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ÁREA – GEOGRAFIA:

Capitalismo no século XX - OK
Direitos civis, humanos, políticos e sociais;
O processo de Industrialização
brasileira e a transformação do
espaço urbano;
CARACTERÍSTICAS
CLIMÁTICAS BRASILEIRAS
Os climas do Brasil são bastante
variados em função da atuação
de fatores climáticos, como a
latitude, a maritimidade e as
massas de ar. Com base em sua
análise, identifica-se a ocorrência
de seis tipos:
Equatorial: quente e úmido. "do tipo quente e úmido ocorre na
região Norte do país, abrangendo os estados do Amazonas, Pará
e parte de Roraima, Rondônia, Acre, Maranhão e Mato Grosso."
"Dispõe de elevado grau de umidade, mesmo sob a influência de
massas continentais, o que se deve à presença da Floresta
Amazônica. Com isso, as médias pluviométricas são bastante
elevadas, com a ausência de períodos de seca ou estiagem. Os
locais onde esse clima ocorre registram anualmente um volume
de chuvas entre 1500 mm e 2500 mm.

Semiárido: quente e seco, com chuvas escassas e mal


distribuídas.
"O clima semiárido ocorre em parte da região Nordeste do país,
abrangendo o leste do Piauí, sudoeste do Ceará, norte da Bahia e
uma parcela ou todo o oeste dos estados do Rio Grande do
Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
As características mais marcantes desse clima são a baixa umidade
e o longo período em que há baixo ou nenhum registro de
chuvas, podendo se estender de junho a dezembro. A
pluviosidade anual varia na faixa de 250 mm a 750 mm, e as chuvas
não ocorrem de forma homogênea no território. Essa é uma das
principais razões pelas quais a área de abrangência do semiárido
é conhecida como Polígono das Secas.
Além da escassez, esse tipo climático é marcado pelas elevadas
temperaturas durante o ano, variando entre 25 ºC e 27 ºC. Tais
valores podem cair quando massas de ar frio chegam à região, as
quais provocam também chuvas."

Tropical: marcado por duas estações do ano bem definidas, um


quente e úmida e a outra mais fria e seca.
"O clima tropical, por vezes chamado também de tropical típico,
abrange quase todas as regiões do Brasil. Está presente em todo o
Centro-Oeste, exceto no norte do Mato Grosso, em parte da
região Nordeste, no Sudeste, abrangendo São Paulo e Minas
Gerais, na região Sul, na porção noroeste do Paraná, e também
em uma pequena porção de Roraima, no Norte.
Caracteriza-se pela presença marcante de duas estações do ano.
Uma delas é quente e úmida, que se estende de dezembro a
março e ocorre por influência do avanço de massas de ar úmidas
(Equatorial e Tropical Atlântica), ao passo que a outra, o inverno,
apresenta temperaturas mais amenas e tempo seco. A amplitude
térmica do clima tropical fica na faixa dos 5 ºC aos 7º C no
período de um ano, com variação de mínimas e máximas entre
18º C e 27º C, superando 30 ºC nos meses mais quentes. Os
registros anuais de chuva variam de 750 mm a 1500 mm."
Tropical de altitude: ocorre em altitudes superiores a 800 m e é
caracterizado por temperaturas mais amenas que no tropical
típico. Há o registro de geadas no inverno pela ação de massas de
ar frias.
"O clima tropical de altitude ocorre nos planaltos elevados da
região Sudeste do Brasil, predominando em terrenos localizados
acima de 800 metros de altitude nos estados de São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Assemelha-se ao clima
tropical típico, com uma estação do ano quente e úmida, que é o
verão, e outra fria e seca, estendendo-se de março a setembro
aproximadamente.
Diferentemente do primeiro tipo, entretanto, a altitude
proporciona temperaturas mais amenas, que variam entre 15 ºC e
22 ºC, com amplitude térmica anual que pode chegar a 9 ºC.
Durante os meses correspondentes ao inverno, sob a influência de
massas de ar frias, registra-se em algumas localidades a
ocorrência de geadas. Os verões são mais amenos que no clima
tropical típico, mas são bastante chuvosos, principalmente nos
meses de dezembro e janeiro. O volume acumulado de chuvas
pode chegar a 1500 mm."

Tropical atlântico: caracterizado por elevada umidade e chuvas


intensas, que se concentram nos meses de inverno.
O clima tropical atlântico, conhecido também como litorâneo
úmido, ocorre no litoral leste brasileiro, compreendendo estados
do Nordeste até o Sul do país.
Sob forte influência da maritimidade e das massas Equatorial
Atlântica e Tropical Atlântica, esse clima é caracterizado pelo alto
teor de umidade e grande volume pluviométrico nos locais onde
ocorre. O período chuvoso corresponde aos meses de outono e
inverno, registrando anualmente de 1500 a 2000 mm de
precipitação. Já as temperaturas variam de amenas a quentes,
variando na faixa dos 18 ºC aos 26 ºC."
Subtropical: mercado pelas baixas temperaturas, inverno frio e
eventual ocorrência de geada e precipitação na forma de neve.
Predominante no Sul do Brasil.

VIOLÊNCIA E ESPAÇO URBANO;

REVOLUÇÃO VERDE NO BRASIL


Revolução Verde representa
um conjunto de inovações
tecnológicas que têm o
intuito de melhorar as
práticas agrícolas. O primeiro
país a aplicar o conceito foi o
México e seu uso espalhou
por vários países, que
aumentaram significativamente sua produção de alimentos.

O que foi?
A Revolução Verde tem sua origem após a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945) quando a fome era um problema real em
países da África subsaariana e da Ásia meridional.
A Revolução consistiu em usar a melhor tecnologia para produzir
mais alimentos no mesmo espaço de terra. Deste modo, se
desenvolveram sementes de plantas geneticamente modificadas
que produziam mais, tinham melhor resposta a fertilizantes e
maior resistência a pragas.

Além disso, tratou-se aplicar os métodos modernos de


gerenciamento das fábricas ao campo. Para isso, se começou a
pesquisar a melhor forma de equalizar as limitações do terreno,
como falta de irrigação, maior desempenho de implementos
agrícolas como plantadeiras e colheitadeiras

Todas estas ações já eram utilizadas pelos agricultores ao longo


da História da humanidade. No entanto, agora são atitudes
próprias de uma sociedade industrial e capitalista.

Positivos e Negativos Pontos


A eficiência no campo, o avanço na produção, a pesquisa e o
barateamento de alimentos são apontados como as principais
vantagens do conceito da revolução verde.

COMO DESVANTAGENS PODEMOS CITAR:


Esgotamento do solo;
Erosão;
Alteração do ecossistema para a implantação da lavoura;
Desmatamento;
Dependência das grandes indústrias que produzem as sementes transgênicas,
fertilizantes e agrotóxico;
Priorização à estrutura latifundiária, prejudicando a produção familiar e
fomentando o êxodo rural.

BIOGEOGRAFIA E CONSERVAÇÃO DE FLORESTAS TROPICAIS

AMBIENTES SEDIMENTARES DO LITORAL BRASILEIRO.

DETERMINISMO GEOGRÁFICO E IMPERIALISMO

O que é o determinismo geográfico:

O determinismo geográfico é a crença de que o ambiente determina os


padrões da cultura humana de um determinado local e seu desenvolvimento
social.

Neste caso são levados em consideração principalmente os fatores físicos,


como formas de relevo e clima.

Os especialistas que acreditam no determinismo geográfico afirmam que


somente os fatores ecológicos, climáticos e geográficos são responsáveis
pelas culturas humanas e decisões individuais.

Além disso, eles afirmam que as condições sociais praticamente não têm
impacto sobre o desenvolvimento cultural.

O argumento usado para o determinismo


geográfico.

O principal argumento para o determinismo geográfico é de que as


características físicas de uma área, como o clima, têm um impacto
essencial e direto na vida dos habitantes do local.

Essa perspectiva afirma que isso ajuda a definir o comportamento geral e a


cultura de uma sociedade. Por exemplo, foi dito que as áreas nos trópicos de
câncer e capricórnio eram menos desenvolvidas do que as latitudes mais altas.
Essa justificativa se deu pelo clima continuamente quente que, segundo alguns
geógrafos, facilitava a sobrevivência e, portanto, as pessoas que moravam ali
não trabalhavam tanto para garantir sua sobrevivência.

Outro exemplo de determinismo geográfico seria a teoria de que as nações


insulares (formadas por uma ilha ou um conjunto delas) têm características
culturais únicas, devido ao seu isolamento das sociedades continentais

Determinismo geográfico conforme a


geografia antiga.

Há muitos anos se notam escritos sobre determinismo geográfico.

Fatores climáticos, por exemplo, foram usados por Platão e Aristóteles para
explicar porque os gregos eram mais desenvolvidos do que outras sociedades
em climas muito mais quentes ou muito mais frios.

Além disso, Aristóteles criou seu sistema de classificação climática para


explicar porque as pessoas estavam limitadas ao assentamento em certas
áreas do globo.

Outros estudiosos também usaram o determinismo geográfico para explicar


não apenas a cultura de uma sociedade, mas as razões por trás das
características físicas do povo.

Al-Jahiz, um escritor da África Oriental, por exemplo, citou fatores ambientais


como a origem de diferentes cores de pele.

Ele acreditava que a pele mais escura de muitos africanos e vários pássaros,
mamíferos e insetos era um resultado direto da prevalência de rochas de
basalto negro na Península Arábica.
DETERMINISMO GEOGRÁFICO E A TEORIA DE
FRIEDRICH RATZEL

O determinismo geográfico chegou ao seu ápice na geografia moderna, a partir


do final do século XIX, quando foi ressuscitado pelo geógrafo alemão Friedrich
Ratzel. Assim, acabou por se tornar a teoria central da disciplina.

A teoria de Ratzel surgiu seguindo a Origem das Espécies de Charles


Darwin em 1859 e foi fortemente influenciada pela biologia evolutiva e
pelo impacto que o ambiente de uma pessoa tem na sua evolução cultural.

A teoria de Ratzel afirma que, além do homem ser fruto do meio ambiente e
geográfico que vive, o Estado é como um organismo vivo que trabalha para se
expandir e defender seu próprio espaço.

Assim, as sociedades mais avançadas teriam um espaço maior, conseguindo


se expandir com mais velocidade e facilidade.

Foi a partir desse pensamento que o geólogo alemão originou o conceito de


espaço vital, que relaciona grupos humanos com as unidades espaciais onde
eles se desenvolvem.

Muitos especialistas da geografia moderna põem em cheque a teoria de Ratzel


e afirmam que ela foi, de algum modo, propulsora para o acontecimento do
Nazismo.

Crítica e declínio do determinismo


geográfico

Apesar de seu sucesso no início de 1900, a popularidade do determinismo


geográfico começou a declinar na década de 1920.

Além disso, os críticos passaram a alegar que a afirmação era racista e


perpetuava o imperialismo.
Carl Sauer, por exemplo, afirmou que o determinismo geográfico generalizou
prematuramente a cultura de uma área. Assim, não permitiu resultados
baseados em observação direta ou outras pesquisas.

Como resultado de suas críticas e de outras, os geógrafos desenvolveram a


teoria do possibilismo ambiental para explicar o desenvolvimento cultural.

O possibilismo ambiental e o determinismo


geográfico

O possibilismo ambiental foi estabelecido pelo geógrafo francês Paul Vidal de la


Blanche e afirmou que o ambiente estabelece limitações para o desenvolvimento
cultural, mas não define totalmente a cultura.

Em vez disso, a cultura é definida pelas oportunidades e decisões que os humanos


tomam em resposta ao lidar com tais limitações.

Na década de 1950, o determinismo geográfico foi quase inteiramente


substituído na geografia pelo possibilismo ambiental, efetivamente
deixando de ser a teoria central da disciplina.

Independentemente do seu declínio, no entanto, o determinismo geográfico era


um componente importante da história geográfica, uma vez que representava
inicialmente uma tentativa dos primeiros geógrafos de explicar os padrões que
viam em desenvolvimento em todo o mundo.
MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS NO SÉCULO XX E XXI;

Energia Renovável

recursos hídricos
Violência e espaço Urbano;

Uso sustentável do solo


1. IMPORTÂNCIA DO SOLO
Todos sabemos da representatividade do solo nos cultivos agropecuários –
principal fonte de alimentação das populações - porém sua importância e
funções vão muito além disso. Exemplos:
 É o meio de produção de biomassa para produção de energia renovável;
 É filtro natural que mantém os estoques subterrâneos de água doce
limpos;
 Local de moradia de microrganismos e outros seres que acabam agindo
na manutenção do solo, assim como atuando como fonte importante
para desenvolvimento de plantas mais saudáveis e na produção de
remédios;
 É fundação para estradas, edificações, cidades e indústrias;
 É um armazém natural de carbono e água, elementos fundamentais
para o equilíbrio e adaptabilidade de ecossistemas terrestres aos
eventos climáticos extremos.

2. DEGRADAÇÃO DO SOLO
O principal fator de degradação do solo é a utilização para fins agropecuários,
a degradação está ligada à diminuição ou falta de qualidade dos atributos do
solo, incluindo biológicos e ecológicos. Ocorrendo:
 Perda de biodiversidade;
 Erosão;
 Compactação;
 Mudanças químicas;
 Atribuições ecossistêmicas prejudiciais, dentre outros.
O uso inadequado do solo resulta em casos de poluição, práticas agrícolas
insustentáveis, mudanças climáticas à longo prazo e perdas significativas de
porções de terra, principalmente, pela expansão urbana e pastoreio.

Todos esses fatores foram pautados em um relatório das Nações Unidas,


tendo sido relatado que quase um terço das terras cultiváveis do mundo
desapareceu nas últimas quatro décadas, assim como foi identificado que todo
o solo superficial do mundo poderá se tornar improdutivo dentro de 60 anos se
as taxas atuais de perda permanecerem na mesma proporção.
3. MANEJO SUSTENTÁVEL
No planeta existem diferentes tipos de solo, o que não seria diferente no Brasil.
Cada solo apresenta características físicas e químicas que influenciam na
forma como esses solos se comportam em relação as produções e afins, desta
forma é preciso a análise do solo e medidas de manejos diferentes que
auxiliam para melhor uso e aumento de produtividade. Exemplos de
manejos sustentáveis:

 Rotação de Culturas;
 Plantio direto;
 Integração Lavoura-Pecuária-Floresta;
 Preservações de áreas de preservações permanentes;
 Reposição de matéria orgânica.
Imagem 2: Sistema de integração Lavoura-Floresta

Imagem 3: Exemplo de uma rotação de culturas


Imagem 4: Exemplos de Áreas de preservação permanente

Movimentos de Massa: conceitos e métodos de


previsão
Os movimentos de massa associam-se a deslizamentos,
desmoronamentos, movimentos de blocos e fluxos,
provocando transformações no relevo.
Eventualmente, observamos nos noticiários e em nosso cotidiano
diversos acontecimentos relacionados com os movimentos de
massa. Em alguns casos, verdadeiras catástrofes, como os
deslizamentos de terra, acontecem em função desse fenômeno
que, apesar de ser natural, pode ser intensificado pela ação
humana.
Os movimentos de massa são definidos como qualquer
deslocamento de rochas ou sedimentos (que são partículas de
rochas) em superfícies inclinadas, estando relacionados,
principalmente, com a ação da gravidade. Trata-se de eventos
geomorfológicos deposicionais, ou seja, que transportam e
depositam sedimentos de um local para outro, portando-se como
um dos mais elementares processos de transformação do relevo.
Os deslizamentos são as formas de movimentos de massa mais
conhecidas, porém não são as únicas. Na verdade, ocorre,
frequentemente, uma verdadeira confusão em relação à utilização
de diferentes conceitos que, em muitos casos, são apresentados
como se fossem sinônimos.
Os escorregamentos – nomenclatura mais específica para os
deslizamentos – são movimentos de massa em médias e grandes
quantidades que se manifestam de maneira mais acelerada.
Geralmente, o escorregamento envolve o deslocamento de um
volume muito bem definido de lama ou terra, destruindo
casas, estradas e, em alguns casos, bairros ou cidades inteiras.
Eles ocorrem, na maioria dos casos, em função da ação da água
que, em grandes quantidades, torna-se responsável por encharcar
os solos e desprender a superfície de sua base, fazendo que ela
desça ladeira abaixo.

Exemplo de escorregamento atingindo e levando consigo uma casa

Os desmoronamentos, por sua vez, ocorrem de forma mais lenta


e gradual. Em alguns casos, eles são quase que imperceptíveis a
curto prazo, provocando gradativas deformidades na superfície,
como entortamento de árvores e construções.

Os movimentos de blocos, como o próprio nome sugere,


envolvem o deslocamento de grandes fragmentos de rochas, que
se rompem e deslocam-se em razão da força da gravidade. É um
processo em área com elevada declividade.

Placa sinalizando a possibilidade de


movimento de blocos no terreno

Os fluxos ou cor rida


s são movimentos de massas fluídas, formando uma lama densa
originada pela mistura entre os sedimentos e a água das chuvas.
Em virtude da viscosidade desse material, a sua movimentação é
rápida e pode atingir grandes áreas em grandes distâncias,
provocando transtornos em cidades e rodovias.

Fluxos de sedimentos
invadindo as ruas de uma cidade ¹

Como já foi afirmado, os movimentos de massa são fenômenos


naturais que podem ser influenciados pela ação antrópica. Em
alguns casos, a remoção da vegetação proporciona a
desestabilização do terreno, que passa a sofrer com
deslizamentos. Em outros, mesmo com a vegetação conservada,
esses movimentos ocorrem, transformando as áreas em zonas de
risco que não podem ser ocupadas pela população sem
autorização de especialistas. As inúmeras tragédias urbanas
provocadas em épocas de chuva por esse tipo de problema, na
grande maioria dos casos, poderiam ser evitadas caso houvesse
melhor aplicabilidade dos conhecimentos geomorfológicos para a
ocupação do espaço geográfico.

Conceitos básicos da Geografia da Saúde;

Geografia da saúde: categorias, conceitos e escalas

O processo de territorialização do Sistema Único de Saúde (SUS)


está produzindo uma diferenciação entre espaços da vida
cotidiana, que poderia ser reconhecida como um processo de
regionalização em diferentes escalas. O que está em questão é se
a regionalização da saúde brasileira representa ou não um
aprimoramento das mediações entre as diversas escalas do
Sistema Nacional de Saúde.
É a escala geográfica, portanto, que define as fronteiras que
demarcam os campos das disputas sociais, limitando as
identidades em torno das quais o controle é exercido e
contestado (Bourdieu, 1997). O que é o local, por exemplo? Ele
não existe sem disputa política. Assim, a escala é um limite e um
conteúdo, que estão sempre mudando (Santos, 1996). Ou seja, a
escala geográfica é um dado temporal, já que ela varia com o
tempo e é estabelecida pela extensão dos eventos.
Tendências atuais do turismo: práticas e discussões
conceituais;

Reforma agrária e a questão da terra no Brasil;

O Brasil é um dos países com maior concentração de terras


do mundo e onde estão os maiores latifúndios. Concentração e
improdutividade possuem raízes históricas que remontam ao
início da ocupação portuguesa no início do século XVI.
Combinada com a monocultura para exportação e a escravidão, a
forma de ocupação das terras brasileiras pelos portugueses
estabeleceu as raízes da desigualdade social que perduram até os
dias atuais.
O último Censo Agropecuário do país, realizado em 2017,
demonstra que os anos passam e essa estrutura não apenas
permanece, mas se agrava, com os índices de concentração cada
vez maiores. De acordo com a pesquisa, cerca de apenas 1% dos
proprietários de terra controlam quase 50% da área rural do país.
Em contrapartida, os estabelecimentos com áreas menores a 10
hectares (cada hectare equivale a um campo de futebol)
representam metade das propriedades rurais, mas representam
apenas 2% da área total.
Esse retrato da realidade ilustra o tamanho da expropriação
realizada pelo capitalismo ao longo de séculos, com
consequências políticas, econômicas, sociais e ambientais na
construção histórica do país. Afinal, as relações com a terra são
fundamentais para o desenvolvimento de um país. Quando se fala
de terra se fala de pessoas, de controle dos bens naturais, de
desenvolvimento econômico, social e cultural. A terra é a
expressão de uma sociedade, e esses números refletem o grau da
desigualdade e da injustiça desenvolvidas por mais de cinco
séculos de história do Brasil.
Em tempos de hegemonia do capital na agricultura, por
meio do modelo do agronegócio, o dossiê do mês de abril do
Instituto Tricontinental de Pesquisa Social pretende apresentar o
atual estágio da luta pela terra no Brasil, que não se centra mais
entre um latifúndio arcaico e improdutivo versus camponeses
pobres que lutam por um pedaço de chão, mas na disputa pelo
modelo agrícola. De um lado o agronegócio, com suas enormes
extensões de terra baseadas na monocultura e que exigem a
utilização de enormes quantidades de agrotóxicos para a sua
produção, o que levou o Brasil a se tornar o maior consumidor de
venenos agrícolas do mundo. Do outro, a agroecologia com a
diversidade da produção de alimentos saudáveis em harmonia
com a natureza, e que inclui a totalidade de um sistema de
produção, como as relações humanas, de trabalho, saúde, cultura,
lazer e educação.
Porém, tudo isso só será possível de se realizar por meio do que
chamamos de Reforma Agrária Popular, um conceito de
reorganização fundiária que pretendemos desenvolver ao longo
deste dossiê.
dia 17 de abril ter se transformado no dia internacional da luta
pela reforma agrária. A data homenageia os sem-terra tombados
no que ficou conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás,
quando 21 trabalhadores rurais foram assassinados e 69
mutilados pela Polícia Militar do estado do Pará, em 1996.
No caso brasileiro, a concentração fundiária não foi um
obstáculo ao desenvolvimento do capitalismo, ao contrário, houve
a unificação entre o latifundiário e o capital industrial, numa
aliança entre capital e propriedade da terra intermediada pelo
Estado. Essa aliança possibilitou que a economia rural subsidiasse
o desenvolvimento industrial. Além disso, a alta concentração de
terra e, consequentemente, o êxodo rural, garantiu a criação de
um exército industrial de reserva que barateava a força de
trabalho no meio urbano.
Portanto, nunca houve uma política nacional concreta de
reorganização agrária no Brasil. O que ocorreu foi apenas uma
importação do modelo estadunidense do agronegócio e de seu
tripé: latifúndio extensivo, mecanização pesada e agrotóxicos, por
meio da “Revolução Verde”. Foi a partir deste modelo que o
campo brasileiro se reorganizou, excluindo por completo os
camponeses desse processo.
O antigo latifundiário, dono de grandes extensões de terra,
se aliou a outras frações da classe burguesa: às empresas
transnacionais do setor agrícola, ao capital financeiro
representado na figura dos bancos e aos meios de comunicação
de massa. Esse novo modelo de produção agrícola ficou
conhecido como agronegócio, e está inserido num contexto
mundial que se inicia na década de 1970 e se acentua sobretudo a
partir do final da década de 1990 e começo dos anos 2000 em
diante.
Nesse sentido, o sistema do capital em crise na busca por
formas de valorização intensifica a destruição ambiental, expande
suas fronteiras agrícolas sobre florestas, aumenta as
expropriações territoriais, vai às últimas consequências da
extração mineral e potencializa a proletarização em massa,
apartando ainda mais os trabalhadores de seus meios de
produção.
Cada vez mais a luta pela reforma agrária implica o
enfrentamento ao capital, que se manifesta na luta contra as
grandes empresas transnacionais, como as do agronegócio,
responsáveis pela produção dos agrotóxicos, sementes
transgênicas e o esgotamento dos recursos naturais.

Geografia Cultural: a geografia das formas simbólicas

Epistemologia da Geografia: conceitos e tendências;

Ecologia e planejamento da paisagem;

Livros Didáticos no Ensino na Geografia

Em 1985 foi criado Programa Nacional do Livro Didático


(PNLD), segundo Spósito (2006) a partir daí os professores,
inicialmente de Língua Portuguesa e Matemática, do Ensino
Fundamental, podiam ter participação na avaliação e fazer
indicação dos livros didáticos que eles utilizariam nos anos
seguintes. Os livros “descartáveis”, que até o momento eram
muito utilizados, foram eliminados.
Como o maior consumidor de livros didáticos no país é o
Governo Federal, e sabendo que este entre aqueles que são
avaliados através do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD),
as editoras procuram acatar as avaliações de interesse do governo
e exigências do Programa. Caso contrário, o governo não compra
o livro das editoras; “sob a responsabilidade da Secretaria do
Ensino Fundamental do Ministério da Educação e Cultura desde
1996” (PONTUSKA, 2010, p. 340).
do Ensino Fundamental, foram algumas universidades
públicas em convênio com o MEC. Na disciplina de Geografia, a
coordenação responsável pela ponderação foi a Universidade
Estadual Paulista (UNESP), a avaliação então era realizada por
coleção; e se um dos volumes da coleção não fosse aprovado
haveria a exclusão completa da obra no PNLD. Na seleção dos
livros didáticos de Geografia foram estabelecidos vários critérios
para avaliação; eliminação e classificação. Segundo Hespanhol
(2005, p.77), um dos princípios gerais para a avaliação do livro de
Geografia foi:
O material didático deve incorporar, coerentemente, as
discussões e inovações na área de Geografia e estar atualizado em
relação aos avanços teóricos – metodológicos aceitos pela
comunidade científica, atender às exigências do mundo
contemporâneo, que pressupõe a articulação entre as instâncias
sociais, econômicas, políticas e culturais. Um livro didático de
geografia deve primeiro, preparar o aluno a atuar num mundo
complexo, localizar - se nele, decodificá-lo, compreender seu
sentido e significado; e, segundo desenvolver seu espírito crítico,
que implica a capacidade de problematizar a realidade, propor
soluções e reconhecer sua complexidade.
O livro deve apresentar aos alunos os conteúdos de forma
que consigam assimilar a ideologia proposta e problematizar o
assunto, dando espaço para o surgimento de novas ideias,
conceitos e compressão para atuar no mundo o qual está
inserido. Se o livro inscrito no PNLD não apresentar; coerência e
adequação metodológicas; conceitos e informações básicas e
construção da cidadania, o livro é eliminado. Conforme
Hespanhol(2005, p.78): É necessário que haja compatibilidade
entre a opção teórico – metodológica proposta e adotada, tanto
no que se refere ao ensino como no que diz respeito à concepção
de Geografia. É indispensável que haja coerência entre objetivos,
conteúdos, atividades e exercícios, favorecendo o
desenvolvimento dos processos cognitivos básicos por meio da
clara exposição dos conceitos, fenômenos e acontecimentos
devidamente localizados.
As informações contidas no livro devem ser corretas e
atualizadas, não devendo induzir o estudante ao erro, não
podendo apresentar conteúdos preconceituosos de origem,
gênero, religião, etnia e etc. As representações gráficas como;
mapa, tabela e quadros que aparecem para melhor compreensão
dos conteúdos geográficos não devem apresentar publicidade e
preconceito, como mostra Hespanhol (2005, p. 79): Conceitos e
informações básicos. São considerados erros conceituais: relações
espaço – temporais que não permitam compreender a construção
histórica do espaço geográfico; ideias inadequadas, lacunares ou
errôneas que não permitam compreensão das dinâmicas e
processos constituintes dos espaços físico e humano, as suas
formas e as relações estabelecidas entre os elementos que os
compõem; ideias inadequadas, lacunares, ou errôneas que não
permitam a compreensão das relações entre sociedade e
natureza. Indução ao erro, confusão conceitual e reducionismos
também se constituem em critérios eliminatórios. Finalmente, o
livro didático não deve conter informações incorretas ou
desatualizadas.
O livro didático de Geografia é um dos recursos didáticos
mais usados no ensino geográfico na educação brasileira, por isso
é preciso que o professor tome alguns cuidados para não cair em
certas armadilhas e não se submeter à ditadura do conteúdo
pronto e acabado. Silva (1998, p.76) afirma que: O livro didático
no processo ensino- aprendizagem deve exercer uma dupla
função: a de informar e formar o homem diante de sua realidade
social. Este deve se constituir num apoio em sala de aula, pois
dependendo da maneira como o livro for organizado e utilizado,
poderá se transformar, ora em fator de criatividade, ora em
controle da ação pedagógica do professor do aprendizado do
aluno.
Assim, é necessário que o professor se posicione como
mediador no processo ensino aprendizagem e assume uma
postura crítica, para que não necessite se submeter a um modelo
de ensino mecanizado e apoiado unicamente no livro didático
para desenvolver suas aulas. O livro didático de Geografia para o
Ensino Fundamental, de acordo Hespanhol (2005, p.77) deve ser:
[...] deve primeiro, preparar o aluno para atuar num mundo
complexo, localizar-se nele, decodificá-lo, compreender seu
sentido e significado; e em segundo, desenvolver seu espírito
crítico, que implica a capacidade de problematizar a realidade,
propor soluções e reconhecer sua complexidade. Nesse sentido, o
livro didático de Geografia do Ensino Fundamental precisa
proporcionar tanto aos alunos quanto ao professor oportunidades
para construção de conhecimentos cartográficos, ambientais,
sociais, econômicos, políticos e culturais. O ensino mecanizado
apenas fazendo leituras dos textos sem discussão, não permite
que o aluno assimile o conteúdo de forma crítica; não produz
mudança alguma e nem surgem novos conceitos, pois os mesmos
apenas memorizam o que o professor transmitiu em sala de aula.
“Uma atividade mecânica de ensino, levada a cabo na sala de aula,
conduz, à reprodução de conteúdo preestabelecidos, não à
aprendizagem; conduz à memorização receptiva de informações
isoladas”. (D’ ÁVILA, 2008, p.125).

Construção do espaço sob a ótica dos direitos


humanos.

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