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5º e-Book

Para Sempre Umbanda

Coletânea de Textos publicados


no facebook
O​Para Sempre Umbanda nasceu no yahoo-grupos como um grupo
de discussão que ​
não alimentava as diversas discussões sobre
vertentes…

Nossa luta sempre foi expandir a Umbanda através de ensinamentos


e dialogo.

Com a evolução o Para Sempre Umbanda, partiu para sua plataforma


EAD, ​www.psuead.com.br com cursos bem acessíveis para manter o
site.

Montamos uma FanPage no Facebook e sempre enviamos mensagens,


textos, fotos de eventos, vídeos para que todos nós possamos
aprender cada vez mais.

Hoje, tanto o site quanto a Fanpage é mantida pelos Sacerdotes:

Paulo Ludogero (fundador do PSU), Roberto Angeli, Adérito Simões,


Erika Correa, Francine Simões e Catia Ludogero.

Colaboradores: Tenda Espirita de Umbanda Santa Rita de Cássia,


AUEESP, Templo 7 Montanhas do Brasil, Núcleo Umbandista e de
Magia Jardim do Céu, Núcleo Umbandista e de Magia Caboclo Flecha
Certeira e Pai Manuel de Arruda, Templo de Umbanda Portal
Caminhos de Ogum e Baiano Severino, Núcleo Umbandista e de Magia
Caboclo Ubiratan da Guia

Essa coletânea é gratuita, seja bem vindo ao 5º e-Book do Para


Sempre Umbanda.


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Índice

1. Pomba Gira- a Psiquê……………………………………………...​ 4


…….........​
Por Pablo de Araújo

2. Incorporação das Pomba Giras…………...​ 10


………………………..….​
...​

Por Stephanie Campos

3. Guias ou Colares…………..................................................​
13

Por Pablo de Araújo

4. Médium X Humildade….​ 18
.……………………………..…………………………..​

Por Paulo Ludogero

​5​ 21
. Terreiro de Vó…………………………………………………………………..…..​
Por Adérito Simões

6. Sentir e estudar a Umbanda……..…………………………………………​


24
Por Paulo Ludogero

7. A História de uma Herança Umbandista………..…………………..​


27
Por Thiago Esteves

8. Pedro e seus Problemas……………………………………………………….​


30
Por Caio Augusto


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POMBA-GIRA E A PSIQUÊ

imagem retirada da Internet


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POMBA-GIRA E A PSIQUÊ
"O arquétipo libertador e amparador do feminismo"

Orixá Pomba-gira, é uma Divindade Unigênita gerada por Deus (Olorum) e manifesta Sua
qualidade estimuladora em tudo e em todos.

Deus ao individualizar seu aspecto estimulador gerou uma Divindade Unigênita Chamada
Pomba-gira que a partir daí geraria em si e a partir de si toda energia estimuladora de
Deus sendo nesse aspecto e qualidade onisciente, onipotente e oniquerente.

Deus é o Todo e Pomba-gira é parte do todo que foi individualizada em seu aspecto
estimulador e assim também o é com Ogum que é a individualização de Deus em seu
aspecto Ordenador, ordenando tudo e todos na criação, desde o desenvolvimento de
uma célula que tem que desenvolver-se de forma ordenada até o desenvolvimento do
caráter intimo de cada ser. E assim é com todas as divindades de Deus que gera em si as
condições e meios ideais para que os seres gerados por Deus sejam amparados e
possam evoluir.

Pomba-gira é também conhecida como trono dos desejos ou senhora regente dos
desejos, pois é o atributo que melhor qualifica a energia divina estimuladora gerada por
Ela.

A nossa mentalidade e cultura judaico-cristã nos influência a idealizarmos o sentido de


desejo como algo voltado somente ao sexo e ao pecado, porem o desejo ou estimulo
como energia divina esta relacionada a todos os nossos sentidos e áreas da nossa vida,
pois somos estimulados pela Divindade Pomba-gira e vibramos intimamente o desejo de
professar uma fé e buscar uma religião que nos proporcione o prazer de vivenciarmos
Deus através dela, de vencer na vida e passar por todos obstáculos e dificuldades
pertinentes ao nosso dia-dia, de amar ao próximo, de casar e constituir família, Ela
também estimula em nós o desejo de buscarmos a retidão de caráter, o equilíbrio, a
razão, o conhecimento, a sabedoria ,ou seja, todas as virtudes divinas afastando-nos dos
vícios e desestimulando os sentimentos negativos vibrados por nós.

Se formos estimulados no campo da fé, desejaremos buscar uma religião que nos traga a
satisfação e o prazer de vibrarmos Deus através das virtudes Divinas, tais como a
tolerância, o respeito para com outras religiões e formas de cultos.

Se formos estimulados no campo do conhecimento, desejaremos buscar um estudo, seja


ele de fundo religioso ou cientifico que nos agrade, traga-nos a satisfação e o prazer de


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estarmos estudando algo que nos impulsiona a crescer no sentido de evoluir e assim
melhor servir Deus servindo ao próximo.

Então vemos que, Estimulo, Desejo, Satisfação e Prazer, não estão somente ligados ao
sexo e sim a todos os sentidos da vida.

Pomba-gira é a força intima ou a mola propulsora que nos impulsiona para cima, sempre
que nossos desejos negativos nos arrastam para o fundo dos nossos abismos pessoais.

Enquanto O Orixá Exu rege o estado externo da criação denominado de Vazio, A Orixá
Pomba-gira Rege o estado interno da criação denominado de abismo, ou seja, tudo que
se abre para dentro e que se esconde em nosso intimo, tal como, a repressão de
sentimentos, por exemplo, o amor reprimido, que se na origem Amor é um sentimento
Divino, quando não temos o objeto amado, desvirtuamos esse sentimento divino (Amor)
e passamos a internalizar um ódio desmedido pelo alvo de nosso sentimento, a
frustração de qualquer desejo almejado por nós, mas que não conquistamos, os traumas
psíquicos que se originaram a partir de sentimentos negativos vivenciados por nós
alojando-se no mais fundo do nosso intimo, onde somente as Senhoras dos Abismos tem
a chave de acesso, pois trabalham no resgate de todos os seres encarnados ou não cuja
magoa, frustração e repressão de um sentimento o levaram a quedas intermináveis em
seus abismos pessoais abertos em seus íntimos.

As manifestadoras espirituais da Orixá Pomba-gira, lidam com esses aspectos


sentimentais como verdadeiras psicólogas e nas suas conversas envolventes, vai
despertando cada ser de seu enclausuramento e apatia trazendo-os a realidade da vida e
com uma boa gargalhada ensina-os que se a vida é difícil de se viver no entanto é
maravilhosa , pois o Criador de tudo e de todos sempre nos faculta a oportunidade de
retornarmos onde paramos e nos estimula a continuar a evoluir substituindo o amargor
da vida por uma bela taça de champagne (estimulo e desejo de viver) passando a
entender que se temos dificuldades no decorrer da nossa evolução, Deus não nos privou
das soluções que estavam e sempre estarão em nós mesmos.

O arquétipo da Pomba-gira se fundamenta como sendo uma verdadeira psicóloga da


umbanda, a feminista por excelência que surgiu já no inicio do século 20 como a linha de
trabalho, contribuindo para todas as mulheres que eram subjugadas, violentada física e
moralmente pelo machismo patriarcal que imperava nesse período. Pomba-gira era tudo
que essas mulheres queriam ser e que interiorizavam esses desejos de se libertarem do
julgo opressor e das humilhações de seus maridos que vistas por eles sempre em
segundo plano tendo que suportar calada as traições e violência física imposta pela
sociedade machista de então. E ela é a psicóloga de umbanda por esse motivo por
exteriorizar esses sentimentos oprimidos e recalcados no intimo dessas mulheres que as


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procuravam nos centros de Umbanda, estimulando e encorajando a serem
independentes, sustentarem seus filhos e buscar sua felicidade, por isso quando surgiu
era malvista, porque seu arquétipo desafiava a hipocrisia dessa sociedade patriarcal
revestida de um puritanismo hipócrita e sem sentido. Essa linha de espírito era malvista
porque denunciavam essa violência contra a mulher, e Deus na sua infinita sabedoria
abriu uma via religiosa onde esse grau da espiritualidade de Umbanda denominada
Pomba-gira pudesse servir Deus servindo os seres em geral e as mulheres em particular
com esse mistério estimulador e arquétipo libertador afirmando que "O seio da Mãe que
alimenta o filho, é também o da mesma mulher que o tem como fonte de prazer, encanto
e beleza" não mais vendo a mulher como uma serviçal ou em segundo plano ou sendo
uma raça inferior e nem aceitando que ela foi gerada da costela de um homem
confirmando assim sua subserviência aos homens, e sim confirmar que perante Deus
somos todos filhos e filhas igualmente gerados, amados e amparados por Ele,
devolvendo a mulher o lugar que sempre foi dela não a frente e nem atrás, mas ao lado
do homem.

Pomba-gira atua nos sentimentos negativos que vibramos em nosso íntimo e lá se


encontram represados. Nas linhas de trabalho esta implícito de forma simbólica os
campos de atuação de Pomba-gira, onde por de traz de seu nome simbólico esta o
campo onde atuam, por exemplo, citemos a linha de trabalho denominada Pomba-gira
Maria Molambo da Lixeira, ali esta implícito que os nomes molambo e lixeira é só uma
forma simbólica de mostrar o campo de atuação desse mistério, que é os sentimentos
negativos de frustração que anularam a vontade de viver das pessoas que passaram a
vivenciar esses sentimentos em seus íntimos e desistiram da vida.

Essa Pomba-gira que trabalha com esse mistério, atua desestimulando esse sentimento
de anulação total da vida, recolhendo-os em seus campos para que possam ser diluídos e
em contrapartida atua com a sua energia estimuladora do amor à vida, despertando o
ser de seu recolhimento e estimulando nele o desejo de viver e buscar o seu crescimento
espiritual. Essa Pomba-gira atua nos campos da Mamãe Oxum que rege o sentido do
amor.

Orixá Exu e Orixá Pomba-gira são Divindades de Deus e não devemos tentar
compreende-los segundo nossa concepção de negativo ou ruim, são Divindades de muita
luz que apenas lidam com os aspectos negativos dos seres e das criaturas geradas por
Deus.


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Se estamos positivos, Eles se mostram luminosos e se estamos negativos, ele se mostra
segundo ao padrão vibratório negativo ou monocromático, pois não conseguimos
enxergar as suas luzes devido ao nosso estado intimo, ou seja, em espírito o padrão de
visão é outro, pois se na matéria enxergamos algo devido a luz que esse algo emite, em
espírito enxergamos a luz de algo a partir de nosso padrão vibratório intimo positivo, pois
caso estejamos intimamente negativo, tudo se-nos mostra escuro e ausente de Deus que
é Luz Pura.

SARAVÁ UMBANDA

Pablo Araújo de Carvalho.


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Incorporação das Pomba Giras

imagem retirada da Internet


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Incorporação das Pombas-Giras

Quando um guia espiritual e ou um Orixá incorpora em um médium, é fundamental que


ele trabalhe primeiro para o médium e depois para os consulentes, passando-lhes vossas
essências afim de fortalece-los espiritualmente.

Partindo desse princípio, explica-se porque na Umbanda incorporamos todos os Orixás e


Guias Espirituais, Ogum, Iansã, Caboclo, Baianas….

Tendo em vista que cada um deles emanam essências ímpares fundamentais para
evolução de nós seres humanos, recebemos um pouco de todas as vibrações.

Sendo assim, começo a descrever aqui o porque de eu estar escrevendo.

Pomba-Gira incorpora em homem sim! E ele não precisa ser homosexual para que isso
aconteça, basta entendermos que assim como todos nós, sem distinção, necessitamos da
forças do Preto-Velho para ter mais paciência, mais sabedoria etc…

No dia-a-dia, necessitamos também do estímulo e desejo de ser pessoas melhores, de


alcançar os nossos objetivos, etc. que só Pomba-Gira pode nos irradiar.

Para que se perca o preconceito de que podemos incorporar um guia e outro não, é
fundamental entendermos as entidades como instrumentos de trabalho em benefício do
ser humano enviados por Olorum, e entendermos a importância da incorporação, assim
esclarecidos, que cada um possa ter a visão que deseja, mas não de uma forma profana
e sim de uma forma Sagrada.

Stephanie Campos


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Guias ou Colares

imagem retirada da Internet


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GUIAS OU COLARES NA UMBANDA
Publicado em 11 de agosto de 2011

As guias ou colares na Umbanda fazem parte da indumentária da religião e é recurso


mágico-religioso por excelência quando devidamente cruzados e imantados pelos
espíritos e guias protetores de Umbanda, pois os guias ou mentores são os ativadores
dos mistérios que se abrem através dos colares. O colar no pescoço de um médium
funciona como um pára-raios, um campo protetor que se abre e miniminiza a sobrecarga
que por ventura possa venha atingi-lo.

Caso o médium receba uma carga energética negativa de 100%, o colar do guia ameniza
essa carga em 80% e o médium só sente o impacto de uns 20% da carga negativa. Por
isso o colar ou guia não deve ser visto como um simples adereço e sim como um
instrumento mágico fundamental para o uso nos trabalhos espirituais ou cotidiano caso
recomendado por um Guia Espiritual de Umbanda.

Alem disso todo colar é confeccionado por elementos naturais, tais como: pedras de
cristais, minérios, porcelana, sementes, conchas, búzios, etc. Também são colocados
símbolos como: cruz, espada, machado, crânio, penas, etc. mais também são amarradas
fitas coloridas, branca, azul, amarela, verde, etc.

Cada elemento possui uma finalidade e tudo é ativador de mistérios, pois se o colar é
feito de cristais transparentes, essa guia é consagrada ao Pai Oxalá e cada vez que a
usamos, alem de abrir-se um campo protetor na força de nosso Pai Oxalá e no seu
elemento que é o quartzo transparente, também abre-se um canal de comunicação
através de cada esfera de cristal onde passamos a ser monitorado e vigiado através
delas pela Divindade ou Guia responsável por aquela colar e ao detectar uma demanda
ou um ataque espiritual, daquelas esferas ou pedras do colar saem espíritos que atuaram
em nossa defesa, pois o colar é portal aberto e caso haja necessidade, é por meio deles
que somos ajudados, sem a necessidade do guia incorporar para ajudar-nos.

O colar também é u portal móvel e basta colocá-lo no chão acender uma vela no centro
dele e oferecê-la ao orixá correspondente e dono desse colar, adentrarmos dentro do
circulo com a vela em nosso tornozelo e clamarmos a Olorum e ao Orixá dono daquele
colar e pedirmos que descarregue todas as energias negativas de nosso campo, nos
harmonize e nos equilibre, que em instantes já estamos com todo nosso corpo físico e
espiritual descarregado e nossas forças equilibradas e harmonizadas com a criação de
nosso Divino Criador Olorum.

O guia espiritual é o único que sabe manusear e ativar os recursos do colar com 100%
de conhecimento de causa, porem aprendemos alguns significados quando o colar é


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usado em determinadas posições em nosso corpo quando o guia esta incorporado.
Vejamos: Tradicionalmente o colar sempre é usado em nosso pescoço e aberto para
frente, criando assim todo um campo protetor e abertura de passagem e troca de
energias com as forças localizadas a nossa frente.

Porem quando o colar é usado em vertical ou perpendicularmente, cruzado em nosso


corpo e aberto para nossa esquerda, caso seja um colar de Exu cria-se assim todo um
campo protetor e abertura de passagem e troca de energias com as forças localizadas a
nossa esquerda, onde passamos a ser descarregados e esgotados de todas as energias
negativas situadas em nosso campo e passamos também a ser carregados
energeticamente falando de energias vitalizadoras e estimuladoras de nossas ações
positivas e virtuosas.

Por que colocamos caso seja um colar de Exu? Porque à nossa esquerda quem rege são
os Orixás, Exu, Pomba-Gira e Exu-Mirim e mesmo existindo outras divindades a nossa
esquerda, na Umbanda é Exu que responde por todas as forças e campos à esquerda.

Porem como somos curiosos e investigativos por natureza, vê que alguns guias em
determinados trabalhos usam colares de Orixás e Guia da direita aberto para os campos
à esquerda, e quando um colar de guia da direita esta aberta ou colocada
transversalmente para nosso lado esquerdo, é que esse colar esta sendo um campo
bloqueador de entrada de energias das realidades à nossa esquerda, porem raramente
vemos isso e se o guia utiliza-os dessa forma é porque tem os seus motivos de bloquear
temporariamente a entrada de vibrações a nossa esquerda.

Usa-se também colares cruzados perpendicularmente abertos um para esquerda e outro


para direita. Geralmente esses colares usados no corpo de forma cruzada, possuem uma
polarização energética ou forma pólos complementares, por exemplo, os guias
geralmente usam colares cruzados amarelo (Mãe Iansã) de um lado e vermelho (Pai
Ogum) de outro, dois campos que se complementam e trabalham em conjunto, poderia
ser Marron (Pai Xangô) e Laranja (Mãe Egunita), vimos também colares cruzados de
baiano e boiadeiro, como também colares de coquinhos ou olho de cabra (Pai Baiano)
cruzado para esquerda e amarela (Mãe Iansã) cruzado para direita, ambos formam
polaridades, pois a linha dos baianos é Regida por Mãe Iansã e Pai Oxalá, então forma
pólo e campos que se complementam, assim como colares feitos de couro (Pai Boiadeiro)
cruzado para esquerda e vermelho ou azul escuro (Pai Ogum) cruzado para direita,
ambos formam polaridades, pois a linha dos boiadeiros são regidas pelos Orixás Ogum e
Logunan (Oya-Tempo) , então formam pólo e campo que se complementam e no ponto
onde os colares se cruzam, formam um pólo magnético à frente polarizando com outro


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pólo magnético atrás, sendo o cruzamento do colar na frente e atrás um pólo misto de
forças e a abertura dos colares à esquerda e à direita um pólo unipolar ou puro de forças
e elementos.

Na verdade sabemos só aquilo que os guias querem que saibamos e nosso conhecimento
é fruto desse querer, pois a fonte sempre serão eles e somos meros expansores desse
conhecimento que se origina neles, porem o pouco que vamos aprendendo devemos
disseminar para enriquecer a nossa religião, é certo que o colar tem muitos mais
mistérios e formas de utilizá-los, porem somente os guias dominam integralmente esses
mistérios e vamos nos contentando com o pouco que nos é aberto e esclarecido.

Saravá Umbanda.

Pablo Araújo de Carvalho.


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Médium X Humildade

Festa de Iemanjá 2015, 5 terreiros trabalhando juntos.


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Médium X Humildade

Médium significa ser um mediador entre o plano material e o plano espiritual, significa
ser o meio de comunicação dos mensageiros e mestres da luz, significa também ter
responsabilidade e ser muito humilde.

O que é Humildade:
Humildade é a ​
qualidade de quem age com simplicidade​
, uma característica das
pessoas que sabem assumir as suas responsabilidades, sem arrogância, prepotência ou
soberba. Em teoria, a humildade é tida como uma qualidade bastante positiva e benéfica,
onde ninguém é pior ou melhor do que os outros, estando todos no mesmo nível de
dignidade, de cordialidade, respeito, simplicidade e honestidade. A humildade é um
sentimento de extrema importância, porque faz a pessoa reconhecer suas próprias
limitações, com modéstia e ausência de orgulho. fonte:
http://www.significados.com.br/humildade/

Para ser médium é necessário ser humilde! Quando um médium é iniciante e entra num
terreiro quaisquer, tem que ter a humildade de aceitar a doutrina da casa, se não for
para aceitar não devia nem ter entrado na casa, por isso recomendamos que antes de
entrar na casa conheça muito bem o terreiro onde está frequentando.

O médium deve ser humilde, reconhecer em todos os irmãos a espiritualidade que lhes
assiste, incorporantes ou não, pode haver sim, falta de experiência e vivência enquanto
médium de incorporação, mas não são em hipótese nenhuma menos favorecidos.

O médium que diz que sua espiritualidade é “forte” e demais adjetivos está agindo com
vaidade e se assim continuar poderá perder as próprias forças, pois um médium vaidoso
desenvolve a arrogância, a prepotência, a falta de respeito com os irmãos e com seus
semelhantes. Os guias e mentores espirituais logo não conseguirão baixar sua vibração
para se manifestar no médium em questão. Nessa hora as entidades vertem lágrimas
mas continuam no auxílio a distância até que o médium entre em equilibro e desenvolva
a humildade.

Sei que hoje existem muitos cursos voltados para o desenvolvimento mediúnico, mas
fazer esses cursos não torna ninguém melhor, pelo contrário exige-se mais respeito,
responsabilidade e humildade. Nenhum curso substitui a prática e a vivência enquanto


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médium ativo de uma corrente. Assim como médicos formados necessitam fazer
residência para poder se formar e se tornar um doutor, médiuns precisam viver sua
mediunidade nos terreiros, precisam praticar o exercício de sua mediunidade dentro de
uma corrente mediúnica aberta ao público. Digo aberta ao público, por que existe um
misto de energias de consulentes e médiuns.

Dentro dos terreiros, com a energia mista entre médiuns e consulentes, os médiuns
precisam ter a humildade de primeiro manifestar bem suas entidades para que elas
possam ajudar os próprios médiuns em que estão manifestados, para somente depois
praticar a caridade através de sua manifestação.

Cada terreiro tem uma metodologia de atendimento e não existe uma melhor que a
outra, existem modos diferentes com o mesmo fim: Praticar a caridade.

O médium continua a ser médium também fora dos trabalhos mediúnicos, por tanto a
humildade deve ser inerente ao médium. O seu dia a dia será o espelho como
Umbandista e médium. O médium tem que ser o que ele é como pessoa, dentro e fora
do terreiro.

A Umbanda ajuda o ser a evoluir não a regredir, por tanto seja humilde dentro e fora do
terreiro.

Busque conhecimento, mas use com sabedoria, nenhum curso forma um bom médium,
mas são suas atitudes dentro e fora do terreiro que o tornarão uma boa pessoa e um
bom médium.

Paulo Ludogero

02/12/2015


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Terreiro de Vó

Mãe Maria Imaculada - Tenda Espirita de Umbanda Santa Rita de Cássia


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Terreiro de vó

Lembro-me de uma vez em que o Pai Medeiros, desceu a serra para visitar o terreiro da
Mãe Dagmar no meu início de vida umbandista. O Pai Medeiros dançava feliz e sorria o
tempo todo. No final da gira, ele disse encantado, “Nossa!

Lembrou muito o terreiro da minha vó”. Eu não entendi nada na hora. Pensei: “Ué?
Terreiro não é tudo igual? Não são assim todos”? Eu ia na festa de Iemanjá quando era
médium iniciante e pensava: “Caramba! Cada terreiro mais lindo que o outro. Grandes e
bonitos! Nossa! Tem cada terreiro pequeno e feinho, né”?

Como eu era um grande babaca! Como era forte minha catarata espiritual. O terreiro da
Mãe Dagmar era a essência do terreiro de vó. Metade casa, metade terreiro. A família
toda ali trabalhando. Um na porteira, outro na consulta, outro como cambone. A
assistência era quase da casa e quando alguém tinha uma “dor de barriga”, era só bater
palma ali na porta que a mãe Dagmar estaria lá. Terreiro de vó. Pai Medeiros foi genial.
Pessoas que inspiram mesmo uma década depois.

Irmãos, ao longo dos anos fui entendendo o que o Pai Medeiros disse naquela noite. Fui
conhecendo terreiros grandes, bonitões e espetaculares. Muitos, lotados de axé.

Outros, lotados de orgulho e vazio de tudo. Roupa bonita, bebida importada para as
entidades, circo montado e armado. Curimba enorme. Quase um show. Nos atabaques
sabe o que saía? Nada. Só barulho sem energia.

Ponto cantado é oração. Umbanda reza pelo ponto cantado, ensinou meu Pai Paulo
Ludogero. Sabe como é lá no terreiro de vó? Filho de santo cantou o ponto errado ou
tentou dar uma enfeitada a vó só olha de canto de olho e o ogã conserta na hora.
Terreiro de vó tem comando, mas tem briga também.

Que terreiro que não tem briga? E toda briga de terreiro é igual. São as mesmas coisas
sempre. É fulano que não ajuda na limpeza, é beltrano que não veio na gira passada e
não falou nada, é outro que foi na balada e postou foto no face quando deveria estar na
gira, é não sei quem que falou de não sei quem, aquela é puxa-saco etc.

É verdade ou não é? Isso se chama vida. Isso se chama verdade. Não tem grupo de
pessoas, seja terreiro, trabalho ou família que não tenha “arranca-rabo”. É aquele
terreiro em que a mãezinha levanta para dar uma bronca porque tem filho que não está
cantando direito e que fulano não acendeu a vela de anjo de guarda.

Aí, o fulano abaixa a cabeça concordando e pede desculpas. Quando a mãe fala, irmão, a
mãe está certa. Pode falar que é mentira. A gente sabe que a mãe está certa porque a
mãe tem coroa de verdade. Coroa feita na fé e não no dinheiro.


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Bateu coroa na esteira e não na nota de cinquenta. Coroa de galho de arruda, folha de
guiné e reza pronta na ponta da língua.

Irmãos, tem gente que tira sarro do terreiro de vó. Diz que a mãezinha “fala tudo
errado” e que não sabe de nada. Não sabe nem as sete linhas direito e não sabe o que é
arquétipo. Diz que é terreiro de gente burra. Quando escuto isso, só dou risada. Você vai
no terreiro do sabe-tudo-tirador-de-sarro-da-mãezinha e só tem nariz empinado.

O terreiro de vó é lotado de gente verdadeira que acorda cedo para trabalhar e chega no
terreiro para encontrar conforto e não tem medo de dizer que tem vícios e defeitos.
Terreiro de gente que respeita a mãezinha de santo e coitado do filho que não respeitar!
Não tem incorporação mais linda do que Ogum baixado na vó.

A vó quando está com Ogum em terra, gira como guerreiro e aquela dor na perna e nas
costas dela some. A vó dança e gira como se fosse outra pessoa. É a coisa mais lindo do
mundo.

Terreiro de vó aceita todo mundo e todo mundo a vó aceita do jeito que é. Não precisa
ter cartão de crédito ou carro importado para entrar. Não precisa de mais nada além da
própria fé. Não precisa ter instrução e não precisa ter palavreado bonito. É o terreiro do
Seu José e da dona Maria que conduziu a Umbanda até as nossas mãos.

Então, eu te pergunto: Tem lugar para a médium Dona Maria no seu terreiro? Se a
resposta for não porque a Dona Maria não vai entender nada do que digo, já que ela não
sabe ler e nem escrever, tem alguma coisa errada aí na sua casa de axé. Uma coisa é a
Dona Maria não se enturmar com o pessoal. Outra coisa totalmente diferente é não
acolher a Dona Maria porque ela não sabe ler. Entende a diferença? Entende como os
terreiros de hoje em dia estão se formando? Não há lugar para analfabetos e humildes.
Onde está a caridade e a humildade? Se a Dona Maria não pode entrar porque não tem
dinheiro, aí a coisa já está bem pior. Uma coisa é não poder contribuir monetariamente
para o sustento da casa e outra coisa é não querer contribuir. Se a regra for: “Sem
dinheiro não tem terreiro”, está errado ou estou errado?

Vamos respeitar o terreiro de vó. Vamos respeitar as Donas Marias e os Seus Josés.
Vamos respeitar os terreiros familiares tocados com amor, com fé e tradição. Saravá a
todos de Umbanda e a todos terreiros de vó.

Adérito Simões


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Sentir e Estudar a Umbanda

Foto Jaqueline (médium do NUM Caoboclo Flecha Certeira e Pai Manuel de Arruda)


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Sentir e estudar a Umbanda
Estava pensando sobre a importância desse assunto.

Tenho 46 anos de idade. Nasci dentro de um terreiro de Umbanda, minha família sempre
foi Umbandista e descobri nas palavras de Mãe Saipuna a importância da simplicidade e
da humildade, descobri nos gestos da Êre Marizilda a pureza de gestos e de palavras.
Ambas entidades que assistem minha mãe Maria Imaculada.

Senti na pele diversas vezes a energia fluir pelo terreiro de meu avô, aprendi com poucos
anos de idade a sentir a Umbanda.

Como alguns dizem e fazem questão de dizer, sou antigo, ortodoxo e carrego em mim a
essência da Umbanda antiga ou tradicional.

Carrego sim… Com honra e com amor, vivenciei muitos momentos lindos e rogo a Deus
para poder vivenciar mais momentos de alegrias e emoções.

Concordo que é necessário sim conhecer nossa religião, estudar a sua história e entender
os fundamentos que estão em nossa ritualística. Mas não podemos perder nossa tradição
e substituir o trabalho das entidades. Entender o marafo de Exu, é compreender a
ritualística de nossa religião. Concordo que existem médiuns que mal estão incorporados
e fazem mal uso do elemento álcool, por isso é necessário estudar.

O estudo reafirma nossa fé e nos dá compreensão do que estamos fazendo antes,


durante e após os trabalhos espirituais.

Mas o estudo não consegue fazer com que o médium sinta a Umbanda! E isso não
depende, se ele tem um ou mais de 30 anos de mediunidade, se tem estudo ou não tem
estudo relacionado a Umbanda.

Sentir a Umbanda é se emocionar com a manifestação do guia chefe da casa, é sentir os


pelos da pele se eriçarem, é sentir o coração acelerar!

É entender o olhar austero do Caboclo…


Se emocionar com a sabedoria dos Pretos Velhos..
Chorar e dar risada com a pureza dos Êres…
Se sentir protegido com a Capa do Exu…
Poder se abrir emocionalmente com a Pomba Gira…

Sentir a energia pulsar em nossos corações com a manifestação dos Orixás…

Para tudo isso o médium, o ser tem que estar com a mente voltada para a evolução
espiritual, tem que ter bom coração, tem que perdoar e saber ser perdoado…


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Tem que ter a boa vontade de querer mudar seu comportamento e entender que a
Umbanda é uma via de evolução, é uma religião, é o religar-se com Deus…

Todas as entidades nos ajudam a extrair de nosso íntimo o fel dos maus instintos que
nos levam a nossas quedas conscienciais, mas para isso temos que querer mudar.

Temos que sentir a Umbanda como ela é!!!

Estudar a Umbanda e entender como ela é, é Divino. Mas sentir a Umbanda como ela é,
é muito melhor!

Temos que unir os dois, mas nunca podemos desfazer dos antigos que aprenderam a
Umbanda, apenas sentido-A com o coração.

Essas últimas semanas, durante as festividades de mãe Iemanjá, reencontrei diversos


irmãos, conheci pessoas novas e fiz novas amizades.

Discutimos e conversamos muito sobre a Umbanda…

Mas nada se comparou quando os trabalhos começaram, nada se comparou quando


fomos ao Mar entregar nossas oferendas e rezar para a Mãe Iemanjá.

Me emociona ao lembrar dos momentos que vivi ao lado minha mãe, meu irmão Edson
Ludogero, de todos os meus irmãos de santo, minha esposa Catia Lu, meu filho Renan
Ludogero, meus filhos e netos de santo…

Amo a Umbanda e através das pessoas que vivem ao nosso lado, podemos sentir a
Umbanda nos tocar, cada um a sua maneira desde que tenha ética, respeito e amor…

Agradeço a todos os meus irmão da Tenda Espirita de Umbanda Santa Rita Cássia, aos
meus filhos Viviane Carvalho, Fabiana Esteves, Thiago Esteves, Adérito Simões,Francine
Simões por confiarem e levarem seus filhos para que pudéssemos sentir a Umbanda
como ela é!

Paulo Ludogero
14/12/2015


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A história de uma Herança
Umbandista

imagem retirada da Internet


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A história de uma Herança Umbandista
Acredito que antes mesmo do nosso nascimento estamos designados a missões, desafios
e tudo que escolhemos sempre terão consequências enfáticas em nossas vidas.

Nascer no âmbito Umbandista é uma certeza que foi um privilégio e um presente do


astral, pois pude vivenciar e conhecer de perto todos os desafios enfrentados pelos mais
velhos, pelo amor que tinham naquilo que cultuavam, pela humildade com que tratavam
a todos que pela porta do terreiro entravam, pelos sinceros, simples e firmes
fundamentos que faziam questão de manter durante tantos anos, praticando sempre da
mesma forma, e com a mesma essência daqueles que um dia passou vossos sagrados
conhecimentos e sabedoria para que seus sucessores pudessem ter uma base sólida e
firme. Conforme os anos iam passando, com ele veio o meu crescimento, meu senso
critico, e a minha sensibilidade para sentir tamanha energia que emanava daquelas
pessoas que humildemente tocavam os tambores, daquela Senhora que até os meus
primeiros anos de vida tinha muito medo, hoje mais velho e com um entendimento
maior, vejo que não era medo e sim respeito pela sua autoridade que com um olhar nos
falava o que queria e impunha um imenso respeito daqueles que ela comandava com
maestria. Àqueles outros irmãos que ali estavam batendo palmas, cantando os pontos e
louvando o que até então pra mim eram apenas imagens e não passava disso, más
percebia em meu coração uma forte vibração e uma emoção que todas as sextas feiras
explodia pelos meus poros, pelos meus olhos em forma de lágrimas. Os pés no chão, a
roupa branca sempre foram o meu deslumbre. Eis que um belo dia a minha maior
inspiração dentro da nossa amada Umbanda precisou passar por procedimentos médicos,
onde impossibilitou a estar presente todas as sextas feiras naquele chão onde nasceu
meu grande Chefe Sr.

Caboclo Pedra Preta, e com todas as suas dificuldades físicas Ela continuou a cultuar
Umbanda em sua casa, de forma muito responsável, cuidando daqueles que a procurava
e enquanto isso seu neto continua deslumbrado, porém agora assistindo sua Avó
trabalhar em casa e com isso aprendendo muito com todas as entidades e num extinto
impulsivo faz uma promessa olhando nos olhos do Sr. Caboclo Pedra Preta que jamais
deixaria àquela semente que Ele havia plantado em seu coração morrer ou deixar de dar
frutos, após esse juramento infelizmente o Cavalinho do Sr. Pedra Preta teve um AVC
com sequelas de esquecimentos e numa cadeira de rodas e com isso os humildes
trabalhos precisaram ser encerrados.

O tempo passou e eu fui buscar novos horizontes, conhecer outros cultos e vivenciar
outras doutrinas, e de uma forma inexplicável parei no Terreiro do Sr. Pena Branca onde
minha avó frequentava antes da enfermidade nas pernas, onde conheci o que era
Umbanda e passei a ser médium da corrente e ali naquele pedaço de chão o Sr. Caboclo
Ubiratan da Guia se manifestou a primeira vez e lá permaneci durante quatro anos de
muito orgulho e satisfação por fazer parte do chão em que minha Avó pisou por pelo
menos trinta anos.

Numa das visitas que fiz a minha amada Avó após AVC, por dádiva divina ela por alguns
lindos minutos recordou a memória, me abraçou e pediu as Guias que ela trabalhava,
más que depressa entregamos nas mãos dela, abraçou-as e lágrimas escorreram de


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vossos olhos, até que ela separou o colar que o Sr. Pedra Preta fazia questão de usar e
que todos que trabalhavam com ele também usavam. Ela abraçou-a, a beijou, consagrou
e pediu pra que eu chegasse perto dela, emocionado com a cena que presenciava fui até
Ela e com as seguintes palavras: “Meu neto, essa é a menina os meus olhos e como eu
tenho certeza que você cumprirá a promessa feita ao Sr. Pedra Preta, eu lhe entrego e
lhe abençoo com toda a minha Fé e com todas as minhas forças esse colar de contas pra
que você possa continuar o que comecei, confio em você”, colocou em meu pescoço e me
abraçou como quem passasse algo para minha alma. Sem saber muito que dizer e sem
ter a mínima noção do tamanho de minha responsabilidade com tão tenra idade, olhei-a
no olho e agradeci, jurando não decepcioná-la.

Por dois anos fui muito reticente e não me achava preparado pra o exercício de dirigente
espiritual e tão pouco comandar a vida espiritual de alguém, minha avó deixou um
legado de muito amor e respeito à Umbanda, porém infelizmente não teve tempo hábil
de me ensinar ou passar a mim todos os fundamentos necessários. A espiritualidade é
tão plena, que colocou uma entidade de muita luz e conhecimento em meu caminho
chamado: Exu das Sete Encruzilhadas que se manifestou em minha matéria, reuniu meia
dúzia de pessoas próximas e disse que o tempo havia chegado, que o chamado havia
sido feito, era tempo de cumprir a promessa feita ao Sr. Caboclo Pedra Preta e para a
“Senhora”, com muito apoio da espiritualidade, de minha irmã carnal e familiares mais
próximos fui em frente e decidi honrar minhas palavras, e no mês de junho de 2016
faremos sete anos que vestimos o branco e cultuamos Umbanda com muita
simplicidade, com muito respeito e com muito amor os trabalhos do Núcleo Umbandista e
de Magia Caboclo Ubiratan da Guia. E como todos precisamos de alguém que nos cuide,
comigo e com minha Irmã não seria diferente, temos a honra hoje de também pertencer
a raiz maravilhosa do Sr. Caboclo Sete Estrelas, temos como Pais espirituais o Sr.
Caboclo Flecha Certeira e a Cabocla Jaciara que nos acolheram, nos abençoaram e nos
deram vossa doutrina que hoje cultuamos também em nossa casa.

Tenho somente a agradecer ao Sr. Caboclo Pedra Preta, à Dona Odeth e ao Sr. Sete
Encruzilhadas por ter me confiado tamanha responsabilidade de conduzir àqueles que
começaram com ela e por essa família que ao longo desses quase sete anos venho
construindo com muito amor e carinho, obrigado pela raiz firme que deixaram plantado
em nosso íntimo.

Umbanda é séria pra quem é sério, tem fundamento e é preciso preparar, Sacerdócio é
chamado divino, Raiz é pra ser honrada, só tem história quem a vive de forma completa,
com respeito, responsabilidade, amor e entrega.

Thiago Esteves. 14/12/2015.


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Pedro e seus Problemas


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Pedro e seus Problemas
"Um dia Pedro meio cabisbaixo com raiva da vida, por estar sem emprego perder a
esposa, ter problemas em casa, sai a andar pelas ruas de sua cidade, Pedro nunca
tiveras percebido como era lindo o luar, o ar fresco da noite, pois ele sempre vivia a
correr e nunca teria dado valor às coisas simples da vida.

Muito atarefado Pedro só pensava em seus problemas e em uma das encruzilhadas Pedro
viu um homem bem humilde de trajes bem velhos e de roupa bem surrada, esse homem
se aproximou de Pedro e lhe disse-eis você irmão por que andas assim tão cabisbaixo o
que aflige, Pedro por sua vez diz: eu ando assim, pois já tenho tantos problemas na vida
que não sei mais aonde achar solução, creio que se existe um poder maior ele já me
abandonou.

O homem diz: Se todos os problemas que você tem fossem meio que os meus com
certeza já teria desistido, da sua vida e da sua existência.

Saibas que Deus quando o criou não pensou em ver sua face de tristeza e sim o criou
para ver a sua evolução, como um passe de mágica o homem coloca a mão no ombro de
Pedro, e assim eles começam a viajar no tempo.

Pedro quase morrendo de tanto medo começa a exclamar ao homem,"Mais que raios
esta fazendo quem é você, você é da terra, tire a mãos de mim…

Ai o homem com um sorriso lhe diz:

Pedro vou lhe mostrar tudo que você tem e que outros queriam ter e veras que Deus
esta com você, nesse momento eles chegam a um hospital Pedro já ofegante vê as
pessoas as pencas morrendo sem saúde com doenças o homem diz:

Veja Pedro isso é o que você mais tem saúde, força no corpo, e pernas para andar, veja
essas pessoas não conseguem nem se locomover umas a morrer, o que acha agora de
seus problemas Pedro?

Em minutos estavam em uma favela, pessoas sem comida sem casa, e o homem diz:

-Veja Pedro você tem casa? Pois essas pessoas não tem, você tem alimento? Pois essas
pessoas não tem, você tem vestimenta? Pois essas pessoas não tem.

Voltando para encruzilhada Pedro mais pálido que tudo coloca a mão na cabeça e pensa,
pensa sobre tudo que tem e o homem fala:

- O que eu precisava lhe fazer já fiz, pense que Deus esta mais presente na sua vida que
a sua ignorância de achar que o mundo tem que rodar e girar em sua volta, levanta e vá
atrás dos seus objetivos pois quem vive a esperar nunca alcança nada! e padece ao
clarão do luar."

Inspiração do Mestre Tranca Ruas laroiê


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(Caio Augusto)

07/04/2014


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