especialista em História, Professor da Educação Básica, SEDUC-TO, Centro de Ensino Médio Bom Jesus,
matheusoliveira@professor.to.gov.br.
2
Mestre em História, Professor da Educação Básica, SEDUC-TO, Centro de Ensino Médio Bom Jesus,
valterlanaraujo29@gmail.com.
3
Doutora em Letras, Professora na Universidade de Gurupi, marcilenearaujo@unirg.edu.br.
79
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
João Eduardo Leal Rodrigues, estudante do 3º ano do Curso Técnico Integrado em Agroindústria do
IFTM - Campus Ituiutaba, monitor bolsista de História, joao.er@estudante.iftm.edu.br.
2
Patricia Paes Leme, mestre em Educação em História, professora de História do IFTM - Campus
Ituiutaba, patriciapaesleme@iftm.edu.br.
80
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Esta pesquisa teve como objetivo principal investigar as trajetórias de professoras negras
que atuam no Ensino Fundamental I nas escolas públicas da cidade de Primavera do Leste-
MT, dando atenção especial às formas pelas quais o racismo e o sexismo afetaram e
impactaram os processos formativos delas e as suas experiências ligadas à atuação docente.
O estudo se pautou nas experiências narradas por cinco professoras negras, desde o
processo de formação na Educação Básica e Superior até a atuação docente, levando em
consideração que elas vivem em uma sociedade marcada por contradições raciais e de
gênero que, de forma interseccional, atravessam a existência das mulheres negras. Em um
primeiro momento, investigou-se o processo formativo das professoras, buscando identificar
e entender as particularidades, dificuldades e desafios encontrados por elas em suas
jornadas formativas. Em um segundo momento, analisou-se a experiência docente dessas
mulheres negras, identificando os desafios encontrados no cotidiano escolar, especialmente
seus diálogos com a Lei 10.639/03 e em suas tentativas de implementação de uma educação
antirracista, plural, diversa e inclusiva. A concepção teórica e metodológica desta pesquisa
se orientou por uma diversidade de epistemologias e pedagogias descoloniais, destacando-
se a pedagogia histórico-crítica freiriana, a decolonialidade, o pensamento afro-diaspórico e,
especialmente, o feminismo negro. Procederam-se à aplicação e à análise qualitativa de
questionários, assim como à realização e à análise qualitativa de entrevistas desenvolvidas
com todas as cinco participantes. Concluiu-se que a formação e a atuação docente das
professoras foram e são atravessadas por desigualdades e por violências raciais e de gênero.
Para além de letramento racial e formação inicial e continuada para o desenvolvimento da
educação para as relações raciais, étnico-raciais e de gênero, serão necessários esforços
coletivos da comunidade escolar, assim como o desenvolvimento de políticas públicas para
que elas tenham as condições necessárias para efetivar a deseducação e poder construir a
educação antirracista, antissexista e antimachista que se espera.
1
Júlia Rodrigues Nunes Café, Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal de Rondonópolis, Professora efetiva da Rede Estadual de Mato Grosso atuando na Escola
Estadual Dom José do Despraiado, e-mail: juliacafeliterata@gmail.com.
81
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Psicóloga, licenciada em filosofia e Pedagogia. Doutoranda em Filosofia pela PPGFIL-UFU, Mestre em Educação
Tecnológica PPGET-IFTM. Especialista em Psicoterapia Psicanalítica, Sexualidade Humana, Neuropsicologia e Psicologia
perinatal. E-mail: alessandrapsicologa@gmail.com.
2
Mestre em Educação (Direito e Literatura), Especialista em Direito Digital e Compliance com Docência no ensino superior.
Especialista em Direito do Trabalho e Processo. Especialista em Direito Penal - organizações criminosas. Graduada em
Licenciatura em Letras Português/Inglês. Graduada em Direito. Graduanda em Licenciatura em Matemática. Servidora
Administrativa no Instituto Federal do Triângulo Mineiro. E-mail: tricia@iftm.edu.br.
82
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Gabriela Pereira Vanzela, graduanda em Psicologia, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM),
gabivanzella10@gmail.com.
2
Carine Campos Santos, graduanda em Psicologia, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM),
carinecampos.santos@yahoo.com.
3
Maylla Monnik Rodrigues de Souza Chaveiro, docente de Psicologia, Universidade Federal do Triângulo Mineiro
(UFTM), maylla.chaveiro@gmail.com.
83
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Discente do curso Técnico de Desenvolvimento de Sistemas, IFTM - Campus Uberlândia Centro,
anajuliasilva@estudante.iftm.edu.br.
2
Discente do curso Técnico de Desenvolvimento de Sistemas, IFTM - Campus Uberlândia Centro,
erica.oliveira@estudante.iftm.edu.br.
3
Docente, IFTM - Campus Uberlândia Centro, gyzely@iftm.edu.br.
4
Discente do curso Técnico de Desenvolvimento de Sistemas, IFTM - Campus Uberlândia Centro,
marcella.reis@estudante.iftm.edu.br.
84
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Graduada em História pela Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS). Mestranda em História pela
Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
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Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Apoio: O presente trabalho foi realizado com apoio da Agência de Fomento externo:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES
1
Ana Flávia Borges de Oliveira, Mestre em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia,
Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Ensino de Geografia na Perspectiva do Ser Humano Integral-
GPEGPSHI-LAGEPOP, Universidade Federal de Uberlândia, anaflaviaborges97@hotmail.com.
2
Adriany de Ávila Melo Sampaio, Professora Doutora em Geografia do Instituto de Geografia, Coordenadora do
Grupo de Pesquisa em Ensino de Geografia na Perspectiva do Ser Humano Integral-GPEGPSHI-LAGEPOP,
Universidade Federal de Uberlândia, adrianyavila2@gmail.com.
86
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Pedro Paulo Ferreira Silva, Biólogo/Professor EBTT, IFTM –Uberlândia, e-mail: pedropaulo@iftm.edu.br.
2
Talita Lucas Belizário, Bióloga / Técnica de Laboratório, IFTM – Uberlândia, e-mail: talita@iftm.edu.br.
3
Flavianne Cavalcante Lopes, Coordenadora Pedagógica, Colégio Gabarito – Uberlândia; e-
mail:cavalcanteflavianne@gmail.com.
87
Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
Este relatório tem como objetivo apresentar alguns dos pontos marcantes e significativos de
aprendizagem dos bolsistas do projeto Afrocientista 2023, sobre a visita técnica à Estação
Experimental de Hortaliças da UFU na cidade de Monte Carmelo/MG no dia 05 de agosto de
2023. Durante a visita, os estudantes participaram da 2ª Oficina de Técnicas de Produção de
Mudas de Hortaliças e do Projeto de Estufa Social Agroecológica. Assim que chegaram no
local indicado para a oficina de grãos em Monte Carmelo, os estudantes observaram uma
grande quantidade de alface plantada em uma das hortas. A área era muito grande, com
bastante terra, com muitas estufas feitas pelos próprios trabalhadores. Observou-se
também a presença de agrônomos que queriam criar seu próprio negócio por meio do
tutorial de como se montar uma estufa para plantar suas próprias sementes e demais
plantas. As medidas, quantidades e valores foram citados durante a explicação de uma das
organizadoras do curso, que também deu algumas dicas, como o uso dos troncos encaixados
no chão para "moldar" a barra de ferro localizada na parte de cima da estrutura da estufa.
Os estudantes também foram orientados sobre horário exato para espalhar o plástico por
cima da estufa. Os raios solares ajudam na dilatação do plástico para melhor encaixe nos
demais lados e espaços da estufa. Infelizmente não foi possível ver todo o processo por
conta do tempo, mas o que foi visto foi muito interessante e informativo. Foram registradas
algumas imagens de trabalhadores auxiliando na montagem da estufa, que por sinal exige
uma grande necessidade de mão de obra. A estrutura da estufa era feita de eucalipto
tratado por conta da melhor durabilidade, e os estudantes questionaram se não poderia ser
feita de bambu. De acordo com os(as) instrutores(as), o bambu não possui uma durabilidade
tão boa quanto o eucalipto. Logo após, os estudantes assistiram a uma explicação sobre
como se fazer mudas, como mantê-las sem pragas, e até mesmo a maneira adequada de
como manter limpo o berçário de mudas, o material utilizado para confecção do berçário
que possibilita que este possa ser utilizado novamente. A visita oportunizou ricas
experiências de aprendizado aos estudantes bolsistas do projeto Afrocientista sobre a
produção de hortaliças, possibilitando a inclusão e aprendizado de estudantes negros(as).
1
Estudante da Escola Estadual Antônio Souza Martins (Polivalente).
2
Estudante do curso Técnico em Informática do IFTM - Campus Ituiutaba.
3
Estudante do curso Técnico em Agricultura do IFTM - Campus Ituiutaba.
4
Estudante da Escola Estadual Antônio Souza Martins (Polivalente).
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Anais Conerer - Congresso Nacional de Estudos das Relações Étnico-Raciais, 2023.
1
Estudante do Ensino Médio, bolsista do Projeto Afrocientista e integrante do coletivo feminista Rosália Lemos.
2
Estudante do Ensino Médio, bolsista do Projeto Afrocientista e integrante do coletivo feminista Rosália Lemos.
3
Estudante do curso de Pedagogia pela Universidade Federal de Uberlândia, campus Pontal,
laissantos01@ufu.br.
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