Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
Este artigo apresenta um estudo da utilização de indicadores ambientais em projetos
de unidades marítimas de produção de óleo e gás. Os indicadores utilizados representam a
taxa de emissão de gases de efeito estufa (GEE) por unidade de óleo equivalente produzido
(I1) e a taxa de emissão de gases de efeito estufa por unidade de energia gasta com
combustíveis (I2). Foram apresentados os resultados da avaliação dos indicadores propostos
para 31 (trinta e uma) unidades marítimas de produção existentes. Os dados de emissão de
poluentes, produção de óleo e gás e de consumo de energia e combustíveis obtidos das
unidades marítimas foram alterados com o auxílio de um multiplicador, de forma que os
valores apresentados não correspondem aos valores reais.
Palavras-chaves: Gestão Ambiental, Prevenção da Poluição, Indicadores Ambientais, Gases
de efeito estufa.
ABSTRACT
This essay presents the study of utilization of environmental indicators in oil and gas
offshore production unit design. The indicators in question represent the tax of greenhouse
gas emissions per produced equivalent oil (I1) and the tax of greenhouse gas emissions per
energy consumption with fuels (I2). This essay also describes international legislation and
agreements concerning GEE emission. In the end is presented the results of the evaluation of
the proposed indicators for 31 existing offshore units. The presented values of emissions, oil
and gas production, energy and fuel consumption of the units were multiplied by factors and
do not match with the real values.
Key-words: Environmental Management, Pollution Prevention, Environmental Indicators,
Greenhouse gases.
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006
1. INTRODUÇÃO
TABELA 1 – Comparação entre a concentração de CO2, CH4 e N2O na atmosfera entre o período do ano 1000
até 1750 e o ano 2000.
Mudança observada
Indicador
1000-1750 2000 Aumento
Fonte: Adaptado de Climate Change 2001: Syntesis Report – Summary for Policymakers
(IPCC, 2001, p.5)
4.2. INDICADOR I1
Com os dados citados anteriormente pode-se calcular o indicador que relaciona o total
de emissão de CO2 equivalente durante o ano com o total de óleo equivalente (óleo+gás)
produzido em cada unidade de produção.
emissão total de CO2 equivalente
I1 = (ton CO2 / m3 óleo equivalente) (1)
óleo equivalente produzido
onde:
− emissão total de CO2 equivalente: emissão dos gases de efeito estufa
considerados, expressa em toneladas de CO2 equivalente
− óleo equivalente produzido: quantidade de hidrocarbonetos (óleo + gás)
produzida, expressa em metros cúbicos de óleo equivalente
4.3. INDICADOR I2
Com os dados citados pode-se calcular o indicador que relaciona o total de emissão de
CO2 equivalente durante o ano com o total de energia consumida com combustíveis na
unidade de produção.
emissão total de CO2 equivalente
I2 = (ton CO2 / GJ energia consumida) (2)
energia consumida com combustíveis
onde: - emissão total de CO2 equivalente: emissão dos gases de efeito estufa
considerados, expressa em toneladas de CO2 equivalente
− energia consumida com combustíveis: quantidade de energia consumida
na forma de combustíveis (gás combustível e óleo diesel) expressa em
giga joules
TABELA 3 – Indicador I2.
Indicador I2 (ton/GJ) Indicador I2 (ton/GJ)
UNIDADE UNIDADE
2003 2004 acumulado 2003 2004 acumulado
U-01 2.56 3.97 3.15 U-17 2.52 2.40 2.46
U-02 4.13 2.60 3.42 U-18 1.46 1.78 1.63
U-03 1.93 2.00 1.97 U-19 5.38 2.22 3.38
U-04 3.12 2.00 2.47 U-20 4.52 5.58 5.05
U-05 4.65 4.88 4.77 U-21 2.40 3.91 3.06
U-06 3.05 1.38 2.21 U-22 1.96 2.03 2.00
U-07 3.55 1.33 2.30 U-23 3.78 4.07 3.93
U-08 1.42 1.69 1.54 U-24 1.69 2.00 1.85
U-09 1.54 1.83 1.69 U-25 3.89 3.36 3.62
U-10 1.45 1.78 1.61 U-26 52.12 104.62 87.05
U-11 1.96 1.96 1.96 U-27 68.75 122.33 91.89
U-12 1.39 1.67 1.54 U-28 4972.93 18513.51 10241.64
U-12 2.08 2.35 2.23 U-29 634.81 69.21 113.12
U-14 3.30 4.49 3.87 U-30 358.02 583.00 454.83
U-15 3.48 2.18 2.85 U-31 65.05 23.72 28.16
U-16 2.72 2.85 2.78
5.1. INDICADOR I1
6
3
0
GRÁFICO 1 – Indicador I1 para todas as unidades avaliadas. U-27 U-26 U-31 U-30 U-28 U-29 U-16 U-07 U-02 U-25 U-03 U-19 U-11 U-06 U-05 U-04 U-14 U-15 U-17 U-20 U-24 U-23 U-01 U-09 U-22 U-18 U-21 U-13 U-08 U-10 U-12
Unidade de Produção
Pode ser observada no gráfico 1 uma variação razoável nos valores deste indicador
para as unidades inicialmente selecionadas. Esta observação dos valores obtidos sugere que se
deve caracterizar grupos de unidades que possam ser utilizados como comparação para os
novos projetos. Separando-se as unidades por tipo (Fixa, FPSO e SS), obtém-se os resultados
mostrados a seguir.
6
3
0
U-27 U-26 U-31 U-30 U-28 U-29 U-17 U-09 U-18 U-13 U-08 U-10 U-12
Unidade de Produção
GRÁFICO 2 – Indicador I1 para as unidades do tipo fixa.
O gráfico acima mostra que existe um grupo de unidades (de U-27 a U-29) que
possuem valores menores para o indicador I1. Analisando as características das unidades tipo
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006
fixa, foram separadas as que recebem geração de energia de outra unidade daquelas que
possuem geradores próprios, obtendo os seguintes resultados:
0.3
6
3
3
0.2
4
0.1
2
0.0 0
U-26 U-27 U-31 U-30 U-28 U-29 U-17 U-09 U-18 U-13 U-08 U-10 U-12
Unidades de Produção Unidade de Produção
GRÁFICO 3 – Indicador I1 para unidades tipo fixa com e sem geração própria.
Observa-se que as unidades que não possuem geração de energia própria, ou seja, não
queimam combustível para geração de energia, possuem um indicador I1 mais favorável, pelo
fato de emitirem menos GEE para atmosfera (ver tabela 3). Apesar da escala utilizada ainda
sugerir uma diferença no valor do indicador para estas unidades, indicando a existência de 2
sub-grupos, julgou-se que esta diferença (0,03 a 0,30) nos fornece uma faixa de trabalho bem
menor do que a anterior (0,03 a 10,18).
Para as unidades com geração de energia própria, observa-se que as unidades U-08, U-
10 e U-12 são chamadas de unidades centrais, que recebem correntes (óleo, gás ou água) de
outras unidades de produção. Pode-se, então, dividir o gráfico em duas áreas de trabalho em
função do tipo de unidade: centrais (7,78 a 10,18) e não-centrais (2,01 a 4,96). As faixas de
trabalho resultantes são bem menores que a obtida sem a divisão proposta (2,01 a 10,18).
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006
NÃO-CENTRAIS CENTRAIS
10
6
3
0
U-17 U-09 U-18 U-13 U-08 U-10 U-12
Unidade de Produção
1.6
Indicador I1 (Mg CO2/m óleo equivalente)
1.4
1.2
3
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
U-07 U-11 U-05 U-04 U-14 U-15
Unidade de Produção
Pode-se observar que os resultados obtidos proporcionam uma boa faixa de trabalho
(1,24 a 1,85), o que mostra uma semelhança entre o desempenho das unidades em relação à
emissão de gases de efeito estufa.
Pode-se acrescentar que as unidades do tipo FPSO são razoavelmente novas, pois este
tipo de tecnologia veio com a necessidade da exploração e produção de petróleo em grandes
lâminas d’água (profundidade do leito marinho em relação ao nível do mar). Como são mais
novas, as tecnologias aplicadas nos equipamentos e sistemas são razoavelmente similares,
resultando em desempenhos também similares em relação à emissão de poluentes.
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006
5
INDICADOR I1 - UNIDADES TIPO SS
Indicador I1 (Mg CO2/m óleo equivalente)
3
3
0
U-16 U-02 U-25 U-03 U-19 U-06 U-20 U-24 U-23 U-01 U-22 U-21
Unidade de Produção
O gráfico 6 fornece uma faixa de trabalho de 0,81 a 4,94. A unidade U-21 possui um
valor absoluto um pouco maior que o restante das outras unidades. Durante este trabalho não
foi encontrado o motivo pelo qual esta diferença existe. Caso este valor seja desprezado para
a comparação durante o projeto de uma unidade, a faixa de trabalho se apresenta mais
fechada, entre 0,81 e 3,16.
5.2. INDICADOR I2
Pode-se observar no gráfico abaixo uma variação bastante acentuada nos valores do
indicador I2 para as unidades inicialmente selecionadas:
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006
10000
INDICADOR I2 - TODAS AS UNIDADES
6000
4000
2000
0
U-08 U-12 U-10 U-18 U-09 U-24 U-11 U-03 U-22 U-06 U-13 U-07 U-17 U-04 U-16 U-15 U-21 U-01 U-19 U-02 U-25 U-14 U-23 U-05 U-20 U-31 U-26 U-27 U-29 U-30 U-28
Unidade de Produção
300
200
100
0
U-08 U-12 U-10 U-18 U-09 U-24 U-11 U-03 U-22 U-06 U-13 U-07 U-17 U-04 U-16 U-15 U-21 U-01 U-19 U-02 U-25 U-14 U-23 U-05 U-20 U-31 U-26 U-27 U-29 U-30
Unidade de Produção
Pode-se observar, ainda, uma expressiva variação nos valores encontrados para o
indicador I2. Da mesma forma que para o indicador I1, inicialmente as unidades foram
agrupadas por tipo (Fixa, FPSO e SS), obtendo os resultados mostrados a seguir.
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006
300
200
100
0
U-12 U-08 U-10 U-18 U-09 U-13 U-17 U-31 U-26 U-27 U-29 U-30
Unidade de Produção
Pode-se observar que o lado direito do gráfico, cujas unidades apresentam os maiores
valores para o indicador, é composto pelas mesmas unidades já avaliadas para o indicador I1
como sendo aquelas que não possuem geração própria, recebendo energia gerada em outra
unidade. Isto sugere a mesma separação já utilizada, conforme segue:
400
2.0
300
1.5
200
1.0
100 0.5
0.0
0
U-12 U-08 U-10 U-18 U-09 U-13 U-17
U-31 U-26 U-27 U-29 U-30
Unidade de Produção
Unidade de Produção
GRÁFICO 10 – Indicador I2 para as unidades tipo fixa com e sem geração própria (desprezando U-28).
Observa-se que as unidades que não possuem geração própria têm um indicador I2
mais desfavorável, ou seja, emitem mais GEE pos cada unidade de combustível consumido.
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006
0
U-11 U-07 U-04 U-15 U-14 U-05
Unidade de Produção
0
U-24 U-03 U-22 U-06 U-16 U-21 U-01 U-19 U-02 U-25 U-23 U-20
Unidade de Produção
5.3.1 INDICADOR I1
calcular o indicador I1 para cada ano de produção, obtendo ainda um valor médio para o
tempo de vida previsto para a unidade.
Utilizando, agora, o módulo de relatório, pode-se selecionar as unidades ou grupos de
unidades para obter os dados de emissão de GEE. Neste passo é importante a seleção de
unidades que possuem características similares àquela que está sendo projetada. A análise do
indicador I1 apresentada neste capítulo vem suibsidiar esta seleção.
Utilizando o Sistema de Informação da Produção (SIP), podemos obter os dados de
produção de óleo e gás para as unidades selecionadas previamente no SIGEA, o que nos
permite calcular o indicador I1 para cada uma destas unidades, conforme descrito no capítulo
3 deste trabalho. Desta forma, podemos fazer uma comparação entre o valor obtido para o
indicador I1 da unidade em projeto com os valores obtidos para as unidades ou grupo de
unidades considerados similares àquela em projeto.
Um retorno ao modo de cálculo do SIGEA nos permite simular a troca de
equipamentos ou sistemas na unidade em projeto, modificando o valor do indicador I1 obtido,
o que possibilita a inclusão de uma decisão econômica e ambiental na seleção de
equipamentos e sistemas a serem utilizados na instalação.
O fluxograma a seguir esclarece os passos descritos acima.
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006
Produção de
Produção de
óleo e gás
óleo e gás
CO2 equivalente
CO2 equivalente
Cálculo da Cálculo da
produção de produção de
óleo óleo
equivalente equivalente
Comparar
Unidade de Produção
indicador I2 para cada ano de produção, obtendo ainda um valor médio para o tempo de vida
previsto para a unidade.
Utilizando, agora, o módulo de relatório, pode-se selecionar as unidades ou grupos de
unidades para obter os dados de emissão de GEE. Neste passo é importante a seleção de
unidades que possuam características similares àquela que está sendo projetada. A análise do
indicador I2 apresentada neste capítulo vem suibsidiar esta seleção.
Utilizando o Sistema de Atividades do Gás (SAG) e o Sistema de Transporte
Marítimos (STM), pode-se obter, respectivamente, os dados de consumo de gás e de óleo
diesel para as unidades selecionadas previamente no SIGEA, o que permite calcular o
indicador I2 para cada uma destas unidades, conforme descrito no capítulo 3 deste trabalho.
Desta forma, pode-se fazer uma comparação entre o valor obtido para o indicador I2
da unidade em projeto com os valores obtidos para as unidades ou grupo de unidades
considerados similares àquela em projeto.
Da mesma forma que para o indicador I1, é possível retornar ao modo de cálculo do
SIGEA e trocar de equipamentos ou sistemas na unidade em projeto, obtendo um novo valor
para o indicador I2 da unidade em projeto.
O fluxograma a seguir esclarece os passos descritos acima.
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006
Consumo de gás
Consumo de gás
combustível e
combustível e
óleo diesel
óleo diesel
CO2 equivalente
CO2 equivalente
Cálculo da Cálculo da
energia energia
consumida com consumida com
combustíveis combustíveis
Comparar
Unidade de Produção
6. CONCLUSÕES
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. Why the IPCC was created? Gênova: World Meteorological Organization, 2004.