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Data de Publicação 2013
Resumo A (re)intervenção nos ‘centros históricos’ necessita ser encarada como um
debate atual, que seja mediador do bom senso entre os valores a preservar
e as necessidades do cidadão do século XXI. Um tema exigente, que nos
obrigou a regressar aos primórdios, procurando entender o ‘dito’ valor
patrimonial e a história secular que este contempla. Uma viagem, a qual
nos ensina que o valor patrimonial é a base dos princípios de uma cultura
e que a evolução da civilização foi paralela à preocupação na sua...
The (re) intervention in 'historic centers’ needs to be seen as an ongoing
debate, to mediate between the good sense to preserve values and the
needs of the citizens of the twenty-first century. A particular issue that
forced us back to the early days is trying to understand the 'said' asset
value and this includes secular history. A journey which teaches us that
the asset value is the basis of the principles of a culture and the evolution
of civilization is parallel to the concern of safeguardi...
Palavras Chave Arquitectura, Centros históricos, Reabilitação urbana, Porto (Portugal)
Tipo masterThesis
Revisão de Pares Não
Coleções [ULF-FAA] Dissertações
http://repositorio.ulusiada.pt
UNIVERSIDADE LUSÍADA DE VILA NOVA DE FAMALICÃO
Agradecimentos
À minha mãe, Maria, devo a minha capacidade de sonhar, com ela, eu aprendi
a voar. Ao meu pai, Delfim, o braço firme que me puxa e me mantém sempre com os
pés assentes na terra. Ao Ricardo, o meu sorriso fácil nos lábios, obrigada pela paciência
e amor sem reservas. Aos meus colegas de curso, agora amigos, devo as gargalhadas e
os melhores momentos académicos que serão lembranças inigualáveis.
Contudo, nada seria possível sem o corpo docente da Universidade Lusíada do
Porto e de Vila Nova de Famalicão, aos professores João Cardoso, Artur Feio e Luís Serro
um obrigada especial, com vocês as aulas terão sempre mais interesse.
Por ultimo, mas não menos importante, á minha orientadora que apesar de
receber um trabalho numa fase final sempre acreditou nele.
II
(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
ALBERT EINSTEIN
III
(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
Índice
Agradecimentos _pII
Índice _pIV
Índice de Figuras _pVI
Resumo _pXI
Abstract _pXII
Índice de Abreviaturas _pXIII
Introdução _p14
CAPITULO 1
CAPITULO 2
IV
(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
CAPITULO 3
Caso de Estudo:
(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto / Largo da Pena Ventosa _p28
Conclusão _p82
V
(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
Índice de Figuras
VI
(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
http://www.archdaily.com/133678/legal-illegal-manuel-herz-architects/ruckansicht1_k/
(25.11.2011 – 14h30) e
http://www.archdaily.com/133678/legal-illegal-manuel-herz-architects/strasenblick1_k/
(25.11.2011 – 14h30), fotomontagem de autor
Figura 7, Cortes do Projeto Ilegal _p45
http://www.archdaily.com/133678/legal-illegal-manuel-herz-architects/section-01-328/
(25.11.2011 – 14h30) e
http://www.archdaily.com/133678/legal-illegal-manuel-herz-architects/section-02-318/
(25.11.2011 – 14h30), fotomontagem de autor
Figura 8, A transformação dos Apartamentos do Tribunal Barroco, percepção de dia e de
noite _p46
http://www.archdaily.com/203848/baroque-court-apartments-ofis-arhitekti/ofis_baroque-
court-apartments_2012_ljubljana_4/ (15.01.2012 – 20h15) e
http://www.archdaily.com/203848/baroque-court-apartments-ofis-arhitekti/ofis_baroque-
court-apartments_2012_ljubljana_14/ (15.01.2012 – 20h15), fotomontagem de autor
Figura 9, Foto aérea dos Apartamentos do Tribunal Barroco, e aproximação do mesmo
_p47
http://www.archdaily.com/203848/baroque-court-apartments-ofis-arhitekti/ofis_baroque-
court-apartments_2012_ljubljana_12/(15.01.2012 – 20h15) e
http://www.archdaily.com/203848/baroque-court-apartments-ofis-arhitekti/ofis_baroque-
court-apartments_2012_ljubljana_25/ (15.01.2012 – 20h15), fotomontagem de autor
Figura 10, Relação dos materiais, históricos e modernos _p47
http://www.archdaily.com/203848/baroque-court-apartments-ofis-arhitekti/ofis_baroque-
court-apartments_2012_ljubljana_27/ (15.01.2012 – 20h15) e
http://www.archdaily.com/203848/baroque-court-apartments-ofis-arhitekti/ofis_baroque-
court-apartments_2012_ljubljana_22/ (15.01.2012 – 20h15), fotomontagem de autor
Figura 11, Planta de Localização com a zona de estudo em destaque _p48
Esquema e fotomontagem de autor
Figura 12, Esquema do Centro Histórico com os principais pontos de referência _p49
Esquema e fotomontagem de autor
Figura 13, Breves apontamentos sobre os pontos de referencia _p50
Esquema e fotomontagem de autor
Figura 14, Planta Plano de Projeto, (indicada área de intervenção a vermelho no Largo
da Pena Ventosa) _p51
Desenho de autor
Figura 15, Planta ilustrada do local de intervenção, com a direção da objectiva da
maquina fotográfica _p52
Esquema e fotomontagem de autor
VII
(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
VIII
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Largo da Pena Ventosa
IX
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Largo da Pena Ventosa
Desenho de autor
Figura 51, Corte transversal| P8 _p79
Desenho de autor
Figura 52, Corte construtivo| P9 _p80
Desenho de autor
Figura 53, Mapa de Vãos| P10 _p81
Desenho de autor
X
(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
Resumo
Palavras-Chaves
QUESTIONAR
REABILITAR
CONSERVAR
INTERVIR
CENTRO-HISTÓRICO
PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE
PORTO
XI
(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
Abstract
The (re) intervention proposal for the Largo da Pena Ventosa, in the historic center
of Porto (1996 described as a World Heritage Site), was the result of the knowledge gained
from this sustained research and creative ability to make architecture in the twenty-first
century.
KEY-WORDS
TO QUESTIONE
TO REHABILITATE
TO CONSERVE
TO INTERVENE
HISTORIC CENTER
HERITAGE
PORTO
XII
(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
Índice de Abreviaturas
XIII
(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
Introdução
14
(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
15
(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
CAPITULO 1_
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(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
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(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
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(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
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Largo da Pena Ventosa
apetrechado, para saber como operar em cada caso. “Em termos muito simples, eis o
que me resta concluir: é fortemente necessário conservar preservando a autenticidade;
projetar conservando a contemporaneidade; optar pela intervenção mínima em vez da
máxima; e, sobretudo, recusar a falsificação da história” (AGUIAR.2001:169). É, altura de,
em fecho deste capitulo, retomar a recensão iniciada ao Guia Técnico de Reabilitação
Habitacional, bem como os seus preciosos ensinamentos sobre o conceito de
reabilitação urbana, “apesar de recente sofreu já uma enorme evolução no que respeita
aos seus objectivos, âmbito de atuação, métodos e abordagens de intervenção. Emerge
da política de salvaguarda de património cultural, mas rapidamente ultrapassa esse
âmbito em resposta aos novos desafios de âmbito social económico e ambiental”
(PAIVA, AGUIAR,PINHO. 2006:88).
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Largo da Pena Ventosa
CAPITULO 2_
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Largo da Pena Ventosa
Património Histórico das Cidades, é expresso nas primeiras linhas o seguinte : “os valores
arquitectónicos deverão ser salvaguardados (edifícios isolados, ou conjuntos urbanos) “
(LE CORBUSIER.1957:87). A questão colocada teve o seguinte desfecho: fazer cidade é
um acontecimento em contínua transformação e acumulação. O que salvaguardar,
dependerá do seu valor histórico e interesse no tempo atual. A morte atinge tudo e todos
- ser humano e obras, importa escolher com inteligência o que deverá permanecer. Mas
esta conservação, não deverá ser feita custa da insalubridade e do bem estar do
cidadão. Paralelamente o crescimento das cidades impõe alterações nos centros
históricos, considerados até aí “como imutáveis” (1957:89). A demolição torna-se
necessária, contudo, “a destruição de verdadeiros valores arquiteturais, históricos ou
espirituais, deve ser ponderada, procurando outras soluções”(1957:90). Salvaguardado
estes, as demolições no seu entorno poderão acrescentar espaço verde ao lugar. As
novas construções a erigir nos centros históricos não devem replicar as estéticas do
passado e, muito menos confundirem-se com ele. Do exposto, aliás bem clarificado nas
conclusões (ponto 71 a 95), o que ressalta desta Carta é um modelo novo, alternativo,
para fazer a cidade. Protege-se o monumento, mas não há espaço para o entendimento
dos centros históricos que veêm do passado, através das 33 cidades analisadas.
“A Carta, dita de Veneza, foi elaborada na sequencia dos trabalhos da segunda
Conferencia de arquitetos e técnicos de monumentos históricos que teve lugar em
Veneza em Maio de 1964.(...); o termo monumento histórico continua a ser dominante,
formal e semanticamente; a dimensão internacional evocada é sempre a de Atenas, e
de maneira nenhuma o processo de mundialização iniciado durante os anos 50 do
século passado; finalmente, contrastando com a abertura e a problematização de
Atenas o estilo dogmático na qual os artigos da Carta enunciam uma série de truísmos
acaba por assinalar o seu anacronismo” (CHOAY.2011:215). O alerta critico e responsável
desta investigadora, obriga-nos a uma atenção redobrada. Pois, nas antípodas deste
posicionamento lemos em Flávio Lopes o seguinte: “com a Carta de Veneza, aprovada
no II Congresso Internacional de arquitetos e técnicos de monumentos, a noção de
monumento ganha novos ambientes e é suportada por novos valores. A salvaguarda do
património arquitectónico passou definitivamente a apresentar três planos distintos de
preocupações aos quais correspondem métodos de analise e modos de gestão
diferenciados: a defesa do monumento; a defesa da cidade histórica e a proteção dos
respectivos contextos (construídos ou não)” (LOPES. 2013:55). Aliás, em sintonia com o que
o nosso professor Sérgio Infante escrevera na sua dissertação de doutoramento: “Em 31
de Maio de 1964, o II Congresso Internacional de Arquitetos e de Técnicos dos
Monumentos Históricos, efectuado em Veneza com o patrocínio da UNESCO aprovou
documentos que continuam sendo referencias fundamentais no âmbito da Conservação
do Património. O primeiro foi a Carta Internacional sobre Conservação e Restauro dos
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Largo da Pena Ventosa
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Largo da Pena Ventosa
CAPÍTULO 3_
Caso de Estudo:
(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto / Largo da Pena Ventosa
Figura 1, Evolução esquemática do Morro da Sé, a primeiro desenho retrata meados do século XII,
onde existia apenas a Cerca Velha. No segundo desenho já com a Muralha Fernandina (meados
do século XV)
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(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
Porem, foi no século II a.C. a meados do século I a.C., com o povo romano, que
surge a primeira estrutura urbana reorganizando o traçado das ruas, tal como a
implantação de casas com planta rectangular. O local da Alfandega terá sido também
uma influencia dos romanos, estes séculos antes terão estabelecidos instalações
portuárias no mesmo local.
Na Pena Ventosa detetou-se indícios de ocupação nos séculos I e II d.C., tal
como, vestígios de alicerces de uma muralha, que possivelmente teria um traçado
idêntico ao da Cerca Velha ou Românica reconstruída no século XII.
“Nos séculos seguintes verificam-se neste povoado ora fases de expansão urbana
ora de retrocesso consoante as épocas eram de paz ou de guerra” (GRAÇA e PIMENTEL.
2002:14).
A construção da Sé Catedral no século XII, provoca a ocupação da plataforma
superior da Pena Ventosa e em seu redor ruas, vielas, pequenos largos e becos que se
ligam entre si, adaptando-se à topografia da zona e orientando-se pelo traçado das
curvas de nível, ou rasgando-as perpendicularmente. A cerca Velha ou Cerca Românica
reconstruída no século XII, foi também um importante elemento que condicionou a
estrutura da malha urbana do burgo medieval, esta tinha 4 portas; a Porta de Vandoma,
a Porta ou Arco de Santana, a Porta de S. Sebastião e a Porta de N.ª S.ª das Verdades,
todas elas irão ser demolidas em meados do século XIX.
Porem, foi no século XIII que a cidade do Porto cresce para lá da Cerca Velha. As
quintas, hortas e matas que envolviam a Pena Ventosa sofreram alterações, estas
tomaram o lugar de casas, vielas e ruas que se ligavam entre si, contudo em algumas
ruas desta área, como por exemplo a Rua do Souto e a Rua Chã (das Eiras) ainda hoje
fazem uma alusão às antigas referencias rurais existentes na época.
A Sé e a margem Ribeirinha incluíam, os dois polos de povoamento existentes
ligados por uma estrutura urbana medieval que ligava fisicamente o núcleo do Morro da
Pena Ventosa, ‘dentro dos muros’ e o da margem Ribeirinha, ‘fora dos muros’.
A Rua de D. Hugo, antiga Rua ‘detràs da Sé’ compreendiam o eixo mais antigo
da cidade, um caminho de declive muito acentuado e de difícil circulação, este seguia
pela Porta das Verdades e pelas escadas do Barredo. Posteriormente substituído por
outro eixo de melhor acessibilidade, este seguia o percurso da Rua dos Mercadores, da
Bainharia, da Escura e pela porta de S. Sebastião.
Os anos que se seguem caracterizam-se por um clima de conflito entre o rei e o
bispo, senhor do burgo, um tempo em que o poder régio se quis afirmar perante o poder
da Mitra. Marcada pela disputa de terras, é desta época a edificação do Convento de
S. Francisco e da Alfandega (iniciada em 1325). Só em 1406 quando o papa cede o
senhorio da cidade do bispo para a coroa, que o conflito termina.
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(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
permitia um acesso direto entre dois polos citadinos de grande movimento, a Baixa da Ribeira e a Porta de
Carros” (GRAÇA e PIMENTEL.2002:20)
4 edifícios de congregação religiosa ou de assistência: Convento de Santa Clara; Convento dos Lóios;
Conventos femininos de S. Bento da Ave Maria e de Monchique; Hospital de D. Lopo; Convento de S. João
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Largo da Pena Ventosa
frontaria da Igreja da Misericórdia; as Igrejas dos Terceiros do Carmo, da Ordem do Terço, de Santo Ildefonso; a
Casa do Despacho da Ordem Terceira de S. Francisco; o palácio de S. João Novo; o palácio do Freixo; a casa
da Rua de D. Hugo nº17, atual Casa-Museu Guerra Junqueiro; a Casa de Ramalde
6“São disso exemplo as Ruas de Cedofeita, de Santa Catarina, Direita (hoje de Santo Ildefonso), do
Reimão (atual Rodrigues de Freitas), dos Quartéis (agora de D. Manuel II), a Calçada da Natividade
(Rua dos Clérigos), a Rua Nova das Hortas (troço inicial da Rua do Almada), o passeio das Virtudes” (GRAÇA e
PIMENTEL.2002:23)
7 “Da concretização deste plano resultaram: novas praças como a Praça de S. Roque entre a Rua do Souto e a
Largo de S. Domingos, Ruas das Flores, Rua Nova das Hortas e Rua do Almada até ao Campo de Santo Ovídio
(atual Praça da República)” (GRAÇA e PIMENTEL.2002:23).
10 “... exemplos do Porto neoclássico: o Palácio da Bolsa, a Casa da Feitoria inglesa, o edifício da Cadeia e
Tribunal da Redação, o Hospital Santo António, o Quartel das Partidas Avulsas / Real Casa Pia, os edifícios do
lado poente da Praça da Ribeira e os Arcos abertos no ‘Muro da Ribeira’, o edifício da antiga academia da
Marinha e Comércio, mais tarde Academia Politécnica, hoje Faculdade de Ciências, as Igrejas dos Terceiros de
S. Francisco, da Lapa, da Trindade, de N.ª S.ª da Vitória, o edifício da Alfandega (novo)” (GRAÇA e
PIMENTEL.2002:24).
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(Re)Intervenção no Centro Histórico do Porto,
Largo da Pena Ventosa
Uma época de crescimentos urbano que se estendeu pelos finais do século XVIII e
ao longo do século XIX, deste modo que a velha Muralha Fernandina foi sendo
progressivamente demolida. Apesar dessas alterações urbanas, as imagens da época do
Porto mostram uma cidade virada para o Douro, o rio coberto de navios, a importância e
o crescimento do trafego comercial.
A cidade do Porto no século XIX conheceu fases de grande dinamismo aliando o
crescimento comercial ao crescimento urbano. No entanto, a primeira década deste
século é marcada pela instabilidade política, com as invasões francesas e as lutas
liberais, que provocaram destruições na zona antiga da cidade. Fase menos boa, que foi
superada com grandes feitos na segunda metade do século, esta época traduziu-se no
adensamento da malha urbana e numa enorme expansão. A casa adquire varias
formas, como a pequena casa popular, a casa burguesa, mono ou polifuncional e a
‘casa do brasileiro’11. Novas intervenções proporcionaram novas áreas residenciais, tal
como o surgimento dos mercados12, jardins13, arquitetura de ferro14, instalação de sistema
de iluminação publica a gás e abastecimento de água ao domicilio, foram um resultado
da evolução portuense. Atraindo populações do mundo rural, dá-se o fenómeno do
êxodo rural, com o crescimento demográfico as zonas que circundavam as atividades
industriais assistem agora à introdução de novos elementos na paisagem urbana. A
‘cidade fabril’, assim chamada é caracterizada pelas altas chaminés , tal como os
conjuntos de habitações operarias, ‘ilhas’. Esta época foi também marcada pela
revolução das infraestruturas de circulação, a travessia do rio Douro, pelas pontes 15 novas
que sucederam, as ligações ferroviárias, os transportes urbanos: o ‘Americano’ 16 e o carro
elétrico sobre carris.
Dentro da Muralha Fernandina foram notáveis as mudanças que o século XIX
trouxe. A área da Ribeira – S. Domingos deixou de ser o centro da vida social, política e
de negócios da cidade, que se deslocou para a Praça Nova e suas imediações. As
famílias ricas deslocam a sua habitação para locais mais amplos, na procura de casas
maiores e mais modernas, separando-se dos locais do trabalho, porem este abandono
das casas burguesas no antigo centro conduz a um estado de sobreocupação
habitacional, consequência do êxodo rural, provocando a desintegração social e a
degradação física das habitações e dos espaços públicos. No entanto, a reorganização
do trafego urbano trouxe mais valias à zona antiga da cidade, a abertura das novas
e PIMENTEL.2002:26).
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Largo da Pena Ventosa
“São exemplos a Estação de S. Bento, o Quarteirão das Carmelitas, o Teatro de S. João e várias fachadas de
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3.1.2 C.R.U.A.R.B
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Largo da Pena Ventosa
“Não há maior falsidade do que a criação de condições de uso que nada dizem
aos habitantes de um lugar. Um património vivo terá que pertencer-lhes, antes de aos
demais que dele usufruam por reflexo” (AA VV.2001:22).
Porém, certas dificuldades operacionais relacionadas com questões
administrativas e logísticas surgiram, certos habitantes que residiam no local não são os
proprietários dos fogos, sendo que a valorização patrimonial estaria a se dirigir aos
usufrutuários em vez de se remeter aos proprietários, um problema que dificultou a
identificação dos moradores com o seu lugar. Contudo, esta influência dos agora
moradores trouxe ao centro histórico do Porto um novo valor, adquirido pelos novos
elementos essenciais (valor arquitectónico dos edifícios e dos espaços urbanos), que se
foram enraizando progressivamente, proporcionando uma melhor condição de vida aos
usuários. Por outro lado, a população original, que é de uma forma geral a maior parte
têm acompanhado um progresso satisfatório em resposta às necessidades de
equipamentos e funções urbanas.
Seguindo os princípios da ‘Carta de Veneza’ 19 , a cidade do Porto conserva
marcas muito fortes, tal como a idiossincrasia portuense, dita ‘tripeira’, que caracterizam
a identidade da cidade. Apesar da idiossincrasia apresentar diferenças consoante as
diversas zonas, o habitante do centro histórico tanto é honesto ao coração da cidade,
como se integra facilmente na restante cidade, um ato que permitiu aos outros
habitantes
Com o C.R.U.A.R.B. surgiu uma nova fase no centro histórico, que desencadeou
um processo de medidas. O primeiro processo de realojamento foi da Ribeira-Barredo
para o Bairro Municipal do Aleixo (acabado de construir), as recentes habitações
motivaram a transferência pacifica, porem a vontade de voltar surgiu quando
começaram a aparecer as primeiras casas renovadas. Em 1980 já era visível a renovação
urbana nos vários quarteirões, que então ficaram vazios e em estado critico. Os edifícios
forma reutilizados como habitação social dotados de conforto e segurança, prazerosos
de tal situação os habitantes organizaram uma comissão de moradores ativa que teve
por objectivo confirmar os agregados familiares e propor as habitações em prioridade de
reparação.
“Depois das casas renovadas estarem ocupadas pelos novos inquilinos o papel do
C.R.U.A.R.B. foi muito importante na sua manutenção e conservação. O morador sempre
que tinha um problema na casa, recorria ao C.R.U.A.R.B. pedia a sua reparação.” 20
19 “o CRUARB entendia o Centro Histórico com um valor patrimonial global que incluía, para além de valores
históricos, arquitectónicos e estético, também uma realidade social e cultural.” Informação retirada em
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Comissariado_para_a_Renovação_Urbana_da_Área_de_Ribeira/Barredo)
20 GUIMARÃES, Marina, 2003, Processo de Reabilitação Urbana no Centro Histórico, Intervenções Técnicas, Porto:
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Largo da Pena Ventosa
Mas não sendo a questão habitacional o único problema, o centro histórico ainda
assistia à problemática dos espaços públicos que continuavam a refletir a
marginalização surgida no séc. XX. É então na década de 80, que surge a primeira
intervenção desse âmbito, a Recuperação da Praça da Ribeira e o edificado
envolvente, trazendo um destaque mediático à zona, para muitos sendo reconhecida
pela 1º Obra do C.R.U.A.R.B.. Concretizaram-se seguidamente outras operações de
reabilitação física do espaço, como o Largo do Colégio, a praceta originada na área
problemática da Viela do Anjo e a busca das esplanadas e restaurantes, criando uma
interação do habitante com a cidade. Com tal sucesso a sua área de reabilitação foi
alargada às outras freguesias do centro histórico, Sé, Miragaia e Vitória, que devido à sua
situação precária, foi necessário intervenção urgente. Nesta fase a extensão da área era
de 90ha e cerca de 20 000 habitantes em 3200 prédios, com uma área tão vasta houve a
necessidade de criar um plano de prioridades com intenção de recuperação e
reconversão urbanística, o apoio consultivo dos arquitetos Fernando Távora, Alcino
Soutinho, João Campos, foi deveras importante. Apesar de ter sido o ‘Mestre’ Viana de
Lima quem acompanhou todo este processo, desde 1977 até 1991, além de deixar as
suas influencias21 espalhadas pelo centro histórico, ainda lançou a ideia da candidatura
do C.H.P. a Património Cultural da Humanidade junto da UNESCO.
Com a criação da Fundação para o Desenvolvimento da Zona Histórica em 1992,
houve uma clara importância para a reabilitação urbanística, mas também social, este
ano, teve também como impulso uma contribuição financeira de Feder para o Projeto
Piloto Urbano22 situado na zona da Sé.
Este trabalho continuo resultou, a 5 de Dezembro de 1996, o reconhecimento do
Centro Histórico do Porto como Património Mundial pela UNESCO, gerando mais
responsabilidades à C.R.U.A.R.B.. Este marco foi deveras importante, pois alguns
proprietários particulares surgiram logo com intenções de reabilitar o seu património,
aderindo a programas comparticipados pelo estado, mas financiados por os mesmos.
“Quando, em Dezembro de 1996, a UNESCO classificou o Centro Histórico do
Porto, toda a cidade sentiu (...). O processo de celebração e a incorporação desse facto
na maneira de ser dos habitantes confirmou e reconduziu a importância do factor
humano na criação, e na salvaguarda, dos valores em torno dos quais uma comunidade
se estrutura para prosseguir o seu caminho de cidadania” (AA VV.2001:30).
21 “...casas com luz, arejamento, circulação entre edifícios, criação de espaços abertos, pátios, saguões, a não
reconstrução de edifícios e em casos pontuais a demolição de construções de diminuto valor”
(GUIMARÃES.2003:4/5).
22 “...uma profunda intervenção nas infraestruturas, pavimentos de ruas, espaços públicos, restauro de
monumentos, beneficiação de estabelecimentos comerciais, criação de espaços com interesse para o turismo
e a reconstrução da Casa da Câmara, obra de arquitetura emblemática, mas emblemática para a Cidade”
(GUIMARÃES.2003:5).
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cada edifício, quando o mesmo valor poderia ser utilizado não em um, mas em seis
edifícios, podendo devolver a salubridade e a dignidade a uma frente urbana.
“Esses 700mil poderiam ter sido investidos em 6 edifícios (...) mas a opulência e a
vaidade dão nestes planos estúpidos, que em vez de motivadores funcionam como
retardadores de qualquer intervenção. Transmitem a ideia de que reabilitar é caro, difícil,
e não esta ao alcance de cada um” (SANTOS.2013).
Contudo, e porque nem sempre é fácil encontrarmos um bom senso, o Porto Vivo,
que se encontra com um futuro incerto, teve um papel importante na promoção e
dinamização no mercado imobiliário do CHP, apoiando-se em estudos científicos
realizados pelo mesmo, que permitem uma melhor avaliação a quem procura intervir no
Coração do Porto, como tal as analises que surgirão ao longo do caso de estudo, terão
sido em grande parte apoiadas no seu plano de gestão, Masterplan.
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vontade de construir no que já esta construído , mas também pela integração formal de
todos os elementos que se deveriam manter como testemunho fabril perdida” (VELOSO,
Maria Alonso.2004:163).
Do ponto de vista estrutural, destaca-se a utilização do aço em pilares e vigas, no
pavimento e na cobertura. No espaço envolvente e nos panos as fachadas, optou-se de
uma forma generalizada pelo vidro, às vezes protegido no exterior com lâminas
horizontais de aço, montando em perfis metálicos. Nos panos opacos do corpo do
auditório, existem painéis autoportantes revestidos com folha de madeira visível,
enquanto que a superfície inferior da base do edifício se encontra revestida com chapa
ondulada de aço.
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Desde o inicio dos anos sessenta, na Colónia, Alemanha, jovens famílias saíram de
áreas urbanas, para os subúrbios e afins, concluindo um sonho da classe media prospera.
Este êxodo, esvaziou os centros urbanos, sendo um pesadelo para alguns bairros que
ficaram mesmo vazios. A opção foi implementar regulamentos suburbanos no centro
urbano, trazendo o subúrbio para a cidade, alargando as ruas e retirando as casas
familiares, dando lugar a um conjunto de tecido suburbano, desta forma ninguém
precisaria mais de abandonar o mesmo.
Manuel Herz, arquitetou um projeto no bairro de Bayenthal, um lote com 25m de
largura e 5.5m de profundidade, tendo de cumprir todas as normas, regras, regulamentos
de incendio e leis de construção do plano de desenvolvimento municipal. O primeiro
volume um edifício em vidro, corresponde em todas as exigências, já o segundo volume
cobrindo todo o lote é obviamente não permitido de acordo com o plano de
desenvolvimento. Curiosamente a solução não transparece as dificuldades que houve
na aprovação do projeto, sendo que brechas da lei proporcionaram a conclusão da
construção. Na verdade o nome Ilegal, foi escolhido, devido as irregularidades
cometidas.
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3.3 Localização
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Figura 14, Planta Plano de Projeto, (indicada área de intervenção a vermelho no Largo da Pena Ventosa)
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Figura 15, Planta ilustrada do local de intervenção, com a direção da objectiva da maquina fotográfica
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uma residência fidalga do século XVII OU XVIII, sendo a primeira casa logo a seguir à
O nome do arco deve-se ao facto que na construção da Porta o local tinha uma imagem da santa, “...com
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uma janela de vidraça, onde estava uma imagem representando Sant’Ana, a Virgem e o Menino.”, ainda hoje
podemos contemplar a mesma imagem protegida por uma vidraça, (GRAÇA e PIMENTEL.2002:73).
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Porta de Sant’Ana, tal prestigio não poderia ser ignorado pelo arquiteto António Moura,
que manteve o alçado com os verdes naturais de qualquer varanda típica do centro
histórico e transforma todo o miolo do quarteirão, dando origem a dezasseis
apartamentos para a população local e um infantário (como podemos ver na figura 18),
serviços indispensáveis na zona. No interior do quarteirão pode ser encontrado vestígios
da muralha histórica.
Figura 19, Interior do quarteirão, vestígios da Muralha Histórica, e alçado posterior dos edifícios que integram o
projeto de estudo e fazem frente com o Largo da Pena Ventosa.
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A Travessa de Santana (02) é uma ruela típica medieval estreita com patamares e
degraus, ladeada por altas fachadas que não permitem a entrada dos raios solares (ver
figura 20). A Travessa dita o acesso entre a Rua de Santana e o Largo da Pena Ventosa.
Os edifícios que envolvem a Travessa a Sul encontram-se totalmente recuperados
contrariamente ao que se encontra a Norte, em estado devoluto que integra portanto o
projeto de estudo, edifício referente aos números 1, 16 e 18.
O Largo da Pena Ventosa (04, 05, 06) na Idade Média conhecia uma designação
diferente, Largo do Forno, ali se situava o ‘forno da Pena Ventosa’ onde faziam a
cozedura do pão, estes fornos eram construídos no meio dos largos para evitar o risco de
incendio.
Figura 21, Largo da Pena Ventosa (04, 05, 06), duas perspectivas opostas.
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Figura 22, Edifícios referentes aos números 1, 3, 5, 7, 9, 11 respetivamente _04 (edifícios que integram o projeto
de estudo)
A frente orientada a Este (figura 22) além do alçado, ainda permanece alguma
estrutura de pé encontrando-se em estado devoluto, pouca foi a informação
conseguida sobre o ano de construção deste edificado, porem consegue-se perceber
que os dois edifícios siameses incorporam uma zona superior que será mais recente que o
resto do edifício, uma consequência da decadência dos finais do século XX que
transformou as habitações em autenticas colmeias humanas.
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O edificado a Norte (figura 23), apenas mantem o casco com a ajuda de uma
estrutura de perfis metálicos colocada recentemente, em estado de ruina a informação
conseguida mostra uma habitação de famílias ricas, a época é totalmente
desconhecida.
Figura 23, Edifícios referentes aos números 17, 19, 21, 23, 25, 27 , respetivamente _05 (edifícios que integram o
projeto de estudo)
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Figura 24, Rua da Pena Ventosa (ambos os sentidos) _03 e a Travessa da Pena Ventosa, respetivamente
Figura 25, Travessa da Pena Ventosa, lado Sul e Este do largo da Pena Ventosa _06
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Existe um quarteirão que envolve o largo da Pena Ventosa, mas a uma cota
superior, apesar de não comunicar a nível do piso térreo influencia a estratégia do
mesmo. Este quarteirão, que pertence à Rua das Aldas encontra-se em mau estado de
conservação não impedindo a elevada ocupação de habitantes.
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Figura 28, Planta de Analise, Estado de Conservação (as cores da planta representam o estado de
conservação da habitação, o verde (bom estado), amarelo (médio), laranja (mau), vermelho (ruina)) Figura
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Figura 30, Planta Estratégia, Intenções Especificas, para cada zona critica analisada. Figura 31, Planta
Estratégia, Percursos Predominantes
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entrada de luz nestes locais é um principio ao convite da visita do morro, como se pode
visualizar na planta estratégica de percursos predominantes.
Figura 32, Planta de Analise, Comercio/Serviços existentes Figura 33 Planta Estratégia, Zonas Comerciais
propostas
Figura 34, Planta de Analise, Estado de Conservação, (planta orientada a Sul) Figura 35, Planta Pormenor,
Intenções
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Figura 36, Esquisso do largo, com apontamentos das intenções respetivas Figura 37, Esquisso com pormenores
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pela pouca informação existente, e noutras por se manifestarem em divisões sem uso
para as necessidades atuais do utente, refletindo a época em que as habitações do
local se traduziam em autenticas colmeias humanas (êxodo rural, séc. XIX). A caixa de
escadas é um elemento muito forte nestas habitações e em muitos casos mantida como
elementos de busca de luz, saguões.
A nível individual,
O estudo realizou-se caso a caso, percebendo as características e as
necessidade dos diversos edifícios.
A Rua de Santana, uma rua importante do séc. XII, onde se localizava uma das
quatro portas da muralha velha/românica, ainda hoje é frequentada por ser uma
entrada para o Morro da Sé, sendo uma rua de passagem suscita o interesse à fixação
de comercio. Ditando a localização dos serviços do projeto.
Os cinco edifícios com frente para a Rua de Santana foram divididos em dois
programas distintos.
O Atelier de Moda, identificado nos desenhos pela letra A, engloba três edifícios
que apesar de emparelhados cada um deles responde a diferentes serviços, 1)matéria
prima|confeção, 2)recepção|gestão e 3)produto final| venda.
A nível conceptual, é aproveitado vários vestígios deixados, desde caixas de
escadas aproveitadas para saguões(na procura da luz para o interior), alvenarias leves
reutilizáveis para os wc´s, paredes estruturais para a mesma função, e em certos casos de
demolição mantiveram-se em pavimento diferenciado, que tornou-se num elemento
importante na diferenciação das atividades no atelier. A parede estrutural em pedra no
edifício produto final|venda também foi utilizado como “armário expositor”, varias
aberturas na parede de forma a criar uma transparência, onde a roupa conseguia ser
vista por ambos os lados, como pode ser visto no corte do Largo da Pena Ventosa 2.
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Largo da Pena Ventosa, disfarçando os pisos cobertos que possui no lado da Rua de
Santana. No Restaurante|Bar também foram aproveitadas as caixas de escadas como
saguões, neste caso foram prolongadas para o espaço exterior para destacar o pré
existente.
O Largo da Pena Ventosa reflete um espaço de harmonia, de convívio entre
vizinhos, de brincadeira entre os mais novos, um lugar recatado onde um casal jovem
começaria a sua vida em conjunto, características de uma zona habitacional.
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escala gráfica, tal como as plantas do anteprojeto mas num formato apenas
esquemático.
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Conclusão
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Fontes e Bibliografia
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