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MANUAL PARA CRIAÇÃO DE PERIQUITOS

AUSTRALIANOS
(Melopsittacus undulatus)

(Imagem da Web)

Características, comportamento, cuidados e doenças


ORIGEM

Os periquitos-australianos foram relatados pela primeira vez por George Shaw e Frederick
Nodder, dois importantes naturalistas do século XIX. Mas foi somente no ano 1840, que John
Gould, um ornitólogo e naturalista inglês, levou alguns exemplares desta ave a Europa, que
publicou um livro a seu respeito, tornando-a popular em toda a Europa. Em seguida, a ave
foi enviada para os Estados Unidos e América Latina, fazendo tanto sucesso, que o governo
australiano teve de criar leis para proibir a caça e o contrabando, pois a espécie chegou a ser
ameaçada de extinção. Hoje, esse risco não existe mais, pois a ave se habituou ao cativeiro.
Mas mesmo assim, sua caça ainda é proibida por lei na Austrália.

CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

O periquito-australiano ou periquito-comum ("Melopsittacus undulatus", do latim: Melo -


som, psittacus - da família de psitacídeos e undulatus - ondulado, por causa das riscas
onduladas presentes em suas costas) é uma espécie de ave psitaciforme pertencente à
família Psittacidae. É um animal de estimação muito popular em várias partes do mundo
sendo natural da Austrália.
Os periquitos-australianos são aves pequenas, com uma envergadura aproximadamente de
18 cm. Em cativeiro, têm uma esperança média de vida de 12 anos. As fêmeas da espécie
são ligeiramente mais pesadas podendo alcançar entre 24 e 40 gramas, enquanto os machos
selvagens, entre 22 e 32 gramas.
Em seu habitat natural apresentam tons esverdeados cintilantes e faixas com tons de preto
com diversos formatos, começando da cabeça até a cauda, geralmente ocorrendo somente
na parte de cima da ave. Da face até um pouco pra cima do bico, encontram-se tons de
amarelo podendo ocorrer pequenas manchas em suas bochechas.
O periquito-australiano é uma das duas únicas espécies de aves psitaciformes
verdadeiramente domesticadas pelo homem (a outra é o inseparável-de-faces-rosadas).
A espécie é alvo de seleção artificial e reprodução em cativeiro desde a década de 1850. Os
periquitos-australianos podem aprender a falar.
Classe: Aves
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae
Gênero: Melopsittacus
Espécie: Melopsittacus undulatus (Shaw, 1805)

Os periquitos são animais altamente sociáveis, vivendo muito bem em viveiros coletivos.
Lembre-se que quanto maior o espaço para eles voarem, melhor vai ser para os psitacídeos
e com um bom espaço para vôos os periquitos não irão engordar e com isso não ficarão
vulneraveis à várias doenças.
Quanto à vida social, os periquitos vivem em bandos numerosos e, mesmo depois do
crescimento, o filhote não abandona o grupo para viver só - por isso, não é
recomendável ter apenas um exemplar, pois ele se sentiria muito só. fora este detalhe,
essas aves não dão muito trabalho e costumam ser fisicamente resistentes. Porém
sofrem nas mãos de proprietários inexperientes. Por isso, vale destacar alguns cuidados
básicos que ajudam a proporcionar ao periquito um ambiente adequado:
 Para um casal, uma gaiola criadeira com 90 cm de comprimento por 45 de altura
e 30 de largura é suficiente. Para criação de colônias, o ideal é um viveiro com
metragem de 3m x 1,5 x 1,5, que abriga até dez casais.
 Manter as gaiolas limpas em local arejado,
protegidos do sol e do vento e do vento.
 Deixe à disposição bebedouro e uma banheira,
ambos com água fresca.
 Os bebedouros devem ser lavados diariamente,
sem exposição ao sol nem ficar debaixo de poleiros.

DIFERENÇAS ENTRE MACHOS E FÊMEAS

Para identificarmos um macho de uma fêmea basta


olharmos para a carúncula nasal (parte logo acima do
bico), sendo que no macho ela é Azul e as femeas
apresentam tons de castanho, rosa ou cinza, sendo que
já podemos notar esta diferança a partir dos seis meses
de idade. Já nos periquitos albinos, tanto o macho
quanto a fêmea tem a carúncula rosada.

ALIMENTAÇÃO

Os periquitos comem vários tipos de semente como Alpiste, Painço, Aveia, Canhamo,
Linhaça, Niger, Girassol entre outras, sendo que encontramos várias misturas prontas no
mercado. Devemos deixar uma fonte de cálcio na gaiola, podendo ser o Osso de Siba, a
farinha de ostra, Cascas de Ovos limpas, secas e moídas, ou algum suplemento Vitamínico
encontrado em Pet Shops. Outro alimento importantissimo são as verduras e os legumes, de
preferencia os de cor verde escuro como couves, almeirão e mostarda, além de jiló,
pimentão e milho verde. Devemos ter um cuidado especial com a água dos bebedouros que
devem ser trocadas diariamente. Podemos misturar a água vitaminas, suplementos
alimentares ou vermifugos, sempre seguindo a prescrição da bula, como por exemplo a linha
de produtos da Avitrin, mas existem diversas marcas de ótima qualidade no mercado. Como
os periquitos não possuem dentes, é muito importante que coloquemos na gaiola/viveiro
um pote com areia limpa para que eles possam ingerir e ajudar a moela a triturar os
alimentos.
Existem várias dietas para os periquitos, como as de manutenção, criação, recuperação,
engorda e emagrecimento.
Para os psitacideos fora da época de acasalamento ou muda podemos manter uma dieta de
manutenção, composta basicamente de 50% painço, 30% alpiste, 20% de linhaça e aveia.
Quando os periquitos estiverem procriando e com filhotes devemos acrescentar um pouco
mais de aveia e também de outras sementes como o girassol, além de uma boa farinhada do
tipo “papa de ovo”, além do próprio ovo cozido.

DICAS SOBRE AS GAIOLAS

As gaiolas devem apresentar dimensões mínimas que permitam ao pássaro voar;


Os poleiros têm de ser construídos com uma madeira não tóxica, pois os periquitos têm
tendência de debicar, especialmente na época de reprodução;
Adicionar à gaiola e em quantidades moderadas, desinfectante ou insecticida apropriado, de
forma a reduzir os riscos destas aves serem atacadas por ácaros do tipo aranhiço vermelho.
REPRODUÇÃO

Na época de reprodução devem estar saudáveis, que é visível quando a membrana que
cobre a parte superior do bico dos machos estiver num azul forte (exceto nos periquitos de
olhos vermelhos e nos malhados, devendo apresentar um tom púrpura suave); para as
fêmeas deve ser uma cor de chocolate e bastante áspera. A melhor época é entre o mês de
Fevereiro e o mês de Abril, embora dependa muito da área geográfica. Para fazer criação, é
necessário uma caixa para ninho, com uma dimensão de aproximadamente 20x8x20 cm com
apenas um orifício, por onde entram e saem; convém que o fundo seja concavo e amovível.
O período de incubação varia entre duas e três semanas, com uma média de 5 ovos por
ninhada.

A fêmea do casal em reprodução começa preparar o ninho até um mês antes de começar a
cruzar e botar os ovos, as características disso é quando ela passa a maior parte do tempo
no ninho, começar a roer a madeira, e recebe comida na boca do macho, ela começa a botar
de 6 a 10 dias diante do primeiro acasalamento, e os ovos são postos no intervalo de um dia,
ou seja dia sim, dia não. O que deixa muitos criadores com duvidas é porque eles cruzam
mais de uma vez? Isso é apenas hábito, outra duvida é, cruzar mais de uma vez significa mais
ovinhos? não, as vezes a fêmea põe 4 ovos com 5 acasalamentos ou 2 acasalamentos, ou
seja, não interfere na quantidade de filhotes.

Dicas:

 Os ovos devem ser mantidos com o maior cuidado possível, principalmente nos
primeiros dias.
 Não é necessário colocar algo no ninho como algodão, serragem e outros a própria
fêmea prepara o ninho.
 Ficar se aproximando da gaiola não é recomendado, pois é muito comum os
periquitos nos verem e saírem correndo para dentro do ninho, podendo quebrar os
ovos.
 Se acontecer de algum ovo se quebrar, é provável que seja pela falta de cálcio, e o
recomendado quando acontecer isso é fornecer o cálcio, em pedra ou através de
complementos vendidos em Pets Shops (Vitagold, por exemplo) que são aplicados na
água.
 É sempre bom fornecer semente de girassol em quanto eles estão se reproduzindo, é
uma importante fonte de vitaminas.

Ovoscopia

É um procedimento usado para identificar se o ovo foi fecundado ou não é uma tarefa muito
importante para que as fêmeas não fiquem perdendo tempo com ovos não fecundados. É
um procedimento fácil, basta pegar uma lanterna e mirar na frente do ovo, isso só pode ter
feito a partir do ovo ter completado 6 dias para melhor visualização, se você ver algo dentro
do ovo não o descarte se o ovo estiver com nada dentro o descarte mas lembre só a partir
do sexto dia.
DOMESTICAÇÃO DOS PERIQUITOS

O primeiro fator a ser levado em conta é procurar conquistar a confiança do pássaro, lenta e
pacientemente: nunca usar de movimentos bruscos, evitar tocar no periquito enquanto este
não tiver confiança no dono, oferecer comida, etc.
Devem ser ensinados desde muito cedo, duas semanas depois de terem saído do ninho,
especialmente para aprenderem a falar (não quer isto dizer que não possam ser
domesticados em qualquer idade, apenas reduzem a probabilidade de aprenderem a falar).
As mulheres são consideradas as melhores candidatas a ensinarem, visto que a voz feminina
é normalmente mais aguda (com frequências mais próximas dos sons dos periquitos); mas
os homens não estão de fora! As primeiras palavras usadas devem ser monossilábicas.
Numa fase mais posterior, se estiver a domesticar dentro de casa, deve oferecer liberdade,
deixando-o sair da gaiola, para que este possa espairecer as asas (verificar se as portas e
janelas estão fechadas). Convém ensinar os periquitos a entrarem e saírem da gaiola quanto
antes. Ofereça brinquedos, desde baloiços, sinos pequeninos, argolas, escadas e
especialmente espelhos.

DOENÇAS

No caso de patas ou asas partidas, mesmo que sejam apenas indícios, o periquito deve ser
transportado de imediato ao veterinário.
Caso apresentem sintomas tais como: espirros ou ficarem encolhidos na gaiola, é porque
estão constipados; nesta situação devem ser mudados para uma gaiola mais pequena, num
quarto aquecido (depois de melhorarem não devem ser transferidos de imediato para a
temperatura ambiente, para que não tenham recaídas)
No caso de feridas, especialmente resultantes de brincadeiras, brigas ou dos arames das
gaiolas, o golpe deve ser desinfectado com um anti-séptico apropriado e o periquito deve
ser mantido em sossego de forma a sarar rapidamente
Dado que os periquitos tomam banho com pouca frequência, convém pulverizá-los com
água proveniente da chuva ou com água da torneira que tenha sido previamente fervida
Vacinas para previnir doenças não constam da rotina dos periquitos australianos.
Em compensação, higiene, alimentação correta e balanceada podem garantir uma vida
saudável às aves. Por isso, nunca é demais saber quais as doenças mais comuns que
acometem o animal:

Ovo preso: causado por deficiência nutricional, principalmente de cálcio. Tem como
sintomas prostração súbita, esforço abdominal, fraqueza. Precisa ser tratado com urgência.
Resfriado: causado pela bacteria mycoplasma. A ave fica com as penas arrepiadas, espirro e
tosse.
Sarna: causado pelo ácaro Knemidocoptes sp. Sintomas:escamação nos pés, pernas, em
volta dos olhos e no bico.
Coceira: causado por piolhos e ácaros de penas.
Diarréia: causada por bactérias e parasitas. Sintomas: fezes moles, desitrataçãom perda de
apetite, tristeza.

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