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OS VILÕES DA VIDA

No mês passado, o litoral paulista sofreu com fortes chuvas que causaram prejuízos à população local. Houve inundações
que resultaram em danos materiais, mas acima de tudo dizimou vidas e colocou milhares em risco. Os desabamentos
causaram dezenas de mortes e danos ambientais, sociais e psicológicos. O aprendizado que fica dessa calamidade é a
importância das autoridades trabalharem junto à população, a fim de minimizar os efeitos desse tipo de catástrofe,
implementando medidas preventivas. Ações como fiscalizar edificações, gestão adequada de resíduos e promoção de
conscientização sobre os riscos ambientais contribuem para um litoral mais seguro e sustentável.
A nossa Convenção Batista do Estado de São Paulo se mobilizou na arrecadação de alimentos, água potável, itens de
higiene pessoal e materiais de limpeza, além de disponibilizar uma conta: CBESP SOLIDÁRIA – Convenção Batista do
Estado de São Paulo – CNPJ 45.794.591/0001-54 – Banco Bradesco : Agência: 0478 – CC 178332-7.

Também no mês passado, em seis de fevereiro, no sul e centro da Turquia, além do norte e oeste da Síria, aconteceu uma
catástrofe humanitária – a mais mortal em mais de 80 anos - que causou milhares de mortes, provocando desespero e um
rastro de destruição. Foi o maior terremoto desde 1939 na região. Cidades inteiras foram devastadas. Uma tristeza sem
fim.
A nossa Convenção Batista Brasileira – através da JMM (Junta de Missões Mundiais) disponibilizou uma chave PIX
aresposta@doeagora.com para ajudar nas ações de misericórdia em favor dos povos turco e sírio.

Em todas essas tragédias, a doutrina cristã ensina a respeito da importância de socorrer os aflitos. A Bíblia enfatiza o
valor de amar o próximo como a si mesmo e de ajudar aqueles que sofrem necessidades. Jesus Cristo ensinou que
devemos tratar os outros como gostamos de ser tratados, e que a compaixão e a misericórdia são essenciais para o
desenvolvimento de uma vida cristã. Os vilões da vida nos atacam inesperadamente e toda pessoa está sujeita a enfrentá-
los. Nesses acidentes, as igrejas e organizações cristãs em todo o mundo são especialistas nas atividades de caridade e
ajuda humanitária. Tais atividades incluem fornecer alimentos e abrigos, oferecer assistência médica, odontológica,
espiritual e psicológica, visando ao apoio emocional dos doentes e enlutados. Portanto, ajudar os desesperados é uma
parte fundamental da doutrina cristã e uma expressão concreta do amor cristão em compaixão pelos outros.

Alguém já disse: “Palavras, palavras, palavras, estou tão cansado de palavras!”. Retórica vazia, sem ação real. A verdade
é que falar é fácil. Promessas “custam dez centavos a dúzia”. A maioria de nós já ouvimos quase toda retórica oca que se
pode tolerar. Todos nós sabemos que as ações falam mais alto que as palavras. Essa é uma verdade universal, não menos
válida nos negócios, na política, na mídia, quanto na fé, na família e na igreja. Boas intenções simplesmente não são
suficientes. Tem que haver acompanhamento. Tem que haver substância. O apóstolo João nos adverte: “Não amemos de
palavra nem de conversa, mas de fato e de verdade” (1 João 3.18). Na interpretação bíblica da vida, o amor é uma decisão
que praticamos e não uma emoção vaga que sentimos. A misericórdia é um objeto que irradiamos e não apenas aquilo que
pretendemos. A esperança é algo sobre o qual devemos agir e não apenas um vislumbre que sonhamos. Nossa ortodoxia, a
doutrina correta, deve corresponder à ortopraxia, ação correta. Nossa vida cristã deve ser marcada por palavras e ações. A
verdade de Deus na vida cristã sempre produzirá frutos tangíveis e demonstráveis, em conteúdos e realidades, palavras e
ações.

A vida cristã de cada indivíduo deve ser imperativa, tanto no evangelismo quanto no discipulado, desde a adoração até a
ação social de forma prática. Quanto ao movimento da igreja (ἐκκλησία - ekklēsia) de acordo com Atos 6, os diáconos é
quem foram encarregados da responsabilidade de coordenar, administrar e conduzir a generosidade, a caridade, assim
como o serviço na igreja. Aparentemente por causa do crescimento espetacular da congregação de Jerusalém, a
distribuição de alimentos aos necessitados tornou-se gradualmente desigual e ineficiente. Várias viúvas gregas foram
negligenciadas. Os Doze reuniram todos os discípulos e disseram: “Não é certo que deixemos de pregar a palavra de Deus
para servir às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria,
aos quais nomearemos para esta função. Mas nós nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra” (vv. 2–4). Assim,
esses sete homens, ou diáconos, como seriam chamados mais tarde, deveriam, eles, traduzir a Palavra em ação – coisa
gloriosa! Eles tinham como dever principal supervisionar o ministério de misericórdia da igreja. Essa era a essência da
função diaconal. A partir daí, ao longo da história da igreja, Deus tem separado no meio do seu povo o ministério do
socorro, do serviço, de ações práticas, realizado por homens e mulheres, dispenseiros, convictos e atentos ao semelhante.

Infelizmente, em nossas igrejas, o socorro aos necessitados, a visão equilibrada entre Palavra e ação tem sido
menosprezada. Pessoas estão padecendo ao nosso redor, física e espiritualmente. Portanto, deixemos as palavras, palavras
e palavras e partamos para a ação. Turcos, sírios, ucranianos e brasileiros precisam da nossa ajuda. Que o Senhor nos
capacite!

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