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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

INDUSTRIALIZAÇÃO DA MADEIRA EM CONSTRUÇÕES


RESIDENCIAIS

AUTORA

ESTELA CRISTINA SOMENSI

ORIENTADOR

PROF. WILSON DE JESUS DA CUNHA SILVEIRA

FLORIANÓPOLIS

2004
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO.............................................................................. 3

1.1 – APRESENTAÇÃO......................................................................................... 3
1.2 - OBJETIVOS.................................................................................................. 3
1.2.1 – Objetivo geral................................................................................. 3
1.2.2 – Objetivos específicos..................................................................... 3
1.3 – JUSTIFICATIVA............................................................................................ 4
1.4 – LIMITAÇÕES DO TRABALHO...................................................................... 5

CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................ 5

2.1 – HISTÓRIA DO USO DA MADEIRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL.................... 5


2.2 – PRECONCEITOS EM RELAÇÃO A CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES
EM MADEIRA NO BRASIL.................................................................................... 7
2.2.1 – Inflamabilidade da madeira................................................................ 8
2.2.2 – Fragilidade e vulnerabilidade ao ataque de fungos e insetos............ 8
2.2.3 – Destruição do meio ambiente............................................................. 9
2.2.4 – Relação entre casas de madeira e baixo poder aquisitivo................. 9
2.3 – SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM MADEIRA............................................... 12
2.3.1 – Sistema contrutivo tipo viga-pilar e paredes com encaixe macho e
fêmea............................................................................................................. 12
2.3.2 – Sistema construtivo tipo plataforma e ballon frame........................... 12
2.3.3 – Outros sistemas construtivos............................................................. 13
2.4 – PAINÉIS: CARACTERÍSTICAS, TECNOLOGIAS E APLICAÇÕES............. 13
2.4.1 – Chapas utilizadas na construção civil................................................ 14

CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA........................................................................... 16

CAPÍTULO 4 – CONCLUSÃO............................................................................... 17

4.1 – SUGESTÕES PARA NOVOAS PESQUISAS NO MESMO ASSUNTO........ 17

REFERÊNCIAS...................................................................................................... 17

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CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1.1 - APRESENTAÇÃO

Este estudo trata do uso da industrialização da madeira em construções


residenciais. As pesquisas precedentes são limitadas no que se refere à
industrialização do material, atendo-se ao estudo da madeira na construção
habitacional de modo mais generalizado e tratando da industrialização de forma
mais superficial, que será detalhada em pesquisas futuras. Dentro desses limites,
aborda-se no segundo capítulo uma breve história sobre o uso da madeira na
construção civil, desde os tempos mais remotos até os dias atuais. Enfatiza-se
também o motivo pelo qual o Brasil, mesmo com o seu grande potencial, tem a
madeira como um material pouco valorizado. Em contra partida, procura-se
desmistificar os preconceitos em relação à madeira, e apontar as verdadeiras
características que a tornam um material de construção tão visado em outros países.
Mais além, apresentam-se os métodos construtivos em madeira, mais tradicionais e
por fim, relacionam-se alguns métodos de pré-fabricação da madeira utilizados na
construção civil.

1.2 – OBJETIVOS

1.2.1 - Objetivo geral

Pesquisar sobre o uso da madeira em construções residenciais, bem como


seus métodos de industrialização.

1.2.2 - Objetivos específicos

 Pesquisar o uso da madeira na construção ao longo da história.

 Identificar os preconceitos existentes no Brasil em relação ao uso do material


e relacioná-los com suas devidas desmistificações.

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 Evidenciar as características da madeira e as suas vantagens em relação a
outros materiais de construção.

 Investigar os processos construtivos mais tradicionais em madeira.

 Relacionar alguns elementos resultantes da industrialização da madeira


utilizados na construção civil.

1.3. - JUSTIFICATIVA

No Brasil, comumente se encontra a madeira utilizada como material de


construção, em casas na zona rural e em habitações de baixa renda. Rotineiramente
também, encontra-se a madeira sendo utilizada na instalação de canteiros de obra,
em andaimes, escoramentos e etc. Em casas de um melhor padrão o material
também é encontrado, mas restringe-se a esquadrias, forros e estruturas de
cobertura.

Paralelamente a esta situação, da empregabilidade da madeira na


construção civil, no Brasil, pode-se encontrar nos Estados Unidos, Canadá e países
nórdicos uma porcentagem em edificações residenciais em madeira muito superior a
qualquer outro material utilizado para construção.

Conforme Laroca:

O Brasil possui a maior e a mais diversificada (em número de espécies) floresta do


mundo, é detentor também de um clima e solo apropriado para o plantio de
espécies de rápido crescimento. A área cultivada com espécies de rápido
crescimento, com o grande impulso de incentivos fiscais da década de 60 para o
gênero eucaliptus por exemplo passou de 4.000 mil hectares para 4,8 milhões de
hectares.O Brasil é o 4o. maior produtor mundial de produtos florestais.

Com apoio nestas informações, surge a pergunta: porque no Brasil a


madeira não possui uma utilização mais efetiva?

1.4. LIMITAÇÕES DO TRABALHO

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O presente trabalho limita-se a analisar o uso da madeira na construção civil,
especificamente para uso residencial de médio a alto padrão. Um aprofundamento
mais específico sobre a industrialização da madeira na habitação, será realizada em
estudos posteriores.

CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 - HISTÓRIA DO USO DA MADEIRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Desde os primórdios da civilização, a madeira já era utilizada como material


de construção. Foram descobertos, na pré-história, em várias civilizações, vigas e
pilares que nos remetem a épocas anteriores à descoberta do fogo.

Com o passar do tempo, o uso da madeira na arquitetura destacou-se em


algumas civilizações e de diferentes formas, tais como:

 No extremo oriente com uma arquitetura leve, feita para suportar os


freqüentes terremotos. Mesmo as construções terem ficado expostas às
variações climáticas e aos cataclismos que ajudaram a ocultar o passado,
temos exemplos de arquiteturas que datam de 607 e 714 como mostra a
figura 1.

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Figura 1 – Templo Horyuji, (607) em Nara – Japão. Construção em madeira mais antiga
do mundo.

 Na civilização européia há o exemplo da arquitetura norueguesa,


caracterizada pela largura de suas paredes, devido ao frio excessivo. A
madeira era muito utilizada então, pelo seu caráter de isolante térmico.
 Nos últimos séculos, a sua utilização foi maior em locais favorecidos por estes
recursos naturais, particularmente a Escandinávia, as Ilhas Britânicas e a
América do Norte.

 No Brasil, a madeira era utilizada pelos índios nas edificações e na


construção dos seus meios de transporte. Com a chegada dos portugueses, a
nova população continuou a utilizar a madeira para construir suas cidades.
Porém, utilizando formas européias e técnicas indígenas locais. Pode-se
então compreender porque tanta miscigenação arquitetônica no período
colonial.

O uso da madeira na construção, no Brasil, teve lugar essencialmente nas


regiões sul e sudeste motivado pela abundância da mata de araucária. Em geral, as
casas eram construídas com tábuas na vertical e uso de mata junta para eliminar
frestas entre elas. Atualmente, a madeira na construção é empregada de forma
temporária, como na instalação de canteiros de obras, em andaimes, escoramentos,

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formas, etc. E de forma permanente, em esquadrias, estruturas de cobertura, forros
e pisos.

Por outro lado, em outros países, como nos Estados Unidos, cerca de 90%
das casas são construídas em madeira, no Canadá, bem como na Suécia,
Escandinávia e na maioria dos países nórdicos, as casas deste material são, em
torno de 80%. Conforme Freitas (1988), no Brasil essa cifra não atinge 2%.

2.2 - PRECONCEITOS EM RELAÇÃO A CONTRUÇÃO DE HABITAÇÕES EM


MADEIRA NO BRASIL

A pouca utilização da madeira na construção civil no Brasil, tem seu início na


ausência de uma tradição em construções com o material, herdada pelos povos que
colonizaram o país. Estes, em sua maioria, vieram do mediterrâneo trazendo
consigo seus conhecimentos em técnicas construtivas em alvenaria de tijolos e
pedras, não possuindo a experiência em trabalhar a madeira. Além disso, o uso do
material, resiste a uma utilização mais intensiva, devido a diversas restrições que
estão fundamentadas essencialmente no uso inadequado da madeira, ao
desconhecimento de suas propriedades e à insistência em métodos de construção
antiquados. Este preconceito corre ao longo da história. Segundo Key Imaguire, que
cita um exemplo da cidade de Curitiba:
"...em 1905 o governo proíbe a construção de casas de madeira nas principais
ruas. O código de posturas de obras em 1933 mantém a proibição de construir em
madeira na zona central e estabelece restrições nas demais zonas da cidade.
Apesar da preocupação com incêndios em áreas densamente ocupadas nota-se
também um caráter discriminatório nessas posturas . A madeira de pinho era
barata e acessível a todos."

De forma mais específica, pode-se citar como principais preconceitos:

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2.2.1 - Inflamabilidade da madeira

Apesar de todos os tecidos da madeira serem combustíveis, esta possui um


conveniente desempenho quando submetida a altas temperaturas. A madeira, ao
entrar em combustão, faz com que a sua carbonatação superficial funcione como
uma espécie de "barreira de isolação térmica". E por não ser um material de boa
condução térmica, conserva por mais tempo sua temperatura interna, que cresce
lentamente, não ocorrendo assim, um maior comprometimento estrutural da peça.
Experiências comprovam que uma estrutura de aço e de concreto, ao serem
submetidas à mesma temperatura, romperiam muito mais rápido que uma estrutura
de madeira, fato que em uma residência representa um ganho significativo isto é, o
retardamento do colapso da estrutura permitiria um maior espaço de tempo até a
evacuação das pessoas e também a salvação de bens.

2.2.2 - Fragilidade e vulnerabilidade ao ataque de fungos e insetos

Embora susceptível ao ataque de organismos xilófagos em circunstancias


especificas, a madeira adquire um período prolongado quando previamente tratada.
Ao contrário do que muitos pensam, a estrutura em madeira pode ter uma grande
durabilidade. Para isso, é necessário em primeiro lugar, contratar um profissional
capacitado que resolva questões projetuais, lembrando que existem muitos detalhes
construtivos que proporcionam a proteção das peças. É importante lembrar a
importância de especificar adequadamente a espécie de madeira para cada uso. É
indispensável salientar também que, com a industrialização, também é possível
agregar artificialmente fatores de resistência, naturalmente encontrados nas
madeiras de lei, a madeiras de baixa densidade, de forma a viabilizar a sua
utilização massiva na construção.

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2.2.3 - Destruição do meio Ambiente

Devido à abundância de matéria-prima disponível, não havia até há pouco


tempo uma maior preocupação em se fazer uma extração racional da madeira. A
situação começou a se modificar a partir de uma maior consciência ecológica,
através do uso da madeira reflorestada, que em pouco tempo deverá substituir o uso
da madeira nativa. A madeira, diferentemente dos outros materiais, consome apenas
a energia solar para sua produção e muito pouca energia mecânica na sua fase de
usinagem (ver tabela 1). Isso é uma característica de extrema importância no
momento em que o planeta se encaminha para uma crise de suprimento energético.
Algo que também é importante de ser lembrado, é que a madeira é um material
renovável, diferente de outros materiais, os quais suas respectivas matérias-primas,
ao serem extraídas da natureza, jamais serão repostas.

2.2.4 - Relação entre casas de madeira e baixo poder aquisitivo

Madeiras de baixa densidade como o pinus, quando não previamente


tratadas com produtos que aumentem sua durabilidade e resistência, tornam-se
materiais relativamente baratos devido à sua característica de fragilidade. Com base
nisso, habitações de baixa renda são comumente encontradas em madeira. Isto,
aliado ao fato que no Brasil não há uma tradição em casas construídas com esse
material, criou-se uma associação entre casas de madeira e habitações de baixa
renda. Porém, pode-se encontrar, com facilidade, em outros países e até mesmo no
Brasil, residências belíssimas e de alto padrão construídas em madeira como mostra
a figura 2. Assim como outros materiais, a madeira possui diversas técnicas
construtivas, e, dependendo da forma escolhida para construção de uma habitação
ela pode tornar-se relativamente cara, permitindo assim, que apenas pessoas com
um bom poder aquisitivo possam usufruir o material.

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Figura 2 - Casa de madeira, construída com madeira tratada da
empresa Battistella Indústria e Comércio LTDA. A residência possui 4 quartos,
325m2 de área construída e 481m2 de área total.

Mesmo reconhecendo as desmistificações citadas acima, a madeira possui


uma ampla diversidade de características e vantagens que a tornam atrativa em
relação a outros materiais de construção. Dentre elas, convém citar:

 excelentes características mecânicas em relação a sua baixa densidade,


conforme tabela 1;

 bom isolante térmico. Sua condução térmica é 1.300 vezes menor que a do
aço, 10 vezes menor que a do cimento e 40 vezes menor que a do tijolo de
barro. Devido a este atributo, habitações em madeira são muito bem
adaptáveis em países com variações climáticas constantes;

 não possui dilatação térmica. Suas características mecânicas são pouco


alteradas em função da temperatura;

 apresenta ótimo comportamento na flexão e compressão;

 facilidade de ligação com outros materiais de construção;

 conforto acústico. A madeira tem valores de isolamento superiores a dez


vezes o concreto armado e cinco vezes uma parede de tijolos;

 boa inércia química;

 grande facilidade de manuseio, usinagem e execução de ligações químicas


ou mecânicas;

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 menor consumo de material de fundação em uma edificação devido ao peso
de uma construção em madeira ser muito menor que o peso em alvenaria;

 menor tempo de construção. Os componentes chegam à obra pré-cortados


ou mesmo pré-fabricados, reduzindo significativamente o tempo de execução
da obra;

 redução do desperdício. Pelo fado da madeira chegar, à obra, pré-cortada ou


pré-fabricada, o desperdício de material é muito reduzido, mantendo assim o
canteiro de obras limpo e sem entulhos;

 facilidade nas instalações elétricas e hidráulicas: em um sistema em madeira


não há a necessidade de construir para depois destruir. As tubulações podem
passar por dentro dos painéis, ou ao lado dos pilares por meio de uma régua
elétrica, no caso de um sistema viga pilar e paredes maciças.

MATERIAL A B C D E
Concreto 24 1920 20,3 96 0,83
Aço 78 234000 250,4 936 3,21
Madeira - conífera 6 600 50,5 12 8,33
Madeira - 9 630 90,5 7 10,00
dicotiledônea
Tabela 1 - Materiais estruturais - dados comparativos. Fonte: adaptado de Calil Jr e Dias.

As colunas da tabela 1 representam:

A: densidade do material (kN/m3). No caso da madeira, valor referente a umidade


de 12%.

B: energia consumida na produção (MJ/m3). Para o concreto a energia provém da


queima de óleo; para o aço, do carvão; para madeira, energia solar.

C: resistência (MPa). Para o concreto o valor citado se refere à resistência


característica a compressão; para o aço, trata-se da tensão de escoamento do
tipo ASTM A-36; para a madeira são os valores médios da resistência à
compressão paralela as fibras, referida à umidade de 12% de acordo com a
recomendação da NBR 7190/1997, da ABNT.

D: relação entre os valores da energia consumida na produção e a resistência.

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E: relação entre os valores da resistência e densidade.

Além dessas características, a madeira é um material de uma beleza


indiscutível possuindo uma diversidade de cores e texturas.

2.3 - SISTEMAS CONTRUTIVOS EM MADEIRA

A madeira em construção, pode ser utilizada de diversas formas. Destaca-se


a seguir os principais usos.

2.3.1 - Sistema construtivo tipo viga-pilar e paredes com encaixe macho e


fêmea

Neste tipo de sistema construtivo, a estrutura é independente da vedação


pois as vedações não possuem função estrutural. As paredes têm a função de
travar a edificação. A vantagem deste sistema é poder utilizar madeiras com graus
elevados de umidade devido a um rasgo na face inferior das vigas onde são
encaixadas às paredes, para evitar a abertura de frestas, em função da variação do
volume da madeira seca e úmida.

2.3.2 - Sistema construtivo tipo plataforma e ballon frame

Considerado um sistema leve de construção, as paredes e a plataforma de


piso também têm função estrutural. Nos Estados Unidos e Canadá,
aproximadamente 70% das residências usam este método.

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2.3.3 - Outros sistemas construtivos

Madeira Roliça - baseado na utilização de madeira roliça, com encaixes


entre as toras Foi o sistema construtivo mais utilizado pelos imigrantes poloneses
no inicio do século XX.

Tábuas com mata juntas - é o sistema mais utilizado na construção de casas


populares. Geralmente utiliza-se o pinus. É uma madeira barata que quando não
tratada convenientemente, possui baixa resistência à agentes biodegradantes.

2.4 - PAINÉIS: CARACTERÍSTICAS, TECNOLOGIAS E APLICAÇÕES

A árvore possui lenhos com estrutura heterogênea e anisotrópica devido às


suas direções de crescimento. Suas características, disposições e freqüência dos
elementos celulares geram algumas limitações naturais do uso da madeira,
notadamente em relação às dimensões das peças, anisotropia e defeitos naturais,
explicitados a seguir:

dimensões: o diâmetro e a altura das árvores limitam a largura e o


comprimento das peças;

anisotropia: as propriedades mecânicas e não mecânicas da madeira


diferem de acordo com as direções de crescimento tangencial,
radial e longitudinal das fibras na árvore;

defeitos naturais: o comportamento reológico da madeira é interferido


por nós, inclinação da grã, percentagem de lenhos juvenil e adulto,
lenhos de reação, largura dos anéis de crescimento, etc.

Devido a tais limitações, surge a opção de utilizar a madeira em painéis, que


juntam peças da mesma espécie, de tamanhos reduzidos e geometrias variadas e
através de ligações adesivas, reconstitui-se em produtos cujas propriedades são
diferentes do material original (madeira sólida).

Os painéis de madeira podem ser classificados em dois grupos:

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a) compostos laminados: caracterizados pela estrutura contínua da linha de cola,
através do processo de colagem de laminas. Ex.: compensado multilaminado,
compensado sarrafeado, painéis de laminas paralelas (LVL), compensado de
laminas paralelas (lammyboard), compensado de painéis de madeira maciça
(tree-ply), etc.

b) compostos particulados: caracterizados pela estrutura descontínua da linha de


cola e constituídos de pequenos elementos de madeira (partículas / fibras).
Ex.: chapas de madeira aglomerada, chapas OSB (Orient Strand Board),
chapas de fibras isolantes, MDF (Medium Density Fiberboard), chapas de
madeira-cimento, etc.

2.4.1 - Chapas utilizadas na construção civil

a) Chapa de fibra

Painel de madeira que apresenta o menor consumo mundial. Sua fabricação é


considerada poluente e obsoleta. É constituído de chapas duras ou chapas de
fibra. Possui alta densidade e é produzido por processo úmido, utilizando calor e
pressão, sem a adição de resina. No Brasil, para a fabricação deste painel, utiliza-
se o eucalipto, proveniente de florestas plantadas.

b) Chapas de madeira-cimento

São chapas que juntam partículas de madeira com um aglutinamento mineral


(cimento) e compostos químicos que aceleram a cura, sendo solidificadas através
de prensagem a frio. São encontradas geralmente em paredes externas de
habitações, devido à sua resistência à água e à mudanças climáticas. Com base
em suas qualidades tecnológicas e no aumento em produtividade da construção,
são muito utilizadas na Europa, Estados Unidos e Japão, principalmente em
construções de casas pré-fabricadas.

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c) Compensado

São painéis compostos por várias camadas de lâminas de madeira, coladas


entre si com um adesivo. Sua técnica de colagem denomina-se laminação cruzada.
São camadas coladas de forma que a direção da grã esteja em ângulo reto em
relação à camada adjacente.

O compensado é um produto que está perdendo competitividade e


participação no mercado. Isto se deve ao fato de que, para sua produção,
necessita-se de toras de grande diâmetro e qualidade, tornando seus custos
elevados.

d) Compensado multilaminado

São painéis compostos por lâminas de madeira sobrepostas em número


ímpar de camadas, formando um ângulo reto entre as camadas adjacentes. Podem
ser de uso interior ou exterior ( a prova d'agua) e possuem aplicações muito
abrangentes, sendo destinados para setores, além da construção civil, naval,
mobiliário, embalagens, etc.

e) Insulation Board (chapas de fibras isolantes)

São chapas produzidas a partir de fibras da madeira. Em função de sua baixa


densidade, são consideradas chapas isolantes e são empregadas em aplicações
que necessitam de isolamento térmico ou acústico, como divisórias e forros.

f) Lammyboard (compensado de lâminas paralelas)

Painéis derivados do compensado sarrafeado, com a diferença de que o


miolo é composto por painéis de lâminas paralelas seccionados no sentido
longitudinal em tiras e viradas em ângulo reto.

g) LVL (Painéis Laminados Estruturais)

Material de grande resistência com capacidade de vencer grandes vãos. Seus


principais usos na construção residencial são: em paredes estruturais ou não
estruturais, batentes de portas e janelas, corrimãos, degraus de escadas, pisos e
estruturas de telhados. Na confecção de painéis de LVL, a madeira de eucalipto
tem demonstrado grande potencial.

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h) OSB (Orient Strand Board)

Painéis estruturais, considerados como a segunda geração dos painéis


WAFEBOARD. São produzidos a partir de partículas de madeira, permitindo assim
a utilização de resíduos de serralheria na sua fabricação. Possuem um baixo custo,
e suas propriedades assemelham-se às de madeira sólida. Devido sua expansão
quando exposto diretamente à chuva forte, ou alta umidade relativa por longos
períodos, a utilização do OSB limita-se a usos em locais protegidos.

Na construção civil são geralmente utilizados em paredes, forros, pisos,


componentes de vigas estruturais, etc.

i) Three-Ply (Compensado de painéis de madeira maciça)

É um produto relativamente novo no Brasil e com grande potencial


tecnológico. Constitui-se de três camadas cruzadas de sarrafos colados
lateralmente com aesivo à base de PVAc. Na construção civil pode seu usado
externamente com a aplicação de resinas melamina-formaldeído para elevar sua
durabilidade.

j) MLC (Madeira Laminada Colada)

Produto concebido a partir da colagem de lâminas de madeira, de forma que


suas fibras fiquem paralelas entre si, através de colas de alta resistência. A
madeira empregada nesta técnica provém de reflorestamento, geralmente utiliza-se
o pinus devido a sua fácil trababilidade. É empregada na fabricação de elementos
estruturais a serem utilizados na construção civil. Sua aplicação vai desde
pequenas passarelas à grandes estruturas com 100 metros de vão sem apoios
intermediários.

CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA

Para atender os objetivos propostos foi realizada uma coleta de informações


baseada em pesquisas bibliográficas, tais como, artigos, livros, páginas da Internet
e levantamento de campo. O conteúdo foi analisado, assimilado e as informações
consideradas relevantes para o presente estudo estão aqui contidas.

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CAPÍTULO 4 – CONCLUSÃO

O trabalho aqui apresentado descreve brevemente a utilização da madeira ao


longo do tempo até chegar no Brasil onde foram encontradas várias resistências
em relação ao seu uso. Entende-se que essas resistências são preconceitos os
quais se procurou desmistificar, mostrando as verdadeiras características da
madeira, seus métodos de construção e materiais resultados da industrialização da
mesma.

4.1. SUGESTÕES PARA NOVAS PESQUISAS NO MESMO ASSUNTO

Por se tratar de um assunto que desperta um grande interesse de todos os


que se envolvem na construção civil, principalmente por ser mais uma alternativa
de material a ser aplicado na mesma, este assunto pode ser mais aprofundado.
Sugere-se que em futuras pesquisas se possa, ainda, tratar mais especificamente
sobre o conforto térmico da madeira em residências e os métodos de construção
diferenciados para os diferentes tipos de clima das regiões do Brasil, bem como o
tratamento adequado para o material, em cada situação.

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