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Segundo Trimestre - 2024 - nº 93

ALUNO

Templo da Assembleia de Deus de Anápolis,


Rua 02 Qd 09 Lt 06, Padre Pelágio | Goianira | GO

Nome:
Ensinando as Nações 1
E NINPADI 12 a 14
DATA

ENCONTRO INTERNACIONAL DE PASTORES


E DIRIGENTES

Tema: NÃO DEIXAREI PARA TRÁS NENHUM DA MINHA FAMÍLIA


Local: ACAMPAD (AD de Anápolis | Corumbá de Goiás)

O pastor Cledovaldo do Socorro Smith Pereira é casado com a


pastora Marcela Carvalho Pereira. Ele é membro da CIAD - Convenção
Internacional da Assembleia de Deus. Neste trimestre, a foto de capa da
Ensinando as Nações
revista ENSINANDO AS 2
NAÇÕES mostra o templo onde ele é pastor, Rua 02
Qd 09 Lt 06, Padre Pelágio |Goianira |GO.
ENSINANDO AS NAÇÕES
Comentaristas: OBREIROS(AS) DA CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA
“ASSEMBLEIA DE DEUS” (CIAD)
Editor: Pr. Elias Garcia Fernandes

Segundo Trimestre de 2024

SUMÁRIO
LIÇÃO TEMA DATA PÁGINA
Transformando tribulações em triunfos
01 Pr. Elias Garcia Fernandes
07/04 5
Amizades especiais
02 Pra. Asenate Andrade da Silva Costa
14/04 9
Igreja, a noiva de Cristo
03 Ev. Marcelo Lopes da Rocha
21/04 13
A família cristã nos propósitos divinos
04 Pr. Carlos Antônio Rodrigues 28/04 17
No fundo do poço
05 Pr. Isaías Graciano de Jesus
05/05 21
A unidade do corpo de Cristo
06 Pr. Joel Bezerra Santiago
12/05 25
A cura da mulher encurvada
07 Pra. Wesleyana Cabral Neves Araújo
19/05 29
Não tenha medo da tempestade, Cristo
08 está no barco - Pr. Raimundo Maia da Costa 26/05 33
A importância da educação financeira na
09 vida do cristão - Pr. Milton Cruz da Conceição
02/06 37
Padrões para vivermos como Cristo viveu
10 Pr. José Fernandes da Silva
09/06 41
O maná
11 Pr. Jalmir Batista da Silva 16/06 45
O Espírito Santo e a graça dos seus dons
12 Pr. Jaime Rodrigues Moço 23/06 49
A morte e o luto do cristão
13 Pr. Moisés Ferreira da Costa
30/06 53
Ensinando as Nações 3
ENSINANDO AS NAÇÕES
A PALAVRA VIVA NA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS DE ANÁPOLIS
Presidente: Pr. José Clarimundo César
1º Vice: Pr. Jossele Clauber César

1º Secretário: Pr. Álvaro Aurélio Pereira da Silva


2º Secretário: Pr. Elias Garcia Fernandes
1º Tesoureiro: Pr. Lázaro Vieira Filho
2º Tesoureiro: Ev. João dos Santos Neto
Diretor Administrativo: Pr. Carlos Marcos da Silva
Vice-Diretor Administrativo: Pr. Israel Osmundo de Miranda

Vogais: Pr. Antônio Barbosa Vieira, Pr. Daniel Egídio Garcia, Pr. José Airton Faustino,
Ev. Paulo Egídio dos Santos e Pr. Salvarino Pinto da Silva.
Conselheiros: Pr. Antônio José Soares, Pr. Guido Pires Borges e Pr. Isaías Graciano de Jesus.

Co-pastores da igreja SEDE


Pr. Edvaldo Batista Melo, Pr. Rogério Garcia Fernandes e Pr. Sávio Marinho da Silva.

Diretor de Relações Institucionais: Pr. Venâncio Batista do Nascimento


Assistentes: Pr. Daniel Ferreira César e Pr. Carlos da Silva
Atendimento: Pr. José Ubaldino de Freitas Veríssimo
Livraria da Igreja AD de Anápolis: Pb. Aldmir de Macedo Azevedo Júnior
Projeto Gráfico e Fotos: Pr. Paulo Sartin

Publicação Trimestral da CIAD - CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS”


Av. Tiradentes, 615. CEP.: 75.040-010. Fone/Fax: (62)3315-8800. Anápolis, Goiás, Brasil.

MESA DIRETORA
Presidente: Pr. Sebastião José Inácio
1º Vice: Pr. Moisés José Inácio
2º Vice: Pr. Elismar Veiga da Silva
1º Secretário: Pr. Daniel Ferreira César
2º Secretário: Pr. Álvaro Aurélio Pereira da Silva
1º Tesoureiro: Pr. José Ubaldino de Freitas Veríssimo
2º Tesoureiro: Pr. Paulo Sartin

CONSELHO CONSULTIVO
Presidente: Pr. José Clarimundo César
Vices: Pr. Jossele Clauber César

CONSELHEIROS
Pr. Adilson da Cruz Ribeiro, Pr. André Carlos Boaventura, Pr. Daniel Egídio Garcia, Pr. Dilson Resplandes dos
Santos, Pr. Edson Araújo Bruno, Pr. Evangelino Gomes de Andrade Filho, Pr. Jessé Câmara Braga Frota,
Pr. José Maria Gomes, Pr. Lázaro Francisco da Silva, Pr. Luís Carlos Vicente Júnior, Pr. Salvarino Pinto da
Silva e Pr. William da Rocha Melo

O TRABALHO LITERÁRIO DOS COMENTARISTAS É DE RESPONSABILIDADE DE CADA UM E


CEDIDO À CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA “ASSEMBLEIA DE DEUS” PARA PUBLICAÇÃO.
Ensinando as Nações 4
Lição 01
Domingo, 07 de abril de 2024
Comentarista: Elias Garcia Fernandes
- Bacharel em Direito (UniEvangélica) - Teologia (FATAI)
- Pós-graduado em Ciências da Religião (FATEBOV)
- Editor e Consultor Teológico da Revista Ensinando as Nações
TRANSFORMANDO TRIBULAÇÕES EM
TRIUNFOS
VERSÍCULO CHAVE (Tg 1.12) Leitura Bíblica Principal
Tg 1.2-4,12
Bem-aventurado o homem que
suporta, com perseverança, a provação; 2 Meus irmãos, tende por motivo de toda
porque, depois de ter sido aprovado, re- alegria o passardes por várias provações,
ceberá a coroa da vida, a qual o Senhor 3 sabendo que a provação da vossa fé,
prometeu aos que o amam. uma vez confirmada, produz perseverança.
4 Ora, a perseverança deve ter ação com-
PENSAMENTO pleta, para que sejais perfeitos e íntegros,
em nada deficientes.
Quando o calor da provação é 12 Bem-aventurado o homem que supor-
grande, Deus dá a sombra da sua presen- ta, com perseverança, a provação; porque,
ça. (Fabrício Santana) depois de ter sido aprovado, receberá a co-
roa da vida, a qual o Senhor prometeu aos
Leitura Diária que o amam.

Segunda-feira - Romanos 5.3-5


- Consequências benéficas da tribula-
COMENTÁRIO
ção.
Introdução
Terça-feira - Provérbios 17.3
- O Senhor prova o coração.
Certas frases, como: “As prova-
Quarta-feira - Salmos 66.10 ções vêm para nos fortalecer”, “As lutas
- Deus nos prova e nos afina como se são instrumentos para nos ensinar acerca
afina a prata. da fé”, “Não há vitória sem luta” etc., fre-
Quinta-feira - 1 Pedro 4.12-14
quentemente ditas como chavões persua-
- Não estranheis a ardente prova que sivos por pregadores eloquentes são fun-
vem sobre vós. damentadas biblicamente. Elas possuem
lastro na palavra de Deus, ou seja, têm
Sexta-feira - Salmos 26.2
- O Senhor nos examina e nos prova.
bases concretas, portanto, correspondem
à verdade.
Sábado - Romanos 8.28 Podemos confirmar isto através
- Todas as coisas contribuem para o da vida de inúmeros personagens bíblicos
bem dos que amam a Deus.
que, não obstante os sufocantes proble-
Ensinando as Nações 5
mas por que passaram, não se entregaram da oposição do mundo com seu sistema
à vitimização, mas souberam transformar iníquo. Todavia, temos que enfatizar que
suas derrotas em vitórias, suas tribulações qualquer tentação ao mal nunca procede
em momentos de aclamação festiva de de Deus, de modo que ninguém pode ar-
gloriosos êxitos. gumentar: de Deus sou tentado, porque
Nesta lição, veremos que quais- ele a ninguém tenta (Tg 1.13).
quer tribulações exteriores (Tg 1.1-12) ou
tentações interiores (Tg 1.13-20) podem 1 - Motivo de alegria (v.2)
ser vencidas por meio da fé em Cristo.
Devemos administrar as prova-
I - EXPECTATIVA DE ções vendo-as à luz da vontade permissiva
de Deus. Dentro deste princípio, fica mais
VITÓRIA fácil entender por que o crente não perde
a alegria apesar dos reveses que, amiúde,
A Bíblia não se omite acerca de pode sofrer. O próprio Senhor Jesus, nosso
provações que eventualmente podemos maior exemplo, suportou de forma resig-
passar (Jo 16.33a). Assim, com base na nada a tudo em função da alegria que lhe
palavra de Deus ou em experiências por estava proposta (Hb 12.2), a de voltar para
nós vivenciadas, não é normal perguntar- o céu e compartilhar sua glória com a igre-
mos se algum dia vamos enfrentar prova- ja.
ções, porquanto a pergunta certa deve ser: Algo que caracteriza uma atitude
quando isto vai acontecer? sábia de nossa parte é enxergar tudo com
A despeito da ideia ensinada por os olhos da fé. A nossa perspectiva (posi-
algumas igrejas, dando conta de que não tiva ou negativa) acerca das lutas que nos
precisamos necessariamente passar por sobrevêm pode determinar antecipada-
provações, temos que frisar o seguinte: mente os resultados. Enfrentar os reveses
não existe vida cristã fácil. Em Atos 14.22, com ânimo é uma forma de, pela fé, enca-
Paulo afirma que as tribulações virão, toda- rar tudo com alegria.
via, o importante é continuarmos convictos
da missão de irmos para o céu, indepen- 2 - Benefícios da provação (v.3)
dente de quaisquer provações.
A expressão provações, do grego
II - VÁRIAS TRIBULAÇÕES peirasmos, diz acerca de qualquer espé-
cie de provação, tribulação, aflição etc.,
Sabemos que na condição de frá- incluindo também as tentações indutivas
geis seres humanos, estamos propensos ao pecado. Em síntese, podemos dizer que
a tribulações em forma de enfermidades, tal expressão indica ocorrências desagra-
acidentes, decepções e tragédias. E há ou- dáveis, retrocessos, derrotas, desencora-
tras tribulações que são pertinentes à nos- jamentos, perseguições, ou pela causa de
sa condição como cristãos, conforme está Cristo ou por oposição empreendida pelo
escrito em 1 Pedro 4.12, que dizem respei- reino das trevas visando derrotar o crente.
to ao fogo ardente destinado a nos provar. Apesar das inconveniências, é
De fato, a nossa vida aqui é uma importante ressaltar que as fases difíceis
autêntica batalha diante de provações que das provações também propiciam muitos
nos sobrevêm, de ataques de Satanás e benefícios: a) promovem a glória de Deus
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(Jo 9.1-13; Jo 11.4); b) mostram o poder credulidade geralmente andas juntas. Já a
e a fidelidade de Deus (Sl 34.19); c) ensi- paciência é uma virtude própria de pessoas
nam a vontade de Deus (Dt 4.30,31); d) maduras (Hb 6.12). Por que precisamos
levam-nos a pedir ajuda de Deus (Dt 4.30); entender a ação permissiva de Deus quan-
e) ensinam sobre a obediência (1 Pe 1.14). to à ocorrência de tribulações em nossa
vida? Porque esta é uma forma apropriada
III - A FÉ SENDO de desenvolvermos em nós a paciência e
o caráter.
PROVADA (v.3) Quando lemos acerca da vida de
Abraão, José, Moisés, Davi e Cristo, vemos
A palavra “provação” aqui é Do- nitidamente que o Senhor Deus sempre
kimion, e significa “testar”, “aquilatar”, no teve, de fato, o propósito de permitir ocor-
sentido de estabelecer a validade da nossa rência de tribulações para consolidar cer-
sinceridade e da nossa santidade. Diante tos ensinos. O cristão que conhece a Bíblia
da possibilidade real de o crente ser testa- não se deixa levar por ideias errôneas. Ao
do, podemos dizer que isto desfaz a visão contrário, ele sabe que as tribulações são
errada da “crença fácil” ensinada por cer- necessárias para o desenvolvimento satis-
tas igrejas modernas. Até porque os pro- fatório de uma vida de fé.
blemas, os testes e as provações tendem
a estar presentes em todo o decorrer de
nossa trajetória de vida cristã. Às vezes, IV - SUPORTAR COM
elas são até necessárias. PERSEVERANÇA
Vemos, então, que a provação de
nossa fé tem a finalidade de mostrar se A título de ilustração, podemos di-
realmente somos nascidos de novo (2 Co zer que em situações normais, as pessoas
5.17). Como já foi dito, olhando por este não permanecem como bebês para o resto
ângulo podemos entender que as prova- da vida, mas elas crescem e se desenvol-
ções que agem contra nós, podem agir em vem. Como? Passando por provações e
nosso favor. Basta considerarmos que “... a lutas que permeiam o processo da matu-
leve e momentânea tribulação produz para ridade.
nós eterno peso de glória, ... (2 Co 4.17). A fidelidade praticada de forma
Qual o desejo de Deus neste processo? En- constante, mesmo em meio às circuns-
sinar-nos que a paciência e a perseverança tâncias difíceis, faz-nos atingir um elevado
têm força para inculcar em nós o desejo de grau de aperfeiçoamento. É por isso que
seguir em frente, apesar das dificuldades. a perfeição e integridade de Deus devem
Outrossim, a questão da paciên- ser incutidas e cultivadas em nós constan-
cia ensinada pela Bíblia não diz acerca de temente, a fim de que cresçamos de glória
uma aceitação passiva das circunstâncias. em glória (2 Co 3.18).
Ao contrário, a paciência nos leva a pen- No grego, a palavra perseverança
sar melhor e nos encoraja a enfrentar de tem alguns significados, inclusive “sofrer”
forma sábia e intrépida as dificuldades e e “suportar”. Neste texto esta palavra diz
sofrimentos. acerca de provações pela causa de Cris-
A impaciência é, via de regra, uma to, conforme está registrado em Mateus
peculiaridade de pessoas imaturas, por 10.22: “... aquele, porém, que perseverar
isso podemos dizer que impaciência e in- até ao fim, esse será salvo”, e também em
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Atos 14.22, que nos exorta a permanecer-
mos na fé, apesar das muitas tribulações,
CONCLUSÃO
porque o importante é a nossa entrada no
“Feliz é aquele que nas aflições
Reino de Deus.
continua fiel! Porque, depois de sair apro-
vado dessas aflições, receberá como prê-
1 - Integridade (v.4)
mio a vida que Deus promete aos que o
amam” (Tg 1.12-NTLH). É interessante o
A perfeição de Deus se concreti-
fato de Tiago não ter enumerado especifi-
za no seu Filho, que é a nossa maior ins-
camente a confiança, a obediência ou ou-
piração neste sentido. A nossa relevante
tra virtude como luta pelo prêmio da coroa
missão é chegarmos à unidade da fé e ao
da vida. Mas ele citou o vínculo do amor.
conhecimento do Filho de Deus (Ef 4.13).
Simplesmente porque o amor é a motiva-
Mas, como já foi dito, o caminho para se
ção espiritual de todos os nossos deveres
atingir este patamar é, invariavelmente,
cristãos, é a base de tudo (Mt 22.37-40).
pavimentado com tribulações e provações.
Quem ama a Deus guarda a sua palavra,
Pela fé podemos superá-las.
e Deus o amará e fará nele morada (Jo
14.23). O amor é a primeira virtude na lista
2 - Vontade submissa
do fruto do Espírito (Gl 5.22). Foi por ex-
tremo e indizível amor que Deus, nosso Pai
Inicialmente Deus trabalha no
Eterno, propiciou o caminho da nossa sal-
nosso caráter para, posteriormente, nos
vação na pessoa do seu Filho Jesus Cristo
chamar para o serviço. O Senhor opera em
(Jo 3.16).
nós antes de operar por meio de nós. Se-
Finalizando, podemos dizer que o
gundo o teólogo Wiersbe, podemos ilustrar
Senhor, através de sua infinita misericór-
isto da seguinte maneira: “Deus trabalhou
dia, nos prepara e nos fortalece física e es-
vinte e cinco anos na vida de Abraão antes
piritualmente para transformarmos nossas
de lhe conceder o filho prometido. Traba-
tribulações em triunfos. Aleluia!
lhou trinta anos na vida de José, permitin-
do que ele passasse por várias provações
antes de elevá-lo a um alto posto no trono QUESTIONÁRIO
do Egito. Deus trabalhou oitenta anos na
vida de Moisés para que ele produzisse 1 - Que tipo de expectativa devemos
quarenta anos de serviço. Cristo levou três ter acerca das provações?
anos para treinar seus discípulos e cons-
truir o caráter deles”. 2 - Deus nos tenta para o mal?
Deus quer nos usar, mas ele quer
ver a nossa reação favorável quanto ao 3 - Quais os tipos de benefícios advin-
chamado. Assim sendo, um servo que tem dos da provação?
maturidade cristã não contesta a vontade
de Deus, mas aceita-a subalternamente e 4 - Um servo fiel discute contra a von-
com alegria, conforme está escrito em Efé- tade de Deus?
sios 6.6: “... fazendo de coração a vontade
de Deus”.

Ensinando as Nações 8
Lição 02
Domingo, 14 de abril de 2024
Comentarista: Asenate Andrade da Silva Costa
- Bacharela em Teologia (Faculdade Gamaliel)
- Pós-graduada em Teologia (Seminário Hosana)
- Pastora Auxiliar da AD de Anápolis/Ananindeua-PA

AMIZADES ESPECIAIS

VERSÍCULO CHAVE (Jo 15.13) Leitura Bíblica Principal


Pv 14.20; 15.30; 16.28; 17.17; 18.24;
Ninguém tem maior amor do que 19.4; 27.6; 27.9,10
este: de dar alguém a sua vida pelos seus
amigos.
Provérbios
PENSAMENTO 14.20 O pobre é aborrecido até do compa-
nheiro, mas os amigos dos ricos são mui-
Um amigo se faz rapidamente; já tos.
a amizade é um fruto que amadurece len- 15.30 A luz dos olhos alegra o coração; a
tamente. (Aristóteles) boa fama engorda os ossos.
16.28 O homem perverso levanta a con-
tenda, e o difamador separa os maiores
Leitura Diária amigos.
17.17 Em todo o tempo ama o amigo; e na
angústia nasce o irmão.
Segunda-feira - Provérbios 15.30
- O olhar de amigo alegra o coração. 18.24 O homem que tem muitos amigos
pode congratular-se, mas há amigo mais
Terça-feira - Provérbios 17.17 chegado do que um irmão.
- O amigo é sempre leal.
19.4 As riquezas granjeiam muitos amigos,
Quarta-feira - Provérbios 18.24 mas ao pobre o seu próprio amigo o deixa.
- Amigo mais próximo que um irmão.
27.6 Fiéis são as feridas feitas pelo que
Quinta-feira - Provérbios 27.5 ama, mas os beijos do que aborrece são
- É melhor a repreensão franca do que enganosos.
o amor encoberto.
27.9 O óleo e o perfume alegram o cora-
Sexta-feira - Provérbios 27.9 ção; assim a doença do amigo, com o con-
- Do conselho sincero nasce uma ami- selho cordial.
zade.
27.10 Não abandones o teu amigo, nem
Sábado - Provérbios 27.10 o amigo de teu pai, nem entres na casa
- Uma boa amizade vale muito nas ho- de teu irmão no dia da tua adversidade;
ras difíceis.
melhor é o vizinho perto do que o irmão
longe.
Ensinando as Nações 9
é a forma oficial de Deus falar conos-
COMENTÁRIO co. Muitas são as palavras ditas numa
relação de amizade, mas, que sentido
Introdução
tem a palavra do Deus amigo para
você?
As relações de amizade, assim
como todas as demais relações, têm so-
b) Andar com ele (Enoque). “E andou
frido muitos abalos nestes tempos atuais.
Enoque com Deus; e não se viu mais,
O avanço da tecnologia tem conquista-
porquanto Deus para si o tomou” (Gn
do a atenção das pessoas, e, ao mesmo
5.24). Andar com Deus indica uma
tempo que as aproxima, também causa
característica de relacionamento pró-
distanciamento. Com isso a comunicação
ximo. A amizade é um tipo de relação
interpessoal está ficando superficial, fria
que proporciona nas pessoas o desejo
e indiferente. Com a falta de comunhão,
de andarem juntas. Essa expressão
os problemas emocionais estão aflorando
“andou com Deus” demonstra íntima
de forma acentuada, causando doenças
comunhão. Ela significa alguém que
emocionais, como: ansiedade, depressão,
tem Deus consigo em todas as situa-
pânico, solidão, entre outras.
ções da vida.
A Bíblia Sagrada nos ensina sobre
relacionamentos saudáveis de amizade,
c) Ser chamado de amigo (Abraão).
com atitudes de afeto, respeito, compa-
“Abraão creu em Deus, e isso lhe foi
nheirismo. Vejamos alguns exemplos.
creditado como justiça, e ele foi cha-
mado amigo de Deus” (Tg 2.23). Ser
I - AMIZADES POR chamado de uma forma inusitada, lar-
EXCELÊNCIA gar tudo, sair sem destino certo e pas-
sar a viver na total dependência dele,
1 - O amigo Deus foi algo em Abraão que conquistou a
amizade de Deus. A grandeza da fé e
Deus nos criou para uma comu- obediência de Abraão pode ser obser-
nhão perfeita com ele, todavia quando o vada no decorrer de toda a sua vida.
homem pecou este propósito foi quebra-
do. Deus, na sua infinita graça, possibilitou d) Condição para ser amigo de Deus.
esta comunhão novamente. “.... não sabeis vós que a amizade do
Vejamos alguns privilégios desta mundo é inimizade contra Deus? Por-
comunhão: tanto qualquer que quiser ser ami-
go do mundo constitui-se inimigo de
a) Falar face a face (Moisés). “O Se- Deus” (Tg 4.4). O convite de amizade
nhor falava com Moisés face a face, de Deus é para todos. Mas, para isso,
como quem fala com seu amigo” (Êx ele exige uma condição: de ser inimigo
33.11). Deus não é inacessível ou di- do mundo. A Bíblia Sagrada diz que “o
fícil de tratar. Ele faz questão de es- mundo jaz no maligno” (1 Jo 5.19b), e
tabelecer comunhão conosco. E na o maligno é o maior inimigo de Deus.
construção dessa relação, ele fala de
diferentes maneiras. A Bíblia Sagrada
Ensinando as Nações 10
2 - O amigo Jesus ser fruto de nós mesmos, de quem nós
somos. Não é o que o outro faz que
Durante seu tempo na terra, Je- determina quem eu sou. Mas o que eu
sus não se manteve afastado das pessoas. sou é que determina o que eu faço.
Ele formou amizades verdadeiras e investiu
em relacionamentos de amizade. Vejamos d) Condição para ser amigo de Jesus.
alguns casos: “Vós sereis meus amigos, se fizerdes o
que eu vos mando” (Jo 15.14). A obe-
a) Lázaro. “Assim falou; e depois disse- diência aos mandamentos de Jesus
-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, nos habilita a uma relação de amizade
mas vou despertá-lo do sono” (Jo com ele. “Ninguém tem maior amor
11.11). Jesus tinha uma amizade es- do que este, de dar alguém a sua vida
pecial com a família de Lázaro. Eles pelos seus amigos” (Jo 15.13). Jesus,
moravam em Betânia. Os três irmãos, sendo Deus, tomou forma humana por
Lázaro, Marta e Maria, eram bons ami- amor a nós, e se entregou para morte
gos de Jesus e o hospedavam regu- de cruz em nosso lugar. Desfrutar de
larmente. Lá Jesus encontrava hospi- seu amor é um grande privilégio da
talidade verdadeira. Ele ficou na casa amizade com Jesus
deles durante sua última semana an-
tes de morrer. 3 - O amigo Espírito Santo

b) Os doze apóstolos. “Já vos não cha- “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará
marei servos, porque o servo não sabe outro Consolador, a fim de que esteja para
o que faz o seu senhor, mas tenho vos sempre convosco, o Espírito da verdade,
chamado amigos, porque tudo quanto que o mundo não pode receber, porque
ouvi de meu Pai vos tenho feito conhe- não o vê, nem o conhece; vós o conheceis,
cer (Jo 15.15). Eles viveram muito pró- porque ele habita convosco e estará em
ximos de Jesus, portanto tiveram uma vós” (Jo 14.16,17).
excelente oportunidade de estabelecer Na caminhada da vida, encontra-
uma boa relação de amizade, onde a mos poucos amigos verdadeiramente fiéis,
troca de afeto característico de uma aqueles que nos conhecem profundamen-
amizade sincera foi intensa, ao ponto te e nos amam sem reservas. O Espírito
de Jesus os promover de servos para Santo é um amigo inigualável. Ele é o Con-
amigos. solador, o Espírito da Verdade, que não
apenas sabe quem nós somos, mas esco-
c) Judas. “E, estando ele ainda a falar, lheu habitar em nós e está sempre pronto
eis que chegou Judas, um dos doze para nos socorrer nas horas difíceis.
(...) Jesus, porém lhe disse: Amigo,
a que vieste? Então, aproximando- II - RELAÇÕES HUMANAS
-se eles, lançaram mão de Jesus e o
prenderam” (Mt 26.47-50). No ato da DE AMIZADE
traição, Jesus chama Judas de amigo,
e pergunta o que é que ele está fazen- 1 - Jônatas e Davi
do. Com esta atitude Jesus nos ensina
que nossos relacionamentos precisam “Depois dessa conversa entre o rei
Ensinando as Nações 11
Saul e Davi, Davi se encontrou com Jôna-
tas, filho do rei, e criou-se um grande laço
CONCLUSÃO
de amizade entre os dois, e Jônatas amou-
O nosso grande exemplo de ami-
-o como a si mesmo” (1 Sm 18.1). O exem-
zade é Jesus. Ele deu a sua vida por nós,
plo de Jônatas e Davi nos ensina sobre a
para livrar-nos da separação eterna de
excelência da fidelidade, do compromisso,
Deus. Aceitá-lo como Salvador e Senhor
da solidariedade e da renúncia, virtudes
é o que ele espera de cada um que de-
que precisam existir entre amigos. Jôna-
seja ser seu amigo. E isso não se resume
tas reconheceu que Deus havia escolhido
em apenas uma declaração pública, mas
a Davi como herdeiro do trono de Israel e
deve perdurar por toda a nossa existência,
não se importou em perder esse lugar.
numa demonstração de fidelidade.
2 - Os amigos do paralítico
QUESTIONÁRIO
“E eis que uns homens transpor-
taram numa cama um homem que estava 1 - Quais os privilégios de uma amiza-
paralítico e procuravam fazê-lo entrar e pô- de com Deus citados na lição?
-lo diante dele. E, não achando por onde
o pudessem levar, por causa da multidão, 2 - Qual a condição divina para ser-
subiram ao telhado e, por entre as telhas, o mos amigos de Deus?
baixaram com a cama até ao meio, diante
de Jesus” (Lc 5.18,19). Deus coloca os ver- 3 - Que lição Jesus nos deixou quan-
dadeiros amigos no nosso caminho para do chamou Judas de amigo, na hora
serem bênçãos na nossa vida e para nos da traição?
ajudarem a encontrar e caminhar com o
Jesus. 4 - Qual a lição de Jó diante da censu-
ra de seus amigos?
3 - Amigos de Jó

“Três amigos de Jó ouviram so-


bre todos os males que o haviam atingi-
do e planejaram fazer-lhe uma visita, para
dar um pouco de consolo e ânimo...” (Jó
2.11a). Cada amigo, a seu próprio modo,
disse a Jó que Deus pune os pecadores,
insinuando que Jó devia estar em pecado.
Apesar do julgamento precipitado
dos amigos, Jó nos deixou uma excelen-
te lição nas relações de amizade. Ele orou
por seus amigos, e o Senhor restaurou sua
saúde e lhe deu em dobro tudo o que tinha
antes.

Ensinando as Nações 12
Lição 03
Domingo, 21 de abril de 2024
Comentarista: Marcelo Lopes da Rocha
- Graduado em Letras - Português e Inglês
- Pós-Graduado em Líng. Portuguesa e Literatura no Cont. Educacional
- Co-pastor da AD de Anápolis | Ibema (PR)

IGREJA, A NOIVA DE CRISTO

VERSÍCULO CHAVE (Ap 19.7) Leitura Bíblica Principal


Is 61.10; Ap 19.7-9
Regozijemo-nos, e alegremo-nos,
e demos-lhe glória, porque vindas são as Isaías 61.10
bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se
aprontou. Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha
alma se alegra no meu Deus, porque me
PENSAMENTO vestiu de vestes de salvação, me cobriu
com o manto de justiça, como um noivo
O dia das bodas está por vir, não que se adorna com atavios e como noiva
devemos nos preparar, precisamos já estar que se enfeita com as suas joias.
preparados.
Apocalipse 19.7-9

7 Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e de-


Leitura Diária mos-lhe glória, porque vindas são as bodas
do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou.
8 E foi-lhe dado que se vestisse de linho
Segunda-feira - Apocalipse 19.7,8
- Um vestido fino, puro e resplandecen- fino, puro e resplandecente; porque o linho
te para a noiva. fino são as justiças dos santos.
9 E disse-me: Escreve: Bem-aventurados
Terça-feira - Cantares 4.9 aqueles que são chamados à ceia das bo-
- O amor do noivo pela noiva.
das do Cordeiro. E disse-me: Estas são as
Quarta-feira - João 3.29 verdadeiras palavras de Deus.
- O que tem a noiva é o noivo.

Quinta-feira - Efésios 5.25-27 COMENTÁRIO


- Atenção e dedicação do Noivo.
Introdução
Sexta-feira - Isaías 49.18
- Uma noiva se prepara conveniente-
mente. A igreja é a noiva de Cristo, ama-
da e protegida por ele (Ef 5.25-28). Como
Sábado - Jeremias 2.32 noiva fiel, a igreja está comprometida com
- Uma noiva não esquece o seu véu. Cristo e deve guardar-se para ele. O casa-
Ensinando as Nações 13
mento (bodas) será o grande dia da noiva, Apocalipse 19.7, podemos ler: “... porque
quando ela se juntar ao noivo. Da mesma vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua
forma, um dia seremos levados para junto noiva se aprontou”.
de Jesus, para morar com ele no Céu. Nos casamentos terrenos geral-
Nesta lição veremos algumas ca- mente é a noiva que recebe mais atenção
racterísticas e comportamentos da igreja e honra, mas nas bodas do Cordeiro quem
enquanto noiva, e como deverá compare- recebe toda honra e toda a glória é o Noivo,
cer à presença do Noivo no dia mais espe- Jesus Cristo, o filho amado do Deus vivo.
rado da igreja: “As bodas do Cordeiro”. Por ocasião das bodas, o céu ficará
De acordo com as tradições dos em festa pela chegada da noiva lindamen-
tempos antigos, principalmente da histó- te vestida: “foi-lhe dado linho fino, brilhan-
ria bíblica, no período de noivado a noiva te e puro” (Ap 19.8). Será algo diferente,
ficava separada do seu noivo até o dia do um acontecimento único e maravilhoso.
casamento. De forma análoga, a noiva de Há uma pergunta muito oportuna
Cristo (a igreja) também está separada do neste momento: como estão as vestes da
seu Noivo neste período conhecido como a noiva, a igreja, para o encontro do noivo?
era da igreja.
Na segunda vinda de Cristo, a noi- II - ALIANÇA, SELO DE
va se reunirá ao seu Esposo, e a partir de
então não mais se separará dele, porque a COMPROMISSO
união eterna será concretizada (Ap 19.7-9;
21.2). O casamento é um momento ím-
par e que acontece em circunstâncias es-
peciais, proporcionando momentos de ex-
I - CARACTERÍSTICAS DA posição de roupas bonitas. Normalmente é
NOIVA uma cerimônia que acontece em um lindo
lugar, e tem uma coisa que não pode faltar:
O papel da noiva é manter fiel- as alianças. Elas são símbolos do pacto da
mente um compromisso de casamento união. Estes símbolos, as alianças, são de
com seu noivo (2 Co 11.2; Ef 5.24). Ela extrema importância, por isso costuma-se
precisa ser comprometida e ter objetivos gravar os nomes dos nubentes: na aliança
e deveres a serem cumpridos. A igreja do do noivo grava-se o nome da noiva e vice-
Senhor Jesus é a noiva amada e protegida -versa.
pelo Noivo e espera ansiosa a chegada das Todo este aparato alusivo à festa
bodas. de um casamento nos inspira e nos faz
O termo “boda” vem do latim imaginar algo mais espiritual e mais eleva-
“vota”, que significa “promessa”, “festa”, do: o casamento da noiva (a igreja) com o
“banquete”, “casamento” (Jo 14.2). A noivo (Jesus). O noivo da igreja pagou um
maior parte dos casais comemora as bodas preço muito alto, pagou com o seu próprio
de casamento, e as mais notáveis ou mais sangue, para que fossem gravados os no-
comemoradas são: bodas de papel; ferro; mes da noiva e do noivo no pacto estabe-
prata, ouro, etc. lecido: “o selo da nova aliança” (Mt 26.28).
A festa das “bodas do cordeiro”
será o grande e esperado encontro entre
Cristo (o noivo), e a igreja (a noiva). Em
Ensinando as Nações 14
a noiva amada: como ela estava, a forma
III - PAGAMENTO DOS que ela estava, a situação encontrada, tris-
DOTES te ou feliz e demais características.
Em contrapartida, para receber o
Nos tempos antigos, os pais ne- amigo do noivo, a noiva deveria preparar-
gociavam os dotes da cerimônia, contudo -lhe um banquete, e tinha que ser o melhor
quem pagava os gastos era sempre o noi- possível. Tal pedido era feito pelo próprio
vo. Deus amou o mundo de tal maneira noivo, visto que ele precisava que seu ami-
que proporcionou uma cerimônia de ca- go fizesse um bom trabalho para ele.
samento em que o noivo pagou os dotes Comparativamente, a recepção
antes mesmo da realização das bodas do da noiva de Cristo (a igreja) para o amigo
Cordeiro. do noivo o (Espírito Santo), tem que ser
Sim, o noivo veio, pagou um alto calorosa, respeitosa, amorosa, com o co-
preço pela noiva, e tudo por amor, mas não ração puro e voltado para a sua chegada.
pagou com coisas corruptíveis como ouro Contextualizando tudo isto e analisando do
ou prata, mas pagou com seu precioso ponto de vista espiritual, podemos dizer
sangue, o sangue de um cordeiro imacu- que Jesus, o noivo da igreja, através do
lado e incontaminado (1 Pe 1.18,19). Ele seu amigo Espírito Santo, manda presen-
pagou com a própria vida (2 Co 5.14). tes para adornar a sua noiva preparando-a
para o casamento que acontecerá muito
IV - INVESTIMENTO DO em breve. Junto estão as virtudes do fruto
do espírito: “amor, alegria, paz, longanimi-
NOIVO dade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, domínio próprio” (Gl 5.22).
Hoje em dia, admite-se a doação
de presentes simples, de acordo com a ne-
cessidade dos nubentes. São coisas que até V - A BELEZA DA NOIVA
agradam a ambos. No passado, entretan- DEPENDE DO NOIVO
to, os presentes do noivo para noiva eram
bem mais significativos. Somente eram A noiva se apronta, escolhe o
aceitos presentes de valor expressivo, joias vestido, ajeita os cabelos e faz tudo para
caríssimas, etc. Afinal, tinha que ser feito apresentar-se linda e impressionar o noivo
um bom investimento para ir preparando o na cerimônia. No entanto, toda a inspira-
adorno da noiva para o casamento. Isto fa- ção para a beleza dela vem do noivo. Diz
zia toda a diferença para a noiva, de modo a Bíblia que Cristo amou a noiva e deu a
que se o investimento fosse baixo, a noiva vida por ela, a fim de dedicá-la a Deus. Ele
não estaria bonita para o casamento. lavou-a e purificou-a com a sua palavra,
Outra característica dos tempos para trazê-la para perto de si em toda a
antigos, é que o noivo não podia levar es- sua beleza, pura e perfeita, sem manchas
ses objetos até à casa da noiva. Ele não ou rugas (Ef 5.27).
podia ter um contato direto com ela, por O Senhor quer encontrar uma noi-
isso ele designava um amigo para levar va santa (1 Pe 1.13-16), que transpareça
os presentes. Este amigo tinha que ser da santidade em tudo que faz e em tudo que
sua mais alta confiança, alguém que fazia vive (1 Pe 2.11-21).
também o trabalho de trazer notícias sobre
Ensinando as Nações 15
o carmesim, se tornarão como a branca
VI - DEVERES DA NOIVA lã”.
A noiva deveria cuidar-se para que
no dia do casamento estivesse em perfeita CONCLUSÃO
forma, para isso, ela deveria apresentar al-
gumas performances: O evento das bodas do cordeiro,
ou o encontro do Noivo com a Noiva, será
1 - Banho nupcial nas mansões celestiais contendo tudo o
que é necessário para o casamento, prin-
O banho nupcial era realizado na cipalmente a aliança para selar um com-
semana do casamento. A noiva era posta promisso para sempre, visto que, o investi-
em um recipiente com ervas aromáticas, mento do noivo foi altíssimo.
para chegar com boa performance no dia A noiva cumpriu também com
do casamento, a fim de encontrar seu noi- seus deveres tomando o banho da pala-
vo. A igreja, noiva de Cristo, precisa estar vra, vestindo roupas lavadas no sangue do
bem adornada, e não pode encontrar-se cordeiro. Em Apocalipse 19.9, podemos
com o noivo de qualquer jeito, por isso ler: “Bem-aventurados aqueles que são
precisa lavar-se no sangue do Cordeiro (Ap chamados à ceia das bodas do Cordeiro...”.
22.14) e usar o perfume da Rosa de Saron. Estejamos preparados!
O simbolismo do casamento do
noivo (Jesus) com a sua noiva (a igreja) QUESTIONÁRIO
mostra uma história romântica, um caso
de amor, mas na verdade reflete algo mui- 1 - Nos tempos antigos a noiva fica-
to sério. Esta significação simbólica de um va separada do seu noivo até o casa-
matrimônio tem por objetivo ensinar-nos mento. Que aplicação podemos fazer
acerca de uma bela e esperada união: o disso?
encontro do noivo com a noiva. Por esta
razão fica difícil imaginarmos o encontro do 2 - Qual a origem do termo ‘bodas’?
Noivo com uma noiva impura, rasgada e
cheias de manchas. 3 - Como o Noivo pagou o dote?

2 - Vestido branco 4 - O que está registrado em Apoca-


lipse 19.9?
Embora algumas noivas preferem
vestidos de outras cores, no entanto a mais
usada e mais aceita culturalmente nos ca-
samentos é a cor branca. Simbolicamente,
o branco apresenta pureza, fala de santi-
ficação, purificação, como está escrito em
Eclesiastes 9.8: “em todo tempo estejam
alvas suas vestes” e em Isaías 1.18: “...
ainda que os vossos pecados sejam como
a escarlata, eles se tornarão brancos como
a neve; ainda que sejam vermelhos como
Ensinando as Nações 16
Lição 04
Domingo, 28 de abril de 2024
Comentarista: Carlos Antônio Rodrigues

- Formado no Curso Básico de Teologia (IBA/CBTC)


- Pastor da AD de Anápolis | Residencial Flamboyant

A FAMÍLIA CRISTÃ NOS PROPÓSITOS DIVINOS

VERSÍCULO CHAVE (Gn 2.18) Leitura Bíblica Principal


Gn 2.18-24
E disse o Senhor Deus: Não é bom
que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ad- 18 E disse o Senhor Deus: Não é bom que
jutora que esteja como diante dele. o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjuto-
ra que esteja como diante dele.
19 Havendo, pois, o Senhor Deus formado
PENSAMENTO da terra todo animal do campo e toda ave
dos céus, os trouxe a Adão, para este ver
A família é uma instituição divina, como lhes chamaria; e tudo o que Adão
ela é a base da vida social. chamou a toda a alma vivente, isso foi o
seu nome.
20 E Adão pôs os nomes a todo o gado,
e às aves dos céus, e a todo animal do
campo; mas para o homem não se achava
Leitura Diária adjutora que estivesse como diante dele.
21 Então, o Senhor Deus fez cair um sono
Segunda-feira - Gênesis 2.18 pesado sobre Adão, e este adormeceu; e
- Não é bom que homem viva só.
tomou uma das suas costelas e cerrou a
Terça-feira - Salmos 68.6 carne em seu lugar.
- Deus faz que o solitário viva em fa- 22 E da costela que o Senhor Deus tomou
mília. do homem formou uma mulher; e trouxe-a
Quarta-feira - Salmos 119.105
a Adão.
- A palavra de Deus guia a família. 23 E disse Adão: Esta é agora osso dos
meus ossos e carne da minha carne; esta
Quinta-feira - Salmos 128.1 será chamada varoa, porquanto do varão
- O temor de Deus traz bênçãos para
a família.
foi tomada.
24 Portanto, deixará o varão o seu pai e
Sexta-feira - Gênesis 12.3 a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e
- A bênção de Deus sobre as famílias. serão ambos uma carne.
Sábado - Salmos 127.1-5
- O Senhor edifica a família.

Ensinando as Nações 17
máxima do que vem a ser uma família.
COMENTÁRIO O livro de Gênesis 1.26,27, regis-
tra o início da primeira família humana, em
Introdução
que Adão foi formado à imagem e seme-
lhança de Deus. Logo após o Criador lhe
A família não está imune às difi-
entregou a mulher formada de sua própria
culdades impostas pela vida moderna com
costela, para ser sua auxiliadora.
seus hábitos sorrateiros. De fato, este sé-
O ‘lar doce lar’ desta família era
culo nos apresenta o inédito desafio de
o jardim do Éden, um lugar de prazer e
um mandamento cultural na contramão
satisfação. Lá eles se sentiam muito bem
daquele vivido pelas primeiras famílias. A
um com o outro e ambos com Deus. Adão
realidade nos pressiona a um novo estilo
recebeu uma responsabilidade: lavrar e
de vida. A competitividade, a correria, a
guardar o Jardim do Éden (Gn 2.15). Mas
necessária adaptação à modernidade, o
guardar do que ou de quem? Lendo este
aumento da violência em todos os níveis,
versículo bíblico entendemos que ele re-
tudo isto tem mudado radicalmente a es-
cebera duas tarefas, uma era física: lavrar
trutura familiar, e nós, cristãos evangélicos,
o jardim; a outra era espiritual: guardar o
não estamos isentos de tudo isto.
jardim de qualquer ação do maligno. Essa
O casamento tardio, as famílias al-
autoridade ele recebeu do Senhor para do-
ternativas, as “produções independentes”,
minar sobre toda criação.
as uniões entre pessoas do mesmo sexo,
os casamentos em que os cônjuges vivem
1 - Um lugar de proteção e sustento
separados (cada qual no seu cantinho), e
- Deus deu a Adão e Eva uma vasta área
tantos outros fenômenos são indicativos da
repleta de fertilidade, de uma natureza
perda funcional da família em seu aspecto
exuberante com o melhor em recursos ve-
convencional.
getais, animais e minerais. No Éden, era
Por estas e outras situações ve-
permitido ao homem desfrutar de tudo o
mos que é de suma importância nos enga-
que a natureza oferecia em termos de ali-
jarmos em um estudo frutífero e aprimora-
mento e abrigo, exceto os frutos da árvore
do em nossa EBD para falarmos acerca da
do conhecimento do que era bom e mau.
família. Este é o assunto de hoje.
Adão e sua companheira deso-
bedeceram a única proibição que tinham
I - A FAMÍLIA NO PLANO recebido. Assim, deram origem ao peca-
DIVINO do, sendo expulsos do jardim. Eles foram
manipulados pela serpente para provarem
Deus tem propósitos para a famí- do fruto proibido, rompendo, assim, uma
lia, a primeira instituição sobre a face da aliança muito íntima com Deus. A partir
terra. Ele tem planos extraordinários de daí, tiveram que conquistar o alimento com
bênçãos e realizações. E este projeto do o próprio suor, ou seja, tiveram que traba-
Senhor é imutável, perfeito e eterno. A pa- lhar para seu sustento.
lavra do Senhor nos ensina que todas as Nenhum lar foi feito para ser trin-
coisas terrenas e humanas são como figu- cheira do diabo. O lar precisa ser domina-
ra e sombra diante das celestiais (Hb 8.5), do por uma família que lidere em todos os
por isso o Reino de Deus é a expressão aspectos sociais, que imprima o ritmo de
uma vivência sadia, que divulgue através
Ensinando as Nações 18
do seu testemunho a grandeza de Deus, à morte.
que mostre ao mundo os verdadeiros va- A mulher caiu pelo orgulho; o ho-
lores que estão se deteriorando a cada dia mem caiu deliberadamente (1 Tm 2.14).
mais, que proclame ao mundo que servir a A dispensação da inocência terminou com
Deus é a melhor coisa. o julgamento e a expulsão do casal (Gn
3.22,23).
2 - A primeira família - Ao implantar a Nesta dispensação o homem tinha
família sobre a terra, Deus desejou que o uma perfeita comunhão com Deus. Diz a
seu caráter santo fosse refletido através da Bíblia que o Senhor andava no jardim na
vivência harmoniosa entre cônjuges, filhos viração do dia (Gn 3.8). O homem foi do-
e pais, em um ambiente onde o amor, que tado de inteligência perfeita e capacidade
é a essência do caráter de Deus, fosse vi- para poder administrar o mundo. Foi-lhe
venciado. dado o direito de dar nome aos animais,
A mulher não foi tirada da cabeça e ele o fez muito bem, agindo por uma
do homem, para não o governar; nem dos intuição inspirada segundo os propósitos
pés, para não ser pisoteada por ele; mas divinos.
de seu lado, para ser amparada, e de per-
to do coração, para ser amada. O objetivo 1 - Influência da queda no relaciona-
divino era que a família fosse uma grande mento familiar - A queda do homem lá
vitrine espelhada para refletir a imagem do no Éden deixou muitas consequências: co-
Criador, e não uma sociedade promíscua e nhecimento do mal; perda da comunhão
divorciada dos verdadeiros valores. com Deus; separação de Cristo; estado de
Dentro do padrão de Deus, mari- morte do espírito; perversão da natureza
do e mulher devem mostrar ao mundo que moral; condição de escravo do pecado e
é possível viverem juntos, apesar de suas de Satanás, perda da inteligência, além de
imperfeições, fraquezas e diferenças. Afi- outros resultados funestos. À mulher foi
nal, casamento não significa união de duas imposta uma tríplice maldição: concepção
pessoas perfeitas, mas a união de duas multiplicada; aumento de dores durante a
pessoas imperfeitas vivendo juntas, com o maternidade; sujeição ao domínio do ho-
amor de Deus aperfeiçoando o relaciona- mem.
mento, fazendo imperar o entendimento e
perdão recíprocos. 2 - A vida familiar depois da queda -
Com a queda, Adão e Eva sofreram a cor-
II - AS CONSEQUÊNCIAS rupção de sua natureza, um mal que trou-
xe a eles a morte natural e espiritual ao
DA QUEDA PARA A mesmo tempo. Como resultado da queda,
FAMÍLIA a natureza da raça humana ficou corrompi-
da, sujeita, portanto, a um estado de mor-
De acordo com o relato bíblico, te espiritual e morte física.
por causa da queda toda a humanidade Os descendentes de Adão não são
ficou privada da perfeição e de uma pers- responsáveis pelo seu ato manifesto de
pectiva de vida infindável. Foi a desobe- comer do fruto proibido, mas foram conta-
diência do primeiro casal que fez surgir a minados pela herança pecaminosa que ele
noção de pecado herdado e a necessidade deixou. Isto significa que a nossa nature-
de um resgate da humanidade condenada za se corrompeu na apostasia da natureza
Ensinando as Nações 19
dele. homem e da mulher. Nunca a família foi
tão desafiada pelas forças do mal como
III - A FAMÍLIA NA hoje em dia. Os homens já não ocupam
seu verdadeiro papel no lar, porque a “fa-
ATUALIDADE mília moderna” tornou-os dispensáveis
neste processo. Por isso, o grande desafio
Hoje em dia, quando um crime é consiste em fazer com que os homens re-
executado nas ruas, geralmente os indícios cobrem a sua função e imagem em meio à
são fortes no sentido de apontar a grande estrutura social do momento.
possibilidade de o criminoso ser resultado A mulher, por sua vez, tem se afli-
de um lar que falhou no passado. Cabe à gido com tantas formas de ocupação ao
família cristã dominar em todos os aspec- ponto de deixar em segundo plano a sua
tos da vida, imprimir um ritmo de uma vi- concentração na questão da maternidade
vência sadia que divulgue através do seu e do cuidado no lar. Todas estas anoma-
testemunho a grandeza de Deus, e revelar lias sociais podem contribuir em larga es-
os verdadeiros valores morais que estão cala para o fim da família tradicional que
cada vez mais deteriorados em nossos conhecemos.
dias. Numa época em que tudo está
O lar deve ser a fortaleza de Deus se tornando relativo, os valores familiares
para combater a trincheira do diabo. O lar tendem a se relativizar, isto é, a considerar
cristão deve proclamar ao mundo que ser- que o certo para uns, não é para outros,
vir a Deus é a melhor coisa que existe. O tornando a felicidade um fim em si mesma.
lar cristão deve condenar a promiscuidade. É importante realçarmos que o
O comportamento sadio de uma família casamento foi uma ideia de Deus desde o
que serve a Deus tem força suficiente para início, e ele o criou para cumprir seus pro-
corrigir conceitos errados que proliferam pósitos. Não são os modelos biblicamente
por aí afora. inconsistentes de uma sociedade moral-
O mundo tem que aprender com mente falida que vão gerar soluções para
a família de Deus, e nunca o contrário. Ri- as famílias, porque a verdadeira fonte de
queza e sucesso nunca devem sobrepujar ensinamento continua sendo a palavra de
a verdadeira felicidade do lar. Haja vista a Deus.
ocorrência de muitas famílias que alcança-
ram riqueza e sucesso, mas não são felizes.
Felicidade é um sentimento de
QUESTIONÁRIO
bem-estar, é a consciência plena encon-
1 - Qual foi o propósito de Deus ao
trada em Jesus Cristo. Portanto, a pessoa
criar a família?
pode ser feliz sem ter sucesso, mas tam-
2 - O que o Jardim do Éden era para a
bém pode ter sucesso sem ser feliz. Deus
primeira família?
quer que sejamos felizes e tenhamos pros-
3 - Qual é a origem dos males que
peridade em todos os aspectos.
atacam as famílias?
4 - Cite uma consequência do pecado
CONCLUSÃO para a mulher, conforme a lição.

As mudanças nos fundamentos da


família têm afetado os papéis culturais do
Ensinando as Nações 20
Lição 05
Domingo, 05 de maio de 2024
Comentarista: Isaías Graciano de Jesus
- Bacharel em Teologia (IBA)
- Vogal na Diretoria da IEADA
- Pastor da AD de Anápolis | Jardim Primavera II

NO FUNDO DO POÇO
VERSÍCULO CHAVE (Sl 40.2) Leitura Bíblica Principal
Jr 38.6-13
Tirou-me de um lago horrível, de
um charco de lodo; pôs os meus pés sobre 6 Então, tomaram Jeremias e o lançaram
uma rocha, firmou os meus passos. no calabouço de Malquias, filho do rei, que
estava no átrio da guarda; e desceram Je-
PENSAMENTO remias com cordas; mas, no calabouço,
não havia água, senão lama; e atolou-se
O fundo do poço pode ser o lugar
Jeremias na lama.
que Deus marcou um encontro com você.
7 Ouviu, pois, Ebede-Meleque, o etíope,
(João Chaves)
um eunuco que, então, estava na casa do
rei, que tinham metido a Jeremias no ca-
labouço. Estava, porém, o rei assentado à
Porta de Benjamim.
Leitura Diária 8 Logo, Ebede-Meleque saiu da casa do rei
Segunda-feira - Jeremias 1.5 e falou ao rei, dizendo:
- Antes que eu te formasse no ventre, 9 Ó rei, senhor meu, agiram mal estes ho-
eu te conheci. mens em tudo quanto fizeram a Jeremias,
Terça-feira - Jeremias 38.6b
o profeta, lançando-o no calabouço; de-
- Na cisterna só havia lama, e atolou-se certo, morreria de fome no lugar onde se
Jeremias na lama. acha, pois não há mais pão na cidade.
10 Então, deu ordem o rei a Ebede-Mele-
Quarta-feira - Daniel 6.27
- Ele salva, livra, e opera maravilhas no
que, o etíope, dizendo: Toma contigo daqui
céu e na terra. trinta homens e tira Jeremias, o profeta, do
calabouço, antes que morra.
Quinta-feira - Gênesis 41.46 11 E tomou Ebede-Meleque os homens
- José tinha trinta anos, quando se
apresentou a Faraó.
consigo, e foi à casa do rei, por debaixo
da tesouraria, e tomou dali uns trapos ve-
Sexta-feira - Mateus 19.26 lhos e rotos e roupas velhas em bocados,
- Para Deus todas as coisas são pos- e desceu-os a Jeremias, no calabouço, por
síveis.
meio de cordas.
Sábado - Isaías 43.13b 12 E disse Ebede-Meleque, o etíope, a Je-
- Agindo Deus, quem o impedirá? remias: Põe, agora, estes trapos velhos e
Ensinando as Nações 21
rotos, já apodrecidos, nas covas dos teus lançaram na cisterna de Malquias, filho do
braços, por debaixo das cordas. E Jeremias rei, que estava no átrio da guarda; desce-
o fez assim. ram a Jeremias com cordas. Na cisterna
13 E puxaram a Jeremias com as cordas e não havia água, senão lama; e Jeremias se
o tiraram do calabouço; e ficou Jeremias atolou na lama” (Jr 38.6).
no átrio da guarda. Jeremias foi chamado pelo Senhor
para o ministério profético no décimo ter-
COMENTÁRIO ceiro ano do reinado de Josias, em 627
a.C. a 586 a.C. A chamada para o minis-
Introdução tério profético de Jeremias tornou-se um
grande exemplo acerca de um chamado
A expressão “no fundo do poço” feito por Deus com um propósito especí-
pode ser uma metáfora usada para des- fico e para cumprir fielmente uma missão.
crever a situação de uma pessoa que está Jeremias proclamou sua mensa-
num beco sem saída, ou passando por pro- gem profética de julgamento e esperança
blemas difíceis de serem resolvidos. a uma nação que estava sendo subjugada
Na história da humanidade, inú- em cativeiro e estava em grande perigo
meros impérios foram estabelecidos sob devido à sua infidelidade a Deus. Jeremias
regimes autoritários e afeitos à vocação também denunciou a corrupção, a idolatria
bélica com requintes de crueldade: guer- e a injustiça social que prevaleciam na so-
reavam, levavam os prisioneiros cativos e ciedade judaica, chamando o povo para o
matavam seus adversários sem piedade, arrependimento e para voltar-se a Deus.
etc.
Há, inclusive, relatos bíblicos so- 1 - Livramento de Deus
bre homens e mulheres, escravos e livres,
judeus e gentios, profetas e discípulos, O que sustentou e livrou Jere-
religiosos e ateus que foram crucificados, mias de todas as afrontas do inimigo no
torturados, queimados vivos, subjugados à período do cativeiro da Babilônia foi a mão
escravidão etc. Eram frequentes as tortu- de Deus, no cumprimento de sua Palavra
ras de presos, os quais eram acorrentados (Jr 1.5). Naquele período homens e mu-
em prisões, jogados no fundo de cisternas, lheres passaram por grandes sofrimentos,
poços e covas de leões etc. perseguições, escassez básica, dificuldade
Muitos que foram submetidos a de sobrevivência no meio da lama, lugares
tais torturas e castigos foram libertados insalubres, escuridão, com os pés presos e
com vida, sem nenhum problema de saúde acorrentados em troncos, sendo açoitados
ou outras sequelas, porque faziam parte de e vigiados noite e dia.
elevados propósitos do Senhor e assim fo- Como já foi dito, muitos, inclusive,
ram protegidos pelas suas poderosas mãos só escaparam por causa do agir de Deus,
(2 Co 4.8,9; 11.23-28). caso contrário, teriam sido sucumbidos.
Muitos, inclusive, não perderam a fé nem a
esperança. Podemos citar (Jó 2.5-7); João
I - JEREMIAS NO FUNDO Batista e os discípulos de Jesus (Jo 15.18-
DO POÇO 21); os cristãos da igreja primitiva (At 4.1-
22; 8.1-14; 2 Co 4.8,9), por fim os heróis
“Tomaram, então, a Jeremias e o da fé relacionados na carta aos Hebreus
Ensinando as Nações 22
(11.33-40). Deus mantém a sua palavra de fidelidade
O profeta Jeremias viu o agir so- àqueles que são obedientes a ele, mesmo
brenatural de Deus sobre a sua vida e na após a morte física.
vida de Ebede-Meleque, o eunuco etíope,
ao mobilizar trinta homens, com cordas e III - DANIEL NO FUNDO
trapos de roupas velhas para colocarem
nas suas axilas a fim de resgatá-lo do poço DO POÇO
sem machucá-lo e depois colocá-lo na por-
ta da guarda do rei, um local seguro para O Profeta Daniel, um judeu de li-
os cuidados necessários (Jr 38.6-13) nhagem nobre (Dn 1.3), foi levado cativo
para Babilônia pelo rei Nabucodonosor,
aproximadamente no ano 605 a.C. Cativo
II - JOSÉ NO FUNDO DO na Babilônia, Daniel foi educado para servir
POÇO no palácio real, sendo instruído na cultura
da civilização dos caldeus (Dn 1.4). Dentre
“E, tomando-o, o lançaram na cis- os companheiros de Daniel na Babilônia,
terna, vazia, sem água” (Gn 37.24). A vida a Bíblia destaca três nomes: Hananias,
de José foi marcada por muitas coisas, in- Misael e Azarias, também conhecidos por
clusive pela condição de vítima da inveja seus nomes babilônicos: Sadraque, Mesa-
de seus irmãos que planejaram até matá- que e Abede-nego. Daniel também rece-
-lo. Depois mudaram de ideia, jogando-o beu o nome de Beltessazar.
numa cisterna e em seguida o venderam
para uma caravana de mercadores ismaeli- 1 - O Espírito de Deus em Daniel
tas.
Mas o que os irmãos de José não A competência administrativa de
sabiam era que os sonhos dele vinham Daniel e o seu destaque como um dos três
de Deus, e no tempo certo e determina- príncipes governantes do império - porque
do iriam se cumprir nos mínimos detalhes. nele havia o Espírito de Deus - levou o rei
Num espaço de treze anos José saiu do Dario a pensar em constituí-lo com autori-
fundo de uma cisterna para tornar-se go- dade sobre todo o reino (Dn 6.3).
vernador de todo o Egito, cumprindo-se a
soberana e poderosa vontade de Deus (Gn 2 - Conspiração por inveja
41.40-46).
Finalmente, José morreu com cen- Com tudo isso, os próprios go-
to e dez anos no Egito. E o interessante é vernantes de sátrapas e companheiros de
que, mesmo após a sua morte, Deus man- trabalho de Daniel conspiraram contra ele,
teve-se fiel ao que prometera a ele, à sua vigiando e espionando a sua vida e a sua
família, à sua descendência e ao seu pedi- casa para ver se ele continuava orando três
do para que seus ossos fossem levados à vezes ao dia ao Deus de Israel.
terra da promessa.
O nosso eterno Deus honrou o pe- 3 - Um plano foi traçado
dido de José (Gn 50.24,25). Esse pedido se
cumpriu com Moisés por ocasião da saída Então os príncipes do reino, os
dos judeus cativos do Egito em direção à prefeitos e presidentes, capitães e gover-
terra da promessa (Êx 13.19; Js 24.32). nadores se reuniram e concordaram em
Ensinando as Nações 23
pedir ao rei que desse uma ordem para que com José, filho de Jacó. Ao chegar na pri-
durante trinta dias nenhum pedido poderia são viu ali uma oportunidade de ser um
ser feito a qualquer deus ou a qualquer ou- dos melhores presidiários daquele lugar,
tra pessoa que não fosse o rei, e, em caso colocando toda a sua fé e sua confiança
de descumprimento, a pessoa deveria ser em Deus.
jogada na cova dos leões (Dn 6.7). José saiu do fundo da cisterna por-
Então os inimigos de Daniel des- que Deus tinha propósitos para sua vida.
cobriram que Daniel continuava orando e Porque também tinha que cumprir com a
suplicando diante do seu Deus. O rei con- sua Palavra de levar os descendentes de
cordou, assinou a ordem e mandou que Abraão para serem cativos por quatrocen-
fosse publicada. tos anos no Egito (Gn 15.13; 46.26,27; Dt
10.22).
4 - Deus cuida dos seus fiéis Jeremias saiu do fundo de uma
cisterna, onde esteve atolado na lama até
O profeta Daniel não se livrou da a cintura, e saiu com vida para fazer a obra
cova dos leões, ou seja, ele teve que entrar de Deus. Verdadeiramente o próprio Deus
lá, mas Deus o livrou de servir de alimento tinha um projeto para o seu ministério pro-
para os leões. E foi o próprio Daniel que fético desde o ventre da sua mãe (Jr 1.5).
testemunhou isso ao rei, logo pela manhã, Por fim, o profeta Daniel saiu vivo
falando do milagre de Deus ao conceder- da cova dos leões, porque Deus estava no
-lhe livramento: “O meu Deus enviou o seu controle e interveio para dar-lhe vida, livrá-
anjo e fechou a boca dos leões, para que -lo dos leões, e para honrar a sua obediên-
não me fizessem dano, porque foi achada cia desde a sua mocidade (Dn 1.8-17).
em mim inocência diante dele; e também Deus não muda jamais, e aquele
contra ti, ó rei, não tenho cometido delito que crer na sua Palavra verá acontecer mi-
algum” (Dn 6.22). lagres em sua vida, em seu ministério, em
O nosso Deus Eterno continua sua família e ainda terá seu nome escri-
operando e fazendo maravilhas do mesmo to no Livro da Vida (Ap 21.27; Fp 4.3; Lc
jeito, porque “Jesus Cristo é o mesmo on- 10.20; Dn 12.1).
tem, e hoje, e eternamente” (Hb 13.8). Ele
salva, livra e opera sinais e maravilhas no QUESTIONÁRIO
céu e na terra (Dn 6.27).
1 - Qual o significado da palavra ‘no
CONCLUSÃO fundo do poço’?
2 - O que sustentou e livrou Jeremias
As adversidades, as aflições, os das afrontas do inimigo no período do
desertos, as cisternas, as lamas e os pro- cativeiro?
blemas da vida acontecem por algumas 3 - Por que o rei Dario resolveu cons-
razões, e uma delas é provar-nos para nos tituir Daniel uma autoridade sobre
ensinar um caminho ainda mais excelente todo o reino?
e vivermos o sobrenatural de Deus. Aquele 4 - O que acontecerá para quem crer
caminho que deve ser a nossa meta no de- na palavra de Deus?
correr de nossa jornada cristã.
Foi exatamente o que aconteceu
Ensinando as Nações 24
Lição 06
Domingo, 12 de maio de 2024
Comentarista: Joel Bezerra Santiago
- Bacharel em Teologia (SEPEGO)
- Formado no Curso Básico de Teologia (EETAD)
- Pastor Auxiliar da AD de Anápolis | Igreja da Tiradentes

A UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

VERSÍCULO CHAVE (Ef 4.4) Leitura Bíblica Principal


Ef 4.1-6

Há um só corpo e um só Espírito, 1 Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor,


como também fostes chamados em uma que andeis como é digno da vocação com
só esperança da vossa vocação. que fostes chamados,
2 com toda a humildade e mansidão, com
longanimidade, suportando-vos uns aos
PENSAMENTO
outros em amor,
3 procurando guardar a unidade do Espíri-
A unidade do corpo de Cristo é to pelo vínculo da paz:
manifesta na diversidade dos seus mem- 4 há um só corpo e um só Espírito, como
bros, os quais obedecem a cabeça que é também fostes chamados em uma só es-
Cristo. perança da vossa vocação;
5 um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
6 um só Deus e Pai de todos, o qual é so-
Leitura Diária bre todos, e por todos, e em todos.

Segunda-feira - Gálatas 5.16,25 COMENTÁRIO


- O andar digno do crente.
Introdução
Terça-feira - João 14.21-23
- Amor, a maior virtude.
No capítulo 4 da carta os Efésios,
Quarta-feira - 1 Coríntios 12.12-27 Paulo faz uma transição passando do as-
- A unidade do corpo de Cristo.
pecto doutrinário teológico tratado nos
Quinta-feira - Colossenses 3.15 três primeiros capítulos, para a doutrina
- O vínculo da paz. dos deveres cristãos. Ele une a doutrina e
o serviço para fortalecer a praticidade do
Sexta-feira - Gálatas 5.22,23
cristianismo instituído por Cristo. Portanto,
- O fruto do Espírito.
o cristianismo não é constituído de um pu-
Sábado - Efésios 4.24 nhado de teorias, mas de deveres acerca
- O novo homem criado em verdadeira da prática da doutrina ensinada. Nos pri-
justiça e santidade.
meiros dez versículos, Paulo sai do “todo”
Ensinando as Nações 25
e parte para “a individualidade”. apóstolo Paulo passa do ensino doutrinário
para a vivência desse ensino na vida diária
I - A UNIDADE NO CORPO do crente (Cl 1.10; 1 Ts 2.12).

DE CRISTO
II - QUALIDADES DA
1 - O enfático convite UNIDADE EM CRISTO
O autor começa dizendo: “rogo- Neste ponto encontramos as qua-
-vos”, que no original é paráklētos, que lidades espirituais que caracterizam o cren-
significa: “chamar para estar ao lado de te que anda de “modo digno da vocação”.
alguém para auxiliar”. Paulo faz, de fato, São quatro qualidades da unidade em Cris-
um apelo veemente no sentido de encora- to que devem ser cultivadas pelo cristão.
jar e exortar os crentes para que tomem a Elas evitam que o poder da carne tome es-
atitude de participar da vida cristã em uni- paço na vida do crente. Elas sustentam a
dade. Mais uma vez ele se identifica como unidade espiritual do crente em Cristo, tais
“o preso do Senhor” para fazer entender como: humildade, mansidão, longanimida-
um duplo sentido. Ele era “o preso do Se- de e paciência (tolerância mútua suportan-
nhor” por amor a Cristo, mas também pre- do uns aos outros).
so fisicamente por causa da sua lealdade a
Cristo e ao evangelho que pregava. Mesmo 1 - Humildade
estando distante fisicamente, Paulo sentia-
-se unido aos irmãos em todas as igrejas. É impossível que o nosso andar
seja digno dessa vocação sem termos hu-
2 - A vocação cristã mildade. Essa qualidade tem a ver com a
adequada e justa maneira de nos compor-
A palavra “vocação” neste versí- tarmos diante de Deus. Com presunção e
culo tem um sentido de chamamento, ou orgulho ninguém será digno dessa chama-
seja, a convocação daquele que nos trouxe da. É preciso reconhecer a total dependên-
para a salvação. A Bíblia destaca três sen- cia de Deus. Na língua original do Novo
tidos especiais sobre a vocação com que Testamento a palavra humildade significa
fomos chamados: é soberana (Fp 3.14); “modéstia”. É uma qualidade que repudia
santa (2 Tm 1.9) e celestial (Hb 3.14). o orgulho e o egoísmo. A igreja mantém a
unidade quando os seus membros agem
3 - A dignidade da vocação cristã com humildade (Pv 11.2; Tg 4.6).

A palavra “digno” aqui refere-se 2 - Mansidão


ao comportamento do crente de modo a
corresponder ao que Cristo tem feito por Esse termo significa literalmente:
ele. Termos sido chamados do mundo para “gentileza”, “cortesia”, “consideração”. É
formar um povo santo, especial e andar uma qualidade importantíssima para a pre-
dignamente na vida cristã significa que servação da unidade do corpo de Cristo,
devamos manifestar a nossa unidade espi- pois o inverso da mansidão é exasperação.
ritual e que vivamos uma vida digna da vo- A mansidão não discute, não resiste e nem
cação divina com que fomos chamados. O teima contra a vontade de Deus. A mansi-
Ensinando as Nações 26
dão não deve ser confundida com atitude
covarde nem com falta de energia para
III - FUNDAMENTOS DA
tomar decisões. A mansidão é uma virtu- UNIDADE DO CORPO DE
de cristã produzida pelo Espírito Santo em CRISTO
nosso caráter para agirmos com brandura
nas horas de conflito (2 Sm 16.11; Gl 6.1; A “unidade do Espírito” é firma-
2 Tm 2.25). da na unidade da Trindade Divina. Nos
versículos 4-6 encontramos algumas ex-
3 - Longanimidade pressões que confirmam a Unidade Trina,
tais como: “um só Espírito” (v.4), “um só
Esta palavra tem sua raiz no latim Senhor” (v.5), “um só Deus e Pai” (v.6).
longanimitate que se traduz por duas ou- E para que haja “um só corpo” (a igreja),
tras palavras “longo” e “ânimo”. No grego o exemplo maior é o da Trindade. Porém,
bíblico o termo é makrothumia quer di- a lição que Paulo queria ensinar (vv.4-6)
zer: “tolerância”, “paciência”, “constância”. é sobre o tipo de unidade que mantém a
A humildade e a mansidão transmitem a igreja, a unidade de fé e doutrina.
ideia de suportarmos uns aos outros em
amor para conseguirmos a necessária uni- 1 - Há um só corpo
dade.
A longanimidade requer o equilí- O texto de Efésios (2.15,16) apre-
brio nas ações em momentos adversos (Tg senta o retrato da criação da igreja, sob a
5.10). Num mundo de tantos ódios, ran- linguagem figurada do “novo homem” que
cores e exasperações, a longanimidade se forma “um corpo”, o corpo místico de Je-
constitui numa qualidade vital para sobre- sus. A igreja é a constituição de milhões de
vivência, especialmente para a unidade do membros no mundo inteiro formando “um
corpo de Cristo. O longânime não se pre- só corpo” (Rm 12.5; 12.12-30). Somos um
cipita em vingar o mal nem o revidar (Mt só corpo, independentemente das diferen-
5.5; 1 Co 13.4; Gl 5.22; Cl 3.12). tes denominações evangélicas, com exce-
ção das falsas igrejas cristãs. Temos uma
4 - Paciência só cabeça espiritual: Cristo.
O ato de suportar as fraquezas 2 - Há um só Espírito
dos outros exige do crente uma disposição
altruísta, isto é, requer dele uma atitude A igreja tem a vida do Espírito
de desejar para os outros aquilo que quer Santo. Assim como o corpo humano é di-
para si mesmo. É a capacidade de tolerar namizado pelo espírito humano, o corpo de
os mais fracos. Ela é adquirida através do Cristo é dinamizado pelo Espírito Santo. É
Espírito Santo que vive no crente. Quando ele que dá vida ao corpo de Cristo. Só faz
temos o verdadeiro amor, tornamo-nos to- parte desse corpo os regenerados pelo Es-
lerantes, pacientes, amáveis. Paulo escre- pírito Santo (2 Co 5.17; Rm 8.9,11; 1 Co
veu aos Coríntios: “o amor é paciente” (1 12.12).
Co 13.4).

Ensinando as Nações 27
3 - Há uma só esperança 7 - Há um só Deus e Pai de todos

A “esperança da vossa vocação” Há uma só família cristã abran-


(Ef 4.4). Quando Deus nos chamou para a gendo a todos os redimidos por Cristo.
salvação, ele tornou possível o nosso futu- Deus é o Pai dessa família. Deus é Pai,
ro em Cristo. De que valeria o cristianismo tanto por geração (como Criador), quanto
se existisse apenas o hoje, e nunca o ama- por regeneração (nova criação - Ef 2.10; Tg
nhã? A obra que Cristo realizou no Calvário 1.17,18; 1 Jo 5.7).
nos propiciou a esperança da glória. Esta
esperança vem da Bíblia, a qual nos asse- CONCLUSÃO
gura que um dia teremos a libertação do
corpo de pecado e a obtenção de um corpo Cada crente, em particular, tem
espiritual e glorioso que jamais sofrerá do- responsabilidade na preservação da uni-
res e morte (1 Co 15.52-54). dade do corpo de Cristo, colocando em
prática as qualidades que sustentam essa
4 - Há um só Senhor unidade: humildade, mansidão, longanimi-
dade e paciência. Sejamos fiéis!
Quem é o Senhor do corpo, senão
a cabeça que o comanda? Assim, Cristo é
o Senhor da igreja (Ef 1.22,23). QUESTIONÁRIO
5 - Há uma só fé 1 - Quais os três sentidos especiais da
vocação cristã?
Trata-se aqui do nosso credo,
aquela fé racional e espiritual que produz 2 - A que se refere a palavra “digno”
a vida cristã. Aquela que diz respeito ao (Ef 4.1)?
corpo de doutrina da Bíblia que rege a vida
cristã (Gl 1.23; 1 Tm 3.9; 4.1; Jd v.3). A 3 - Quais são as qualidades da unida-
igreja segue e obedece a uma só fé, isto é, de em Cristo?
tem uma só doutrina.
4 - Quais são os fundamentos da uni-
6 - Há um só batismo dade do corpo de Cristo?

Trata-se do batismo como sinal fí-


sico e simbólico da nossa entrada no corpo
de Cristo, e esse batismo é o realizado por
imersão em água. É o símbolo da nossa
regeneração operada pelo Espírito Santo.
Nós, pentecostais, cremos também no
batismo no Espírito Santo como uma ex-
periência altamente importante na vida do
crente (At 2.38). O batismo como símbolo
de morte e ressurreição é o batismo que
insere a pessoa no corpo do Cristo - a igre-
ja.
Ensinando as Nações 28
Lição 07
Domingo, 19 de maio de 2024
Comentarista: Wesleyana Cabral Neves Araújo
- Curso B. de Teologia (IBA-CBTC) - Pós-grad. em Pedag. (UNITINS/TO)
- Pós-graduada em Psicopedagogia (ITOP/TO)
- Pastora Auxiliar da AD de Anápolis | Cristianópolis (GO)

A CURA DA MULHER ENCURVADA


VERSÍCULO CHAVE (Lc 13.11) Leitura Bíblica Principal
Lc 13.11-15
E eis que estava ali uma mulher 11 E eis que estava ali uma mulher que
que tinha um espírito de enfermidade tinha um espírito de enfermidade havia
havia já dezoito anos; e andava curvada já dezoito anos; e andava curvada e não
e não podia de modo algum endireitar- podia de modo algum endireitar-se.
-se. 12 E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e
disse-lhe: Mulher, estás livre da tua en-
PENSAMENTO fermidade.
13 E impôs as mãos sobre ela, e logo se
Quando chegamos ao limite, endireitou e glorificava a Deus.
Deus chega com o milagre. (Autor des- 14 E, tomando a palavra o príncipe da si-
conhecido) nagoga, indignado porque Jesus curava
no sábado, disse à multidão: Seis dias há
em que é mister trabalhar; nestes, pois,
Leitura Diária vinde para serdes curados e não no dia
de sábado.
Segunda-feira - Mateus 8.16
- O Senhor tem autoridade sobre os 15 Respondeu-lhe, porém, o Senhor
espíritos malignos. e disse: Hipócrita, no sábado não des-
prende da manjedoura cada um de vós o
Terça-feira - Mateus 8.14,15
- O Senhor sempre está pronto para seu boi ou jumento e não o leva a beber
curar. água?
Quarta-feira - Mateus 11.28-30
- O Senhor alivia os cansados e opri- COMENTÁRIO
midos.

Quinta-feira - Salmos 107.19-21 Introdução


- O Senhor salva da angústia.
São inúmeras as causas das
Sexta-feira - Salmos 103.3 enfermidades, elas podem ser resul-
- O Senhor perdoa os pecados e cura
todas as doenças. tantes de fatores genéticos (doença fí-
sica), podem ser decorrentes de nosso
Sábado - Mateus 10.1 comportamento ou resultantes de ação
- O Senhor deu autoridade para curar maligna. Todos os males, porém, são
todas as doenças.
consequências da queda lá no Éden. A
Ensinando as Nações 29
Bíblia cita inúmeros casos de doenças significativos na medicina, não podemos
físicas, dentre elas podemos destacar a ser incrédulos ao ponto de concordar
cura do cego Bartimeu (Mc 10.46-52), e com a ideia cética de que toda doença
da mulher que tinha um fluxo de sangue só pode ser tratada através da ciência
(Mc 5.24-34). Nestas curas o Senhor Je- médica.
sus não fez alusão nenhuma ao maligno
como causador das enfermidades. Qualquer enfermidade, seja fí-
Mas no texto de Lucas 13.10- sica ou espiritual, tem que se dobrar
17, deparamo-nos com uma enfermida- diante do poder curador de Jesus. Ele
de como consequência direta de uma mesmo disse: “eu vim para que tenham
opressão maligna. A mulher citada nesta vida e a tenham com abundância” (Jo
passagem bíblica sofria há dezoito anos 10.10b). Vida em abundância é vida
com uma enfermidade provocada por sarada. O Senhor fazia o bem e curava
um jugo diabólico. a todos os oprimidos do diabo, porque
Outro caso foi a cura do jovem Deus era com ele (At 10.38).
lunático que sofria de um distúrbio neu-
rológico que lhe provocava convulsões
(Mt 17.15,18). A partir do momento em II - O INTERESSE DE
que o Senhor expulsou o demônio da-
quele jovem, ele ficou sarado. Em Lucas JESUS
11.14, há o registro de um caso em que
Jesus expulsou um demônio que era “E vendo-a Jesus, chamou-a a
mudo. A causa da doença era um de- si...” (v.12). O texto diz que a mulher
mônio, e assim que foi expulso, o mudo vivia ‘encurvada’, um termo usado para
falou. especificar a curvatura da espinha dor-
Refletindo sobre esta situação, sal. Esta colocação foi registrada de for-
algo que deve nos preocupar é o fato
ma muito peculiar pelo evangelista Lu-
de sabermos que em muitos lugares,
inclusive próximos de nós, há pessoas cas, que era médico.
aprisionadas pelo pecado vivendo “en- Um fato interessante nesta his-
curvadas” e em grande aflição. São pes- tória é a presença da mulher enferma na
soas que estão enfermas espiritualmen- sinagoga. E não foi ela que procurou o
te, sem Deus e sem Jesus. E o recado Senhor, mas foi ele quem a chamou. A
do Senhor é claro: “Curai os enfermos, passagem bíblica não diz, mas isto pode
limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, muito bem referir-se à sua habitual fide-
expulsai os demônios; de graça recebes- lidade devocional, o que pode também
tes, de graça dai” (Mt 10.8).
explicar que sua fé a tornou receptiva
para receber o milagre da cura.
I - O PODER CURADOR
DE JESUS 1 - Longo tempo de sofrimento

“Um espírito de enfermidade” Fica difícil imaginar uma pessoa


(v.11). O próprio Senhor Jesus fez ques- vivendo há dezoito anos numa posição
tão de mencionar o problema daquela só. Não havia remédio que resolvesse o
mulher como uma enfermidade influen- problema daquela mulher. Certamente
ciada por Satanás, ou seja, por uma for- ela não podia andar de forma apruma-
ça demoníaca. Por mais que a ciência te- da, olhar para cima, sentar-se de modo
nha evoluído e tenha mostrado avanços correto, pular, correr, abraçar e ser abra-
Ensinando as Nações 30
çada. Podemos imaginar como eram
enormes as limitações físicas daquela
III - A AUTORIDADE DE
enferma. JESUS
Vivendo há dezoito anos com
uma deformidade física daquela, ao que “E logo se endireitou e glorifica-
tudo indica ela pode ter sido atingida em va a Deus” (v.13). Ao observar a mulher
seu estado emocional, passando a car- dentro daquela sinagoga, o Senhor co-
regar consigo frustração, tristeza, ódio, moveu-se profundamente e, sem aguar-
mágoa, etc. O texto não cita pormenores dar qualquer tipo de permissão de ou-
da história, mas sem dúvida podemos tra pessoa, chamou-a. O poder de curar
inferir que aquela mulher passava por de Jesus, praticado sob intenso contato
muita humilhação diante da sociedade, com o Espírito Santo de Deus, fazia com
sendo vítima de bullying, recebendo crí- que nenhuma enfermidade resistisse à
ticas, desprezos, apelidos, etc. sua palavra de ordem. Bastou o Mestre
dizer: “estás livre da tua enfermidade”, a
2 - Cura física e emocional espinha dorsal e os músculos do pescoço
da mulher ficaram revigorados e ela glo-
Aquela mulher teve o privilégio rificou ao Senhor.
de encontrar-se com o Mestre Jesus, o
autor da vida, aquele que ama a todos, 1 - O Senhor Jesus não mudou
inclusive os necessitados de uma vida
saudável. O Senhor transformou a vida Por incrível que pareça, existem
daquela (ex) encurvada. Mas Jesus não igrejas que trabalham numa perspecti-
curou somente a deformidade física na va “cessacionista” - uma linha de pen-
coluna daquela mulher, curou também samento que não aceita o dom de cura
as feridas da alma que lhe atormenta- na igreja moderna. Acham que as obras
vam. Pelo relato da história podemos miraculosas ficaram restritas à época de
pensar que as suas esperanças já tives- Jesus e dos apóstolos.
sem se esvaído, mas a sua libertação Mas não é assim que a Bíblia en-
chegou, ela logo se endireitou e glorifi- sina, pois em Hebreus 13.8 está escrito
cou a Deus. Glória a Deus! que “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e
Desta passagem bíblica pode- hoje, e eternamente”. O Próprio Senhor
mos tirar algumas lições deixadas por Jesus deixou um ensinamento: “Na ver-
aquela mulher: a) visão – apesar da li- dade, na verdade vos digo que aquele
mitação física que a impedia de erguer que crê em mim também fará as obras
os olhos para enxergar satisfatoriamen- que eu faço e as fará maiores do que
te, ela envidou esforços para ver Jesus; estas, porque eu vou para meu Pai” (Jo
b) audição – ela ouviu atentamente o 14.12).
chamado de Jesus e foi ao seu encontro; O que a igreja precisa, hoje em
c) tato – ao receber o toque pela impo- dia, é buscar os dons, inclusive de cura
sição de mãos de Jesus, ela demonstrou (1 Co 12.28), para a edificação de to-
fé para receber a cura e a libertação de dos no corpo de Cristo. Isto se consegue
sua alma. com muita oração e jejum. Por isso, não
é recomendável que as igrejas deixem
de lado a consagração e preparação dos
Ensinando as Nações 31
seus membros, e que não se envolvam de empecilho para ajudar o próximo não
com tantas coisas alheias ao ministério vem de Deus.
que o Senhor nos deixou para o cresci- Numa outra ocasião, quando o
mento da obra de Deus. Senhor estava passando por uma plan-
tação de trigo, os discípulos de Jesus es-
IV - PRISÃO AO tavam colhendo espigas e comendo os
grãos de trigo. Isto em pleno sábado (Mt
LEGALISMO 12.1-8). Quando os fariseus viram aqui-
lo, censuraram tal atitude porque era
“E, tomando a palavra o prínci- sábado, e aquilo não era permitido de
pe da sinagoga, indignado porque Jesus acordo com a lei. Então o Senhor Jesus
curava no sábado” (v.14). O chefe da os repreendeu acerca de várias coisas
sinagoga tinha motivos sobejos para se e finalizou dizendo: “o Filho do Homem
regozijar e dar glória a Deus, mas pre- até do sábado é Senhor” (v.8). O sába-
feriu dar lugar ao seu lado legalista. Na do que Deus quer proporcionar, é um
verdade, o cativeiro que o prendia era “descanso do coração”, mediante a sua
pior do que a escravidão da mulher en- graça, e não o jugo de uma tradição (Mt
ferma. Que diferença fazia para uma 11.28-30).
pessoa que sofria há dezoito anos ser
curada um dia a mais ou a menos? O
problema da mente e do coração do che- CONCLUSÃO
fe da sinagoga era a sua prisão e a sua
cegueira em relação às tradições da lei. Depois de dezoito anos de so-
frimento, a frustração daquela mulher
chegou ao fim, dando lugar à alegria. Os
V - JESUS É SENHOR DO milagres ainda acontecem? Claro, bas-
SÁBADO ta termos fé (Mt 17.20). Em Malaquias
3.6a, está assim registrado: “Porque eu,
“Hipócrita, no sábado não des- o Senhor, não mudo...”.
prende da manjedoura cada um de vós o O mesmo poder curador de Je-
seu boi ou jumento e não o leva a beber sus está ao nosso alcance, conforme ele
água”? (v.15b). O Senhor Jesus poderia mesmo garantiu: “E tudo quanto pedir-
ter realizado aquela cura em qualquer des em meu nome, eu o farei, para que o
outro dia da semana, mas proposital- Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13).
mente ele escolheu o sábado, certamen-
te para dar uma lição de liberdade e de-
sapego às tradições judaicas. QUESTIONÁRIO
Ao repreender o chefe da si-
nagoga, o Senhor usou um argumento 1 - Quais as causas das enfermida-
muito convincente: Ora, se Deus per- des?
mite que se cuide de animais sedentos 2 - Em termos de milagre, qual a
num dia de sábado, ele não vai querer frase que nos traz segurança?
que cuidemos das pessoas necessita- 3 - O que podemos inferir acerca da
das, criadas à imagem dele? Podemos cura da mulher encurvada?
imaginar que ele estava querendo dizer 4 - Por que Jesus curou aquela mu-
o seguinte: qualquer tradição que sirva lher num sábado?
Ensinando as Nações 32
Lição 08
Domingo, 26 de maio de 2024
Comentarista: Raimundo Maia da Costa
- Formado no Curso Básico de Teologia (IBA) - Em Língua Port. (UNITINS)
- Formando em pedagogia (UCB - Rio de Janeiro)
- Vice-presidente do campo da AD de Anápolis | Babaçulândia (TO)

NÃO TENHA MEDO DA TEMPESTADE,


CRISTO ESTÁ NO BARCO
VERSÍCULO CHAVE (Mt 8.27) Leitura Bíblica Principal
Mc 4.35-41
E aqueles homens se maravilha-
ram, dizendo: Que homem é este, que até 35 E, naquele dia, sendo já tarde, disse-
os ventos e o mar lhe obedecem? -lhes: Passemos para a outra margem.
36 E eles, deixando a multidão, o levaram
PENSAMENTO consigo, assim como estava, no barco; e
As tempestades da vida são ine- havia também com ele outros barquinhos.
vitáveis. O que muda, é a nossa forma de 37 E levantou-se grande temporal de ven-
reagir a elas. (Marianna Moreno) to, e subiam as ondas por cima do barco,
de maneira que já se enchia de água.
38 E ele estava na popa dormindo sobre
Leitura Diária uma almofada; e despertaram-no, dizen-
do-lhe: Mestre, não te importa que pere-
çamos?
Segunda-feira - Hebreus 11.1
- Enfrentando a tempestade com per- 39 E ele, despertando, repreendeu o ven-
severança e fé. to e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E
o vento se aquietou, e houve grande bo-
Terça-feira - Tiago 1.12 nança.
- Perseverando na provação para ser
aprovado. 40 E disse-lhes: Por que sois tão tímidos?
Ainda não tendes fé?
Quarta-feira - Salmos 46.1 41 E sentiram um grande temor e diziam
- Deus é o nosso refúgio nas adversida- uns aos outros: Mas quem é este que até o
des.
vento e o mar lhe obedecem?
Quinta-feira - Salmos 55.2

nhor.
- Entregando as preocupações ao Se-
COMENTÁRIO
Sexta-feira - Tiago 1.3 Introdução
- Sendo provado para aprender a per-
severança.
Caminhar com Jesus é algo edifi-
Sábado - Romanos 12.12 cante e reconfortante, sem dúvida. Mas isto
- Sendo pacientes na tribulação e per- não significa que os momentos vividos no
severantes na oração. servir ao Senhor sejam tangenciados por
Ensinando as Nações 33
um caminho tranquilo e sem problemas. As o dia a dia com Jesus requer de cada cren-
lutas são descritas como espinhos, pedras te o entendimento de que a trajetória é
e tempestades, coisas que são inerentes difícil, a batalha é árdua, o vento é forte,
ao percurso da vida do cristão. As dores, as ondas são tenebrosas, mas devemos
tristezas, solidão, desprezo, perseguição, lembrar sempre que, apesar de todas es-
choro e medo fazem parte da nossa vida sas ameaças, não podemos ter medo, pois
enquanto estivermos nesta terra, mas Cristo está no barco e todo o poder lhe foi
também retratam a trajetória de quem um entregue no céu e na terra. Ele tem o con-
dia decidiu entregar sua vida ao Criador e trole de tudo em suas mãos.
viver segundo a sua Palavra. Afinal, o Mes-
tre nos advertiu: “no mundo teres aflições” II - O MAR DA GALILEIA
(Jo 16.33); “eis que vos envio como ove-
lhas ao meio de lobos” (Mt 10.16). Segundo Earl D. Radmacher, escri-
Isto nos faz entender que mes- tor e comentarista bíblico do Novo Testa-
mo andando com Cristo, tendo comunhão mento, o mar (lago) da Galileia encontra-
com ele, dedicando-nos exclusivamente ao -se geograficamente a 700 pés abaixo do
serviço dele, orando várias vezes ao dia e nível do mar e é cercado por montanhas
jejuando, todavia, isto não nos isenta de de três ou quatro mil pés de alturas pelo
passarmos por apertos, agonias ou outras Leste, Oeste e Norte.
consternações, pois essas intempéries da Nesta região, o clima predominan-
vida existem justamente para nos fazer te é tropical, contudo, as noites são bem
crescer e nos proporcionar maturidade (Cl mais frias, devido ao ar gelado que vem
4.5). É sobre este assunto que falaremos das montanhas. Essas variações climáti-
nesta lição. cas do ar quente tropical, ao se juntarem
com o ar frio das colinas ao redor, fazem
I - CRISTO NO BARCO levantar grandes ondas que tornam a na-
vegação extremamente perigosa, podendo
A experiência que os discípulos ti- surpreender qualquer navegador experien-
veram na tempestade, conforme a Leitura te, com tempestades das mais variadas
Bíblica Principal, foi categórica para enten- possíveis.
derem que ninguém aprende, desenvolve Navegar por aquelas águas sig-
e cresce sem, antes, experimentar adver- nificava velejar por oito milhas, que apa-
sidades (Mc 4.40). Segundo o apóstolo rentemente parecia ser algo fácil. Aquela
Paulo, “a tribulação produz a paciência; e a região onde Jesus pregava era um lugar de
paciência, a experiência; e a experiência, a mistura de povos judeus, gentios e outras
esperança” (Rm 5.3-5). nações. Ele não foi ali por acaso, a sua mis-
Os apóstolos conviviam com Je- são era libertar os oprimidos e proclamar o
sus, mas não o conheciam o bastante para ano da graça do Senhor (Lc 4.17-19).
entender o tamanho de seu poder. É im- O Mestre tinha uma rotina de pre-
prescindível que o servo conheça bem seu gação em aldeias, cidades, montes e sina-
mestre para que o elo de confiança seja gogas. Nestes lugares, ele realizava curas e
o elemento germinador da comunhão, do ensinava. Essa jornada, às vezes, o deixava
relacionamento e da maturidade espiritual cansado, exausto e tenso (Mt 9.35). Hou-
(Os 6.3). Isto nos leva à percepção de que ve um determinado momento em que ele
Ensinando as Nações 34
estava ensinado próximo ao lago e a mul-
tidão o oprimia, forçando-o a entrar num
III - O SIGNIFICADO DE
barco e pedir que o afastassem da margem TEMPESTADE, HOJE
para que pudesse estrategicamente ter um
ângulo melhor para ver as pessoas e ser A tempestade representa todos os
visto por elas. Assim ele concluiu o seu ob- tipos de provação, aflição ou tormento que
jetivo. podemos enfrentar no decorrer da vida, na
De igual modo, a igreja atual pre- peregrinação em direção ao céu. Como um
cisa seguir o exemplo de Jesus, criando barquinho com muitos tripulantes, a igre-
mecanismos e estratégias de evangelismo ja navega pelos mares turbulentos sendo
para cumprir o ide de forma a alcançar a perseguida, caluniada e ameaçada pelos
todos (Mt 16.15). ventos deste século e pelas ondas das hos-
tes malignas.
1 - O cansaço físico - As multidões o Um numeroso exército de pessoas
acompanhavam, por isto ele dedicava seu comandadas pelo diabo tenta dia e noite
tempo atendendo pessoas (Mc 4.33). O destruir a igreja, mas em nossa mente e
cansaço físico era perceptível, e isto de- em nosso coração ecoam as reconfortantes
monstrava o seu lado humano, ele sentia palavras de Jesus: “... as portas do inferno
fome, sede, frio, enfado e sono. Sendo já não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).
tarde e, permanecendo ainda no barco Mesmo em meio a tantas provações, Jesus
após ter encerrado seus sermões, o Mestre está com sua igreja, e ela será vencedora.
convidou seus discípulos a entrarem tam- Não há, portanto, motivos para medos.
bém (Mc 4.35).
Jesus autorizou os discípulos que 1 - Jesus no controle de tudo - Dian-
remassem para a outra margem em dire- te das adversidades, temos a tendência
ção ao destino desejado. Enquanto isto, de agir como aqueles discípulos que, ao
ele foi dormir deitado em um travesseiro. invés de usarem a fé e confiar, acharam
Sendo Deus e, também possuidor dos atri- que Jesus estava fazendo pouco caso da
butos da onisciência, onipresença e onipo- situação, porque dormia apesar da forte
tência, Jesus sabia o que iria acontecer no tempestade.
trajeto da travessia, mas a sua ordem as- “Não te importa que pereçamos”?
segurava que a viagem seguiria o seu itine- Esta pergunta retrata a visão dos discípulos
rário e chegaria ao destino, independente em relação à pessoa do Mestre (Mc 4.38).
das condições climáticas (Mc 4.35). A agitação deles (falta de fé), contrasta
Comparativamente, quando en- com a calma de Jesus. Essas exacerbações
tregamos nossa vida a Cristo e somos por são comuns em nossos dias, inclusive no
ele convidados a segui-lo, não devemos meio de cristãos que ainda não tiveram ex-
nos preocupar com o que poderá acon- periência espiritual nem um relacionamen-
tecer durante a jornada. O nosso dever to íntimo com Deus. Tais cristãos, diante
é descansar nele sempre, porque ele nos das tragédias, questionam dizendo: onde
garantiu que estaria conosco todos os dias, está Deus que deixou isto acontecer? Por
até à consumação dos séculos. que aconteceu comigo? Deus não houve
minha oração?
De acordo com Hebreus 4.13,
nada fica oculto aos olhos de Deus. Tudo é
Ensinando as Nações 35
descoberto e exposto diante dos olhos da- aparente pouco caso de Jesus diante do
quele a quem haveremos de prestar con- iminente perigo, este clamor foi de suma
tas. Isto prova que Deus observa nossas importância. Eles não tinham fé suficiente
atitudes, nosso clamor, nosso choro, nossa para repreender o vento e o mar. Então, o
falta de fé, e permanece onde sempre es- ato de gritar, clamar e acordar Jesus era o
teve: no controle de tudo. único recurso disponível naquele momen-
Quem age com indiferença em re- to. O forte vento, as altas ondas, o barco
lação ao Deus que tudo pode, comporta- naufragando, tudo aquilo era um problema
-se como quem não conhece o autor dos que estava fora de suas possibilidades de
milagres (Mc 4.41). Essas atitudes se con- resolução.
trapõem ao que nos ensinou nosso Mestre O modo como os discípulos se
Jesus: “... aquele que crê em mim também comportaram (Mc 4.38) retrata o nível de
fará as obras que eu faço e as fará maiores medo, pânico e desespero vividos por eles.
do que estas, porque eu vou para meu Pai” Mas também deixa claro que eles acredi-
(Jo 14.12). tavam piamente que a pessoa que esta-
va dormindo no barco podia demonstrar
2 - Jesus no barco, certeza de livra- misericórdia, acalmar o proceloso mar e
mento - Nenhum ser humano, em sã salvá-los.
consciência, consegue dormir sossegado
se estiver sendo atemorizado por iminen- CONCLUSÃO
tes perigos. Isso gera pânico, desespero.
O fato de Jesus estar dormindo tranquila- Estamos próximos do fim, um
mente no barco em plena tempestade in- tempo em que o vento passará a soprar
dica uma segurança divina de quem tem cada vez mais forte, as ondas bravias au-
controle sobre tudo. Este sossego de alma mentarão e quem não tiver com Jesus no
é inerente à íntima comunhão com o Pai, barco vai naufragar. Navegar com Jesus
aquele que tem o poder sobre a natureza e é um grande privilégio, e somente quem
pode oferecer descanso mesmo em meio a o aceitar usufruirá desse privilégio. Mas é
tempestades (Dt 31.8). importante ressaltar que o Senhor Jesus
Isto corrobora com o entendimen- não nos garante uma viagem fácil e tran-
to de que Jesus sabia que não existiria quila, mas nos garante que chegaremos no
nenhuma possibilidade de morrer naquela destino final sãos e salvos, se ele estiver
noite, já que sua morte seria na cruz. As- conosco no barco.
sim também é a peregrina igreja do Se-
nhor, ela sabe que se confiar no poder de
Deus e obedecer aos seus estatutos, nada QUESTIONÁRIO
terá poder para tirá-la da direção certa, a
Canaã celestial. 1 - Qual era rotina de Jesus durante
seu ministério?
2 - O que demonstrava o cansaço físi-
IV - O CLAMOR DOS co de Jesus?
DISCÍPULOS 3 - Quais as tempestades que a igreja
enfrenta hoje em dia?
Por mais que o clamor dos dis- 4 - O que o apóstolo Paulo nos ensi-
cípulos soasse como uma indicação de nou em 2 Timóteo 2.3?
Ensinando as Nações 36
Lição 09
Domingo, 02 de junho de 2024
Comentarista: Milton Cruz da Conceição
- Bacharel em Teologia (FATADB) - Capelão (OCEB)
- Juiz de Paz (CCEBD - Consultoria Coach EBD) - Juiz Arbitral (FEMICJP)
- Pastor da AD de Anápolis | Divinópolis (TO)

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA


NA VIDA DO CRISTÃO
VERSÍCULO CHAVE (Pv 21.5) Leitura Bíblica Principal
Lc 14.28-30; Pv 16.20
Os planos do diligente tendem à Lucas 14.28-30
abundância, mas a pressa excessiva, à po-
breza. 28 Pois qual de vós, querendo edificar uma
torre, não se assenta primeiro a fazer as
PENSAMENTO contas dos gastos, para ver se tem com
que a acabar?
Veja a educação financeira como 29 Para que não aconteça que, depois de
algo necessário, não como algo opcional. haver posto os alicerces e não a podendo
acabar, todos os que a virem comecem a
escarnecer dele,
30 dizendo: Este homem começou a edifi-
Leitura Diária car e não pôde acabar.

Provérbios 16.20
Segunda-feira - Ageu 2.8
- O Senhor é a fonte de toda riqueza.
O que atenta prudentemente para a pala-
Terça-feira - 1 Coríntios 10.32 vra achará o bem, e o que confia no Se-
- A nossa vida financeira deve ser nhor será bem-aventurado.
exemplo à sociedade.

Quarta-feira - 1 Crônicas 29.14 COMENTÁRIO


- Tudo que recebemos vem de Deus.

Quinta-feira - Provérbios 22.26,27 Introdução


- A palavra de Deus recomenda pru-
dência. Quem nunca teve problemas fi-
nanceiros? Quem nunca passou por situa-
Sexta-feira - 1 Timóteo 6.9,10
- A avareza traz fracasso à fé. ção de aperto por falta de recursos? Quem
nunca se preocupou em ganhar dinheiro
Sábado - 1 Coríntios 10.31 o suficiente para investimentos na famí-
- Tudo para a glória de Deus.
lia, pagar dívidas, comprar alguma coisa a
mais? Estas preocupações são antigas na
Ensinando as Nações 37
vida do ser humano que insiste, muitas ve- pertencem a Deus, por direito de criação
zes, em dirigir sua vida com base em falsos (Sl 24.1). É o Senhor que nos concede to-
valores e não nos valores de Deus. das as bênçãos espirituais (Ef 1.3; Fp 4.19;
Pior de tudo são as consequên- Tg 1.17) e também nos concede as bên-
cias desses dilemas: problemas conjugais, çãos materiais. Na oração do Pai Nosso,
baixa autoestima, estresse, insônia, irrita- lemos: “O pão nosso de cada dia dá-nos
ção, tensão, saúde afetada, mau testemu- hoje” (Mt 6.11). Cristãos ou não cristãos
nho diante da sociedade, etc. Estas crises possuem bens com a permissão de Deus,
tendem a se agravar mais em nossos dias mas nós, na condição de filhos fiéis, temos
que são marcados pelo consumismo, pelo o dever de manifestarmos a nossa gratidão
materialismo, pelo modismo, pela procura a Deus pelas dádivas dele advindas. Davi
de status. Em outras palavras: uma vida tinha essa visão, quando disse: “Porque
apoiada sobre falsos valores. Mas há uma tudo vem de ti, e da tua mão to damos”
luz no fim do túnel. E essa luz chama-se (1 Cr 29.14b).
Bíblia Sagrada.
Desejamos que os princípios e II - ADMINISTRANDO
conselhos desta lição nos orientem na ma-
nutenção ou recuperação de uma vida fi- O DINHEIRO
nanceira equilibrada. CORRETAMENTE
I - SOMOS APENAS A gestão do dinheiro é um aspecto
importante e deve ser levado a sério. A má
ADMINISTRADORES gestão financeira provoca endividamento
e constrangimentos desnecessários. O uso
1 - Deus, o dono de tudo adequado do dinheiro é algo que exige sa-
bedoria e estudo para ser administrado.
Vejamos o que está escrito em
Deuteronômio (10.14): “Eis que os céus e 1 - Fidelidade ao Senhor
os céus dos céus são do Senhor, teu Deus,
a terra e tudo o que nela há”. Esse versí- A boa administração financeira
culo já é suficiente para nos fazer entender tem início com a fidelidade do cristão na
que nada do que temos é nosso, mas tudo entrega dos dízimos e das ofertas. “Dai,
pertence a Deus. Ou seja, somos apenas pois, a César o que é de César e a Deus,
administradores dos bens de Cristo. Ape- o que é de Deus” (Mc 12.17). Quando um
nas administrando os bens do ‘dono’. De cristão dizima, ele demonstra obediência
modo que, administrando bem ou mal, e deixa claro que o seu coração não está
teremos que prestar contas a esse dono. refém do dinheiro, que não está retendo
Essa é a primeira verdade bíblica sobre tudo para si, mas está fazendo com que
educação financeira que precisamos com- seu dinheiro abençoe a obra de Deus e a
preender. outras pessoas.
Ofertar com liberalidade também
2 - Tudo o que somos e temos vem é a forma de uma pessoa demonstrar que
de Deus não tem seu coração preso ao dinheiro.
Um certo pastor sempre dizia: “o dinhei-
Todas as pessoas e todas as coisas ro de Deus está no bolso dos crentes”. De
Ensinando as Nações 38
fato, materialmente falando Deus mantém descontrolado de cartões de crédito. Se
a sua igreja através dos recursos que ele você não consegue administrar de forma
mesmo concede aos seus servos. comedida o uso de cartões, é melhor não
os ter.
2 - É necessário poupar Assumir obrigações financeiras
que extrapolem o orçamento, fazendo
A principal razão pela qual a maio- compromissos que não pode cumprir é
ria das pessoas não poupa é o fato de algo totalmente fora da visão bíblica sobre
vivermos numa cultura que não pratica a educação financeira. Veja o que diz o Sal-
abnegação. Quando queremos algo, não mo 37.21: “O ímpio toma emprestado, e
abrimos mão, queremos já! No entanto, não paga”. Quando alguém está endivida-
a Bíblia nos encoraja a poupar: “O sábio do, parte da sua liberdade acaba. Vale a
economiza e tem sempre bastante comida pena salientar que qualquer tipo de opres-
e dinheiro em sua casa, mas o tolo gasta são, inclusive financeira, é algo que tira o
todo o seu dinheiro assim que o recebe” sossego, a segurança e é desconfortável.
(Pv 21.20). Muitos vivem comprando além do que pre-
Gastar menos do que ganha é cisa para pagar posteriormente. Tenham
uma premissa indispensável na vida de cuidado! Não é conveniente entrar na onda
todas as pessoas. Muitos parecem saber, do consumismo (comprar o que você não
mas não colocam isso em prática de forma precisa, com um dinheiro que não tem, so-
efetiva. É preciso consumir de forma cons- mente para dar satisfação às pessoas do
ciente, observando cada um o seu padrão seu convívio). Há um ditado interessante
de vida. que diz: não passe o carro na frente dos
Quem poupa dinheiro tem menos bois.
estresse e ansiedade com relação às finan-
ças. Quem poupa, pode desfrutar de uma 4 - Registre, planeje e orce
vida com mais flexibilidade e liberdade.
Quem poupa vive em paz e com tranquili- Uma boa educação financeira su-
dade financeira. Poupar dinheiro é sinal de gere que a pessoa deva ter conhecimen-
uma boa administração dos recursos que to total sobre suas próprias despesas. É
Deus confiou aos seus filhos. Inclusive, até importante ressaltar que ninguém deve
mesmo as formigas poupam (Pv 30.25)! confiar na memória, por isso é bom regis-
trar tudo. Se uma pessoa não sabe aonde
3 - Evite dívidas exageradas quer chegar, de fato nunca chegará lá, daí
a necessidade de se efetuar registro dos
“O rico domina sobre os pobres gastos, pois isto ajuda muito no equilíbrio
e o que toma emprestado é servo do que do orçamento.
empresta” (Pv 22.7). Este versículo vai di- “Com a sabedoria se edifica a
reto ao ponto: “o que toma emprestado é casa, e com a inteligência ela se firma; e
servo do que empresta”. “Há um versículo pelo conhecimento se encherão as câma-
interessante que diz: “fostes comprados ras de todas as substâncias preciosas e de-
por bom preço; não vos façais servos dos leitáveis” (Pv 24.3,4). Os preceitos acerca
homens” (1 Co 7.23). de economia ensinam que é importante
Portanto, tome muito cuidado com planejar antes de gastar, pois isto facilita a
empréstimos e financiamentos. Evite o uso execução daquilo que foi planejado. Nem
Ensinando as Nações 39
todas as pessoas podem ter tudo o que isto: “A quem dá liberalmente, ainda se lhe
querem. Se necessário, procurem ajuda acrescenta mais e mais; ao que retém mais
do seu pastor, do seu líder ou de alguém do que é justo, ser-lhe-á em pura perda.
gabaritado em assuntos de economia do- A alma generosa prosperará, e quem dá a
méstica. beber será dessedentado” (Pv 11.24,25).
De nada adianta ser bem-suce-
III- CONSELHOS dido financeiramente e não ser genero-
so com as pessoas à sua volta. A gene-
IMPRESCINDÍVEIS rosidade é uma das qualidades de quem
ama doar. Esta virtude deve fazer parte de
A educação financeira pode mudar nossa vida. Pessoas generosas refletem o
vidas e permitir a realização de sonhos que amor de Deus!
dependem de dinheiro. Vejamos alguns as-
pectos neste sentido:
CONCLUSÃO
1 - Fuja da avareza
Que o Espírito Santo nos conduza
Avareza é o amor ao dinheiro, no planejamento e administração das fi-
uma escravidão ao vil metal. Diz a Bíblia: nanças e dos bens que Deus tem nos con-
“Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda cedido. É possível desfrutarmos de uma
espécie de males; e nessa cobiça alguns vida satisfatória, mesmo não tendo abun-
se desviaram da fé e se traspassaram a si dância de riquezas (Pv 15.16;17.1).
mesmos com muitas dores” (1 Tm 6.10).
A avareza precipitou Judas Isca- QUESTIONÁRIO
riotes no inferno, levando-o a ‘vender’ o
seu Mestre por míseras trinta moedas de 1 - Por que todas as coisas e todas as
prata (Mt 26.15). A avareza impediu que pessoas pertencem a Deus?
um jovem cruzasse o liminar da salvação, 2 - Qual é o início da boa administra-
mesmo estando perto de Jesus (Mt 19.22). ção financeira?
3 - Que é o amor ao dinheiro, segun-
2 - Eduque-se financeiramente do a Bíblia?
4 - A sua vida financeira está em or-
“O coração do entendido adquire o dem ou em desordem?
conhecimento, e o ouvido dos sábios busca
a sabedoria” (Pv 18.15). A vida é um cons-
tante aprendizado. Nunca pare de apren-
der. Portanto, busque por conhecimento,
estude, eduque-se financeiramente.

3 - Seja generoso

A generosidade é um gesto de
amor, mas nem todos gostam de aplicar
em suas planilhas orçamentárias o quesito
“doações”. Vejamos o que a Bíblia diz sobre
Ensinando as Nações 40
Lição 10
Domingo, 09 de junho de 2024
Comentarista: José Fernandes da Silva
- Formado no Curso Básico de Teologia (CBTC/IBA)
- Pastor da AD de Anápolis | Joinville - SC (Sede de Campo)
- Presidente da CONFIESC

PADRÕES PARA VIVERMOS COMO


CRISTO VIVEU
VERSÍCULO CHAVE (Fp 1.27) Leitura Bíblica Principal
Fp 2.1-5
Vivei, acima de tudo, por modo
digno do evangelho de Cristo, para que, ou 1 Portanto, se há algum conforto em Cristo,
indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no se alguma consolação de amor, se alguma
tocante a vós outros, que estais firmes em comunhão no Espírito, se alguns entranhá-
um só espírito, como uma só alma, lutando veis afetos e compaixões,
juntos pela fé evangélica. 2 completai o meu gozo, para que sintais
o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo
PENSAMENTO
ânimo, sentindo uma mesma coisa.
A função da igreja é, também e 3 Nada façais por contenda ou por vangló-
principalmente, beneficiar os que estão ria, mas por humildade; cada um considere
fora do seu convívio. os outros superiores a si mesmo.
4 Não atente cada um para o que é pro-
Leitura Diária priamente seu, mas cada qual também
para o que é dos outros.
Segunda-feira - Filipenses 1.3-11
- O amor de Paulo para com os filipen-
5 De sorte que haja em vós o mesmo sen-
ses. timento que houve também em Cristo Je-
sus.
Terça-feira - Filipenses 1.15-18
- Importa que Cristo seja anunciado.
COMENTÁRIO
Quarta-feira - Filipenses 1.27-30
- Exortação à perseverança e à santi-
dade.
Introdução

Quinta-feira - Filipenses 2.13 Esta carta do apóstolo Paulo con-


- Deus é o que opera em nós tanto o tém exemplos da natureza, essência e
querer com o efetuar.
função da igreja, exemplos que servem de
Sexta-feira - Filipenses 3.2 modelo para todas as igrejas e para cada
- Oposição àqueles que pervertem a discípulo de Jesus Cristo, no sentido de que
doutrina pura. vivam em Cristo e como Cristo a cada dia.
Sábado - Filipenses 4.19
Além de enfatizar o compromisso de cada
- O Senhor suprirá todas as nossas ne- um, o primeiro capítulo desta carta tam-
cessidades. bém tipifica a ideia de que a vida em Cris-
Ensinando as Nações 41
to é como um esporte coletivo. O Senhor Jesus Cristo a fim de que tenham como
quer que a igreja prepare os santos para estilo de vida o viver em Cristo a cada dia
que exerçam seus ministérios. (Fp 1.27).
A grande comissão é cumprida
quando os leigos da igreja percebem que II - VIVER COMO CRISTO
os ministérios devem ser exercidos por
todos os membros. É desta forma que a No capítulo 2.3 de Filipenses, Pau-
igreja de Jesus Cristo cumpre o seu papel. lo mostra os padrões para se viver como
Cristo, enfatizando que isso envolve hu-
I - PAIXÃO E FILOSOFIA mildade, amor e igualdade: “nada façais
por partidarismo ou vanglória, mas por
De acordo com Paulo, a filosofia humildade, cada um considerando os ou-
e a paixão para vivermos como Cristo vi- tros superiores a si mesmo” (Fp 2.3). Paulo
veu baseiam-se na forma de conduzirmos não estava falando sobre timidez ou baixa
nossas vidas. Ele mostra como sua filosofia autoestima, mas sobre um tipo de amor al-
e sua paixão para viver como Cristo estão truísta e sobre a humildade que encoraja
relacionadas à sua prisão. Essencialmente outras pessoas.
o que Paulo escreve é a manifestação do Quando o desejo da pessoa tem
desejo de que Cristo seja glorificado em como base o amor, ela vai além disso.
seu corpo, através da morte ou da vida, Aqueles que realmente desejam ter o
da pressão ou da liberdade, da saúde ou amor de Deus no coração aplicam a regra
da doença. básica: “... tudo o que vós quereis que os
Glorificar a Cristo era o propósito homens vos façam, fazei-lho também vós,
da vida de Paulo. Ele estava pronto para porque esta é a lei e os profetas” (Mt 7.12).
morrer, porque via nisto uma forma de glo- Paulo faz a seguinte aplicação desta regra:
rificar o nome de Cristo. Esta é a filosofia “Não tenha cada um em vista o que é pro-
de alguém que realmente vive em Cristo. priamente seu, senão também cada qual o
A igreja ideal conforme Paulo ensina, tem que é dos outros” (Fp 2.4). Por acaso você
que ter as seguintes características: todos está sempre pensando nos seus próprios
os membros da igreja devem estar em problemas? Ou você pensa primeiro no
Cristo e ser como Cristo. Todos aqueles problema dos outros?
que estão em Cristo e são como ele, vivem A pessoa que ama consegue su-
de tal maneira que o evangelho pode ser perar o egoísmo agindo com igualdade.
aceito por todos. Paulo afirma que devemos viver em um só
A igreja que você frequenta é as- espírito, como uma só alma (Fp 1.27). Na
sim? Será que você pode dizer que cada maioria das vezes, a raiz dos conflitos que
membro da sua igreja é um seguidor ver- surgem nas igrejas está ligado ao orgulho
dadeiro de Cristo e vive de modo digno do e ao egoísmo. Com amor, humildade e
evangelho? Será que as pessoas estão se igualdade esses conflitos são solucionados.
convertendo ao ver os membros da sua
igreja vivendo como Cristo? III - VIVER EM UNIDADE
Paulo dá exemplos da natureza,
essência e função da igreja, exemplos que Na igreja de Filipos havia um gru-
servem de modelo para cada discípulo de po que possuía certa forma de orgulho
Ensinando as Nações 42
espiritual, cujas atitudes eram motivadas aos Filipenses é a mais alegre do apósto-
por vanglória e partidarismo. Paulo os cha- lo (Fp 1.4,18; 2.1,17,28,29; 3.1; 4.1,10),
ma para viverem uma nova cidadania em onde ele exorta os irmãos de Filipos que,
unidade (1.27; 2.1-4) a exemplo da igreja apesar das perseguições, vivam de modo
primitiva: “E era um o coração e a alma da digno do evangelho demonstrando a mes-
multidão dos que criam” (At 4.32). ma alegria.
O crente deve aplicar muito esfor- Os crentes podem passar por mo-
ço para preservar a unidade. Esta é a sua mentos tristes, porque todos estão sujeitos
responsabilidade, pois “há um só Senhor, às aflições da vida (Jo 16.33). Porém, pre-
uma só fé, um só batismo; um só Deus e cisam ter consciência de quem são, como
Pai de todos... e está em todos” (Ef 4.5,6). vivem e o que têm recebido. Esta é a for-
Jesus, inclusive, orou por essa unidade (Jo ma de demonstrar sempre o seu contenta-
17.20-23). mento em Deus (Sl 43.4).
Quantas vezes a nossa vida é
IV - LUTAR PELA FÉ marcada pela constante murmuração,
tristeza e descontentamento diante de si-
EVANGÉLICA tuações tão insignificantes de nosso dia a
dia? Paulo aprendeu a viver contente em
O vocábulo utilizado por Paulo toda e qualquer situação (Fp 4.13), e por
para exemplificar a colocação “lutando”, isso pôde cantar em situações adversas (At
vem da raiz que deu origem à palavra por- 16.25).
tuguesa atleta. Expressão que significa es-
forço, fadiga, esticamento de cada nervo
para alcançar um objeto, etc., mas pode VI - SEGUIR O EXEMPLO
também significar luta. Paulo foi um exem- DE CRISTO
plo desse esforço (Lc 13.24; 1 Co 9.25; 1
Co 15.10; Cl 1.29). Depois de apresentar essas verda-
Numa época em que o “prazer” des, Paulo cita alguns exemplos de amor e
se tornou um deus, muitos levam a vida humildade na vida de Cristo. O primeiro é
cristã como se fosse um piquenique (1 Pe que, além de vir ao mundo como homem,
5.8). Vivem indiferentes, não se compro- Jesus tornou-se servo, humilhou-se e foi
metem com a obra de Deus e se esquecem obediente até à morte, morrendo pelos
de que a salvação, mesmo sendo um dom pecados do mundo. Por isso Deus o exal-
de Deus, exige esforço de nossa parte (Mt tou sobremaneira. Sem dúvida, Jesus é o
11.12). Talvez seja aqui oportuna a exor- maior exemplo de humildade que devemos
tação de Paulo aos Romanos: “E digo isto seguir.
a vós outros que conheceis o tempo, que Não devemos centrar nossa vida
já é hora de despertardes do sono” (Rm em nós mesmos, mas em Cristo para que
13.11). consigamos seguir o seu exemplo (Fp
2.5-11). Quando Paulo se converteu, pri-
V - EVIDENCIAR ALEGRIA meiramente ele sofreu uma mudança ra-
dical. Quando saiu dessa “revolução”, ele
Paulo, como já vimos, encontrava- assumiu o firme propósito de descobrir a
-se preso quando escreveu aos Filipenses vontade de Deus para sua vida. Depois ele
(Fp 1.13,14). Não obstante isto, a epístola buscou o poder oriundo da ressurreição de
Ensinando as Nações 43
Jesus Cristo. penses. Com toda certeza, Epafrodito era
Paulo passou a viver como se es- mais um exemplo de como se deve viver
tivesse numa corrida com regras especí- para viver como Cristo.
ficas, sabendo que para ganhar o prêmio
ele teria que ser obediente à vontade de
Deus. Ele discerniu que tinha que alcançar
CONCLUSÃO
o “prêmio da soberana vocação de Deus
Para o cristão conhecer a vontade
em Cristo Jesus” (Fp 3.14).
de Deus, ele deve discernir tudo e ser obe-
diente aos princípios exigidos pela Palavra.
VII - OBSERVAR O A todos que seguirem a luz de Deus, ele
a fará brilhar continuamente até que veja-
EXEMPLO DE PAULO mos sua perfeita vontade.
Paulo chama o prêmio desta cor-
No Templo de adoração na época
rida de “o prêmio da soberana vocação de
do Antigo Testamento, o sacerdote fazia
Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14). O nosso
ofertas sobre o altar. Paulo alude a estas
dever é estabelecer prioridades em nossa
ofertas de libação para mostrar aos Filipen-
vida, esquecendo-nos das coisas que fica-
ses acerca de como eles podiam chegar
ram para trás e focalizando as que estão à
à fé salvadora: “Entretanto, mesmo que
nossa frente.
seja eu oferecido por libação sobre o sa-
Vivamos de acordo com a luz que
crifício e serviço da vossa fé, alegro-me e,
Deus nos deu e caminhemos dentro da
com todos vós, me congratulo. Assim, vós
vontade dele, de acordo com o que ele
também, pela mesma razão alegrai-vos e
quer nos mostrar.
congratulai-vos comigo” (Fp 2.17,18). Pau-
A alegria do apóstolo não se ba-
lo estava dizendo que ele próprio seguiu o
seava em circunstâncias, mas em ver a
exemplo de Cristo. vida na perspectiva de Deus. Ele exortou
aos Filipenses a não ficarem ansiosos por
VIII - OUTROS EXEMPLOS coisa alguma, mas a deixar tudo com o
Senhor, cultivando um espírito de agrade-
No final do capítulo 2, Paulo ci- cimento. Em troca, Deus lhes daria a paz.
tou outros exemplos quando se referiu a Paulo deixou claro que a sua prisão contri-
Timóteo e a Epafrodito (vv.19-22), acerca buiu em muito para a propagação do evan-
da oferta da igreja de Filipos para Paulo na gelho e isso lhe causava alegria.
prisão (v.25).
Há vários níveis de comunhão QUESTIONÁRIO
dentro do Corpo de Cristo. Paulo descre-
ve Epafrodito como seu irmão, cooperador,
1 - De que forma a igreja de Jesus
companheiro de lutas, mensageiro e minis-
Cristo cumpre o seu papel?
tro. O que significam todos estes níveis de
2 - Qual o lema da vida do apóstolo
comunhão? Para Paulo, um irmão em Cris-
to, que vivia em Cristo, era um companhei- Paulo?
ro de lutas que tinha que arriscar a própria 3 - Qual é a raiz dos conflitos que sur-
vida a serviço da obra de Cristo. Epafrodito gem nas igrejas? Como solucionar
é um exemplo desse tipo de relacionamen- isto?
to, além de ser também um exemplo de 4 - Como viver o exemplo de Cristo?
mensageiro e ministro enviado pelos Fili-
Ensinando as Nações 44
Lição 11
Domingo, 16 de junho de 2024
Comentarista: Jalmir Batista da Silva
- Professor do IBA - Mestre em Ministérios (SETECEB)
- Bacharel em Teologia (IBA)
- Pastor da AD de Anápolis | Bairro Calixto Abrão

O MANÁ

VERSÍCULO CHAVE (Êx 16.31) Leitura Bíblica Principal


Êx 16.1-8
E chamou a casa de Israel o seu
nome Maná; e era como semente de coen- 1 E, partidos de Elim, toda a congregação
tro; era branco, e o seu sabor, como bolos dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim,
de mel. que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias
do mês segundo, depois que saíram da ter-
PENSAMENTO ra do Egito.
2 E toda a congregação dos filhos de Israel
O maná, portanto, é um tipo da
murmurou contra Moisés e contra Arão no
Palavra de Deus: é o alimento que vem do
deserto.
céu para o sustento do seu povo. (Lucia-
3 E os filhos de Israel disseram-lhes: Quem
no Subirá)
dera que nós morrêssemos por mão do
Senhor na terra do Egito, quando estáva-
Leitura Diária mos sentados junto às panelas de carne,
quando comíamos pão até fartar! Porque
Segunda-feira - Êxodo 16.31 nos tendes tirado para este deserto, para
- Alimento como provisão de Deus. matardes de fome a toda esta multidão.
4 Então, disse o Senhor a Moisés: Eis que
Terça-feira - Êxodo 16.15 vos farei chover pão dos céus, e o povo
- O pão oferecido por Deus.
sairá e colherá cada dia a porção para cada
Quarta-feira - Deuteronômio 8.3 dia, para que eu veja se anda em minha
- Deus alimentou o povo com maná, lei ou não.
que eles nem conheciam. 5 E acontecerá, ao sexto dia, que prepara-
Quinta-feira - Apocalipse 2.17 rão o que colherem; e será o dobro do que
- Ao que vencer darei eu a comer do colhem cada dia.
maná escondido. 6 Então, disse Moisés e Arão a todos os
filhos de Israel: À tarde sabereis que o Se-
Sexta-feira - João 6.58
- Quem comer o pão que desceu do nhor vos tirou da terra do Egito,
céu viverá para sempre. 7 e amanhã vereis a glória do Senhor,
porquanto ouviu as vossas murmurações
Sábado - Salmos 78.24 contra o Senhor; porque quem somos nós
- Deus fez cair maná para alimentar o
povo. para que murmureis contra nós?
Ensinando as Nações 45
8 Disse mais Moisés: Isso será quando o do Egito, afirma em seu cântico: “com tua
Senhor, à tarde, vos der carne para comer benevolência guiaste o teu povo”. Moisés
e, pela manhã, pão a fartar, porquanto o usa o termo “nachah”, com o sentido de
Senhor ouviu as vossas murmurações, com guiar, dirigir, liderar, utilizado para a função
que murmurais contra ele (porque quem de pastor.
somos nós?). As vossas murmurações não Com toda certeza Moisés estava
são contra nós, mas sim contra o Senhor. se referindo aos acontecimentos narrados
no livro de Êxodo (13.17-22) e concretiza-
COMENTÁRIO dos por toda a caminhada no deserto, após
a celebração da páscoa, a consagração dos
Introdução primogênitos ao Senhor. Moisés registra as
ações de Deus como pastor de seu povo.
Usaremos introdutoriamente algu- Primeiramente, afirma que o Senhor ia
mas informações importantes que servirão adiante deles: durante o dia numa coluna
de base para comentarmos sobre o tema de nuvem, para os guiar pelo caminho; du-
proposto: o maná. Vamos aos fatos: rante a noite numa coluna de fogo para os
Quando Faraó permitiu que os he- alumiar, a fim de que caminhassem de dia
breus saíssem do Egito, iniciou-se a longa e de noite. Diz o texto que o Senhor nunca
caminhada rumo à terra prometida, uma se apartou do povo (v.22).
trajetória que oferecia opção de dois ca- Como já foi afirmado acima, havia
minhos, sendo que Deus resolveu levá-los dois caminhos pelos quais se podia chegar
pelo caminho do deserto. Por que o Senhor à Canaã: o da terra dos filisteus, que era
não os levou pelo caminho da terra dos fi- mais curto, mais seguro e com estradas
listeus, que era mais perto, com uma rota construídas; o outro era o caminho pelo
fácil, rápida, segura e com estradas? Para deserto, um lugar inóspito, sem estra-
que os israelitas, diante da necessidade de das, de serpentes abrasadoras, sem água
guerrear, não mudassem de ideia e sentis- ou comida, sem referenciais pelo fato da
sem vontade de voltar ao Egito. E assim paisagem mudar constantemente. Como
o Senhor os fez rodear pelo caminho do pastor que guia, Deus escolheu, levou e
deserto perto do Mar Vermelho (Êx 13.18). guiou o seu povo pelo caminho do deserto
Deserto tem uma série de signifi- (vv.13.17,18).
cados: lugar de mudanças rápidas; perdas Nem sempre o caminho de Deus
de referenciais; lugar de escassez; priva- é o mais fácil, mas sempre é o melhor. Em
ção; sol ardente; frio; perigos; incertezas. seu infinito amor e maravilhosa sabedoria
o Senhor liberta seu povo, aponta-lhe a di-
reção a ser trilhada, até se cumprir todo o
I - O CAMINHO DO seu maravilhoso e eterno propósito.
SENHOR É SEMPRE O
MELHOR II - DEUS CONCEDE O
MANÁ
Moisés, expressando sua alegria
e gratidão ao Senhor por todos os feitos E toda a congregação dos filhos
realizados a favor do seu povo, por ocasião de Israel murmurou contra Moisés e con-
do processo de libertação da escravidão tra Arão no deserto (Êx 16.2). O maná foi
Ensinando as Nações 46
providenciado e explicado (Nm 11.4-9); obra da redenção é uma demonstração da
foi desprezado (Dt 8.3); foi esclarecido (Jo graça divina, independentemente de qual-
6.29-59); foi personificado (Hb 9.4); foi quer obra ou mérito humano
preservado (Ap 2.17).
4 - O maná era diário
III - O MANÁ COMO TIPO
Cristo é nossa provisão diária, e
DE CRISTO dele recebemos tudo quanto necessitamos
para cumprir o glorioso projeto de Deus em
O maná veio do céu: “Então, disse expandir seu Reino e glorificar seu nome.
o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover O maná é uma demonstração da providen-
pão dos céus” (Êx 16.4). O homem, por cia diária para todos aqueles que estão em
si mesmo, não poderia produzir o dom da Cristo (Rm 8.32).
livre graça.
5 - O maná foi uma dádiva fiel
1 - O maná era milagroso
Os israelitas comeram o maná por
“E, alçando-se o orvalho caído, eis 40 anos no deserto, até o momento em
que sobre a face do deserto estava uma que colheram as lavouras na terra prome-
coisa miúda, redonda, miúda como a gea- tida, no dia seguinte o maná cessou: “E
da sobre a terra” (v.14). comeram do trigo da terra, do ano ante-
Comparativamente, tudo que se cedente, ao outro dia depois da Páscoa;
refere a Cristo envolve milagres: sua fe- pães asmos e espigas tostadas comeram
cundação, gestação, nascimento, batismo, no mesmo dia”. O maná aponta para a fi-
ministério, morte e ressurreição. delidade de Jesus.

2 - O maná era misterioso


IV - REAÇÃO DE ISRAEL
“E, vendo-a os filhos de Israel, dis- AO MANÁ
seram uns aos outros: Que é isto? Porque
não sabiam o que era. Disse-lhes, pois, 1 - Recolhido diariamente
Moisés: Este é o pão que o Senhor vos deu
para comer” (Êx 16.15). Isto tem o significado de obediên-
Jesus é muito mais do que está cia diária, alimentação espiritual diária. O
revelado nas Escrituras. Só conhecemos maná de ontem não vale para hoje, se nos
acerca de Cristo o que Ele mesmo quis re- afastarmos da presença de Deus ficaremos
velar (Rm 1.19,20). No entanto, existem subnutridos espiritualmente. Há muitos
muitos mistérios sobre nosso Salvador, crentes sem vigor espiritual, porque não
mistérios que serão revelados somente na leem a Bíblia, não oram, não jejuam, não
eternidade. congregam.

3 - Maná, uma obra divina 2 - Recolhido cedo

O maná não foi uma obra huma- Tinha que ser recolhido antes do
na, mas divina. A dádiva de Cristo e toda a sol nascer, para não ser derretido com o
Ensinando as Nações 47
sol. Isto fala da prioridade em relação às colher.
coisas de Deus. Diz o texto: “Mas buscai
primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, CONCLUSÃO
e todas essas coisas vos serão acrescen-
tadas” (Mt 6.33). Infelizmente, na escala Em vários momentos do ‘êxodo’
de valores de certas pessoas que se dizem (saída do Egito rumo à Canaã), vemos que
cristãs, Deus não ocupa primazia, ou seja, o povo de Israel demonstrava uma notória
é secundário. aptidão para a prática da murmuração e
reclamação (Êx 16.1-12). Diante de qual-
3 - Recolhido de maneira correta quer dificuldade, enquanto vagueavam
pelo deserto, os israelitas tentavam contra
Para colher o maná, cada israelita Deus com atitudes, palavras, e em ações
tinha que reclinar-se, abaixar-se. Esse era de obstinadas queixas, atraindo, assim, o
um sinal de humildade. A comunhão com juízo de Deus.
Cristo é reservada para os humildes de co- É importante ressaltar que ten-
ração, aqueles que se prostram diante da tar a Deus em forma de murmuração, é
majestade e grandeza do Salvador, como o mesmo que assumir dolosamente uma
Maria, cujas narrativas bíblicas a apre- posição de desafio e desobediência ao Se-
sentam três vezes aos pés do salvador: nhor. A Bíblia nos diz que o nosso Pai Celes-
para aprender (Lc 10.39); para chorar (Jo tial é misericordioso, longânimo e bondoso,
11.32); para agradecer (Mc 14.3). porém, é justo e, por amor aos seus filhos,
às vezes, pratica duras correções com o
4 - Recolhido na quantidade correta objetivo de ensiná-los a se comportar da
maneira certa.
Cada pessoa podia comer dois li-
tros aproximadamente. Isto diz acerca da
experiência individual, significando que a QUESTIONÁRIO
salvação e a participação pela fé nas bên-
çãos espirituais são pessoais. Cada um pre- 1 - Por que o Senhor conduziu o povo
cisa ter sua própria experiência. de Israel por um caminho mais difí-
cil? Por onde passaram?
5 - Um teste de obediência
2 - O maná era diário. Como podemos
Em seguida o Senhor daria a lei aplicar isto?
no Monte Sinai, portanto, eles precisavam
ser testados na obediência em pequenas 3 - O maná tinha que ser recolhido
coisas, ou seja, na colheita do maná. Eles cedo. Qual a correlação com a nossa
deveriam obedecer nas pequenas coisas, vida?
pois, dificilmente uma pessoa obedece em
relação as coisas mais importantes se não 4 - Qual era a grande fraqueza do
aprende a obedecer nas menos importan- povo de Israel durante o êxodo?
tes. Mesmo assim, houve desobediência
na colheita, primeiramente em relação ao
dever de não guardar, e, também, em rela-
ção ao sábado, quando alguns saíram para
Ensinando as Nações 48
Lição 12
Domingo, 23 de junho de 2024
Comentarista: Jaime Rodrigues Moço
- Bacharel em Teologia (IBES-SP) - Formado em Marketing (UNOPAR)
- Acadêmico de Direito (UNIFAN) - Coordenador do Núcleo CBTC
- Pastor Auxiliar da AD de Anápolis | Pq. Trindade I | Ap. Gyn - GO

O ESPÍRITO SANTO E A GRAÇA


DOS SEUS DONS
VERSÍCULO CHAVE (1 Pe 4.10) Leitura Bíblica Principal
1 Co 12.4-11
Cada um administre aos outros o
dom como o recebeu, como bons despen- 4 Ora, os dons são diversos, mas o Espírito
seiros da multiforme graça de Deus. é o mesmo.
5 E também há diversidade nos serviços,
PENSAMENTO mas o Senhor é o mesmo.
6 E há diversidade nas realizações, mas o
Os dons de Deus são ferramentas mesmo Deus é quem opera tudo em todos.
do Espírito Santo para que a obra de Deus 7 A manifestação do Espírito é concedida a
seja feita com eficiência. (G. RAYMOND cada um visando a um fim proveitoso.
CARLSON) 8 Porque a um é dada, mediante o Espírito,
a palavra da sabedoria; e a outro, segundo
o mesmo Espírito, a palavra do conheci-
Leitura Diária mento;
9 a outro, no mesmo Espírito, a fé; e a ou-
Segunda-feira - Atos 2.1-4 tro, no mesmo Espírito, dons de curar;
- E todos ficaram cheios do Espírito 10 a outro, operações de milagres; a outro,
Santo. profecia; a outro, discernimento de espíri-
tos; a um, variedade de línguas; e a outro,
Terça-feira - Atos 1.8
- Poder do Espírito Santo para ser tes- capacidade para interpretá-las.
temunha. 11 Mas um só e o mesmo Espírito realiza
todas estas coisas, distribuindo-as, como
Quarta-feira - 1 Coríntios 12.7-11
lhe apraz, a cada um, individualmente.
- Manifestação do Espírito Santo para
fins proveitosos.

Quinta-feira - 1 Pedro 4.10


COMENTÁRIO
- Como bons despenseiros da multifor-
me graça de Deus. Introdução
Sexta-feira - Romanos 12.6-8
É absolutamente necessário co-
- Dons praticados com dedicação.
nhecermos o que a Bíblia fala sobre o Es-
Sábado - Habacuque 3.2 pírito Santo. A falta de conhecimento des-
- Aviva a tua obra, ó Senhor. ta doutrina tem causado grande prejuízo
Ensinando as Nações 49
espiritual na vida de muitos. Jesus disse: to humano, mas da manifestação de um
“Errais, não conhecendo as Escrituras, nem milagre. É um presente de Deus.
o poder de Deus” (Mt 22.29). E ainda há
muitos hoje em dia que continuam dizen- II - A FINALIDADE DOS
do: “Nós nem ainda ouvimos falar sobre
a existência do Espírito Santo” (At 19.2). DONS NA IGREJA
Paulo escreveu acerca dos dons espirituais:
“Não quero, irmãos, que sejais ignorantes” Pelo ensino do Novo Testamento
(1 Co 12.1). vemos a grande importância que os dons
O conhecimento acerca da doutri- espirituais representam no plano de Deus.
na da Paracletologia é importante na vida O portador de um dom não o recebe para
do cristão para que ele saiba combater a proveito próprio ou para usá-lo quando ou
relativização acerca do Espírito Santo e como achar melhor. São dados aos mem-
mostrar que o Espírito Santo é de Deus. bros do corpo de Cristo para que sejam
A Bíblia nos diz: “E acontecerá nos últimos usados conforme o desejo e a direção
dias, diz o Senhor, que derramarei do meu de Jesus, que é a Cabeça da igreja (1 Co
Espírito sobre toda a carne...” (At 2.17). A 12.12,27). Quando os dons são usados
mesma citação vemos no Livro do profeta desse modo, o poder do Espírito se mani-
Joel 2.28, como uma promessa de Deus. festa na igreja capacitando-a a cumprir sua
O Espírito Santo não é simples- alta missão na Terra.
mente uma influência benéfica ou um po- Vejamos, agora, a finalidade dos
der impessoal. É uma pessoa, assim como dons e sua manifestação nas diferentes fa-
Deus e Jesus Cristo. O Espírito Santo esta- ses da vida da igreja:
va presente na criação de todas as coisas,
o Senhor deixou isto claro quando disse: 1 - Edificação e crescimento espiritual
“façamos o homem à nossa imagem e se-
melhança” (Gn 2.7). A igreja precisa cumprir o seu pa-
pel como lugar de edificação e crescimento
espiritual dos crentes (Ef 4.12; 2.18-22;
I - OS DONS SÃO 4.14,15). Todos os dons são para a edifi-
DÁDIVAS DE DEUS cação da igreja (1 Co 14.3-5,12) e para o
aperfeiçoamento dos crentes, pois, quan-
O que são os dons espirituais? Os do os dons operam, manifestam-se para
dons espirituais são os meios pelos quais o a edificação, exortação e consolação (1
Espírito Santo revela o poder e a sabedoria Co 14.3). Os dons manifestam a presença
de Deus através de instrumentos huma- de Deus na igreja (1 Co 14.25) trazendo
nos, que os recebem e usam (1 Co 12.7- abundância de alegria (Sl 16.11).
11).
A palavra “dom” vem do gre- 2 - Evangelização do mundo
go charisma, que significa “um dom pela
graça”. O batismo com o Espírito Santo e A igreja é um instrumento de Deus
os dons são dádivas de Deus. Não se tra- para a evangelização do mundo. Pelos dons
ta aqui de mera capacidade ou de dotes é manifestada uma sabedoria sobrenatural
naturais que tenham sido melhorados ou que convence o pecador (1 Co 2.1-5), e faz
aperfeiçoados. Não se trata de merecimen- com que ele comece a entender o sentido
Ensinando as Nações 50
da palavra de Deus (At 16.14; Lc 24.45). 1 - Os dons e o fruto do Espírito an-
Os dons espirituais constituem um dam juntos
poder sobrenatural, uma autoridade que
vence as forças malignas que procuram Quando o apóstolo Paulo escreveu
impor o seu domínio sobre o povo. A su- sua primeira carta aos coríntios, observou
perioridade do cristianismo diante de todas que a irregularidade ali existente no uso
as outras religiões, filosofias e movimentos dos dons era a falta do fruto do Espírito
demoníacos se manifesta através do poder entre os crentes. Por isso deu os devidos
sobrenatural. ensinamentos que estão entre os capítulos
Se o cristianismo de hoje somente 12 e 14, onde estão estabelecidos o uso
se basear no poder de sua própria sabedo- correto dos dons. E um capítulo inteiro
ria, argumentos e psicologia, vários oposi- (13), contendo ensino substancial sobre
tores se acharão em condições de comba- a evidência maior do fruto do Espírito: o
tê-lo. Porém, quando o poder sobrenatural amor.
pelos dons se manifesta, então se cumprirá Primeiro, Paulo enfatizou que o
a palavra de Jesus: “As portas do inferno uso de qualquer dom é inútil se não hou-
não prevalecerão” (Mt 16,18). ver amor (1 Co 13.1-3). Depois descreveu
as qualidades do amor (1 Co 13.4-8). Com
III - A NECESSÁRIA isso, evidenciou ter sido exatamente a falta
da manifestação desta importante virtude
MANIFESTAÇÃO DOS do fruto do Espírito, isto é, do amor, a cau-
DONS sa dos problemas no uso dos dons.

A igreja precisa da manifestação 2 - Influência do fruto do Espírito


dos dons espirituais. Eles fazem parte do
modelo (2 Tm 1.13) que devemos reter É fundamental a influência do fru-
até que ele venha (Ap 2.25;3.11). Convém, to do Espírito no uso dos dons. O fruto do
portanto, que sejam usados na igreja. As- Espírito domina o portador do dom. O fruto
sim, a igreja deve exercer a sua influência do espírito também domina os sentimen-
espiritual de modo constante. Todos os tos. O fruto do Espírito conserva o porta-
dons cabem no trabalho da igreja (At 5.12- dor do dom em humildade, pois o amor
16; 6.7,8; 14.7-10). Alguns acham que, “não se ensoberbece” (1 Co 13.4). Um dos
tendo recebido um dom, torna-se mais maiores perigos que cercam os que usam
conveniente exercê-lo em um trabalho par- os dons é a soberba. O fruto do Espírito
ticular, isto é, desvinculado da igreja. impede que os dons sejam usados por in-
Todos os dons podem e devem teresse próprio, pois o amor “não busca
funcionar na igreja, no seu trabalho nor- os seus interesses” (v.5). Isso caracterizou
mal. Todavia, a igreja não precisa de ne- o estilo de Paulo no uso dos dons (1 Co
nhum trabalho “especializado” e à parte 10.33; Fp 2.3,4).
dela, como, por exemplo, um trabalho pro-
fético, ou de cura, ou de discernimento de IV - SÍNTESE DOS
espíritos e de revelação.
DIFERENTES DONS
Podemos subdividir os dons em
Ensinando as Nações 51
três grupos distintos: Paulo chegou a dizer: “Dou graças a Deus,
porque falo em outras línguas mais do que
a) de ações sobrenaturais - São três todos vós” (1 Co 14.18). A ênfase no agra-
os dons que manifestam o poder de decimento e na realização espiritual mani-
Deus por meio de ações sobrenatu- festa pelo apóstolo Paulo não fariam sen-
rais: o dom da fé; os dons de cura; o tido se o falar em línguas não oferecesse
dom de operação de maravilhas (1 Co nenhum proveito.
12.9,10);
CONCLUSÃO
b) de um saber sobrenatural - São
três os dons que revelam a sabedoria Os dons espirituais não foram da-
que vem de Deus, proporcionado um dos à igreja para projeção humana, nem
saber sobrenatural: o dom da palavra tampouco como um aferidor do grau de
de sabedoria, o dom da palavra da espiritualidade de uma pessoa. Pelo exer-
ciência e o dom de discernir espíritos cício dos dons a igreja cresce de forma
(1 Co 12.8,10); saudável. Esta afirmação tem força para
nos conscientizar de que os dons não são
c) de um falar de modo sobrenatu- apenas importantes, mas são vitais para a
ral - São três dons que transmitem a vida espiritual do corpo de Cristo, a igreja.
mensagem de Deus, concedendo po- Eles são os recursos que o próprio Espí-
der para um falar sobrenatural: o dom rito de Deus concedeu à igreja para que
de profecia, o dom de variedade de ela pudesse ter um crescimento espiritual
línguas e o dom de interpretação de e pudesse suprir as necessidades dos seus
línguas. membros.

V - O PRIMEIRO DOM EM QUESTIONÁRIO


PENTECOSTES
1 - Por que é importante o cristão co-
A nossa igreja é pentecostal, é nhecer sobre Paracletologia?
adepta e defende biblicamente a prática
da glossolalia (o falar línguas estranhas em 2 - Como entender os dons espiri-
momentos de intensa devoção e entrega). tuais?
Se observarmos bem o registro de Atos
2.4, vamos perceber que o primeiro dom 3 - Como se manifesta a superiorida-
dado pelo Espírito Santo foi o de falar em de do cristianismo diante de outras
línguas. O texto nos fala: “Todos ficaram religiões?
cheios do Espírito Santo e começaram a fa-
lar noutras línguas, conforme o Espírito os 4 - Para que os dons foram dados à
capacitava”. igreja?
O dom de falar em línguas foi
dado para a edificação individual do crente
e, concomitantemente, para a edificação
da igreja. O falar em línguas enriquece a
vida espiritual de quem fala. O apóstolo
Ensinando as Nações 52
Lição 13
Domingo, 30 de junho de 2024
Comentarista: Moisés Ferreira da Costa
- Bacharel em Teologia (FAETAM)
- Especialista em Docência no Ensino Superior (Hokemã)
- Pastor da AD Anápolis | Campo Anita Gerosa | Ananindeua (PA)

A MORTE E O LUTO DO CRISTÃO


VERSÍCULO
VERSÍCULOCHAVE
CHAVE (Mt
(Sl9.38)
73.26) Leitura Bíblica Principal
1 Co 15.12-17
Ainda que a minha carne e o meu
coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do 12 Ora, se prega que Cristo ressuscitou dos
meu coração e a minha herança para sem- mortos, como dizem alguns dentre vós que
pre. não há ressurreição de mortos?
13 E, se não há ressurreição de mortos,
PENSAMENTO também Cristo não ressuscitou.
14 E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a
Quando a morte derruba o cristão, nossa pregação, e também é vã a vossa fé.
ele cai no céu. (J. Blanchard) 15 E assim somos também considerados
como falsas testemunhas de Deus, pois
testificamos de Deus, que ressuscitou a
Leitura Diária Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se,
na verdade, os mortos não ressuscitam.
16 Porque, se os mortos não ressuscitam,
Segunda-feira - João 5.24
- A morte do justo é a promoção para também Cristo não ressuscitou.
a vida eterna. 17 E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vos-
sa fé, e ainda permaneceis nos vossos pe-
Terça-feira - Eclesiastes 3.4
cados.
- Na morte é tempo de chorar.

Quarta-feira - Deuteronômio 29.29


- Nem sempre sabemos a causa do so-
COMENTÁRIO
frimento.
Introdução
Quinta-feira - 1 Coríntios 15.55
- A morte foi cravada no lenho da cruz.
A família é o projeto mais bonito
Sexta-feira - João 11.34,35 que Deus criou. Na família nuclear existem
- Jesus se comoveu com a morte de
um amigo.
os pais e os filhos, que são ligados pelo
amor, carinho e alegria. Os pais esperam
Sábado - 1 Tessalonicenses 4.14-18 ver seus filhos crescerem e formarem fa-
- Brevemente nos encontraremos com
quem partiu com Cristo
mílias e envelhecerem, mas em todo o
tempo os familiares se esquecem de que
Ensinando as Nações 53
na jornada de cada membro dessa família corpo do espírito. É nesse mesmo entendi-
haverá crescimento, reprodução, mas ha- mento, que o livro de Tiago registra: “Por-
verá também a hora do passamento, que que, assim como o corpo sem o espírito
chamamos de morte. está morto, ...” (Tg 2.26a). Então a morte é
Deus não nos criou para morrer- a separação do espírito do corpo. Além da
mos, mas a morte é uma maldição advinda morte física, a bíblia cita ainda duas mor-
do pecado e só o Senhor Jesus foi capaz tes: A morte espiritual e a morte eterna.
de cravar essa maldição no lenho da cruz
no calvário (1 Co 15.55,56). É por isso que 1 - A morte espiritual
todos nós ficamos tristes e abatidos diante
da morte, principalmente quando o faleci- O ser humano enquanto “vivo”
do é próximo de nós, um amigo ou parente pode estar como um “Zumbi” morto vivo.
próximo. Ele está vivo fisicamente, mas seu espírito
Como servos de Deus, devemos esta como morto. Nesse estado de morte
estar conscientes quanto à certeza real da espiritual, o ser humano é incapaz de fazer
morte, e que sobre ela não temos nenhum o bem espiritual, mas é capaz de realizar
domínio. Resta-nos confiar nas palavras de tudo que é impuro, injusto e abominável,
Jesus e crermos que a morte não nos as- exatamente por estar distante de Deus e
segurará para sempre, pois um dia ressus- fora de Cristo.
citaremos e adentraremos na vida eterna Esta morte espiritual é comum a
com o nosso Senhor. Essa deve ser nossa todos os homens que não foram ressusci-
confiança. tados com Cristo. Já os que nasceram de
novo e estão em Cristo, foram vivificados
I - O QUE É A MORTE? e livres dos delitos de pecados (Ef 2.1,2).
Esses mortos espiritualmente ain-
A Bíblia diz que a morte é o fim da têm oportunidade de reviver, basta acei-
da existência da matéria física, o que cha- tarem a Jesus como seu Senhor e Salvador.
mamos de morte física. Biblicamente falan- Caso assim procedam, terão a chance de
do nós somos formados por uma unidade ganhar vida em abundância (Jo 10.10b).
complexa, o corpo que é a matéria física e
a espiritual que é a invisível. Então a morte 2 - A morte eterna
é a separação dessa unidade, deixando o
corpo físico sem o espiritual e isso causa a É o estado do indivíduo que recu-
morte do corpo, que volta ao pó. sa a aceitar a Jesus como Salvador. Caso
Em Eclesiastes 12.7, está escrito: ele termine a sua caminhada aqui na terra
“E o pó volte à terra, como o era, e o espí- sem a conversão, ou seja, caso morra sem
rito volte a Deus, que o deu”. Este é o ver- aceitar a Jesus, fatalmente ele receberá
sículo bíblico que mais nos esclarece com a morte eterna. Tal pessoa terá que viver
simplicidade a verdade sobre a morte, em permanente e irreversivelmente separado
sua essência muito clara sobre a nature- da presença graciosa de Deus.
za da morte como sendo a separação do A morte eterna é decorrente da
Ensinando as Nações 54
morte espiritual e subsequente à morte criados para viverem para sempre. A morte
física sem Jesus. Em outras palavras, a não fazia parte do projeto original de Deus
pessoa que morre fisicamente sem que para a humanidade.
seu estado de morte espiritual seja reverti- A partir desse fato, todos os se-
do, ou sem que tenha se encontrado com res humanos herdaram o pecado dos seus
Jesus entregando-lhe a sua vida, passa a pais, sendo sentenciados a morrer.
experimentar a morte eterna. Terá que re-
ceber o juízo divino por tudo que praticou e 1 - Estar com Cristo é incomparavel-
vivenciou aqui na terra. E por ter rejeitado mente melhor
a vida (Jesus), vai ter que “viver” eterna-
mente em seu estado de perdição eterna. A partir de então, a morte passou
Em Apocalipse 21.8, esse tipo de a ser uma transição deste mundo material
morte é chamada de “segunda morte”. para o espiritual, sendo que tal condição
Nesta morte serão incluídos aqueles que apresenta diferença entre o ímpio e o cren-
não aceitaram a Jesus. Os tais não farão te. Para aquele que morrer na impiedade,
parte da noiva do cordeiro. a morte será uma penalidade, uma maldi-
ção, pois jamais desfrutará das bem-aven-
II - A ORIGEM DA turanças com Deus.
Para o crente, a morte é uma dá-
MORTE
diva, um prêmio, uma grande vitória. É a
“Pelo que, como por um homem oportunidade de estar com o Senhor para
entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, todo o sempre. A Bíblia nos diz que “Cristo
a morte, assim também a morte passou a nos resgatou da maldição da lei, fazendo-
todos os homens, por isso que todos pe- -se maldição por nós; ...” (Gl 3.13a). Ele re-
caram” (Rm 5.12). Ao lermos este versí- cebeu a maldição da morte por nós na cruz
culo, não temos dúvidas de que a origem do Calvário, redimindo-nos de todo o peca-
da morte ocorreu no jardim do Éden, com do e agora a morte não tem mais domínio
nossos primeiros pais, quando desobede- sobre nossas vidas. Em sua carta aos Co-
ceram a palavra do Criador. ríntios, o apóstolo Paulo faz uma pergunta:
Com a desobediência eles gera- “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde
ram o fruto e/ou salário do pecado: a Mor- está, ó inferno, a tua vitória?” (1 Co 15.55).
te (Rm 6.23). Ao falar ao primeiro casal, o Depois de estudarmos um pouco
Senhor foi bem claro: “... no dia em que acerca da morte, vamos ter mais condi-
dela comeres, certamente morrerás” (Gn ções de compreender que, embora tenha-
2.17). Deus deixou uma ordem categórica: mos sido libertos da culpa do pecado, to-
não comam, pois, se comerem, morrerão. dos nós passaremos pela morte, se antes
Como já foi dito, devido à deso- não tivermos sido arrebatados (1 Ts 4.17).
bediência, a morte foi o preço pago pelo A diferença é que não permaneceremos
homem, conforme o julgamento de Deus. para sempre no pó, pois, ao morrermos
A desobediência não fazia parte da condi- em Cristo, ressuscitaremos naquele grande
ção original do homem. Adão e Eva foram dia, “..., e os mortos em Cristo ressuscita-
Ensinando as Nações 55
rão primeiro” (1 Ts 4.16b). É neste sentido 1 - Manifestações de luto
que o apóstolo Paulo fala da morte como
um lucro, ao expressar seu desejo de: Nós já tivemos um encontro com
“partir e estar com Cristo, o que é incom- o Senhor da vida, aquele que morreu, res-
paravelmente melhor” (Fp 1.23b). suscitou e prometeu que se morrêssemos
crendo nele e tendo-o em nosso coração
III - O CRISTÃO E O também ressuscitaríamos para a vida eter-
na (1 Ts 4.13-17). Isto é reconfortante, to-
LUTO
davia, não há nada que nos condene ou
“Bem-aventurados os que cho- nos censure caso venhamos a sentir luto
ram”, ensinou Jesus, “porque eles serão pela perda de alguém do nosso convívio,
consolados” (Mt 5.4). É muito comum alguém que amamos muito. Em outras pa-
vermos pessoas que não conhecem a Je- lavras, nós não devemos ser indiferentes
sus blasfemarem quando perdem um ente a esta situação, pois o próprio Jesus cho-
querido: pai, mãe, filho irmão ou irmã. rou quando chegou próximo ao túmulo do
Também é comum vermos pessoas ques- seu amigo Lázaro (Jo 11.35). Não há nada
tionando a Deus sobre o ocorrido, achan- de errado manifestarmos nossas emoções
do-se no direito de perguntar as razões num momento como este. É compreensí-
que levaram àquela perda. vel neste caso extravasarmos nosso sen-
Devemos aprender com o patriar- timento com choro, gemido, silêncio e de-
ca Jó, que num só dia perdeu todos os monstração de muita dor. Isto é saudável.
seus filhos (Jó 1.18-22), mas nem assim É normal.
blasfemou contra Deus. O nosso dever é
confiar diuturnamente em Deus, mesmo 2 - O luto do crente
em circunstâncias delicadas, principalmen-
te em ocasiões de perdas dolorosas. É muito difícil passarmos por um
Tudo é uma questão de entendi- período de luto demonstrando apenas frie-
mento acerca da inquestionável soberania za e insensibilidade. Afinal, por mais que
de Deus, ele tem o controle de tudo. Por saibamos sobre inexorabilidade da morte,
esta causa não é recomendável a quem nunca estamos preparados para enfrentá-
quer que seja ficar inquirindo-o acerca -la. Cada pessoa mantém a sua individua-
de motivos que nos trazem tristeza. Deus lidade num momento de chorar a perda
sempre sabe o motivo de tudo. de um ente querido, cada qual com suas
Somos seres humanos e falíveis, características.
por causa de nossa expressiva limitação, É comum vermos pessoas ímpias
não vamos entender muitas coisas deste e desconhecedoras da eternidade se de-
mundo tenebroso, porque pertencem so- sesperarem numa situação de despedida.
mente ao Senhor (Dt 29.29). Na eternida- Todavia, não é coerente um cristão perder
de, com certeza haveremos de dissipar as seu total domínio, manifestando um de-
dúvidas e questionamentos que nos ator- sespero exagerado e histérico. Sendo um
mentaram aqui nesta terra (1 Co 13.12). conhecedor da Bíblia, ele deve saber muito
Ensinando as Nações 56
bem a respeito do fim de todas as coisas,
conforme esclareceu o sábio Salomão: “há
CONCLUSÃO
tempo de nascer e tempo de morrer” (Ec
Portanto, sempre enfrentaremos a
3.2). É oportuno relembrar aqui o ensina-
morte, e nestes últimos tempos o mundo
mento do apóstolo Paulo: “Não quero, po-
enfrentou esta experiência como nunca.
rém, irmãos, que sejais ignorantes acerca
Afinal, passamos por uma pandemia, onde
dos que já dormem, para que não vos en-
uma grande parte da humanidade perdeu
tristeçais, como os demais, que não têm
um ente querido, ou pelo menos um amigo
esperança” (1 Ts 4.13).
próximo.
Com isso o mundo passou por um
3 - Período de luto
período de luto, muitos choraram e ainda
choram. A Bíblia cita inúmeros casos de
“O Senhor Deus sente pesar quan-
pessoas que choraram pela perda de al-
do vê morrerem os que são fiéis a ele” (Sl
guém. Podemos lembrar aqui o Rei Davi,
116.15-NTLH). Mas quando agimos como
ao receber a notícia da morte de seu filho
ímpios, ou seja, sem entender a soberania
Absalão. Ele chorou e disse: “Quem me
de Deus acerca de alguém que se vai, en-
dera que eu morrera por ti, Absalão, meu
tão, provavelmente, ele não se agrada de
filho, meu filho”! (2 Sm 18.33b).
tal atitude.
O que enche o nosso coração de
Segundo o pastor e escritor Elie-
viva esperança, é o fato de sabermos bibli-
nai Cabral: “É preciso levar em conta que o
camente acerca da ressurreição daqueles
período do luto dura em média seis meses.
que morreram em Cristo. Por esta verdade
Se após esse período, a pessoa não conse-
a nossa tristeza se torna menos pesada, e
gue voltar às atividades normais é preciso
o alívio pela esperança vem como um bál-
buscar ajuda especializada, pois isso não é
samo em nossos corações para nos confor-
saudável. Esse cuidado é coerente com a
tar. Lá no céu nos encontraremos!
fé cristã que proclama a esperança de vida
porque nosso Senhor ressuscitou no ter-
ceiro dia, vencendo a morte. A palavra de QUESTIONÁRIO
Deus traz consolo e conforto para a alma
1 - Qual a origem da morte?
enlutada”.
Deus é o Pai das misericórdias e o
2 - Quantas são as formas de morte?
Deus de toda consolação (2 Co 1.3-5). Se
confiamos e cremos na palavra de Deus,
3 - Quem venceu a morte?
então não devemos nos comportar como
ímpios que não sabem seu destino eterno.
4 - Por que não é coerente um cristão
Lembrando que somos peregrinos aqui,
perder o domínio numa despedida?
nossa nação é a Sião Celeste.

Ensinando as Nações 57
VISÃO ALGUMA É MAIOR DO QUE O
PODER DE DEUS QUE OPERA EM NÓS
Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e os fins da terra por tua possessão
Sl 2.8

Segundo Trimestre - 2022 - nº 85 Terceiro Trimestre - 2022 - nº 86 Quarto Trimestre - 2022 - nº 87


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Ensinando as Nações 58
CONVENÇÕES DA CIAD NOS ESTADOS
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ABRIL
11º ENCOB - Encontro de Obreiros no Estado da Bahia
19 e 20 de abril de 2024
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O QUE DEUS QUER DE MIM?

CRIAÇÃO da CIAD IRLANDA


11 e 12 de maio de 2024
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19ª CONFIEMS - Convenção Filiada no Estado do Mato Grosso do Sul
25 e 26 de maio de 2024
Campo Grande - MS
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23ª CONFIEPAR - Convenção Filiada no Estado do Paraná
08 e 09 de junho de 2024
Foz do Iguaçu - PR
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O QUE DEUS QUER DE MIM?

Ensinando as Nações 59
Ensinando as Nações 60

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