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Título

O LIVRO DOS FÃS DE RONALDO

Autores
Luís Miguel Pereira (textos)
http://www.facebook.com/pereira.miguel
Manuel Morgado (ilustrações)
www.manuelmorgado.com

Pesquisa e revisão
João Pedro Bandeira

Design e paginação
Arco da Velha

Impressão
Cafilesa

1.a edição
Janeiro de 2015

ISBN
978-989-655-244-2

Depósito legal
386739/15

Todos os direitos reservados


© 2014 Luís Miguel Pereira, Manuel Morgado e Prime Books

Os dados constantes do livro, editado originalmente em Espanha


(Prime Books, 2012), estão atualizados até 1 de janeiro de 2015

www.primebooks.pt
TEXTO
LUÍS MIGUEL PEREIRA
ILUSTRAÇÕES
MANUEL MORGADO
O obstetra
e o padre
Dona Dolores ainda contava as últimas estrelas, resultado das
dores de parto, e já o obstetra profetizava o futuro do bebé: “Dona
Dolores, o seu filho tem pés de jogador.” A frase ficou a tilintar
na cabeça da progenitora, ela que sempre foi uma apaixonada por
futebol. Enfim recomposta do esforço, Dolores provocou a confirma-
ção da boca do médico. Conseguiu: “Olhe que este menino ainda
lhe vai dar muitas alegrias…”
Com alguns erros de previsão e outros tantos acertos, a verdade
é que o futebol perseguiu a infância do pequeno Ronaldo, muito
antes de ele sonhar ser futebolista profissional. Surgia quan-
do menos se esperava. Nos locais mais impróprios, nas situações
mais inusitadas. Como na pia batismal, por exemplo. Exatamente!
Fernão Barros Sousa, então capitão do Andorinha e ex-jogador
do Nacional da Madeira, foi o ilustre convidado para padrinho
do miúdo. Mas o calendário foi certeiro: jogo do Andorinha às
16:00h, batizado às 18:00h. Era à tira. À hora marcada, nada. Nem
padrinho e, diz-se, nem o pai da criança que também estaria en-
tretido com a jogatana. António Rebola, o padre, é que – apesar
do nome – desaprovava o ato. Ronaldo, recém-nascido, aguardava
pacientemente vestido de azul e branco. Com meia-hora de atraso,
a cerimónia celebrou-se na Igreja de Santo António.
Feliz
imprevisto!
Foi um imprevisto. Não estava programado. Feliz imprevisto!
Maria Dolores – cozinheira numa escola primária – e José Dinis –
jardineiro na Câmara Municipal do Funchal – já tinham Elma, Hugo
e Katia. ‘Descuidaram-se’ e no dia 5 de fevereiro de 1985, pelas
10:20h, ouviu-se o primeiro berro do menino no Hospital da Cruz de
Carvalho. Quatro quilos e 52 centímetros. ‘Cristiano’, escolhido por
uma tia, por significar ‘seguidor de Cristo’; ‘Ronaldo’, escolha do
pai, em homenagem ao então presidente dos Estados Unidos e ex-
-ator Ronald Reagan.

Ronaldo cresceu na Quinta do Falcão, nº 27, na ilha da


Madeira. Habitação modesta de madeira e tijolo, telhado de
zinco, sem pintura, com três assoalhadas já rotas por onde
passava chuva e frio. A casa, propriedade da Câmara Municipal
do Funchal, já não existe. Foi demolida em 2007 para evitar
a presença de ocupantes clandestinos.

Dona Dolores e o senhor Dinis contavam os trocos para alimentar


os quatro filhos. O dinheiro era escasso. Mas o carinho abundava.

06_07
Aurélio Pereira, o descobridor de Ronaldo para
o Sporting, assegura mesmo que “a mãe foi
determinante para que Cristiano seja o que é
hoje.” Prova maior aconteceu quando o menino
fez as malas para o Continente, com apenas 12
anos, para jogar nos ‘Leões’. As lágrimas vertidas por
Ronaldo – e foram muitas – despedaçavam o coração
de Dolores, mas a mãe nunca desarmou. Deu-lhe colo.
Embalou-o por telefone durante quase dois anos. Até 2001,
quando veio viver para Lisboa.

O pai Dinis é um espinho cravado no peito de Ronaldo.


O jogador custeou vários tratamentos – na luta contra
o álcool – em Lisboa e em Londres. A medicina tentou até
um transplante de fígado. Mas a 6 de setembro de 2005,
as complicações hepáticas e renais levaram-no de vez. Tinha
apenas 51 anos. Era terça-feira, véspera do Rússia - Portugal,
de apuramento para o Mundial 2006. O selecionador Luís
Felipe Scolari, acompanhado pelo capitão Luís Figo,
deu-lhe a notícia no quarto do hotel. Ronaldo ouviu, em
silêncio, e disse: “Quero ficar e quero jogar amanhã.”
A homenagem definitiva aconteceu já no Mundial da
Alemanha. Ronaldo marcou à Inglaterra, apontou
para o céu e disse: “Tu aí: esta é para ti!”

08_09
Ritos
Pontualidade
Gosta de chegar cedo aos treinos, por vezes antes dos próprios
técnicos de equipamentos, com tempo para cumprir alguns rituais:
tomar o pequeno-almoço e ir ao ginásio.

Bola
Ainda no balneário, mal ouve a constituição das equipas, inicia
malabarismo com a bola enquanto conversa com os colegas.
Segue assim até ao relvado.

Lugar marcado
No autocarro da equipa senta-se no penúltimo banco da fila
da direita, do lado do motorista. No avião prefere a primeira
fila, ao lado de Pepe.

Ordem
Meias: primeiro a esquerda, depois a direita. Botas: primeiro a
direita, depois a esquerda. ‘CR7’ gosta de equipar-se com ordem
pré-definida.

Família
Sagrada família, até nos jogos. Sabe sempre onde estão os
‘seus’. Quando marca, ou no final das partidas, não deixa nunca
de saudá-los.
Sprint
Antes dos jogos, logo após a foto da praxe,
sai da formação com um explosivo sprint.

Rosário
Não tem superstições, garante. Mas debaixo da camisola
transporta sempre um terço que beija antes dos jogos.

Carimbo
Móveis, almofadas, fivelas de cintos… muitos objetos pessoais
têm a sigla ‘CR7’. O ‘The Sun’ até garante que o jogador pagou
188 mil euros para colocar a marca na matrícula de um ‘Bentley’
prateado.

Bacalhau
Desfiado, misturado com batata frita palha e cebola, envolvido
em ovo mexido. O popular ‘Bacalhau à Brás’ é o prato favorito.
Irresistível se vier da panela de dona Dolores.

Espelho
É uma relação íntima. Em casa, no carro e até no balneário, há
sempre um espelho amigo que olha para ele. Antes de sair para
o relvado… mais uma espreitadela.

Penteado
Mima o próprio cabelo com devoção. Antes dos jogos ensaia
penteados e até chega a mudá-los nos intervalos.

10_11
Rótulos
Cristiano Ronaldo ganhou várias alcunhas ao longo da carreira.
O enorme mediatismo e a rara capacidade para não deixar ninguém
indiferente, valeram-lhe epítetos de características variadas.

CR7
Marca registada do jogador que é a junção das iniciais do seu
nome e o seu número

Menino Chorão/Chora
Em criança, chorava imenso no balneário sempre que perdia
um jogo ou falhava um golo

Abelinha
Jogava sem posição fixa no campo, corria por todo o lado,
ziguezagueando, à procura da bola (em Madrid, Cristiano Ronaldo
batizou, com este nome, um cão de raça Yorkshire)

Esparguete
Era um miúdo muito fino e delgado (Ronaldo também diz que,
com 18 anos, tinha “esparguete no cabelo”)

Ronald
Os vizinhos na Madeira, tratavam-no assim, bem como
no Manchester United
12_13
Ronny
Como lhe chamavam os companheiros em Manchester

Wonder Kid (“Miúdo-maravilha”)


Epíteto dado pela imprensa britânica, quando foi transferido
para Manchester

Playboy
Era assim chamado pelos colegas do Manchester United por
causa do tempo excessivo que gastava a ver-se ao espelho

Roni
Diminutivo com que era tratado pelos colegas da escola

Cris
Nome pelo qual é tratado dentro da seleção portuguesa

O Ânsias
Uma alcunha criada no balneário do Real Madrid devido às
várias obsessões, sobretudo a reconquista da Bola de Ouro

El Bicho
Como le llama el narrador deportivo espanhol Manolo Lama

Rocket Ronald
Devido à potência do seu remate, nomeadamente na marcação
de livres diretos

El Deseado
O mais de todos em Madrid e não só
Ronny
Como lhe chamavam os companheiros em Manchester

Wonder Kid (“Miúdo-maravilha”)


Epíteto dado pela imprensa britânica, quando foi transferido
para Manchester

Playboy
Era assim chamado pelos colegas do Manchester United por
causa do tempo excessivo que gastava a ver-se ao espelho

Roni
Diminutivo com que era tratado pelos colegas da escola

Cris
Nome pelo qual é tratado dentro da seleção portuguesa

O Ânsias
Uma alcunha criada no balneário do Real Madrid devido às
várias obsessões, sobretudo a reconquista da Bola de Ouro

El Bicho
Como le llama el narrador deportivo espanhol Manolo Lama

Rocket Ronald
Devido à potência do seu remate, nomeadamente na marcação
de livres diretos

El Deseado
O mais de todos em Madrid e não só

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