2022-05-26 Dbo Eng Amb - Pga

Você também pode gostar

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 81

SPE 17 CINQDI EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL – PGA


PARQVILLE FIGUEIRA

FAZENDA SANTO ANTÔNIO


APARECIDA DE GOIÂNIA

MAIO/2022
ÍNDICE
1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 5
2. IDENTIFICAÇÃO .................................................................................................... 6
2.1. EMPREENDEDOR ..................................................................................................... 6
2.2. ÓRGÃO AMBIENTAL LICENCIADOR ...................................................................... 7
2.3. EMPRESA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PGA .................................. 7
2.3.1. Equipe Técnica.............................................................................................. 7
3. MEMORIAL DE CARACTERIZAÇÃO DO LOTEAMENTO.................................... 8
3.1. LOCALIZAÇÃO E ACESSO ...................................................................................... 8
3.2. ÁREAS DO LOTEAMENTO....................................................................................... 9
3.2.1. Área vendável ............................................................................................... 9
3.2.1.1. LOTES RESIDENCIAIS...................................................................... 9
3.2.1.2. LOTES COMERCIAIS ........................................................................ 9
3.2.1.3. LOTE DE SERVIÇO / LAZER ............................................................. 9
3.2.2. Áreas Públicas Municipais ......................................................................... 10
3.2.2.1. ÁREAS LIVRES (ÁREA VERDE E PRAÇAS) ................................... 10
3.2.2.2. ÁREA INSTITUCIONAL.................................................................... 10
3.2.3. Vias e Canalização de Tráfego - Sistema Viário ....................................... 11
3.2.4. Layout do Loteamento fechado ................................................................. 11
3.3. MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ....................................................... 11
3.4. MÃO DE OBRA ....................................................................................................... 12
3.5. PERÍODO DE FUNCIONAMENTO .......................................................................... 12
4. ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO .............................................................................. 13
4.1. CANTEIRO DE OBRAS ........................................................................................... 13
4.1.1. Remoção da vegetação e preparação do terreno ..................................... 13
4.1.2. Abertura de vias com posterior pavimentação ......................................... 13
4.1.3. Implantação da Rede de distribuição de energia elétrica ........................ 13
4.1.4. Implantação do Sistema de Abastecimento de Água ............................... 14
4.1.5. Implantação da Rede de Drenagem Pluvial .............................................. 14
4.1.6. Implantação do Sistema de Coleta do Esgotamento Sanitário ............... 14
4.1.7. Demais Obras e Serviços ........................................................................... 14
4.2. PREVISÃO DA DESATIVAÇÃO DO LOTEAMENTO FECHADO............................ 14
5. ASPECTOS LEGAIS ............................................................................................ 15
5.1. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL ..................................................................................... 16
5.2. NORMAS APLICÁVEIS ........................................................................................... 16
6. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO LOTEAMENTO ....................................................... 18
7. RELAÇÃO COM OS ATRIBUTOS DO ENTORNO .............................................. 19
7.1. COBERTURA VEGETAL ......................................................................................... 19
7.2. RECURSOS HÍDRICOS ........................................................................................... 19
7.3. USO DO SOLO ........................................................................................................ 20
8. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ............................................................................... 22
8.1. MEIO FÍSICO ........................................................................................................... 22
8.1.1. Condições meteorológicas ........................................................................ 22
8.1.2. Umidade relativa do ar, evaporação total e insolação ............................. 22
8.1.3. Precipitação ................................................................................................ 23
8.1.4. Ventos.......................................................................................................... 24
8.1.5. Geomorfologia ............................................................................................ 26
8.1.6. Geologia ...................................................................................................... 26
8.1.7. Pedologia..................................................................................................... 28
8.1.8. Hidrogeologia .............................................................................................. 28
8.1.9. Recursos Hídricos Superficiais ................................................................. 29
8.2. MEIO BIÓTICO ........................................................................................................ 30
8.3. MEIO SOCIOECONOMICO ..................................................................................... 35
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
2
8.3.1. Dinâmica Demográfica ............................................................................... 36
8.3.2. Economia..................................................................................................... 36
8.3.3. Indicadores Sociais .................................................................................... 37
8.3.4. Estrutura Fundiária ..................................................................................... 38
9. PROGNÓSTICO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ............................................... 40
10. IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS ................................... 41
10.1. MEIO FÍSICO ........................................................................................................ 41
10.1.1. Qualidade do Ar ........................................................................................ 41
10.1.2. Ruídos e Vibrações................................................................................... 42
10.1.3. Recursos Hídricos e Efluentes ................................................................ 43
10.1.4. Solos .......................................................................................................... 45
10.1.5. Resíduos Sólidos ...................................................................................... 49
10.2. MEIO BIÓTICO ..................................................................................................... 52
10.2.1. Impactos Sobre a Flora ............................................................................ 52
10.2.2. Impactos Sobre a Fauna .......................................................................... 54
10.3. MEIO ANTRÓPICO ............................................................................................... 56
11. PROGRAMAS AMBIENTAIS ............................................................................. 58
11.1. PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA ................................................... 58
11.1.1. Introdução/Justificativa ............................................................................ 58
11.1.2. Objetivo ..................................................................................................... 58
11.1.3. Ações previstas e metodologia ............................................................... 58
11.1.4. Cronograma .............................................................................................. 59
11.1.5. Responsável pelo Programa .................................................................... 59
11.1.6. Equipe Técnica ......................................................................................... 59
11.2. PLANO DE RECOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA – PRF ............................................ 60
11.2.1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ............................................................. 60
11.2.2. RECOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA AGROFLORESTAL-APP01 ................... 64
11.2.2.1. ÁREA 1 - PLANTIO DAS “MANDALAS AGROFLORESTAIS”....... 64
11.2.2.2. ÁREA 2 - PLANTIO DAS “LINHAS AGROFLORESTAIS” ............. 65
11.2.3. Recomposição Florística às Margens do Córrego Almeida-APP2 ........ 66
11.2.3.1. LIMPEZA DA ÁREA ...................................................................... 67
11.2.3.2. COROAMENTO E ABERTURA DAS COVAS ............................... 67
11.2.3.3. ADUBAÇÃO E CORREÇÃO DO SOLO ........................................ 69
11.2.3.4. CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS .............................. 69
11.2.3.5. AQUISIÇÃO DAS MUDAS ............................................................ 70
11.2.3.6. INSERÇÃO DAS MUDAS ............................................................. 70
11.2.3.7. ESPÉCIES INDICADAS PARA O PLANTIO ................................. 71
11.2.3.8. DISTRIBUIÇÃO DAS MUDAS (ESPAÇAMENTO E
ALINHAMENTO) ........................................................................... 73
11.2.3.9. INSTALAÇÃO DE TUTORES........................................................ 73
11.2.3.10.IRRIGAÇÃO .................................................................................. 74
11.2.3.11.REPLANTIO .................................................................................. 74
11.2.4. Responsável pelo Programa .................................................................... 74
11.2.5. Equipe Técnica ......................................................................................... 74
11.2.6. Cronograma .............................................................................................. 74
12. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 75
13. ANEXOS ............................................................................................................. 76
FIGURAS
Figura 01: Localização do loteamento fechado ............................................................................................... 8
Figura 02: Área de influência do loteamento fechado................................................................................... 18
Figura 03: Vista da área com a presença dominante de pastagens ............................................................ 19
Figura 04: Córrego do Almeida e bueiro instalado na área .......................................................................... 20
Figura 05: Córrego do Almeida e bueiro instalado na área .......................................................................... 20
Figura 06: Casa gerente da área ..................................................................................................................... 21
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
3
Figura 07: Residências no entorno da área ................................................................................................... 21
Figura 08: Direção e Velocidade dos ventos.................................................................................................. 25
Figura 09: Afloramento da canga laterítica. ................................................................................................... 27
Figura 10: Córrego do Almeida que corta a área do loteamento ................................................................. 30
Figura 11: Aspecto da área de pastagem ....................................................................................................... 31
Figura 12: Aspecto da área de pastagem ....................................................................................................... 31
Figura 13: Mapa de uso do solo e cobertura .................................................................................................. 33
Figura 14: Aspecto da vegetação às margens do Córrego Almeida ............................................................ 34
Figura 15: Área úmida ...................................................................................................................................... 35
Figura 16: Mapa do histórico do parcelamento e situação fundiária. .......................................................... 39
Figura 17: Exemplo de aspersão de águas através de caminhão pipa ....................................................... 42
Figura 18: Exemplo de colaboradores com EPIs ........................................................................................... 43
Figura 19: Exemplo de disciplinamento das águas pluviais ........................................................................ 44
Figura 20: Exemplo de sistema de tratamento dos efluentes domésticos.................................................. 44
Figura 21: Exemplo de área revegetada ......................................................................................................... 46
Figura 22: Exemplo de plantio de gramíneas nos taludes ............................................................................ 47
Figura 23: Reconformação de áreas afetadas por remoção de solos. ........................................................ 48
Figura 24: Exemplo de bacia de contenção no tanque de combustível ...................................................... 48
Figura 25: Exemplo de baias de resíduos sólidos......................................................................................... 50
Figura 26: Exemplo de coletores da coleta seletiva ...................................................................................... 50
Figura 27: Exemplo de caçambas para resíduos da construção civil ......................................................... 50
Figura 28: Exemplo das características a serem alcançadas nas áreas do plantio. .................................. 53
Figura 29: Exemplo das características a serem alcançadas nas áreas do plantio. .................................. 53
Figura 30: Exemplo de Afugentamento da fauna .......................................................................................... 55
Figura 31: Vista aera da APP 01 - Nascente ................................................................................................... 61
Figura 32: Vista aérea da APP 02 – Córrego Almeida ................................................................................... 61
Figura 33: Áreas APP 01 e APP 02 .................................................................................................................. 62
Figura 34: Áreas objeto de recomposição florística e instalação de agrofloresta ..................................... 63
Figura 35: Desenho esquemático de plantio das áreas de restauração ...................................................... 64
Figura 36: Desenho de plantio das áreas das mandalas agroflorestais ...................................................... 65
Figura 37: Desenho de plantio da área das linhas agroflorestais ................................................................ 66
Figura 38: Modelo de coroamento .................................................................................................................. 68
Figura 39: Modelo de coveamento .................................................................................................................. 68
Figura 40: Desenho do esquema de plantio (margens do córrego Almeida) .............................................. 73
QUADROS
Quadro 01: Temperaturas médias das máximas e mínimas em Goiânia ...................................................... 22
Quadro 02: Evaporação total, insolação, nebulosidade e umidade relativa do ar em Goiânia ................... 23
Quadro 03: Pluviometria Média Mensal. ........................................................................................................... 24
Quadro 04: Pressão atmosférica e ventos em Goiânia ................................................................................... 24
Quadro 05: Compartimentação morfológica.................................................................................................... 26
Quadro 06: Espécies arbóreas presentes na área de pastagem. ................................................................... 31
Quadro 07: Espécies encontradas próximas à antiga sede do imóvel.......................................................... 32
Quadro 08: Coordenadas dos pontos de surgência ....................................................................................... 34
Quadro 09: Espécies encontradas na Mata de Galeria da Nascente ............................................................. 34
Quadro 10: Decibéis estimado para equipamentos comumente utilizados em obras de engenharia civil.42
Quadro 11: Ciclo de vida dos Resíduos Sólidos da Construção ................................................................... 51
Quadro 12: Coordenadas dos pontos de surgência ....................................................................................... 60
Quadro 13: Espécies indicadas para o plantio. ............................................................................................... 71

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
4
1. APRESENTAÇÃO

A SPE 17 CINQDI EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA., visando a obtenção do


licenciamento ambiental para o loteamento fechado Parqville Figueira a ser implantado em
parte da Fazenda Santo Antônio, no município de Aparecida de Goiânia apresenta o Plano
de Gestão Ambiental – PGA.

Para realização dos estudos pertinentes o empreendedor contratou a empresa DBO


ENGENHARIA LTDA. Todo o trabalho foi elaborado tendo em vista o atendimento aos
preceitos técnicos e legais vigentes no município de Aparecida de Goiânia, no Estado de
Goiás.

O documento contempla os principais atributos ambientais do local e do entorno e está


dividido em: caracterização do projeto, diagnóstico do meio físico, diagnóstico do meio
biótico, diagnóstico socioeconômico, identificação dos impactos ambientais e suas
respectivas medidas mitigadoras.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
5
2. IDENTIFICAÇÃO

2.1. EMPREENDEDOR

SPE 17 CINQDI EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA..

CNPJ: 26.322.133/0001-78

Endereço comercial: Alameda das Rodas, 1.505, setor Oeste - Goiânia

Responsável: Paulo Henrique Rodrigues Ribeiro

Loteamento fechado: Parqville Figueira

Endereço da obra: GLEBA I - RECANTO SERESTA - MAT 252.506, GLEBA II - SÍTIO STA
TERESINHA - MAT 252.507, GLEBA III - FAZ SANTO ANTÔNIO - MAT 252.508, QUADRA
07 - LOTES 02 A 16 (LT. 02 - 14.710, LT. 03 - 14.712, LT. 04 - 14.714, LT. 05 - 14.709, LT.
06 - 14.711, LT. 07 - 14.713, LT. 08 - 14.715, LT. 09 - 14.888, LT. 10 - 14.889, LT. 11 -
14.891, LT. 12 - 14.893, LT. 13 - 14.895, LT. 14 - 14.890, LT. 15 - 14.892, LT. 16 - 14.894),
QUADRA 08 - LOTES 01 A 18 (LTS. 01 a 18 - 85.317 a 85.334), QUADRA 11 - LOTES 01 A
22 (LT. 01 a 07 - 252.327 a 252.333, LT. 08 - 103.158, LT. 09 a 12 - 252.334 a 252.337, LT.
13 - 252.345, LT. 14 - 252.338, LT. 15 - 78.916, LT. 16 a 20 - 252.339 a 252.343, LT. 21 -
252510, LT. 22 - 252.344), QUADRA 14 - LOTES 01 A 18 (252.346 a 252.363), QUADRA 15
- LOTES 01 A 16 (252.364 a 252.379), QUADRA 16 - LOTES 01 A 14 (LT. 01, 05, 06, 14 -
177.547 a 177.550, LT. 02 a 04 - 252.380 a 252.382, LT. 07 a 13 - 252.383 a 252.389),
QUADRA 17 - LOTES 01 A 16 (01 a 04 - 271.922 a 271.925, LT. 05 - 184.967, LT. 06 -
271.926, LT. 07 - 177.551, LT. 08 - 177.552, LT. 09 - 271.927, LT. 10 - 271.928, LT. 11 -
177.553, LT. 12 - 271.929, LT. 13 - 271.930, LT. 14 - 177.554, LT. 15 - 271.931, LT. 16 -
271.932), QUADRA 18 - LOTES 01 A 03, LOTE 05, LOTE 06 / LOTES 22 A 27 (LT. 01 a 03
- 252.402 a 252.404, LT. 05 - 27.753, LT. 06 - 26.276, LT. 22 a 23 - 177.557 a 177.558, LT.
24 a 27 - 252.412 a 252.415), QUADRA 23 - LOTES 01 A 16 (252.416 a 252.431), QUADRA
24 - LOTES 01 A 14 (LT. 01 a 08 - 252.390 a 252.397, LT. 09 a 10- 177.559 a 177.560, LT.
11 a 14 - 252.398 a 252.401), QUADRA 25 - LOTES 01 A 16 (LT. 01 - 252.437, LT. 02 -
177.561, LT. 03 - 252.438, LT. 04 a 05 -177.562 a 177.563, LT. 06 a 16 - 252.439 a
252.449), QUADRA 26 – LOTES 01 A 09 e 11 A 12 (LT. 01 - 252.432, LT. 02, 03, 05 a 07 -
177.564 a 177.568, LT. 04 - 252.433, LT. 08 - 252.434, LT. 09 - 121.022, LT. 11 - 252.435,
LT. 12 - 252.436), QUADRA 29 - LOTES 01 A 16 (252.450 a 252.465), QUADRA 30 -
LOTES 01 A 16 (252.466 a 252.481), QUADRA 31 - LOTES 01 A 24 (252.482 a 252.505).

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
6
2.2. ÓRGÃO AMBIENTAL LICENCIADOR

Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMMA

Endereço: Cidade Administrativa Maguito Vilela, 3º Andar, Rua Gervásio Pinheiro, APM,
Res. Solar Central Park, Aparecida de Goiânia – GO

Telefone/Fax: (62) 3238-7221 / 3238-7222

2.3. EMPRESA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PGA

DBO ENGENHARIA LTDA

CNPJ Nº 00.273.888/0001-36

Rua 25, nº 190, Bairro Jardim Goiás - Goiânia – Goiás, CEP.: 74.805-280

Telefone / FAX: (62)3281-6655

E-MAIL: nelson@dboengenharia.com.br

2.3.1. Equipe Técnica


Profissional Formação Conselho CREA
Ataualpa Nasciutti Veloso Engenheiro Civil 2933 D/GO
Lucélia Feliciano Bonatelli Tecgª Saneamento Ambiental 19.554 D/GO
Eloah Lellis Vieira Engenheira Florestal 1014506972 D/GO
Itamar Luiz Meireles Sachetto Geólogo 2304/D-GO
Ricardo A. Prudente Pires Biólogo CRBio 62520/4D

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
7
3. MEMORIAL DE CARACTERIZAÇÃO DO LOTEAMENTO

3.1. LOCALIZAÇÃO E ACESSO

O Parcelamento que dará origem ao loteamento fechado Parqville Figueira, está localizada
no Jardim Transbrasiliano, município de Aparecida de Goiânia, Goiás. O acesso atual dá-se
a partir da Vila Brasília, seguindo pela Avenida São Paulo em direção a BR-153,
percorrendo 2,5 Km, entrando à esquerda e percorrendo 150m. (Figura 01 –Localização
loteamento fechado Parqville Figueira).

Figura 01: Localização do loteamento fechado


PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
8
3.2. ÁREAS DO LOTEAMENTO

O Loteamento fechado Parqville Figueira está caracterizado como obra de engenharia


civil/urbanização, este projeto prevê a implantação de 295 lotes urbanos para habitação
unifamiliar, e 28 lotes comerciais.

Para a implantação do loteamento fechado será necessário realizar a demarcação de


quadras, lotes e ruas, abertura de vias públicas com posterior pavimentação, implantação da
rede de distribuição de energia elétrica e distribuição de água, rede de drenagem pluvial,
rede coletora de esgotos e serviços.

O total de área parcelável é de 305.064,25m² de um total de 375.543,94m² que corresponde


à área da gleba, sendo que deste total 70.479,69m² de Área de Preservação Permanente.

3.2.1. Área vendável

3.2.1.1. LOTES RESIDENCIAIS

Caracterizadas por um total de 295 lotes urbanos para habitação unifamiliar que possuem
área igual ou superior a 360,00m², somando um total de 124.669,84m² que representa
40,867% da área parcelável do loteamento fechado. Os lotes de esquina são maiores para
melhor aproveitamento da ocupação da edificação, em função de possuírem duas frentes
para vias públicas e, consequentemente, maiores afastamentos.

As diretrizes urbanísticas e ocupação do solo dos lotes para as construções das residências
serão definidas conforme exigências da Legislação Municipal de Aparecida de Goiânia - GO.

3.2.1.2. LOTES COMERCIAIS

O loteamento fechado contará com 28 lotes comerciais, com um total de 39.230,02 m² que
representa 12,860% da área parcelável do loteamento fechado.

3.2.1.3. LOTE DE SERVIÇO / LAZER

Foram destinados 03 lotes para implantação de serviços e portaria com área de 4.407,51 m²
que representa 1,445% da área parcelável.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
9
3.2.2. Áreas Públicas Municipais

São as áreas destinadas a Áreas Verdes, Praças e institucionais, que somadas possuem
43.313,40m², representando 14,198% da área parcelável.

3.2.2.1. ÁREAS LIVRES (ÁREA VERDE E PRAÇAS)

São as áreas destinadas às Áreas Verdes e Praças do Loteamento fechado e Áreas Verdes
externas, que somadas possuem 42.694,48m², representando 13,995% da área parcelável.

As Áreas Verdes serão implantadas com a finalidade de:

 Promover plantios adensados com espécies arbóreas diversificadas (recomposição


florística) e plantios esparsos, combinando porte, período de floração e distribuição
na área (recomposição paisagística), melhorando a qualidade de vida dos
moradores;

 Promover as interações das Áreas Verdes com os moradores, criando ambiência


urbana por meio de locais que permitam maior permanência de tempo e
diversificação de atividades para o lazer contemplativo e ativo;

 Sensibilizar os moradores para a necessidade de um desenvolvimento do


Loteamento fechado Parqville Figueira que respeite a qualidade de vida e do meio
ambiente, preservando a integridade, a estabilidade e a beleza dos elementos
existentes neste contexto, que inclui o solo, a água, a fauna, a flora, o ar, as pessoas
e os elementos arquitetônicos;

 Promover a manutenção necessária ao desenvolvimento das espécies botânicas


plantadas no processo de recomposição florística-paisagística;

 Possibilitar a proteção da biodiversidade, com o desenvolvimento de espécies


botânicas espontâneas e o refúgio para a fauna silvestre.

3.2.2.2. ÁREA INSTITUCIONAL

Áreas Institucionais são as áreas destinadas para futuras implantações de equipamentos


públicos que possa atender a população na região tais como; creches, escolas, hospitais,
entre outros. As áreas institucionais somadas possuem 618,92m², representando 0,203% da
área parcelável.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
10
3.2.3. Vias e Canalização de Tráfego - Sistema Viário

O Sistema Viário caracteriza-se por uma malha de curvas sinuosas e suaves que
proporcionará um bom visual em perspectiva das futuras residências. A concepção do
loteamento fechado considerou as curvas de nível para facilitar o escoamento das águas
pluviais e, consequentemente, baratear a implantação de toda a infraestrutura.

A área das vias e canalização de tráfego (sistema viário) somando um total de 93.443,48 m²
que representa 30,631% da área parcelável do loteamento fechado.

3.2.4. Layout do Loteamento fechado

O layout do loteamento fechado encontra-se na Planta Urbanística – ANEXO 01.

3.3. MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

Os maquinários, equipamentos e mão de obra, necessários para implantação do loteamento


fechado e sua infraestrutura, normalmente são:

 Pá carregadeira;

 Retro Escavadeira;

 Escavadeira Hidráulica;

 Motoniveladora com escarificador;

 Distribuidor de Agregado;

 Trator de pneu com grade;

 Caminhão pipa;

 Vassoura mecânica para varrição da superfície superior da base;

 Veículo de distribuição de água, equipado com dispositivo de controle de vazão;

 Caminhões basculantes;

 Compactadores de roda lisa de 5 a 8 toneladas;

 Compactadores autopropelidos com pressão variável nos pneus.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
11
3.4. MÃO DE OBRA

O prazo de execução previsto é de 36 meses. A mão de obra máxima simultânea prevista


para o loteamento fechado é de 150 operários, sendo 100 diretos e outros 50 indiretos.

O regime de mão de obra para execução dos serviços é o da CLT – Consolidações das Leis
Trabalhistas, sendo que, para execução de alguns serviços será utilizado mão de obra de
empresas terceirizadas.

A empresa contratante zelará pela segurança e qualidade de vida de todos os trabalhadores


da obra, bem como fiscalizará as empresas contratadas em relação aos direitos sociais de
cada trabalhador, do cumprimento das exigências legais das normas de segurança e
medicina e meio ambiente do trabalho, da legislação trabalhista Brasileira bem como dos
tributos e encargos sociais devidos aos tesouros: Municipal, Estadual e Federal.

As normas de segurança do trabalhador acompanham o Programa de Gerenciamento de


Riscos – PGR.

3.5. PERÍODO DE FUNCIONAMENTO

O período de atividade no canteiro de obras será das 07:00 às 12:00 e das 13:00 às 17:00
horas (segunda a quinta-feira), na sexta feira os colaboradores irão trabalhar até as 16:00
horas.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
12
4. ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO

4.1. CANTEIRO DE OBRAS

O canteiro de obras servirá de base e apoio logístico durante a implantação da infraestrutura


do parcelamento. Nele serão desenvolvidos todas as atividades e serviços.

Essa estrutura é basicamente composta por sala de engenharia, sala de almoxarife, sala de
reunião, refeitório, banheiro e vestiário, estoque de materiais, galpão de máquinas e outras
estruturas de apoio.

4.1.1. Remoção da vegetação e preparação do terreno

A remoção de indivíduos arbóreos será principalmente de árvores isoladas, no


empreendimento há uma floresta plantada composta por Ficus sp, Sansão do campo, Sete
copas, Sibipiruna, Mangueira, Jaca, Palmeira imperial e Angico (Anadenanthera sp.) que
também será suprimido.

4.1.2. Abertura de vias com posterior pavimentação

Após a demarcação das áreas que compõem o projeto de implantação do loteamento, a


pavimentação será com revestimento concreto betuminoso usinado a quente -CBUQ e/ou
intertravado.

4.1.3. Implantação da Rede de distribuição de energia elétrica

A rede de distribuição de energia elétrica domiciliar e pública deverá seguir os parâmetros


exigidos pela concessionária de energia do Estado, ENEL. Todos os materiais atenderão as
normas regionais e da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

De acordo com o Parecer do Processo Nº1025825845 - ANEXO 02, a ENEL informa a


viabilidade técnica para o fornecimento de energia elétrica para atender o loteamento.

A rede de energização será desenvolvida e instalada pelo empreendedor visando atender à


futura demanda que será criada e esta será doada para a concessionária de energia –
CELG, que explorará e manterá o sistema.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
13
4.1.4. Implantação do Sistema de Abastecimento de Água

De acordo com o Atestado de Viabilidade Técnica e Operacional – AVTO da Saneago,


ANEXO 03, referente ao processo Nº 1428/2020, há a viabilidade para abastecimento do
loteamento fechado , atráves do Sistema de Abastecimento de Água da Saneago.

Ficará a cargo do empreendedor o projeto (conforme diretrizes da SANEAGO) e a


construção de estruturas de interligação da rede de abastecimento interna à rede de
abastecimento pública.

4.1.5. Implantação da Rede de Drenagem Pluvial

A área será atendida por rede de drenagem pluvial, contendo drenagem superficial (meios-
fios, sarjetas, calhas e poços de visita - PV). Todos os materiais empregados na execução
das obras de drenagem atenderão as normas regionais.

4.1.6. Implantação do Sistema de Coleta do Esgotamento Sanitário

O empreendedor se responsabilizará pela projeção e implantação da rede coletora de


esgoto sanitário, pois de acordo com o Atestado de Viabilidade Técnica e Operacional –
AVTO da Saneago, ANEXO 03, referente ao processo Nº 1428/2020, há a viabilidade para
interligação no Sistema Público de Esgotamento Sanitário.

Para o canteiro de obras, será instalado tanque séptico e sumidouro de acordo com a
legislação ambiental pertinente. Que será desativada com a retirada do canteiro de obras.

4.1.7. Demais Obras e Serviços

Deverá ser executado o fechamento do perímetro com estrutura mista, trechos de muro,
trechos em gradil metálico, murro com gradil com a implantação de cerca elétrica no
perímetro. Será executada uma portaria no acesso do loteamento fechado.

4.2. PREVISÃO DA DESATIVAÇÃO DO LOTEAMENTO FECHADO

Por se tratar de um loteamento fechado com fins habitacionais, não há previsão para
desativação, apenas a desativação do canteiro de obras.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
14
5. ASPECTOS LEGAIS

A instituição da Política Nacional de Meio Ambiente na década de 1980, consolidada pela


Constituição Federal de 1988, impulsionou a regulamentação das atividades humanas
utilizadoras de recursos ambientais de forma a garantir o uso sustentável dos recursos
naturais e promover a preservação do meio ambiente.

A Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98), regulamentada pelo Decreto nº. 6.514 de julho
de 2008, que dispõe sobre a especificação das infrações e as sanções administrativas
aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, marca o ordenamento jurídico
do Brasil com a responsabilidade penal da pessoa jurídica.

No Artigo 14 da Lei 6938/81 regulamentada pelo Decreto nº. 99.274/90 define-se a


responsabilidade civil objetiva em que o poluidor é obrigado, independentemente da
existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a
terceiros afetados por sua atividade. Também estabelece os instrumentos necessários
para adequar o desenvolvimento econômico à sustentabilidade social, econômica e
ambiental, entre os quais se destacam o licenciamento e avaliação de impacto ambiental,
a ser promovida pelos órgãos componentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente,
SISNAMA.

A lei acima citada (Lei nº. Lei 6938/81) dispõe também sobre a obrigação de toda e qualquer
atividade tida como potencial ou efetivamente poluidora, ou capaz de causar degradação
ambiental, a obter o prévio licenciamento do órgão ambiental de controle e fiscalização,
componente do SISNAMA, e institui o CONAMA, órgão consultivo e deliberativo, apto a
formular as regras técnicas aplicáveis ao prévio licenciamento.

A Resolução CONAMA 237/97 dispõe sobre o licenciamento ambiental, definindo-o como


procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização,
instalação, ampliação e operação de loteamento fechado s e atividades utilizadoras de
recursos naturais consideradas passíveis de causar significativa degradação ambiental,
considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis em
cada caso.

Segundo a mesma Resolução, impõe-se que o órgão ambiental competente, apesar de seu
poder de estipular prazos distintos para análise do requerimento (prazos de análise) de cada
licença (prévia, de instalação e de operação), o dever de respeitar o prazo máximo de 12
meses para a licença prévia. Em âmbito estadual o Decreto Estadual nº 1745, de

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
15
06/12/1979, aprova o Regulamento da Lei n° 8.544, de 17/10/1978, que dispõe sobre a
Prevenção e Controle da Poluição do Meio Ambiente no Estado de Goiás.

5.1. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

O município de Aparecida de Goiânia possui as seguintes leis como instrumentos de


Planejamento Urbano Municipal:

 Lei Complementar n° 004, de 30 de janeiro de 2002 – “Dispõe sobre o planejamento


municipal Sustentável, sobre o Plano Diretor do Município de Aparecida de Goiânia, e
dá outras providências”;

 Lei Municipal n° 2.245, de 30 de janeiro de 2002 – “Dispõe sobre as diretrizes


estratégicas do Plano Diretor para o planejamento do Município de Aparecida de
Goiânia”;

 Lei Municipal n° 2.248, de 30 de janeiro de 2002 – “Dispõe sobre a criação do Fundo


municipal de Desenvolvimento Ambiental Sustentável (FUMDAS) e dá outras
providências”;

 Lei Municipal n° 2.250, de 30 de janeiro de 2002 – “Dispõe sobre o parcelamento do


solo na área urbana e rural do Município de Aparecida de Goiânia e estabelece outras
providências urbanísticas”;

 Lei Complementar n° 005, de 30 de janeiro de 2002 – “Dispõe sobre o zoneamento, uso


e ocupação do solo, na área urbana e rural do Município de Aparecida de Goiânia e
estabelece outras providências”;

 Lei Municipal no. 2.707 de 18 de dezembro de 2007 – Instituem as Áreas Especiais de


Interesse Social (AEIS); estabelece normas para regularização fundiária; cria o Plano
Habitacional de Interesse Social.

5.2. NORMAS APLICÁVEIS

A maioria dos empreendimentos da construção civil é geradora de impacto ambiental, visto


que alteram as propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, além de
poderem afetar a saúde, a segurança, o bem-estar da população, as atividades sociais e
econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias e a qualidade dos recursos
ambientais.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
16
Recomenda-se que sejam observados os requisitos da Resolução n°307 do CONAMA que
dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos da construção civil, e das NBRs 15112/2004 -
Resíduos da Construção civil e resíduos volumosos; 15113/2004 - Especifica as diretrizes
para projeto, implantação e operação de aterros de resíduos da construção civil Classe A
(os reutilizáveis ou recicláveis) e inertes (rochas britadas, alvenaria, vidros, entre outros).

Ainda para o tipo de loteamento fechado em questão, devem ser obedecidas as normas
regulamentadoras do Ministério do Trabalho: NR 01 - Disposições Gerais E Gerenciamento
De Riscos Ocupacionais – Esta, instituiu o Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR.
NR 9 - Avaliação E Controle Das Exposições Ocupacionais A Agentes Físicos, Químicos E
Biológicos. NR – 18 Segurança E Saúde No Trabalho Na Indústria Da Construção e as
normas do Ministério do Trabalho regulamentadas pela Portaria n.º 3214 / 78.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
17
6. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO LOTEAMENTO

Deve-se ponderar que o loteamento fechado Parqville Figueira está localizado em área de
fácil acesso. A área e seu entorno imediato encontram-se em área urbana, totalmente
antropizadas, considerando que a implantação do loteamento fechado não contraria os
aspectos legais pertinentes.

A somatória das áreas de influência dos três meios envolvidos, físico, biótico e
antropogênico, implicam em uma área de estudo, ou seja, uma área onde os efeitos do
loteamento fechado afetam de maneira mais intensa tais meios.

A área de influência do loteamento fechado, faz parte da Fazenda Santo Antônio no


município de Aparecida de Goiânia.

Figura 02: Área de influência do loteamento fechado

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
18
7. RELAÇÃO COM OS ATRIBUTOS DO ENTORNO

7.1. COBERTURA VEGETAL

Na área em questão evidencia-se uma forte pressão antrópica nos fragmentos florísticos,
pois os mesmos estão descaracterizados floristicamente, com efeito de borda (presença de
lianas e cipós nas bordas), presença de resíduos sólidos proveniente de ações antrópicas, o
que o torna muito frágil do ponto de visto ecológico.

As interversões ocorridas serão através da retirada da vegetação, que é caracterizada pela


presença dominante de pastagens, formadas por capim Brachyaria decumbens com
reduzido pastoreio, ou seja, o capim domina as áreas e um pequeno fragmento de
Cerradão. Toda a supressão vegetal deverá ser licenciada, no qual deverão ocorrer em
conformidade as leis ambientais (Código Florestal Federal e Estadual) assim como as
diretrizes da licença de supressão da vegetação.

Figura 03: Vista da área com a presença dominante de pastagens

7.2. RECURSOS HÍDRICOS

A implantação do Loteamento fechado pode provocar algumas interferências sobre a


qualidade ambiental dos recursos hídricos. A impermeabilização de áreas de recarga do
aquífero subterrâneo, através de pavimentação asfáltica e edificações em geral, causarão
um impacto sobre o mesmo, uma vez que terá sua área de recarga diminuída.

Outros impactos decorrentes da impermeabilização do solo com edificações, pavimentação,


etc., estão relacionados com o aumento do fluxo das águas pluviais. Estas serão
encaminhadas ao sistema de drenagem pluvial, aumentando significativamente sua vazão,
principalmente na época das chuvas, modificando repentinamente as condições dinâmicas
do sistema hidrográfico local, com assoreamentos e enchentes à jusante do sistema.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
19
Figura 04: Córrego do Almeida e bueiro instalado na área

Figura 05: Córrego do Almeida e bueiro instalado na área

7.3. USO DO SOLO

As obras físicas de implantação do loteamento fechado, como a criação de acessos,


galerias de águas pluviais, terraplanagem, arruamento, redes de água e esgoto, e instalação
de rede de iluminação pública, alterarão significativamente a paisagem local.

Haverá um aumento do fluxo e circulação de veículos e equipamentos pesados causando


desconforto à população moradora das proximidades com ruídos e emissão de poeira.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
20
Figura 06: Casa gerente da área

Figura 07: Residências no entorno da área

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
21
8. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

8.1. MEIO FÍSICO

8.1.1. Condições meteorológicas

Com base nos dados das estações climatológica e pluviométrica, a área de influência do
loteamento fechado se caracteriza pela existência de um período seco de cinco meses, de
maio a setembro, e um período úmido de seis meses, de outubro a março.

Com base nas Normais Climatológicas de Goiânia (1949/2013), a temperatura média das
máximas anual é de 30ºC e a média das mínimas de 18,1ºC. (Quadro 01).

Considerando a posição latitudinal de Goiânia, no inverno as variações térmicas diárias


estão relacionadas principalmente à baixa umidade relativa do ar: o resfriamento noturno
favorece a formação de nevoeiros de vale, enquanto a forte insolação durante o dia eleva
drasticamente a temperatura, respondendo por alta amplitude térmica. No verão a amplitude
térmica é atenuada pela nebulosidade que exerce a função de “efeito estufa”, tanto na
restrição à insolação diária quanto para a redução da perda de calor noturno.

Quadro 01: Temperaturas médias das máximas e mínimas em Goiânia


Temperatura Média (°C)
Mês
Máxima Mínima
Janeiro 29,7 19,8
Fevereiro 29,4 19,7
Março 29,8 19,7
Abril 30,5 18,8
Maio 29,1 16,3
Junho 29,3 14,2
Julho 28,0 13,9
Agosto 31,9 15,6
Setembro 32,7 18,6
Outubro 31,3 19,7
Novembro 29,6 19,8
Dezembro 28,9 19,8
Ano 30,0 18,1
Fonte: INMET (Goiânia, 1949/2013).

8.1.2. Umidade relativa do ar, evaporação total e insolação

A umidade relativa média anual em Goiânia (INMET, 1949/2013) é de 63,6%, com médias
mensais acima de 70% entre novembro e março, com destaque para os meses de
dezembro a fevereiro, em torno dos 74%. Entre os meses de junho e setembro a média
mensal fica abaixo dos 60%, com destaque para os meses de julho e agosto, em torno dos
47% (Quadro 02).

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
22
A soma da evaporação anual é de 1.728,4 mm, com as maiores médias mensais entre julho
e setembro, acima de 180 mm, com destaque para os meses de agosto e setembro com
valores acima dos 200 mm. As menores médias mensais ficam próximas aos 100 mm entre
dezembro e fevereiro, sendo fevereiro com 96,9 mm. (Quadro 02).

Quadro 02: Evaporação total, insolação, nebulosidade e umidade relativa do ar em


Goiânia
Mês Evaporação total (mm) Insolação (h) Nebulosidade (/10) Umidade relativa (%)
Janeiro 100,9 176,1 7,3 74,0
Fevereiro 96,9 156,4 7,0 74,2
Março 106,5 203,6 6,7 70,2
Abril 121,6 230,8 5,2 64,5
Maio 137,6 253,9 4,1 60,4
Junho 150,4 270,2 3,2 54,6
Julho 183,8 283,1 2,9 47,4
Agosto 227,9 269,2 3,1 47,0
Setembro 218,1 214,9 4,3 55,9
Outubro 168,2 184,6 6,3 67,3
Novembro 116,0 173,3 7,2 71,9
Dezembro 100,6 172,0 7,6 73,3
Ano 1728,4 2588,1 5,4 63,6
Fonte: INMET (1949/2013). Nota: Em vermelho, médias mensais mais elevadas de evaporação e insolação e médias mensais
mais baixas de nebulosidade e umidade relativa do ar; em azul, médias mensais mais baixas de evaporação total e insolação e
mais altas de nebulosidade e umidade relativa do ar.

A soma da insolação média anual é de 2.588,1 horas (1949/1990), com médias mensais
próximas ou acima das 270 horas no trimestre junho a agosto, com destaque para julho com
283,1 horas, e em torno das 170 horas entre os meses de novembro e fevereiro, com
destaque para fevereiro com 156,4 horas. Tais parâmetros se encontram em consonância
com a umidade relativa do ar e consequentemente com a nebulosidade.

Esta última ultrapassa os 7/10 no trimestre novembro a janeiro e ficam aquém dos 3,2/10 no
trimestre junho a agosto. A umidade relativa do ar encontra-se acima dos 70% entre os
meses de novembro e março, com destaque para os meses de janeiro e fevereiro, em torno
dos 74%, e abaixo dos 50% entre os meses de julho e agosto.

8.1.3. Precipitação

A pluviometria média anual na área é de 1.616,3 mm, marcada por dois períodos distintos:

(i) Período chuvoso, com índices pluviométricos mensais acima de 100 mm correspondendo a
92,6% da precipitação anual, representado por 7 meses, de outubro a abril. Entre os meses
de novembro e março a precipitação mensal ultrapassa os 200 mm, 74,7% do total anual.
Principalmente entre os meses de novembro e março, a dinâmica atmosférica regional
encontra-se sob o domínio do Sistema Equatorial Amazônico, responsável pelas
instabilidades de noroeste.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
23
(ii) Período seco, representado por 5 meses, de maio a setembro, com precipitação
equivalente a 7,3% do total anual. Prevalece o Sistema Tropical Atlântico sobre o
continente, respondendo por forte subsidência e consequente estabilidade atmosférica.
(Quadro 03)

Quadro 03: Pluviometria Média Mensal.


Mês Goiânia
Janeiro 263,8
Fevereiro 227,1
Março 240,2
Abril 121,2
Maio 32,4
Junho 10,2
Julho 3,7
Agosto 11,7
Setembro 49,4
Outubro 162,4
Novembro 222,4
Dezembro 271,8
Ano 1616,3
Fonte: INMET (Goiânia, 1949/2013). Em azul, meses chuvosos; em vermelho, meses secos.

8.1.4. Ventos

A velocidade média anual dos ventos em Goiânia (INMET, 1991/2013) é de 0,9 m/s, com
médias um pouco mais elevadas nos meses de setembro e outubro (1 m/s) e mais baixas
em junho (0,7 m/s). A velocidade média das máximas é de 4,1 m/s, sobressaindo o mês de
agosto com 7,6 m/s. Com relação à direção dos ventos em Goiânia (INMET, 1991/2013),
prevalece o domínio de N (norte) e NNE (nordeste) o ano todo (Quadro 04).

Quadro 04: Pressão atmosférica e ventos em Goiânia


Ventos (m/s) Pressão Atmosférica
Mês
Média Máxima Direção predominante (hPa)
Janeiro 1,0 7,0 NNE 927,6
Fevereiro 0,8 5,5 NNE 891,7
Março 0,8 4,5 N 910,0
Abril 0,8 4,6 N 929,0
Maio 0,7 4,0 NNE 894,2
Junho 0,7 4,0 N 932,0
Julho 0,8 4,6 N 932,3
Agosto 0,9 7,6 N 931,3
Setembro 1,0 5,3 N 929,7
Outubro 1,0 4,5 N 910,1
Novembro 0,9 5,0 N 909,2
Dezembro 0,9 5,1 NNE 909,1
Ano 0,9 4,1 N 917,2
Fonte: INMET (direção e velocidade dos ventos: 1991/2013; pressão atmosférica: 1949/2013). Em vermelho, médias mais
elevadas; em azul, médias mais baixas.

O domínio dos ventos dos quadrantes noroeste e norte que se manifesta a partir de
novembro, em março começam a ceder espaço para os ventos dos quadrantes nordeste e
sudeste, pelo menos até setembro, quando novamente os fluxos setentrionais são
novamente reativados. Os ventos de leste chegam a 40% da frequência no mês de julho,
seguidos pelos de noroeste no mês de dezembro, com 25,5% da frequência total. Os

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
24
demais destaques são para os quadrantes sudeste, com 25.73% em abril, e norte, com
20,30 e 20,68% nos meses de dezembro e janeiro, respectivamente. Figura 08.

Figura 08: Direção e Velocidade dos ventos

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
25
8.1.5. Geomorfologia

Tendo como referência o mapeamento geomorfológico da Folha SE-22, Goiânia, do Projeto


Radambrasil (MAMEDE ET al, 1983), o loteamento fechado se insere na subunidade
geomorfológica Planalto Rebaixado de Goiânia, que se caracteriza como um vasto planalto
rebaixado e dissecado, esculpido na área em metassedimentos da Unidade B do Grupo
Araxá (CPRM, 2008).

No compartimento são evidenciados remanescentes de aplainamento nivelado aos 800


metros, além de residuais estruturais mantidos por quartzitos. A organização da drenagem
local comandada pelo rio Meia Ponte, respondeu pela incisão de talvegues, reafeiçoamento
de vertentes e formações superficiais que individualizam os domínios de formas.

Como resultado os mecanismos morfogenéticos associados às alternâncias climáticas


pleistocênicas deu-se o reafeiçoamento de vertentes e desenvolvimento de superfícies alveolares
que permitem a individualização de dois compartimentos morfológicos distintos: (i) Planalto
Rebaixado, que inclui residuais quartzíticos, remanescentes de aplainamento vinculados a rampas
pedimentadas, e (ii) Depressão do Rio Meia Ponte, elaborada pela incisão dos talvegues,
representada por terraços e planícies fluviais, além de áreas de acumulação inundáveis.

Com base em levantamentos realizados, os compartimentos e respectivos domínios de


formas encontram-se assim caracterizados (Quadro 05).

Quadro 05: Compartimentação morfológica


Formações Características pedológicas
Compartimento Formas predominantes Altitude (m)
superficiais
Residuais quartzíticos Estruturais Neossolo Litólico e Afloramentos de rocha 850-860
Remanescentes de Concreções lateríticas sotopostas por
Planalto Elúvio-coluviais 800-820
aplainamento Latossolos Vermelhos, textura argilosa
Rebaixado
Paleopavimentos detríticos coluvionados
Rampas pedimentadas Colúvio-eluviais 740-800
(Latossolo Vermelho, texutura argilosa)
Plintossolo Pétrico Concrecionário e
Terraços Colúvio-aluviais 680-740
Depressão do Cambissolo Háplico Concrecionário
Rio Meia Ponte Planície Fluvial e Áreas de Gleissolo Háplico com subdominância de
Fluviais <680
acumulação inundáveis Neossolo Flúvico

8.1.6. Geologia

Na área do loteamento, segundo o Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil -


Carta Geológica - Folha Goiânia (Escala 1:100.000), o substrato rochoso, pertence a
Unidade B do Grupo Araxá Sul de Goiás, do Proterozóico Médio (Lacerda Filho et al. (1999).

Capeando esta unidade, ocorre, localmente, uma cobertura detrito-laterítica, caracterizada


por latossolos vermelhos, com fragmentos de quartzo.

Lacerda Filho et al. (1999) definiram o grupo como grande nappe com vergência para leste,
cujos litótipos possuem características litoquímicas, metamórficas e ambientais que per-
mitem subdividí-la nas unidades A e B.
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
26
Na área ocorre a Unidade B, composta de quartzitos e granada-muscovita-biotita xistos,
granada-clorita-muscovita xistos localmente piritosos, calci-clorita-biotita xistos por vezes,
feldspáticos, calci-granada-clorita xistos e intercalações de hornblenda-granada xisto
feldspático, grafita xisto e lentes de metacalcário e quartzitos micáceos.

A região foi afetada, principalmente, por movimentos de cisalhamento dúctil, tangencial, que
atuaram de maneira progressiva na escala do tempo geológico. As rochas exibem dobras do
tipo simétricas recumbentes apertadas, associadas ao cisalhamento dúctil de baixo ângulo,
com planos axiais sub-horizontalizados e com ápice espessado. Os eixos destas dobras
estão orientados, preferencialmente, segundo E-W, com rotações para N60ºW.

Tem-se uma clivagem de crenulação ou xistosidade, que constitui a foliação principal.


Paralelamente aos eixos desta crenulação e das dobras simétricas, desenvolveu-se uma
lineação de estiramento dada pela orientação dos minerais micáceos e pela elongação dos
cristais de quartzo

A Cobertura Detrito-Laterítica corresponde a uma superfície desenvolvida a partir de um processo


de aplainamento e laterização de toda uma região que engloba o centro-oeste brasileiro.

É caracterizada por latossolos vermelhos amarronzados, estrutura indefinida e textura


areno-argilosa e mostra o desenvolvimento de perfis lateríticos maturos e imaturos, onde
ocorrem níveis de linhas de pedras (stone lines), com predominância de fragmentos
angulosos de quartzo, geralmente dispostos na porção superior dos mesmos.

Estas coberturas são encontradas com variadas espessuras, na forma de perfis imaturos,
caracterizados principalmente por um latossolo onde se desenvolvem níveis ferruginosos.
Capeando esta unidade, ocorre, localmente, uma cobertura detrito-laterítica, caracterizada
por latossolos vermelhos, com fragmentos angulosos de quartzo Figura 09.

Figura 09: Afloramento da canga laterítica.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
27
8.1.7. Pedologia

Na área do loteamento ocorre os Latossolos Vermelho. São solos submetidos a intensivo


processo de lixiviação de bases ao longo do seu perfil, resultando em um pacote pedológico
no qual o material encontra-se altamente intemperizado

São solos profundos, com horizonte A-Bw-C, sendo o horizonte B latossólico. Apresentam boas
condições físicas, relevo plano, suave ondulado a ondulado. Textura argilosa, dotados de boa
permeabilidade, associados à intemperização de xistos da Unidade B do Grupo Araxá.

Em condições naturais ou de manejo adequado apresentam boa resistência à erosão


superficial, o que se deve principalmente às suas características físicas, sendo muito
porosos e permeáveis, com alto grau de floculação e estabilidade dos agregados. A
condição topográfica da área aliada às condições físicas favorece a percolação da água e
conseqüente redução de enxurradas na superfície.

8.1.8. Hidrogeologia

Segundo o Diagnóstico Hidrogeológico da Região de Goiânia (SGM, 2003), ocorrem duas


unidades hidrogeológicas armazenadoras e fornecedoras de água subterrânea (aquíferos):
um ligado ao manto de intemperismo (solo, rocha alterada e aluviões), denominado de
aquífero de domínio poroso, e outro relacionado as rochas subjacentes, denominado de
aquífero de domínio fraturado.

Os tipos porosos são aquíferos livres e de pequena profundidade, porosidade intergranular,


onde o fluido ocupa os poros entre os minerais e ou agregados constituintes de corpos
rochosos, de mantos de alteração (saprolito) e de materiais não consolidados.

São influenciados pelas variações climáticas sazonais, apresentando flutuações do nível


freático e muito suscetíveis à contaminação, principalmente nas regiões com maior
ocupação humana.

A importância local dos aquíferos deste domínio está vinculada a vários parâmetros, dos quais
dois são destacados: a espessura saturada (b) e a condutividade hidráulica da zona vadosa.

Na região, os reservatórios subterrâneos deste domínio apresentam espessuras que variam de


poucos centímetros a até 50 metros, grande extensão, continuidade lateral e homogeneidade.

Estes aquíferos desempenham três importantes funções: funcionam como filtros, favorecem
a recarga dos aquíferos sotopostos e regularizam a vazão de base das drenagens
superficiais nos períodos de recessão de precipitações pluviométricas.
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
28
A ausência de aquíferos do tipo poroso de grande porte, deve-se ao fato da região ser
constituída, geologicamente, por xistos, gnaisses e quartzitos, rochas pertencentes ao
proterozóico e que sofreram processos metamórficos, não existindo assim porosidade e
permeabilidade primárias.

O meio aquífero fraturado é caracterizado pela inexistência ou presença muito reduzida de


espaços intergranulares na rocha. Nesse meio, a água se encontra em espaços
representados por fissuras ou fraturas, juntas ou ainda em falhas, dentre outros. Nesse
domínio estão incluídos os aquíferos encontrados primordialmente em rochas cristalinas
ígneas e metamórficas. São controlados por porosidade secundária de origem tectônica,
responsável pelo armazenamento e transmissão de água, sendo que o parâmetro
permeabilidade pode ser expresso pela condutividade hidráulica.

Com raras exceções, este domínio está limitado a profundidades pouco superiores a 150
metros, sendo que em profundidades maiores há uma tendência de selamento dos planos
abertos em função da pressão litostática.

Estes aquíferos são aproveitados através de poços tubulares profundos caracterizados


desde poços secos a poços que apresentam vazões superiores a 10.000 l/h, sendo que a
grande maioria dos poços apresenta vazões entre 1.000 e 2.500 l/h.

As águas subterrâneas deste domínio apresentam risco de contaminação atenuada, uma


vez que os aquíferos do domínio poroso sobrepostos funcionam como um filtro depurador
natural, que age como um protetor da qualidade das águas mais profundas. A recarga dos
aquíferos deste domínio se dá através do fluxo vertical e lateral de águas de infiltração, a
partir da precipitação pluviométrica.

Localmente, ocorre o Sistema Aquífero Araxá, composto essencialmente por xistos, com
reduzidas lentes de quartzitos ou quartzo xistos. Trata-se de aquíferos descontínuos, livres,
anisotrópicos, com condutividade hidráulica média muito baixa.

8.1.9. Recursos Hídricos Superficiais

A rede hidrográfica regional é formada por um conjunto de drenagens pertencentes à Bacia do


Paraná. Apresenta um escoamento geral de norte a sul, sendo o rio Meia Ponte o principal
curso d’água da região, afluente da margem direita do rio Paranaíba. Os rios apresentam um
regime tropical típico, com enchentes durante a estação chuvosa e vazantes na estiagem.

A drenagem regional é do tipo dendrítica, com controles locais por falhas e/ou fraturas. O
córrego do Almeida, corta a área do loteamento na faixa norte, no sentido NW/SE. Figura 10.
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
29
Figura 10: Córrego do Almeida que corta a área do loteamento

Os processos morfodinâmicos mais atuantes são os de intemperismo físico-químico e os


ligados ao escoamento de águas superficiais, que é mais intenso no começo da estação
chuvosa, quando a cobertura vegetal rarefeita protege menos os solos e estes têm a
resistência à erosão reduzida ao mínimo.

8.2. MEIO BIÓTICO

O município de Aparecida de Goiânia está localizado em área cujo domínio fitogeográfico


pertence ao Bioma Cerrado. Os tipos fitofisionômicos deste bioma diferenciam-se
primeiramente na fisionomia (forma), definida pela estrutura, pelas formas de crescimento
dominantes e por possíveis mudanças estacionais. Posteriormente, consideraram-se
aspectos do ambiente (fatores edáficos) e da composição florística (Ribeiro & Walter, 1998).

A vegetação do bioma apresenta fisionomias que abrangem desde as formações florestais


até campos, onde o primeiro detém predominância de espécies arbóreas com formação de
dossel (contínuo ou descontínuo). Já nas áreas de campo existe a predominância de
espécies herbáceas e algumas arbustivas.

A pastagem é antiga e já apresenta aspectos de degradação, evidenciadas pela presença


de cupinzeiros, compactação e exposição do solo (Figuras 11 e 12). Foi observada a
presença dominante de pastagens, formadas por capim Urochloa decumbens. A área total
do imóvel é de 37,554394 ha ou 375.543,94 m².

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
30
Figura 11: Aspecto da área de pastagem

Figura 12: Aspecto da área de pastagem

Na área de pastagem é possível identificar a presença indivíduos de porte arbóreo da flora


nativa. Estes encontram-se isolados e o Quadro 06 apresenta uma lista de espécies
identificadas no local. Todas as árvores identificadas estão em estágio adulto.

Quadro 06: Espécies arbóreas presentes na área de pastagem.


Nome comum Nome científico Família
Abacate Persea americana Mill. Lauraceae
Angico Anadenanthera peregrina (L.) Speg. Fabaceae
Araticum Annona crassiflora Mart. Annonaceae
Aroeira Astronium urundeuva (M.Allemão) Engl. Anacardiaceae
Aroeirinha Lithraea molleoides (Vell.) Engl. Anacardiaceae
Babaçu Attalea speciosa Mart. ex Sprengel Arecaceae
Barbatimão Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville Fabaceae
Cagaita Eugenia dysenterica DC. Myrtaceae
Cajá-manga Spondia dulcis Parkinson Anacardiaceae
Caju Anacardium occidentale L. Anacardiaceae
Capitão-do-campo Terminalia argentea Mart. Combretaceae
Carvoeiro Tachigali subvelutina (Benth.) Oliveira-Filho Fabaceae
Cedro Cedrela fissilis Vell. Meliaceae
Chapadinha Leptolobium dasycarpum Vogel Fabaceae
Chichá Sterculia striata A.St.-Hil & Naudin Malvaceae
Chuva-de-ouro Lophanthera lactescens Ducke Malpighaiceae
Congonha-de-bugre Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. Rubiaceae
Embaúba Cecropia pachystachya Trécul Urticaceae
Embiruçu Pseudobombax tomentosum (Mart. & Zucc.) A.Robyns Malvaceae
Eucalipto Corymbia citriodora Hook Myrtaceae
Faveira Dimorphandra mollis Benth. Fabaceae
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
31
Nome comum Nome científico Família
Figueira Ficus benjamina L. Moraceae
Gabiroba Campomanesia xanthocarpa O.Berg. Myrtaceae
Gonçalo-alves Astronium nelson -Rosae Santin Anacardiaceae
Guariroba Syagrus oleracea (Mart.) Beec. Aracaceae
Guatambu-do-cerrado Aspidosperma verbascifolium Müll.Arg. Apocynaceae
Ipê-amarelo Handroanthus albus (Cham.) Mattos Bignoniaceae
Ipê-caraíba Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. F Ex S. Moore Bignoniaceae
Jabuticaba Plinia cauliflora (Mart.) Kausel Myrtaceae
Jacarandá-bico-de-pato Macherium hirtum (Vell.) Stellfeld Fabaceae
Jacarandá-canzil Platypodium elegans Vogel Fabaceae
Jatobá-do-cerrado Hymenaea stigonocarpa Mart. Ex Hayne Fabaceae
Leucena Leucaena leucocephala (Lam.) Fabaceae
Lixeira Curatella americana L. Dilleniaceae
Macaúba Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. Aracaceae
Mama-cadela Brosium gaudichaudii Trécul Moraceae
Mamica-de-porca Zanthoxylum rhoifolium Lam. Rutaceae
Mandiocão Didymopanax morototoni (Aubl.) Decne & Planch. Araliaceae
Mandiocão-do-cerrado Didymopanax macrocarpus (Cham. & Schltdl.) Seem. Araliaceae
Manga Mangifera indica L. Anacardiaceae
Mangaba Hancornia speciosa Gomes Apocynaceae
Manguba Pachira aquatica Aubl. Malvaceae
Mercúrio-do-campo Erythroxylum suberosum A.St.-Hil. Erythroxylaceae
Mirindiba Terminalia corrugata (Ducke) Gere & Boatwr. Combretaceae
Paineira Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna Malvaceae
Pau-santo Kielmeyera speciosa A.St.-Hil. Calophyllaceae
Pau-terra-de-folha-larga Qualea grandiflora Mart. Vochysiaceae
Pau-terra-de-folha-lisa Qualea multiflora Mart. Vochysiaceae
Pau-terrinha Qualea parviflora Mart. Vochysiaceae
Pequi Caryocar brasiliense Cambess. Caryocaraceae
Pimenta-de-macaco Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Annonaceae
Sansão-do-Campo Mimosa caesalpiniifolia Benth. Fabaceae
Sibipiruna Cenostigma pluviosum (DC.) Gagnon & G.P.Lewis Fabaceae
Sete-copas Terminalia catappa L. Combretaceae
Sobre Emmotum nitens (Benth.) Miers Icacinaceae
Sucupira-branca Pterodon pubescens (Benth.) Benth. Fabaceae
Tarumã Vitex polygama Cham Lamiaceae
Tingui Magonia pubescens A.St.-Hil. Sapindaceae
Virola Virola sebifera Aubl. Myristicaceae

Nos locais próximos a antiga sede foi observado um plantio de espécies exóticas,
principalmente de Ficus sp, Angico e Sibipiruna, que constituem área do pomar. O Quadro
07 apresenta a relação de algumas das espécies encontradas no local.

Quadro 07: Espécies encontradas próximas à antiga sede do imóvel


Nome comum Nome científico Família
Mangueira Mangifera indica Anacardiaceae
Jaca Artocarpus heterophyllus Moraceae
Sete copas Terminalia catappa Combretaceae
Palmeira imperial Roystonea oleracea Arecaceae
Sibipiruna Cenostigma pluviosum (DC.) Gagnon & G.P.Lewis Fabaceae
Sansão do campo Mimosa caesalpiniifolia Mimosaceae
Ficus Ficus sp. Moraceae
Angico Anadenanthera peregrina (L.) Speg. Fabaceae

A área em estudo apresenta sinais diversos de alterações e interferências antrópicas. Trata-


se de um imóvel que está isolado em um ambiente já ocupado por residências e empresas
de diversos segmentos. É observada a presença do Córrego do Almeida. O mapa de uso do
solo do imóvel está presente na Figura 13.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
32
Figura 13: Mapa de uso do solo e cobertura

Na área objeto de estudo há a presença do Córrego do Almeida. A vegetação que


compreende a área de preservação permanente está em não conformidade com o
estabelecido em legislação vigente e para tanto é recomendado a elaboração e execução de
Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD às margens do Córrego Almeida por
toda a extensão do Loteamento fechado.
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
33
O município de Aparecida de Goiânia teve seu plano diretor atualizado ao final do ano de
2016 (Lei Complementar nº 124 de 14 de dezembro de 2016). No entanto, os artigos que
tratam da delimitação das áreas de preservação permanente foram vetados e, segundo a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o assunto passa por nova aprovação.

Para delimitação da área de preservação permanente no imóvel foram utilizados os limites


estabelecidos na legislação estadual (Lei nº 18.104 de 18 de julho de 2013 – Política
Florestal do Estado de Goiás), conforme apresentado na sequência:
Art. 9º Consideram-se Áreas de Preservação Permanente – APP, em zonas rurais ou
urbanas, para os efeitos desta Lei:

I – as faixas marginais de qualquer curso d’água natural, perenes e intermitentes excluídos


os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:

a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de até 10 (dez) metros de largura;

IV – as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua
situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;

Conforme mencionado anteriormente na área objeto de estudo é observada a presença do


Córrego do Almeida. A APP terá faixa marginal, para ambos os lados, com dimensão de 50
metros.

As APPs do imóvel possuem 7,047969ha (dois pontos de surgência – identificadas no


Quadro 08 e Córrego do Almeida). Essa vegetação é constituída por espécies nativas do
Cerrado com diversos níveis de antropização e por exóticas, sendo observada uma grande
quantidade de gramíneas, (Figura 14). O Quadro 09 apresenta as espécies identificadas.

Figura 14: Aspecto da vegetação às margens do Córrego Almeida

Quadro 08: Coordenadas dos pontos de surgência


Identificação Coordenadas geográficas
S1 687020 8146101
S2 687013 8146144

Quadro 09: Espécies encontradas na Mata de Galeria da Nascente


Nome popular Nome Científico Família
Açoita Leuhea divaricata Mart. & Zucc. Malvaceae
Angico Anadenanthera peregrina (L.) Speg. Fabaceae
Araçá Psidium guineense SW. Myrtaceae
Araticum Annona crassiflora Mart. Annonaceae
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
34
Nome popular Nome Científico Família
Breu Protium spruceanum (Benth.) Engl. Burseraceae
Buriti Mauritia flexuosa Mart. Arecaceae
Copaiba Copaifera langsdorffii Desf. Fabaceae
Embaúba Cecropia pachystachya Trécul Urticaceae
Figueira Ficus benjamina L. Moraceae
Genipapo Genipa americana L. Rubiaceae
Guatambu Aspidosperma verbascifolium Müll.Arg. Apocynaceae
Guatambu-do-cerrado Aspidosperma pyrifolium Mart. Apocynaceae
Ingá Inga striata Benth. Fabaceae
Ipê-amarelo Handroanthus albus (Cham.) Mattos Bignoniaceae
Jaborandi Piper aduncum Piperaceae
Jacarandá-bico-de-pato Macherium hirtum (Vell.) Stellfeld Fabaceae
Lírio do brejo Hedychium coronarium Zingiberaceae
Mamica-de-porca Zanthoxylum rhoifolium Lam. Rutaceae
Mandiocão Didymopanax morototoni (Aubl.) Decne & Planch. Araliaceae
Marmelada Alibertia edulis (Rich.) A.Rich. Ex DC. Rubiaceae
Paineira Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna Malvaceae
Pindaíba Xylopia sericea Annonaceae
Pata-de-vaca Bauhinia rufa (Bong.) Steud. Fabaceae
Peroba Aspidosperma subincanum Mart. Apocynaceae
Pimenta-de-macaco Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Annonaceae
Sangra-d'água Croton urucurana Baill. Euphorbiaceae
Virola Virola sebifera Aubl. Myristicaceae

No imóvel é observada ainda a presença de área úmida nas imediações da coordenada


UTM 687120 / 8145810. Este local não será objeto de edificações e irá compor o quadro de
áreas verdes / esporte e lazer do loteamento.

Figura 15: Área úmida

8.3. MEIO SOCIOECONOMICO

Aparecida de Goiânia teve o início de sua ocupação ligada a questões religiosas. A cidade
foi fundada em 1922, quando Abrão Lourenço de Carvalho, José Cândido de Queiroz, João
Batista Toledo, Antônio Barbosa Sandoval e Aristides Frutuoso, devotos de Nossa Senhora
Aparecida, doaram um alqueire de terras para que famílias vizinhas construíssem uma
igreja. Assim surgiu o povoado de Aparecida.

Em 1958, Aparecida foi elevada à condição de Distrito do município de Goiânia, com o nome
de Vila Aparecida de Goiás. No mesmo ano, o topônimo foi substituído por Goialândia,
devido ao distrito ser situado entre as cidades de Hidrolândia e Goiânia. Em 1963 o distrito
foi elevado à categoria de município, com a denominação de Aparecida de Goiânia.
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
35
A partir da década de 1980, Aparecida de Goiânia experimentou rápido e intenso
parcelamento de sua área rural, em função das restrições impostas pela legislação de
parcelamento do solo de Goiânia. Isto gerou um processo de especulação imobiliária sem
precedentes na região. Nesse novo contexto urbano, surgiram loteamentos que deram
origem a vários setores, atualmente ao município tem cadastrado 240 bairros.

O município está inserido na Região Metropolitana de Goiânia, a 18 quilômetros do centro


da capital, a cidade tem a BR-153 como um de seus principais acessos, além do Anel Viário,
e está em posição geográfica privilegiada, atraindo a atenção de investidores de todo o país
e do exterior.

8.3.1. Dinâmica Demográfica

O Censo Demográfico é previsto para ser realizado a cada 10 anos. Os três últimos censos
foram realizados em 1991, 2000 e 2010. Devido à esta metodologia adotada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), todos os dados apresentados têm como base o
censo de 2010, estimativas do IBGE e do Instituto Mauro Borges (IMB).

Segundo o Censo demográfico do IBGE, no ano de 2010 o município de Aparecida de


Goiânia possuía um total de 455.657 habitantes e com uma estimativa populacional para o
ano de 2021 de 601.844 habitantes, ocorrendo um aumento de 146,187 habitantes.

Quando se analisa a Taxa Geométrica de Crescimento Anual (TGCA) percebe-se que no


ano 2010 foi registrado uma taxa de 3,08% a/a, no ano de 2021 que registrou uma redução
na TGCA para 2,56% a/a, o que indica que há mais de uma década registra-se uma
contínua diminuição na TGCA do município de Aparecida de Goiânia.

A Densidade Demográfica registrada no ano de 2010 foi de 1.580,27 (hab./Km²) e com base
na estimativa populacional para o ano de 2020, percebe-se um aumento para 2.118,71
(hab./Km²).

8.3.2. Economia

O PIB de Aparecida de Goiânia alcançou em 2019 o valor de R$ 14.370.794 milhões,


posicionando-se em segundo lugar no ranking estadual, participando com uma fatia de 5,3%
do PIB estadual. O setor de serviços foi o de maior representatividade, com 74,58%, cujo
destaque foi para o comércio atacadista de produtos alimentícios, adubos, fertilizantes,
defensivos agrícolas e cervejas.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
36
A atividade industrial ganhou participação na estrutura municipal naquele ano, o que se
deve ao aumento na fabricação de fraldas descartáveis, biscoitos e bolachas, colchões,
embalagens de material plástico e beneficiamento de arroz. O dinamismo das atividades
produtivas no município é confirmado pelo peso de sua população, já que é o segundo
município mais populoso do estado e pela proximidade com a capital, Goiânia.

A análise da participação dos setores de atividade na composição do PIB municipal é


relevante para se compreender sua estrutura produtiva, capacidade tecnológica, enfim, o
perfil da economia local. A construção das Contas Regionais está estruturada em três
grandes setores de atividade econômica, conforme recomenda o Sistema de Contas das
Nações Unidas (SNA) e a Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE):

A Agropecuária é constituída pela produção da agricultura, produção animal e produção de


origem animal, Silvicultura e Extrativismo Vegetal, serviços auxiliares, etc. O Setor Industrial
é composto pela Indústria de Transformação, Indústria Extrativa Mineral, Indústria de
Utilidade Pública (energia, gás encanado e saneamento) e Indústria da Construção Civil.

8.3.3. Indicadores Sociais

Na Educação: o município conta com 56 CMEIS e escolas de Ensino Fundamental, 04


escolas de educação integral. A cidade também tem sido contemplada com instituições
renomadas de ensino superior. Já estão em funcionamento a unidade do Senai – Celso
Charuri, e o campus do IFG, instalado na região do Retiro do Bosque. Entre os cursos
técnicos e superiores oferecidos pelo IFG, está o primeiro curso noturno de Engenharia Civil
do Centro-Oeste. Também será iniciada a construção do campus avançado da UFG,
próximo ao Parque Industrial de Aparecida.

Na saúde: município conta com 26 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de


Pronto Atendimento (UPAs), possui Hospital Municipal na Cidade Vera Cruz I, com
capacidade para 220 leitos. Aparecida municipalizou e equipou o SAMU 192.

Conta também com Cais Nova Era e reconstruiu o Centro de Saúde Madre Germana.
Contam com a Farmácia Distrital, que oferece gratuitamente vários tipos de medicação,
inclusive de alto custo.

Social: Aparecida é a única cidade do Centro-Oeste a implantar um Centro de Atendimento


Psicossocial Álcool e Droga (CAPS AD 3) para tratamento de dependentes químicos, com
capacidade para internações de até 15 dias. Também possui dois Consultórios na rua para
Atendimento à população em alta vulnerabilidade social.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
37
A cidade conta ainda com CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial), para atendimento a
pacientes com transtorno mental, o Caps Bem-Me-Quer, localizado no Jardim Iracema, com
capacidade para até 200 atendimentos simultâneos.

A população conta com um CAPS AD 3 Infanto Juvenil, no setor Rosa do Sul; um CAPS I na
Vila Brasília, para atendimento a crianças com transtorno de conduta e hiperatividade; uma
Unidade de Acolhimento Adulto (UAA), região do Nova Era; e uma Unidade de Acolhimento
Infantil (UAI), na Vila Souza.

8.3.4. Estrutura Fundiária

A Política de Ordenação para o Crescimento e Desenvolvimento Estratégico (POCDE) está


sendo implantada pela administração municipal, em consonância com as Leis do Plano
Diretor, de Zoneamento, de Parcelamento, do Perímetro Urbano e das diretrizes do
Planejamento e Código de Obras, do Meio Ambiente e Posturas, tendo em vista a ocupação
racional e sustentável do município.

A política de desenvolvimento está apoiada nas Diretrizes Estratégicas do Planejamento que


integra as ações e estudos voltados ao parcelamento do solo, uso do solo, habitação,
infraestrutura, equipamentos, serviços urbanos e do meio ambiente.

No Plano Diretor de Aparecida de Goiânia, o uso e a ocupação do solo urbano estão


conceituados pela divisão da área urbana em Zonas de Uso. São definidas sete categorias,
sendo:

 Loteamento fechado;
 Mista;
 Atividade econômica;
 Industrial;
 Influência da rodovia BR 153 e do anel viário;
 Proteção ambiental;
 Desenvolvimento estratégico.

O Loteamento fechado Parqville Figueira conforme mapa de zoneamento do município de


Aparecida de Goiânia está inerido em uma zona loteamento fechado. (Figura 16).

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
38
Figura 16: Mapa do histórico do parcelamento e situação fundiária.
Fonte: Plano Diretor 2001/SEPLAM in Avaliação dos Planos Diretores Participativos dos Municipais do Estado de
Goiás (UFRJ, 2009).

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
39
9. PROGNÓSTICO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Para implantação do loteamento fechado serão realizadas supressão da vegetação, escavações


e terraplanagens para a abertura de caminhos e acessos que, em muitos locais, atingirão o solo
em seus horizontes. Essas obras acarretarão alterações no solo e subsolo do local, como:

- impermeabilização decorrente da implantação das obras;

- compactação das áreas devido ao trânsito de pessoas e máquinas;

- inversão e/ou remoção das camadas do solo nos locais de escavações;

- formação de erosões localizadas em virtude da supressão da vegetação;

- exposição temporária do solo a fatores erosivos como chuvas e ventos;

- risco de derramamento de resíduos orgânicos, líquidos ou sólidos, sobre o solo;

- risco de deposições de lixos e entulhos em locais inadequados.

Durante a fase de implantação do empreendimento, os trabalhos de abertura de vias de


acesso e realização das obras poderão ocasionar, também, um aumento da concentração
de poeira fugitiva, devido à movimentação de máquinas e equipamentos. Ocorrerão
também, em menor escala, emissões de gases, principalmente CO2, pela combustão de
motores de veículos e máquinas.

A atividade de desmatamento provocará efeitos adversos sobre a biota como a fuga


(dispersão), perda de habitats e nichos para a fauna e de indivíduos para a flora, redução de
fragmentos e aumento do efeito de borda para a diversidade local.

Os recursos hídricos poderão ser afetados, pelas características das obras e pelo
caminhamento da rede, embora os impactos decorrentes sejam de magnitude moderada a
fraca.

O derramamento de óleos e graxas e combustíveis, provenientes do maquinário e veículos,


poderão alterar a qualidade das águas dessas drenagens gerando efeitos adversos como a
perda de habitats/nichos aquáticos, diminuição da produção autóctone, alteração da relação
entre quantidade de material orgânico e inorgânico no sedimento e redução de sua
diversidade local.

As obras alterarão os níveis de ruídos e poeira podendo provocar em áreas de paisagens


naturais efeitos adversos na fuga (dispersão) como a redução de sua diversidade local
temporariamente.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
40
10. IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS

No presente trabalho trata-se dos impactos ambientais causados pela implantação do


loteamento fechado Parqville Figueira.

10.1. MEIO FÍSICO

10.1.1. Qualidade do Ar

Aspecto: Emissões de gases e materiais particulados.

Impacto Ambiental: Os danos à qualidade do ar, decorrentes da execução da obra,


restringem-se, emissões, pelo trânsito de veículos, essas emissões serão, variáveis
conforme a fase da obra.

As atividades da obra que estão relacionadas às emissões de material particulado e gases


são terraplenagem, aberturas de valas, e, movimentação de veículos em áreas não
pavimentadas.

Este impacto, no entanto, ocorre apenas durante a fase de implantação do empreendimento,


sendo praticamente eliminado após a implantação do loteamento fechado.

As emissões de particulados decorrentes da movimentação de veículos na área constituem-


se em impactos intermitentes, tendo seu clímax na estação seca. Contudo as emissões são
em baixas quantidades, diretamente proporcionais à manutenção dos veículos.

Esse impacto é de baixa magnitude e as medidas mitigadoras serão apresentadas nesse


estudo.

Medida Mitigadora: Os impactos decorrentes da emissão de poeira pelo trânsito de


veículos e equipamentos serão praticamente eliminados, após a implantação do loteamento
fechado. A emissão de gases (CO2), por veículos não será significativa, em função da baixa
circulação que se espera, pelo tipo de empreendimento.

As emissões de poeira decorrentes das obras de implantação constituem-se em impactos


sazonais, intermitentes, tendo seu clímax na estação seca. Visando a redução destes
impactos são propostas medidas como:

- Aspersão de água através de caminhão pipa para eliminar o particulado em suspensão;

- Os caminhões transportadores devem ser cobertos com lona ou outra barreira física,
nas vias externas do loteamento;
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
41
- Acompanhar a altura de lançamento de terra nos trabalhos de carga e descarga.

Figura 17: Exemplo de aspersão de águas através de caminhão pipa

10.1.2. Ruídos e Vibrações

Aspecto: A emissão de ruídos do trânsito de veículos automotores e das máquinas


utilizadas na execução da obra.

Impacto Ambiental: O incômodo à comunidade nos arredores do empreendimento e aos


trabalhadores no decorrer da execução da obra, restritos a um acréscimo de ruídos e
vibrações, pelo trânsito de veículos e maquinário utilizados pelos trabalhos na obra, que
cessarão com o término da construção do loteamento fechado.

Os níveis de ruído deverão ser mantidos o mais baixo que a tecnologia local permitir. As
exposições máximas permissíveis referem-se ao tempo total de exposição a um mesmo
nível por dia de trabalho, quer a exposição seja contínua ou composta de vários períodos de
curta exposição.

As principais fontes de emissão de ruído e vibrações identificadas estão relacionadas


abaixo. Através da analogia em outras obras similares, podemos considerar os níveis de
decibéis emitidos e o tempo de emissão, por estes equipamentos descritos no Quadro 10.

Quadro 10: Decibéis estimado para equipamentos comumente utilizados em obras de


engenharia civil.
Máquinas/ Equipamentos/Ferramentas Ruidosas Tempo de Emissão dB Estimado
Caminhão Basculante 08 horas 85,6
Caminhão Pipa 08 horas 85,7
Retro Escavadeira 08 horas 95,4
Compactador de solo 08 horas 90,1
Vibrador de Concreto 04 horas 110,5

Esse impacto é de baixa magnitude e as medidas mitigadoras serão apresentadas nesse


estudo.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
42
Medida Mitigadora: Para minimizar esses problemas, serão adotadas medidas como
calibração de máquinas, manutenção, revisão de equipamentos, e uso de equipamentos de
segurança – EPI. O ruído que será emitido no local será de forma eventual e intermitente,
com duração até a conclusão das obras reduzindo as emissões conforme a fase da obra.

Figura 18: Exemplo de colaboradores com EPIs

10.1.3. Recursos Hídricos e Efluentes

Aspecto: Geração de efluentes e contaminantes.

Impacto Ambiental: Contaminação das águas superficiais.

Na fase de instalação do loteamento fechado poderá ocorrer a contaminação, com a


alteração da qualidade das águas superficiais, por meio de resíduos sólidos gerados pelos
trabalhadores envolvidos nas obras, além do derramamento de resíduos oleosos
ocasionalmente advindos de vazamentos de equipamentos, máquinas e veículos.

A remoção de vegetação na área e principalmente em APPs irá resultar no aumento de


carreamento de sedimentos para dentro dos cursos d’água, alterando a qualidade de suas
águas.

A possibilidade de contaminação das águas subterrâneas é remota, considerando a


espessura do solo e que estas águas estão confinadas em profundidades consideráveis, no
substrato rochoso.

Esse impacto é de média magnitude e as medidas mitigadoras serão apresentadas nesse


estudo.

Medida Mitigadora: Visando assegurar a proteção dos cursos de água Córrego Almeida na
área do loteamento fechado, deverão ser recuperadas as suas Área de Preservação
Permanente, locais onde deve-se evitar a instalação de equipamentos que realizem a
impermeabilização do solo.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
43
 Disciplinamento das Águas Pluviais em locais Preferenciais

Deve ser adotado um sistema viário como agente dispersor das águas pluviais, onde as
características técnicas das vias sejam ajustadas às condições do terreno, juntamente com
galerias e demais estruturas de drenagem, para garantir o disciplinamento das águas pluviais.

Figura 19: Exemplo de disciplinamento das águas pluviais

 Efluentes Domésticos

O efluente doméstico gerado na obra será lançado em fossa séptica/sumidouro e banheiros


químicos bem como os resíduos sólidos devem ter destino adequado de acordo com sua
classe e tipo conforme a legislação pertinente, não podendo haver nenhum tipo de
lançamento em corpo de água, com exceção das águas pluviais.

Assim as possibilidades de contaminação dos recursos hídricos por efluentes domésticos ou


deposição inadequada de resíduos sólidos no solo e próximo aos corpos hídricos na área é
reduzida, tendo em vista as ações de controle e gerenciamento dos aspectos ambientais.

Considerando que o número de colaboradores máximo de 150 funcionários, deverá ser


gerado um volume de dejetos de cerca de 15.000 l/dia de dejetos (100L x 150 funcionários).
Este efluente será encaminhado para o sistema de fossa séptica e sumidouro a ser
instalado no canteiro de obras, de acordo com a NBR 7229 de 1993.

Figura 20: Exemplo de sistema de tratamento dos efluentes domésticos

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
44
10.1.4. Solos

Aspecto: Movimentação, escavação, retirada da cobertura vegetal e impermeabilização do


solo.

Impacto Ambiental: Durante as obras o solo sofrerá diversas alterações. Tais alterações
poderão favorecer o desenvolvimento de processos erosivos causados pelo escoamento
das águas pluviais.

A fase de implantação do loteamento fechado se estenderá por 36 meses, e demandará


várias operações manuais e mecanizadas, implicando na intensa movimentação de
máquinas e pessoas pelo local. Essas operações acarretarão várias alterações ambientais
ao solo. Como descritos a seguir.

 Desnudamento dos solos

Com a remoção da vegetação arbórea, arbustiva e rasteira existente no solo local, que
fornecem certa proteção ao mesmo, poderá ocorrer processos erosivos com carreamento de
partículas de solo para as drenagens.

O solo sofrerá alterações significativas em função das atividades a serem desenvolvidas,


que prevê a remoção das camadas de solo e também escavações destinadas ao loteamento
fechado que atingirão o subsolo, cortes e aterros compactados visando a instalação.

 Escavação e remoção da camada fértil do solo

Essa ação acarretará a inversão das camadas e soterramentos de solos das imediações.
Isso ocorrerá na área destinada à construção, implicando na perda da camada fértil de solo
nas áreas afetadas.

Esta área estará sujeita a processos erosivos durante toda etapa de implantação em virtude
da abertura de valas no sentido da declividade e da sua exposição às chuvas e aos ventos,
além de sofrer forte compactação e impermeabilizações em vários locais.

 Movimentação de máquinas e equipamentos

Como a movimentação de máquinas e equipamentos será intensa na etapa de implantação


da loteamento fechado, existe o risco de acidentes como o derramamento de combustíveis e
graxas sobre o solo. Todas essas ações poderão comprometer o solo e, através da
carreamento, podem atingir o córrego Almeida.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
45
Esse impacto é de média magnitude e as medidas mitigadoras serão apresentadas nesse
estudo.

Medida Mitigadora: Após a instalação do loteamento fechado, os aterros e cortes deverão


ser imediatamente protegidos com gramíneas, visando minimizar os efeitos de processos
erosivos sobre o solo. Essas medidas asseguram escoamento mais lento das águas
pluviais, dando maior proteção do leito das vias, diminuindo assim a ação dos fluxos de
água e tratando a possibilidade de ocorrência de processos erosivos no sistema viário.

Recomenda-se ainda que se preserve ao máximo a cobertura vegetal existente no local


(pastagens), e que onde ocorrerem movimentações de terras, estas sejam imediatamente
repostas nos locais não edificados, sob a forma de taludes pouco íngremes.

Deve-se restabelecer, imediatamente, a cobertura vegetal com a implantação de gramados


e áreas verdes, evitando ao máximo a exposição do solo a processos erosivos.

 Medidas para o Controle dos Efeitos do Desnudamento dos Solos

Manter a cobertura vegetal nos locais em que não ocorrerão intervenções e revegetar as
áreas que não forem ocupadas. Devem ser tomados cuidados especiais com relação à
conservação dos solos durante a fase de implantação, visto que as operações previstas
causam impactos de elevada magnitude.

Os locais destinados à construção obviamente serão alvo de escavações e suas


adjacências deverão ser imediatamente recuperadas, evitando a formação de processos
erosivos.

Figura 21: Exemplo de área revegetada

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
46
 Para o Controle da Compactação e impermeabilização nos locais de acesso aos
serviços, das vias de rolamento e das edificações.

As águas de chuvas incidentes sobre as áreas impermeabilizadas devem ser captadas por
sistema de drenagem e conduzidas até as galerias de águas pluviais, que por sua vez
devem ser conduzidas até as drenagens naturais existentes nas adjacências da obra. Se
necessário deverão ser implementadas obras, tais como: escadas dissipatórias, visando
atenuar a velocidade de escoamento das águas superficiais e diminuir a possibilidade de
aparecimento de processos erosivos.

Os trechos que sofrerem compactação e não forem ocupados, deverão ser


descompactados, corrigidos e revegetados com gramíneas e espécies arbóreas nativas.

Figura 22: Exemplo de plantio de gramíneas nos taludes

 Controle da Exposição dos solos escavados e depositados a processos erosivos


durante a fase de implantação

Devem ser recobertos por gramíneas, caso a situação seja prolongada. Outra aplicação
para o solo excedente é o seu uso para enchimento das bases das obras. As escavações
deverão restringir-se ao necessário, evitando-se sobras de materiais.

As obras de engenharia deverão prever taludes com declividade sempre inferior a 45º para
facilitar a recomposição do solo e a revegetação e assim, evitar-se a formação de erosões.

Todo solo removido e depositado e o exposto nos taludes de corte e aterro devem ser
recuperados e revegetados. Para se recompor a fertilidade desses solos, devem ser
aplicados corretivos à base de calcário dolomítico, fertilizantes químicos e orgânicos.

Após o prazo necessário para curtimento, deve-se fazer a recomposição da vegetação com
o plantio de espécies destinadas ao recobrimento do solo, como a grama batatais.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
47
Figura 23: Reconformação de áreas afetadas por remoção de solos.

 Controle de Derramamento de combustíveis, graxas, tintas e solvente orgânico e


piche sobre os solos.

Centralizar os pontos de abastecimentos e manutenção das máquinas e equipamentos em


locais impermeabilizados. Caso ocorram contaminação do solo, este deve ser retirado e
armazenado adequadamente para o tratamento e destino final.

Deverão ainda ser tomadas medidas capazes de evitar derramamentos de óleos


combustíveis e graxos durante as operações que façam uso de máquinas e equipamentos e
de tintas e vernizes, durante a implantação.

As sobras de combustíveis, de óleos lubrificantes usados e graxas devem ser destinadas a


empresas especializadas para que seja dada a destinação correta aos mesmos.

Figura 24: Exemplo de bacia de contenção no tanque de combustível

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
48
10.1.5. Resíduos Sólidos

Aspecto Ambiental: Geração de resíduos sólidos domésticos e da construção civil.

Impacto Possível: O gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos provoca impactos


significativos, tais como: a contaminação de águas superficiais, solos e águas subterrâneas.

Os resíduos gerados na construção civil são constituídos de tijolos, blocos, argamassa,


concreto, papel, papelão, madeira, metais, vidros, resíduos perigosos (resto de tinta,
solventes, óleos e embalagens), resíduos orgânicos de refeitório, sanitários, entre outros.
Para que ocorra uma correta gestão destes materiais é preciso que ocorra a segregação na
fonte de geração, seguido de uma correta classificação e armazenamento interno, seguindo
as normas específicas para resíduos sólidos. Estes procedimentos devem ser realizados
dentro do local das obras.

Dentro do canteiro de obras também ocorre a geração de resíduos domésticos, caso não
ocorra uma segregação, acondicionamento e disposição correta, pode ocorrer a proliferação
de vetores e a emissão de odores.

Esse impacto é de baixa magnitude e as medidas mitigadoras serão apresentadas nesse


estudo.

Medida Mitigadora: Os principais resíduos gerados nesta obra serão: tijolos, blocos,
argamassa, papel, papelão, madeiras (madeirite), concreto (pré-moldados de concreto e
concreto magro), resíduos perigosos, óleo combustível, tambores, materiais inservíveis,
curing, resíduos de asfalto, resíduos de demolição (entulho), resíduos orgânicos (oriundos
da retirada de cobertura vegetal arbustiva, cascalho, solo orgânico e resíduos oriundos de
refeitório), brita, aço, EPIs, EPCs entre outros.

O objetivo das medidas mitigadoras de gerenciamento dos resíduos sólidos é possibilitar o


manejo adequado dos resíduos gerados nas fases de construção da obra, buscando a
diminuição da geração de resíduos sólidos através da correta segregação; a redução dos
riscos sanitários e ambientais inerentes ao manejo destes resíduos; o uso disciplinado do
sistema público de coleta e destino final, em conformidade com a legislação vigente.

Os resíduos sólidos gerados na obra em questão devem ser gerenciados de acordo com a
resolução n°307 do CONAMA e NBRs 15112/2004 e 15113/2004, com aplicação direta na
obra, considerando que as empresas responsáveis pela destinação dos resíduos sólidos da
obra estejam licenciadas junto ao órgão ambiental pertinente.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
49
O gerenciamento dos resíduos define os processos de classificação, segregação,
acondicionamento, transporte, destinação final, capacitação dos colaboradores do
canteiro de obras, seguindo as diretrizes gerais abaixo:

 Reduzir os desperdícios e o volume gerados no canteiro de obras;


 Segregar os resíduos por Classe e Tipos;
 Quando possível reutilizar materiais, elementos e componentes que não necessitem
transformação.

Figura 25: Exemplo de baias de resíduos sólidos

Figura 26: Exemplo de coletores da coleta seletiva

Figura 27: Exemplo de caçambas para resíduos da construção civil

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
50
O Quadro 11 apresenta resumidamente o ciclo de vida dos resíduos que poderão ser
gerados durante a obra.

Quadro 11: Ciclo de vida dos Resíduos Sólidos da Construção


Estimativa Acondicionamento Frequência
Tipo de Resíduo Classificação Transporte Destinação
de Geração Interno de Coleta
Classe IIB Inertes Pá
(ABNT 10.004) Carregadeira Recuperação de
Classe A: Concreto,
50 kg/m2 Caçamba ou Caminhão Áreas Degradadas
brita e entulho (resíduos Diário
Classe A (Conama construído estacionária Poliguindaste & Reciclagem de
de demolição).
307/2002) (12,6 RCD
toneladas)
Classe IIB Inertes Caminhão
(ABNT 10.004) carroceria ou
Classe B: Madeira de 25 kg/m2 Reciclador
Baia de Madeiras basculante Semanal
Construção (madeirite). Classe B (Conama construído Licenciado
(6,3
307/2002)
toneladas)
Classe IIB Inertes Caminhão
(ABNT 10.004) 10 kg/m2 carroceria Reciclador
Classe B: Metal (aço). Baia de Metais Semanal
Classe B (Conama construído (2,52 Licenciado
307/2002) toneladas)
Classe IIB Inertes
Classe B: Plástico,
(ABNT 10.004) Caminhão
papelão, sacos de
Classe B (Conama 10 kg/m2 Baia específica ou carroceria Reciclador
cimento, isopor, sacos Semanal
307/2002) construído Big-Bags (2,52 Licenciado
de argamassa e
Classe C (Conama toneladas)
congêneres
307/2002)
Classe IIB Inertes
Classe C: EPI's, luvas, Bombona específica
(ABNT 10.004) Dado Caminhão Conforme
uniformes, botas, lixas – dentro da Baia de Aterro Sanitário
Classe C (Conama Incerto. Carroceria necessidade
não contaminados, etc. Perigosos
307/2002)
Classe D: tambores Classe I (ABNT 10.004)
contaminados por óleo
combustível, cola
fenólica, curing, resíduos
Dado Bombonas contidas Caminhão Conforme
de asfalto, materiais Classe D (Conama Coprocessamento
Incerto. em Baia de Perigosos Carroceria necessidade
inservíveis, instrumentos 307/2002)
contaminados tais como
pincéis, rolos, trinchas,
brochas utilizados, etc.
Orgânicos e sanitários Classe II A Não inertes Caminhão de
20 kg/dia Saco de lixo Diário Aterro Sanitário
domésticos (ABNT 10.004) Coleta Pública

O empreendedor irá utilizar Sistema MTR do SINIR passa a disponibilizar a funcionalidade


“Plano de Gerenciamento de Resíduos – PGRS”, que deve ser elaborado pelos geradores
de resíduos, como disposto no art. 20 da Lei n° 12.305 de 02 de agosto de 2020 (PNRS),
sujeitos a licenciamento ambiental, ficando sua elaboração agora disponibilizada no Sistema
MTR do SINIR.

Após a elaboração do PGRS, o empreendedor deve proceder o envio através do Sistema


MTR do SINIR desse documento, devendo ainda juntar uma via digital desse documento ao
seu processo de licenciamento ambiental, utilizando o correspondente sistema de seu órgão
licenciador.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
51
10.2. MEIO BIÓTICO

10.2.1. Impactos Sobre a Flora

Aspecto: Remoção da vegetação

Impacto Ambiental:

Alteração da Paisagem

Na fase de instalação, serão realizadas supressões da vegetação devido à implantação do


loteamento fechado. Essa remoção da vegetação provocará a alteração da paisagem local,
que será mantida na operação, em função de intervenções nos remanescentes florestais.

Esta ação representa um impacto direto, negativo, de abrangência local, permanente,


moderado, irreversível e com boas possibilidades de mitigação.

Supressão da Cobertura Vegetal e de Espécies

Em decorrência da instalação do loteamento fechado, deverá ser realizada a supressão da


cobertura vegetal e das espécies que ocorram no local. Sendo assim, a retirada da
cobertura vegetal e dos indivíduos vegetais deverá provocar alterações locais na
composição e na quantidade de biomassa dos fragmentos florestais observados.

Esta ação representa um impacto direto, negativo, de abrangência local, permanente,


moderado, irreversível e com boas possibilidades de mitigação.

Esse impacto é de média magnitude e as medidas mitigadoras serão apresentadas nesse


estudo.

Medida Mitigadora:

Alteração da Paisagem

Como forma de mitigar esse impacto, foi realizada a seleção do projeto que menos
impactasse a vegetação florestal, os trechos com maior densidade de recursos hídricos e
com maior declividade, evitando assim grandes alterações da paisagem.

Como forma de mitigar os impactos dessa intervenção sugere-se a elaboração do Plano de


Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), com o objetivo de sistematizar e apresentar as
ações necessárias para promover a recuperação e recomposição dessas áreas alteradas.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
52
Visando, assim, eliminar o estado atual de degradação através da adoção de técnicas de
recuperação capazes de devolver a esses ambientes sua função ecológica de origem.

Supressão da Cobertura Vegetal e de Espécies

É válido ressaltar que as atividades de supressão vegetal iniciarão somente após a


obtenção da Licença de Exploração Florestal emitida pelo órgão ambiental responsável.

Como forma de mitigar os impactos gerados pela supressão da vegetação arbórea será
apresentado o Plano de Supressão da vegetação que contempla as diretrizes e
especificações técnicas básicas e operacionais necessárias para realização desta atividade.
As recomendações são baseadas na legislação vigente e irão contribuir para o sucesso na
operação de remoção da vegetação.

Será proposto a instalação de uma agrofloresta na área de preservação permanente das


nascentes. O projeto possui como finalidade o enriquecimento do fragmento florestal com
maior diversidade de espécies, atração de fauna disseminadora de sementes e educação
ambiental aos futuros moradores.

Na área de preservação permanente as margens do córrego Almeida, sugere-se a


realização de um PRAD. Este documento apresentará um Plano de Recomposição Florística
para a área que será descrito mais adiante.

Figura 28: Exemplo das características a serem alcançadas nas áreas do plantio.

Figura 29: Exemplo das características a serem alcançadas nas áreas do plantio.
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
53
10.2.2. Impactos Sobre a Fauna

Aspecto: Dispersão da fauna devido a remoção da vegetação obras civis e emissão de


ruídos.

Impacto Ambiental: Para a fauna, do local do loteamento fechado, atribui-se impactos


frente a preparação e utilização do terreno.

Um conjunto de espécies, em especial aquelas que tem pouca capacidade de deslocamento


(anfíbios, répteis e pequenos roedores) será diretamente afetado.

Durante a limpeza, preparação do terreno para a estruturação do loteamento fechado, estas


espécies poderão padecer, pois utilizam como refúgio frestas e/ou buracos no solo e
subsolo.

O som e a movimentação causada pelas obras provocarão a dispersão de espécies, como


mamíferos e aves.

A disposição e gerenciamento inadequado de resíduos sólidos (entulhos), podem ser um


significativo fator de atração de vetores, como insetos e roedores.

Sabendo que a fauna do Cerrado adquiriu, durante o processo evolutivo, hábitos de


dispersão constante, proporcionada pela sazonalidade que controla a oferta de alimentos e
o melhor período para a reprodução, estabelecendo inter-relação com os ambientes e que
esse hábito tem levado a fauna de vertebrados ao encontro com as rodovias e/ou acessos
com circulação de veículos, proporcionando a mortalidade de animais.

Esse impacto é de baixa magnitude e as medidas mitigadoras serão apresentadas nesse


estudo.

Medida Mitigadora:

Dispersão da fauna remanescente

Visando minimizar impactos sobre a fauna decorrentes das intervenções diretas na limpeza
e preparação do terreno na área, deve-se atentar para o afugentamento e, se necessário,
resgate de possíveis indivíduos afetados.

Em virtude do tamanho da área e do elevado grau de transformação e alterações antrópicas


voltadas para a construção civil onde o loteamento será construído, não se espera um
volume alto de espécimes afetados, tornando a atividade de afugentamento mais branda e
possível de ser realizada com pequena estrutura.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
54
Figura 30: Exemplo de Afugentamento da fauna

Antes das intervenções diretas sobre a limpeza do terreno deve-se vistoriar a área
otimizando o afugentamento da fauna, resgate de ninhos e a retirada dos espécimes mais
sensíveis que serão destinadas à soltura.

Durante a operação das máquinas deve-se também considerar a permanência de um


colaborador para efetuar o eventual resgate de espécimes afetadas ou em risco, caso
constatado. Se identificados indivíduos, colaboradores devidamente treinados, serão
acionados para captura e posterior soltura destes animais.

Como já exposto, não se espera que outros grupos, além de alguns anfíbios, lagartos e
pequenos roedores sejam afetados. Desta forma, e em virtude da pequena quantidade de
espécimes esperadas para serem resgatada, associado às características ecológicas destas
espécies, propõe-se que sejam soltas em um fragmento próximo à área.

Este fragmento apresenta condições de nicho e habitat compatíveis com as preferências


das espécies eventualmente resgatadas e capacidade de suporte para a abundância
pequena destes grupos potencialmente afetados.

Quanto a atração de vetores, o adequado gerenciamento de resíduos sólidos, desde sua


geração, disposição temporária e destinação final, visa mitigar este impacto.

Atropelamento da fauna

Os impactos vinculados aos atropelamentos poderão ser mitigados por ações de Educação
Ambiental aplicados durante o DDS, que visem conscientizar todos os envolvidos no projeto
da importância da fauna e flora local, bem como da legislação ambiental aplicável. Além
disto o empreendedor deverá colocar placas sinalizando a máxima de velocidade permitido
e indicando o possível aparecimento de animais silvestres nas vias.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
55
10.3. MEIO ANTRÓPICO

Aspecto: Fortalecimento socioeconômico e geração de emprego

Impacto Ambiental:

Fortalecimento socioeconômico

As obras demandarão novos insumos, elevando a demanda por serviços e produtos, que, se
adquiridos no município, contribuirão para dinamização da economia local, estimulando e
contribuindo a curto prazo para o aquecimento da economia local e regional do município.

O fortalecimento socioeconômico da região é um impacto positivo, direto, local, permanente,


reversível e de boas condições de otimização.

Geração de emprego

Com as obras de instalação, irá ocorrer o aumento na disponibilidade de emprego direta e


indiretamente, principalmente, da mão de obra não especializada. Deve-se priorizar a
contratação de mão-de-obra local para garantia dos efeitos positivos da geração de emprego.

Particularmente no diz respeito ao aumento da geração de emprego, propiciará empregos


em diversos setores à curto, médio e longo prazo. Representa um impacto direto, positivo,
de abrangência local, permanente, reversível e com boas possibilidades de otimização.

Incômodo aos moradores

Na fase de instalação poderá ocorrer incômodos aos moradores do entorno, em função da


movimentação de pessoas, veículos e equipamentos, visto que são indispensáveis para a
instalação. O maior incômodo será do trânsito de veículos que poderá alterar o dia-dia da
população das áreas mais próximas. No entanto, com a finalização das obras esse impacto
sessará de imediato.

Representa um impacto direto, negativo, de abrangência local, permanente, reversível e


com boas possibilidades de mitigação.

Esse impacto é de média magnitude e as medidas mitigadoras dos impactos negativos e


otimizadoras dos impactos positivos serão apresentadas nesse estudo.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
56
Medida Mitigadora:

Fortalecimento socioeconômico

A implantação do loteamento fechado contribuirá para a dinamização da economia local,


haja vista a entrada da renda oriunda dos salários dos trabalhadores, elevando assim o
consumo de produtos e serviços. Como forma de estimular mais o mercado, o
empreendedor deverá priorizar a aquisição de produtos e insumos no mercado local,
estimulando a economia através da geração de novos negócios no município.

Especialmente deve-se considerar que ao atender a CINQ com a disponibilização de


insumos estará contribuindo à curto prazo para o aquecimento da economia local e regional.

Geração de emprego

Particularmente no diz respeito ao aumento da geração de emprego, será propiciando


indiretamente, por meio da implantação do loteamento fechado, a criação na região de
empregos em diversos setores à curto e médio prazo, podendo ser otimizado com a
contratação preferencial de mão-de-obra local.

Aumento de tráfego de maquinários e equipamentos

Como forma de mitigação dos impactos que possam surgir com o aumento de tráfego de
veículos, maquinários e equipamentos, deverão ser realizadas as seguintes ações:

 Aplicação de sinalização de trânsito nas estradas e vias de acessos, para o controle


do tráfego de veículos e de velocidade, evitando alguns transtornos e possíveis
acidentes;

Limitar as intervenções ao mínimo possível, priorizando a utilização das vias de acesso e


infraestruturas existentes.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
57
11. PROGRAMAS AMBIENTAIS

Os programas ambientais atuam como um subsistema de gestão, através do qual a organização


poderá controlar as atividades, produtos e processos que causam ou podem causar impactos
ambientais, com o objetivo de minimizar os impactos da instalação do loteamento fechado.

11.1. PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA

11.1.1. Introdução/Justificativa

O Programa de Gestão Ambiental (PGA) visa fornecer subsídios na fase de instalação do


loteamento fechado, com o menor ônus ambiental possível, através do estabelecimento de
critérios e condicionantes para a execução das atividades.

O programa deverá disciplinar as atividades e os procedimentos segundo os quais devem


ser executadas. Para tanto, deverá estabelecer uma rotina de monitoramento da execução
dos procedimentos, sua adequação e eventuais necessidades de ajustes.

11.1.2. Objetivo

Gerenciar todos os aspectos ambientais envolvidos nas obras de implantação do loteamento


fechado, dando ênfase aos gerenciamentos e controles de efluentes, resíduos sólidos,
emissões atmosféricas, dentre outros.

11.1.3. Ações previstas e metodologia

As ações para implementação do programa deverão seguir as seguintes diretrizes e


metodologia:

 Formular o Plano de Trabalho, abrangendo o prazo de execução devidamente


ajustado ao cronograma da obra;

 Articular, de maneira permanente, com a coordenação e os especialistas setoriais do


empreendedor, considerando, em especial, as questões de planejamento ambiental
das obras;

 Verificar eventuais não conformidades nas áreas do empreendimento, visando à


melhoria contínua no que se refere às boas práticas ambientais;

 Definir ações e procedimentos que evitem, minimizem, controlem ou mitiguem os


impactos adversos potenciais decorrentes das obras;

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
58
 Promover a avaliação ambiental periódica do empreendimento, que consistirá, entre
outros métodos, na utilização de check list para verificação dos aspectos ambientais
do empreendimento.

 Controlar os aspectos ambientais do empreendimento, consolidado por uma


adequada coordenação, com desempenho de atividades de acompanhamento da
implantação e execução de todos os programas ambientais propostos, compatíveis
com os prazos estipulados e com as exigências legais e contratuais pertinentes.

 Desenvolver as atividades de forma integrada e cooperativa com a coordenação,


com desempenho de atividades técnicas específicas e de supervisão da fiscalização
da execução dos programas ambientais;

Deverá, também, estabelecer formas de controle dos impactos ambientais com:

 Adoção de sistemas que permitam identificar os impactos provocados durante a


obra, previstos ou não nos estudos ambientais realizados;

 Identificação de passivos relacionados aos impactos ambientais do empreendimento


e a possibilidade de adoção das medidas mitigadoras;

 Acompanhamento da coleta e disposição final dos resíduos sólidos gerados na


instalação e operação;

 Monitoramento das emissões atmosféricas;

 Manutenção preventiva dos equipamentos e maquinários que serão utilizados na


implantação;

 Realização de inspeção semanal da obra, objetivando adequar a instalação do


empreendimento às normas ambientais;

11.1.4. Cronograma

Durante a fase implantação do loteamento fechado, por um período de 36 meses.

11.1.5. Responsável pelo Programa

A responsabilidade de implantação do programa é do empreendedor.

11.1.6. Equipe Técnica

Engenheiro Ambiental e Técnico com experiência em gestão ambiental.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
59
11.2. PLANO DE RECOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA – PRF

O Plano de Recomposição Florística (PRF), foi elaborado e conforme diretrizes das


legislações vigentes e Lei Estadual de Goiás nº 18.104 de julho de 2018, capítulo II, art. 5

“II - Área de Preservação Permanente – APP: área protegida, coberta ou não por
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e
flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.”

11.2.1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

A proteção e conservação de ambientes florestais remanescentes do Cerrado se fazem


necessárias para a manutenção da qualidade ambiental de locais protegidos por lei como as
áreas de preservação permanentes (APP), as quais desempenham várias funções de
elevada importância para o meio ambiente como um todo e para a conservação da
diversidade biológica.

O Plano de Recomposição Florestal do loteamento fechado Parqville Figueira, abrange duas


Áreas de Preservação Permanentes dentro do empreendimento. A primeira encontra nos
pontos S1 e S2, conforme apresentado no Quadro 12 e Figuras 31 a 33.

Quadro 12: Coordenadas dos pontos de surgência


Identificação Coordenadas Sirgas 2000 UTM
S1 687020 8146101
S2 687013 8146144

Neste local será realizado a instalação de um Projeto Agroflorestal, composto por duas
grandes frentes de plantio:

1. O estabelecimento de uma horta agroecológica;

2. A restauração de uma área de APP por meio da implantação de sistemas


agroflorestais biodiversos. A segunda área de preservação permanente fica às
margens do córrego Almeida e tem como objetivo indicar as ações de
recomposição da vegetação local.

Neste documento são apresentadas as metodologias a serem adotadas bem como as áreas
onde cada uma será aplicada. Haverá o plantio predominante de espécies nativas do
Cerrado.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
60
Figura 31: Vista aera da APP 01 - Nascente

Figura 32: Vista aérea da APP 02 – Córrego Almeida

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
61
Figura 33: Áreas APP 01 e APP 02

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
62
Na Figura 34, podemos visualizar as áreas onde irá ocorrer a recomposição florística.

Figura 34: Áreas objeto de recomposição florística e instalação de agrofloresta

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
63
11.2.2. RECOMPOSIÇÃO FLORÍSTICA AGROFLORESTAL-APP01

Na Área de Preservação Permanente (APP01) com 4,01ha, será realizada a Recomposição


Florística através de um Projeto Agroflorestal de plantio estruturado em duas áreas com
projetos de recomposição distintos, sendo:

 Área 01 projeto de Mandalas: onde o plantio ocorrerá com a implantação de 30


mandalas agroflorestais com 5m de diâmetro cada, uma área total de 2,4ha.

 Área 02 projeto Linhas: o plantio ocorrerá em linhas espaçadas 4m de distância entre


elas, uma área de 1,46ha.

Na Figuras 35, podemos notar o desenho esquemático proposto para o plantio nas áreas 1
e 2, que terá como objetivo a restauração do núcleo florestal do fragmento na área 1, será
reflorestado com adoção da técnica de plantio denominada de “Mandalas Agroflorestais” e
na área 2, que será reflorestada com plantios de uma agrofloresta em linhas.

Figura 35: Desenho esquemático de plantio das áreas de restauração

11.2.2.1.ÁREA 1 - PLANTIO DAS “MANDALAS AGROFLORESTAIS”

O plantio será feito em clareiras presentes na estrutura vegetal do fragmento florestal, o


plantio é denominado “mandala” pela forma circular das clareiras. Este tipo de plantio
também é conhecido como “nucleação”.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
64
Cada núcleo de plantio terá 5 metros de diâmetro, perfazendo uma área de 19,63 m2 cada,
conforme apresentado na Figura 36. Serão plantadas 30 mandalas agroflorestais, que
juntas perfazem um total de 588,90 m2. Nas áreas próximas às nascentes, em um raio de 30
metros, não será realizada intervenções com essa técnica de plantio. As mandalas estarão
fora deste raio.

Figura 36: Desenho de plantio das áreas das mandalas agroflorestais

11.2.2.2.ÁREA 2 - PLANTIO DAS “LINHAS AGROFLORESTAIS”

O plantio será feito em linhas e o preparo do solo em área total, com uso de trator e
implementos específicos. Este tipo de plantio é mais eficiente por otimizar o tempo e custo
envolvido no plantio do sistema agroflorestal. As linhas estarão espaçadas 4 metros de
distância umas das outras, conforme apresentado na Figura 37. A área total destinada à
esta forma de plantio será de 1,46 hectares.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
65
Figura 37: Desenho de plantio da área das linhas agroflorestais

Todo a descrição da metodologia do procedimento de plantio, lista de espécies que serão


incorporadas nas áreas, manejo e cronograma de plantio, está apresentado no Anexo 04 -
Projeto Técnico de Plantio Agroflorestal - Restauração florestal de APP – com sistemas
agroflorestais.

11.2.3. Recomposição Florística às Margens do Córrego Almeida-APP2

As intervenções propostas para revitalização da área de preservação permanente estão


diretamente ligadas com a implantação do sistema de drenagem de águas pluviais e
recuperação da vegetação, nos locais situados à margem direita do Córrego Almeida.

A área de preservação permanente às margens do córrego Almeida possui uma área de


3,04ha, encontra-se antropizada com a incidência de resíduos antrópicos e sinal de erosão

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
66
ao longo da mesma. A recomendação de recomposição florística será por toda sua
extensão.

De acordo com a análise histórica da APP, contatou-se que a área foi objeto de perda de
indivíduos arbóreos e com isso houve a germinação de espécies pioneiras no local. Para
conter a erosão as margens de córrego Almeida, foi realizado um plantio de Bambu,
Leucena e Sansão do campo. Propõem-se a limpeza da área antes do plantio de
enriquecimento.

11.2.3.1.LIMPEZA DA ÁREA

Durante a vistoria técnica observou-se a presença de resíduos de ações antrópicas e a


presença de plantas invasoras. É de extrema importância que sejam eliminados quaisquer
fatores de perturbação presente na área a ser recuperada. Desta forma, deve ser realizada
a limpeza eliminando todos estes resíduos com o uso de equipamentos adequados para
esta atividade, tais como, foices, coletores de lixo, pá, além de Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs). Os demais indivíduos arbóreos de origem nativa, plântulas e mudas
devem ser mantidos na área para dar continuidade ao processo de regeneração natural.

Sugere-se a remoção das espécies exóticas e invasoras na APP para a execução da


recomposição florística. É interessante que parte do material vegetal removido seja mantido na
área. Este material orgânico oferece maior proteção ao solo, auxiliando na manutenção da
umidade e temperatura do solo, além de evitar a recolonização da área por espécies de plantas
invasoras.

11.2.3.2.COROAMENTO E ABERTURA DAS COVAS

Esta fase é de extrema importância para o estabelecimento da vegetação, para que então
seja garantido o enraizamento adequado das mudas, a manutenção da umidade, a
infiltração da água e a nutrição das mudas neste período inicial.

O coroamento consiste na remoção manual e seletiva de toda e qualquer vegetação


herbácea e subarbustiva daninha, em um raio de no mínimo 80 cm ao redor da muda ou do
indivíduo regenerante (Figura 38).

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
67
Figura 38: Modelo de coroamento

A limpeza da área da coroa deve ser realizada manualmente com auxílio de enxada, a uma
profundidade de cerca de cinco centímetros no solo, a fim de diminuir a rebrota nos locais
onde serão abertas as covas para plantio das mudas. Esse procedimento visa à redução na
competição por recursos como água, luminosidade e nutrientes entre as mudas a serem
implantadas e a vegetação já existente no local.

Já as covas devem ser previamente demarcadas e abertas com dimensões de


aproximadamente 40 cm x 40 cm x 40 cm (Figura 39).

Figura 39: Modelo de coveamento

Recomenda-se após a abertura da cova proceder a limpeza ao redor das mudas, em um


raio de cerca de 1 metro, eliminando as chances de competição com plantas invasoras que
possam interferir no desenvolvimento das mudas plantadas.
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
68
A abertura das covas deverá ser realizada pelo menos 30 dias antes do plantio, juntamente
com a adubação e calagem. Na abertura das covas, deve-se ter o cuidado de separar os
primeiros 20 cm de camada de terra para misturá-la ao corretivo agrícola.

11.2.3.3.ADUBAÇÃO E CORREÇÃO DO SOLO

Deverá ser realizada a correção de acidez e adubação necessária do solo que receberá as
mudas. Esta atividade será realizada com o acompanhamento de um profissional habilitado
por meio da utilização de produtos como fertilizantes, corretores e adubos adequados.

O fertilizante a ser utilizado deverá ser misturado previamente ao solo. É recomendado o


uso de 200 gramas/cova de fertilizante N:P:K 05:25:15, ou outro equivalente, com elevado
teor de fósforo (P). A aplicação de calcário poderá ser realizada diretamente no fundo, ou ao
redor, da cova de plantio das mudas, utilizando-se de 200 gramas/cova de calcário
dolomítico.

O processo de adubação e calagem do solo deverá ser realizado pelo menos 30 dias antes
do plantio, juntamente com a abertura das covas.

11.2.3.4.CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS

O controle das comunidades de formigas cortadeiras devem ser realizado em período


anterior ao plantio das mudas. É importante que sempre seja realizada a busca de novos
formigueiros, dando prosseguimento a essa atividade pelo período mínimo de um ano.
Assim, as mudas que serão inseridas na área terão maiores chances de se estabelecerem,
diminuindo os riscos de perda das mesmas por ataques de formigas.

A forma mais indicada para o combate dessas formigas é a utilização de iscas granuladas,
pois são mais eficazes e não prejudicam os representantes da fauna da região. Os
saquinhos das iscas são distribuídos na área de acordo com orientações indicadas pelo
fabricante do produto. Geralmente, é utilizado cerca de seis gramas da isca granulada por
metro quadrado de área de formigueiro.

A aplicação não deve ser realizada em dias chuvosos e as iscas não devem ser distribuídas
sobre o solo úmido. O controle de formigas se dará em três fases:

i. Controle inicial de pré-plantio: realizado 30 dias antes do plantio e de qualquer


intervenção na área (controle das espécies invasoras, preparo do solo, abertura de
covas, etc.), operando-se (quando houver presença de formigas) a aplicação de
forma sistemática (10 gramas a cada 3 m x 10 m) pela área e diretamente junto aos
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
69
olheiros (20 gramas por olheiro e 10 gramas por m2 de terra solta em volta dos
formigueiros);

ii. Controle de plantio: realizado de 5 a 7 dias antes do plantio e com um repasse logo
após a implantação das mudas;

iii. Repasses de manutenção (pós-plantio): realizado periodicamente, até o segundo


ano após o plantio das mudas. Nos primeiros dois meses, deve-se realizar esse
controle a cada 15 dias e, após esse período, a cada dois meses. Nessa fase, o
controle deve ser feito de forma sistemática, somente nas vizinhanças das mudas
cortadas e próximo aos olheiros e de acordo com o nível de infestações.

11.2.3.5.AQUISIÇÃO DAS MUDAS

As mudas a serem inseridas na área a ser recuperada poderão ser adquiridas na região,
dando preferência a viveiristas idôneos. As mudas selecionadas para o plantio devem
apresentar boas condições, dando preferência às espécies nativas do Cerrado e de
ocorrência na região do empreendimento.

A APP do córrego Almeida a ser recuperada com o plantio de mudas nativas do Cerrado
corresponde a 30.415,97 m² (3,04ha). Considerando o espaçamento de 3,00 x 3,00 metros
recomendado, serão necessárias 3.380 mudas. Deverão ser adquiridas outras 338 que
serão direcionadas para replantio.

11.2.3.6.INSERÇÃO DAS MUDAS

Essa atividade consiste na distribuição das mudas de espécies selecionadas na área a ser
recuperada, de acordo com o método de plantio mais adequado. Recomenda-se que o
plantio seja iniciado nos primórdios do período chuvoso na região. Neste caso, o período
chuvoso tem duração entre os meses de outubro a abril.

Todo o cuidado deve ser estabelecido para que as mudas sobrevivam e se desenvolvam da
melhor maneira. O transporte das mudas destinadas ao plantio deve ser monitorado,
evitando exposição excessiva ao sol e vento. Além disso, geralmente, as mudas são
comercializadas em sacos plásticos, os quais devem ser retirados cuidadosamente no
momento do plantio para que seja evitado o destorroamento, favorecendo o bom
desenvolvimento das mudas.

No momento do plantio as mudas devem ser retiradas dos recipientes plásticos


cuidadosamente e colocadas na cova manualmente. Feito esse procedimento, a cova
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
70
deverá ser completada com a terra e adubo, evitando que o colo ou raízes da muda fiquem
expostos ou que ocorra o “afogamento” da muda. A terra ao redor da muda deve ser
cuidadosamente compactada manualmente.

É importante que no fim do plantio seja realizada a irrigação abundante das mudas, mesmo
que a terra esteja úmida. Mesmo que o plantio seja executado no período de expectativas
de chuvas, pode ocorrer de não haver umidade suficiente para as mudas. Caso isso ocorra,
deverá ser realizada a irrigação das mudas, a fim de manter a umidade necessária para o
estabelecimento das mesmas na área de plantio.

11.2.3.7.ESPÉCIES INDICADAS PARA O PLANTIO

Algumas das espécies indicadas para o plantio a ser realizado nas áreas de intervenção
estão listadas no Quadro 13. Para recompor floristicamente essas áreas é importante que
sejam utilizadas espécies nativas do Cerrado e com ocorrência reportada para a região.

Quadro 13: Espécies indicadas para o plantio.


Nome científico Família Nome comum Grupo ecológico
Albizia niopoides Fabaceae Angico-branco Pioneira
Anacardium occidentale Anacardiaceae Cajueiro Pioneira
Anadenanthera peregrina Fabaceae Angico-vermelho Pioneira
Annona glabra Annonaceae Araticum-do-brejo Pioneira
Annona montana Annonaceae Araticum-da-mata Pioneira
Apeiba tibourbou Malvaceae Pente-de-macaco Pioneira
Apuleia leiocarpa Fabaceae Garapa Secundária/Clímax
Aspidosperma cylindrocarpon Apocynaceae Peroba-rosa Secundária
Aspidosperma subincanum Apocynaceae Guatambu Secundária
Aspidosperma tomentosum Apocynaceae Peroba-branca Secundária
Astronium fraxinifolium Anacardiaceae Gonçalo-alves Pioneira
Bauhinia forficata Fabaceae Pata-de-vaca Pioneira
Bauhinia rufa Fabaceae Pata-de-vaca Pioneira/secundária
Bixa orellana Bixaceae Urucum Secundária/Clímax
Byrsonima sericea Malpighiaceae Murici-da-mata Clímax
Campomanesia velutina Myrtaceae Gabiroba Pioneira/secundária
Cariniana estrellensis Lecythidaceae Jequitibá Clímax
Casearia decandra Salicaceae Espeteiro Secundária
Casearia grandiflora Salicaceae Guaçatonga Secundária
Casearia rupestris Salicaceae Fruta-de-jacu Secundária
Cassia ferruginea Fabaceae São-joão-preto Secundária
Cecropia pachystachya Urticaceae Embaúba Pioneira
Cedrela fissilis Meliaceae Cedro Secundária
Ceiba speciosa Malvaceae Paineira/barriguda Pioneira/secundária
Celtis iguanaea Cannabaceae Esporão-de-galo Pioneira
Copaifera langsdorffii Fabaceae Pau-d’óleo Pioneira/secundária
Cordia trichotoma Boraginaceae Louro-pardo Pioneira
Coussarea hydrangeifolia Rubiaceae Folha-de-couro Pioneira
Croton urucurana Euphorbiaceae Sangra-d’água Pioneira
Curatella americana Dilleniaceae Lixeira Secundária
Cybistax antisyphilitica Bignoniaceae Ipê-verde Pioneira
Dalbergia miscolobium Fabaceae Jacarandá -
Dilodendron bipinnatum Sapindaceae Maria-pobre Pioneira
Dimorpha dramollis Fabaceae Faveiro Pioneira
Diospyros hispida Ebenaceae Olho-de-boi Secundária
Dipteryx alata Fabaceae Baru Secundária
Emmotum nitens Icacinaceae Sobre Pioneira/secundária
Eremanthus glomerulatus Asteraceae Coração-de-negro Pioneira
Erythroxylum suberosum Erythroxylaceae Mercúrio-do-campo -
Eugenia dysenterica Myrtaceae Cagaita Secundária

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
71
Nome científico Família Nome comum Grupo ecológico
Genipa americana Rubiaceae Jenipapo Pioneira
Guarea guidonia Meliaceae Marinheiro Secundária
Guazuma ulmifolia Malvaceae Mutamba Pioneira
Hancornia speciosa Apocynaceae Mangaba Pioneira
Handroanthus heptaphyllus Bignoniaceae Ipê-rosa -
Handroanthus impetiginosus Bignoniaceae Ipê-roxo Secundária
Handroanthus ochraceus Bignoniaceae Ipê-do-cerrado Pioneira
Handroanthus serratifolius Bignoniaceae Ipê-amarelo Pioneira
Hirtella glandulosa Chrysobalanaceae Bosta-de-rato Secundária
Hymenaea courbaril Fabaceae Jatobá Clímax
Hymenaea martiana Fabaceae Jatobá Secundária
Hymenaea stigonocarpa Fabaceae Jatobá-do-campo Clímax
Inga laurina Fabaceae Ingá-mirim Secundária
Inga marginata Fabaceae Ingá-feijão Pioneira
Inga sessilis Fabaceae Ingá-de-macaco Secundária/Clímax
Inga vera Fabaceae Ingá-banana Pioneira
Licania kunthiana Chrysobalanaceae Rapadura Pioneira
Lithraea molleoides Anacardiaceae Aroeirinha Pioneira
Luehea divaricata Malvaceae Açoita-cavalo Secundária
Machaerium aculeatum Fabaceae Jacarandá-bico-de-pato Pioneira
Machaerium acutifolium Fabaceae Jacarandá-do-campo Pioneira
Machaerium hirtum Fabaceae Jacarandá-de-espinho Pioneira
Machaerium opacum Fabaceae Jacarandá-preto Pioneira
Machaerium paraguariense Fabaceae Jacarandá-branco Pioneira
Maclura tinctoria Moraceae Moreira Pioneira
Magonia pubescens Sapindaceae Tingui Pioneira
Matayba guianensis Sapindaceae Camboatá Pioneira
Myracrodruon urundeuva Anacardiaceae Aroeira Pioneira
Myrcia splendens Myrtaceae Cambuí Secundária
Myroxylon balsamum Fabaceae Bálsamo Secundária/Clímax
Myrsine guianensis Primulaceae Pororoca Pioneira
Nectandra cissiflora Lauraceae Canelão -
Ocotea puberula Lauraceae Canela-babenta Pioneira
Ocotea spixiana Lauraceae Canela-amarela Secundária
Piper aduncum Piperaceae Jaborandi Secundária
Piptocarpha rotundifolia Asteraceae Candeia Pioneira
Plathymenia reticulata Fabaceae Vinhático Pioneira
Platymiscium floribundum Fabaceae Feijão-cru Secundária
Platypodium elegans Fabaceae Canzileiro Pioneira
Pouteria gardneri Sapotaceae Aguaí Secundária
Pouteria torta Sapotaceae Guapeva Secundária
Protium heptaphyllum Burseraceae Amescla Pioneira/secundária
Pseudobombax longiflorum Malvaceae Embiruçu-folha-lisa Clímax
Pseudobombax tomentosum Malvaceae Embiruçu-folha-peluda Secundária
Pterodon emarginatus Fabaceae Sucupira-branca Secundária
Qualea grandiflora Vochysiaceae Pau-terra-folha-larga Pioneira
Rhamnidium elaeocarpum Rhamnaceae Cabriteiro Pioneira
Sapium glandulosum Euphorbiaceae Leiteiro -
Schefflera macrocarpa Araliaceae Mandiocão-do-cerrado -
Schefflera morototoni Araliaceae Mandiocão Pioneira
Schizolobium parahyba Fabaceae Guapuruvu Pioneira
Senegalia polyphylla Fabaceae Monjoleiro Pioneira
Senna multijuga Fabaceae Chuva-de-ouro Pioneira
Sterculia striata Malvaceae Chichá Pioneira
Syagrus oleracea Arecaceae Guariroba Secundária
Tabebuia aurea Bignoniaceae Ipê-caraíba Secundária
Tabebuia roseoalba Bignoniaceae Ipê-branco Secundária
Talisia esculenta Sapindaceae Pitomba Pioneira/secundária
Tapirira guianensis Anacardiaceae Pombeiro Pioneira
Terminalia argentea Combretaceae Capitão-do-campo Pioneira
Terminalia glabrescens Combretaceae Maria-preta Secundária
Terminalia phaeocarpa Combretaceae Capitão-do-mato Pioneira
Trema micrantha Cannabaceae Candiúba Pioneira
Vatairea macrocarpa Fabaceae Sucupira-amargosa Secundária
Virola sebifera Myristicaceae Ucuúba-do-cerrado Pioneira
Xylopia aromatica Annonaceae Pimenta-de-macaco Pioneira
Xylopia sericea Annonaceae Pindaíba Pioneira
Zanthoxylum caribaeum Rutaceae Cera-cozida Pioneira
Zanthoxylum rhoifolium Rutaceae Mamica-de-porca Pioneira
Zanthoxylum riedelianum Rutaceae Mamicão-de-porca Pioneira
PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
PARQVILLE FIGUEIRA
72
11.2.3.8.DISTRIBUIÇÃO DAS MUDAS (ESPAÇAMENTO E ALINHAMENTO)

A distribuição das espécies baseada na combinação de grupos de espécies de diferentes


estágios da sucessão secundária é o modelo que tem obtido melhores resultados, visto que
se caracteriza pela condução da sucessão, favorecendo o rápido recobrimento da área.

A definição do espaçamento adotado será realizada em função das características da área


de intervenção. Para o presente projeto optou-se pelo espaçamento de 3,00 x 3,00 metros
nas margens do córrego Almeida.

Com base em modelos de sucessão secundária, será utilizado na área o esquema de


plantio em quincôncio, onde cada muda das espécies clímax exigentes de luz (secundárias)
ou tolerantes à sombra (clímax) ficará posicionada no centro de um quadrado composto de
mudas de espécies pioneiras (Figura 40) na proporção de 50% de espécies pioneiras (P),
40% de clímax exigentes de luz ou secundárias (S) e 10% de clímax tolerante à sombra (C).

Figura 40: Desenho do esquema de plantio (margens do córrego Almeida)

11.2.3.9.INSTALAÇÃO DE TUTORES

Após a realização do plantio das mudas, as mesmas deverão ser amparadas por um tutor
que deverá ser fixado por meio de amarrio de sisal ou material similar, quando for
necessário. Essa atividade facilita o crescimento mais ereto das mudas, minimiza os danos
que podem ser causados a elas e auxilia na identificação delas em campo para posteriores
ações de manutenção.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
73
11.2.3.10. IRRIGAÇÃO

Caso seja necessário, as mudas devem ser irrigadas de forma cuidadosa duas vezes ao dia,
preferencialmente no período da manhã e no final da tarde. A irrigação é indispensável no
fim do período chuvoso e durante o período de estiagem.

11.2.3.11. REPLANTIO

A atividade de replantio tem o objetivo de realizar a substituição das mudas que porventura
vierem a morrer por novas mudas saudáveis da mesma espécie. Isso faz com que não haja
um espaçamento muito grande entre as mudas inseridas no local. O replantio das mudas
que morrerem deverá ser feito no mês posterior ao plantio inicial, devendo ser realizado
sempre que a mortalidade for superior a 10%, para que, assim, as áreas tenham condições
de se estabelecer com maior sucesso.

11.2.4. Responsável pelo Programa

A responsabilidade de implantação do programa é do empreendedor.

11.2.5. Equipe Técnica

Engenheiro Ambiental, Biólogo e Técnico com experiência em gestão ambiental.

11.2.6. Cronograma
PERÍODO
ATIVIDADES 1º ANO 2º ANO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
TÉCNICAS: RECUPERAÇÃO DA VEGETAÇÃO
Etapa: Plantio
Remoção da vegetação invasora
Controle de formigas
Espaçamento e alinhamento
Coveamento
Adubação e calagem (plantio)
Plantio de mudas
Irrigação
Etapa: Manutenção
Replantio
Coroamento
Controle de formigas
Adubação de cobertura
Irrigação
Obs.: O cronograma poderá ter alteração de acordo com o delinear da obra, por alguns fatores: finalização das obras de
drenagem pluvial, finalização de terraplanagem e etc.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
74
12. CONCLUSÃO

Os estudos realizados pelo PGA na área do loteamento fechado Parqville Figueira,


indicaram que, embora se encontre com elevado grau de antropização, contém também
ambientes localizados, que possuem grande importância para o ambiente local e deverão
ser preservados e recuperados.

Para a minimização desse processo de alteração ambiental na área do loteamento fechado


é imprescindível à adoção das medidas propostas no PGA.

A fauna constitui-se atributo de maior complexidade para a reversão do processo de


pressão antrópica ao qual já está submetida a área em estudo, decorrente das intervenções
ocorridas pelas atividades de agricultura e pecuária.

Os demais fatores não apresentam relevância pelo pequeno significado de correlação do


empreendimento com os mesmos.

Conclui-se, portanto, que o empreendimento é compatível com os atributos ambientais


locais, desde que sejam adotadas todas as estratégias de gestão ambiental e programas
ambientais aqui propostos, sendo passível de licenciamento ambiental.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
75
13. ANEXOS

ANEXO 01 – PROJETO URBANÍSTICO

ANEXO 02 – AVTO CELG-D

ANEXO 03 – AVTO SANEAGO

ANEXO 04 - PROJETO TÉCNICO DE PLANTIO AGROFLORESTAL - RESTAURAÇÃO


FLORESTAL DE APP – COM SISTEMAS AGROFLORESTAIS.

ANEXO 05 - ANOTAÇÕES DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA – ARTS.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
76
ANEXO 01 – PROJETO URBANÍSTICO

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
ANEXO 02 – AVTO CELG-D

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
ANEXO 03 – AVTO SANEAGO

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
ANEXO 04 - PROJETO TÉCNICO DE PLANTIO AGROFLORESTAL - RESTAURAÇÃO
FLORESTAL DE APP – COM SISTEMAS AGROFLORESTAIS.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA
ANEXO 05 - ANOTAÇÕES DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA – ARTS.

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA


PARQVILLE FIGUEIRA

Você também pode gostar