Bacterias e Arqueas

Seres PROCARIONTES
Reino Bacteria e
Archaea
Características Gerais, Morfofisiologia, Patologias e Profilaxia.
Professor Marcelo Guindani

CERCA DE 90% DAS CÉLULAS DO NOSSO CORPO NÃO SÃO REALMENTE
NOSSAS, MAS DE MICRORGANISMOS QUE NOS HABITAM, NA MAIOR PARTE
DAS VEZES, BACTÉRIAS
Como você acha que as bactérias

colonizam o corpo humano?
Como elas diferem das nossas células?
Você acha que a Bacteroides fragilis é

necessariamente inofensiva para a nossa
SCIEPRO/ SCIENCE PHOTO LIBRARY / SCIENCE PHOTO LIBRARY / FOTOARENA

saúde?
Como o uso de antibióticos pode afetar

nosso microbioma? Que efeitos essa
alteração provoca?
Cap. 14 Pg. 8
CARACTERÍSTICAS DOS PROCARIOTOS
TIPOS DE METABOLISMO
Cap. 14 Pg. 9
• AUTÓTROFOS (sintetizam matéria orgânica a

partir de alguma fonte de energia)
• Cianobactérias (fotossintetizantes - usam a
energia solar para transformar gás carbônico e
água em glicose, com liberação de gás
oxigênio)
• Sulfobactérias (usam compostos à base de
enxofre como fonte de elétrons e da energia
necessária para assimilar CO2 e sintetizar
moléculas orgânicas)
JIXIN YU/SHUTTERSTOCK.COM
• Bactérias nitrificantes (quimiossintetizantes -
usam a energia liberada por certas reações
químicas para produzir seus compostos Lago com cianobactérias (em verde) na China. As cianobactérias
orgânicos) são importantes produtores das cadeias alimentares em
ambientes aquáticos.
• HETERÓTROFOS (são incapazes de produzir suas
próprias moléculas orgânicas)
Características
• Grande parte dos procariotos heterótrofos é dos
decompositor, degradando a matéria orgânica de Procariontes:
excretas ou de organismos mortos. A Unicelulares,
decomposição é importante para a ciclagem de
nutrientes no ambiente.
sem núcleo e
• Parasitas (eles obtêm matéria orgânica de podem causar
organismos vivos que lhes servem de hospedeiros) sérias patologias.
• NECESSIDADE DE GÁS OXIGÊNIO
• Aeróbios (dependentes de gás oxigênio para obter energia)
• Anaeróbios obrigatórios (vivem exclusivamente da fermentação e
não sobrevivem na presença de gás oxigênio)
• Anaeróbios facultativos (realizam tanto a respiração quanto a
fermentação)
Cápsula e membrana externa
Envelope A cápsula é constituída de polissacarídeos, confere Material genético
Abrange as três camadas: proteção extra à célula. Internamente a ela pode haver uma membrana Constituído de uma única molécula circular de DNA,
membrana plasmática, parede plasmática externa (gram-negativas), constituída de lipídios e proteínas. que fica no citoplasma, geralmente concentrada em
celular, membrana externa, além Parede celular uma região chamada de nucleoide. Dessa maneira,
da cápsula protetora. Presente em quase todos os procariotos, é uma camada de peptidoglicanos não há separação espacial entre a transcrição do RNA
que protege e mantém o formato da célula. Nas bactérias que não possuem e a tradução de proteínas, como ocorre nos eucariotos.
cocos
membrana externa (gram-positivas), a parede celular é mais espessa.
Plasmídios
Membrana plasmática São moléculas circulares e menores de DNA, que
Semelhante à dos eucariotos, é uma bicamada podem estar presentes nos procariotos. Os plasmídios
lipídica com proteínas acopladas que regulam a podem ser transferidos de uma célula procariótica para
entrada e a saída de substâncias da célula. outra e estão associados a resistência bacteriana.
bacilos Citoplasma
Nos procariotos, o citoplasma não é
compartimentalizado. Portanto, não há
núcleo nem organelas membranosas.
Citosol
Líquido que preenche o interior da célula.
Ribossomos
Organelas responsáveis pela síntese
proteica.
espirilos e espiroqueta
Fímbrias
São apêndices curtos e numerosos com
função de adesão. São utilizadas pelos
vibriões
procariotos para se ligar uns aos outros
ou a uma superfície.
Formato da célula procariótica Estruturas externas Flagelos
Os procariotos podem ter vários formatos: cocos, Muitos procariotos possuem apêndices São apêndices dotados de
bacilos, espirilos, vibriões e espiroquetas. Algumas que se projetam da membrana mobilidade, mais longos e menos
espécies podem ainda se agregar e formar plasmática ou da parede celular, numerosos que as fímbrias.
colônias. No caso dos cocos, temos as colônias de desempenhando diferentes funções. Quando presentes, os flagelos têm
diplococos (quando formam pares), estreptococos a função de locomoção.
Cap. 14 Pg. 12 e 13 (quando formam fileiras) e estafilococos (quando
formam uma massa irregular).
A CÉLULA PROCARIÓTICA
MODO DE REPRODUÇÃO ASSEXUADA (FISSÃO BINÁRIA OU BIPARTIÇÃO)

Ao se reproduzirem sobre uma superfície sólida, os
procariotos podem ainda secretar um polissacarídeo
que aprisiona as células-filhas umas às outras. É o
chamado biofilme, que protege as células no seu
interior, dificultando a ação de substâncias
bactericidas.
ILUSTRAÇÕES: SIRIO CANÇADO

Fonte de pesquisa: BARBOSA, H. R.; TORRES, B. B. Fonte de pesquisa: SADAVA, D. et al. Vida: a ciência da
Microbiologia básica. São Paulo: Atheneu, 1998. p. 196. Biologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. v. 2, p. 564.
Cap. 14 Pg. 14
Cap. 14 Pg. 15
A CÉLULA PROCARIÓTICA
MODO DE REPRODUÇÃO SEXUADA (RECOMBINAÇÃO GENÉTICA)
TRANSFORMAÇÃO TRANSDUÇÃO CONJUGAÇÃO
quando uma bactéria assimila quando um bacteriófago, vírus

quando uma bactéria duplica seu
que infecta bactérias, transfere
DNA disperso no meio, plasmídio e o transfere para
material genético de uma
incorporando-o ao seu outra por meio de uma ponte
bactéria para outra durante o
material genético; citoplasmática ou pili sexual.
processo de infecção;
GUNILLA ELAM/SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA
DR L. CARO/SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA

Bactérias formando uma ponte
citoplasmática para transferência de Representação de bacteriófago
material genético. Imagem obtida injetando material genético em
por microscópio eletrônico. uma bactéria.
TARUMÃ
Cap. 14 Pg. 22
Cladograma das bactérias

DOMÍNIO BACTÉRIA
Fonte de pesquisa: REECE, J. B.
New York: Pearson, 2011. p. 577.

e outros. Campbell Biology. 10. ed.
KELLY
ROB MARKEN/SHUTTERSTOCK.COM
BAYER/SHUTTERS
TOCK.COM
DR. DAVID PHILLIPS/VISUALS

UNLIMITED, INC./GLOW IMAGES
POWER AND SYRED/SCIENCE

PHOTO LIBRARY/FOTOARENA
DR. ROBERT CALENTINE,
VISUALS UNLIMITED/SCIENCE
POWER AND SYRED/SCIENCE

PHOTO LIBRARY/FOTOARENA STEVE GSCHMEISSNER/SCIENCE
Uma característica desse grupo é a composição de sua parede celular, que é formada pelo peptidoglicano mureína.
DIVERSIDADE E FILOGENIA DOS PROCARIONTES
Importância ecológica muito grande, maior grupo
conhecido, participam da fixação do nitrogênio mas algumas
são patogênicas.
Rickettsia é um gênero de bactérias que são carregadas como parasitas por
vários carrapatos, pulgas e piolhos, e causam doenças tais como tifo epidêmico e
a febre escaronodular ou botonosa em seres humanos. As rickettsias, tais como
os vírus e as clamídias, crescem apenas dentro de células vivas.
Bactérias do tipo cocos, parasitas intracelulares obrigatórios
(Só vivem dentro de outros seres vivos).
Uma doença comum e sexualmente transmissível que pode

não apresentar sintomas.
Todas são do tipo espirilo, se locomovem muito rápido,
algumas de vida livre e outras parasitas.
A bactéria que causa a doença de Lyme é transportada por

carrapatos.
A doença de Lyme causa uma irritação na pele, geralmente
em forma de alvo, e sintomas semelhantes aos da gripe.
Também podem ocorrer dores nas articulações e fraqueza
nos membros.
Todas são autotróficas, possuem clorofila, podem vivem
isoladas ou em colônias (lodo verde). Podem formar
estromatólitos (semelhante ao biofilme).
Contribuem com grande parcela de gás oxigênio da

atmosfera.
Sem membrana externa. Alguma fazem fermentação lática
(iogurtes, queijos.) Podem ser patogênicas.
(Parede Celular.)
(Parede Celular.)
Tipos de Bactérias:
Cap. 14 Pg. 26
DIVERSIDADE E FILOGENIA DOS PROCARIONTES
DOMÍNIO ARCHAEA
As arqueas diferenciam-se das bactérias pela ausência de mureína na parede celular e por muitas de suas espécies serem extremófilas.
Além disso, entre as arqueas não são conhecidas espécies patogênicas.
grupo de arqueas menos conhecido, compreende

Cladograma das arqueas espécies termófilas, ou seja, que vivem em
ambientes com altas temperaturas.
metanogênicas: anaeróbias obrigatórias
UNLIMITED/SCIENCE PHOTO LIBRA

que degradam a matéria orgânica e liberam
RALPH ROBINSON, VISUALS

metano (CH4). Há também arqueas
halófilas, capazes de viver em ambientes
RY/FOT OARENA
com alta salinidade. A maioria das arqueas
desse tipo é aeróbia e fotossintetizante.
Nesse grupo estão espécies termófilas quimiossintetizantes, que

sintetizam suas moléculas orgânicas pela oxidação de compostos
sulfurosos
são as arqueas termófilas também são

IMAGEBROKER RM/
Fonte de pesquisa: REECE, J. B. encontradas em gêiseres ou fendas vulcânicas

GLOW IMAGES
e outros. Campbell Biology. 10. ed. submarinas. São os menores representantes do

New York: Pearson, 2011. p. 577. domínio, aparentemente parasitas ou simbiontes de
crenarqueas
MICHEL SERRE. 1720. ÓLEO SOBRE TELA. MUSÉE ATGER, FRANÇA
INFECÇÕES BACTERIANAS
Scène de la peste
de 1721 à la
Tourette No século XIX, o médico alemão Robert Koch (1843-
(Marseille), de 1910) prova que o antraz era uma doença provocada
Michel Serre (1658-
por um microrganismo, a bactéria Bacillus anthracis.
1733). Essa obra
mostra a
devastação causada No século XX, o médico inglês Alexander Fleming
pela peste bubônica (1881-1955) descobriu uma substância capaz de
na França no início tratar pessoas com infecção bacteriana: a penicilina.
do século XVIII. Ao estudar melhor essa substância Fleming
descobriu um fungo que o identificou como
Penicillium notatum, dando o nome de penicilina à
substância bactericida produzida por ele.
Anos mais tarde, a penicilina passou a ser produzida

em escala industrial e usada como o primeiro
antibiótico no tratamento de infecções bacterianas.
Desde então, outros antibióticos foram desenvolvidos
Esgoto a céu aberto contra os mais variados tipos de bactérias
em São Paulo (SP). patogênicas, atuando fortemente no enfrentamento
A falta de de doenças e aumentando a expectativa de vida da
saneamento básico população.
é uma das principais
causas da
CHICO FERREIRA/PULSAR
disseminação de
certas doenças Cap. 14 Pg. 29
bacterianas.
DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
OTOARA
IENCEPHOTOLIBRARY/F
TEVEGSCHMEISSNER/SC
Hanseníase - Cárie – Cap. 14 Pg. 32
/V ISU AL S UN L IMI TE
D R. D AVID P HI LLIP S
D, INC./GLOW IMAGES
Mycobacterium leprae, Streptococcus
bactéria causadora da mutans, bactéria em diante.
hanseníase. causadora da cárie.
HYGIEYNE & TROP ICAL ME

LIBRARY/FOTOARENA
CNRI/SCIENCE PHOTO
PHOTO LIB R ARY/FOTOARENA

Tétano – Cólera –
DI CINE/SCIENCE PHOTO
ALFRED PA SIE KA/ SCIENCE

Sífilis –
LIBRARY/FOTOARENA
LONDON SCHOOL OF
Clostridium tetani, Vibrio cholerae, Triponema pallidum,
bactéria causadora do bactéria causadora bactéria causadora da
tétano. da cólera sífilis.
EYE OF SCIENCE/SCIENCE PHOTO

Meningite – Tuberculose -
CAVAL LINI J AMES/BSIP/AL

Neisseria Mycobacterium Gonorreia –
PHOTO LIBRARY/FOTO ARENA

LIBRARY/FOTOARENA
AM Y/F OTOARENA
meningitidis, uma das tuberculosis,
GSCHMEISSNER/SCIENCE
Neisseria
bactérias causadoras bactéria causadora gonorrhoeae,
da meningite. da tuberculose. bactéria causadora
da gonorreia.
Disenteria bacteriana
PHOTO LIBRARY / FOTOARENA
OTO LI BR A RY/FOTOAREN
Botulismo –
ENGL AND/ SCI ENCE PH

EYE OF SCIENCE/SCIENCE
- Salmonella sp., uma
SETT, PUBLIC HEALTH

Clostridium botulinum,
das bactérias
bactéria causadora do Infecção urinária -
ALFR ED PA SIEK A /SCIENCE PH

causadoras da
OTO LI B R AR Y/F OTOARENA

botulismo. Escherichia coli,
disenteria.
bactéria do intestino
Pneumonia Leptospirose - humano que pode
DR GARY GAUGL ER /SCIENCE P
causar infecções
HOTO LIBR ARY/ FOTOA RENA
bacteriana - Leptospira
CNRI/SCIENCE PHOTO
LIBRARY/FOTOARENA
Streptococcus interrogans, urinárias.
pneumoniae, uma das bactéria causadora
bactérias causadoras da leptospirose em
da pneumonia. humanos.
2 Reprodução: 3
SÍNTESE 1 fissão binária
Recombinação genética:
Domínio Bacteria:
• parede celular apresenta o
transformação, peptidoglicano mureína
Célula procariótica transdução, conjugação • Bactérias gram-positivas: não
• Simples Endósporo: possuem membrana externa à
• Não apresenta o Estrutura de resistência parede celular.
material genético • Bactérias gram-negativas:
organizado em um possuem membrana externa à
núcleo nem organelas parede celular
membranosas.
BACTÉRIAS • Cianobactérias: bactérias
fotossintetizantes
E ARQUEAS
Domínio Archaea:
Muitas espécies extremófilas
PROCARIOTOS AUTÓTROFOS
• Fotossintetizantes (energia luminosa)
• Cianobactérias (liberam H2O) INFECÇÕES BACTERIANAS
sulfobactérias (liberam H2S) tétano, botulismo, meningite, cárie, cólera,
• Químiossintetizantes (energia de pneumonia, disenteria, tuberculose,
reações exotérmicas) leptospirose, infecção urinária, sífilis,
gonorreia, febre maculosa, peste bubônica
PROCARIOTOS PREVENÇÃO DEPENDE DA DOENÇA:
HETERÓTROFOS saneamento básico, vacinação, uso de
• decompositores preservativos, higiene, combate a vetores.
(alimentam-se de Tratamento com antibiótico – risco de
tecidos mortos) seleção de bactérias resistentes
• parasitas (alimentam-
se de tecidos vivos)

Bacterias e Arqueas

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MODO DE REPRODUÇÃO SEXUADA (RECOMBINAÇÃO GENÉTICA)

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quando uma bactéria assimila quando um bacteriófago, vírus

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Cladograma das bactérias

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New York: Pearson, 2011. p. 577.

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Uma doença comum e sexualmente transmissível que pode

A bactéria que causa a doença de Lyme é transportada por

Contribuem com grande parcela de gás oxigênio da

grupo de arqueas menos conhecido, compreende

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Nesse grupo estão espécies termófilas quimiossintetizantes, que

são as arqueas termófilas também são

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Anos mais tarde, a penicilina passou a ser produzida

HYGIEYNE & TROP ICAL ME

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ALFRED PA SIE KA/ SCIENCE

EYE OF SCIENCE/SCIENCE PHOTO

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- Salmonella sp., uma

SETT, PUBLIC HEALTH

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