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7 Nota Especial
Revista evangélica
trimestral da Convenção
7 Primeiras Palavras
Batista Fluminense. 11 Palavra do Redator
O intuito desta revista
é servir de material de
15 Apresentação – Quem Escreve
educação religiosa acerca 20 Lição 1 Uma sociedade que Desconsidera
os Mandamentos Divinos
do que é ensinado na
Palavra de Deus, pela
leitura e interpretação dos 24 Lição 2 Relacionamento Perigoso
escritores destas lições.
Esta revista não é um 28 Lição 3 A Imagem do Deus Invisível
manual para a vida cristã,
é apenas um material de
auxílio educacional. Antes 32 Lição 4 O Nome que Está Sobre Todo Nome

de tudo leia a Bíblia, que

é a Palavra de Deus. 36 Lição 5 Jesus é o Senhor do sábado

Publicada pela Convenção 40 Lição 6 Código de Honra

Batista Fluminense, sob
cuidado do Departamento
de Educação Religiosa
44 Lição 7 Estancando o Sangue

e produção do DECOM
(Departamento de 48 Lição 8 Adúlteros e Adultério na Balança de Deus
Comunicação).
52 Lição 9 Obter Algum Valor por Nada em Troca

20 Lição 10 Mentiras Piedosas, Falsos Testemunhos

em Confronto com a Verdade

60 Lição 11 Olhos Cobiçosos

64 Lição 12 O Grande Mandamento

(21) 2620-1515 68 Lição 13 O Segundo Grande Mandamento

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Rua Visconde de Morais, 231
Ingá, Niterói/RJ - CEP 24210-145 72 Notas Técnicas
Data do estudo
Texto base: Oseias 4.6
Uma Sociedade
que Desconsidera
os Mandamentos
Divinos
Os historiadores cristãos dividem
a trajetória humana, desde a Criação
até os dias atuais, em longos perío-
dos de tempo: Pré-História humana
que compreende entre o Jardim do
Éden até o início da escrita; Antigui-
dade, período entre 4000 a.C. a 476
d.C.; Idade Média entre 476 d.C. a
1453 d.C. que marcou a queda de
Constantinopla; a Idade Moderna
que compreende o período de 1453
d.C. até 1789 d.C ano do início da Re-
volução Francesa; A Pós-moderni-
dade tem seu início em 1989 com a
queda do Muro de Berlim e durou até
2001 que marcou a queda das Torres
Gêmeas nos EUA. De 2001 até os dias
atuais, não há uma definição em que
período estamos da nossa História. O
sociólogo Zygmunt Bauman defende
que o período atual é de uma socie-
dade líquida que insiste nas decisões
2 3
Lição 1
individualistas, pois tudo é relativo.
A sociedade atual defende que
o pluralismo de ideias deve ser res-
peitado e que a tolerância necessita
estar sempre acima da lei de Deus e
dos homens. Os homens tornaram-se
amantes de si mesmos (2Tm 3.1-5).
Deus e os princípios morais divinos,
deixam de ser o centro, o início e o fim
de tudo. Na sociedade atual, não há
espaço para os princípios imutáveis
constantes nas Escrituras Sagradas.
O homem de hoje, com seu ego infla-
do, ocupa todos os espaços. Nos dias
atuais, não há mais espaço para Deus
na consciência humana, promoven-
do, assim, o desprezo pelo sagrado,
o desrespeito pelas leis e a redução
do Ser de Deus a um mero mordomo,
ávido para servir e atender aos mais
absurdos desejos humanos.
O Senhor Jesus nos exorta a bus-
car a Deus e a sua justiça antes de
tudo (Mt 6.33). Jesus nos diz que de-
vemos fazer do governo soberano de
Deus e do nosso responsável relacio-
namento com o Criador, a mais alta
prioridade da nossa vida. Na escala
de valores desta vida, classificamos
que o corpo vale mais do que o ves-
tuário, a vida vale mais do que o que
comemos. Entretanto acima de todas
estas coisas terrenas, devemos bus-
car a comunhão com Deus. Quem
opta por entregar a Deus o primeiro
lugar da sua vida, desfrutará do cui-
dado divino (Rm 8.32)
1. O desconhecimento dos
princípios morais de Deus
O profeta Oseias nos assegura que
o povo de Deus não é destruído pelo
inimigo, pois dele podemos lutar,
resistir e até fugir na tentativa de so-
breviver; não somos destruídos pelas
pragas e doenças deste mundo, pois
o cuidado com a saúde e o avanço da
ciência tende a nos fazer mais sau-
dáveis. O povo de Deus é destruído
pela ignorância, pela falta de conhe-
cimento. O que nos destrói definitiva-
mente é a ausência de conhecimen-
to de Deus e dos seus caminhos. O
povo de Israel estava sendo aniqui-
lado por falta de conhecimento que
vem através da Sua Lei (Os 4.1,2). Os
próprios sacerdotes, interpretes da
Lei, estavam recusando o aprendiza-
do e ensino da Lei.
Observe que Deus diz: “o meu
povo...”. A nação de Israel estava per-
dendo o relacionamento com Deus
por conta da falta de observação da
Lei moral de Deus. Ao rejeitar o co-
nhecimento de Deus e aos seus ca-
minhos, estavam cavando as suas
próprias sepulturas. Fé, conhecimen-
to e obediência a Deus são indisso-
ciáveis.
Alguns dizem que pecar é errar
o alvo. Entretanto podemos errar o
alvo tentando acertar. Pecar é de-
sobedecer às leis de Deus (1Jo 3.4).
São complexas e muito extensas as
leis de Deus, por isso foi dado a Moi-
sés a bênção em resumi-las em dez
grandes Mandamentos. São Man-
damentos e não recomendações ou
sugestões. Certamente você já se
deparou com uma prova de múltiplas
escolhas. Nesse tipo de avaliação,
você poderá optar pelas questões
mais fáceis para responde-las. Se a
média escolar for 6, 7 ou 8, conve-
nhamos que não será muito difícil.
Muitos de nós confundem os Dez
Mandamentos como provas escola-
res. Pensam que Deus, quando nos
deu seus Mandamentos, disse a nós:
“Escolham, meus filhos, e obedeçam a
alguns dos Mandamentos”. Contrário
a isso, Deus quer que cumpramos to-
dos os seus Mandamentos (Êx 24.7).
O Novo Testamento é claro em
nos dizer que a salvação não vem da
Lei, mas da fé em Jesus. A lei no pas-
sado nos serviu de placas indicativas
até que a humanidade chegasse ao
Cristo Salvador (Gl 3.23-25). A função
disciplinar da Lei no passado, cessou
com a vinda do Senhor Jesus (Rm
10.4). Entretanto a Lei ainda opera,
principalmente nos corações dos pe-
cadores com a finalidade de desper-
ta-los para Cristo.
 2. Consequências da
desobediência da Lei
divina
Desde que a humanidade optou
por ignorar as Leis morais de Deus, o
caos foi instaurado. Adolf Hitler é o fi-
lho gerado pela sociedade moderna.
A humanidade que desconhece as
Leis divina, experimentou duas gran-
des Guerras Mundiais. Se sairmos
da visão caótica que apenas amplia
momentos de trevas na história e
entramos nos dramas internos desta
sociedade veremos o número cres-
cente da violência contra a mulher.
Enquanto poucos conseguem, pelo
menos, três refeições diárias, existem
muitos adultos, jovens e crianças re-
mexendo latas de lixo em busca de
algo para comer. Hoje a noite alguns
terão um colchão e um cobertor para
descansar, mas existem pessoas cujo
teto sobre si é uma marquise e o úni-
co bem que possui, além de poucas
roupas, é um pedaço de papelão
para repousar o seu corpo. Muitos
que dormem sob as marquises, não é
pela consequência do uso de drogas
ou do álcool, mas por causa do de-
semprego e da miséria. A crescente
e incurável epidemia da Aids é uma
triste realidade. As armas de grosso
calibre, que deveriam apenas serem
utilizadas pelas forças armadas em
defesa da sociedade, estão espalha-
das nas mãos de homens maus que
ameaçam, saqueiam e matam uma
população indefesa e acuada. As no-
tícias de que homens-bomba assas-
sinaram inocentes por causa de suas
insanidades, parece não mais alar-
mar, tamanha rotina no Oriente Mé-
dio. Quantas crianças, jovens, adultos
4 5
e idosos arriscam suas vidas sobre
perigosas embarcações na travessia
de mares e rios na tentativa de se re-
fugiarem em outros países em busca
de paz? Crescemos mundialmente.
Somos 7 bilhões de habitantes que
cresce a cada dia. Temos fama de
que vivemos, mas estamos mortos
(Ap 3.1). A humanidade tem colhido
os frutos amargos por causa de sua
desobediência (Dt 28.15).
3. O amor e a lei
Durante a Segunda Guerra mun-
dial e na agonia do holocausto dos
judeus, dentro do campo de concen-
tração, existia um acordo, algo tácito:
as judias que engravidassem dos sol-
dados nazistas tinham direito à liber-
dade levando consigo, não apenas o
filho no ventre, mas também os filhos
judeus. Em nome do amor aos filhos,
afim de amenizar seus sofrimentos,
muitas judias se prostituíam. Será
que esse amor pela família ultrapas-
sa qualquer objeção a lei moral? Será
que a fornicação e o sexo ilícito são
perdoados por causa do amor? Tal-
vez, por causa desse pseudo amor, a
humanidade tem encontrado justifi-
cativa para relacionamento sexual de
indivíduos do mesmo sexo que cons-
ta na certidão de nascimento, entre-
tanto é uma prática condenada pela
lei de Deus (Rm 1.25-27). Toda atitude
sem amor, tende a ser ofensiva. Con-
tudo, o aborto para salvar apenas a
mãe e a eutanásia que toma o lugar
de Deus para decidir quem vive ou
quem morre jamais podem ser con-
siderados atos de amor sem antes
esbarrar no limite da lei de Deus que
diz: “não matarás” (Êx 20.13). Alguns
homens estão distorcendo o enten-
dimento do que é o amor, alegando
que “não estamos sob a lei, mas sob
a graça” (Rm 6.14). Tomam como
exemplo a decisão do Senhor Je-
sus em perdoar uma mulher pega
em adultério, mas mesmo assim a
perdoou (Jo 8.1-11). Erroneamente,
estão se apossando do amor para
legalizar seus pecados, afinal, há
quem diga que Moisés nos trouxe
a Lei que já está ultrapassada, mas
Cristo é a única lei.
Com isso, muitos estão justifi-
cando seus erros e pecados, sobre-
pujando a lei em nome do amor. Até
cristãos estão trocando de esposas
por causa desse pseudo amor. Je-
sus não veio para revogar a lei, mas
para cumpri-la (Mt 5.17). Ao confron-
tar os acusadores da mulher pega
adulterando, precisamos observar a
frase final dita por Jesus: “... vá e não
peques mais.” (Jo 8.11). Ainda que te-
nha perdoado, Jesus faz questão de
afirmar que houve pecado.
Para pensar e agir
Quando você pensa no antigo
código moral de Deus, conhecido
como os Dez Mandamentos, não
vem a sua mente a figura de Moisés
segurando duas tábuas de pedras,
uma em cada mão? Porventura, não
lhe dá a sensação de que tal figura é
antiquada, na verdade um símbolo
ultrapassado? É justamente o que a
sociedade ao longo do tempo foi in-
ternalizando: as leis morais de Deus
são retrógradas. Não parece estra-
nho, saber que Jesus defendeu as
Leis, além de cumpri-las? Nas pa-
redes dos tribunais humanos, juízes
têm sobre si uma figura do Cristo
estereotipada numa escultura fixa-
da, mas grande parte dos magistra-
dos dos dias atuais, consultam suas
leis, mas ignoram as de Deus em
suas decisões.
O Decálogo não deve ser com-
parado às peças de um museu.
Na verdade, os Dez mandamen-
tos sempre nos oferecerão solu-
ções práticas para nossos dilemas
existenciais e sociais. Você pode
imaginar um mundo sem leis? Bu-
zinaríamos em frente aos hospitais.
Não reduziríamos a velocidade no
perímetro escolar. Não teríamos
um guarda corpo na estrada e to-
dos nós estaríamos em perigo por
causa do desfiladeiro em uma cur-
va da montanha, por exemplo. Os
Dez mandamentos não são instru-
ções, meios ou planejamentos para
deixar a servidão no Egito. Os Dez
Mandamentos são normas para
que possamos viver livres (Jo 14.15).
Leitura Diária
SEG Mateus 19.17
TER Romanos 13.8-10
QUA Mateus 5.17-18
QUI Romanos 2.12-15
SEX Gálatas 3.23-25
SÁB Salmos 37.30-31
DOM Mateus 22.37-40
Data do estudo
Texto base: Êxodo 20.1-3
Relacionamento
Perigoso
O Primeiro Mandamento
“Não terás outros deuses
diante de mim” Êx 20.3
A parábola do Filho Pródigo (Lc
15.11-32) é mais do que uma história,
mas trata-se de um alerta do Senhor
Jesus aos seus discípulos. A narrativa
é entorno de um filho que rompe a
sua intimidade fraternal e vai em bus-
ca de outros relacionamentos. Pode-
mos conjecturar que o pai exortou
ao seu filho, mas este, colocando as
mãos sobre suas orelhas, tenha dito:
“não quero ouvir, apenas deixe-me
ir! O desejo do Filho Pródigo era sair
em busca de novos relacionamen-
tos. Novas aventuras. Abandonar o
seu pai e desejar o mundo, era mais
do que um objetivo do Filho Pródi-
go, mas era uma obsessão. Algum
tempo depois o Filho Pródigo colhe
as consequências de sua decisão in-
sensata. Ao voltar para casa ele trazia
no corpo e na alma as humilhações
dos relacionamentos ocasionados
6 7
Lição 2
pelo mundo.
Foi por isso que Deus nos escreveu
o Primeiro Mandamento. Na verdade,
este Mandamento é uma advertên-
cia que nos transmite uma profunda
preocupação do Senhor com a nossa
integridade, física, moral, psíquica e
espiritual. Sua intenção é nos adver-
tir do perigo que existe em nos rela-
cionarmos com quem quer que seja
diferente dEle. Quão grande é o risco
de entregar nossa fidelidade e dedi-
cação a deuses, que na verdade nun-
ca existiram. O primeiro mandamento
é a manifestação do amor de Deus
ao seu povo. O primeiro mandamen-
to é um alerta: se optarmos por Deus,
teremos guarda, carinho e salvação,
mas se O substituirmos por algo ou
alguém, estes nos trarão falsas e
momentâneas alegrias, pois fora de
Deus teremos humilhação, desespe-
rança e condenação.
1. Relacionamento com
Deus e “deuses” na Bíblia
A intensão da Bíblia é clara em
provar que só existe um Único Deus
(Is 43.10; 1Co 8.6). Não existem deu-
ses. Entretanto, no período do antigo
povo de Israel, muitas nações adora-
vam seus ídolos. Os filisteus suplica-
vam a Dagon por prosperidade em
suas colheitas. Moloque era adorado
pelos amorreus que exigia crianças
como sacrifício. Uma abertura na
estátua de Moloque fora transforma-
da em fornalha e ali os bebês eram
lançados sobre a chama ardente e
sacrificados. Em troca, os amorreus
acreditavam que Moloque lhes con-
cederia vitória sobre seus inimigos
nas guerras. Uma deusa comumente
adorada, em especial pelos fenícios
era Astarote, que consentia, segundo
suas devoções, a fertilidade. Quan-
do Deus chama Abrão para sua jor-
nada de fé, lhe assegura que será o
seu Deus e irá protege-lo (Gn 12.1-3).
Após livrar o povo da servidão no
Egito, Deus lembra ao seu povo que
foi Ele quem os tirou da escravidão e
reafirma: “Eu sou o Senhor teu Deus...”
(Êx 20.2).
Deus exige de nós exclusividade:
“não tenha outros deuses!”. Alguns in-
terpretam este Primeiro Mandamen-
to como uma arrogância divina. Uma
rápida análise diria que Deus quer
tudo para sua glória. Mas o que é ar-
rogância? Arrogante é aquele ser que
exige aquilo que não é ou não pode
ser. Imagine alguém nos dizer: “não
tomem mais remédio, vou curar todos
vocês. Não trabalhem mais, eu vou
sustentar vocês”. Será que alguém ou
algo é capaz de ordenar isto e cum-
prir? Jamais! Mas e Deus é capaz?
Sim, claro! Então, Deus não é arro-
gante, mas poderoso, pois promete e
cumpre. Entretanto, Deus não pode-
ria ser mais humilde, possibilitando-
-nos outros relacionamentos? Deus
certamente é humilde, pois se rela-
ciona conosco. O que Deus não tem
é a falsa humildade. Imaginem Cris-
tiano Ronaldo, jogador português,
eleito melhor jogador do mundo por
várias vezes, em uma entrevista dizer:
“Ah, bondade de vocês, pois não jogo
tanta bola assim, não. Aliás sou quase
um perna-de-pau”. Trata-se de uma
falsa modéstia, uma enganosa hu-
mildade. Em Deus você não encon-
trará falsidade. Os relacionamentos
com ídolos podem nos trazer danos
futuros terríveis. Por isso é segu-
ro crer em Deus e seguir o primeiro
mandamento. Não coloque nada na
frente de Deus (Mt 6.33). Deus quer
prioridade.
2. Relacionamento com
“deuses” no passado e
nos dias atuais
No passado, muito mais pessoas
se inclinavam diante dos ídolos, ape-
sar de encontrarmos muitos povos,
nações e tribos que ainda adoram
deuses de madeira, pedra e metal. O
avanço do cristianismo fez com que
esta prática relacional e religiosa,
tenha diminuído. Entretanto, os dias
atuais têm em seu leque criativos, no-
vos deuses. Por exemplo, o dinheiro
– que o Novo Testamento chama de
“Mamón” (Mt 6.24). Também, O após-
tolo Paulo, dá destaque para a avare-
za, considerando-a uma idolatria (Cl
3.5). Além do dinheiro, o sexo, a comi-
da, a bebida e o poder ocupam o lu-
gar principal na vida de muitos seres
humanos, pois seus relacionamentos
com tais “deuses” são interesseiros,
apenas interessa alimentar o ventre,
ou seja, a carne (Fl 3.19). Por que será
que nos dias dos grandes clássicos
de futebol regional, em especial nos
jogos de decisão de campeonato, os
nossos cultos a Deus nos templos,
sentimos falta de alguns irmãos? Os
“deuses” ainda ocupam espaço nos
corações e mentes humanas.
A sociedade atual colhe frutos
amargos dos relacionamentos com
seus deuses. A adoração desenfrea-
da ao sexo, trouxe ao mundo o vírus
da AIDS. O site da Revista Veja, re-
gistra que “em 2010 existiam no Brasil
cerca de 43 mil novos casos de aids.
Já em 2015, esse número subiu para
44 mil. Entre 2010 e 2015, essa popu-
lação saltou de 700 000 para 830 000
pessoas. O aumento foi de 18%. Hoje,
a doença é a causa de 15 000 mortes
por ano no país”. A ciência não des-
cobriu a cura da AIDS, mas Deus afir-
ma que a cura para esta pandemia
é abandonar os “deuses”, se arre-
pender e voltar imediatamente para
um exclusivo relacionamento com o
Único Deus. A erradicação da AIDS
só será possível quando a sociedade
8 9
obedecer a Deus, venerando-O com
o matrimônio honrado (Hb 13.4) e
adorando ao Senhor, respeitando os
valores familiares.
Os amantes do dinheiro (1Tm 6.10),
não apenas financiam incentivos para
a prática da fornicação, fabricando
em laboratórios métodos contra-
ceptivos, mas também esperanças
paliativas para que mantenham vivos
e ativos os portadores de doenças
sexualmente transmissivas, até que
a vacina da cura venha a existir. O di-
nheiro financia o poder político e bé-
lico. Os homens-bomba não repre-
sentam apenas a vingança contra o
capitalismo, mas é a justiça descabi-
da dos fracos. Para proteger do fana-
tismo que mata inocentes, o dinhei-
ro concede poder aos políticos que
criam armas capazes de aniquilarem
seus alvos terroristas a milhares de
distância. É o mundo em guerra.
A sociedade atual precisa, urgen-
temente, abandonar a adoração aos
seus ídolos que não são apenas de
pedra, madeira e bronze, mas de es-
cravidão ao dinheiro, sexo e poder e
conceder soberania a Deus em sua
vida e atitudes.
3. Ofertas dos falsos
deuses nos dias atuais
No Livro do Profeta Daniel, quatro
jovens se recusaram as ofertas dis-
poníveis no palácio do Rei Nabuco-
donosor. Muito provavelmente nos
dias de hoje, os adoradores de deu-
ses diriam que neste ato, estariam
recebendo suas recompensas, afinal
estavam saboreando finas iguarias.
Os babilônicos podiam mudar as
vestes, os nomes, a habitação, os en-
sinamentos e até o cardápio de Da-
niel, Hananias, Misael e Azarias, mas
não conseguiriam mudar o coração
deles. Eles só tinham um Deus, o Se-
nhor, Deus dos seus pais (Dn 2.23).
Até ao Senhor Jesus foi lhe ofe-
recido falsas recompensas. Satanás
oferece ao Cristo uma recompensa,
na verdade um atalho sem sacrifí-
cio, sem cruz, sem, sem dor e sem
a humilhação. A única exigência de
Satanás, seria que Jesus abando-
nasse o Primeiro Mandamento e se
prostrar diante dele. Entretanto, Je-
sus não apenas o enfrenta negando
insana possibilidade, mas também
nos ensina que não basta recusar as
ofertas dos falsos deuses, também
é necessário adorar a Deus (Dt 6.13).
Muitos nos dias de hoje estão rejei-
tando os falsos deuses. Cumprem
parcialmente o Primeiro Mandamen-
to: “Não terás outros deuses diante de
mim”, mas estão substituindo ídolos
pelo vazio existencial. Pessoas aban-
donam o vício, pagam suas contas
em dia, não adulteram, não se pros-
tituem, mas esquecem de adorar a
Deus. É necessário entender bem o
Primeiro Mandamento: não basta re-
cusar a ofertas dos falsos deuses, é
imprescindível oferecer a Deus, por
meio de Jesus, nosso sacrifício de
louvor (Hb 13.7).
Para pensar e agir
Nas lições a seguir vamos parti-
lhar sobre os outros Mandamentos.
Observe que se este Mandamento:
“Não terás outros deuses diante de
mim”, não estivesse em primeiro lu-
gar na lista do Decálogo, os outros
mandamentos seriam apenas bons
conselhos ou regras de conduta mo-
ral.
Se você tem certeza que obede-
ce aos outros nove Mandamentos,
mas ainda declina no Primeiro Man-
damento, afirmo que você apenas
conhece os Mandamentos, mas não
os obedece. Se você entende que
basta cumprir e obedecer do Segun-
do ao Décimo Mandamento e com
isso alcançará a bondade e a graça
de Deus, também lhe asseguro que
você está cometendo um grande en-
gano. Só é possível cumprir todo os
princípios do Decálogo se você cum-
prir o Primeiro Mandamento.
Responda para si mesmo: Deus
ocupa o primeiro lugar na minha vida
e adoração? É exatamente sobre isso
que trata o Primeiro Mandamento.
Nossa vida só tem sentido se Deus
estiver em primeiro lugar. Deus é o
nosso porto seguro (Is 41.10).
Leitura Diária
SEG Jeremias 33.3
TER Salmos 25.14
QUA Jeremias 29.11
QUI 1Crônicas 16.11
SEX Sofonias 2.3
SÁB Lucas 12.31
DOM João 14.8-12
Data do estudo
Texto base: Êxodo 20.4-6
A Imagem do
Deus Invisível
O Segundo Mandamento
“Não farás para ti imagem
de escultura” Êx 20.3
Quando era criança, meu filho, ao
me ver arrumar as malas, correu até
o seu quarto e me trouxe seu avião-
zinho de brinquedo e me perguntou:
“papai, você vai viajar em um desse?”
– “Sim”, respondi com certa ironia. “-
E você cabe aqui papai?”. No dia do
meu embarque, ele foi comigo ao
aeroporto. No caminho ele viu vários
aviões no céu e os comparou ao seu
aviãozinho. Não passava na cabeça
dele como seu pai caberia em uma
aeronave. Quando chegamos ao ae-
roporto, logo depois do meu check-
-in, levei-o até uma grande janela
de vidro de frente à pista de pouso e
decolagem. Seus olhos arregalaram.
Sua mente ainda ingênua, tentava
comparar a gigantesca aeronave a
sua frente com seu aviãozinho. Da ja-
nela ele observava o plano inverso: o
avião era imenso, e as pessoas eram
pequeninas. Foi então que ele me
10
Lição 3
Meu filho ao se aproximar da ae-
ronave descobriu a sua grandeza e
seguramente pode perceber que a
imagem de seu aviãozinho em nada
representava o que seus olhos es-
tavam testemunhando. O Segundo
mandamento é uma advertência do
Criador: se você idolatra imagens,
mesmo que a intenção seja de que
esta se assemelhe a Deus, você in-
correrá em um grande pecado, pois
a imagem é morta e o Deus a qual
servimos é vivo.
Quanto mais distante de Deus,
mais o reduzimos o seu esplendor.
Quanto mais perto de Deus, mais
observamos e tememos a sua gran-
deza.
1. Por que o homem
fez uma pergunta que nunca esque- tende a fazer esculturas
ci: “Pai, você vai encolher para entrar
dentro do avião?”
e contraria o Segundo
Mandamento?
Não cabe na mente das crianças
A idolatria a imagens é mais anti-
a dimensão das grandezas, por isso
ga que a adoração ao próprio Deus.
elas tendem a reduzir o tamanho de
O homem sempre encontrou prazer
quase tudo.
neste tipo de veneração. O apóstolo
Paulo já advertia sobre tal pecado em
O Segundo Mandamento é um
Rm 1.21-23, onde os homens insanos
alerta às mentes dos adultos que
estariam trocando a glória do Deus
insistem a raciocinar como as das
imortal por imagens mortas. O pro-
crianças. Este mandamento impede
feta Isaias esclarece que o Segundo
o homem esculpir ídolos ou fazer
Mandamento adverte que Deus é
imagens para representar a Deus. A
irrepresentável, pois nenhum símbo-
proibição é óbvia: qualquer tentativa
lo ou imagem o representa (Is 42.8).
de esculpir Deus em madeira, ges-
Quem se relaciona com imagens e
so, latão, ainda que bem adornados
esculturas tem relacionamentos su-
com o mais raro metal deste mundo,
perficiais. Deus quer de nós um rela-
o artesão apenas estaria reduzindo o
cionamento profundo.
tamanho de Deus e comparando-O à
dimensão humana.
Israel fez para si um bezerro de
ouro. Esqueceram o que Deus lhes fi-
zera libertando-os das garras do Egi-
to, além lhes de abrir o Mar Vermelho.
No século VIII, surge o movimento
iconoclasta (movimento dedicado à
destruição de imagens). As imagens,
ícones e pinturas foram apagadas
nas igrejas, em especial no Oriente.
Entretanto no Segundo Concílio de
Nicéia, em 787 d.C. onde fora reali-
zado o Sétimo Concílio Ecumênico,
tornou legítimo a veneração de ima-
gens de santos católicos romanos e
declarou herético todo o movimento
iconoclasta. A partir desta data, não
apenas a idolatria à imagens, mas
cresceu a veneração às relíquias
chamadas de sagradas. A igreja de
Constantinopla, atual Istambul, dizia
possuir a cabeça de João Batista e
o corpo de Estêvão, primeiro mártir,
o que lhes garantia a proteção da ci-
dade.
A Reforma Protestante em 1517,
tem como uma de suas prerroga-
tivas, o cumprimento do Segundo
Mandamento, ainda que na paróquia
de Lutero, como em algumas lutera-
nas nos dias atuais, existissem pin-
turas que registrem cenas bíblicas,
embora quase nenhuma imagem.
Calvino afirmava, citando Gregório,
que as imagens são para incultos e
que imagens e esculturas que ten-
tam representar Deus, são mentiras e
vaidades humanas.
Os símbolos da fé cristã, por sé-
culos, não são necessariamente
imagens que contrariam o Segundo
Mandamento. A cruz, a Bíblia e os
elementos da Ceia do Senhor são
ícones que despertam a fé. Em es-
11
pecial, os batistas, entendem como
princípios que tais símbolos não con-
ferem graça.
O homem, durante séculos, acre-
ditou que as imagens eram media-
doras para que pudesse ter acesso
ao Deus invisível. O Segundo Man-
damento é uma advertência: não há
imagens entre nós e Deus que possa
validar algum tipo de mediação ou
intercessão. Só existe um Mediador
entre Deus e o homem, a saber, Jesus
Cristo (1Tm 2.4-6), pois o próprio Cris-
to é a imagem do Deus vivo (Cl 1.15).
2. Consequências da
desobediência ao
Segundo Mandamento
Para os que insistem na idolatria,
o Segundo Mandamento tem uma
dura sentença: a aflição até a quarta
geração (Êx 20.5). Nos assusta quan-
do Deus afirma ser “zeloso”. O sentido
mais próximo para entendimento da
palavra “zeloso” é ter ciúme da noiva
amada. E o castigo, pelo descumpri-
mento do Segundo Mandamento, é
o sofrimento da terceira até a quarta
geração por causa dos pecados dos
pais no passado.
Uma leitura superficial deste texto
pode parecer que Deus é vingativo e
sua sentença aos que o trai, é o so-
frimento aos pais e que este alcança
os seus filhos, netos, bisnetos e tata-
ranetos. Entretanto o que está escrito
no Segundo Mandamento é que as
gerações irão sofrer é a “iniquidade
dos pais”, ou seja, a adoração a ima-
gens promove um canal que desa-
gua na depravação humana. Quando
12
o homem troca a glória de Deus por
imagens de aves e répteis ou coisa
semelhante, na verdade está come-
tendo iniquidade, onde tal erro abre
as portas da violência, da desigual-
dade, malícia, avareza, maldade, in-
veja, homicídio, contenda, engano,
malignidade (Rm 1.23-29).
A sociedade atual vive atolada na
lama da iniquidade. Colhe os frutos
amargos da herança dos seus peca-
dos de idolatria. Pais hoje olham para
o futuro e se perguntam que mundo
deixarão para os seus filhos, quando
na verdade deveriam se preocupar
de outra forma: quais os filhos deixa-
rão para este mundo? Que possamos
afirmar como Josué que advertiu ao
seu povo e fez valer o Segundo Man-
damento, cancelando a adoração
aos ídolos e preocupado com sua
geração afirmou que serviriam ape-
nas ao Senhor (Js 24.15).
3. Benefícios aos que
adoram apenas a Deus
O segundo Mandamento pode ser
resumido como uma ordem contra
toda e qualquer profanação e tentati-
va de representar a imagem de Deus
seja por escultura ou pintura e por
estas criar um acesso ao Criador.
Nosso relacionamento com Deus
sempre parte do princípio de Causa
e Efeito. Por isso o salário do pecado
(causa) é a morte (efeito). Entretanto,
servimos ao Deus que é perfeito em
amor. Sabemos que Ele é justo, mas
também é amor. Jesus nos apresen-
tou o desdobramento desse Amor:
Misericórdia e Graça. A misericórdia
de Deus, retira de nós os efeitos da
causa (Ef 2.3-5). A graça nos presen-
teia com favores de Deus, ainda que
não sejamos merecedores. A miseri-
córdia retira o castigo que merece-
mos.
Ao cumprir o Segundo Manda-
mento, Deus nos concede misericór-
dia até mil gerações. Veja que Deus
tem mais prazer em nos conceder
misericórdia, pois a estende até mil
das nossas gerações, do que impor a
sua justiça, pois esta última sentença,
alcança até a quarta geração dos de-
sobedientes.
A ampliação deste entendimen-
to, em que Deus tem prazer em nos
conceder misericórdia e não justiça
pelos delitos dos nossos antepassa-
dos, fica claro em Ezequiel 18.14-20.
Jesus com a obra da cruz, nos trouxe
misericórdia cancelado qualquer dí-
vida do passado oriunda, porventura,
dos nossos antepassados (Cl 2.13-15).
Para pensar e agir
Você consegue perceber que na
atual sociedade existe adoração a
imagem? Será que o horóscopo é
um exemplo que fere diretamente
o Segundo Mandamento? Será que
na igreja evangélica desses nossos
dias, existem imagens e idolatria que
materializam a fé e estão sendo uti-
lizadas como mediadora ao Deus in-
visível?
Se o Segundo Mandamento nos
adverte a não adorar a Deus através
de imagens e tampouco por elas pro-
duzir um acesso a Deus, qual seria a
forma correta de adorar ao Senhor?
A Bíblia diz que somos imagem e
semelhança de Deus, nem por isso
podemos cometer a autoidolatria.
Deus nos dotou de capacidade cria-
tiva e de liderança, pois somos ca-
pazes de raciocinar, analisar, plane-
jar e visualizar o futuro. Nós criamos
literatura, arte, música e poesia. Nós
somos, de certa forma, muito limita-
damente, semelhantes a Deus. Mas
em outras áreas nós, como huma-
nidade, estamos longe de ser como
Ele. Nosso caráter tende à fraqueza.
Não amamos como Deus ama. En-
tendemos muito pouco do plano es-
piritual. Contudo nenhum outro ser
neste mundo se assemelha a Deus
como nós.
Qual então, seria nosso exemplo
perfeito da imagem de Deus? A res-
posta é Jesus: “Quem me vê a mim vê
o Pai” (João 14.9). E diz que devemos
buscar essa mesma semelhança (Rm
8.29). Se Cristo é a imagem do Deus
vivo, nós, iguais a Cristo, refletiremos
a imagem do Deus vivo. Como isso se
dará? A resposta está em 1Co 15:50-
53 - 1 João 3.2.
Leitura Diária
SEG Deuteronômio 4.15-19
TER Tiago 1.25
QUA Salmos 115.1-8
QUI 1Tm 2.4-6
SEX João 4.23-24
SÁB Salmos 97.7-9
DOM Romanos 8.1
13
Data do estudo
Texto base: Êxodo 20.7
O Nome que Está
Sobre Todo Nome
O Terceiro Mandamento
“Não tomarás o nome do Senhor,
teu Deus, em vão” Êx 20.7
Dias desses, em uma visita pas-
toral, uma irmã reclamava de enor-
me buraco em frente a sua resi-
dência. O que mais me chamou a
atenção foi a expressão que ela
usou para lamentar sobre a perigo-
sa cratera: “Só Jesus na causa, pas-
tor!”. Nesse dia, à noite, quando eu
estava meditando sobre o Terceiro
Mandamento, a seleção brasileira
estava em campo vencendo por 1
x 0, em um importante campeona-
to. Lá pelos 45 minutos do segundo
tempo, o jogo já entrando em seus
acréscimos, a seleção adversária
teve um escanteio a seu favor. Ob-
servei alguns dedinhos cruzados
na sala e o que mais me chamou a
atenção foram os clamores: “Ai, meu
Deus do Céu! E agora? Tira essa bola
daí, Jesus!”.
14
Lição 4
Grande problema da humanida-
de, que desconhece a importância
e os desdobramentos do Terceiro
Mandamento, é a intenção do uso
mágico do nome. Parece que, pelo
simples ato de mencionar o nome
de Deus, a situação tende a ser re-
vertida ou controlada.
O Senhor Jesus, nos ensinou a
reverenciar o nome de Deus, por
exemplo na oração modelo, quando
disse: “...santificado seja o Teu nome”
(Mt 6.9). Entretanto advertiu os fa-
riseus quando usavam o nome de
Deus em vão nos seus juramentos
(Mt 5.33-36), mesmo que não pro-
nunciassem o nome de Deus, mas
o substituísse pelos termos Reino
dos Céus, terra e até pela cidade
de Jerusalém. O que Jesus nos ad-
vertiu é que o Terceiro Mandamen-
to não trata de pronunciar ou não
o nome de Deus e até expressões
como “sangue de Jesus tem poder;
Jesus toma conta”, mas empregar
seu nome em situações banais de
forma leviana e imprópria.
O Novo Testamento, em espe-
cial nos imperativos de Jesus, nos
autoriza a utilizar o nome de Deus
(Mt 28.18,19). Enquanto os judeus te-
miam e não pronunciavam o nome
de Deus para não correrem o risco
de pecar, Jesus nos permite fazer
menção o nome de Deus. Contudo,
é necessário observar que o nome
de Deus é santo quando nós o pro-
nunciamos com reverência e temor.
A geração passada, tinha uma
espécie de juramento quase que in-
falível. Quando alguém jurava “pela
mãe mortinha”, servia como ga-
rantia de que aquilo que se estava
falando era verdadeiro, pois quem
colocaria a vida da sua própria mãe
em risco? Os tribunais requeriam
das testemunhas seus juramentos
com a mão sobre a Bíblia Sagrada e
com a frase: “juro em nome de Deus
dizer nada mais além da verdade”.
Será que nos dias atuais alguém
acreditaria nos juramentos endos-
sados por tais argumentos?
1. A importância do nome
Quando os filhos nascem, pais se
apressam ao cartório, não apenas
para registrar a criança, mas o mais
importante neste processo é que a
criança tenha também o seu nome.
Quão frustrante é para os que em
suas certidões de nascimento não
consta o nome do pai. Intensa é a
luta dos filhos e filhas na busca pe-
los pais ausentes. Em muitos casos
a procura se dá, não pelo resgate da
afetividade perdida, mas pela inclu-
são do nome do pai em sua identi-
dade mesmo que tardia.
Muitos de nós também, mesmo
que tardiamente, tivemos nosso
nome registrado no Cartório Celes-
tial (Ap 3.5). A obra do Cristo possi-
bilitou nossa adoção (Ef 1.5). Outrora
tínhamos um pai que nos abando-
nou, a saber, Adão que nos deixou
uma herança de pecados. Nossa
certidão espiritual não continha o
nome do pai. Mas Jesus nos conce-
deu um novo nome (Ap 2.17), escre-
veu nosso nome no Livro da Vida e
nos deu Pai (Rm 8.15).
Por todo este sacrifício e pela
maravilhosa graça da conquista de
ter Deus como pai, em nossas vidas
é existe o Terceiro Mandamento. A
obra custou o sangue precioso de
Jesus. A graça não é barata. Não a
compramos com dinheiro, mas pa-
gamos um alto preço e demonstrar
que a Graça de deus nos alcançou.
Tal demonstração se dá pelo fato
de não utilizar o nome de Deus em
vão (Ml 1.6).
15
 2. Consequências em usar
o nome de Deus em vão
O nome de uma pessoa repre-
senta o seu caráter e reputação. Ve-
nho de uma geração que bastava o
pai assinar um bilhete ou empenhar
sua palavra, para que o crédito fos-
se aprovado na mercearia do bairro.
Mais do que isso, os compromissos
assumidos eram saldados. Confiá-
vamos na palavra e o sobrenome
da família era devidamente preser-
vado. Nos dias de hoje, o SPC e o
Serasa, são instituições que regis-
tram os inadimplentes. De certa
forma, estas instituições registram
os nomes de pessoas que não são
confiáveis, claro com raríssimas ex-
ceções de quem é arrolado por um
erro ou má fé. Se é honroso preser-
var nosso nome, por que não pre-
servar o nome de Deus, se Ele é a
maior autoridade em todo Univer-
so?
Nenhuma punição direta é im-
posta aos que pecarem contra
Deus usando o seu nome em vão.
Todavia, quando lemos o terceiro
Mandamento, encontramos o re-
gistro: “... porque o Senhor não terá
como inocente o que tomar o seu
nome em vão”. Então, fica devida-
mente entendido que quem usa o
nome de Deus em vão, não esca-
pará do castigo divino. Qual a pena?
Não sabemos, por isso é bom não
arriscar.
Talvez o maior castigo seja a
vergonha. Tomemos como exem-
16
plo uma passagem bíblica, onde
homens judeus estavam tentando
exorcizar um espírito maligno em
Atos 19.13 e para isso utilizaram o
nome de Jesus em vão, pelo sim-
ples fato de terem visto o apostolo
Paulo agir assim. Estes judeus não
se relacionavam com Jesus. A re-
preensão não veio de Deus, tam-
pouco dos apóstolos, mas do pró-
prio espírito maligno: “Conheço a
Jesus, e sei quem é Paulo, mas vós
quem sois?”. O nome de Deus não é
mágico, antes deve-se ter temor e
reverência ao utilizá-lo, pois a igno-
mínia pode ser o maior castigo aos
que o utilizam em vão o nome do
Senhor.
3. Como usar o nome do
Senhor de forma digna?
É muito comum encontrar cris-
tão utilizando-se de certas expres-
sões: “Se Deus quiser! Graças a
Deus! Deus te abençoe!”. Tais frases
do nosso cotidiano são forças de se
expressar. Melhor seria definir essas
citações como expressões da for-
ça de Deus. São expressões de fé;
expressões da autoridade de Deus.
Ao dizer essas frases, não estamos
utilizando do nome de Deus em
vão, não é algo dito da boca para
fora. Quando utilizamos o nome do
Senhor, não feito por desleixo, aca-
bamos por expressar a fé e a alegria
em abençoar ao nosso próximo (Ml
4.2).
O batismo é uma forma de utili-
zar o nome do Senhor dignamente
(Mt 28.19). O batismo é um símbolo
do sepultamento e da ressurreição
de uma nova criatura, um novo filho
ou filha que traz consigo um novo
nome (Cl 2.12).
Outra maneira honrada de uti-
lizar o nome de Deus é através da
pregação da Sua Palavra. Jesus diz
que pelos frutos conheceremos os
verdadeiros obreiro (Mt 7.15,16), pois
o que é dito, precisa necessaria-
mente, concordar com o que Deus
diz de fato (Mc 7.6).
Quando não vivemos de forma
digna ou quando não vivemos de
maneira honrosa cumprindo os
nossos compromissos cristãos na
adoração e na busca da santida-
de, nós representamos mal a Deus.
Da mesma forma que nos esforça-
mos para não arrastar o nosso so-
brenome para a lama do escárnio
e da vergonha, devemos também
obedecer ao terceiro Mandamento
e honrar o nome do Senhor. Exis-
tem falsos cristãos nos dias atuais
que não zelam pelo nome do Deus
a quem serve (Rm 2.24): políticos
prometem em nome de Deus; fal-
sos sacerdotes utilizam o nome de
Deus para enriquecer; diante de
doenças, muitos fazem promessas
e não cumprem (Ec 5.4,5).
Para pensar e agir
Os apóstolos pregaram que o
nome de Jesus Cristo é que garante
a redenção eterna aos que creem
(1Jo 3.23,24). É preciso crer e ob-
servar o nome do Messias Salvador
com respeito e reverência. É ne-
cessário entender que não há outro
maior que o de Jesus (Fl 2.9).
Neste caso não seria melhor
repreender as expressões chulas
acerca do nome do Senhor e crer
que através da invocação do nome
de Jesus, podemos alcançar a sal-
vação (At 2.21)?
Se o Primeiro Mandamento, nos
encoraja a amar e coloca-lO no
centro da nossa vida e o Segundo
Mandamento nos exorta que nada
pode substituí-lO em imagens,
tampouco em esculturas, então o
Terceiro Mandamento nos diz que
devemos honrar o nome do Senhor
e que temos em nossas atitudes um
nome a zelar, que é o próprio nome
do nosso Deus. O nome do Senhor
é santo. Portanto, neste nome há
salvação, o que não encontraremos
em nenhum outro nome (At 4.12).
Leitura Diária
SEG Malaquias 1.6
TER Marcos 7.6
QUA João 12.28
QUI
Lucas 11.2
SEX Isaias 42.8
SÁB Salmos 105.1
DOM Salmos 83.18
17
Data do estudo
Texto base: Êxodo 20.8
Jesus é o Senhor
do Sábado
O Quarto Mandamento
“Lembra-te do dia de sábado,
para o santificar” Êx 20.8-11
O dia do descanso é exigido em
muitos seguimentos religiosos e
concedidos no mercado de traba-
lho. O mulçumano, por exemplo
descansa na sexta feira; o judeu,
no sábado; o cristão, no domingo;
o pastor trabalha no sábado, no
domingo e com raríssimas exce-
ções, descansa na segunda-feira
com sua família; os trabalhadores
que têm escala de 12h x 36h, fol-
gam dia sim, dia não; plantonistas
de 24h tem um descanso de 5 dias.
Então, cada religião ou trabalhador
têm seu dia de descanso.
Existem alguns seguimentos re-
ligiosos que são ritualistas em seus
princípios. Em algumas dessas re-
ligiões, Jesus é um ser importante,
18
Lição 5
entretanto, idêntico a Rainha da In-
glaterra, o Filho de Deus é apenas
uma figura, mas não é soberano,
pois o que importa mesmo são os
preceitos da lei. Para essas cren-
ças, Jesus e Moisés, por exemplo,
estão no mesmo plano, sendo
que a lei mosaica deve prevalecer
sempre.
A questão do descanso começa
em Gênesis 2.2, onde está o regis-
tro do sétimo dia, mas não neces-
sariamente o sábado. A tradução
diz que Deus descansou. Será que
o Criador relaxou vislumbrando
sua criação e disse: “vou tirar um
cochilo!”? Jesus disse que o Pai
trabalha sem parar (Jo 5.17). O sal-
mista afirma que Deus não cochila
(Salmos 121.4). Há alguma diver-
gência entre o texto de Gênesis e
os do Novo Testamento? Na ver-
dade, não há. A menção de Jesus
ao Deus Criador é que Ele não dor-
me, tampouco descansa. O Quarto
Mandamento foi escrito para nós e
não para Deus.
A palavra sábado ou Shabāt é
o mesmo que cessar, repouso ou
pausa. Em Gênesis 2.2 o termo
descansar é cessar. O termo he-
braico aqui é ‫( ת ּ ֹב ְ ׁש ּ ִי ַו‬shavāt) ou seja
Deus cessou, terminou sua cria-
ção; mesmo termo hebraico usado
em Jeremias 7.34. O descanso do
Criador nada tem a ver com fadiga.
Trata-se da calmaria que ocorre
logo após que a ordem assume o
lugar de onde só existia o caos (Gn
1.1,2). Quando a luz, a água, o ar e a
terra, passaram a existir, Deus viu
que tudo isso era bom e suficiente
para sua satisfação (Gn 1.10).
O Quarto Mandamento é a pos-
sibilidade de perguntarmos ao
Criador se existe algo a fazer de-
pois que Ele criou tudo, mais eis
que Deus nos responderá sempre:
“Não, não há nada que você precise
fazer, apenas descanse e desfrute
da Minha Criação”.
1. Os aspectos da Lei no
Antigo Testamento
Existem duas questões, muito
importantes, implícitas na Lei do
Antigo Testamento. A forma pela
qual devemos observar a Lei é a
partir de dois pontos de vista in-
terpretativos, a saber, o aspecto
cerimonialista e o aspecto moral.
No que diz respeito às leis ceri-
moniais, elas já tiveram seus mo-
mentos importantes na história do
povo de Israel, mas ficou para trás
e não são mais necessárias. O sa-
crifício de animais para expiação
dos pecados humanos foi abolido
pelo sacrifício de Jesus, por nós na
cruz do Calvário (Jo 1.29; 1Tm 2.6).
Por que nas cerimônias Deus exi-
gia o sacrifício de animais inocen-
tes? O que eles teriam feito de er-
rado, para pagar um preço tal alto
pelos pecados dos humanos? A
resposta é que no âmago da ceri-
mônia existia também um aspecto
moral: os animais eram inocentes
e morriam por aqueles que eram
culpados. Jesus foi conduzido ao
madeiro e por ser inocente, sem
pecados, sem culpa e voluntaria-
mente se entregou em sacrifício
por nós (2Co 5.21). Os aspectos
cerimoniais da Lei já passaram, ou
seja, não sacrificamos mais ani-
mais (Hb 10.1-16), mas os aspectos
morais devem ser cumpridos. As
cerimônias passam, mas as leis
morais nunca passam.
19
 2. Consciência moral
humana
O decálogo está intrínseco na
consciência humana (Rm 2.14,15),
pois sabemos muito bem que é
errado diante de Deus e diante
dos homens: matar e roubar, por
exemplo. Todos nós sabemos que
se trabalharmos interruptamente,
sem descanso, morreremos venci-
dos pelo cansaço. Por isso, a pró-
pria consciência humana reconhe-
ce que precisamos de pelo menos
um dia, para repor as energias do
corpo.
O Quarto Mandamento é um elo
natural entre o que é moral e o que
é religioso.
• Aspecto Moral: trabalhe seis
dias e descanse no sétimo dia;
• Aspecto religioso: escolha o
sábado para isso.
Nisso entendemos que o con-
ceito moral do Quarto Mandamen-
to nos diz que se trabalharmos
direto, morreremos. Já no concei-
to ritualista deste mandamento é:
tenha um dia para consagrar sua
vida ao Senhor.
Nos dias atuais, parece que há
um consenso de que 24 horas por
dia, já não são mais suficientes
para realização de todas as tare-
20
fas. Mundo empresarial, competi-
tivo e movido pela ganância tem
criado alguns Workaholic (alguém
viciado em trabalho; um trabalha-
dor compulsivo). Existem pessoas
que não conseguem se desligar
do trabalho. Além de trabalharem
na empresa, levam trabalho para
casa. A mente destes viciados
em trabalho não descansa nun-
ca. Por outro lado, existem os que
não querem absolutamente nada
com o trabalho. Todavia, não po-
demos esquecer dos desempre-
gados que querem trabalhar, mas
não encontram espaço no merca-
do. O que há de comum nos dias
atuais é o descumprimento moral
do Quarto Mandamento, pois tra-
balhadores e desempregados não
separam um dia para consagrar a
sua vida a Deus.
Certa irmã clamava ao Senhor
por um filho e milagrosamente
Deus a ouviu. Durante o período
da sua súplica, era muito regular
nos cultos, inclusive no período da
gestação. Quando seu filho nas-
ceu, ela não mais comparecia aos
cultos. Certo dia a visitei e minha
curiosidade, além de saber sobre
sua saúde e do bebê, era desco-
brir o porquê, não mais compare-
cia na comunhão da igreja? Eis a
resposta: “Não tenho mais tempo,
pastor! Nem para mim, tampou-
co para Deus!”. As suas tarefas de
mãe haviam sequestrado o seu
descanso e consequentemente
sua consagração a Deus.
3. Vendo mal onde não
existe
Por que os cristãos não guar-
dam mais o sábado? Quando foi
que esta cerimônia foi extinta? O
Novo Testamento nos esclare-
ce que todas as cerimônias eram
como um símbolo que iria se con-
cretizar no futuro (Lv 23.1-8; Hb
10.1). Compreendemos que um
dia as cerimônias não seriam mais
necessárias, bem como o sábado,
a Páscoa (não celebramos a Pás-
coa dos judeus, mas a ressurreição
de Jesus, por ocasião da Páscoa),
primeiro fruto, festa dos taberná-
culos ou Yon Kipur. Todas estas
fizeram parte da Antiga Aliança.
Nisto compreendemos que as fes-
tas cerimoniais não teriam mais
sentido de existir. Findaram-se os
aspectos cerimoniais destas, mas
não os aspectos morais. Vejamos:
• Oseias 2.11 – Deus já comuni-
cava ao seu povo que cessaria as
cerimônias.
• Cl 2.16,17 – Cumpre-se este
comunicado com a vinda de Jesus
• Hb 8.6,7 e 13 – Estamos na
Nova Aliança (1Co 11.24,25)
A grande pergunta ainda na
atualidade é: por que será que, se
fica claro que as cerimônias foram
extintas, apenas o sábado ainda
gera dúvida e é respeitado por al-
guns seguimentos religiosos? Fica
claro que, se estamos em uma
Nova Aliança, então as cerimônias
também são outras.
Qual o ensino de Jesus para os
dias atuais? Jesus foi muito per-
seguido pelos judeus exatamente
por causa da cerimônia do sábado.
O Filho de Deus nos esclarece que
o sábado do Quarto Mandamen-
to foi feito por causa do homem
e não o homem por causa do sá-
bado (Mc 2.27). Seria o mesmo que
dizer o seguinte: o carro foi feito
para servir a família. E não a família
servir ao carro. Apesar de guardar
o veículo na garagem e abastecê-
-lo de suas necessidades, a priori-
dade não é o carro, mas a família.
4. A igreja e o dia do
descanso (shabāt)
O início da caminha da Igreja
Primitiva, alguns irmãos ainda sa-
crificavam animais e iam ao Tem-
plo de Jerusalém. As cerimônias
deixaram de existir por causa de
dois fatos importantíssimos: A res-
surreição de Jesus e o derramar
do Espírito Santo no Pentecostes.
21
 No dia da ressurreição de Je-
sus, os discípulos estavam reuni-
dos em uma casa; todos estavam
temerosos com os desdobramen-
tos da crucificação de Jesus. Afinal
eram seguidores do Cristo. Qual
seria suas sentenças? Será que o
Império Romano iria crucifica-los?
Como Deus os julgaria por terem
abandonado o seu Filho? Em meio
a este turbilhão de dúvidas, eis
que surge Jesus ressurreto e se
põe entre eles dizendo: “paz seja
convosco” (Jo 20.19). O evangelista
João detalha o dia em isso acon-
teceu: “no primeiro dia da semana”,
ou seja, exatamente no domingo.
Quanto ao Pentecostes, dia da fes-
ta da Colheita judaica, era calcula-
do da seguinte forma: seriam 7 sá-
bados x 7 semanas após a Páscoa.
O que resultaria em 49 dias, faltaria
1 dia para o total de 50 dias. O ter-
mo penta é um designativo de cin-
co ou cinquenta. Então qual o dia
após o sábado? Claro, o domingo!
Portanto o dia que compreende-
mos que aconteceu a descida do
Espírito Santo foi exatamente no
domingo (At 2.1).
No decorrer da história da Igreja
Primitiva, vamos identificando que
o domingo passou a ser o dia do
Senhor. Observe que, quando o
apóstolo Paulo esteve em Trôade,
foi exatamente em um domingo
22
que ele prega àquele povo e ain-
da ministra a Ceia do Senhor (At
20.7). Foi se tornando um habito,
algo muito comum os primeiros
crentes se reunirem para presta-
rem culto ao Senhor Jesus sempre
aos domingos (1Co 16.1,2). Por isso
entendemos que o dia do Senhor
é o domingo e não mais o sábado.
Nos dias atuais é muito comum
os crentes desejarem o repouso
em casa ao invés buscarem des-
canso no dia do Senhor. O artigo X
da nossa Declaração Doutrinária,
destaca que o domingo é o dia do
Senhor como princípio doutrinário.
O domingo deve ser para os cris-
tãos um dia de repouso em que
“pela frequência aos cultos nas
igrejas e pelo maior tempo dedi-
cado à oração, à leitura bíblica e
outras atividades religiosas, eles
estarão se preparando para aquele
descanso que resta para o povo de
Deus”.
O Quarto Mandamento, lon-
ge de ser um motivo para várias
e intermináveis discussões inter-
pretativas, é uma bênção para os
filhos de Deus. O Senhor abençoa
o trabalho, mas exige para o nosso
próprio bem um período de des-
canso. E o descanso sempre será
nos braços do Salvador (Mt 11.28).
5. Jesus é o Senhor do
sábado e de tudo que há
na Criação
Durante todo o seu ministério
terreno, o Senhor Jesus demons-
trou ser soberano a tudo. O Filho
de Deus subjugou a natureza re-
volta, os demônios e os planos de
satanás. Jesus foi superior às en-
fermidades. Cristo foi maior que a
vida e a morte; e por que não seria
superior à cerimônia do sábado?
Foi no sábado, que pelos ritos
judaicos nada poderia se fazer,
que Jesus expulsou um demônio
de um homem (Mc 1.21-28); curou a
sogra de Pedro (Mc 1.29-31); curou
um paralítico junto ao tanque de
Betesda (Jo 5.1-18); curou um ho-
mem com uma mão deformada
(Mc 3.1-6); restaurou uma mulher
aleijada (Lc 13.10-17); curou um ho-
mem que tinha os braços e as per-
nas inchadas (Lc 14.1-6); curou um
cego de nascença (Jo 9.1-16).
Para os judeus e os ritualistas
da atualidade, o sábado é um far-
do pesado, uma imposição. Pela
religiosidade do sábado nada se
pode fazer. Jesus é o Senhor do
sábado, do domingo e de todos
os dias da semana. Jesus cita Davi
que em um tempo de necessida-
de, comeu pães sagrados de que
não era lícito comer (Mt 12.2-8). O
que mais importa para Deus, de
acordo com o Quarto Mandamen-
to, são as pessoas e não os ritos.
Para pensar e agir
Trabalhamos 6 dias da semana
para conquistar o nosso sustento e
dedicamos apenas 1 dia em con-
sagração para conquistar o sus-
tento pelas mãos de Deus. Será
que se invertermos esta disposi-
ção e Deus dispor seus cuidados
a nós em apenas 1 dia, sobrevive-
ríamos?
Na sua opinião, qual o dia do
Senhor? Apenas um domingo?
Somente no sábado? Ou todos os
dias devem ser dedicados ao Se-
nhor?
Quando suplicamos a Deus
pelo pão nosso de cada dia, ape-
nas no sábado não temos o direito
de pedir? Viver em Jesus e atra-
vés de Jesus é viver todos os dias
como se fosse um shabāt.
Leitura Diária
SEG Marcos 2.27-28
TER
Mateus 12.11-12
QUA Lucas 13.14-16
QUI João 5.16-17
SEX Isaias 1.10-15
SÁB Romanos 14.5-6
DOM Hebreus 4.9-10
23
Data do estudo
Texto base: Êxodo 20.12
Código de Honra
O Quinto Mandamento
“Honra teu pai e tua mãe” Êx 20.12
Sem tempo para cuidar dos
pais, certo filho decidiu envia-
-los para um asilo. Em menos de
um ano na casa de acolhimento,
seu pai veio a falecer. Os meses
se passaram. A rotina intensa do
filho, o impedia de visitar a sua
mãe. Certo dia, o filho recebe uma
ligação da casa de amparo, onde
foi informado que sua mãe esta-
va falecendo. Com medo de não
conseguir se despedir da mãe,
como aconteceu com o seu pai,
largou seus inúmeros afazeres e
foi até o asilo. Ao reencontrar sua
mãe, perguntou:
— Mãe, o que quer que te faça?
Então ela respondeu:
24
Lição 6
— Quero que você compre
e instale ventilador em todo os
quartos e no refeitório. Ah! Quero
que compre uma geladeira para o
abrigo. Os ventiladores são para
tentar aliviar o intenso calor, já a
geladeira é para conservação dos
alimentos. Não foram poucos os
dias em que eu dormi com fome
porque a comida tinha estragado.
O filho surpreso, indagou:
— Mas, minha mãe, por que só
agora está me pedindo estas coi-
sas? Por que não pediu antes?
A mãe, já em seus últimos sus-
piros, respondeu:
— Meu filho, o seu pai não re-
sistiu, mas eu consegui me acos-
tumar com o intenso calor e su-
portei os dias de fome. Mas minha
maior preocupação é você não
suportar quando seus filhos en-
viarem você para cá, no dia em
que estiver mais velho.
Os Dez Mandamentos divi-
dem-se em dois grupos. Os qua-
tro primeiros Mandamentos do
Decálogo, apontam para uma
boa relação com Deus, onde os
três primeiros Mandamentos são
exigências do Senhor para o nos-
so próprio bem e, consequente-
mente, nossa felicidade. O Quarto
Mandamento é uma cerimônia e
uma condição moral: se alguém
trabalhar direto, certamente ha-
verá fadiga, ou seja, trabalhe, mas
folgue. A cerimônia é o shabāt
(cesse de trabalhar) e nesse dia
do seu descanso, consagre a sua
vida a Deus.
A partir do Quinto Mandamento
temos o outro grupo de manda-
mentos extremamente morais. O
primeiro grupo de quatro manda-
mentos nos instrui como adorar e
nos relacionar com o Criador. Já
o segundo grupo, formado por
outros seis mandamentos, nos
ensina como interagir, respeitar
e se relacionar com o nosso pró-
ximo. O objetivo dos seis últimos
Mandamentos é o bem-estar de
todos. Na transição dos grupos de
Mandamentos está o Quinto Man-
damento que fala do respeito aos
pais e principalmente em honrá-
-los.
Os termos do Quinto Manda-
mentos são bem claros: “Honra
teu pai e tua mãe, a fim de que te-
nha vida longa na terra que o Se-
nhor, o teu Deus, te dá” (Êx 20.12).
Nas famílias bem estruturadas e
de pais tementes ao Senhor, não
existe nenhuma dificuldade em
acatar a instrução do Quinto Man-
damento. Honrar pai e mãe em
famílias tradicionais e bem ajus-
tadas, não há nenhum problema.
No lar em que tudo é perfeito, em
um lar cristão, por exemplo, é fácil
honrar pai e mãe.
Entretanto, para as famílias
cujo os pais são desajustados, o
Quinto Mandamento tem gosto
amargo. Pense em um pai espíri-
ta ordenando o filho evangélico a
frequentar o terreiro espírita com
ele? Imagine um filho ou filha que
foram violentados, molestados
sexualmente pelo pai ou pelo
padrasto? Reflita sobre a atitu-
de de uma mãe que acoberta os
desvios morais do pai? Considere
um lar onde o pai é um alcóolatra,
ou idólatra? Nestes casos, como
25
cumprir o Quinto Mandamen-
to? Talvez a resposta seria: “cabe
aqui, para estes últimos casos de
pais descompromissados com os
Mandamentos do Senhor, obede-
cer a Deus e não os pais”. Pode até
ser. Entretanto, a desobediência
ao Quinto mandamento acarreta
em perda da promessa de uma
vida prolongada. Inegavelmente,
há uma verdade no Quinto Man-
damento: independentemente
das circunstâncias, pai e mãe me-
recem nossa honra.
Existem três princípios que de-
vem ser cuidadosamente analisa-
dos.
1. Primeiro princípio do
código de honra é: A
PROMESSA
O que significa uma vida longa
prometida no cumprimento do
Quinto Mandamento? Existem,
pelo menos, três possibilidades:
• A primeira possibilidade é
um sentido literal e histórico
» Na época do Antigo Testa-
mento, a desobediência aos
pais tinha como sentença a
pena de morte: Ex 21.17 – Lv
20.9 – Dt 21.18-21 – o desobe-
26
diente morreria.
» Em um sentido mais amplo,
quem obedecesse estaria livre
da morte, mas quem cometes-
se desonra aos pais, pagaria
com a própria vida.
• A segunda possibilidade
dessa promessa é espiritual
» Isto implica em dizer que
aqueles que obedecem ao
Quinto Mandamento, viverá
mais tempo na terra. Deus ob-
serva a obediência e prolonga
a vida do filho obediente.
» E quanto àqueles filhos que
eram obedientes ao Quinto
Mandamento, mas morreram
prematuramente? Não há res-
posta humana que satisfaça
esta pergunta, somente Deus
sabe as razões. Cabe a nós,
em momento algum, desviar
o princípio do código de hon-
ra aos pais. A vida pode até ter
sido prematuramente ceifada,
mas a promessa se cumpre
em uma vida espiritual prolon-
gada e cuidada pela Senhor,
pois Deus ao obediente pro-
mete ser companheiro e cui-
dar da alma (Dt 8.11-25).
• A terceira possibilidade é
física, ou de uma vida longa
de qualidade
» Deus sabe quem obede-
ce, mesmo com pais iníquos,
prolonga a vida com saúde.
O maior exemplo da Bíblia em
obediência está em Cristo. Veja
se a promessa da obediência aos
pais não se cumpriu em sua es-
sência na obra do Cristo. Afinal,
Jesus ao obedecer ao Pai, não só
foi ressuscitado, mas vive eterna-
mente.
2. Segundo princípio é ter
uma geração vitoriosa
É necessário ressaltar que nos-
sos pais não são perfeitos (Rm
3.23). Todos nós, incluindo nossos
pais, estão destituídos da glória
de Deus. Isto quer dizer que todos
nós estamos muito distantes e
somos incapazes em cumprir a lei
de Deus e não nos submetemos
a sua vontade. Deus não espera
que nossos pais estejam sempre
certos. O Quinto Mandamento
não é uma ordem que pressu-
põe que nossos pais sempre es-
tarão certos em seus preceitos
e que por isso devemos sempre
honrá-los. Nossos pais não são
merecedores da honra, pela qual
só devemos dar apenas a Deus.
Só o Senhor é digno de honra. O
código de honra aos pais envolve
o amor. O imperativo do Quinto
Mandamento consiste em orien-
tar a amar aos nossos pais, pois
mesmo que estes não mereçam,
o amor deve ultrapassar os méri-
tos.
A honra é devida porque os pais
são indispensáveis. Os filhos são o
prolongamento da vida dos pais.
Os pais cuidam dos filhos e com
o passar dos anos, são os filhos
que devem cuidar dos pais. Filhos
necessitam de bons relaciona-
mentos com os pais para que haja
desenvolvimento, conhecimento
e aplicação de uma vida ética,
preservando os conceitos morais
e os princípios divinos. Pais prepa-
ram os filhos para a vida (Sl 127).
Nossa sociedade entende que
a mãe faz parte da capitação de
recursos financeiros para o sus-
tento da família. Cada vez mais a
mulher adquire o direito de ajudar
a compor financeiramente, junto
com seu marido, o salário que a
família necessita para seu susten-
to. O cuidado dos pais deve sem-
pre estar no cuidado e na atenção
do desenvolvimento dos filhos.
Mas em que isso acarreta? Pais
atuais, trabalham de 8 a 10 horas
por dia. Perdem quase 4 horas
27
nas conduções que os levam para
o serviço e os trazem de volta ao
lar. Pais e mães chegam exaustos.
Deram quase tudo de si no tra-
balho e na volta para casa. Mas o
que dão aos filhos quando che-
gam em casa? O resto de quem
trabalhou o dia inteiro, intensa-
mente pela família? Os pais estão
apenas entregando aos filhos que
sobra de deles? Talvez esta seja
a resposta para os dias de hoje.
Queremos que os nossos filhos
sejam príncipes e princesas no
futuro, mas estamos tratando-os
como mendigos existenciais, pois
o que lhes oferecemos quando
chegamos em casa é o apenas o
que resta em nós (1Tm 5.8).
Nossa geração só será vitorio-
sa, se entendermos que o Quin-
to Mandamento é um código de
honra que começa primeiro na
obrigação dos pais e depois no
recebimento da honra. Mas tam-
bém de uma geração de filhos
que, a despeito do tratamento,
amor, dedicação e cuidado dos
pais, deseja o melhor para os seus
próprios filhos.
3. Terceiro princípio é ser
bom fruto a despeito da
árvore que o gerou
Os pais devem sempre se em-
penhar para merecer a honra dos
28
seus filhos (Ef 6.4). Nossos pais
nos corrigem por pouco tempo,
até que cheguemos aos anos da
nossa maturidade. Devemos aos
nossos pais a nossa vida física.
Entretanto, a Deus devemos nos-
sa parte imortal (Hb 12.9,10). Não
existe pais perfeitos (Sl 106.6), por
isso os pais precisam se esfor-
çar para fazer jus a devida honra.
O esforço dos pais consiste em
amar, cuidar, educar, motivar e
principalmente incentivar os filhos
nos retos caminhos do Senhor (Pv
22.6).
Obedecer a pai e mãe, agra-
da ao Senhor (Cl 3.20). Entretan-
to, como obedecer aos pais que
não são perfeitos? Honrar a pai e
mãe, implica em ser bom fruto a
despeito da criação. Uma árvore
seca, que não tem formosura, cuja
casca grossa, enrugada, pode ge-
rar bons frutos. Visitei um jovem
que estava preso por seus deli-
tos. Indaguei o porquê, pois tão
jovem perdeu a sua liberdade. Ele
me disse que se tornou violento
por causa do seu pai. Seu pai era
um bêbado, um viciado, iracundo.
Seus maus tratos à mãe, que não
o denunciava, e o desprezo pela
família o levaram a cometer pe-
quenos roubos para seu próprio
sustento até ser preso. Perguntei
sobre sua família. Ele me disse
que tinha um irmão gêmeo. Fui
ate o endereço do irmão dele.
Para minha surpresa o local onde
encontrei seu irmão era em um
escritório de advocacia. Seu irmão
era advogado e iria lhe defender.
Perguntei ao irmão o que incen-
tivou ser um advogado? Ele me
respondeu: “Meu pai foi meu maior
incentivo. Estou honrando meu pai
produzindo um fruto que ele não
gerou em mim, mas vou gerar em
meus filhos”. Quem não honra pai
e mãe é com uma lâmpada que
se apaga nas trevas.
Para pensar e agir
Se quisermos a bênção de
Deus sobre nossas vidas, se faz
necessário honrar os nossos pais.
Precisamos atentar que este é o
primeiro Mandamento com pro-
messa (Ef 6.2). Aqueles que um
dia são filhos, só poderão exigir
o cumprimento do Quinto Man-
damento em suas vidas, se hoje
obedecem a este código de hon-
ra.
Honrar pai e mãe descrentes,
implica em uma árdua obediência
ao Quinto Mandamento, por parte
dos filhos. Honrar a pais desobe-
dientes aos princípios bíblicos não
é ser solidário a estes. Uma das
formas de honrar pai e mãe que
são infiéis ao Senhor, é se conver-
ter a Jesus Cristo.
A última palavra registrada no
Antigo Testamento é maldição.
Entretanto o ultimo versículo do
Antiga Aliança retrata a família.
Quando é que Deus levanta mal-
dição na terra? Quando o coração
dos pais não está convertido aos
filhos, quando o coração dos fi-
lhos não está convertido aos pais
e quando ambos não se conver-
tem a Deus (Ml 4.6).
Uma família cujos princípios
estão firmados no Quinto Manda-
mento geram paz, harmonia, gra-
ça, bênçãos e amor para a nação.
Contudo ao ferir o código de hon-
ra as famílias tornam-se parte do
mal desta sociedade.
Leitura Diária
SEG Provérbios 19.26
TER Mateus 19.19
QUA Marcos 10.19
QUI Deuteronômio 5.16
SEX Mateus 15.4-6
SÁB Marcos 7.10-13
DOM Lucas 18.20
29
Data do estudo
Texto base: Êxodo 20.13
Estancando
o Sangue
O Sexto Mandamento
“Não matarás” Êx 20.13
60 pessoas são assassinadas a
cada hora, segundo os dados da Or-
ganização Mundial da Saúde (OMS).
No entanto, o Sexto Mandamento
nos deixa bem claro: matar, contra-
ria os princípios do Criador. Assassi-
nar é pecado.
Desde a descoberta do Brasil,
nossa nação vive em um banho de
sangue. Uma pesquisa do Datafolha
em 2017, registrou que um em cada
três brasileiros já teve um amigo ou
um parente que foi assassinado. En-
quanto isso, o Sexto Mandamento
nos adverte: Matar é pecado. 2 mi-
lhões de pessoas morrem de forma
violenta a cada ano no mundo. Esti-
ma-se que uma pessoa cometa sui-
cídio a cada 40 segundos; 1 pessoa
morre a cada minuto de forma vio-
lenta; e 35 pessoas são mortas por
30
Lição 7
hora decorrente das guerras.
Cada vez mais, os exércitos, po-
liciais e bandidos estão se armando
até os dentes. A pergunta que não
cala é: “Por que será que a humani-
dade insiste em ferir o Sexto Man-
damento? Talvez não passe pela sua
cabeça fazer mal a alguém, tam-
pouco matar. Entretanto, por que
será que Jesus, não apenas alertou
sobre este Mandamento, mas o po-
tencializou: “Ouvistes que foi dito
aos antigos: “Não matarás; [...] Eu,
porém, vos digo que todo aquele que
[sem motivo] se irar contra seu irmão
estará sujeito a julgamento; e quem
proferir um insulto a seu irmão esta-
rá sujeito a julgamento do tribunal;
e quem lhe chamar: Tolo, estará su-
jeito ao inferno de fogo” (Mt 5.21,22).
Proferir um insulto, odiar ou cuspir
é tal letal quanto o efeito de matar.
No coração de Deus, no interior do
Senhor, não cabe o ódio.
O que Jesus quer nos dizer? Por
qual motivo, o Senhor nos faz en-
tender o real motivo do Sexto Man-
damento? Jesus sabe que dentro
de nós habita a velha criatura. Todos
nós temos dentro de nós uma fera
indomável. Se não a alimentarmos
ela tende a enfraquecer de inani-
ção. Contudo, uma arma na cintura,
pode levar um ser desequilibrado
ao ápice da violência. Certa vez um
rapaz me contou que estava muito
angustiado. Seus punhos estavam
cerrados. Seu rosto, vermelho de
raiva. Ao indaga-lo do porquê, ele
me disse que alguém bateu em seu
automóvel e não parou para nego-
ciar o conserto. Ele perseguiu o veí-
culo por vários quarteirões, mas o
outro motorista é habilidoso e fugiu.
Ele me disse que se estivesse arma-
do, algo de pior poderia ter aconte-
cido. Eu lhe disse que o pior estava
acontecendo, pois o motorista que
causou o acidente tinha ido embora
da cena do crime, mas ainda estava
dentro do peito da vítima o fazendo
sofrer e elaborar os mais sórdidos
planos de vingança. Jesus espera
mais dos seus discípulos do que da
lei.
Por que a sociedade atual vio-
lenta este mandamento? Por que
ainda se mata tanto. As respostas
a seguir, são as interpretações mais
prováveis e uma vez compreendida,
podem servir de estanque desta
hemorrágica violência.
1. O pecado como causa
principal
A morte não é um castigo de
Deus, mas uma consequência do
pecado humano (Rm 6.23). Graças à
bondade do Senhor, tal salário não
é pago antecipadamente.
As primeiras mortes acontecem
no Éden. Adão é Eva, não caem,
mas devido ao seu pecado, morrem
diante da credibilidade do Criador.
Logo depois mais duas mortes são
registradas: “E fez o Senhor Deus a
Adão e à sua mulher túnicas de pe-
les, e os vestiu” (Gn 3.21). Certamen-
te, os animais de quem Deus tirou
as peles para fazer tecer as roupas
para Adão e Eva, foram as primeiras
vítimas do pecado. Isso implica em
dizer que quando pecamos, inocen-
tes pagam por tal desvio. Também
fica claro que, sem derramamen-
to de sangue, não há remissão de
pecados (Hb 9.22). A morte põe fim
ao pecado. A morte encerra a pos-
sibilidade de pecar. Se Adão e Eva
permanecem no Éden, comeriam
do fruto da Árvore da Vida e seriam
pecadores eternos. Do lado de fora
do Éden e longe do fruto da Árvore
que lhes daria vida, teriam oportuni-
dade de se salvar arrependendo-se.
Em permanecendo no Éden, Adão e
Eva, manchariam a Glória de Deus.
Portanto, todo pecador terá que
morrer, seja naturalmente ou por
doenças, assassinado ou até por
suicídio. O pecado condenou a hu-
manidade à morte (Gn 9.6). Todavia,
nunca podemos esquecer que o
31
dom da vida e a sentença da mor-
te pertencem a Deus. Quando Caim
assassina seu irmão (Gn 4.8-16) e se
arrepende, percebendo a gravida-
de do seu ato, Deus o livra da morte
(Gn 4.15). Ninguém tem o direito de
matar.
2. É necessário diferenciar
matar de assassinar
“Quem derramar o sangue do ho-
mem, pelo homem o se sangue será
derramado; porque Deus fez o ho-
mem conforme a sua imagem” (Gn
9.6). Jesus alertou a Pedro: “... Em-
bainha a tua espada; porque todos
os que lançarem mão da espada,
à espada morrerão” (Mt 26.52). Davi
matou Golias, a ameaça viva do seu
povo.
A palavra hebraica usada no Sex-
to Mandamento (Êx 20.13 e Dt 5.17)
é “ratsach”, que traduzida quer dizer
“assassinar”. Ratsach, quer dizer, li-
teralmente, um assassinato pre-
meditado violento de um inimigo
pessoal. Assassinar é matar pre-
meditadamente. Então, se pudés-
semos traduzir literalmente o Sexto
Mandamento diríamos que está es-
crito assim, para melhor entendi-
mento: “Não assassinarás premedi-
tadamente”.
Há profissionais que dialogam
com a morte em suas rotinas de tra-
balho. Por exemplo, um bombeiro
civil que se lança em um prédio em
chamas na tentativa de salvar al-
guém, mas acaba morrendo no sal-
vamento. O bombeiro, não tirou sua
32
própria vida, premeditadamente. Da
mesma forma um policial militar,
arrisca a sua vida perseguindo me-
liantes quase sempre. Se por ven-
tura falecer em combate, o policial
militar não premeditou sua morte.
Todavia, se um PM desferir tiros
contra um bandido com ódio ou por
vingança, na verdade, ele está co-
metendo pecado e ferindo o Sexto
Mandamento.
Vários servos de Cristo e missio-
nários do Reino de Deus, deram suas
próprias vidas na luta para anunciar
as Boas Novas. Mesmo sabendo
dos riscos de morte, ainda assim
dedicaram suas vidas (Rm 8.36), não
cabe aqui a auto aniquilação. Aliás o
suicídio é um crime diante dos ho-
mens e uma afronta diante de Deus
por ser premeditado.
3. Não há exceções no
Sexto Mandamento
Não existe nenhuma exceção. O
Sexto Mandamento inaugura uma
proibição absoluta: “Não Matarás”.
Contudo, será que há, por exemplo,
exceções para o aborto ou a euta-
násia?
O aborto é descontinuação da
gravidez, com ou sem a expulsão
do feto que resulta na morte do
feto. A Bíblia esclarece que o nasci-
turo se torna um ser vivo no ventre
materno (Jr 1.5; Salmos 139.13-16;
Is 49.1). Davi afirma que alguém,
mesmo sendo pecado, pode gerar
filhos (Sl 51.5). Alguns movimentos
insistem em afirmar que no Sexto
Mandamento há exceções para o
aborto, pois:
• A mulher tem direito sobre
seu próprio corpo
» Sim, mas o nascituro não é uma
extensão do seu corpo, mais um
ser vivo que nele habita.
• A não autorização do abor-
to, muitas mulheres recorrem
a clínicas clandestinas para o
aborto, acarretando problemas
graves de saúde.
» Um erro não justifica o outro.
Clinicas clandestinas são casos
de polícia.
• As mães pobres são força-
das a dar à luz aos seus filhos.
» Existem métodos contracepti-
vos e campanha do Ministério da
Saúde que doam anticoncepcio-
nais e alertam contra a má utiliza-
ção desses métodos.
Portanto, realizar um aborto, ou
ajudar alguém a realiza-lo é homi-
cida, da mesma para a eutanásia
(conduta de retirar a vida de alguém
em estado terminal, beirando à
morte, ou que esteja sujeito a dores
e intoleráveis sofrimentos físicos): “...
e não matarás o inocente e o justo;
porque não justificarei o ímpio” (Êx
23.7).
A vida pertence a Deus. Ele é o
doador da vida. Tirar a vida de al-
guém, através de assassinato é
usurpar a autoridade do Criador.
Nossa função, como imagem e se-
melhança de Deus, não é assassi-
nar, mas ajudar as pessoas a vive-
rem.
Para pensar e agir
Você seria capaz de matar al-
guém para defender a sua família?
Se você tivesse a oportunidade de
desarmar um assassino que aponta
a arma para um ente querido, qual
seria a sua reação.
Muitos nesta sociedade defen-
dem que “bandido, bom é bandido
morto!”. Você também pensa assim.
Por exemplo, naquele sequestro,
pelo qual um jovem sequestrou um
ônibus com passageiros, até culmi-
nar em sua morte por um atirador
de elite agindo dentro da lei, qual
foi a sua reação quando este jovem
caiu morto, depois de receber três,
dos 5 tiros disparados levando-o a
morte?
Como estancar esse banho de
sangue oriundo do caos social?
Criando mais leis ou anunciar a paz
que excede todo entendimento hu-
mano (Fl 4.7)?
Leitura Diária
SEG Tiago 2.11
TER Romanos 13.9
QUA
Lucas 18.20
QUI Mateus 19.18
SEX Atos 3.15
SÁB 1Samuel 2.6
DOM João 11.17-27
33
Data do estudo
Texto base: Êxodo 20.14
Adúlteros e Adultério
na Balança de Deus
O Sétimo Mandamento
“Não adulterarás” Êx 20.14
Em todo ser humano, indepen-
dentemente de sua nação, tribo,
comunidade, crença ou cultura,
existe um senso moral que reco-
nhece o que é certo ou errado,
ético ou imoral e que o mal tem
como consequência o julgamen-
to e punição. Por isso o apóstolo
Paulo afirma que o homem, a des-
peito de conhecer os Dez Manda-
mentos de Deus, é injustificável
diante do seu Criador.
Imaginemos a humanidade
sem leis e normas. Como ficaria,
por exemplo alguém quem che-
gou primeiro e se apropriou de
um território, logo em seguida de-
34
Lição 8
marcou as suas terras, mas pouco
tempo depois, alguém se dizendo
dono, reivindica tal propriedade?
Sem leis, normas e códigos de
conduta moral, os homens resol-
veriam seus imbróglios como ani-
mais, ou seja, o mais forte sempre
seria o vencedor. Por isso, para o
bem da sua própria Criação, Deus
nos concedeu suas leis morais.
Nela, além de proteger o inocen-
te e orientar quem está com a ra-
zão, O Senhor quer nos abençoar
e punir o mal efetivamente.
Mas, o que acontece aos que
desobedecem às leis de Deus?
Note, que os homens são mais
obedientes às leis da natureza
do que aos preceitos do Criador.
Todo homem sabe que ao to-
car em um fio de alta voltagem,
corre perigo de morte. Ninguém
suporta mais que 10 minutos de-
baixo d’água, sem equipamentos
de mergulho, se sobreviver terá
grandes sequelas. Aquele que
pula do 10º andar, sem nenhuma
proteção, certamente morrerá.
Um motorista prudente não entra
em uma curva a 360Km/h. Deste
modo, o homem sabe que as leis
da natureza são implacáveis aos
seus desobedientes. É de conhe-
cimento de todos que o salário do
pecado é a morte (Rm 6.23). Mas
você conhece alguém que peca
desde a adolescência, mas ainda
não recebeu a devida punição. Às
vezes me pego pensando que o
mundo seria menos violento se
Deus fosse mais rápido na exe-
cução da pena contra o pecado.
Pecadores deveriam ter a mesma
sentença de Ananias e Safira (At
5.4,5), não é mesmo? Eu mesmo
já questionei ao Senhor sobre a
causa e efeito. Perguntei a Deus
por que o político que desvia ver-
bas da merenda escolar para sua
conta no exterior, ainda vive sem
punição imediata? Por que o pe-
dófilo demora a ser encontrado?
Por que o motorista embriaga-
do atropela pessoas na calçada,
foge da cena do crime, mas ao
ser encontrado paga fiança e fica
livre? Por que a mulher pega em
adultério não foi punida imediata-
mente (Jo 8.5)? Por que os blas-
femadores estão impunes? Por
que os algozes de Jesus não fo-
ram punidos depressa? Eis a res-
posta de Deus: “Já pensou, filho
meu, se não fosse paciente com
você e lhe punisse imediatamen-
te após o seu pecado?” Deus per-
doa a iniquidade não retém sua
ira para sempre (Mq 7.18), O Se-
nhor é tardio em irar-se (Na 1.3), a
obra da cruz é tolerante (Rm 3.25),
Deus é longânimo (Rm 9.22). A lei
moral de Deus é inegavelmen-
te abençoadora em retardar sua
sentença. Talvez a única punição
imediata seja a dor na consciên-
cia, para muitos (Rm 2.4). Então, já
que Deus é paciente e não pune
o pecador imediatamente, vamos
todos pecar – possivelmente foi
esse o entendimento da serpen-
te no Éden, em conversa com Eva
(Gn 3.3-5). A ira de Deus ao peca-
dor pode ser tardia, mas mesmo
vivendo sob a os efeitos da Graça
de Jesus a todos os homens, no
dia do juízo, todos receberão suas
respectivas sentenças (Rm 2.5-8).
35
 A sociedade atual peca não
apenas por suas obras, pensa-
mentos ou delitos, mas está em
rota de colisão com o próprio Cria-
dor por duvidar ou desdenhar da
sua silenciosa lei moral. Mesmo
desconhecendo aos Dez Manda-
mentos, as leis dos homens, a hu-
manidade não escapará da culpa
intrínseca em sua consciência. Se
todos os pecados do ser humano
não forem anulados pela Graça,
não existe a menor possibilidade
de o pecador escapar do juízo de
Deus, nesta vida ou na vindoura.
Quando somos informados que
alguém pecou, qual o pecado lhe
vem imediatamente à cabeça? Se
somos informados que, em espe-
cial um homem que exerce lide-
rança, pecou somos seduzidos
pelo pensamento de que este co-
meteu adultério. A sociedade dá
muita ênfase ao adultério. Adul-
tério tem o mesmo peso que rou-
bar, matar, disseminar contendas,
deixar de cooperar com dízimos e
ofertas, por exemplo.
O Sétimo Mandamento é enfá-
tico: “Não Adulterarás”, mas que
tipo de adultério está implícito
nesta lei? Vejamos, pelos menos,
36
três tipos de adultério:
1. Adultério Conjugal
(Mt 5.27-28)
Neste tipo de adultério o cônju-
ge é a vítima. O adultério satisfaz
a carne, mas destrói casamentos
e danifica sensivelmente a cria-
ção dos filhos. A fidelidade ao
cônjuge, embora não seja o único
pressuposto, é uma condição sine
qua non, para a estabilidade do
casamento. Fidelidade é honrar o
cônjuge na ausência. Fidelidade
conjugal é ser fiel quando o côn-
juge não está presente: “Digno de
honra entre todos seja o matrimô-
nio, bem como o leito sem mácula;
porque Deus julgará os impuros e
adúlteros” (Hb 13.4).
José do Egito, filho de Jacó, sa-
bia que o peso que existe no adul-
tério em ferir a santidade diante
de Deus (Gn 39.7-10). A mulher de
Potifar procurou José para adul-
terar, Mas ele resistiu à tentação,
mesmo sabendo que tinha autori-
zação para tocar em tudo na casa
de Potifar, o adultério abalaria a
confiança de Deus e do seu pa-
trão (Gn 39.9).
O Senhor Jesus confirma o Sé-
timo Mandamento e o intensifica:
o olhar que cobiça é o mesmo
que adulterar (Mt 5.28). Jesus não
está dizendo que não podemos
observar o que é belo. O que Je-
sus proíbe é o desejo carnal. São
os olhares que promovem fanta-
sias. Diz que é pecado alimentar o
apetite que tem a intenção saciar
os instintos carnais. Pode parecer
estranho, mas minha preocupa-
ção é tão intensa com o Sétimo
Mandamento que, antes de pegar
no sono, sempre faço uma oração
ao Senhor: “se tiver que sonhar
com uma mulher que seja a mi-
nha esposa!”.
Minha oração é para que meus
olhos são para apenas minha es-
posa, para que o adultério não
seja um agente destruidor da san-
tidade. Minha oração é para que
Jesus nos ajude que, ao olha para
o outro, não o transformemos em
coisas para serem usadas ou em
um simples objeto de prazer.
A sociedade atual precisa en-
tender que o Sétimo Mandamen-
to vai muito além de um simples
“não”. Ao anunciar que adultério é
um pecado moral, o Senhor de-
monstra que nos ama e nos prote-
ge do perigo, pois todos aqueles
que estão em adultério, estão fe-
rindo a si próprio, ao cônjuge, aos
filhos inocentes e não obstante, a
santidade de Deus.
2. Adultério social
(Tg 4.4.5)
Você já ouviu falar no jeitinho
brasileiro? Tal faceta tem exem-
plos positivos e negativos. As
inúmeras crises financeiras na
economia brasileira, o jeitinho
brasileiro, positivamente, revelou
que homens e mulheres, após
perderem seus respectivos em-
pregos, inovaram e descobriram
talentos outrora escondidos. Não
é raro ouvir história de brasileiros
que começaram vender peque-
nos bolos para sua sobrevivência,
mas que hoje são empresários
no ramo. O jeitinho brasileiro para
alguns, foi a resposta para a desi-
gualdade social e a revide às ad-
versidades.
Por outro lado, o jeitinho brasi-
leiro revelou adúlteros sociais. As
atitudes negativas do jeitinho bra-
sileiro é a falta do civismo, onde
enganar os outros, o governo e
principalmente a Deus tornou-se
37
desculpa para a sobrevivência.
Quem nunca ouviu falar de
quem já foi vítima de adulteração
do combustível do posto do bair-
ro onde abastece o seu veículo?
Conhece alguém que adulterou o
odômetro do automóvel para di-
minuir a quantidade de quilôme-
tros rodados, com a finalidade de
valorizar o carro? E aquele vizinho
que deu um jeitinho adulterando
o medidor, furtando a conces-
sionária de energia elétrica da
sua região? Sem falar das frau-
des contra o INSS e Bolsa Famí-
lia? Quantos já colaram na prova?
Lembra de alguém que consegui
um atestado de saúde falso, só
para não ter que trabalhar? Adúl-
teros sociais também ferem dire-
tamente o Sétimo Mandamento,
pois quebram a confiança do pró-
ximo e principalmente a lealdade
a Deus impresso em suas próprias
consciência do que é correto e er-
rado (Sl 50.16-18)
Muito provavelmente, os adúl-
teros sociais têm pressa para re-
e receber do Senhor as suas pro-
messas (Sl 101.7)
3. Adultério Espiritual
(Mt 12.39)
Existia uma multidão que des-
confiava de Jesus. Será filho de
Deus mesmo? Faz isso por que
Belzebu está sobre Ele (Mt 12.24)?
Então Jesus diz que o sinal que
será dado para comprovar que é
Filho de Deus é idêntico ao que
acontece com o profeta Jonas,
ou seja, 3 dias na boca do Peixe,
3 dias ele ficaria na terra, mas res-
suscitaria.
Como explicar o que Jesus
chamou de geração adúltera?
Geração adúltera é aquela com-
prometida com muitos deuses. É
quando o ser humano deixa de
acreditar em Deus e só se rela-
ciona com ele por interesse. Só
acredita quando Deus realiza um
milagre. O grande adultério con-
tra Deus é quando alguém deixa
de adora-lO e passa adorar a si
mesmo. Vive para satisfazer as
Observe se não acontece em
nossas reuniões de oração. Com
raríssimas exceções o que passa
na cabeça daqueles que oram:
“chegou o momento de retirar algo
de Deus! Nós vamos nos reunir em
oração, então vamos ver o que
Deus tem para nós!”. Parece que a
Noiva quer dar um “golpe do Baú”
no esposo. E se ele não der? Pos-
sivelmente os outros deuses da-
rão. Certa feita, sai muito frustrado
de uma oração, quando um irmão
suplicava a Deus pelas bênçãos.
Em sua oração ele dizia: “Deus, se
eu tivesse pedido para o diabo, ele
teria me dado [...], por isso aguar-
do por tua bênção!” Tenhamos o
mesmo sentimento que houve
em Habacuque, que apesar de
questionar em muitos momentos
ao Deus de Israel, resolveu ser fiel
e esperar: “O justo viverá pela fé (fi-
delidade)” (Habacuque 2.4).
Para pensar e agir
O adultério destrói o equilíbrio
familiar. Quando os pais adulte-
ram, certamente a harmonia e o
atual sociedade ainda pensa as-
sim? Ou tudo é válido em nome
do “pseudoamor”?
Qual deve ser o nosso sen-
timento quando olhamos pela
janela e vemos o vizinho que se
relaciona com outros deuses para
conseguir manter o seu padrão de
vida? Como devemos agir quando
nosso vizinho idólatra prospera
e o crente fiel ainda aguarda as
bênçãos vindas do Senhor?
A atual geração de evangéli-
cos são interesseiros, ou seja, só
se relaciona com Deus por causa
das suas bênçãos?
Leitura Diária
SEG Provérbios 6.27-29
TER 1Coríntios 6.18
QUA Provérbios 2:18-19

solver seus problemas, por isso suas próprias vontades. Serve a si exemplo moral são dilacerados. QUI Provérbios 5:3-6
adulteram para realização dos mesmo e não a Deus. É o crente Os adúlteros não são mais, para SEX Hebreus 10.38
seus objetivos. Que tenhamos que somente vai em busca das os filhos, um modelo moral. Sin- SÁB 1Samuel 2.6
paciência para esperar em Deus bênçãos de Deus e não do Deus ceramente, você entende que a DOM João 11.17-27
das bênçãos.

38 39
Data do estudo
Texto base: Êxodo 20.15
Obter Algum Valor
por Nada em Troca
O Oitavo Mandamento
“Não furtarás” Êx 20.15
Normalmente meu sono é leve.
Qualquer barulho no quintal, me des-
perta. Mas houve um dia em que o
cansaço me presenteou com um sono
profundo. Nesta noite um anjinho me
acordou com chamadas insistentes:
“pai, pai levanta!” – puxando o meu
braço. Levantei, mas não tinha nin-
guém do meu lado. Fui no quarto do
meu anjinho e ela dormia profunda-
mente. Quando estava voltando para
a cama, ouvi um barulho como de
uma lata vazia caindo ao chão. Pen-
sei logo: “só pode ser um gato!”. Sem
abrir a porta tratei de bradar contra o
bichano: “Vai-te embora! Não há nada
para você aqui! Deixe-nos em paz!”.
Logo depois, ouvi como que o barulho
como o de patas arrastando no muro e
em seguida silêncio. Ao acordar, pela
manhã, ainda à mesa com a esposa e
contando-lhe o acontecido, a campa-
inha tocou. Era minha vizinha da direi-
40
Lição 9
ta. Em sua mão um celular e um vídeo
que captou as ações de um furtador
na noite passada. No vídeo, um ladrão
que pulou seu muro da frente e logo
em seguida pulou o muro da nossa
casa. Era possível ao fundo, ouvir a
minha voz: “Vai-te embora! [...]”. Eu que
pensava estar repreendendo um gato,
quando na verdade estava me dirigin-
do a um ladrão que pulou o muro da
nossa residência. O barulho da ma-
drugada não era um felino, mas a as-
túcia de um ladrão. O que você acha
que esse rapaz queria fazer?
Deus sabia que existiam salteado-
res. Por isso criou um Mandamento
abrangente a qualquer tipo de subtra-
ção. Na época do Antigo Testamento,
a sentença para quem furtava era a
devolução. O ladrão deveria devolver
em dobro tudo o que foi indevida-
mente saqueado de alguém (Êx 22.9).
O objetivo não era de apenas punir
quem roubou, mas restaurar a comu-
nhão entre o réu e a vítima.
A sociedade atual está apenada
pela violência. Parece que a situação
está invertida. Famílias estão cada vez
mais presas, condenadas em suas
residências cercadas de muros e gra-
des de proteção e os meliantes estão
soltos praticando todo tipo de furtos.
A desobediência ao Oitavo Manda-
mento, trouxe caos e provocou uma
sociedade desorganizada, pois quem
deseja retirar de nós aquilo que não é
devido, mais do que pecar contra as
leis morais de Deus, não quer pagar
por nada em troca.
1. Furtar é adquiri algo
pelo qual não tem direito
Dia desses entrei em uma escola e
havia uma pesquisa sobre a violência.
Uma das perguntas era: “O que leva
um ser humano a furtar?”. Até aí nada
de mais, entretanto, o que me cha-
mou a atenção é o que vi na parte que
prende o papel na prancheta. Ali havia
uma caneta presa a um barbante.
O que você acha que o rapaz que
pulou o muro da minha casa deseja-
va? A mesma coisa que alguém que
furta uma caneta: ambos querem
algo que não lutaram para conquistar.
Quem furta quer adquirir algo que não
é seu de direito. Furtar é apropriar-se
de algo que não lhe pertence. Todo
ladrão procura obter alguma coisa por
nada em troca.
O Oitavo Mandamento é mais do
que uma conduta moral; é na verda-
de, uma sentença divina afirmando
que Deus quer que nossos bens, pa-
trimônios e objetos sejam conquista-
dos apenas pelo fruto do nosso traba-
lho ou por doação, nunca pelo furto
(Gn 3.19). O suor do trabalho é antidoto
para quem pensa em furtar: “Aque-
le que furtava, não furte mais; antes
trabalhe, fazendo com as mãos o que
é bom, para que tenha o que repartir
com o que tiver necessidade.” (Ef 4.28).
Aquele que trabalha, tem o direito de
adquirir seus bens. Se alguém não
quiser trabalhar, nem o direito de co-
mer terá (2Ts 3.10). Todo trabalho, ain-
da que seja árduo, é virtude (Sl 128.2).
Trabalhar é uma benção. O trabalho
enobrece o homem. Por que o ladrão
pulou o muro para roubar? Porque
furtar, é mais fácil do que adquirir com
o suor do próprio rosto. Deus ama ao
trabalhador, mas condena o preguiço-
so (Pv 21.25). Só há forma de prospe-
rar: trabalhando (Pv 10.4).
A sociedade atual tem muita difi-
culdade em cumprir o Oitavo Manda-
mento. Afinal que problema existe em
levar uma simples canetinha de uma
instituição, que não fora doada, para
casa? Talvez tenha sido esse o mesmo
pensamento de Acã (Js 7.20-26; 22.20).
Os homens não viram o pecado de
Acã, mas Deus tudo vê. Uma vida ho-
nesta diante de Deus requer paciência
(Pv 28.20). O problema da atual socie-
dade é pressa que sempre irá dialogar
com o enriquecimento ilícito.
2. Tentar conseguir algo
de Deus sem se esforçar,
também é um tipo de furto
É possível roubar a Deus? O profeta
Malaquias diz que sim (Ml 3.8). É um
perigo pecaminoso ter um relaciona-
mento com Deus apenas por interes-
41
se. Tentar conseguir algo do Senhor,
sem nada em troca é uma espécie de
furto. É claro que a salvação é um dom
gratuito de Deus (Ef 2.8,9). Ninguém
será salvo pela quantidade de obras,
mas a salvação não inviabiliza nossa
participação. O apóstolo Tiago afirma
que a fé sem obras é morta (Tg 2.26).
O exemplo do esforço para conseguir
algo é o amor do Senhor. O amor de
Deus é doador. Ele nos deu o seu Fi-
lho (Jo 3.16). Jesus se doou na cruz
para nos salvar. Se quisermos algo de
Deus, devemos nos doar. Qualquer
tentativa em ser abençoado por Deus
sem esforço, é o mesmo que furtar,
ou seja, conquistar algo sem nada em
troca, é furto. É uma rota de colisão ao
Oitavo Mandamento.
O evangelho de João demonstra
claramente que Deus não inviabiliza
nossa participação em seus milagres.
Jesus, através do seu poder, poderia
retirar a pedra que lacrava o túmu-
lo de Lázaro (Jo 11.38), mas solicitou
a participação humana no processo:
“Tirai a pedra” (Jo 11.39), logo depois,
mais uma vez disse: “Desatai-o” (Jo
11.44). Portanto, qualquer um que de-
seja o favor de Deus, precisa imprimir
seu labor. Sem esforço, Josué jamais
conseguiria conduzir o povo hebreus
às terras de Canaã (Js 1.6). Paulo diz
que aquele que semeia colhe (2Co
9.6). o grande problema desta socie-
dade é que almeja colher, sem nada
ter semeado. Alguns pais querem
chegar em casa à noite e colher cari-
nho dos filhos, mas ao sair pela manhã
não semeiam aos filhos palavras de
“eu amo vocês”, por exemplo. Crentes
atuais querem retirar de Deus aquilo
que não semearam. É evidente que
o Senhor não faz barganha com seu
42
povo, tampouco espera que façamos
algo para nos abençoar. A bondade do
Senhor está sobre os justos e injustos.
Entretanto, Deus tem prazer em aben-
çoar àqueles que o amam e o buscam
pelo prazer de estar com Ele sem a in-
tenção de furtar as suas bênçãos.
3. Diversos tipos de furtos
Se o Oitavo Mandamento não exis-
tisse, muito provavelmente a huma-
nidade estaria envolvida em um caos
sem precedentes. Como, a partir do
Quinto Mandamento, o Decálogo
tem como função proteger o nosso
próximo e a nós mesmo, a ordem em
não furtar acaba sendo um concei-
to fundamental para a harmonia de
uma sociedade organizada. Vivemos
envolvidos em um caos social, mas a
situação estaria bem pior, se não hou-
vesse a ordem divina para não furtar.
Ainda assim, existem alguns que
insistem em furtar. Aliás que fique
claro: furtar é diferente de roubar.
O ato de furtar é sorrateiro. Furtar é
apropriar-se indevidamente de algo
que pertence a outrem sem o uso da
violência. Já roubar, é subtrair algo de
propriedade de uma pessoa com uso
de armas de fogo ou com violência.
Quais os tipos de furtos? São mui-
tos, mas dentre eles podemos des-
tacar alguns produtos nos supermer-
cados. Os alimentos congelados são
apontados como maus exemplos,
pois o consumidor poderá pagar mais
caro, não pelo preço da carne, mas
pelo gelo contido na embalagem.
Deus condena tal fraude (Lv 19.35).
Não são raros os casos em que pa-
trões e empregados são condenados
pela justiça do trabalho por causa do
furto. Em se tratando de patrões, o
furto acontece quando os direitos tra-
balhistas não são oferecidos. Por cau-
sa do alto índice de desempregados,
alguns julgam não necessário a assi-
natura da Carteira de Trabalho. Pagam
os salários abaixo da tabela. Quando
despedem seus funcionários, tem sido
comum, mandar o empregado procu-
rar a justiça dos homens para receber
seus proventos. Não depositam FGTS,
tampouco quitam as contribuições do
INSS. Por outro lado, alguns empre-
gados desonestos utilizam-se do te-
lefone da empresa para resolver seus
problemas pessoais. Já ouvi dizer que
alguns evangélicos foram pegos len-
do a Bíblia no horário do expediente. O
que as Escrituras Sagradas nos dizem
sobre isso? A resposta sobre a relação
entre patrões e empregados está em
Efésios 6.5-9, onde a essência deste
relacionamento é a sinceridade e te-
mor ao Senhor nas atitudes.
Por fim, há nos dias atuais, muitos
falsos pastores furtando em nome
de Deus. Outro dia alguém me disse
que existem muitas igrejas, mas é me-
lhor existir um templo do que um bar.
Será? Concordo que não deva haver
bares, mas trocar botequins por igre-
jas atualmente não sei se tem valido a
pena. É fato que existem muitas igre-
jas, das mais variadas denominações,
que fazem uso da teologia da pros-
peridade onde seus frequentadores
estão cada vez mais pobres e seus
líderes cada vez mais ricos. A mercan-
tilização da fé com a venda de produ-
tos como lenços ungidos, sabonetes,
sal, óleos, águas oriundas de rios bí-
blicos, são alguns exemplos de furtos
que estão enganando fiéis em nome
de Deus e como troca oferecem a
cura e a prosperidade. O Senhor Jesus
condenará a estes falsos profetas que
furtam usando o nome o seu Santo
Nome (Mt 7.22,23; 2Pe 2.3).
Que possamos ser honestos dian-
te do Senhor nosso Deus. Que Deus
nos ajude a não furtar nem o amor al-
guém, quanto menos a confiança de
quem nos ama.
Para pensar e agir
Como você entende a expressão:
“achado não é roubado”, a luz do Oita-
vo Mandamento?
Por que existem casos de crian-
ças nos primeiros anos do ensino
fundamental, que trazem para casa
dentro da mochila alguns objetos
como apontador, lápis e borracha, por
exemplo que foram furtados do cole-
guinha?
Como interpretamos a decisão do
profeta Eliseu em não aceitar uma
oferta pela cura do capitão Naamã?
Leitura Diária
SEG 1Coríntios 6.10
TER Deuteronômio 25.13-16
QUA Provérbios 28.24
QUI Êxodo 22.1-9
SEX Lucas 19.8,9
SÁB Marcos 10.19
DOM Tiago 4.17
43
Data do estudo
Texto base: Êxodo 20.16
Mentiras Piedosas,
Falsos Testemunhos em
Confronto com a Verdade
O Nono Mandamento
“Não dirás falso testemunho
contra teu próximo” Êx 20.16
Certo dia um casal me procu-
rou com uma imensa dúvida. O
marido tinha recebido uma inde-
nização, que somada às suas eco-
nomias daria para realizar o tão
sonhado desejo de comprar a sua
casa própria. O problema consistia
de que o imóvel que identificaram
como a realização do sonho, tinha
um valor que se retirassem dele o
dízimo, não poderiam adquiri-lo.
No momento o coração de am-
bos estava apertado. O principal
objetivo era preservar o bem-es-
tar da família, o problema seria
o mal testemunho: diriam para a
congregação que o valor da in-
denização foi menor? Não diriam
44
Lição 10
nada? Sairiam da igreja para não
sonegarem o dízimo? Ou simples-
mente optariam pela verdade, de-
volveriam o dízimo e ficariam sem
a casa própria tão sonhada?
Algumas pessoas quando con-
to sobre esse dilema têm várias
opiniões a respeito. Alguns dizem
que o que deve se preservar é o
conforto da família, outros dizem
que não adianta nada estar em
um lar que foi comprado com fal-
so testemunho.
Disse ao casal que tal situação
se assemelha muito a de Ananias
e Safira (At 5.1-11), só que de ma-
neira inversa, pois Ananias e Safira,
venderam suas terras. No início da
trajetória da Igreja Primitiva, o fal-
so testemunho e a mentira, eram
considerados atitudes perversas
que feriam diretamente o Nono
Mandamento, cuja sentença tam-
bém deveria ser severa. Ananias e
Safira deram um valor expressivo
à igreja, afirmando que era o valor
total da propriedade que tinham
vendido. O apóstolo Pedro, foi in-
cisivo e os repreendeu, dizendo
que eles não tinham a obrigação
de dar tudo, mas o pecado de
ambos consistiu em dar apenas
uma parte alegando que era tudo
que possuíam.
Embora muitos pensem que o
Nono Mandamento tem sua cono-
tação e aplicação aos contextos
jurídicos, onde uma testemunha
tem a obrigação dar informações
sobre seu próximo, o falso teste-
munho tem a ver com as relações
sociais. O intuito de Deus é claro:
que a verdade seja sempre dita.
O problema é que a sociedade
atual se habituou a dizer falsos
testemunhos como uma forma de
mentira piedosa. É muito comum
encontrar nas relações sociais de
hoje em dia, pessoas que estão
com suas vestes inadequadas,
mas alguém dizer: “puxa amiga,
amei o seu visual!”; isso combinou
muito com você!”. Ou quem sabe
ao visitar uma família amiga e no
almoço, a comida está salgada,
mas ao invés da verdade, diz que
a comida está deliciosa.
Por outro lado, afirmar que a
pessoa está malvestida e tem um
péssimo gosto; ou dizer a verdade
sobre o exagero do sal em uma
refeição oferecida com tanto cari-
nho, pode agredir quem amamos?
Ficamos com os falsos testemu-
nhos, com as mentiras piedosas
ou com a verdade?
1. O Falso Testemunho
gera consequências
desastrosas
O Código Penal Brasileiro em
seu art 342, diz que há uma puni-
ção de 1 a 3 anos de reclusão aos
que levantam falso testemunho.
O sistema jurídico hebraico era
baseado no testemunho. Um fal-
so testemunho poderia matar (Dt
19.16-19). Até nos dias atuais es-
palhar falsas notícias (Fake News)
e dar falsos testemunhos ainda é
um pecado contra, não apenas à
nação, mas ao próprio Deus (Êx
45
23.1).
Quando Abraão, por causa da
fome, desceu ao Egito em busca
de comida, com medo de que fos-
se morto pelos egípcios, instruiu a
Sara, sua esposa, a dizer a Faraó,
que era sua irmã. As consequên-
cias desta meia-verdade trouxe-
ram dano a Faraó e à própria Sara
(Gn 12.10-20). Mais à frente, o pa-
triarca repete o ocorrido, alegan-
do que sua esposa era de fato sua
meia irmã por parte de pai, orien-
tou, mais uma vez a Sara que dis-
sesse a Abimeleque, rei em Gerar,
que era sua irmã (Gn 20.1-18). Ao
que tudo indica, Isaque, filho de
Abraão e Sara, aprendeu que as
mentiras técnicas funcionam em
meios às tribulações relacionais,
pois ele induziu a Rebeca, que
não era meia irmã, a lançar um
falso testemunho de grau de pa-
rentesco ao rei (Gn 26.1-11).
São exemplos bíblicos como
este que devemos pedir a Deus
que nos livre deste mal. Usar
meias verdades, falsos testemu-
nhos para sobreviver os dias maus,
tem sido o péssimo exemplo des-
ta sociedade. Devemos orar antes
das crises e não apenas quando
o embaraço chegar. Oremos para
46
que nossos lábios sejam bênçãos
nos relacionamentos e não abo-
mináveis ao Senhor (Pv 12.22). Pois
as consequências dos que optam
por falsos testemunhos sobre si e
sobre o próximo podem ter impli-
cações gravíssimas.
2. Falso testemunho sobre
um julgamento indevido
Existem algumas situações de-
licadíssimas que necessitam de
uma visão mais ampla para nos-
so julgamento. Um simples olhar
e uma rápida decisão podem
nos levar a conceituar tal decisão
como errada e até um pecado
diante de Deus. Entretanto, hou-
ve no passado algumas situações
que não correspondem a um bom
testemunho, mas de certa forma
ao serem suscintamente analisa-
da, descobriremos que trouxeram
benefícios. Observe se este não
foi o caso, de quando o Faraó do
Egito ordenou que as parteiras
matassem os filhos do sexo mas-
culino dos hebreus assim que
nascessem (Êx 1.16-21)? Elas sa-
biam que, por temor a Deus, de-
veriam dar falsos testemunhos.
Elas disseram que as mulheres
hebraicas eram muito fortes. Ain-
da que fosse verdade, era de fato
uma falsa justificativa. Contudo, o
que nos chama a atenção é que
Deus aprovou tal atitude das par-
teiras (Êx 1.20). O princípio aqui,
em que o próprio Deus concorda,
é a preservação da vida. Imagine
a polícia batendo à porta de um
morador e perguntando onde se
esconde o líder do tráfico de dro-
gas da localidade. Se o morador
souber e apontar a localização, o
bandido pode ser preso, mas sua
vida correrá grande perigo, pois a
vingança em falar a verdade po-
derá custar possivelmente a sua
vida, a de sua família ou até a per-
manência na comunidade.
O que dizer de Raabe, a prosti-
tuta de Jericó? Ela não só escon-
deu os espiões de Josué, como
também disse que não sabia
qual a direção tinham tomado (Js
2.1-24). Qual a intensão de Deus
em não nos dizer se a atitude de
Raabe foi correta ou imoral? Só
mais tarde vemos Raabe ser pri-
vilegiada por Deus ao entrar na
genealogia de Jesus (Mt 1.5); fazer
parte da galeria dos heróis da fé
(Hb 11.31); e Tiago afirmar que a
sua obra demonstrou que tinha fé
no Deus dos hebreus. Podemos
considerar que a atitude de Raabe
é exemplo para nós dias atual.
Afirmamos que não. Alguns de-
fendem que Raabe era incipiente
na fé e que um cristão experiente,
jamais cometeria tal atitude. Mas
certamente foi o melhor que ela
poderia ter feito na ocasião, prin-
cipalmente no que tange a pre-
servação da vida.
Jamais podemos afirmar que
a Bíblia coaduna com a mentira,
mesmo em casos de sobrevi-
vência ou na situação em que o
mentiroso corre risco de morte.
Entretanto, devemos observar
com cuidado cada caso e nunca
prejulgar antes de uma análise
acurada, pois possivelmente ire-
mos incorrer em uma situação de
falso testemunho daquele que
apenas está lutando para sobrevi-
ver e obedecendo a Deus, acima
de tudo. Paulo é enfático em di-
zer que definitivamente devemos
abandonar a mentira (Ef 4.25). Je-
sus diz que a palavra do discípulo
sempre deve ser “sim, sim; não,
não” e qualquer afirmação além
disso vem do Maligno (Mt 5.37).
Portanto se for para prejulgar ain-
da que seja uma meia verdade ou
um falso testemunho, antes faça-
mos o julgamento de nós mesmo
(Mt 7.1-5; ler também Jo 8.3-11).
47
 3. Falso testemunho em
rota de colisão com os
princípios de Deus
Se a mentira é filha do diabo,
a fofoca é neta do Maligno. A so-
ciedade atual dá muito mais aten-
ção às fofocas da mídia do que as
verdades da Bíblia. O combustível
das redes sociais são os boatos.
Por que será que o Nono Man-
damento não é suficiente para
combater as difamações? Talvez
porque exista sempre alguém
que se sinta bem em ouvir o falso
testemunho. “O ímpio atenta para
o lábio iníquo, o mentiroso inclina
os ouvidos à língua maligna.” (Pv
17.4). A maledicência só morre
quando encontra um par de ouvi-
dos inteligentes.
Testemunhei algo que me
deixou perplexo, no início da mi-
nha caminhada cristã. Durante
um culto, um jovem pediu uma
oportunidade para testemunhar
as bênçãos alcançadas. Segundo
ele, ainda lhe faltava 2 meses para
cumprir a sua pena, por assalto a
mão armada. Ele dizia que Jesus
o libertara da cadeia. Que as leis
dos homens não foram suficien-
tes para prendê-lo, pois após seu
induto de Natal, não precisaria
voltar para a cadeia, pois era um
48
homem livre por Jesus. Mesmo
desconfiados, os fieis aplaudiram
seu testemunho. Quando as pal-
mas estavam quase acabando,
um diácono da igreja local, se le-
vantou, foi até o jovem e lhe dis-
se: “sou delegado, e você acabou
de proferir um falso testemunho.
Jesus pode até ter libertado você
das garras do diabo, mas a lei dos
homens deve ser cumprida!”. O jo-
vem saiu algemado e cumpriu os
2 meses restantes de prisão (Pv
14.5).
Possivelmente a intenção dos
testemunhos em nossa igreja
sejam para produzir fé nos que
ouvem. As conquistas das nos-
sas vitórias, certamente atraem a
atenção de muitos, na esperança
que aconteça o mesmo com os
ouvintes. Entretanto, mais impor-
tante que um testemunho é que
este seja verdadeiro e não ape-
nas sensacionalista. O evangelho
do Senhor Jesus pode ser anun-
ciado de várias maneiras, dentre
tantas destacamos o testemunho
com a prática de vida. Não há ne-
cessidade de falar para pregar
o evangelho, basta dar um bom
testemunho com a própria vida.
“Os passos de um homem bom são
confirmados pelo Senhor, e Ele de-
leita-se no seu caminho” (Sl 37.23), dados extremos, já quase em es-
ou seja, é possível que alguém tado terminal, será que o quadro
diga ao nos ver passar: “Ali vai um clinico do enfermo se agravaria
homem de Deus! Ali está uma mu- ainda mais ocasionando sua mor-
lher abençoada por Deus!”. Mas te antes do previsto?
se as palavras forem necessárias
para testemunhar o que Deus é
Jesus disse que, além de nos
capaz de fazer por nós, digamos
salvar, veio até nós para dar tes-
como o apóstolo Paulo que o Se-
temunho da verdade (Jo 18.37).
nhor é testemunha da verdade
Antes de sua Ascensão, o Cristo
com que anunciamos o Reino de
nos encarregou de ser suas teste-
Deus (1Ts 2.3-5).
munhas (At 1.8). Estamos de fato
exercendo esse comissionamen-
A sociedade atual tem enorme to? O testemunho da igreja atual
dificuldade em manter a verdade tem sido verdadeiro?
acima de tudo e com isso proferir
bom testemunho dos seus atos e
Ainda existem falsos testemu-
do seu próximo. Somente os se-
nho como os de Ananias e Safira
guidores do Cristo, conseguem
em nossas igrejas? São raros os
entender o Nono Mandamento.
cristãos que anunciam a verdade
Dar testemunho verdadeiro é sa-
(At 5.41,42)?
ber que seremos encontrados no
caminho da salvação, afinal Ele é
o caminho, a verdade e a vida (Jo
14.6).
Leitura Diária
Para pensar e agir
SEG Provérbios 14.5
Você entende que a verdade
TER Êxodo 23.1
dever ser dita em qualquer lugar,
QUA Provérbios 19.5
a qualquer momento, indepen-
QUI Salmos 27.12
dente das circunstâncias e para
SEX
qualquer pessoa? Se, por exem-
Mateus 26.59
plo, um médico dizer a verdade SÁB Romanos 13.9
ao seu paciente, que inspira cui- DOM Jó 16.19
49
Data do estudo
Texto base: Êxodo 20.17
Olhos Cobiçosos
O Décimo Mandamento
“Não cobiçarás a casa do
teu próximo” Êx 20.17
Qual a sua reação em constatar que
o seu vizinho comprou um carro zero,
está reformando a casa, fazendo um
aromático churrasco ou promovendo
uma festança? É disso que trata o Dé-
cimo Mandamento: da cobiça. Aliás,
esse desejo ardente de possuir ou
conseguir alguma coisa está por trás
dos outros Nove Mandamentos ante-
riores. Enquanto que os nove manda-
mentos são atos, expressões, feitos
realizados, ou seja, são atos realizados
externamente, o Décimo Mandamen-
to prescreve contra todos os desejos
gananciosos em nosso íntimo; são os
sórdidos desejos do nosso interior. O
desejo imoderado de bens, honras ou
riquezas são atos internos de um co-
ração desejoso em possuir a qualquer
custo. A cobiça é uma ambição da car-
ne, onde o ganancioso não consegue
distinguir pessoas de coisas
Quem não consegue observar ao
50
Lição 11
Décimo Mandamento, dificilmente
obedecerá aos outros Nove Manda-
mentos, pois a cobiça motiva, como
uma mola propulsora, a desobediên-
cia ao Decálogo. Compare:
1. Os olhos cobiçosos desejam
além daquilo que Deus pode nos dar e
buscam outros deuses com a finalida-
de que lhes deem muito mais;
2. Os olhos cobiçosos desejam ma-
nipular ídolos, pois assim demonstram
poder sobre entidades e ser humanos;
3. Os olhos cobiçosos mentem até
utilizando o nome de Deus para con-
quistar coisas ou pessoas;
4. Os olhos cobiçosos trabalham
sem parar, sem descanso, sem lazer;
5. Os olhos cobiçosos desonram
pessoas, até aos pais se estes foram
empecilhos para suas conquistas;
6. Os olhos cobiçosos matam.
7. Os olhos cobiçosos adulteram
tudo, inclusive a fidelidade conjugal;
8. Os olhos cobiçosos roubam, pois,
seu desejo não tem limite;
9. Os olhos cobiçosos mentem ain-
da que cause dano moral ao próximo,
só para conseguir realizar seus praze-
res de consumo.
Assim, o Décimo Mandamento cen-
sura o culto às coisas. O Senhor Jesus
recomenda que “... a vida de um ho-
mem não consiste na abundância dos
bens que possui” (Lc 12.15). o derradeiro
mandamento consiste em nos pre-
caver de que, ainda que os olhos nos
traiam, o coração não deve ser con-
taminado pela cobiça. Os olhos são a
janela da alma. Se os olhos forem bons
todo o nosso corpo será luz. Para que
se possa cumprir o Décimo Manda-
mento é necessário ter a determina-
ção de Jó, pois resolveu empenhar-se
numa aliança com seus próprios olhos
para não pecar (Jó 31.1-3).
1. Não cobiçar é uma luta
pessoal para que os olhos
não contaminem o coração
O maior vencedor, não é aquele
que vence os outros, mas a si mesmo.
O Décimo Mandamento é um alerta
para essa batalha interna dos olhos
com alma. No Jardim do Éden, tan-
to a Árvore da Vida (Gn 2.9) quanto a
da Ciência do Bem e do Mal (Gn 3.6)
foram objeto do desejo dos olhos co-
biçosos de Adão e Eva, ainda que um
desses desejos fosse necessário, o
outro era cobiça.
Em 1Reis, o rei Acabe volta seus
olhos cobiçosos para a vinha de Na-
bote com tamanha intensidade que
gerou no seu interior um desgosto tão
grande, capaz de retirar-lhe a vontade
de comer (1Rs 21.1-7).
Acã é outro exemplo de um desejo
ilegítimo. Os olhos cobiçosos de Acã
(Js 7.21) travaram uma luta pessoal a
ponto de encontrar justificativa para
sua ganância: talvez tenha pensado
no futuro da sua família, ou quem sabe
deduziu, que toda aquela riqueza se-
ria um desperdício deixa-la para trás.
Os olhos de Acã provocaram cobiça
naquilo que ia além do pão nosso de
cada dia. Os olhos cobiçosos impulsio-
nam o pecado, pois havia uma ordem
divina para que os despojos de Jericó
não fossem aproveitados (Js 6.17-21).
Acã confiou em seus olhos e não na
provisão do Senhor.
Ainda nos dias atuais, pessoas pen-
sam como Acã: achado não é rouba-
do. Os olhos cobiçosos desta geração
fazem fila para comprar smartphones
de última geração, carros novos, uma
casa maior, enfim, os olhos cobiçosos
não desejam apenas aquilo que é es-
tritamente necessário para o susten-
to pessoal e familiar, mas sim naquilo
que possamos acumular para um fu-
turo próximo. A única forma de obede-
cer ao Décimo Mandamento é ter um
descanso tão intenso no Deus susten-
tador, que não haverá espaço no inte-
rior, ainda que os olhos atuem, para a
cobiça (Sl 37.3-5).
2.Não cobiçar é uma luta
para que a inveja não
invada nosso coração pelo
sucesso do meu próximo
A raça humana é dominada por um
51
espírito de concorrência, mas contra-
mão disso está o Décimo Mandamen-
to, que exorta a não cobiçar a casa
e tampouco a mulher do próximo.
Desde muito pequeno o ser humano
cresce com o desejo de competição
para ser melhor que o outro. As crian-
ças querem ter brinquedos melhores
que as outras. Na escola ou faculda-
de não é raro encontrar alguém que
queira mostrar suas melhores notas
das avaliações para expor colegas que
obtiveram notas menores que a média
educacional. Até quando Deus opera
milagrosamente na vida do outro, exis-
te a possibilidade de que irmãos ou ir-
mãs travem batalhas aflorando a inveja
por causa das conquistas do próximo.
A infelicidade de Caim tinha uma
justificativa: o sucesso de seu irmão
Abel, pois este tinha produzido algo
bem melhor que ele, capaz de agradar
ao coração de Deus. Os olhos cobiço-
sos de Caim produziram inveja. Não
há nenhum tipo de problema quando
alguém se esforça para ser o melhor
da turma, do trabalho e até na igreja.
O pecado confrontado pelo Décimo
Mandamento é quando alguém fica
infeliz pelo sucesso do próximo ou se
descobre que existe alguém melhor
no desempenho das tarefas. Miriã, por
exemplo, invejou a relação que exis-
tia entre Deus e Moisés (Nm 12,2-8). A
inveja trouxe lepra para Miriã. A inveja
mata. Asafe invejou até a prosperidade
dos ímpios (Sl 73).
O Décimo mandamento é claro
quando diz que é pecado cobiçar a
casa do próximo. Isso implica em dizer
que não se deve ter olhos cobiçosos
no lar, na família, no patrimônio, saúde,
filhos, conquistas. Não há problemas
em desejar e trabalhar para ter algo
que se compare aos bens de alguém.
52
O pecado não é querer algo idêntico,
mas cobiçar o que pertencer ao pró-
ximo.
O último Mandamento também
exorta que é pecado cobiçar a mu-
lher do próximo. Enquanto que o Sé-
timo Mandamento é um ato, o Décimo
Mandamento vai muito além, pois diz
que é pecado desejar a mulher do
próximo internamente. É comparar e
ficar insatisfeito pelo que a esposa do
vizinho faz e a sua não consegue fazer.
Desejar a mulher do próximo é abrir
caminho na lama que conduzirá até o
adultério. Davi da sua janela abriu seus
olhos cobiçosos até encontrar a mu-
lher de Urias. A cobiça é mãe da morte.
Além de informar que a cobiça à
casa e a esposa do próximo são pe-
cados, o Décimo Mandamento diz que
cobiçar o servo e a serva do outro tam-
bém confronta a lei moral do Senhor.
Na verdade, voltar-se para os bens do
próximo com olhos cobiçosos é uma
ingratidão à bondade do sustento de
Deus a nós. Os olhos cobiçosos olham
para o que os outros têm, mas nunca
para o que Deus nos concede por sua
Graça. Os olhos cobiçosos valorizam o
que os outros possuem, mas não ob-
servam o valor das bênçãos de Deus.
Não devemos ter ganância pelos bens
dos outros, mas devemos cuidar do
que Deus nos concedeu, ainda que
seja muito simples aos nossos olhos e
a vista dos outros. Lembremos de que
foi com um pedaço de madeira que
Moisés abriu o Mar Vermelho. Nunca
podemos nos esquecer que foi ape-
nas com uma funda e uma pedra que
Davi entrou para História por derrubar
o gigante Golias. Foi por subir em uma
simples árvore, que Zaqueu pôde ser
visto por Jesus e encontrar salvação e
perdão.
Esta geração tem valorizado muito
mais as coisas do outro e desvalori-
zando o que Deus a concede.
3. Podemos desejar, mas
nunca cobiçar
O Senhor, através do O Décimo
Mandamento, exorta-nos que cobiçar
é uma espécie de desejo caótico que
busca intensamente algo que não se
tem. Os olhos cobiçosos provocam
um sombrio e inquietante desejo no
íntimo. O Derradeiro Mandamento não
trata dos atos externo, mas das sórdi-
das vontades internas e proíbe desejar
pecaminosamente contra os bens do
vizinho.
Entretanto, vale ressaltar que o ato
de cobiçar foi salientado pelo Senhor
Jesus quando mencionou uma pará-
bola reprovando a avareza. Em Lucas
12.13-21 disse que havia um homem
rico ao observar a sua propriedade,
viu que a safra seria abundante. Seus
campos produziram com fatura. Sua
preocupação era onde iria estocar os
frutos. Sua inquietação era com suas
próprias riquezas e não passava por
sua mente a possibilidade de que,
aquilo que lhe sobrava, pudesse par-
tilhar com os outros. O pensamento do
homem rico era de que a boa colhei-
ta lhe proporcionaria uma abastada
aposentadoria. Diante de uma colheita
tão próspera achou que sua alma en-
contraria satisfação e alegria. Pensou
que sua grande colheita lhe remeteria
a um longo período de vida repleto de
felicidade. Mas e se pedissem a alma
daquele homem, de que valeria sua
cobiça e avareza? Ninguém contrata
um caminhão de mudança para acom-
panhar um cortejo fúnebre.
O apóstolo Paulo diz que “De nin-
guém cobicei a prata, nem o ouro, nem
a veste” (At 20.33). desejar ou almejar
não é pecado. A Tv, jornais, revistas,
redes sociais e a internet usam a pro-
paganda para divulgar produtos que,
segundo estes meios de comunica-
ção, os itens e produtos oferecidos são
a solução para quem busca felicidade.
Como desejar sem pecar? Nosso pri-
meiro desejo deve ser o de buscar a
Deus e a sua justiça e as demais coisas
Ele nos suprirá (Mt 6.33).
Para pensar e agir
Como agir para que os olhos não
contaminem o coração?
O que fazer quando o coração de-
seja muito aquilo que o meu vizinho
tem?
O Oitavo Mandamento proíbe o
roubo, mas o Último Mandamento vai
mais além e no diz que é pecado o de-
sejo de roubar. O Décimo Mandamen-
to nos alerta que existe um abismo en-
tre o desejo e a cobiça. A melhor saída
entre pecar pelo desejo desenfreado
é, ao orar para que Deus, não suplicar
que Ele realize nossos desejos, mas
Ele cumpra a Sua vontade em nós.
Leitura Diária
SEG Efésios 5.3
TER Romanos 13.9
QUA 1João 2.15-17
QUI Salmos 119.36
SEX Colossenses 3.5
SÁB Salmos 10.2-3
DOM Marcos 7.21-22
53
Data do estudo
Texto base: Êxodo 20.37
O Grande
Mandamento
“Amarás o Senhor, teu Deus” Êx 20.37
Os Dez Mandamentos são prope-
dêuticos, ou seja, são base para a Lei
estabelecida no Antigo Testamento.
O Decálogo é o código da moral, da
ética e da conduta que norteou o
povo de Deus até Cristo Jesus. A Lei
serviu de aio (Gl 3.24-25), uma espé-
cie de placa indicativa que aponta-
va para Cristo. O fim desse trajeto é
Cristo (Rm 10.4). Muitos cristãos no
início do século confundiam a Lei
com o Decálogo. Muitos guardavam
a Lei de Moisés e pregavam que a
circuncisão, por exemplo, era ne-
cessária para que houvesse comu-
nhão entre Deus e os homens.
O Novo Testamento confirma
nove dos Dez Mandamento para os
dias de hoje. Vejamos:
I. Não terás outros deuses diante
do Senhor – 1Co 8.6-8; Tg 2.19; 1Tm
54
Lição 12
2.5; Mt 4.8-10;
II. Não faça imagens de ídolos –
1Jo 5.21; 1Co 10.14; Ap 9.20-21;
III. Não use o nome de Deus em
vão – Mt 5.33-37; Tg 5.12; 1Tm 6.1;
IV. Lembre-se do Shabat – Este
Mandamento requer uma cuidado-
sa pesquisa interpretativa, pois em
nenhum lugar do Novo Testamento
existe uma orientação para a práti-
ca da Igreja nos dias atuais. Por isso,
como foi amplamente explicado na
Lição 5, o Shabat refere-se a um
repouso semanal. Tal descanso é
a oportunidade que o trabalhador
deve dar ao corpo e ainda aprovei-
tar esta folga para santificar sua vida
ao Senhor (Hb 4.1-9). Há quem afir-
me que os cristãos não encontrarão
salvação por guardarem o domingo
ao invés do sábado. Pensar assim, é
ultrapassar os limites do Novo Tes-
tamento, pois não adoramos ao Se-
nhor apenas no domingo, ou em ou-
tro dia; cristãos verdadeiros adoram
ao Senhor todos os dias, em todo
lugar e a todo instante.
V. Honre seu pai e sua mãe – Ef
6.1-4; Cl 3.20;
VI. Não mate – Mt 5.21,22; Tg 2.11;
VII. Não cometa adultério – Mt
5.27-28; Hb 13.4;
VIII. Não roube – Mt 19.18; Ef 4.28;
IX. Não levante falso testemunho
– Cl 3.9; Tg 1.26; Ef 4.25;
X. Não tenha cobiça – Mt 5.28; At
20.33; Rm 7.7; Ef 5.3;
Na cruz do Calvário, o véu do tem-
plo foi rasgado do alto a baixo, deste
modo, o descortinamento deu início
pelas mãos do Senhor. Este ato é um
ícone de que o formalismo cerimo-
nial da Lei chegou ao fim quando
foi cravado na cruz. Entretanto, vale
ressaltar que, não se deve confundir
a Lei redigida sobre ritos e cerimô-
nias com a Lei Moral constante no
Decálogo.
Foi no Sermão do Monte registra-
do nos capítulos 5 a 7 do evangelho
de Mateus que Jesus mencionou
várias vezes os Dez Mandamentos.
O Cristo não veio para revogar a Lei,
tampouco os profetas (Mt 5.17). Na
maioria das Escrituras Sagradas o
Senhor utilizou seus profetas para
nos revelar sua vontade, mas foi no
Decálogo que Deus utilizou seu pró-
prio dedo para gravar a sua vontade
a nós.
1. Jesus e os Mandamentos
Na época de Jesus, os fariseus
classificaram os Mandamentos em
pesados e leves na sua prática. O
grande equívoco é que entendiam
que os ritos fossem confundidos
com as leis morais. Evidenciaram
tanto o ritual em algo tão impor-
tante que se tornou obrigatório aos
judeus, equiparando-o ao cumpri-
mento moral. Foi isso que levou um
grupo de fariseus a Jesus. A intenção
não era de esclarecimentos, mas de
forçar Jesus assumir em qual dos
Mandamentos era o mais importan-
te. Nosso Salvador ao invés de entrar
em polêmicas teológicas, resumiu
as duas tábuas da Lei em dois gran-
des mandamentos se referindo a Dt
6.5 e Lv 19.18, respectivamente.
Jesus silenciou a todos quando
mencionou as Escrituras e não este
ou aquele Mandamento. Quando Je-
sus cita “Amarás, pois, o Senhor teu
Deus, de todo o teu coração, de toda
a tua alma, e de toda a tua força” (Dt
6.5), Ele faz um resumo do Decálogo
do Primeiro ao Quarto Mandamento,
pois estes são específicos e relacio-
nados ao Criador. O primeiro grande
mandamento de Jesus é uma alian-
ça que exige a perfeita lealdade ao
Deus Todo-poderoso. O Criador exi-
ge de seu povo que considere seu
senhorio exclusivo e em contrapar-
tida Ele abençoará aos que são fiéis.
A sociedade atual infringe os
Mandamentos do Decálogo justa-
55
mente porque oscilam no Principal
dos Quatro primeiros Mandamentos.
Só podemos cumprir os Mandamen-
tos se amarmos a Deus de todo nos-
so coração e entendimento. Muitos
nos dias atuais, muitos estão aman-
do mais as bênçãos de Deus do que
o Deus das bênçãos.
2. Ações e reações diante
do grande mandamento
O que chama a atenção no gran-
de mandamento de Jesus é a sua
introdução e não a subserviência. O
termo “Amarás”, deve ser observado
mais do que uma mera obediência.
Só é possível satisfazer a Deus quem
o ama antes de tudo. O coração é a
sede do sentimento humano. Ape-
sar de enganoso, para os hebreus,
no coração estava a alma e o enten-
dimento, assim como o sentimento e
a mente; a emoção e a razão.
Vale ressaltar que amar a Deus
neste mandamento tem como ob-
jetivo não apenas o sentimento,
mas o entendimento. Não se tra-
ta de amar por afinidade, mas de-
monstrar o amor a Deus por que
de fato o conhece. E se conhece é
porque pesquisou acerca do ser de
Deus. Por exemplo, existem cristãos
desavisados que leem o Primeiro
Mandamento, mas ainda assim cul-
tuam 3 deuses, pois desassociam a
harmonia que existe entre o Deus
Pai, o Deus Filho e o Deus Espirito
Santo. Desconhecem a sua triunida-
de, quando o eterno Deus se revela
como Pai, Filho e Espírito Santo, pes-
56
soas distintas, mas sem divisão em
sua essência (Jo 10.30).
Nos dias atuais onde as classes
de EBD estão cada vez mais vazias
e os cultos temáticos por sua vez
mais cheios, retratam uma triste rea-
lidade: gradativamente as pessoas
desconhecem o verdadeiro Deus
e sua essência. São inúmeras igre-
jas lotadas de gente, mas vazias do
Deus Único e Verdadeiro. Necessi-
tamos urgentemente de um retor-
no a Deus. Não apenas voltar para a
presença de Deus. Talvez isso fosse
o bastante, mas não se trata de ir ao
encontro de Deus com um pires nas
mãos. O grande mandamento de Je-
sus consiste em uma volta a Deus de
mãos vazias e que estas toquem no
coração e com toda força e enten-
dimento diga ao Senhor: “Vim aqui
te adorar, ainda que não seja mere-
cedor nem de estar na sua presença,
ainda assim, vim te adorar, meu Deus
e Deus meu!”
O amor é a base da verdadeira
atitude de obediência a Deus. Se o
nosso amor for para Deus como o
de uma criança que ama um pai que
zela, cuida e protege, então nossa
reação será de sempre cumprir Sua
vontade. Através do amor os Manda-
mentos de Deus não são pesados.
Muitos, sem entender a importân-
cia de amar a Deus, se afastam do
Senhor com medo, pois acham que
obedecer a Deus é uma escravidão
em que a qualquer falha cresce o
medo do açoite.
3. O grande mandamento
como uma estrada que no
traz de volta a Deus
Não basta apenas ações para uma
reaproximação de Deus, pois é ne-
cessário pensar, refletir e entender
quem Deus é na sua essência para
ama-lO. Mas como retornar a Deus?
Qual o caminho? A resposta está na
primeira palavra do grande manda-
mento: “Amarás!”. O amor é o pavi-
mento da estrada que nos aproxima
de Deus. É impossível ir ao encontro
do Senhor cujo chão é o ódio, rancor
ou a vingança. O apóstolo Paulo em
sua primeira carta aos coríntios, dis-
se que sem amor o homem é como
um sino que faz apenas barulho (1Co
13.1). Ir até Deus sem o amar, é o mes-
mo que conversar com uma estátua
de mármore. Falar de Deus para al-
guém sem expressar ao Criador o
seu amor é como bater em uma lata
vazia. Ainda que tenhamos o dom de
entender perfeitamente a língua dos
Céus e traduzi-las aos homens, pois
da mesma forma compreendemos o
idioma humano, sem amor, prestare-
mos um desserviço; ainda que con-
sigamos harmonizar o que os Céus
têm a dizer aos homens, mas se não
tivermos amor estaremos promoven-
do um transtorno; ainda que tenha-
mos a capacidade de dizer a Deus o
que os homens necessitam, se não
tivermos amor, não conseguiremos
nos aproximar de Deus. Somos para
Deus aquilo que carregamos do lado
de dentro e não o que demonstramos
do lado de fora. Orar sem amor é o
mesmo que falar apenas a si mesmo.
Evangelizar sem amor é o mesmo
que exercitar um ritual. A maior ex-
pressão do amor de Deus por nós foi
revelada na cruz do Calvário (Rm 5.8).
Como obter o amor a Deus se este
não é um sentimento natural, pois
nascemos pecadores, inclinados
para o mal e distante do Criador? Só
pode amar alguém, quem não está
em litígio, mas ama que está em paz
com o outro. Tal aproximação só po-
derá acontecer por intermédio de
Cristo, Salvador. Nós nos aproxima-
mos mais de Deus quando temos a
certeza de que nossos pecados fo-
ram por Cristo perdoados (Rm 5.10).
Para pensar e agir
A sociedade atual tem se aproxi-
mado ou se afastado de Deus? Qual o
caminho que nos aproxima de Deus?
Alguém com ódio e sede de vin-
gança consegue se aproximar do
Deus Verdadeiro?
Sabemos que em Deus não ape-
nas repousa o amor, pois Deus é
amor. Você se sente amado por Deus
e consequentemente ama a Deus?
De que forma demonstramos o amor
a Deus?
Leitura Diária
SEG 1João 4.10
TER João 14.21
QUA Josué 23.11
QUI Salmos 18.1
SEX Tiago 1.12
SÁB Deuteronômio 6.5
DOM 1João 4.19-21
57
Data do estudo
Texto base: Êxodo 20.39
O Segundo Grande
Mandamento
“Amarás o teu próximo
como a ti mesmo” Êx 20.39
Paulo era um mecânico honesto,
trabalhador e que sempre carregava
sua mala de ferramenta, fazia questão
de carregar em seu coração a bon-
dade e o amor ao próximo. Quando
voltava para casa, despois de um dia
cansativo, quase não viu a senhora,
com o carro parado no acostamento.
Chovia forte naquela noite. Quando se
aproximou viu uma senhora dentro do
carro e logo percebeu que ela preci-
sava de ajuda. Parou seu carro mais
a frente e se aproximou. Assustada,
aquela senhora pensou que pudesse
se tratar de um bandido. Quando Pau-
lo percebeu que ela estava com ame-
drontada, lhe assegurou:
— “Eu estou aqui para ajudá-la, se-
nhora. Não se preocupe. Meu nome é
Paulo e eu vou trocar seu pneu fura-
do.”
Paulo, então se abaixou, colocou
58
Lição 13
o macaco e levantou o carro. Logo,
ele já estava trocando o pneu. Ficou
encharcado, sujou-se de graxa, ma-
chucou uma de suas mãos. Enquanto
Paulo apertava as últimas porcas da
roda, ela abriu a janela e começou a
conversar com ele. Disse-lhe que não
dali e só estava de passagem, e que
não sabia como agradecer pela pre-
ciosa ajuda. Paulo apenas sorriu, en-
quanto se levantava. Ao final, aquela
senhora perguntou quanto lhe devia.
Tinha imaginado tudo de ruim que
poderia ter acontecido, se Paulo não
tivesse parado e ajudado. Paulo não
pensava em dinheiro, tinha dentro do
seu peito o amor ao próximo. Era o seu
modo de viver. Assim, respondeu:
— “Se quiser me agradecer, da
próxima vez que a senhora encontrar
alguém que precise de ajuda, dê para
esta pessoa aquilo que lhe fiz. Ajude!
Ame ao próximo”.
Alguns quilômetros depois, a se-
nhora parou em um pequeno restau-
rante. A garçonete trouxe-lhe uma
toalha limpa para secar o cabelo mo-
lhado, e lhe dirigiu um sorriso. A se-
nhora notou que a garçonete estava
quase no final da gravidez, e que isso
não mudou seu bom humor. Ficou
surpresa com a gentileza de alguém
que tinha tão pouco, tratar tão bem
a um estranho. Então, se lembrou do
Paulo. Depois que terminou a sua re-
feição, e enquanto a garçonete busca-
va troco, a senhora se retirou. Quando
a garçonete voltou, queria saber onde
a senhora estava, quando notou algo
escrito no guardanapo e, sob ele, 5
notas de R$ 100,00. As lágrimas en-
cheram seus olhos, quando leu o que
a senhora escreveu. Dizia:
— “Você não me deve nada, eu já
tenho o bastante. Alguém me ajudou
hoje e, da mesma forma, estou aju-
dando você. Meu coração está cheio
de amor ao próximo”.
Naquela noite, quando a garçone-
te foi para casa e deitou-se na cama,
seu marido já estava dormindo. Ela
ficou pensando no dinheiro e no que
a senhora deixou escrito. Como pôde,
aquela senhora, saber o quanto ela e
o marido precisavam daquele dinhei-
ro? Afinal o bebê iria nascer em bre-
ve e no enxoval quase nada existia.
Agradeceu a Deus. Virou-se para o
marido que dormia ao lado, notou que
exausto, caiu na cama com a roupa de
trabalho, ainda um pouco sujo e com
uma das mãos enfaixadas. Deu-lhe
um beijo e sussurrou:
— “Tudo ficará bem. Eu te amo,
Paulo”.
1. A interdependência
entre o primeiro e
o segundo Grande
Mandamento
A intenção de Jesus ao resumir o
Decálogo em dois grandes manda-
mentos, consiste em harmonizá-los
e não evidenciar qual deles é o mais
importante. Na verdade, o que os
fariseus queriam era saber de Jesus
qual dos Mandamentos era o mais di-
fícil de cumprir. O Senhor vai além da
pergunta capciosa dos fariseus e nos
apresenta o amor como fundamento
primordial para obediência aos Dez
Mandamentos. Assim, se alguém
ama a Deus e não ama ao próximo,
é um falso cristão. Da mesma forma
que alguém insiste em dizer que ama
as pessoas, mas não consegue amar
a Deus, carrega em si uma falsa pre-
tensão.
Quando amamos a Deus fica bem
mais fácil amar o próximo, ainda
que este seja um inimigo declarado.
Quando amamos a Deus, Ele nos en-
sina a amar ao próximo. Alguém que
ama a Deus e sabe que Deus o ama,
sente que tal relacionamento resulta
em um amor transbordante capaz de
alcançar alguém. O amor é o grande
mistério revelado pelo Senhor Jesus
que nos torna incapazes de propor-
cionar dano a alguém. Quem ama a
Deus sempre fará de tudo para pro-
mover o bem-estar do próximo.
Por exemplo, a palavra submissão
caiu em desuso. Perdeu a sua essên-
cia. Parece que uma esposa submis-
sa é uma escrava do lar. A sociedade
atual defende que a submissão con-
jugal é algo pejorativo. Na verdade, a
59
submissão é feita por quem ajuda na
missão. A missão do marido é cuidar
e zelar por sua esposa. Uma esposa
que ajuda nesta missão, na verdade,
ela está colaborando para o seu pró-
prio bem-estar. A esposa admite sub-
missão, desde que o marido seja para
ela tudo o que Cristo é para a igreja (Ef
5.25). O marido que conhece o amor
de Cristo, cuidará bem de sua esposa.
2. Amar o próximo é
transbordar o amor de
Deus
Cristo, da mesma forma que sin-
tetizou os quatros primeiros manda-
mentos em um Grande Mandamento,
agora resumiu do Quinto ao Décimo
Mandamento em um segundo gran-
de mandamento: “Amarás ao teu pró-
ximo”. Se observarmos bem, veremos
que do Quinto ao Décimo Mandamen-
to, Deus tratou do cuidado para com
o próximo. Se os primeiros quatro
Mandamentos do Decálogo são ex-
clusivos a Deus, do Quinto ao último
Mandamento é alusivo ao nosso se-
melhante.
O amor ao próximo não nasce em
nós. Tal sentimento não é inato. Já
nascemos dialogando com o pecado.
Somos egoístas, competindo sempre
com o próximo (Tito 3.3). Se nos apro-
ximarmos de Deus e do Seu Santo Es-
pírito, através da mediação de Cristo,
nosso coração duro, de pedra será
transformado em um bondoso cora-
ção (Ez 36.26-28).
A sociedade atual se relaciona
onde o amor é apenas uma espécie
de pronome de tratamento. É comum
recebermos cartas onde no cabeça-
60
lho se lê o registro: “Ao amado pastor”.
Ou ainda: “À amada igreja”. Em nossos
relacionamentos ocasionais também
agimos dessa mesma forma: “Olá, meu
amado!”, “Olá, minha amada!”. Será
que amamos mesmo? Será que este
amor é verdadeiro e total pelo próxi-
mo? Certamente que não. Amor pa-
rece que se tornou apenas uma gen-
tileza relacional e não uma evidência
de que estamos de fato que fomos al-
cançados e transformados pelo amor
de Deus.
Amamos por interesse. Nos dias
atuais, não existe almoço grátis. Ainda
que a bondade nos alcance a ponto
de doar um prato de comida a alguém
faminto, ficaremos aguardando ao fi-
nal, um agradecimento. Se alguém,
após saciar sua fome, for embora sem
agradecer, será motivo de frustração
de quem lhe forneceu um prato de ar-
roz e feijão.
Para obter o amor de Deus em que
será capaz de alcançar o próximo, é
necessário nascer de novo (Jo 3.3). É
preciso abrir mão da velha criatura.
É necessário relacionar-se com Je-
sus para que Ele preencha o coração
egoísta, ganancioso e insensível até
que o coração seja transbordante do
amor Deus.
3. Amar ao próximo
significa antes de tudo
amar a Deus e a si mesmo
Em minha primeira viagem de
avião, algo me chamou muito a aten-
ção. A apreensão cedeu lugar à curio-
sidade. Antes da aeronave decolar, o
procedimento da equipe de bordo foi
reunir-se em frente a cabine e conce-
der várias instruções. Em uma delas, a
comissária disse que, no caso de des-
pressurização da aeronave, máscaras
iriam cair sobre nós. Caso estivesse
com uma criança ou algum parente
próximo no assento ao lado, a más-
cara de oxigênio deveria ser posta
em mim no primeiro momento, para
depois socorrer o outro. Aquilo me in-
trigou muito. Isso beirava o egoísmo.
Quando o avião pousou, fui perguntar
a aeromoça o porquê daquela orien-
tação, afinal meu dever é cuidar do
próximo. Ela esclareceu e nunca mais
esqueci o que me dissera: “Senhor, na
tentativa de salvar alguém, sem antes
lhe salvar por falta de oxigênio, você
morreria antes!”. Ficou claro para mim,
as palavras do Senhor Jesus: “Amarás
ao próximo, como a ti mesmo!”. Como
posso amar alguém se estou morto?
Como poderei salvar alguém, se antes
preciso de salvação? Como ajudar na
cura de alguém, se sou eu que precisa
de ajuda?
Antes de amar ao próximo, deve-
mos amar a nós mesmos. Pode até
parecer um ato egocêntrico, mas
Deus quer que antes de amar o próxi-
mo, devemos apresentar a Ele o nosso
corpo como sacrifício vivo (Rm 12.1).
O apóstolo Paulo, sabendo que es-
taria completando a sua carreira neste
mundo, enviou um conselho ao seu
discípulo Timóteo; era o velho pastor
aconselhando o jovem pastor. Seu
parecer foi: “Tem cuidado de ti mesmo
...” (Tm 4.16). Assim, a recomendação
paulina é para que o pastor nunca es-
queça que a primeira ovelha do seu
rebanho não é a esposa, ou os filhos,
tampouco as ovelhas a qual Cristo lhe
confiou. A primeira ovelha do pastor é
ele mesmo. Só conseguirei ajudar al-
guém, se antes tenho certeza que mi-
nha saúde está perfeita. No discurso
de despedida de Paulo aos anciãos da
igreja de Éfeso, não foi outro se não os
aconselhar: “olhai, pois, por vós e por
todo o rebanho...” (At 20.28).
A única forma de demonstrar nosso
amor a Deus é manifestando em amor
ao nosso próximo. A prova de que o
cristão ama a Deus é através do amor
que expressa ao seu próximo. Antes
de sair por aí tentando amar alguém,
antes tenha cuidado de ti mesmo. Cui-
de-se para poder cuidar de alguém.
Ame a Deus e Ele ensinará amar a si
e ao próximo.
Para pensar e agir
É possível amar a Deus e ignorar as
pessoas?
Como extrair de Deus o amor ca-
paz de transbordar em alcançar o
próximo?
Quais as práticas cristãs devem
ser realizadas para que alguém esteja
apto para amar ao próximo?
Leitura Diária
SEG Tiago 2.8
TER João 15.12
QUA Mateus 5.43-44
QUI 1João 4.7-8
SEX 1Pedro 4.8
SÁB João 15.17
DOM 1João 4.20
61
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