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QUANTO

MAIS
ABELHA Candidaturas
MAIS MEL Femininas
em Rede
José Luiz Bolzan Edilene Lôbo
Possui graduação em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria (1984), Doutora em Direito
mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Processual Civil pela
(1989), doutorado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina Pontifícia Universidade
(1995), com estágio “sanduíche” na Universidade de Montpellier I - França e Católica de Minas Gerais.
Pós-Doutoramento junto à Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Mestre em Direito
Foi professor da pós-graduação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1997- Administrativo pela
2018). Atualmente é professor do PPGDireito da Faculdade de Direito de Vitória- FDV, Universidade Federal de Minas
da Universidade de Itaúna e da Escola superior Dom Helder Câmara. Procurador do Estado Gerais. Especialista em Processo Penal
do Estado do Rio Grande do Sul junto aos Tribunais Superiores (STF/STJ). Membro do conselho pela Universidade de Castilla La Mancha,
consultivo do Instituto de Hermenêutica Jurídica, Consultor ad hoc da CAPES, CNPQ, FAPERGS, FAPESC, Espanha. Em estágio pós-doutoral na Faculdade de
FAPEMIG e Università degli studi di Roma Tre. Professor convidado da pós-graduação - Universita de Firenze, Direito de Vitória, sob Supervisão do Professor Doutor José
Universita Roma I, Universidad de Sevilla e Universidade de Coimbra. Coordenador do Grupo de Pesquisa Estado Luís Bolzan de Morais. Professora da Graduação, Mestrado e
& Constituição (CNPq) (GEPE&C) e da Rede de Pesquisa Estado & Constituição (REPE&C). Pesquisador PQ/CNPq. Foi doutorado em Direito da Universidade de Itaúna. Professora
membro do Grupo de Especialistas para a Reforma da legislação de migrações do MJ/SNJ. Membro da CNEJ/CFOAB convidada da pós-graduação em processo pela PUCMINAS.
(2013/2015) e Vice-Presidente Acadêmico da Comissão de Mediação e Práticas Restaurativas da OAB/RS, até 2018. Autora de livros e artigos jurídicos. Advogada.

Rayssa Rodrigues Meneghetti


Advogada. Professora de Direito Tributário e de Direito Processual Civil. Doutoranda
e mestre em Proteção dos Direitos Fundamentais pelo Programa de Mestrado
em Direito da Universidade de Itaúna - UIT, com área de concentração na linha
de pesquisa Direito Processual Coletivo e Efetividade dos Direitos Fundamentais
(2018). Pós-graduanda em Direito Tributário pela Universidade Pontifícia Católica de
Minas Gerais (2019). Pós-graduada em Direito Processual pela Universidade Pontifícia
Católica de Minas Gerais (2017). Pós-graduada em Direito Processual Civil pela Universidade
Anhanguera-Uniderp (2014). Graduada em Direito pela Faculdade de Direito e Ciências Sociais do
Leste de Minas (2011).

O Observatório do Mundo em Rede (Cyber


Álisson Thiago de Assis Campos
Leviathan) se destina a acompanhar a
Revolução da Internet e seus impactos Doutorando em Direito pela Universidade de Itaúna - UIT (2020-2023). Mestre em
nas instituições político-jurídicas. Para Direito pela Universidade de Itaúna - UIT (2017-2018). Pós-graduado em Ciências Penais
além dos estudos teóricos, o observatório (2013). Graduado em Direito pela Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete - FDCL
realiza várias atividades relacionadas ao (2007-2011). Atualmente atua como Professor e Diretor Acadêmico na Faculdade de
tema, promovendo o debate em âmbito Direito de Conselheiro Lafaiete.
nacional e internacional. Fundado em
2020 pelos pesquisadores José Luis
Bolzan de Morais (coordenador), Edilene
Lobo (coordenadora), Rayssa Meneghetti
e Álisson Thiago de Assis Campos, o
observatório pode ser acompanhado
pelo Instagram: @CyberLeviathan. Adriana Martins Ferreira Festugatto
Membro do Observatório Cyberleviathan. Mestre em Direitos fundamentais pela
UNOESC, é servidora do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina e membro
do Grupo de Apoio Técnico ao Comitê Gestor do Programa de Enfrentamento
à Desinformação nas Eleições. Atua ainda como Editora-Assistente na Espaço
Jurídico Journal of Law (Qualis A1) e participa do Grupo de Pesquisa Proteção das
Liberdades na Sociedade do Controle.

Diagramação: Verônica Soares

ISBN nº 978-65-00-09050-5
APRESENTAÇÃO
As mulheres são 52,53% do eleitorado, chegando ao espantoso
número de 79.073.367 (setenta a nove milhões, setenta e
três e trezentas e sessenta e sete) aptas a votarem
nas presentes eleições, conforme estatísticas do
TSE1.
Porém, o Brasil está dentre os Países em que
a inclusão feminina na política não supera
15%2 de ocupação na Câmara dos Deputados
e cerca de 10% no Senado, número a que se
chegou em 2018 quando, pela primeira vez,
houve financiamento público de campanha
e desse recurso reservou-se cota para as
mulheres, correspondente ao mínimo de
30%3 das vagas para registros e mesmo
percentual do tempo de propaganda eleitoral
no rádio e na TV.
Nas eleições de 2016, o número de Prefeitas
eleitas foi reduzido em 4%, comparando com
2012, ficando em 11,6% contra 88,4% de homens.
Esses números serão revisados nas eleições próximas,
em novembro de 2020, com tendências a aumentar, tendo
em vista a proibição de coligações proporcionais, associada
à manutenção da obrigatoriedade da cota de gênero para registro,
assim como da parcela dos recursos públicos e do tempo de propaganda
eleitoral no rádio e na TV.

1 Disponível em: http://www.tse.jus.br/eleitor/estatisticas-de-eleitorado/estatistica-do-eleitorado-por-sexo-e-faixa-etaria.


2 Disponível em: https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/composicaocamara2019/index.html#text6.
3 Disponível em: https://www25.senado.leg.br/web/senadores/em-exercicio/-/e/por-sexo
CANDIDATURAS
FEMININAS
COLETIVAS
Outro fenômeno emergente, tendente a se ampliar nas eleições de 2020, é o das
candidaturas femininas coletivas, em que são formados blocos para disputar
as eleições, com uma única candidatura registrada e todas as pessoas do grupo se
colocando como se fosse a própria. Ou, ainda, várias mulheres que se registram com
nomes e números diferentes, mas fazem campanha para todas, compartilhando
recursos financeiros, propaganda, apoios políticos etc.
As candidaturas coletivas calham bem para a inclusão das mulheres na política,
permitindo-lhes mais visibilidade e ampliando as possibilidades de ocupação real dos
espaços de poder, na linha do projeto que norteia este trabalho: QUANTO MAIS ABELHA
MAIS MEL.
É verdade que esse tema ainda não encontra regulação no ordenamento brasileiro,
mas há em curso, na Câmara dos Deputados, o Projeto de Emenda à Constituição nº
379/2017, com designação de relatoria em julho de 2019, mas sem grandes debates até
o momento. ESSE ASSUNTO É IMPORTANTE E PRECISA DE AMPLIAÇÃO, CONHECIMENTO
E DIFUSÃO. ACOMPANHE A ATUAÇÃO DE SUA DEPUTADA, DE SEU DEPUTADO, E EXIJA
PUBLICIDADE SOBRE ESSE DEBATE.
Candidaturas coletivas, as quais tecem redes para expandir as possibilidades da
representação popular, associadas às novas tecnologias da comunicação, que
colocaram o mundo em rede, evidenciam a intersecção que se busca estimular com o
presente trabalho.
A WEB É UMA
COLMEIA
Não se duvida que a vida online oferece múltiplas
possibilidades, nem sempre as mais benfazejas, mas
amplia contatos, com mais pessoas, ao mesmo tempo
e a um custo acessível. Embora haja perto de 42% de
pessoas não incluídas no mundo digital, no Brasil,
resta mais da metade da população conectada, de
alguma forma, em redes sociais.
É aí a ambiência importante para que se promova
visibilidade das minorias políticas, especialmente das
mulheres. Além da propaganda eleitoral, é possível também
a expansão do financiamento coletivo, da mobilização de grupos de
interesse, da ampliação de debates sobre temas específicos e gerais da vida
das mulheres, tudo pela internet.
O desenho das redes sociais formadas pela web lembra bem as colmeias, em que,
coletiva, árdua e incansavelmente, pequenos seres femininos, as abelhas se juntam
para fazer mel, um dos alimentos mais nutritivos que se conhece.

QUANTO MAIS MULHER NA


POLÍTICA MAIS DEMOCRACIA
Nessa ideação, de coletividades femininas trabalhando juntas para criar o mel da
democracia inclusiva e substancial, precisa ser dito que QUANTO MAIS ABELHAS MAIS
MEL, QUANTO MAIS MULHER NA POLÍTICA MAIS DEMOCRACIA.
POR ISSO É ESSENCIAL QUE VOCÊ SAIBA SOBRE ALGUMAS QUESTÕES ENVOLVENDO A
PROPAGANDA ELEITORAL NAS REDES:

VOCÊ SABE O QUE


SÃO REDES SOCIAIS?4
Redes sociais são plataformas facilitadoras das conexões sociais. Por meio delas é
possível se relacionar com outros indivíduos, baseado em nossos interesses, visões de
mundo, localização etc.
A principal função de uma rede social é conectar pessoas dentro do mundo virtual,
seja para construir novas relações sociais ou apenas manter as já existentes. Pense nos
grupos de amigas/os que você tem, sejam da escola, do trabalho, da família, do bairro
ou mesmo do prédio onde você mora. Cada um desses grupos é uma rede social que
você tem!
É inegável o sucesso obtido pelas redes sociais formadas pela web, como Facebook,
Twitter, WhatsApp, Youtube, Instagram, Linkedin, Snapchat, Google+, TikTok etc.
Dificilmente conseguimos pensar nossas interações sociais sem a presença delas e isso
mostra a força dessas plataformas, que tomam conta do mundo como conhecemos. As
redes sociais, com as novas relações que possibilita, impactam, inegavelmente, a arena
pública. Não podem ser ignoradas!

COMO POSSO CRIAR MEU


PERFIL NUMA REDE SOCIAL?5
Cada plataforma fornecerá informações para tanto, devendo ficar claro para quem for
usá-las que os dados ali depositados poderão ser utilizados livremente e dificilmente
serão apagados ou esquecidos. Além disso, já começaram a exigir uma série de
informações prévias das usuárias/os. Procure saber!
Adiante, roteiro básico para criação.

4 Extraído de LÔBO, Edilene at all. Curso de Formação Política para Mulheres. Direito
Eleitoral. Noções Básicas. Eleições Municipais. Editora Conhecimento: Itaúna, 2019.
5 Extraído de LÔBO, Edilene at all. Curso de Formação Política para Mulheres. Direito
Eleitoral. Noções Básicas. Eleições Municipais. Editora Conhecimento: Itaúna, 2019.
Facebook
• Acesse a página www.facebook.com.br;
• Preencha o formulário de cadastro com os dados;
• Clique no botão “Cadastre-se”. Aparecerá a verificação de segurança;
• Selecione seus amigos, assim seu perfil já abre com amigos. Clique em “Permitir”;
• Salve sua foto, que a aparecerá no seu perfil e permitirá que as pessoas te reconheçam;
• Você receberá um e-mail de confirmação de conta;
• Preencha seus dados no seu perfil com cuidado e atenção, pois o que estiver escrito lá permitirá
a visão a seu respeito e poderá ser captado e utilizado na rede.

Instagram
• Baixe o aplicativo do Instagram da App Store (iOS) ou da Google Play
Store (Android) em seu celular;
• Depois de instalar o aplicativo, toque no símbolo para abri-lo;
• Toque em “Cadastrar-se” com e-mail ou número de telefone e, em seguida,
• insira seu endereço de e-mail ou número de telefone (que exigirá um código de confirmação);
• Toque em “Avançar”;
• Também é possível tocar em “Entrar com o Facebook” para se cadastrar com sua conta do
Facebook;
• Se você se cadastrar com o e-mail ou número de telefone, crie um nome de usuário e uma senha,
preencha as informações do perfil e toque em “Concluir”.
• Se você se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na conta do Facebook, caso tenha
saído dela.

Twitter
• Acesse o site https://twitter.com/;
• Insira Nome Completo, e-mail e senha;
• Clique no botão “Inscreva-se no Twitter”;
• Os posts no Twitter são de apenas 280 caracteres;
• Realize a pesquisa para encontrar seus amigos ou conecte-se ao Facebook.
Linkedin
• Acesse http://www.linkedin.com/portugues;
• Clique em “Cadastre-se hoje mesmo”;
• Preencha os dados e clique em “Cadastre-se no Linkedin”;
• O plano básico é gratuito;
• Preencha seu perfil com dados relevantes a sua carreira profissional como se estivesse
montando um currículo resumido;
• Essa rede possui uma boa organização e quando buscarem seu nome terá uma boa
visibilidade, inclusive para busca e oferta de empregos.

TikTok
• Baixe o aplicativo do Instagram da App Store (iOS) ou da Google Play
Store (Android) em seu celular;
• Depois de instalar o aplicativo, toque no símbolo para abri-lo;
• Escolha a melhor opção para criar o seu login. Se você se cadastrar com o e-mail ou número
de telefone, preencha as informações solicitadas (data de nascimento, número de telefone.
colocar o código recebido via sms, criar senha e nome de usuário) e toque em “Concluir”.
• Também é possível se cadastrar com sua conta do Facebook ou outros aplicativos, como Google
e Twitter.
• Use as redes sociais para difusão de suas propostas em linguagem clara e simples;
• Evite compartilhar ou promover conteúdos que não correspondam ao propósito da sua página, assim
como não deixe comentários que contenham fofocas, ofensas, fake news ou discurso de ódio;
• No período de campanha eleitoral, não realize enquetes, sondagens ou pesquisas de opinião pública que
não obedeçam às disposições legais. A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com
detenção e multa, que pode chegar a R$106.410,00;
• Evite compartilhar conteúdos de fontes que não conhece;
• Sempre verifique a veracidade ou segurança da informação antes de compartilhá-la, consultando as
agências de checagem, como: https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/, https://aosfatos.org/, https://www.
boatos.org/, http://www.justicaeleitoral.jus.br/fato-ou-boato/, dentre outras.
• Leia diariamente jornais e revistas de alcance nacional;
• Vá, sempre, às páginas da justiça eleitoral na internet para se atualizar e conferir informações:
http://www.tse.jus.br/;
• Organize e atualize sua rede de contatos, sempre que possível indagando in box (falar em
particular com alguém, na caixa de mensagens privada) se pode enviar mensagens e se essa
pessoa pode lhe auxiliar mantendo o alto astral e a atualidade da página;
• Acompanhe debates e participe de redes sociais variadas, para permitir que você tenha
informações e possa se posicionar sobre os temas circulantes fora das bolhas digitais;
• Fique atenta às publicações e eventos do seu partido para divulgá-los pelas redes e também deles
participar;
• Lembre-se que você pode circular pelas redes do Facebook, Whatsapp, Twitter, Instagram, Youtube, Telegram,
Snapchat e vários outros aplicativos, mas não pode pagar pela propaganda, salvo quando possível o
impulsionamento de conteúdos;
• Se você for ofendida nas redes sociais, denuncie e busque reparação.6

QUAIS SÃO AS REGRAS


DA PROPAGANDA
ELEITORAL?7
A propaganda eleitoral é tratada, basicamente,
pela Lei nº 9.504/97, acompanhada da Resolução
nº 23.610/2019-TSE.

6 Extraído de LÔBO, Edilene at all. Curso de Formação Política para Mulheres. Direito Eleitoral. Noções Básicas. Eleições Municipais. Editora Conhecimento: Itaúna, 2019.
7 Extraído de LÔBO, Edilene. Manual Digital - Eleições 2020. ISBN: 978-65-00-07978-4
• 27/09/2020 é a data de início da propaganda eleitoral, inclusive na internet;
• Utilização de adesivo plástico em automóveis, caminhões, bicicletas, motocicletas e janelas residenciais;
• Alto falantes e amplificadores de som, até a véspera da eleição, entre 8h e 22h, observados os limites legais;
• Adesivo e papel em bens particulares, desde que não exceda a metragem estabelecida correspondente a
meio metro quadrado. É proibida a inscrição de propaganda a tinta nas fachadas, muros ou paredes, em
bens particulares;
• Adesivo microperfurado até a extensão do para-brisa traseiro ou, em outras posições, desde que o adesivo
não exceda meio metro quadrado e não configure efeito visual único com medidas acima dos limites legais;
• É permitida a colocação de mesas para distribuição de materiais de campanha e a utilização de bandeiras
ao longo das vias públicas, desde que móveis e não dificultem o bom andamento do trânsito (entre 6 horas
da manhã e 10 horas da noite);
• Carro de som em carreatas, caminhadas e passeatas ou durante reuniões e comícios, e desde que observado
o limite de 80dB (oitenta decibéis) de nível de pressão sonora, medido a 7m (sete metros) de distância do
veículo;
• Divulgação paga na imprensa escrita, limitada ao máximo de 10 anúncios por periódico e a tamanho próprio;
• A propaganda deve conter sempre a legenda do partido e o número da candidatura, quando proporcional,
acrescentando o nome da coligação e os partidos que a compõem, quando majoritária. Se for material
impresso, deverá conter também o CNPJ de quem o contratou, o CNPJ da empresa/CPF da pessoa física que
o fabricou, além da tiragem, indicando a quantidade daquela produção;
• Propaganda impressa da/o Prefeita/o deve garantir 30% do espaço para a/o vice, além do nome legível e
claro;
• Propaganda gratuita no rádio e na televisão, com a cota mínima de 30% do tempo para a campanha das
mulheres;
• Alteração dos horários desse tipo de propaganda, mantida a de Prefeita/o, dividida em dois blocos diários
de 10 minutos. Não existe mais propaganda bloco para Vereador/a, lhes sendo garantidas apenas inserções
ao longo da programação normal, entre 5h e 24h - correspondentes a 40% do total de 70 minutos diários,
com o restante destinado a/ao Prefeita/o – ainda assim nos Municípios onde houver estação geradora;
• Manifestação individual e silenciosa no dia da eleição.
• Somente no comitê central de campanha ou de partido está autorizada a inscrição a tinta, em tamanhos
que não se assemelhem ou gerem efeito de outdoor, limitado a 4m²;
• Nos demais comitês e na propriedade privada em geral, a propaganda se limitará a adesivos ou papéis com
máximo de meio metro quadrado.
Nessa legislação também está previsto o que não pode.

• Artefatos e impressos que excedam meio metro quadrado ou justaposição que exceda esse limite;
• Envelopamento de veículos;
• Aglomerações, carro de som, distribuição de impressos e outros atos públicos coletivos de propaganda no dia
das eleições;
• Pagamento de espaços privados para veiculação de propaganda, salvo impulsionamento pelas redes e na
imprensa escrita;
• Inscrição em muros ou fachadas;
• Faixas, placas, estandartes, cavaletes, bonecos e assemelhados;
• Propaganda em bens públicos como postes, viadutos, passarelas, árvores, tapumes, sinais de trânsito etc;
• Shows artísticos de qualquer natureza, inclusive os realizados em meios virtuais, como “livemícios” e eventos
assemelhados;
• Outdoor, divulgações em sítios de entidades públicas, sindicais e pessoas jurídicas em geral;
• Impulsionamento na internet por pessoas naturais ou jurídicas, exceto candidatas/os, partidos e coligações;
• Por meio de robôs, fake news ou disparos aleatórios nas redes sociais e em aplicativos de mensagens instantâneas;
• Que implique doação ou promessa de doação de bens e serviços;
• Paga no rádio ou na televisão;
• Em bens privados de uso comum como lojas, cinemas, supermercados, igrejas, templos etc.
PROPAGANDA
DAS MULHERES
NA INTERNET
A propaganda eleitoral na internet poderá ser realizada nas seguintes
formas:
I - em sítio da/o candidata/o, com endereço eletrônico comunicado à
Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de
aplicação de internet estabelecido no país;
II - em sítio do partido político ou da coligação, com endereço eletrônico
comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em
provedor de aplicação de internet estabelecido no país;
III - por meio de mensagem eletrônica para endereços cadastrados
gratuitamente pela/o candidata/o, pelo partido político ou pela coligação,
observadas as disposições da Lei Geral de Proteção de Dados quanto ao
consentimento do titular;
IV - por meio de blogs, redes sociais, sítios de mensagens instantâneas
e aplicações de internet assemelhadas, dentre as quais aplicativos de
mensagens instantâneas, cujo conteúdo seja gerado ou editado por:
a) candidatas/os, partidos políticos ou coligações, desde que não
contratem disparo em massa de conteúdo;
b) qualquer pessoa natural, vedada a esta pessoa natural a contratação
de impulsionamento e de disparo em massa de conteúdo.
• Os endereços eletrônicos das aplicações da internet, salvo aqueles de iniciativa de
pessoa natural, deverão ser comunicados à Justiça Eleitoral no requerimento de registro
da candidatura ou no demonstrativo de regularidade de dados partidários, podendo ser
mantidos durante todo o pleito eleitoral os mesmos endereços eletrônicos em uso antes
do início da propaganda eleitoral.
• Não é admitida a veiculação de conteúdos de cunho eleitoral mediante cadastro de usuário
de aplicação de internet com a intenção de falsear identidade.
• É vedada a utilização de impulsionamento de conteúdos e ferramentas digitais não
disponibilizadas pelo provedor da aplicação de internet, ainda que gratuitas, para alterar
o teor ou a repercussão de propaganda eleitoral, tanto próprios quanto de terceiros;
• A manifestação espontânea na internet de pessoas naturais em matéria político-eleitoral,
mesmo que sob a forma de elogio ou crítica a candidato ou partido político, não será
considerada propaganda eleitoral;
• Inclui-se entre as formas de impulsionamento de conteúdo a priorização paga de
conteúdos resultantes de aplicações de busca na internet;
• É vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet, excetuado
o impulsionamento de conteúdos, desde que identificado de forma inequívoca como tal e
contratado exclusivamente por partidos políticos, coligações e candidatas/os;
• É vedada, ainda que gratuitamente, a veiculação de propaganda eleitoral na internet, em
sítios:
II - de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos;
II - oficiais ou hospedados por órgãos ou por entidades da administração pública direta ou indireta
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
O impulsionamento deverá conter, de forma clara e legível, o número de inscrição no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou o número de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas (CPF) do responsável, além da expressão “Propaganda Eleitoral”.
Vale lembrar que é livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato durante a
campanha eleitoral, por meio da internet, assegurado o direito de resposta nos mesmos
lugares, veículos termos e condições da ofensa, e por outros meios de comunicação
interpessoal mediante mensagem eletrônica e mensagem instantânea.
Veja que, sem prejuízo das sanções civis e criminais aplicáveis ao responsável, a Justiça
Eleitoral poderá determinar, por solicitação da/o ofendida/o, a retirada de publicações
que contenham agressões ou ataques a candidatos em sítios da internet, inclusive
redes sociais.
Nos casos de direito de resposta em propaganda eleitoral realizada na internet, em se
tratando de provedor de aplicação de internet que não exerça controle editorial prévio
sobre o conteúdo publicado por seus usuários, a obrigação de divulgar a resposta recairá
sobre o usuário responsável pela divulgação do conteúdo ofensivo, na forma e pelo tempo
que vierem a ser definidos na respectiva decisão judicial.
É vedada às pessoas jurídicas de qualquer natureza, a venda, utilização, doação ou cessão
de dados pessoais de seus clientes, em favor de candidatas/os, partidos ou coligações.
É proibida às pessoas naturais a venda de cadastro de endereços eletrônicos.
O provedor de aplicação de internet em que divulgada a propaganda eleitoral de
candidata/o, de partido político ou de coligação é obrigado a adotar as providências
determinadas pela Justiça Eleitoral, a partir da notificação de decisão judicial específica,
acerca da existência de propaganda irregular.
As mensagens eletrônicas e as mensagens instantâneas enviadas por candidata/o,
partido político ou coligação, por qualquer meio, deverão dispor de mecanismo que
permita seu descadastramento pelo destinatário, obrigado o remetente a providenciá-lo
no prazo de 48 horas.
É vedada a realização de propaganda via telemarketing em qualquer horário, bem
como por meio de disparo em massa de mensagens instantâneas sem anuência do
destinatário.
Sem prejuízo das demais sanções legais cabíveis, será punido, com multa de
R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), quem realizar
propaganda eleitoral na internet atribuindo indevidamente sua autoria a
terceiro, inclusive candidata/o, partido político ou coligação.
A Justiça Eleitoral poderá determinar a suspensão do acesso a todo conteúdo
veiculado que deixar de cumprir as disposições legais, devendo o número de horas
de suspensão ser definido proporcionalmente à gravidade da infração cometida em cada
caso, observado o limite máximo de 24 horas.
No período da suspensão, a empresa informará a todos os usuários que tentarem acessar
o conteúdo que ele está temporariamente indisponível por desobediência à legislação
eleitoral.
Conceitos importantes
para a propaganda
eleitoral na internet
Previstos na Resolução 23.610/2019-TSE
I - internet: o sistema constituído do conjunto de protocolos lógicos, estruturado em escala
mundial para uso público e irrestrito, com a finalidade de possibilitar a comunicação de
dados entre terminais por meio de diferentes redes;
II - terminal: o computador ou qualquer dispositivo que se conecte à internet;
III - endereço de protocolo de internet (endereço IP): o código numérico ou alfanumérico
atribuído a um terminal de uma rede para permitir sua identificação, definido segundo
parâmetros internacionais;
IV - administrador de sistema autônomo: a pessoa física ou jurídica que administra blocos
de endereço IP específicos e o respectivo sistema autônomo de roteamento, devidamente
cadastrada no ente nacional responsável pelo registro e pela distribuição de endereços IP
geograficamente referentes ao país;
V - conexão à internet: a habilitação de um terminal para envio e recebimento de pacotes
de dados pela internet, mediante a atribuição ou autenticação de um endereço IP;
VI - registro de conexão: o conjunto de informações referentes à data e hora de início e
término de uma conexão à internet, sua duração e o endereço IP utilizado pelo terminal
para o envio e recebimento de pacotes de dados;
VII - aplicações de internet: o conjunto de funcionalidades que podem ser acessadas por
meio de um terminal conectado à internet;
VIII - registros de acesso a aplicações de internet: o conjunto de informações
referentes à data e hora de uso de uma determinada aplicação de internet
a partir de um determinado endereço IP;
IX - conteúdo de internet: páginas, textos, arquivos, fotos, vídeos, ou
qualquer outro elemento digital que possa ser armazenado na internet e
que esteja acessível por meio de uma URI (Uniform Resource Indicator),
URL (Uniform Resource Locator) ou URN (Uniform Resource Name);
X - sítio hospedado diretamente em provedor de internet estabelecido no país: aquele cujo
endereço (URL Uniform Resource Locator) é registrado no organismo regulador da internet
no Brasil e cujo conteúdo é mantido pelo provedor de hospedagem em servidor instalado
em solo brasileiro;
XI - sítio hospedado indiretamente em provedor de internet estabelecido no país:
• aquele cujo endereço é registrado em organismos internacionais e cujo conteúdo é mantido
por provedor de hospedagem em equipamento servidor instalado em solo brasileiro;
XII - sítio: o endereço eletrônico na internet subdividido em uma ou mais páginas que
possam ser acessadas com base na mesma raiz;
XIII - blog: o endereço eletrônico na internet, mantido ou não por provedor de hospedagem,
composto por uma única página em caráter pessoal;
XIV - impulsionamento de conteúdo: o mecanismo ou serviço que, mediante contratação
com os provedores de aplicação de internet, potencializem o alcance e a divulgação da
informação para atingir usuários que, normalmente, não teriam acesso ao seu conteúdo,
incluída entre as formas de impulsionamento a priorização paga de conteúdos resultantes
de aplicações de busca na internet;
XV - rede social na internet: a estrutura social composta por pessoas ou organizações,
conectadas por um ou vários tipos de relações, que compartilham valores e objetivos
comuns;
XVI - aplicativo de mensagens instantâneas ou chamada de voz: o aplicativo multiplataforma
de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones;
XVII - provedor de conexão à internet: a pessoa jurídica fornecedora de serviços que
consistem em possibilitar o acesso de seus consumidores à internet;
XVIII - provedor de aplicação de internet: a empresa, organização ou pessoa natural que,
de forma profissional ou amadora, forneça um conjunto de funcionalidades que podem ser
acessadas por meio de um terminal conectado à internet, não importando se os objetivos
são econômicos;
XIX - endereço eletrônico: conjunto de letras, números e/ou símbolos utilizados com
o propósito de receber, enviar ou armazenar comunicações ou conteúdos por meio
eletrônico, incluindo, mas não se limitando a endereço de e-mail, número de protocolo de
internet, perfis em redes sociais, números de telefone;
XX - cadastro de endereços eletrônicos: relação com um ou mais dos endereços
referidos acima;
XXI - disparo em massa: envio automatizado ou manual de um mesmo
conteúdo para um grande volume de usuários, simultaneamente
ou com intervalos de tempo, por meio de qualquer serviço de
mensagem ou provedor de aplicação na internet.
Portanto,

SEMPRE solicite autorização prévia do destinatário da propaganda


eleitoral, antes de enviá-la, validando seu banco de dados para
esse fim;

PEÇA autorização prévia da pessoa envolvida para usar os dados


com fins políticos;

GUARDE em arquivo seguro as autorizações ;

ACOMPANHE as manifestações de
seus apoiadores/seguidores pelas
redes sociais, porque SE ALGUÉM
REQUERER DESCADASTRAMENTO do seu
banco de dados, tem que se atendido
imediatamente;

MENSAGENS ELETRÔNICAS enviadas


por qualquer meio devem conter
mecanismos de descadastramento.
REFERÊNCIAS
Se lhe interessar saber um pouco mais, abaixo estão as fontes das quais partiram
as autoras e os autores deste trabalho. Informe-se, passe adiante, estimule a
formação e o conhecimento:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União,


Brasília, DF, 05 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm.

BRASIL. Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997. Estabelece normas para as eleições. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 1º de outubro de 1997. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
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do cenário excepcional decorrente da pandemia da Covid-19. Diário do Diário do Judiciário
Eletrônico TSE nº 166, Brasília, DF, 20 de agosto de 2020, p. 310-320. Disponível em: http://www.
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LÔBO, Edilene. Manual Digital - Eleições 2020. Belo Horizonte, agosto de 2020. ISBN: 978-65-00-
07978-4. Disponível em: https://mestrado.uit.br/2015/03/25/publicacoes-2/

VISIBILIDADE FEMININA. Guia Acessível Para a Candidatura das Mulheres. 1ª ed. Belo
Horizonte: Editora Visibilidade, 2020. Disponível em: http://www.visibilidadefeminina.org/guia_
mulheres_2020.pdf.
APOIO INSTITUCIONAL:

Faculdade de Direito de Vitória


Pós Graduação em Direito

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