Você está na página 1de 4

INTERCESSÃO E AVIVAMENTO

Interceder é colocar-se no lugar de outro e pleitear a sua causa, como se fora sua própria. É
estar entre Deus e os homens, a favor destes, tomando seu lugar e sentindo sua necessidade
de tal maneira que luta em oração até que alcance a vitória na vida daquele por quem
intercede.

O intercessor é o que busca a Deus não em causa própria, mas por causa do próximo.

O intercessor se coloca numa posição de sacerdote, entre Deus e os homens, para pleitear as
suas causas. Intercessão é dar luz ao reino do espírito para as promessas e propósitos de Deus
se manifestem na Terra descobrindo o que está no coração do Senhor.

É captar a mente de Cristo, de modo a ver as circunstâncias como Cristo as vê, de tal maneira
que Sua vontade e propósito Divinos sejam cumpridos nas vidas dos homens e das nações.

O possuidor deste dom é motivado por Deus para interceder incessantemente em favor dos
necessitados, sejam crentes ou não, a fim de que o Senhor intervenha em favor deles.

Aquele que intercede se coloca diante de Deus em favor do outro.

Todo cristão é chamado a exercer sacerdócio, e o verdadeiro sacerdote é aquele que se coloca
diante de Deus no lugar do homem, levando suas necessidades à presença Dele, l Pedro 2:9
declara:

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de
Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para Sua
maravilhosa luz.”

Ocupar a função sacerdotal implica em ministrar a Deus em favor dos homens. É verdade que
todos têm acesso à Deus, através de Cristo Jesus, porém é também verdade que a Bíblia nos
exorta a orar uns pelos outros fazendo súplicas e intercessões.

Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados.
Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. Tg 5.16

Alguns casos de intercessores nas Escrituras Sagradas:

Abraão intercedeu pelos justos que moravam em Sodoma e Gomorra, a fim de evitar a
destruição das cidades.

Então, partiram dali aqueles homens e foram para Sodoma; porém Abraão permaneceu ainda
na presença do SENHOR. E, aproximando-se a ele, disse: Destruirás o justo com o ímpio? Gn
18.22-23

Moisés intercedeu pelo povo no deserto.

Porém Moisés suplicou ao SENHOR, seu Deus, e disse: Por que se acende, SENHOR, a tua ira
contra teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande fortaleza e poderosa mão?

O povo de Israel pedia a Samuel que intercedesse ao Senhor em momentos de perigo.

Então, disseram os filhos de Israel a Samuel: Não cesses de clamar ao SENHOR, nosso Deus, por
nós, para que nos livre da mão dos filisteus. I Sm 7.8
Epafras foi citado por Paulo como grande intercessor.

Saúda-vos Epafras, que é dentre vos, servo de Cristo Jesus, o qual se esforça sobremaneira,
continuamente, por vós nas orações, para que vos conserveis perfeitos e plenamente convictos
em toda a vontade de Deus. Cl 4.12

Romanos 8:26-27 (NVI):

"Da mesma forma, o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar,
mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os
corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo
com a vontade de Deus."

Tiago 5:16 (NVI):

"Portanto, confessem seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem
curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz."

1 Timóteo 2:1 (NVI):

"Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de
graças, em favor de todos os homens."

Colossenses 1:9-10 (NVI):

"Por essa razão, desde o dia em que o ouvimos, não deixamos de orar por vocês e de pedir
que sejam cheios do conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e
entendimento espiritual. E isso para que vivam de maneira digna do Senhor e em tudo
possam agradá-lo, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus."

Efésios 6:18 (NVI):

"Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente,
estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos."

O Exemplo de Intercessão de Jesus:

Jesus é nosso maior exemplo de intercessor. Ele passava noites inteiras em oração,
intercedendo por Seus discípulos e por toda a humanidade.

Em João 17, vemos o profundo clamor de Jesus ao Pai, pedindo não apenas por Seus discípulos
imediatos, mas por todos aqueles que viriam a crer Nele. Isso nos ensina a abrangência da
intercessão e seu impacto eterno.

A Eficácia da Intercessão:

Tiago 5:16 nos assegura que "a oração do justo é poderosa e eficaz". Quando nos posicionamos
como intercessores, estamos acessando o poder divino que pode transformar vidas e
circunstâncias.

Intercessão e Avivamento:

O avivamento espiritual é o resultado natural de uma fervorosa vida de intercessão. Quando


nos humilhamos diante de Deus, buscando Sua face e intercedendo pelos perdidos e pelos que
necessitam, Ele responde com Sua presença e poder.
2 Crônicas 7:14 nos promete que, se o Seu povo, chamado pelo Seu nome, se humilhar, orar,
buscar Sua face e se converter dos seus maus caminhos, Ele ouvirá dos céus, perdoará seus
pecados e sarará a sua terra. Isso mostra como a intercessão é fundamental para o avivamento
espiritual em uma nação.

HISTÓRIA DE DANIEL NASH: INTERCESSOR DO APÓSTOLO DO AVIVAMENTO

Daniel Nash viveu de 1775 a 1831, no estado de Nova York, nos E.U.A. Pastoreou uma
pequena igreja no interior daquele estado por apenas seis anos. Depois viajou com um
evangelista itinerante, para sustentá-lo em oração, por mais sete anos, até sua morte
prematura. Não há muitos registros sobre seu período de ministério pastoral. Sabe-se que foi
em 1816, com 40 anos, que ele assumiu uma Igreja Presbiteriana-Congregacional, na vila de
Lowville. No primeiro ano de ministério, houve um avivamento, com a conversão de pelo
menos 70 pessoas. Poucos anos depois, um grupo saiu da igreja e formou outra congregação
perto dali. Apesar disso, Nash conseguiu estabelecer um relacionamento pacífico com este
grupo, e cooperar com eles durante o restante do seu ministério. A igreja estava prosperando
espiritualmente, tinha trabalho missionário na região, e uma Escola Bíblica aos domingos.
Por motivos que talvez não foram completamente registrados, em 1822 o conselho da igreja
votou para dispensar Nash, e escolher outro pastor “mais jovem”. Aparentemente, esta
rejeição por parte daqueles que ele tinha amado, e a quem havia ministrado, aos poucos foi
arrasando sua vida, esmagando e quebrando seu coração. Ele certamente ainda não
conseguia ver o que Deus estava querendo fazer através de tudo isso. Não sabia que Deus
estava quebrando e preparando seu coração para um outro trabalho, que envolveria o
abandono do ministério público em favor do aposento escondido de oração.

depois desta reunião, Nash foi acometido de uma grave inflamação nas vistas. Durante várias
semanas, foi obrigado a permanecer num quarto escuro, sem poder ler ou escrever. Durante
este tempo, ele se entregou quase que exclusivamente à oração. Não sabemos muito sobre o
que se passou naquele quarto escuro, somente que, nas suas próprias palavras, “houve uma
revisão geral e radical de toda sua experiência cristã”. Quando saiu dali, ainda usando vendas
nos olhos, havia um novo ardor pelas almas, e uma liberação de tudo que o prendia. Mas ele
não se dedicou a um ministério de evangelismo pessoal, nem de pregações evangelísticas.
Pelo contrário, iniciou um dos mais profundos ministérios de oração de que se tem notícia.
Este pregador rejeitado e quebrantado se dedicou a um trabalho que influenciaria muitos
outros intercessores, até os nossos dias. Quando Nash chegou lá, Finney reconheceu nele
algo diferente, e afirmou “que estava cheio do poder de oração”. Os dois foram unidos pelo
Espírito numa parceria que só terminaria sete anos depois, com a morte de Nash.

A necessidade de oração para preparar o caminho para a evangelização era o princípio


fundamental da equipe. Este conceito era tão forte que Finney geralmente mandava Nash
umas três ou quatro semanas na frente, para preparar o lugar e o povo para as reuniões,
através da oração. Quando Deus dava uma direção quanto ao local onde deviam trabalhar,
Nash ia sem alarde algum para lá, e procurava duas ou três pessoas para se unir com ele em
uma aliança de oração. Às vezes levava consigo um outro homem, que tinha o mesmo tipo
de chamamento, chamado Abel Clarey. Aí começavam a orar fervorosamente para que Deus
agisse na comunidade.

Uma senhora conta a seguinte história: “Alguns dias antes de Finney chegar para pregar na
cidade de Bolton, apareceram dois homens na minha humilde residência, procurando
hospedagem. Fiquei atônita, pois não tinha espaço nenhum na minha casa. Finalmente, por
vinte e cinco centavos por semana, os dois (Nash e Clarey) alugaram um porão escuro e
úmido durante todo o tempo da campanha (umas duas semanas). Lá naquela cela voluntária,
os dois parceiros de oração lutaram contra as forças das trevas.” O próprio Finney relata:
“Certa vez eu estava numa cidade para começar umas reuniões, e encontrei uma senhora
que dirigia uma pensão. Ela me disse: ‘Irmão Finney, você conhece um tal de Nash? Ele e
mais dois homens estão na minha pensão há três dias, mas não comeram nada até agora.
Abri e porta e dei uma espiada, pois os ouvi gemendo, e vi que estavam prostrados. Já faz
três dias que estão lá, prostrados no chão, gemendo. Acho que algo terrível deve ter
acontecido com eles. Fiquei com medo de entrar, e não sei o que fazer. Você poderia por
favor ir vê-los?’ ‘Não será necessário’, respondi. ‘Eles só estão sentindo dores de parto em
oração!’ ” Nash não só preparava a comunidade com antecedência, mas continuava lutando
no Espírito durante a campanha. Geralmente não participava das reuniões, mas enquanto
Finney pregava, Nash geralmente estava em alguma casa vizinha, prostrado no seu rosto, em
agonia de oração. Com todo devido reconhecimento a Finney pela vida que tinha diante de
Deus, e pela unção nas pregações, não há como negar a participação fundamental destes
homens que o sustentavam em oração. As lágrimas que derramaram, os gemidos que saíam
do coração, estão todos escritos nos livros de Deus.

Você também pode gostar