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Madeira

Trabalho desenvolvido:

Métodos construtivos

Elisabete Moreira

18-01-2020
Índice
Índice....................................................................................................................................... 2
Enquadramento histórico ...................................................................................................... 3
Tipos de Construções/ Sistemas Construtivos .................................................................... 5
Construção em Palafitas .................................................................................................... 5
Construção em toros .......................................................................................................... 7
Estruturas Maciças ............................................................................................................. 8
Sistema Porticado ........................................................................................................... 9
Sistema Tabique............................................................................................................ 10
Estruturas Aligeiradas ..................................................................................................... 10
Estruturas em “Balloon Frame” .................................................................................. 11
Estruturas em Plataformas .......................................................................................... 11
Estruturas de Pré-fabricação ........................................................................................... 12
Tipos de madeira e suas utilidades..................................................................................... 13
Casos de estudo.................................................................................................................... 15
Casa Sommerfeld ............................................................................................................. 16
Ponte Bambo ..................................................................................................................... 16
Silver Wood House .......................................................................................................... 17
Tree-Trunk Garden House .............................................................................................. 18
Flake House ...................................................................................................................... 19
The Evans Tree House ..................................................................................................... 20
Caso de estudo ..................................................................................................................... 21
Adega Casa da Torre........................................................................................................ 21
Conclusão ............................................................................................................................. 25
Bibliografia ........................................................................................................................... 26
Livros/revistas ................................................................................................................. 26
Dissertaçoes ...................................................................................................................... 26
Sites ................................................................................................................................... 26
Enquadramento histórico

Desde o início dos tempos que o Homem procura formas de se abrigar tentando
sempre a melhor solução para o conforto desejado, sendo que no início a utilização de
grutas escavadas nas rochas seria utilizado como primeiro abrigo.

Assim que o Homem tem a iniciativa de abandonar a gruta, este procura formas de
criar abrigos através de materiais orgânicos que de certa forma conseguisse
desenvolver estruturas para a criação de abrigos.

A utilização de madeira como material de construção, tem início assim que


abandona a gruta e podemos encontrar registos de construções deste material um
pouco por todo mundo, isto porque existindo este material a criação de um abrigo era
facilitado proporcionando estruturas simples e de pequenas dimensões. As estruturas
com o evoluir das técnicas permitiram criar abrigos com maiores dimensões, mais
complexos e duradouros como se pode constatar até aos dias de hoje. O exemplo de
construção mais antiga no mundo, que se tenha conhecimento até á data, é o complexo
de templos budistas no Japão conhecido por Horyu-ji este foi encomendado por um
príncipe e a primeira edificação será do ano 607, este exemplo de estrutura em madeira
continua em óptima conservação.

Figura 1 - Horyu-ji

As primeiras estruturas que se tem conhecimento, têm como designação construções


subterrâneas. Este tipo de construção passava por uma escavação no solo,
normalmente as plantas apresentavam forma rectangular ou circular. As paredes eram
feitas de terra onde apoiava o telhado feito de estacas de madeira unidas por fibras
vegetais e cobertas normalmente por palha, folhas, ramos ou outros elementos
naturais. Esta estrutura era colocada de modo a obter um local para a escada, esta
também de madeira, de forma a poder-se aceder ao interior do abrigo. Estes abrigos
seriam para habitação, locais de convívio ou até para locais de armazenamento de
alimentos.

Figura 2 - Construções Subterrâneas

Outro exemplo de estrutura primitiva é o primeiro abrigo dos indígenas composto


por uma armação de madeira com revestimento por folhas, ramos, argila ou peles de
animais.

Figura 3 - Construção primitiva indígena

A madeira sendo um material abundante na natureza permitiu ao Homem criar


diversas formas de utilização conseguindo criar construções resistentes não só ao
clima, mas também a ataques de animais, isto só é conseguido devido ao material ser
versátil, resistente, fácil de cortar e pode-se encontrar na natureza com grandes
variações de comprimento, diâmetro e textura.

A madeira torna-se num material com inúmeras vantagens, que dependendo do


tipo de árvore utilizada permite adaptar a cada necessidade, permitindo ser utilizada
isoladamente ou em combinação com outros materiais com a pedra, terra, …
Tipos de Construções/ Sistemas Construtivos

A madeira é considerada um dos principais materiais com mais preferência em


relação a outros como: aço, betão. Pode-se considerar ser o único material que tem a
capacidade de ser reutilizável, renovável e biodegradável e ainda ser o material que
consome menos energia para o seu fabrico.

Este material apesar de ser uma estrutura leve tem uma alta resistência, o que
permite reduzir bastante a dimensão das dimensões das fundações dos edifícios.
Conseguindo ter bons estados de conservação, a madeira permite ter bastante
durabilidade. Outra característica deste material e devido á sua abundância e
variedade permite conseguir cores e texturas de forma natural ao contrário de outras
matérias.

A madeira pode ser utilizada em vários sistemas construtivos o que permite criar
todo o tipo de construções, como pontes, passadiços, habitações, edifícios públicos, …

Classificando os sistemas construtivos pode-se dizer que existe no global quatros


tipos: Casas em Palafitas, Casas em Toros, Estruturas maciças e Estrutura Aligeiradas.
Dentro destes podemos que nas Estruturas maciças temos o sistema porticado e o
sistema em tabique (fasquio, rodízio ou “cruz de santo André”) enquanto que na
estruturas aligeiradas temos estruturas em “Ballon Frame” e estruturas em
plataformas.

Figura 4 - Principais materiais: Madeira, Aço e Betão

Construção em Palafitas

Este tipo de construção é considerado um dos tipos de sistemas que tem por base a
madeira, correndo a estacas. A principal característica desta estrutura é a sua elevação
em relação ao solo. Esta solução poderá ter derivado de abrigos espécie casa da árvore
onde permite existir protecção em relação a animais e a catástrofes naturais como as
inundações.

Este tipo de construção pode-se encontrar um pouco por todo o planeta, sendo mais
comum nas áreas com maior risco de inundações devido a grandes períodos de
precipitação.
As construções em Palafitas normalmente estão inseridas dentro de água, na
margem dos rios, deste modo permite que não sejam arrastadas pela forte corrente dos
rios. Apesar de ser uma estrutura que existe á vários séculos a sua tipologia não sofreu
muitas alterações sendo que os materiais e o método construtivo continuam a ser os
mais tradicionais.

Figura 5 - Cidade de Nyaung Shwe, Myanmar


Construção em toros

A construção em toros é umas técnicas consideradas maciças devido á utilização de


troncos de árvores para a construção de edifícios. É uma das técnicas pioneiras da
arquitectura relativamente a construções de madeira. Recorrendo á utilização de
troncos de árvores esta técnica tem perdurado no tempo e é utilizada ainda nos dias de
hoje.

Figura 6 - Ilustração de construção em Toros de madeira

A técnica é mais utilizada nos locais com florestas densas o que permite a sua
aplicação em toda a construção. Para este tipo de estrutura maciça é necessário recorrer
a um tipo específico de árvores com tronco regular e direito de modo a permitir a
construção das paredes de forma regular e sem grandes fissuras.

O desenvolver desta técnica é feita através da sobreposição de troncos que podem


ter ou não os cantos entelhados, esta forma de dispor os troncos horizontalmente
permite uma maior instabilidade do que se fossem dispostos verticalmente. A maior
entrave neste tipo de construção é conseguir tapar os espaços criados entre os troncos
de modo a impedir a entrada de água/ar na construção, para este efeito utilizava-se
tecidos, argila ou musgos. Actualmente, com as técnicas construtivas mais
desenvolvidas consegue-se impermeabilizar pelo interior com outros materiais
mantendo a leitura pretendida.
Figura 7 - Esquema de diferentes tipos de ligações

Estruturas Maciças

As estruturas maciças de madeira surgem da necessidade de quer construir edifícios


de maiores dimensões tanto na horizontal como na vertical, tendo como ponto de
partida a evolução das casa em toros e do conhecimento das suas fraquezas. Este tipo
de sistema utiliza muros de carga possibilitando a construção de edifícios até seis
andares e ainda possibilita a criação de vãos de maiores dimensões.

Este tipo de sistema permite separar a estrutura dos revestimentos, o que facilita na
construção da estrutura “in situ”. Deste modo consegue-se facilitar o transporte das
peças devido a estas serem desmontáveis, apesar de ser um sistema complexo.

Geralmente, divide-se este tipo de estruturas em duas soluções: sistema porticado


ou treliças e o sistema em tabique. Tanto uma estrutura como a outra têm como
característica comum a aplicação de grandes elementos de madeira.

Figura 8 - Sistema Porticado Sistema Tabique


Sistema Porticado

Este sistema é composto por um conjunto de pórticos criando uma estrutura


autoportante utilizando pilares e vigas. Este sistema de encaixe manual permite que as
peças se articulem sucessivamente entre si. Actualmente, na maioria dos casos utiliza-
se peças metálicas para a afixação entre as diferentes peças.

Figura 9 - esquema de estrutura do sistema porticado

Os pilares e vigas conseguem ter grandes proporções, de forma a criar vãos maiores
proporcionando espaços amplos. A rigidez deste sistema é adquirida através de
elementos diagonais que funcionam como contrafortes. Esta resolução permitiu a
evolução da indústria originária da madeira devido á sua polivalência em
revestimentos e acabamentos.

Figura 10 - Ilustração do Pórtico e pormenor


Sistema Tabique

Este sistema surge no seguimento do sistema porticado e a variante deste é a


inserção de elementos portantes diagonais. As paredes apresentam a função estrutural.
A utilização deste método em relação ao anterior implica uma redução dos pés-direitos
uma vez que a utilização de elementos de grande largura tem implicações como o seu
próprio peso.

Figura 11 - Sistema em Tabique

Os revestimentos e a forma de preencher este método, condiciona alguns aspectos,


sendo que se pretenda deixar a estrutura á vista devera-se proceder ao preenchimento
dos espaços vazios com materiais como a cerâmica ou madeira. Por outro lado, se o
objectivo é esconder os elementos estruturais recorre-se a revestimentos adequados
como a de folheados.

Estruturas Aligeiradas

O sistema de estrutura de madeira leve é o mais recente no que respeita ás


construções em madeira. Este surge no resultado de dois factores:

 A existência e disponibilidade de produtos industrializados;


 A necessidade de um sistema de construtivo de rápida edificação.

Apesar do sistema ter aparecido na sequência das estruturas de madeira maciças,


este representa um novo conceito estrutural. A introdução de novos elementos como
muros e lajes com função estrutural, conferem á estrutura uma nova dimensão,
permitindo diminuir a largura dos elementos devido a uma distribuição por mais
elementos.

Para além deste sistema permitir uma rápida montagem, diminuindo o tempo de
construção, também possibilita a diminuição de custos, este facto é permitido devido á
existência de ligações mais simplificadas possibilitando o uso de mão-de-obra de baixo
custo.

Estruturas em “Balloon Frame”

A estrutura em Balloon Frame foi a primeira a surgir no que diz respeito a


estruturas leves. O sistema é determinado por fachadas realizadas com somas
continuas apresentando normalmente por dois pisos. Devido a este tipo de intervenção
é um sistema muito complexo e com poucos recursos no que diz respeito á pré-
fabricação.

As ligações deste sistema são ligadas directamente aos montantes, onde as vigas
assetam nas lajes, usando como travamentos destes elementos – tabuas transversais –
formando os pisos. Devido a ser uma estrutura continua utilizando elementos verticais,
isto conduz a alguns inconvenientes como menor resistência e propagação mais rápida
em caso de incêndio.

Figura 12 - Esquema de Estrutura em Balloon Frame

Estruturas em Plataformas

Esta construção surge na consequência das estruturas “Bolloon Frame”, devido á


tentativa de colmatar as irregularidades existentes no sistema anterior. O sistema
funciona como muros de suporte permitindo uma favorável união entre os diversos
elementos da estrutura e permitindo que funcione como um só.

Por diferença da anterior está é desenvolvida de forma a ser realizado piso por piso,
ao invés de ser uma estrutura continua, até ao máximo de três andares de altura. As
paredes são compostas por placas duplas de madeira e com acabamentos dos dois
lados da placa.

Permitindo a sua fragmentação vertical, consegue resolver o problema da


propagação de incêndio, retardando a sua propagação entre pisos.

As vantagens deste sistema em relação ao anterior é que devido a ser mais acessível
e estável pode-se encontrar em dimensões mais pequenas, facilitando o transporte dos
elementos.

Figura 13 - Esquema de estrutura em Plataforma

Estruturas de Pré-fabricação

As estruturas prefabricadas provêm da evolução natural das construções em


madeiras. Estas são estruturas criadas em fábrica que podem ser ou não com medidas
standard. Todo o sistema está preparado para que haja uma montagem fácil e a
pequenas intervenções como corte e serragem dos respectivos elementos.

Este tipo de construção apresenta divisões de módulos de pequenas dimensões,


grandes dimensões e modelos tridimensionais. Os módulos mais pequenos devido a
sua versatilidade permitem uma facilidade em integrar em sistemas mistos, são
semelhantes a sistemas leves estando limitados a painéis de dimensões de um pé-
direito. Os módulos de grandes dimensões permitem a criação de vãos nas fachadas
ainda em fábrica, anulando trabalhos que estejam relacionados em obra. Em relação
aos módulos tridimensionais embora sejam mais elaborados, apresentam algumas
limitações em relação a não ser tão versátil na construção.
Tipos de madeira e suas utilidades

As madeiras adquiridas através das árvores têm várias propriedades e permitem


terem inúmeras utilidades dependendo da sua constituição e características que cada
espécie possui. A secção do troco de madeira mais utilizada para elementos na
construção de madeira natural é o que designa de lenho correspondendo ao borne e
cerne.

Figura 14 - Corte transversal de um tronco

Dentro das construções de madeira temos uma basta selecção de distintas espécies.
Cada uma com características próprias e que permite dar a utilização mais adequada a
cada uma delas. A madeira é uma material que permite usar-se tanto no interior como
no exterior dos edifícios, como acabamentos ou apenas como estrutura.

Segue-se uma lista de alguns tipos de madeira existentes:

Ilustração da
Nome da espécie Aplicações
espécie
Carpintarias Exteriores, Estruturas
Abeto (Abies Alba Mill) (Treliças, Coberturas), Mobiliário,
Madeiras Lameladas Coladas
Bordo/Acer Europeu Carpintarias Interiores (Pavimento),
(Acer Pseudoplatanus L.) Mobiliário, Marcenaria

Bordo/Acer Americano Pavimentos Industrializados,


(Acer Saccharium L.) Mobiliários
Carpintaria Interior, Carpintaria
Afizélia (Afzélia Spp.) Exterior, Pavimento Interior,
Mobiliário
Placas Contraplacadas, Auxilia
Amieiro (Alnus Glutinosa) Outra Espécie Betona, Embora Seja
Mais Fraca
oume (Aucoumea Carpintarias Interiores, Placas
Klaineana Pierre) Contraplacadas, Mobiliário.
Vidoeiro Europeu (Bétula Carpintarias De Grande Qualidade,
Alba L.) Placas Contraplacadas, Mobiliário.
Vidoeiro Americano Carpintarias De Grande Qualidade,
(Bétula Allenghaniensis Placas Contraplacadas, Mobiliário,
Britt) Pavimentos.
Castanheiro (Castânea Carpintarias (Portas, Pavimentos,
Sativa Mil) Janelas)
Cedro Amarelo Carpintarias Exteriores (Janelas),
(Chamaecyparis Carpintarias Interiores (Portas),
Nootkatensis Spach Mobiliário
Carpintaria Interior, Carpintaria
Kambala/Iroko
Exterior, Pavimento Interior,
(Chorophora)
Mobiliário
Placas Contraplacadas, Carpintarias
Sapelli (Entandrophragma
Interiores, Carpintarias Exteriores,
Cylindricum -Sprague
Mobiliários
Carpintarias Exteriores,
Carpintarias Interiores
Carvalho (Erythrophleum)
(Pavimentos), Estruturas,
Mobiliário De Jardim
Eucalipto Vermelho
Carpintarias Interiores
(Eucalyptus
(Pavimentos)
Camaldulensis Dehn)
Eucalipto Branco
Aglomerados De Madeira,
(Eucalyptus Globulus
Carpintaria Interior (Pavimento)
Labill)
Carpintarias Interiores
Faia (Fagus Sylvatica) (Pavimentos), Mobiliário (Moveis
Curvos)
Freixo Americano
Painéis Contraplacados
(Fraxinus)

Freixo Europeu(Fraxinus) Painéis Contraplacados

Painéis Contraplacados,
Nogueira Americana
Carpintarias Interiores
(Juglans)
(Pavimentos) Mobiliário
Painéis Contraplacados,
Nogueira Europeu Carpintarias Interiores (Pavimentos,
(Juglans) Janelas, Portas, Revestimentos)
Mobiliário
Carpintaria Interior (Pavimentos),
Oliveira (Olea)
Mobiliário
Painéis Contraplacados Estruturais,
Pinheiro Galego Carpintarias Interiores
(Pinus) (Revestimentos, Janelas, Pavimento,
Portas)
Casos de estudo

Para este capítulo foram seleccionados vários exemplos de construções edificadas de


madeiras com diferentes estruturas, imagens e textura podendo observar o que se
consegue com este material visto que é tão completo e versátil em variadíssimas
vertentes.

A escolha dos projectos incidiu em procurar construções que essencialmente se


foque nas várias estruturas descritas ao longo deste trabalho, no entanto tem outras
obras que pretendem demostrar como a textura da madeira pode influenciar na
imagem de um edifício.

Desta forma, serão estudados os seguintes casos:

 Casa Sommerfield
 Ponte Em Bambo
 Silver Wood House
 Tree-Trunk Graden House
 Flake House
 The Evans Tree House
 Adega Casa Da Torre
Casa Sommerfeld

Autor: Walter Gropius


Localização: Berlim, Alemanha
Data: 1920 – 1921

Figura 15 - Fachada da Casa Sommerfeld

Este é um exemplo que mostra o potencial da madeira, criando uma leitura


horizontal. A casa é construída sobre uma base de pedra e a madeira que é o elemento
que uniformiza tanto no interior como no seu exterior.

A casa é construída através da reciclagem de uma embarcação, comprovando que


este material é versátil e reciclável.

Ponte Bambo

Autor: Atelier Lai


Localização: Huangshan, China
Data: 2019

Figura 16 - Ponte em bambo


A ponte construída em bambu, demostra outro tipo de madeira, onde se pode ver o
seu fácil manuseamento. Este material permitiu ao autor criar uma ponte que dá a
ideia de um gesto delicado a querer tocar no outro lado da margem.

Para a construção desta ponte foi utilizada a uma estrutura de viga em cantiléver,
isto devido ao local escolhido ter de um dos lados das margens do rio duas árvores que
seriam danificadas caso a forma de intervir fosse criar duas fundações, uma de cada
lado da ponte. Sendo que esta solução á partida não estava nas hipóteses de construção
o autor optou por fazer a fundação apenas de um dos lados criando assim a ponte me
balanço usando a estrutura de viga em cantiléver.

Figura 17 - Maqueta do esquema em Cantiléver

Silver Wood House

Autor: 3r Ernesto Pereira


Localização: Mindelo, Portugal
Data: 2014

Figura 18 - Silver Wood House


Este projecto o autor procede a várias formas de utilizar a madeira, utilizando as
diferente formas de dispor as ripas de madeira criando imagem da habitação diferentes
dependendo do ângulo em que se esteja a visualizar.

Esta forma de dispor a madeira em vários sentidos faz com que se tenha um
contacto agradável com o edifício proporcionando sensações diferentes.

No que diz respeito ao interior a madeira é utilizada como revestimento de


pavimento e algumas paredes, assim como móveis e outros elementos.

Figura 19 - Interior Silver Wood House

Tree-Trunk Garden House

Autor: Piet Hein Eek


Localização: Hilversun, Paises Baixos
Data: 2010

Figura 20 - Tree-Trunk Garden House

Este exemplo de construção vem demostrar que ainda é possível fazer uma
construção em toros. Neste projecto foi pedido ao autor que construi-se um exemplar
de construções em toros mas com a característica de ser mais contemporâneo.
Figura 21 - Tree-Trunk Garden House

Em torno da caixa que resolve o problema do frio e da humidade, onde outrora


utilizava-se peles de animais ou musgos, coloca-se troncos inteiros enquanto na frente
e na traseira é utilizada cortes transversais do tronco de modo a dar esta ideia que o
tronco está inteiro, este tipo de intervenção cria a sensação de uma pilha de troncos de
madeira que só é desmaterializada quando as janelas e porta de abrem e mostram o
interior.

Flake House

Autor: Olgga Architects


Localização: Frossay, França
Data: 2009

Figura 22 - Flake House

O projecto foi pensado de forma poder ser movido para qualquer lado e colocado de
varias maneiras, este utiliza a técnica de construção em toros, no entanto de forma mais
contemporânea que a anterior. Uma habitação normal apenas com um telhado de uma
água, o que lhe confere esta imagem é a utilização dos tronos verticalmente permitindo
assemelhar-se a esta técnica antiga.
Figura 23 - Entrada Flake House

A entrada feita pela quebra da habitação ilustra uma espécie de galho gigante
quebrado permitindo assim criar uma entrada peculiar. O objectivo de todo os projecto
é ter a possibilidade de ser construído, movido, habitado em qualquer lugar ter por
isso a capacidade de ser nómada.

The Evans Tree House

Autor: Modus Studio


Localização: Estados Unidos
Data: 2018

Figura 24 - The Evans Tree House

O exemplo escolhido vem no seguimento de exemplo de construções palafitas. Este


projecta demostra a maneira de pensar e construir uma casa na árvore de maneira
diferente.

O objectivo deste projecto é proporcionar á população que visita, a exploração do


material que é criada através de um jogo de sombra, luz e som da natureza.
A imagem criada através da utilização de ripados de madeira na vertical
semitransparente é realizada para que o visitante tenha a possibilidade de observar a
natureza de todos os espaços.

Caso de estudo

O caso de estudo que se segue foi eleito para mostrar todo o seu potencial, no que diz
respeito á utilização do material escolhido, neste caso a madeira

Neste capítulo pretende-se demostrar como se desenvolve o projecto, desenhos do


autor e possíveis cortes construtivo do mesmo.

Segue-se a seguir a apresentação deste projecto.

Adega Casa da Torre

Autor: Carlos Caastanheira


Localização: Louro, Portugal
Data: 2010

Figura 25 - Adega Casa da Torre

A adega da casa da Torre é um projecto que já existia, pois neste local já existia a
produção de vinhos. A reabilitação deste projecto veio na necessidade de poderem
produzir mais quantidades de vinho de acordo com as novas regras o que obrigou a
pensar em novas estratégias que acabaram pela existência de um aumento do projecto.

O projecto está bem localizado e com óptimas orientações solares. Do lado sul e poente
protegido da insolação e das temperaturas altas temos o edifício encaixado no terreno.
Do lado norte o edifício tem uma espessa parede em granito. O acesso é feito pelo lado
Sul onde se proporciona um espaço de acolhimento.
A necessidade de aumentar o edifício limita-se apenas a aumentar somente o
necessário e respeitando o existente.

Figura 26 - Adega da casa da Torre

A estrutura utilizada neste projecto é variada e complexa. Começando pela cobertura


esta é desenvolvida sobre uma estrutura de duas águas. O vão transversal por ser um
vão de grandes dimensões foi necessário adaptar alguns pilares centrais que são
reduzido ao mínimo uma vez que não foram pensados para ser colocados.

Toda a estrutura é feita de madeira lamelada simples, onde utiliza-se quatro âncoras
que se desenvolvem a partir do pilar, auxiliando a viga da cobertura. A utilização de
cabos de aço servem para criar a estabilidade necessária feita pelas forças horizontais
criadas pela estrutura e cobertura.

Figura 27 - Esquiço do detalhe do pilar com a cobertura

Já no interior da construção foram utilizados materiais que obedecem a uma série de


regras e normas de higiene. s “pipos” existentes deram lugar a novas cubas de aço
inox que foram alinhadas com todo o rigor.
Figura 28 - Esquema da planta

A entrada é feita por uma espécie de cuba de forma elíptica com um ripado de madeira
criando transparências de forma a permitir a visualização do exterior.

Figura 30 - Esquiço da entrada Figura 29 - Planta da entrada

Figura 31 - Esquema da utilização da Cuba


O acesso ao interior faz-se através de uma plataforma de madeira que permite a
circulação no edifício, interligando a cota mais baixa do terreno do lado exterior e o
piso de escritórios.

Figura 32 - Esquiço da plataforma Figura 33 - Plataforma de madeira


Conclusão

Com o desenvolver deste trabalho podemos verificar qua a madeira ao longo dos
tempos tem sido o material mais utilizado nas construções nas suas variadas formas,
como: estruturas, pormenores, pavimentos, coberturas, revestimentos, entre outras.

Neste trabalho sobre a madeira reflecte-se sobre as potencialidades deste material,


sistemas construtivos onde podem ser utilizados e apresenta-se algumas das mais
variadas espécies de madeira existentes.

Para conclusão apresenta-se casos de estudo que demostram alguns dos sistemas
construtivos estudados e apresentados, de modo a compreender que as técnicas são
sempre as mesma mas que vão evoluindo ao longo dos tempos com o desenvolver das
tecnologias.

Em suma, a madeira é um elemento essencial na projecção de edifícios mesmo que na


maioria destes o material não esteja á vista.
Bibliografia

Livros/revistas
FERRATER, Carlos. Maio, 2000. La actualidad del uso de la madera. Tectónica
Revestimientos madera (I). no 11

MARTITEGUI, Francisco Arriaga. Julho, 2001. Estructuras de madera. Tectónica


Estruturas madera (II), no 13

Filho, Cervantes Ayres 2018/2019 - Manual de madeira na arquitetura contemporânea

Zani, Antonio Carlos 2013 - Arquitetura em Madeira

Dissertaçoes
Vilela, Maria Isabel Marques. 2003. A Madeira na Construção de Habitação Colectiva.
Porto: Faculdade de Comunicação, Artes, Arquitetura e Tecnologias da Informação

Mello, Roberto Lecomte de. 2007. Projetar em Madeira: Uma Nova Abordagem.
Brasília: Universidade de Brasília

Marques, Luís Eduardo Menezes Marinho. 2008. O Papel da Madeira na


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Torres, João Tiago Caridade. 2010. Sistemas Construtivos Modernos em Madeira.


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Reservas Naturais: Um Empreendimento de Turismo de Natureza na Ilha da Fuzeta
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Sites
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Horyu-ji#Arquitetura

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