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Estudo Técnico Ambiental - ETA

Plano de Gestão Ambiental e Social - PGAS

Unidade Saúde da Família - USF

Gabinete de Gabinete de Projetos


Gerenciamento do Especiais
ProMorar

Recife
Dezembro/2023
Sumário
1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................. 5
2. INFORMAÇÕES GERAIS .................................................................................................................................. 6
2.1. Identificação do empreendimento ........................................................................................................ 6
2.2. Responsáveis pela elaboração do ETA e PGAS....................................................................................... 6
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ................................................................................................... 7
3.1. Localização do empreendimento ......................................................................................................... 11
3.2. Alternativas tecnológicas e de não execução ...................................................................................... 14
3.3. Descrição das alternativas avaliadas .................................................................................................... 14
3.4. Hipótese de não execução ................................................................................................................... 15
3.5. Estimativa da mão-de-obra .................................................................................................................. 15
3.6. Estimativa dos volumes ....................................................................................................................... 16
3.6.1. Resíduos sólidos gerados: ............................................................................................................ 16
4. ÁREAS DE INFLUÊNCIA ................................................................................................................................. 16
4.1. Área Diretamente Afetada – ADA ........................................................................................................ 16
4.2. Área de Influência Direta – AID ............................................................................................................ 17
4.3. Área de Influência Indireta – AII .......................................................................................................... 18
5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL .......................................................................................................................... 19
5.1. Meio Físico ........................................................................................................................................... 19
5.2. Meio Biótico ......................................................................................................................................... 21
5.2.1. Vegetação .................................................................................................................................... 21
5.2.2. Fauna ........................................................................................................................................... 23
5.3. Meio Socioeconômico .......................................................................................................................... 24
5.3.1. Comunidade Irmã Dorothy .......................................................................................................... 26
5.3.2. Comunidade de Aritana .............................................................................................................. 27
5.3.3. Comunidade Nova Esperança e Beira da Maré ........................................................................... 28
6. INDICAÇÕES SOBRE GESTÃO DE RISCOS DE DESASTRES PARA A USF - COMUNIDADE DO BEM ................. 29
6.1. Análise de Riscos de Desastres e Mudanças Climáticas (MERDCC - BID) USF - Comunidade do Bem . 29
6.1.1. Introdução ................................................................................................................................... 29
6.1.2. Classificação e Screening (FASE 1) ............................................................................................... 29
6.1.3. Estudos Realizados ...................................................................................................................... 37
6.1.4. Riscos Graduais ........................................................................................................................... 38
6.1.5. Considerações Finais ................................................................................................................... 39
6.2. Plano de Gestão de Riscos de Desastres para a USF - Comunidade do Bem ....................................... 39
7. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................................................... 41
7.1. Competência Municipal ....................................................................................................................... 42
7.2. Competência Estadual ......................................................................................................................... 42
7.3. Competência Federal ........................................................................................................................... 43
8. ANÁLISE DOS PLANOS E PROGRAMAS INCIDENTES SOBRE A ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO
45
9. DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS.................................................................................................... 47
9.1. Identificação dos impactos ambientais................................................................................................ 47
9.2. Impactos‐ Fase de Implantação ........................................................................................................... 49
9.2.1. Impactos ambientais: Meio físico - implantação ........................................................................ 50
9.2.2. Impactos ambientais: Meio Antrópico - implantação ................................................................. 50
9.2.3. Impactos ambientais: Meio Biótico - implantação ...................................................................... 51
9.3. Impactos - fase de Operação ............................................................................................................... 51
9.3.1. Impactos ambientais – Meio Físico – operação .......................................................................... 53
9.3.2. Impactos ambientais: Meio Antrópico – fase de operação ........................................................ 53
9.3.3. Impactos ambientais: Meio Biótico – fase de operação ............................................................. 54
10. PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS ............................................................ 55
10.1. Fase de planejamento ..................................................................................................................... 55
10.2. Fase de instalação............................................................................................................................ 56

2
10.3. Fase de Operação ............................................................................................................................ 58
11. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL – PGAS ................................................................................... 60
11.1. Descrição do Programa .................................................................................................................... 60
11.2. Objetivo do PGAS............................................................................................................................. 60
11.2.1. Geral........................................................................................................................................ 60
11.2.2. Específicos ............................................................................................................................... 60
11.3. Desenvolvimento ............................................................................................................................. 60
12. PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL- PGAS ............................................................................. 62
13. PROGRAMA DE PROTEÇÃO À BIODIVERSIDADE ....................................................................................... 63
13.1. Objetivo ........................................................................................................................................... 63
13.2. Procedimentos e Diretrizes ............................................................................................................. 63
13.3. Plano de ação e gestão da biodiversidade ...................................................................................... 63
13.4. Medidas de prevenção a espécies exóticas e invasoras .................................................................. 64
14. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SANITÁRIA - PEAS ................................................................. 65
14.1. Objetivo ........................................................................................................................................... 65
14.2. Público-Alvo ..................................................................................................................................... 65
14.3. Procedimentos e Diretrizes ............................................................................................................. 65
14.4. Escopo das Atividades ..................................................................................................................... 66
14.4.1. Atividades .................................................................................................................................... 66
15. PLANO DE CONSULTA E PARTICIPAÇÃO DE PARTES INTERESSADAS ........................................................ 69
15.1. Público-alvo ..................................................................................................................................... 69
15.2. Princípios ......................................................................................................................................... 69
15.3. Abrangência ..................................................................................................................................... 69
15.4. Identificação das Questões Prioritárias ........................................................................................... 70
15.5. Identificação dos atores e partes interessadas ............................................................................... 70
15.6. Organização das Consultas públicas ................................................................................................ 73
16. MITIGAÇÃO DE IMPACTOS SOCIAIS E ECONÔMICOS TEMPORÁRIOS ...................................................... 75
16.1. Objetivos .......................................................................................................................................... 76
16.2. Procedimentos e Diretrizes ............................................................................................................. 77
17. PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL ............................................................................................ 81
17.1. Objetivos .......................................................................................................................................... 81
17.2. Procedimentos e Diretrizes ............................................................................................................. 81
17.3. Workshop / Treinamento ................................................................................................................ 83
17.4. Reconhecimento de Vestígios Arqueológicos ................................................................................. 83
17.5. Acesso aos benefícios derivados ao uso do patrimônio cultural ..................................................... 83
18. PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL E SOCIAL DAS OBRAS................................................................ 84
18.1. Justificativa ...................................................................................................................................... 84
18.2. Objetivo ........................................................................................................................................... 84
18.3. Procedimentos e Diretrizes ............................................................................................................. 84
18.4. Escopo/Atividades ........................................................................................................................... 85
18.5. Subprograma de Contratação de Mão de Obra .............................................................................. 85
18.6. Subprograma de Treinamento e Conscientização Ambiental da Mão de Obra .............................. 85
18.6.1. Atividades ............................................................................................................................... 86
18.7. Subprograma de Saúde e Segurança Ocupacional do Trabalhador................................................. 87
18.8. Subprograma de controle e fiscalização dos fornecedores da cadeia primária de suprimentos .... 88
18.9. Subprograma de Implantação, Operação e Encerramento de Canteiro de Obras e áreas de apoio
89
18.9.1. Aquisições ............................................................................................................................... 89
18.9.2. Canteiro de Obras ................................................................................................................... 89
18.10. Exploração de Jazida de Solo – Áreas de Empréstimo ..................................................................... 90
18.11. Utilização de Depósito de Material Excedente – Bota Espera ......................................................... 90
18.12. Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) ......................................................................... 91
19. PROGRAMA DE GESTÃO DOS RESÍDUOS .................................................................................................. 93
19.1. Objetivo ........................................................................................................................................... 93
19.2. Ações previstas ................................................................................................................................ 93
3
19.3. Abrangência ..................................................................................................................................... 94
19.4. Responsável pela execução ............................................................................................................. 94
19.5. Cronograma ..................................................................................................................................... 94
20. PLANO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO ........................................................................................... 95
20.1. Indicadores de Monitoramento e Avaliação ................................................................................... 96
20.2. Auditoria .......................................................................................................................................... 97
21. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................... 99
22. REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................... 100

4
1. APRESENTAÇÃO

O presente documento, elaborado pelo Gabinete de Projetos Especiais (GABPE) e


Gabinete de Gerenciamento do ProMorar-GGP, através da Coordenação de Meio Ambiente,
consiste no Estudo Técnico Ambiental e Plano de Gestão Ambiental e Social – PGAS da obra
de construção da Unidade da Saúde da Família (USF), que integra o programa ProMorar Recife,
situado na quadra L, da Comunidade Nova Esperança, no bairro da Imbiribeira, zona sul da
cidade do Recife/PE.
A USF está projetada para ocupar uma área bruta total de 3.342,18 m² e área líquida
construída de 1.131,47 m², e enquadrada como atividade passível de licenciamento ambiental
nos termos do artigo 101 da Lei Municipal nº 16.243/96, com redação da Lei Municipal nº
17.071/2004, alterada pela Lei nº 17.171/2005 e pelo Decreto nº 35.608/22, cuja competência
está a cargo da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife – SMAS, conforme
estabelece a legislação municipal em vigor.
O ETA foi elaborado segundo o Termo de Referência TR emitido pelo SMAS, e apresenta
o diagnóstico ambiental, identificação dos impactos ambientais (positivos e negativos)
decorrentes da implantação e operação do empreendimento supracitado, e subsidiou o
procedimento para a emissão da Licença Prévia Processo nº 8119583022, com validade até
27.12.2024. Este documento foi revisado para atendimento ao Marco de Políticas do BID.
O PGAS foi preparado de acordo com o MPAS e PDAS (Padrões de Desempenho Social e
Ambiental) do BID, visando o estabelecimento das ações necessárias para que com sua
execução, o projeto cumpra os padrões de desempenho ambiental e social.
Neste sentido, o presente documento está constituído em duas partes. A primeira, que
traz o estudo ambiental -ETA, no qual são apresentadas as informações sobre o projeto, seu
local de instalação, as características ambientais (meio físico, biótico e socioeconômico), os
impactos ambientais e as medidas mitigadoras. A segunda parte contempla o PGAS que traz
os programas a serem executados para a proteção, mitigação e controle dos aspectos
socioambientais na área de abrangência das intervenções da obra da USF.

5
2. INFORMAÇÕES GERAIS

2.1. Identificação do empreendimento

DISCRIMINAÇÃO DETALHAMENTO
Denominação do empreendimento Construção de uma Unidade de Saúde da Família (USF)
Projeto de arquitetura e complementares de engenharia para
Objeto de Licenciamento
implantação de equipamento de saúde.
1 Comunidade Irmã Dorothy (103.000m²) População estimada:
1.048 famílias
Número de habitantes: 4.184 aproximadamente.
2 Comunidade Nova Esperança e Beira de Maré (41.000 m²)
População Atendida População estimada: 370 famílias
Número de habitantes: 1.480 aproximadamente.
3 Comunidade Aritana (27.400 m²)
População estimada: 162 famílias
Número de habitantes: 648 aproximadamente.
Localização do Empreendimento Quadra L, Comunidade Nova, Esperança Bairro Imbiribeira.

2.2. Responsáveis pela elaboração do ETA e PGAS

Carlos de O. Ribeiro Filho OAB/PE 28.210 - carlosfilho@recife.pe.gov.br


Cristiany Kelly da Silva CRBio 114.580/05 D - cristiany.silva@recife.pe.gov.br
Tonyberg Bastos Correia CREA PE 41040. - tonyberg.correia@recife.pe.gov.br
Anderson Monteiro B. de Moraes CREA PE 058922. – andersonmbuarque@gmail.com
Maria Auxiliadora de Azevedo Franza CRESS PE 4004 – maria.franza@recife.pe.gov.br

6
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

A Unidade de Saúde da Família - USF é destinada a realizar atenção contínua nas


especialidades básicas, com uma equipe multiprofissional habilitada para desenvolver as
atividades de promoção, proteção e recuperação, características do nível primário de atenção
à saúde.
Representa o primeiro contato da população com o serviço de saúde do município,
assegurando a referência e contrarreferência para os diferentes níveis do sistema, desde que
identificada a necessidade de maior complexidade tecnológica para a resolução dos
problemas identificados.
A Unidade de Saúde da Família desempenhará um papel central como porta de entrada
no sistema de saúde local, conectando-se harmoniosamente com outras instituições, como
UPAs e hospitais. Em resumo, a construção da Unidade de Saúde da Família pode acarretar
uma série de benefícios para a comunidade, melhorando o acesso aos cuidados básicos,
prevenindo doenças e proporcionando um atendimento de qualidade, centrado nas
necessidades específicas da população local.
Na área definida como ZEIS 2 - QUADRAS K e L com publicação de decreto Municipal de
utilidade pública n° 36.680/2023, o processo de regularização fundiária da quadra L, onde será
instalada o equipamento público de saúde, foi objeto de processo de desapropriação, de n°
0068788-29.2023.8.17.2001, em tramite na terceira vara da fazenda pública da capital, com
deferimento por parte do juízo de imissão na posse do município de Recife. A mencionada
emissão de posse será devidamente averbada junto ao cartório de registro geral de imóvel
competentes, tal fato por si só se perfaz como necessário e suficiente a utilização do mesmo
no empreendimento ora em apreço.
Trata-se, portanto, da descrição do partido e das soluções arquitetônicas adotadas para
o adequado funcionamento da referida unidade, referenciado no programa de necessidades
estabelecido pelo Gabinete de Projetos Especiais (GABPE) e pela Secretaria Municipal de
Saúde (SESAU), além de especificações técnicas de revestimentos e componentes da
edificação, em observância ao arcabouço normativo aplicável, relativo aos parâmetros e
requisitos urbanísticos e demais condicionantes interpostos pela legislação afeta ao tema.
Nesse sentido, integram o presente documento:
i. A descrição do partido e das soluções arquitetônicas, referenciados no Programa de
Necessidades;
ii. A descrição analítica dos parâmetros urbanísticos e demais condicionantes
normativos aplicáveis;
iii. A descrição dos acabamentos utilizados na USF;
iv. A descrição das esquadrias utilizadas na USF.

O projeto da Unidade de Saúde da Família (USF) (imagem 01) integra o projeto de


reordenamento urbano e transformação social das Comunidades de Interesse Social (CIS)
Aritana, Irmã Dorothy, Beira da Maré e Nova Esperança.

7
Figura 1- Imagem da planta de coberta da USF
Fonte: Gabinete de Projetos Especiais.

Figura 2- Imagem da planta baixa bloco B da USF


Fonte: Gabinete de Projetos Especiais.

8
Figura 3- Imagem da planta baixa bloco A da USF
Fonte: Gabinete de Projetos Especiais.

O Projeto elaborado atendeu ao programa de necessidade estabelecido pelo Gabinete


de Projetos Especiais (GABPE) e pela Secretaria Municipal de Saúde (SESAU), conforme tabela
a seguir:

BLOCO A: BLOCO B
SALA 01 – Almoxarifado SALA 40 – Auditório (Educação em Saúde)
SALA 02 – Farmácia SALA 41 – Espera
SALA 03 – Espera Farmácia SALA 42 – WC Usuários Feminino
SALA 04 - Sala de Espera Principal SALA 43 – WC Usuários Masculino
SALA 05 – WC Família SALA 44 – Gerência
SALA 06 – WC PCD Masculino SALA 45 – BWC Gerência
SALA 46 – BWC/Vestiário PCD Funcionários
SALA 07 – WC PCD Feminino
Masculino
SALA 47 – DML (Depósito de Material de
SALA 08 – WC Masculino
Limpeza)
SALA 48 – BWC/Vestiário PCD Funcionários
SALA 09 – WC Feminino
Feminino
SALA 10 – Acolhimento SALA 49 – Copa Funcionários
SALA 50 – ASACE (Agentes de Saúde
SALA 11 – Recepção
Ambiental e Combate de Endemias)
SALA 12 – SAME (Serviço de Arquivo SALA 51 – NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da
Médico e Estatística) Família)
SALA 13 – ACS (Sala de Agentes SALA 52 – Consultório Núcleo de Apoio a
Comunitários de Saúde) Saúde da Família (NASF)
SALA 14 – CPD (Centro de
SALA 53 – Consultório Mãe Coruja
Processamento de Dados)
SALA 15 – WC PCD Funcionários
SALA 54 – Depósito
Masculino

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SALA 16 – WC PCD Funcionários
Feminino
SALA 17 – Copa Funcionários
SALA 18 – Circulação / Espera
Consultórios / Escovódromo
SALA 19 – Triagem
SALA 20 – Regulação
SALA 21 – Sala de Coleta
SALA 22 – Sala de Observação
SALA 23 – Sala de Curativos SALA 24 –
Vacina
SALA 25 – Consultório de Clínica
Médica 01
SALA 26 – WC PCD (Consultório
Ginecológico 01)
SALA 27 – Consultório Ginecológico 01
SALA 28 – Consultório de Clínica
Médica 02
SALA 29 – WC PCD (Consultório
Ginecológico 02)
SALA 30 – Consultório Ginecológico 02
SALA 31 - Consultório de Clínica Médica
SALA 32 – WC PCD (Consultório
Ginecológico 03)
SALA 33 – Consultório Ginecológico 03
SALA 34 – Consultório Odontológico 01
SALA 35 – Consultório Odontológico 02
SALA 36 – Consultório Odontológico 03
SALA 38 - Sala de Lavagem e
Desinfecção
SALA 39 – DML (Depósito de Material
de Limpeza

ESTIMATIVA DE CONSULTAS (por dia)


Especificação Número de atendimentos
ANO MÊS (12m/a) DIA (22d/m)
Consultas médicas 11.520 960 44
Consultas de enfermagem 3.024 252 11
Procedimentos (Diagnóstico/terapia) 12.000 1.000 45
TOTAL 26.544 2.212 101

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RELAÇÃO DE PROFISSIONAIS
Corpo Administrativo 05 Profissionais – Nível Superior
16
Gerente da Unidade 01 Enfermeiros 03
Assistente Administrativo 01 Médicos 03
Recepcionistas 02 Cirurgiões Dentistas 03
Operador do SISREG 01 Fisioterapeutas 01
Profissionais – Nível Médio 29 Fonoaudiólogo 01
Técnicos de Enfermagem 03 Assistente Social 01
Auxiliares de Saúde Bucal 03 Psicólogo 01
Agentes Comunitários de Saúde 18 Nutricionista 01
Agentes de Saúde Ambiental e 05 Terapeuta Ocupacional 01
Controle de Endemias Farmacêutico 01
TOTAL 50

3.1. Localização do empreendimento

A Unidade de Saúde da Família-USF está localizada na RPA 6, microrregião 6.1, no bairro


da Imbiribeira, no Plano Diretor integrante da ZEIS Aritana - Comunidade do Bem (Figura 1),
cuja poligonal de intervenção está limitada ao norte pelo encontro da linha férrea do Metrô
com o Rio Jordão, ao leste pelo Rio Jordão, à oeste pela Linha férrea do Metrô e ao sul pela Rua
Manoel Didier e pela Travessa João Murilo de Oliveira, em toda a sua extensão.
O projeto da Unidade de Saúde da Família (USF) integra o projeto de reordenamento
urbano e transformação social das áreas de vulnerabilidade socioambiental: Aritana, Irmã
Dorothy, Beira da Maré e Nova Esperança. Este equipamento será implantado numa quadra
resultante do reparcelamento do solo da Quadra L. A sua localização na quadra L, tem como
intenção proporcionar uma melhor centralidade do equipamento e, portanto, obter distâncias
confortáveis a serem percorridas a pé pela população a que será atendida, que diante desse
aspecto de locomoção será implantada uma área para bicicletário e estacionamento de
motocicletas no entorno do equipamento que irá atender essa necessidade. A implantação da
USF se dará em um raio máximo de 600m de distância do local mais longe da comunidade
(Figura 04).

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Figura 4 - Imagem de planta de localização da USF
Fonte: Gabinete de Projetos Especiais.

Na área destinada à implantação da Unidade de Saúde da Família – USF e no seu


entorno, foram identificadas edificações (figura 5), em estado de ruína, remanescentes do
antigo frigorífico, bem como foram identificadas espécies arbóreas, consideradas de grande
porte, conforme pode ser observado nas fotos abaixo:

Figura 5 - Ruinas da do antigo Frigorifico Nordeste


Fonte: Gabinete de Projetos Especiais.

12
Estas edificações, bem como as espécies arbóreas serão objeto de demolição e
supressão (figura 6 e 7), respectivamente, visando à implantação do empreendimento.

Figura 6 - Edificações existentes na ADA


Fonte: Gabinete de Projetos especiais
Foram levantados 04 indivíduos arbóreos de grande porte no local do
empreendimento que serão erradicados, nome Científico Mangifera indica L popularmente
conhecida como mangueira, caracterizado como espécies exóticas, ou seja, que não
constituem espécies originais do ecossistema manguezal. Como forma de compensação o
projeto prevê o plantio de 17 indivíduos arbóreos conforme lei municipal 18.938, DE 17 DE
JUNHO DE 2022. art. 14, “A compensação das árvores erradicadas deverá ser realizada,
considerando seu valor, na proporção de dois para um indivíduo erradicado. Ou seja, no
projeto em questão apresenta mais indivíduos arbóreo que é previsto por lei”, respeitando os
termos do que especifica o Manual de Arborização Urbana do Recife.
Em relação das edificações existentes, as mesmas apresentam as seguintes dimensões:

• Edificação principal do antigo Frigorífico:


Área de 758,93m² e Cota de topo entre 9,09m e 18,67m

• Edificação de apoio 1 – localizada lindeira à Avenida Sul Governador Cid Sampaio:


Área de 222,59m² e Cota de topo de 8,23m

• Edificação de apoio 2 localizada junto ao Frigorífico


Área de 47,94m² e Cota de topo de 10,13m
• Torre chaminé
Área de base de 7,07m² e cota de topo de 31,50m

13
03 antigos containers.

Figura 7 - Edificações existentes na ADA


Fonte: Gabinete de Projetos especiais

3.2. Alternativas tecnológicas e de não execução

São descritas neste item, as possíveis alternativas para implantação e considerando a


hipótese de não execução do mesmo, conforme estabelece o inciso I do artigo 5º da
Resolução CONAMA nº. 001/86.
3.3. Descrição das alternativas avaliadas

Durante as reuniões de diagnóstico participativo com os moradores da Comunidade do


Bem, o equipamento de saúde foi identificado como prioridade nível 01, uma vez que 70%
da população da ZEIS Aritana (Comunidade do Bem), não é assistida pelo serviço público de
saúde e nem está referenciada a uma unidade básica. Estima-se que, com a implantação do
equipamento de saúde (USF), 100% da população da comunidade seja atendida.
Dentro desse cenário o projeto foi desenvolvido conforme as premissas indicadas no
programa de necessidades estabelecido pelo Gabinete de Projetos Especiais (GABPE) e pela
Secretaria Municipal de Saúde (SESAU).
Abaixo segue alguns dos principais benefícios da construção:

a) Acesso à saúde: A USF oferece atendimento médico básico e serviços de saúde para
a comunidade local, garantindo que as pessoas tenham acesso fácil e próximo a cuidados
médicos essenciais.
b) Prevenção e promoção da saúde: A USF foca em atividades de prevenção, como
vacinação, rastreamento de doenças, controle de doenças crônicas e aconselhamento
sobre hábitos saudáveis. Isso contribui para a melhoria da saúde geral da população e
reduz a incidência de doenças graves.

14
c) Redução da sobrecarga de hospitais: Com a presença de uma USF na comunidade,
muitos problemas de saúde podem ser tratados e gerenciados precocemente,
diminuindo a necessidade de atendimentos de emergência e internações hospitalares.
d) Custos mais baixos: A atenção primária fornecida pela USF tende a ser mais
econômica do que o tratamento de problemas de saúde em estágios avançados em
hospitais. Isso é benéfico tanto para os pacientes quanto para o sistema de saúde como
um todo.
e) Foco na família e comunidade: As USFs têm uma abordagem centrada na família e na
comunidade, levando em conta as necessidades e peculiaridades de cada grupo, o que
pode levar a uma melhor adesão ao tratamento e ações de prevenção.
f) Melhoria da qualidade de vida: Com o acesso regular aos cuidados de saúde, as
pessoas tendem a ter melhor qualidade de vida, com doenças controladas e problemas
de saúde tratados adequadamente.
g) Identificação precoce de doenças: As equipes de saúde nas USFs são treinadas para
identificar sinais precoces de doenças, o que permite intervenções oportunas e melhores
resultados de tratamento.
h) Educação em saúde: As USFs podem fornecer informações importantes sobre saúde
e bem-estar à comunidade, ajudando as pessoas a adotar estilos de vida mais saudáveis
e a tomar decisões informadas sobre sua saúde.
i) Atendimento contínuo: Ao contrário de atendimentos pontuais em prontos-
socorros, as USFs oferecem um atendimento contínuo, com acompanhamento a longo
prazo para os pacientes, o que favorece uma melhor gestão das condições de saúde.
j) Integração com outros serviços de saúde: As USFs estão conectadas a outros níveis
de atenção à saúde, como hospitais e serviços especializados, o que permite uma melhor
coordenação e encaminhamento dos pacientes quando necessário.

3.4. Hipótese de não execução

Atualmente na área onde será implantada a USF existem diversos resíduos acumulados
de forma incorreta por catadores, além de ruínas com riscos de acidente, possibilitando o uso
indevido por atividades ilegais, bem como a fauna abandonada (jacarés e etc.), e por fim uma
área sujeita a novas ocupações por moradias precárias. Diante dessas ameaças, à não
execução do equipamento de saúde, acarretará grandes impactos negativos quando
comparado com a sua realização. Analisando os três diferentes meios de estudo, meio físico,
biótico e socioeconômico, a principal consequência da não execução seria sentida no meio
social, na medida em que deixaria de prover serviço essencial e primário a saúde, mais
diretamente a todas as 1.520 famílias das comunidades Dotothy, Aritana e Nova Esperança,
que deixariam de receber todos os benefícios elencados no item 3.3.

3.5. Estimativa da mão-de-obra


Durante a execução da obra estima-se que sejam utilizado um canteiro de obra
(imagem 08) com efetivo máximo de aproximadamente 60 profissionais/dia, sendo:

➢ Equipe Direta – 50 profissionais;


➢ Equipe Indireta – 10 profissionais.

15
Figura 8 - Croqui - levantamento topográfico (2022)
Fonte :Gabinete de Projetos Especiais

3.6. Estimativa dos volumes

3.6.1. Resíduos sólidos gerados:


Para fase de demolição de estruturas de concreto armado em geral, de forma
mecanizada com rompedor acoplado em escavadeira hidráulica, sem reaproveitamento
254,2 m³.
Para fase de construção do empreendimento, foi estimada a geração de 76 Kg de
resíduos sólidos por dia, obtido a partir do produto entre a área construída e a média.

4. ÁREAS DE INFLUÊNCIA

A delimitação da área de influência de um empreendimento constitui-se em um dos


requisitos básicos para a avaliação dos impactos ambientais. Sua definição é imprescindível
para realização dos levantamentos e coleta de dados, que subsidiarão a definição dos
impactos e o prognóstico ambiental. Considerou-se nesse estudo 3 áreas de influência para
o empreendimento, que serão detalhadas no item a seguir.

4.1. Área Diretamente Afetada – ADA


Trata-se da área diretamente impactada pela construção do empreendimento (figura
9), situada na Quadra L e abrangendo uma extensão de 3.342,18 m². Esta intervenção é
delimitada, envolvendo uma área de construção de 1.149,75 m². Nesse espaço, estão
contemplados canteiros de obra, acessos, locais de descarte (bota-foras), áreas de
empréstimo (se necessário), baias de resíduos, armazenamento de materiais e a edificação
existente a ser demolida.
Quanto à parte elétrica, está prevista a construção de uma subestação para suprir as
demandas da Unidade de Saúde da Família (USF), enquanto o abastecimento de água será
realizado por meio da rede pública próxima ao local.
16
Em relação ao sistema de esgotamento da USF, ressaltamos que atualmente a região
não é atendida pelo sistema público de saneamento, operado pela concessionária pública –
COMPESA. Por esta razão, o projeto da USF foi concebido, inicialmente, para operar com o
sistema Decanto Digestor (fossa), Filtro e Sumidouro para o tratamento dos esgotos gerados.
Esse conjunto de unidades visa o tratamento e disposição adequada de efluentes, utilizando
tanque séptico e unidades complementares para garantir uma solução eficaz e
ambientalmente responsável.
Quando da implantação da rede pública operada pela COMPESA, composta pela rede
de saneamento e ETE, o sistema individual de esgoto da USF (fossa, filtro e sumidouro), será
interligada diretamente na rede pública de saneamento.

Figura 9 - Área de implantação da USF


Fonte :Gabinete de Projetos Especiais

4.2. Área de Influência Direta – AID


A AID configura-se como a área onde ocorrerão efeitos de natureza direta, provocados
pela implantação e operação do empreendimento sobre os meios: físico, biótico e
socioeconômico. Neste contexto, foi considerada como AID para o meio físico, biótico e
socioeconômico as comunidades Irmã Dorothy, Nova Esperança, Beira de Maré e Aritana
(Figura 10).

17
Figura 10 - Poligonal da área das comunidades
Fonte :Gabinete de Projetos Especiais

Figura 11 - Localização macro da ZEIS Aritana


Fonte :Gabinete de Projetos Especiais

4.3. Área de Influência Indireta – AII


Área onde se rebaterão os impactos indiretos, compreendendo a porção mais ampla do
território sobre o qual serão sentidas ainda repercussões mais difusas do empreendimento.
Neste caso a AII será caracterizada pelo município o bairro Imbiribeira, já que o
empreendimento se encontra todo dentro do perímetro do bairro (Figura 11)

18
5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

5.1. Meio Físico


O clima da cidade do Recife é do tipo clima tropical úmido. O período chuvoso tem início
em janeiro/fevereiro e término em setembro, sendo observadas precipitações mais intensas
entre os meses de abril e julho. A precipitação média anual é de 1.800 mm. Por fim, possui
uma temperatura média anual de 26°C.
Por se tratar de um clima Tropical, que na maioria dos meses exibe uma pluviosidade
significativa, tais informações são relevantes para o planejamento das execuções das obras,
tendo em vista os riscos e complicações inerentes ao período chuvoso, principalmente para
etapas iniciais da construção, em atividades como escavações, aterros e terraplenagens.
Durante as visitas in loco, constatou-se que o terreno está situado em uma área
reconhecida pela sua fragilidade ambiental, sujeito a processos naturais, incluindo a
dinâmica da vegetação e processos erosivos naturais, que acentuam essa vulnerabilidade.
Destacam-se a predominância de ocupações desordenadas e a disposição de resíduos
sólidos urbanos, intensificando a vulnerabilidade do local aos efeitos desses processos
naturais. Essa conjunção de fatores sublinha a necessidade de medidas cuidadosas e
sustentáveis no planejamento e execução do empreendimento. (Figura 12).

Figura 12 - Ocupações desordenadas e disposição inadequada de resíduos


Fonte: Gabinete de Projetos Especiais

Apesar de ter sido identificada a presença de uma infraestrutura básica de abastecimento


de água e existe uma fragilidade no fornecimento de energia elétrica na localidade do
empreendimento, fazendo com que a população busque fazer adaptações diversas para
obtenção dos serviços de água e energia, como a criação de pontos de desvio. Em relação ao
saneamento, quando não é possível uma disposição adequada, o esgoto é despejado a céu
aberto, resultando em odores atraindo vetores e contribuindo para propagação de doenças,
além de outros problemas associados.

19
As ruas do entorno do local possuem pontos de retenção de água de chuva, o que dificulta
a circulação de pessoas e favorecem a proliferação de vetores. Além disso, ao longo delas, é
possível notar a considerável presença de entulhos e de inúmeros pontos críticos disposição
inadequada de resíduos sólidos domésticos. No período chuvoso ocorre a formação de
lagoas na área de vegetação exótica que fica dentro da propriedade do antigo frigorífico
(quadras K e L). Com isso, os moradores fazem valas para escoar a água para a área de
mangue. (Figura 13).

Figura 13 - Formação de lagoas com água de chuva


Fonte: Gabinete de Projetos Especiais

Por fim, uma característica forte observada in loco é a utilização pelos moradores resíduos
para construção de aterros, principalmente na beira do mangue e nas áreas verdes que
formam as lagoas, causando problemas ambientais, de saúde pública e sociais (Figura 14)

Figura 14 - Construção de aterros com resíduos da construção civil


Fonte: Gabinete de Projetos Especiais.

20
5.2. Meio Biótico
O município do Recife está localizado no Bioma Mata Atlântica, e na sua porção litorânea
ocorre a vegetação de formações pioneiras. Essas formações originalmente estariam
localizadas em terrenos instáveis, cobertos por uma vegetação em constante sucessão. Ao
longo da ocupação do litoral, a Cidade de Recife perdeu essa característica natural, com a
Formação Pioneira dando lugar a ambientes urbanos e a expansão imobiliária, na maioria
das vezes desordenada.

5.2.1. Vegetação
Sales e outros autores (2013), que estudaram a riqueza florística das praças do bairro do
Recife, registraram uma tendência de escolha da população por árvores exóticas em 80%,
em detrimento a 20% de espécies nativas (25 de 121 indivíduos registrados); indivíduos
infectados e recentemente plantados em praças revitalizadas, além da presença de uma
espécie exótica com comportamento invasor (Terminalia catappa) e de alta suscetibilidade a
ataque de parasitas.
Tais características foram constatadas durante os levantamentos in loco realizados nas
áreas de intervenção do projeto. Especificamente nas Quadras K e L (Figura 15), foi
observado que a vegetação é totalmente formada por espécies exóticas.

Figura 15 - Amostragem da vegetação realizada nas Quadras K e L


Fonte: Gabinete de Projetos Especiais
Com relação a vegetação de mangue presente na área de influência direta (AID) do
empreendimento, foi observado que cada vez mais as ocupações desordenadas estão
invadindo as áreas de predominância dessa vegetação. Para a implantação do
empreendimento, devido a geometria e localização do equipamento (figura 16), não será
mantida a arborização atual, porém será realizada o processo de compensação.

21
Figura 16 - Imagem planta de paisagismo com indicação das árvores e serem retiradas e serem plantadas
Fonte: Gabinete de Projetos Especiais
Na área total que terá interferência pelo projeto de urbanização, foram identificadas e
mensuradas, conforme inventário florestal, 881 árvores pertencentes a doze (12) famílias
botânicas, a Fabaceae é a família mais representativa com respectivamente quinhentos e
setenta e dois (572) indivíduos, seguidas pela Anacadiaceae com cento e vinte (120),
Combrataceae com oitenta e oito (88), Salicaceae e Urticaceae ambas com vinte e três (23)
indivíduos, Moraceae com dezessete (17) indivíduos, Myrtaceae com quinze (15) indivíduos,
as demais apresentaram menos que 10 indivíduos.
Entre as famílias, a Anacardiaceae e a Fabaceae apresentaram a maior quantidade de
espécies com um total de quatro, a Combrataceae com duas espécies e as demais
apresentaram apenas uma espécie. Entre os indivíduos presentes duzentos e setenta (270)
são de espécies nativas e seiscentos e onze (611) são espécies exóticas.
Imagem da inflorescência e do indivíduo Pithecellobium dulce (Mata-fome) presente na
área de implantação da USF (imagem 17).

Figura 17 - Espécie Pithecellobium dulce (Mata-fome)


Fonte: Gabinete de Projetos Especiais

22
5.2.2. Fauna
O empreendimento está inserido numa matriz urbana, localizado numa região de grande
pressão antrópica, circundado por moradias de diversas naturezas e situado em limites
estreitos com áreas residenciais. Sendo assim, estas áreas podem ser consideradas áreas de
passagem (pouso) de algumas espécies da fauna, sobre maneira avifauna e primatas.
Ressalta‐se que o entorno, não afetado pela atividade de supressão de habitat, não se
diferencia do empreendimento quanto à composição florística, podendo significativamente
suportar a fauna que, porventura, se deslocar para as áreas vizinhas, principalmente quando
houver supressão de alguns elementos arbóreos, conforme definição do projeto paisagístico
de engenharia.
De forma geral, o cenário da área de estudo pode ser reproduzido regionalmente, em
que se observa a mesma fragmentação ambiental, ocorrência generalizada de ambientes
vegetais nativos suprimidos e perda de habitats.
Na área do empreendimento, destaca-se a existência de um reservatório de água
abandonado do antigo frigorífico que, durante os períodos chuvosos, se transformou em um
refúgio para o jacaré-de-papo-amarelo (caiman latirostris), evidenciando a notável
habilidade desses animais em encontrar oportunidades de abrigo mesmo em meio às
alterações do ambiente. (Imagem 18)

Figura 18 - Fauna encontrada na quadra K e L


Fonte: Gabinete de Projetos Especiais

No local onde será instalada a Unidade de Saúde da Família, também foi encontrada uma
jiboia (Boa constrictor), que um morador havia colocado em uma gaiola de pássaro. Na
ocasião, foi orientado para as providências do manejo adequado, encaminhamento ao órgão
estadual de gestão ambiental e posterior soltura em local adequado.
Identificou-se in loco muitos roedores, famosos por sua notável adaptabilidade e as
oportunidades oferecidas no ambiente. Esses animais se alimentam com restos de comida,
ocupam espaços restritos e exploram os menores recantos urbanos. A ocorrência desses

23
roedores em áreas urbanizadas pode ser atribuída à abundância de recursos alimentares e
abrigos, assim como às alterações nos padrões de previsões naturais.
Achados também escorpiões, por sua vez, podem se beneficiar da modificação dos
ambientes naturais para se adaptarem a áreas urbanas. A presença de entulho no local,
esconderijos nas estruturas e o aumento dos insetos na área onde será implantada a USF
proporcionaram condições favoráveis para esses aracnídeos. Embora sejam frequentemente
vistos como ameaças, é importante ressaltar que muitas espécies de escorpiões não são
perigosas para os seres humanos e, na verdade, podem contribuir para o controle de pragas.
A coexistência desses organismos em ambientes urbanos é uma manifestação da
resiliência da natureza diante das mudanças impostas pela atividade humana. No entanto,
essa coexistência também pode gerar desafios. A interação entre essas espécies e as
comunidades humanas pode resultar em conflitos, especialmente quando há riscos
potenciais para a saúde pública.
A gestão adequada desse cenário requer medidas de educação ambiental para que as
pessoas compreendam a importância desses organismos em seus ecossistemas. Além disso,
é necessário implementar estratégias para minimizar conflitos, como a manutenção de áreas
verdes naturais, o monitoramento de populações e a adoção de práticas de manejo
responsáveis.
Em síntese, a presença de roedores, jacarés e escorpiões em ambientes antropizados é
um testemunho da capacidade da natureza de se adaptar às mudanças. Essa coexistência
não apenas destaca a resiliência dessas espécies, mas também enfatiza a importância de
encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento humano e a conservação da
biodiversidade.

5.3. Meio Socioeconômico


As comunidades Irmã Dorothy, Aritana, Beira da Maré/Nova Esperança e Manuel Didier
estão situadas no bairro da Imbiribeira. As quatro comunidades ocupam um território deste
antigo e extenso bairro da zona sul da cidade do Recife.
A primeira referência à ocupação do local é do século XVII. A região era chamada de Sítio
da Barreta. Lá funcionava um engenho e um depósito de Açúcar devido à proximidade com
o porto do Recife e a possibilidade de escoar a produção através do Rio Jordão, na época
chamado de Rio Barreta. As tropas invasoras das Companhia das Índias Ocidentais utilizam a
região para deslocamento das tropas visando batalhas nos Montes Guararapes. Após a
rápida ocupação holandesa, a coroa portuguesa desmembrou o vasto território em porções
menores e uma delas recebe o nome de Imbiribeira em referência à presença da árvore
Imbira na região.
A palavra Imbiribeira é de origem tupi e nomeou uma árvore utilizada para a confecção
de cordas e ripas úteis para a fabricação de telhados cercados na época. A ocupação do
território culminou no desaparecimento da árvore na região.
O povoamento da região obteve importante incentivo a partir do início do século XIX
quando é erigida a capela de Nossa Senhora do Rosário e é construída a estrada da
Imbiribeira que corta o bairro de norte a sul.
Desde 1971, a artéria urbana foi rebatizada de Avenida Marechal Mascarenhas de
Morais, em homenagem ao comandante da Força Expedicionário Brasileira na Segunda

24
Guerra Mundial. No entanto, o antigo nome ainda é fartamente utilizado pela população da
capital até os dias atuais.
A avenida possui uma grande relevância na mobilidade urbana sendo via ampla de
escoamento do trânsito da Zona Sul e trajeto de diversas linhas de ônibus que dispõem de
faixa privativa para transporte coletivo. A linha sul da companhia de metrô que serve o Recife
acompanha a avenida em um traçado paralelo. Há, inclusive, cinco estações nas
proximidades da artéria urbana. A estação que serve a região em tela é a Estação Antônio
Falcão.
A presença da linha de metrô nas imediações das quatro comunidades funciona como
fronteira oeste e sudeste que concorre para o isolamento da região em relação ao próprio
bairro da Imbiribeira. Pelo lado leste e nordeste, as comunidades são vizinhas do Rio Jordão
e do Parque dos Manguezais, uma área de conservação ambiental sob a responsabilidade da
capital. A ligação, portanto, com o bairro da Imbiribeira é possível a partir da Avenida Antônio
Falcão localizada na fronteira sul da região em tela, dentre outras artérias.
A ocupação desta região do bairro da Imbiribeira pelas quatro comunidades é
consequência das desigualdades sociais tornaram as regiões ribeirinhas dos rios Beberibe,
Capibaribe e Jordão, os poucos locais disponíveis para moradia da população mais vulnerável
do Recife, sobretudo a que continuamente abandona as regiões rurais interioranas em busca
de melhores condições de vida e trabalho. Se por um lado, as regiões ribeirinhas oferecem
complementação alimentar e estão mais próximas das regiões centrais da capital do que os
subúrbios, por outro lado, são localidades sujeitas a força destruidora dos rios e suas
enchentes frequentes. Na segunda metade do século XX, houve inclusive a intensificação da
ocupação desordenada dos espaços desabitados e dos ambientes naturais (áreas de
mangues e alagados) o que alterou profundamente a proporção espaço vazio/espaço
edificado.
No Recife do século XX observamos um crescimento populacional exponencial sobretudo
a partir dos anos 1950, quando a cidade passa a receber regularmente a população rural
expulsa do campo. Nos anos 1970, chega ao patamar de 1 milhão de habitantes. A cidade
cresceu em direção aos morros da Zona Norte e da Zona Sul e aos mangues aterrados. Como
grande cidade nordestina, a capital de Pernambuco não disponibilizou serviços públicos
básicos de qualidade, estrutura sanitária e de habitação. O século XX também deixou de
herança multidões de cidadãos em atividades informais que se acumulam nas áreas centrais
da cidade e que se espalham por toda a cidade, território extremamente desigual onde as
favelas e edifícios verticalizados são muitas vezes vizinhos. A ampliação da cidade aconteceu
a partir de processo de ocupação desordenada dos espaços naturais.
Em pleno século XXI, a cidade do Recife ainda não conseguiu universalizar o acesso ao
saneamento básico de seus habitantes ou mesmo universalizar outros serviços públicos
básicos. Problemas sanitários relatados pela crônica histórica desde o século XVIII persistem
tais como o despejo dos dejetos nas praias e rios. Os surtos de modernização urbana nos
séculos XIX e XX não resolveram as demandas de saneamento, abastecimento de água e não
garantem moradia digna aos habitantes de mocambos e palafitas construídas ao longo dos
rios da também chamada Veneza Americana: a presença de habitações precárias ao longo
das margens do rio atravessou o século XX e ainda é um desafio para as autoridades públicas
no século XXI.)

25
Atualmente, as Comunidades Nova Esperança e Beira de Maré são formadas por
aproximadamente 1480 pessoas que ocupam uma área de 41.000 m². A vizinha Comunidade
Irmã Dorothy tem sua população estimada em 4184 pessoas que ocupam um território de
103.000 m². Por fim, ocupando a área de 27.400 m², a Comunidade de Aritana é formada por
aproximadamente 480 habitantes.
A área formada pela junção das comunidades sofre com a deposição irregular e
inadequada de resíduos sólidos, o que impacta negativamente a autoestima dos habitantes
que vivem sob o estigma de moradores de um "lixão". A ocupação do território levou a
extinção de trechos de manguezal e a promoção de sucessivos aterros visando a construção
de habitações precárias que lançam esgoto a céu aberto ou em canaletas improvisadas em
direção ao Rio Jordão.
As condições de ocupação destes territórios produziram diversas consequências
ambientais com impactos sérios no cenário social uma vez que se propagou a contaminação
dos solos e dos corpos d`água superficiais e subterrâneos, a perda consequente de
diversidade biológica (o que impactou nas atividades da pesca e catação), alteração da linha
de borda da água e assoreamento do Rio Jordão e a propagação de veículos causadores de
doenças diversas e de riscos à saúde dos moradores.

5.3.1. Comunidade Irmã Dorothy


A ocupação do território da comunidade denominada Irmã Dorothy foi iniciada na
década de 1990. Nos primeiros momentos de existência, a localidade era habitada por
poucos moradores e local de desmanche de veículos roubados e do cometimento de
estupros. Nos primeiros tempos de existência, parte significativa dos habitantes era formada
de mulheres trabalhadoras envolvidas com a produção e venda de amendoim torrado e com
a atividade de reciclagem.
A comunidade está situada no bairro da Imbiribeira, às margens do Rio Jordão e de
regiões de manguezal. Historicamente, as clivagens sociais tornaram as regiões ribeirinhas
dos rios Beberibe, Capibaribe e Jordão os poucos locais disponíveis para moradia da
população mais vulnerável do Recife, sobretudo a que continuamente abandona as regiões
rurais interioranas em busca de melhores condições de vida e trabalho. Se por um lado, as
regiões ribeirinhas oferecem complementação alimentar e estão mais próximas das regiões
centrais da capital do que os subúrbios, por outro lado, são localidades sujeitas a força
destruidora dos rios e suas enchentes frequentes.
Na primeira década do século XXI, o território que era inicialmente chamado de Sítio foi
renomeado para Comunidade Irmã Dorothy e ganhou gradativamente em densidade
populacional ao longo das duas primeiras décadas deste século.
As lutas históricas das comunidades pobres do Recife sempre começam pela luta pela
posse da terra e do teto. Os nomes próprios muito revelam sobre as narrativas, as memórias
e os símbolos que quem nomeia deseja evocar. Telenovelas, como "Roda de fogo" e
"Aritana", políticos como Miguel Arraes, templos como a Igreja do Pilar, corruptelas de
palavras antigas da língua portuguesa como Coque são exemplos de referências para
designação de comunidades pobres locais. No entanto, há casos em que os moradores
escolhem nomes que simbolizam explicitamente a luta pela moradia como referência de
identidade comunitária. É o caso de Brasília Teimosa, que adotou o nome em alusão a
construção da nova capital acrescido de um adjetivo sugestivo. A comunidade aqui destacada

26
escolheu a religiosa estadunidense naturalizada brasileira Dorothy Mae Stang, mais
conhecida como Irmã Dorothy, um símbolo da luta pelos Direitos Humanos, pelos direitos
das populações rurais, dos povos indígenas e ribeirinhos e pela preservação da Floresta
Amazônica. A Irmã Dorothy foi assassinada em Anapu, município do estado do Pará, em 2005
após ter sido ameaçada por latifundiários locais1. O crime teve uma enorme repercussão
nacional e internacional.
Provavelmente, moradores do antigo Sítio receberam informações dos meios de
comunicação de massa e optaram por um novo batismo de suas terras. A comunidade era e
é palco do protagonismo feminino nas relações com o poder público e na liderança das lutas
para a conquista definitiva do espaço onde habitam. Mais um elemento que justifica a
escolha da missionária assassinada como símbolo para a comunidade.
Atualmente, a comunidade possui um expressivo grau de consolidação, uma vez que
todas as habitações são de alvenaria e não foram encontradas casas de taipa ou formas de
construção que signifiquem ocupação recente. Dos imóveis construídos, 95% são em
alvenaria. Ressalta-se que 8% dos imóveis estão localizados em área de risco de alagamento
devido à proximidade com a margem do rio Jordão e aproximadamente de 5% das
residências e demais construções situadas na região central da ocupação sofrem de
alagamento frequente. O acesso à energia elétrica acontece de modo irregular em 80% dos
imóveis. Há medidores individuais, porém desligados. A empresa concessionária do serviço
não acessa livremente o território da comunidade.
A precariedade da estrutura urbana e a ausência de serviços públicos básicos caracteriza
a região onde se localiza. As construções não desfrutam de esgotamento sanitário, drenagem
ou macrodrenagem. 95% dos imóveis não possuem ligações legalizadas ao sistema de
distribuição de água potável através da empresa de saneamento estadual, a Compesa. A água
chega às torneiras através de ligações clandestinas improvisadas pelos moradores. Suas ruas
são de terra batida e nenhum logradouro é pavimentado. As autoridades públicas também
não disponibilizam serviços de educação e saúde, uma vez que não há escolas estaduais ou
municipais, nem postos de saúde. Sabe-se de profissional de saúde que atua na região e
encaminha moradores necessitados para serviços de saúde mais próximos. Por fim, a
EMLURB realiza a coleta regular do lixo apenas em pontos específicos e deixa parte do
território sem recolhimento. Mesmo que parcialmente, é o único serviço público oferecido à
população local.
A comunidade Irmã Dorothy se construiu em local suscetível a alagamentos e a
instabilidade estrutural das edificações (abatimento do piso, afloração do lençol freático e
recorrência de rachaduras nas edificações). A precariedade das condições urbanísticas
também pode ser exemplificada por diversos fatos: a presença de moradias irregulares em
locais de sucessivos aterros e de supressão de vegetação, insalubridade (aeração e insolação
precárias), mobilidade e acessibilidade dificultadas.

5.3.2. Comunidade de Aritana


A Comunidade de Aritana está localizada no bairro da Imbiribeira em uma região cujo
início da ocupação nos remete à década de 1950 quando uma parte da rua Sargento Silvino
de Macedo, vizinha de uma região alagada nas margens do rio Jordão e vizinha de regiões de
manguezal.

27
A denominação Aritana nos remete ao nome de importante militante pelos Direitos
Humanos e liderança indígena da região do Alto Xingu: Aritana Yawalapíti. Houve também
uma telenovela chamada "Aritana" transmitida pela extinta Rede Tupi entre 1978 e 1979. A
autora Ivani Ribeiro deu a sua obra e ao protagonista do folhetim o nome da liderança
indígena que ganhara, na época, projeção internacional. A telenovela aborda conflitos pela
posse da terra entre um fazendeiro branco e seu sobrinho indígena mestiço. A referência
utilizada para nomear a comunidade novamente nos remete à luta pela posse da terra.
Ao longo da segunda metade do século XX, mediante progressivos aterramentos, a
comunidade cresceu na direção das áreas alagadas anteriormente ocupadas por viveiros de
peixes. A comunidade conhece de modo mais intenso a ação do poder público a partir da
última década do século XX. Dentre as melhorias do espaço urbano, destaca-se a construção
de canal para a drenagem local, macrodrenagem do rio Jordão. As melhorias urbanas
concorreram para o adensamento populacional do lugar.
A comunidade dispõe da maioria de suas ruas pavimentadas. A coleta de lixo pela
EMLURB ocorre na comunidade em pontos determinados, portanto, não atende toda a
localidade. Apesar da inexistência de serviços de saúde, o poder público se faz presente
através da Escola e Creche Municipal Aritana.
O padrão das construções da comunidade é bastante heterogêneo. Todas as habitações
são de alvenaria, existindo inclusive residências de melhor padrão construtivo como
condomínios residenciais. Ressalta-se que 90% das residências da comunidade dispõem de
fornecimento de água pelo sistema oficial da companhia de saneamento estadual através de
hidrômetro individual. Aproximadamente 80% das habitações possuem rede de saneamento
e drenagem que funciona através de canal de escoamento. Também 80% dos imóveis
possuem interligação adequada de esgoto. 90% dos imóveis possuem fornecimento de
energia regular através da empresa concessionária. A comunidade também dispõe de um
pequeno parque infantil com gangorras e escorrego.
A comunidade Aritana se organiza para vivenciar os ciclos festivos do Carnaval e do São
João. Moradores se organizam em brincadeiras carnavalescas e em arraial, respectivamente.
São manifestações culturais praticadas por familiares e vizinhos motivados pelo calendário
festivo tradicional.

5.3.3. Comunidade Nova Esperança e Beira da Maré


As comunidades Nova Esperança e Beira da Maré estão localizadas prioritariamente
às margens do Rio Jordão. Enquanto, em Nova Esperança, 80% das residências são
construídas de madeira, em Beira da Maré, 80% das construções são de alvenaria. A coleta
de esgoto não está presente em aproximadamente ⅔ do território. As residências que
compõem ⅓ do território despejam esgoto na rede de água pluvial. A concessionária de
fornecimento de energia elétrica atende 95% dos imóveis. O fornecimento de água é
irregular para 90% dos imóveis. O lixo é coletado regularmente pela EMLURB. Vale ressaltar
que os moradores possuem centrais de reciclagem.
Inserir a narrativa de risco e o PGRD (embora neste caso o PGRD vai ser muito simplificado/só
assegurando compromisso de atendimento emergencial com a SEDEC e boa manutenção da
infraestrutura, pois o projeto foi classificado como de baixo risco.

28
6. INDICAÇÕES SOBRE GESTÃO DE RISCOS DE DESASTRES PARA A USF - COMUNIDADE DO
BEM

No que tange a matéria de gestão de riscos de desastres, foi realizada a presente


Análise de Risco (Narrativa), de acordo com a Metodologia de Avaliação de Riscos de desastres
e Mudanças Climáticas para projetos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID,
2019), e a partir do que foi diagnosticado nela, as recomendações para gestão de risco do
estabelecimento, a seguir detalhados:

6.1. Análise de Riscos de Desastres e Mudanças Climáticas (MERDCC - BID) USF -


Comunidade do Bem

Categorização
B
Ambiental e Social

Classificação Obtida BAIXA

Obra de construção de equipamento público de saúde.


Para este projeto foram realizados estudos preliminares urbanísticos
e hidrológicos.
O Estudo Hidrológico se encontra em fase de atualização, onde
Comentários e havendo significativas alterações que impactem o projeto deste
Recomendações empreendimento (USF - Comunidade do Bem), este deverá ser
atualizado e modificado, a fim de atender o exposto no Estudo
atualizado.
Durante a fase de obras e durante a fase de operação, deverá ser
seguido o Plano de Contingência do Município do Recife.

6.1.1. Introdução
Esta narrativa de risco (MERDCC, 2019) tem como principal objetivo explanar acerca
da ameaça de desastres e mudanças climáticas diante da obra de implantação do
equipamento de saúde, denominada Unidade de Saúde da Família (USF).
A USF será construída na Comunidade do Bem, sendo considerada como área direta
de intervenção para o meio físico, biótico e socioeconômico as comunidades Irmã Dorothy,
Nova Esperança, Beira de Maré e Aritana.

6.1.2. Classificação e Screening (FASE 1)


A seguir encontra-se um resumo dos resultados obtidos a partir da aplicação do Passo
1 (Identificação de Ameaça) e do Passo 2 (Análise da Vulnerabilidade e Criticidade que
compõem a Fase 1 da MERDCC (BID, 2019).

Passo 1: Nível de Exposição a Ameaças

29
Área de Atuação:
A cidade do Recife está localizada nas coordenadas latitude 8º 04' 03'' s e longitude
34º 55' 00'' w, ocupando uma posição central no litoral do Nordeste do Brasil. Segundo a
classificação climática de Koppen-Geiger, a cidade do Recife possui o clima tropical úmido
classificado como As’, sendo influenciada por chuvas de outono-inverno, com pluviosidade de
menor intensidade entre as estações de primavera-verão.

Por sua formação geomorfológica, Recife possui o seu território entre regiões de
encostas destacadas nas cores amarelo e vermelho, enquanto as áreas de relevo menos
acentuadas estão na cor verde conforme observado na figura a seguir (Figura 19).

Figura 19Mapa de Localização e Hipsometria da cidade do Recife. Fonte: Santana, 2019

Sendo assim, a área de atuação deste projeto, sendo considerada como área direta de
intervenção para o meio físico, biótico e socioeconômico as comunidades Irmã Dorothy, Nova
Esperança, Beira de Maré e Aritana. se encontra inserida na unidade geológica das áreas de
planície do Recife, estando esta em área de mangue, de conforme observado na figura 20.

30
Figura 20 Unidades Geológicas do Recife e Área de intervenção do Projeto Destacada em Vermelho (ALHEIROS et al., 1990).

Nesse sentido, a USF, objeto deste projeto, está localizada na Comunidade do Bem,
cujo terreno de implantação será na Quadra L, onde a área passará por obras de urbanização
integrada (Figura 21).

31
Figura 21 Mapa de localização da área de intervenção do projeto Fonte: Prefeitura do Recife/GABPE, 2022

Nesse sentido, a área onde será construída a USF se localiza na cota mais alta da
comunidade, estando ela na quadra L, conforme figuras 22 e 23.

Figura 22 Mapa de localização da área de intervenção do projeto, área de construção da USF destacada em vermelho. Fonte:
Prefeitura do Recife/GABPE, 2022

32
Figura 23 Mapa de localização da área de intervenção do projeto Fonte: Prefeitura do Recife/GABPE, 2022.

Contexto para Identificação de Ameaças:


A partir da Análise de Risco e Vulnerabilidade do Recife, foi desenvolvido o Índice de
Risco Crítico para a Cidade do Recife (ICLEI, 2019), para isto foram mapeadas as principais
ameaças que atingem o municipio, sendo estas: inundação fluvial, seca meteorológica, ondas
de calor, doenças transmissíveis e deslizamentos (imagem 24).

Figura 24 Análise de Riscos e Vulnerabilidades Climáticas e Estratégia de Adaptação do Recife (2019) Fonte: ICLEI 2019

33
A partir da Análise de Vulnerabilidade do Recife (2019), de estudos prévios e de
mapeamento da Defesa Civil Municipal, foram identificadas para a área de intervenção
(Comunidade do Bem) as ameaças de inundações, doenças transmissíveis e aumento do nível
do mar.
Assim, foram realizados estudos hidrológicos, nos quais foram considerados dois
cenários um com o aumento do nível da maré e outro sem aumento do nível das marés, onde
foi constatado que as quadras K e L (onde será construída a USF) tiveram o maior acréscimo
na área de inundação ocasionada pelo aumento no NMM. Porém, mesmo diante aos cenários
apresentados de inundação e alagamento, a área onde será implantada a USF, não apresentou
o incremento de riscos de tais eventos, conforme imagens a seguir.

Figura 25 Sobreposição das manchas de inundação para os cenários com e sem o aumento no NMM. Fonte: Prefeitura de
Recife – GABPE/2022

34
Figura 26 Indicador de perigo profundidade da água: (1) sem o aumento no NMM e (2) com o aumento no NMM. Fonte:
Prefeitura de Recife – GABPE/2022

Figura 27 Indicador de perigo velocidade da água: (1) sem o aumento no NMM e (2) com o aumento no NMM. Fonte:
Prefeitura de Recife – GABPE/2022

35
Figura 28 Mapas de perigo: (1) sem o aumento no NMM e (2) com o aumento no NMM. Fonte: Prefeitura de Recife –
GABPE/2022

Sendo assim, em relação ao nível de exposição a ameaça, este equipamento se considera


como: BAIXO

Passo 2: Análise de Vulnerabilidade e Criticidade


Categorização indicativa de criticidade e vulnerabilidade para infraestrutura sanitária
(MERDCC, BID, 2019):

36
Figura 29 Categorização indicativa de criticidade e vulnerabilidade para infraestrutura sanitária (MERDCC, BID, 2019)

O equipamento terá um térreo sem elementos singulares (BAIXA), quanto ao impacto


negativo em serviços essenciais está classificado em primeiro nível de atenção sanitária
(BAIXA) e quanto a interação e meio natural e antrópico, por se tratar de uma superfície plana,
apresenta geologia e topografia suave e favorável (BAIXA).
Segundo os critérios incluídos no cubo de criticidade, a vulnerabilidade e criticidade é: BAIXO.

CLASSIFICAÇÃO OBTIDA
Considerando os níveis de exposição à ameaça identificados e o nível de criticidade e
vulnerabilidade estimados diante deste equipamento público, se conclui como resultado de
uma classificação preliminar adequada de riscos: Baixo.

6.1.3. Estudos Realizados

Para a viabilidade das obras do equipamento público de saúde foram analisados os seguintes
aspectos na área de implantação:

• Aspectos Topográficos
• Aspectos Hidrológicos
• Aspectos de macro e micro drenagem

Aspectos Topográficos
Conforme estudo topográfico realizado, foi identificado que as cotas onde será
instalada a USF apresentam curvas de níveis do terreno natural, 1m (um metro) acima dos
pontos do entorno, em específico em relação à área onde apresenta a mancha de inundação

37
e alagamento. Assim, assegurando que o equipamento não sofrerá riscos de alagamento e
inundação.

Aspectos Hidrológicos
De acordo com os estudos hidrológicos baseados em eventos reais, ocorridos entre os
dias 27/05/2022 em 28/05/2022 com um total precipitado de 213 mm, e baseado também
em simulações de cenários de intensidade chuva considerando 5, 10, 25, 50 e 100 anos de
período de retorno, a área onde será instalada a USF não apresenta riscos de inundação e
alagamento.
Além disso, foi considerado esse evento por se tratar de uma situação real, com dados
medidos e disponíveis, que gerou vários transtornos na área de estudo. Buscando verificar o
potencial que a mancha de inundação tem de atingir as comunidades, também foi realizada
uma simulação considerando o mesmo evento com a projeção de aumento do Nível Médio
dos Mares (NMM) de 82 cm, prevista pelo IPCC (2013).

Aspectos Macro e Micro drenagem


As áreas de implantação da USF e do entorno ainda não apresentam um sistema de
macro e micro drenagem, porém este será contemplado nos projetos de drenagem diante da
urbanização da Comunidade do Bem.
Para a USF a solução se dará através de sistema de captação de águas pluviais que se
destina exclusivamente ao seu recolhimento e condução, não se admitindo quaisquer
interligações com outras instalações prediais. A coleta será através de calhas localizadas nas
cobertas e a condução será através de tubulações de PVC, interligadas a caixas de areia
distribuídas estrategicamente pelo terreno, sendo direcionadas até os limites externos da
edificação, conforme memória de cálculo dos projetos executivo de drenagem de águas
pluviais.
Quanto ao sistema viário do entorno terá a concepção de drenagem proposto consiste
na captação e condução das águas de chuva, para proteção dos empreendimentos e imóveis
da área de urbanização.
Os dispositivos serão compostos de meios-fios com sarjeta, canaleta retangular de
concreto, valetas de proteção de aterro (VPA), galerias pluviais com tubulação em PEAD, com
diâmetros de 0,45m a 1,05m e a captação através de caixas coletoras tipo gaveta e caixas
coletoras com grelha.

6.1.4. Riscos Graduais


Para a implantação do equipamento público de saúde será necessário realizar a
supressão de vegetação, porém por se tratar de uma área plana, não alagável e sem risco de
inundação, não haverá riscos graduais para esse equipamento, bem como nas áreas do
entorno.
Importante pontuar, também, que as soluções adotadas referentes a macro e micro
drenagem estão conforme projeto de drenagem da USF e sistema viário, onde estas têm como
parâmetros evitar impactos aos imóveis do entorno durante o período de chuva.

38
6.1.5. Considerações Finais
Considerando os níveis de ameaça identificados, a estimativa de criticidade e a
vulnerabilidade da infraestrutura e os níveis de aumento do risco, uma classificação Baixa é
adequada.
Pontua-se que o estudo hidrológico, realizado para a Urbanização da Comunidade do
Bem, se encontra em fase de atualização, onde havendo significativas alterações que
impactem o projeto deste empreendimento (USF - Comunidade do Bem), este deverá ser
atualizado e modificado, a fim de atender o exposto no Estudo atualizado.
Além disso, em sua fase de operação, a USF deverá estar vinculada ao VIGIDESASTRES
(SUS) e ao Plano de Contingência do Município do Recife, como exposto.

SEGUIMENTO DA MERDCC
Data 15/12/2023
Status da Obra: A Licitar
Status Passos 1 e 2: Concluído
Status Passo 3: Narrativa Simplificada
Foi realizado o estudo hidrológico hidráulico probabilista
Status Passo 4: simplificado na área de intervenção, que se encontra em fase de
atualização.
Status Passo 5: -

6.2. Plano de Gestão de Riscos de Desastres para a USF - Comunidade do Bem


Como previsto no PGAS, para a fase de construção, a realização de movimentação de
solo durante a obra acarreta na exposição de solo, o que pode propiciar o desenvolvimento
de processos erosivos, com consequente assoreamento de cursos d’água e danos ao sistema
público de drenagem existente. Para evitar esse impacto, as escavações deverão estar
previstas para o período seco do ano, devendo ainda as obras de construção civil ser iniciadas
imediatamente após a conclusão do desaterro, deverá ser mantida as estruturas de drenagem
pluvial existente até projeto da fase de construção, de modo a promover um escoamento
ordenado de efluente pluvial no caso de chuvas ocasionais.
A construção do empreendimento deverá se atentar para os parâmetros de drenagem
do projeto, onde estes não poderão incrementar os riscos de alagamento da área.
Durante a fase de operação, todos os parâmetros de conservação, limpeza e
manutenção deverão ser seguidos e registrados, a fim de não haver incremento de riscos na
área.
Por estar integrada ao Sistema Único de Saúde, a USF deverá estar vinculada às
diretrizes e protocolos presentes no VIGIDESASTRES (Programa de Vigilância em Saúde
Ambiental Relacionada a Populações Expostas aos Desastres Naturais - SUS), onde este deve
ser cumprido pelo seu quadro técnico, que deverá ser devidamente capacitado.
Sendo uma unidade de saúde primária, a USF não se enquadra como abrigamento e
tampouco possui atuação emergencial, a sua atuação, porém, deverá estar vinculada as

39
diretrizes do Plano de Contingência Municipal, desenvolvido pela Defesa Civil do Recife,
principalmente no que tange a atuação diante de eventos extremos.

40
7. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Um dos principais desafios do cenário atual do Brasil é a regularização urbanística,
fundiária e ambiental de grandes centros urbanos, pois é possível observar um aumento na
precariedade habitacional e nos problemas associados à pobreza, especialmente aqueles
relacionados à favelização das regiões metropolitanas.
Esta situação decorre, em parte, da insuficiência e da inadequação dos instrumentos
de planejamento e gestão do uso do solo, que não têm conseguido acompanhar as
transformações da realidade urbana. Contudo, observam-se, ainda, na legislação vigente,
restrições de natureza institucional, técnica e burocrática que vêm se constituindo em
obstáculos à gestão urbana (IPEA, 2013).
Tais fatos, somados ao processo de exclusão social, vem sendo responsáveis por
grandes espaços urbanos criados na informalidade, muitas vezes em áreas de risco ou em
áreas ambientalmente vulneráveis, resultando em grande degradação ambiental. Reverter
tal processo e garantir a universalização dos serviços essenciais é um enorme desafio para o
País e para a sociedade. (MMA, 2009).
Neste entendimento, a Lei nº 6.938/1981, que institui a Política Nacional de Meio
Ambiente, tem como objetivo primordial a preservação, melhoria e recuperação da
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar condições ao desenvolvimento
socioeconômico e à proteção da dignidade da vida humana.
A articulação dos serviços públicos com a política ambiental, também, está explicitada
na Lei Municipal nº 16.243/1996 que estabelece a política do meio ambiente da cidade do
Recife e consolida a sua legislação ambiental, mediante a instituição do código do meio
ambiente e do equilíbrio ecológico do município.
Em se tratando da legislação urbanística aplicável, o Plano Diretor, instituído pelo
Município (Lei Complementar nº 2 de 23 de abril de 2021), é um instrumento de gestão
contínua para a transformação positiva da cidade e de seu território, tendo por função
estabelecer as diretrizes e pautas para a ação pública e privada, buscando garantir as funções
sociais da cidade.
De acordo com o disposto no Art. 40 da Lei Federal n° 10.257/01 (Estatuto das
Cidades), o plano diretor deverá englobar o aspecto ambiental, de modo que o crescimento
físico e espacial dos centros urbanos seja coerente não apenas com a política de
desenvolvimento econômico e social, mas também com a preservação dos recursos naturais,
assegurando-se a conservação da biodiversidade.
Um outro aspecto importante a destacar é o licenciamento ambiental, que surge nesse
contexto como um procedimento administrativo destinado a controlar atividades ou
quaisquer empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar a degradação ambiental. Trata-se,
portanto, de um instrumento essencial para conciliar o meio ambiente e o desenvolvimento
econômico e social – por meio do qual o órgão competente verifica a adequação de um
projeto ou atividade ao meio ambiente, licenciando, em diferentes etapas, a sua
implantação.
Para o empreendimento em questão, que é considerado de médio potencial poluidor,
a Lei Municipal nº 17.171/2005, que alterou as leis municipais nº 16.243/1996 e nº
17.071/2004, estabelece em seu Art.12 § II que para obtenção de licença ambiental

41
municipal, o empreendedor deverá apresentar ao órgão de gestão ambiental municipal o
Estudo Técnico Ambiental - ETA.
Para proceder o licenciamento Ambiental do empreendimento é necessário observar,
ainda, as seguintes legislações:
7.1. Competência Municipal
No município de Recife a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SMAS é o
órgão gestor específico que integra o sistema ambiental de licenciamento da prefeitura de
Recife, tem como objetivo planejar, fiscalizar, monitorar e emitir a licença ambiental
conforme Decreto Municipal nº 20.402/2004. O setor específico para a emissão de licenças
é vinculado à Gerência de Licenciamento Ambiental (GLIC) responsável pela normatização e
análise dos processos. Vale salientar, no entanto, que a atuação direta no processo de
licenciamento municipal teve início em junho de 2009.
• Lei Municipal nº 18.966 de 26/07/2022 - Regulamenta os Instrumentos Urbanísticos
do Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios - PEUC e Sucedâneos,
previstos na Lei Orgânica do Município do Recife e na Lei Complementar nº 02/2021
e institui a possibilidade de utilização da Desapropriação por Hasta Pública.
• Lei Orgânica do Município de Recife, promulgada em 04/04/1990 e atualizada em
27/06/2022, são normas que regulam a vida pública na cidade, ou seja, é um
instrumento para fazer o poder público assumir obrigações de interesse local em
favor da população.
• Lei Municipal Complementar nº 2 de 23/04/2021 - Institui o Plano Diretor do
Município do Recife, revogando a Lei Municipal nº 17.511, de 29/12/2008.
• Decreto Municipal nº 29.537 de 2016 - Institui os Jardins Históricos do Recife.
• Lei Municipal nº 18.014 de 09/05/2014 - Institui o Sistema Municipal de Unidades
Protegidas - SMUP Recife e dá outras providências.
• Lei Municipal nº 18.083 de 2014 - Institui a Política Municipal de Educação
Ambiental.
• Lei Municipal nº 17.666 de 2010 - Disciplina a Arborização Urbana do Município do
Recife.
• Decreto Municipal n° 20.402 de 20/04/2004, estabeleceu medidas administrativas
para a organização e o funcionamento da atividade de fiscalização ambiental no
município.
• Lei Municipal nº 16.243 de 13/09/1996, estabelece a política do meio ambiente da
cidade do Recife e consolida a sua legislação ambiental, mediante a instituição do
código do meio ambiente e do equilíbrio ecológico da cidade do Recife.
• Lei Municipal nº 16.176 de 09/04/1996 - Estabelece a lei de uso e ocupação do solo
da cidade do Recife.

7.2. Competência Estadual


Pernambuco não dispõe de lei consolidada sobre Política Estadual de Meio Ambiente,
como ocorre na esfera nacional com a Lei no 6.938/1981, que cria a Política Nacional de Meio
Ambiente. Porém, há várias legislações que definem diretrizes, ações, objetivos, atribuições,
entre outros aspectos, de política ambiental. Assim, estas normas esparsas, conjuntamente,
formam a política de meio ambiente de Pernambuco, com destaque para:

42
• Lei Estadual no 13.787/2009, que institui o Sistema Estadual de Unidades de
Conservação da Natureza (SEUC) de Pernambuco.
• Lei Estadual no 12.984/2005, que dispõe sobre a política estadual de recursos
hídricos.
• Lei Estadual no 12.008/2001, que dispõe sobre a política estadual de resíduos
sólidos.
• Lei Estadual no 11.899/2000, que redefine os critérios de distribuição da parte do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que cabe aos
municípios, considerando aspectos socioambientais.
• Lei Estadual no 11.206/1995, que dispõe sobre a política florestal do estado de
Pernambuco.
• Lei Estadual no 10.564/1991, que dispõe sobre o controle da poluição atmosférica
no estado.

7.3. Competência Federal

• Lei Federal nº 12.651/2012 – Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa (Novo


Código Florestal).
• Resolução CONAMA Nº 429/2011 - Dispõe sobre a metodologia de recuperação das
Áreas de Preservação Permanente – APPs;
• Resolução do CONAMA nº 369/2006 - Dispõe sobre os casos excepcionais, de
utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a
intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente-APP
(Em atendimento à Lei 4.771/65);
• Resolução do CONAMA nº 303/2002 - Dispõe sobre parâmetros, definições e limites
de Áreas de Preservação Permanente (Alterada pela Resolução n° 341/2003);
• Lei Federal nº 9.985/2000 - Dispõe sobre o Sistema Nacional das Unidades de
Conservação (SNUC);
• CONAMA nº 237/1997, em seu art. 12, estabelece que o órgão ambiental
competente poderá definir procedimentos específicos para as licenças ambientais,
observadas a natureza, as características e as peculiaridades da atividade ou do
empreendimento, bem como procedimentos simplificados para as atividades e os
empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental.
• CONAMA nº 001/1986, que estabelece a exigência de elaboração de estudo de
impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental – EIA/RIMA para as
atividades modificadoras do meio ambiente, como: troncos coletores e emissários
de esgotos sanitários; obras hidráulicas para fins de saneamento.
• Lei Federal nº 6.938/1981, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus
fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Retornando a AII, no que diz respeito à legislação urbanística do município de Recife,
o Plano Diretor subdivide o município em 2 (duas) macrozonas, em 5 (cinco) zonas com suas
respectivas categorias e 2 (duas) classes de zonas especiais sobrepostas ao zoneamento:
a) Macrozona de Ambiente Natural e Cultural (MANC):
• Zona de Ambiente Natural (ZAN):
• Zona de Ambiente Natural Beberibe (ZAN Beberibe);
43
• Zona de Ambiente Natural Capibaribe (ZAN Capibaribe);
• Zona de Ambiente Natural Tejipió (ZAN Tejipió);
• Zona de Ambiente Natural Orla (ZAN Orla).
• Zona de Desenvolvimento Sustentável (ZDS):
• Zona de Desenvolvimento Sustentável Beberibe (ZDS Beberibe);
• Zona de Desenvolvimento Sustentável Capibaribe (ZDS Capibaribe);
• Zona de Desenvolvimento Sustentável Tejipió (ZDS Tejipió);
• Zona de Desenvolvimento Sustentável Centro (ZDS Centro).
b) Macrozona de Ambiente Construído (MAC):
• Zona de Ambiente Construído (ZAC):
• Zona de Ambiente Construído - Planície 1 (ZAC Planície 1);
• Zona de Ambiente Construído - Planície 2 (ZAC Planície 2);
• Zona de Ambiente Construído - Morros (ZAC Morros);
• Zona de Ambiente Construído - Orla (ZAC Orla).
• Zona Centro (ZC) e
• Zona de Reestruturação Urbana - (ZRU):
• As Zonas de Reestruturação Urbana 1 (ZRU 1);
• Zonas de Reestruturação Urbana 2 (ZRU 2).
c) Zona Especial de Interesse Social:
• Zona Especial de Interesse Social 1 (ZEIS 1);
• Zona Especial de Interesse Social 2 (ZEIS 2).

A área da USF está inserida na ZEIS Aritana), Quadra L, que compreende os locais
onde se estabelecem comunidades de baixa renda, de forma espontânea, sem as devidas
infraestruturas básicas, e que têm o potencial de serem urbanizadas, regularizadas em termos
fundiários e de receberem habitações de interesse social. Além disso, engloba também os
espaços designados para a implementação de programas habitacionais de cunho social
promovidos pelo Poder Público. Tais definições estão em total consonância com os propósitos
do projeto urbanístico em consideração, cujo enfoque é proporcionar uma melhoria
substancial na qualidade de vida e na dignidade dos moradores que habitam essas
comunidades.

44
8. ANÁLISE DOS PLANOS E PROGRAMAS INCIDENTES SOBRE A ÁREA DE INFLUÊNCIA DO
EMPREENDIMENTO

Recorte da planilha de indicadores disponibilizada em 30/09/2022, indica que a


Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade através da Gerência Social desenvolverá
ações na área do empreendimento, destacando: i) o controle, proteção e preservação de meio
ambiente; ii) sensibilização sobre o descarte do lixo e os impactos ambientais; e iii) realização
de 04 rodas de conversa sobre a importância das ações de preservação do meio ambiente.
Desde de janeiro de 2022, o Gabinete de Projetos Especiais (GABPE), junto às demais
secretarias municipais promoveram até o momento cerca de 1400 ações socioambientais nas
04 comunidades da AID, desde o processo de elaboração do projeto, com perspectivas de
continuidade durante execução das obras até a finalização da implantação da urbanização da
comunidade. Segue abaixo, tabela com algumas ações sociais

Tabela parcial de controle de ações socioambientais


DATA MÊS ANO ATIVIDADE

14/06/2022 jun 2022 AÇÃO EMERGENCIAL DO RECIFE SOLIDÁRIO

28/06/2022 jun 2022 1º REUNIÃO COM LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS

10/08/2022 ago 2022 AÇÃO DE AGENTES EPIDEMIOLÓGICOS NO COMBATE ARBOVIROSES

17/08/2022 ago 2022 OFICINA DE ESCUTA DAS CRIANÇAS COMUNIDADE DO BEM COM SEIURB

22/08/2022 ago 2022 APROFUNDAMENTO CADASTRAL DAS FAMÍLIAS COMUNIDADE DO BEM

23/08/2022 ago 2022 OFICINAS DE SENSIBILIZAÇÃO FAMÍLIAS PILOTOS 1 E 2 COMUNIDADE DO BEM

24/09/2022 set 2022 OFICINAS DRUP COMUNIDADE DO BEM

12/10/2022 out 2022 AÇÃO RECIFE ESPECIAL DIAS DAS CRIANÇAS COMUNIDADE DO BEM

08/11/2022 nov 2022 AÇÃO CADÚNICO E SDS - RG, CPF, CERTIDÕES COMUNIDADE DO BEM

12/12/2022 dez 2022 NATAL SOLIDÁRIO NA COMUNIDADE DO BEM

04/02/2023 fev 2023 AÇÃO RECIFE CUIDA NA COMUNIDADE DO BEM

08/02/2023 fev 2023 MISSÃO BID PROMORAR

07/03/2023 mar 2023 EVENTO DIA DA MULHER COMUNIDADE DO BEM

03/04/2023 abr 2023 INSTALAÇÃO GELOTECAS NA COMUNIDADE DO BEM


PORTA A PORTA MOBILIZAÇÃO CONSULTA PÚBLICA NA COMUNIDADE DO
17/05/2023 mai 2023
BEM

45
18/05/2023 mai 2023 CONSULTA PÚBLICA NA COMUNIDADE DO BEM
APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL COMUNIDADE
30/05/2023 mai 2023
DO BEM PARA AS LIDERANÇAS
OFICINA DE APRESENTAÇÃO DO PROJETO, ANÁLISE PARTICIPATIVA E ETAPA
30/05/2023 mai 2023
PRELIMINAR DE COCRIAÇÃO NA COMUNIDADE DO BEM COM POPULAÇÃO
PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES COMUNIDADE DO BEM, COM INSTITUTO
02/06/2023 jun 2023
PIPA E SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
16/06/2023 jun 2023 REALIZAÇÃO DE CURSOS PROFISSIONALIZANTES NA COMUNIDADE DO BEM

21/06/2023 jun 2023 MISSÃO BID PROMORAR


1º RODA DE ENCONTRO DAS GESTANTES DA COMUNIDADE DO BEM COM O
21/06/2023 jun 2023
PROGRAMA MÃE CORUJA / PIPA
2º RODA DE ENCONTRO DAS GESTANTES DA COMUNIDADE DO BEM COM O
25/07/2023 jul 2023
PROGRAMA MÃE CORUJA / PIPA
ACOMPANHAMENTO DAS ATIVIDADES ESPORTIVAS NO ESCRITORIO SOCIAL
10/08/2023 ago 2023
NA COMUNIDADE DO BEM
24/08/2023 ago 2023 RECIFE VACINA NA COMUNIDADE DO BEM
3º RODA DE DIÁLOGO MÃE CORUJA/PIPA COM AS GESTANTES DA
04/09/2023 set 2023
COMUNIADE DO BEM
3º RODA DE ENCONTRO DAS GESTANTES DA COMUNIDADE DO BEM COM O
06/09/2023 set 2023
PROGRAMA MÃE CORUJA / PIPA
13/09/2023 set 2023 INSCRIÇÃO DOS CURSOS PROFISSIONALIZANTES

22/09/2023 set 2023 ACOMPANHAMENTO DO CURSO NR-10 / STQP


OFICINA ASSOCIATIVISMO COM LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS DA
27/09/2023 set 2023
COMUNIDADE DO BEM (CONSÓRCIO TPF/COLMEIA)
12/10/2023 out 2023 AÇÃO RECIFE ESPECIAL DIAS DAS CRIANÇAS COMUNIDADE DO BEM

14/10/2023 out 2023 NORDE STREET JAM NO ESCRITORIO SOCIAL NA COMUNIDADE DO BEM

16/10/2023 out 2023 ACOMPANHAMENTO DO CURSO DE ELETRICISTA RESIDENCIAL / STQP


4º ENCONTRO MÃE CORUJA / PIPA COM AS GESTANTES DA COMUNIDADE DO
18/10/2023 out 2023
BEM NO GERALDÃO
27/10/2023 out 2023 ENCERRAMENTO DO CURSO ELETRICISTA RESIDENCIAL
CURSO DE PRIMEIROS SOCORROS NO ESCRITORIO SOCIAL NA COMUNIDADE
31/10/2023 out 2023
DO BEM
REUNIÃO ORDINÁRIA COM LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS DA COMUNIDADE
13/11/2023 nov 2023
DO BEM
14/11/2023 nov 2023 PALESTRA COM CENTRO CLARICE LISPECTOR - SEMUL

27/11/2023 nov 2023 ENTREGA DE CERTIFICADOS DO CURSO DE PRIMEIROS SOCORROS

46
9. DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

A avaliação de impactos ambientais (AIA), em inglês Environmental Impact


Assessment, é o termo dado à análise e mensuração das consequências de atividades
humanas sobre o ambiente. Trata-se de um instrumento de gestão ambiental incorporado
pelos governos de diversos países nas políticas públicas voltadas para a conservação do
meio ambiente.
No Brasil, a AIA foi então instituída legalmente em 1981, pela Política Nacional de Meio
Ambiente (Lei Federal nº 6938/81), que a descreve como um de seus instrumentos. Em
seguida, a AIA foi regulamentada dentro do processo de licenciamento ambiental, pela
Resolução CONAMA 01/86, que o define como:
“qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente,
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que,
direta ou indiretamente afetem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as
atividades sociais e econômicas, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, e a
qualidade dos recursos ambientais”
Salienta-se que a avaliação ambiental de projetos não é um instrumento de decisão,
mas sim, de fornecimento de subsídios para o processo de tomada de decisão. Seu propósito
é suprir informações por meio do estudo sistemático das atividades do projeto. Isto permite
determinar as ações mitigadoras, de prevenção e/ou recuperação das consequências dos
impactos provocados pelo projeto, além de definir os indicadores limitantes que possam
subsidiar a tomada de decisão de executar ou não o projeto em função do seu impacto sobre
o meio.
Desta forma, para os impactos ambientais positivos são propostas ações
potencializadoras de seus efeitos benéficos ao ambiente socioambiental, enquanto para os
impactos negativos são propostas ações preventivas, mitigadoras ou de recuperação.

9.1. Identificação dos impactos ambientais


Os impactos econômicos e sociais significativos resultantes da implementação da
Unidade de Saúde da Família, é essencial reconhecer que seu modo operacional específico
envolve atividades com potencial para causar impactos ambientais negativos. Nesse contexto,
as operações da USF desempenham funções frequentemente semelhantes às encontradas
nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), abrangendo áreas de limpeza, alimentação,
processamento radiográfico, entre outras. Esta consciência destaca a importância de adotar
práticas sustentáveis e mitigadoras, garantindo que o impacto ambiental seja gerenciado de
maneira responsável ao longo de suas atividades.
A Unidade de Saúde da Família (USF) inevitavelmente consome uma quantidade
considerável de produtos médicos descartáveis, essenciais para prevenir a transmissão de
doenças entre médicos, pacientes e funcionários. Com essas características presentes, sua
operação gera, por um lado, uma quantidade significativa de resíduos hospitalares, como os
contaminantes perfurocortantes; por outro lado, demanda recursos essenciais, como energia
elétrica e água, que serão fornecidos pela rede pública de atendimento. É crucial abordar
esses aspectos de maneira consciente, implementando medidas eficazes para a gestão
adequada de resíduos e promovendo o uso sustentável de recursos, contribuindo assim para
a preservação do meio ambiente.

47
Adota‐se como conceito de “impactos ambientais”, aquelas alterações detectadas no
meio ambiente como resultantes de ações diretas e indiretas realizadas nas diferentes fases
de implantação do empreendimento, qualificáveis de acordo com os seguintes critérios:
• Reflexo sobre o ambiente: Positivo (representa um ganho para o ambiente),
Negativo (representa um prejuízo para o ambiente) e de Difícil Qualificação (não
há elementos técnicos disponíveis para sua qualificação).
• Natureza: Direto (decorre de uma ação do empreendimento), Indireto (é
consequência de outro impacto);
• Durabilidade: Temporária (ocorre durante a vida útil do empreendimento),
Permanente (permanece após a desativação do empreendimento) e cíclico
(repete‐se ciclicamente durante a fase de operação do empreendimento);
• Probabilidade: Baixa (as condições diagnosticadas não favorecem a ocorrência do
impacto), Média (há indícios da possibilidade de ocorrência do impacto) e Alta (há
constatação da ocorrência do impacto);
• Abrangência Espacial: ADA (impacto cujos efeitos se fazem sentir apenas no
próprio sítio onde se dá a ação, isto é, na Área Diretamente Afetada), AID (impacto
cujos efeitos se fazem sentir nas imediações do sítio onde se dá a ação, isto é, na
Área de Influência Direta) e AII (impacto cujos efeitos se fazem sentir além das
imediações da AID, ou seja, na Área de Influência Indireta);
• Magnitude Relativa: reflete o grau de comprometimento da qualidade ambiental
da área atingida pelo impacto. É traduzida em escala relativa, comum a todos os
impactos – Baixa (B), Média (M) ou Alta (A).
• Reversibilidade: Reversível (o impacto é passível de reversão com ou sem adoção
de medida mitigadora) e Irreversibilidade (não é passível de reversão).

De acordo com a Lei Municipal 18.014/2014, que instituiu o Sistema Municipal de


Unidades Protegidas (SMUP), o empreendimento prevê algumas intervenções próximas às
Unidades Protegidas (UP), como, por exemplo, a UCN Parques dos Manguezais.
O resultado dessa análise constitui um diagnóstico da qualidade ambiental da área de
influência do empreendimento. Os impactos de magnitude baixa são aqueles para os quais
não é necessário implantar medida mitigadora. Para os impactos irreversíveis serão propostas
medidas compensatórias.
Outras definições:
• Processo ‐ Qualquer empreendimento é constituído por um conjunto dinâmico e
integrado de processos com diversas naturezas, por sua vez apoiados em
tecnologias apropriadas para cada tipo de bem ou serviço que se objetiva produzir,
física e economicamente organizados.
• Aspecto Ambiental - Um aspecto ambiental é definido na ISO 14001 como um
“elemento das atividades, produtos e/ou serviços de uma organização que possam
interagir com o meio ambiente”. Uma observação a essa definição define um
aspecto ambiental significativo como “um aspecto ambiental que tenha ou que
possa ter um impacto ambiental significativo”.
• Impacto Ambiental‐ Um impacto ambiental é “qualquer mudança no ambiente,
seja adversa ou benéfica, resultante total ou parcialmente das atividades,

48
produtos e/ou serviços de uma organização”. Os aspectos ambientais das
atividades de uma organização criam impactos ambientais.
A investigação preliminar dos impactos associou as atividades e operações da USF às
características básicas do ambiente potencialmente afetado, apresentado no diagnóstico
ambiental.
Para a implantação do empreendimento foram analisados os impactos relativos à
construção do empreendimento, destacando‐se os processos e tarefas e seus respectivos
aspectos e impactos ambientais.

9.2. Impactos‐ Fase de Implantação


Processos

Mobilização de pessoal,
Terraplenagem, cortes e
materiais insumos e Serviços preliminares Construção Civil
aterros
equipamentos.

Construção de fundações, pilares,


vigas, lajes, paredes, telhados e
Demarcação topográfica,
Contratação de mão de Escavação, carga e pisos; instalação de equipamentos
construção do canteiro de
Tarefas

obra, aquisição e transporte de materiais, e mobiliário, escavação e reaterro


obras, demolição de
transporte de materiais, compactação de aterros, de valas para interceptores,
edificação existente, corte
insumos e equipamentos. bota-fora. construção de sistema de
de árvores
drenagem pluvial, implantação do
projeto paisagístico
Movimentação de
Movimentação de veículos
veículos e equipamentos,
e insumos, movimentação Geração de poeira, de Movimentação de veículos e
movimentação e
Aspectos reais

de pessoas, pagamento de ruído, de efluentes oleosos insumos, geração de resíduos


exposição do solo,
salários e impostos, e sanitários, geração de sólidos e efluentes industriais e
geração de poeira,
geração de resíduos resíduos sólidos e de sanitários, aumento do
resíduos sólidos e
sólidos, efluentes construção civil, exposição escoamento superficial, consumo
efluentes oleosos e
sanitários e poeira, de solo, Limpeza, de água bruta, movimentação de
sanitários, consumo de
vibração sonora/ar e solo, expectativa da população terra, geração de ruídos
água bruta geração de
visitas internas aos imóveis
ruídos e vibrações
Derrame de combustíveis
e/ou lubrificantes,
Aspectos potenciais

descarte inadequado de
resíduos e efluentes, Carreamento de sedimentos para
Derrame de combustíveis Derrame de combustíveis
carreamento de os cursos d’água, descarte
e/ou óleos lubrificantes, e/ou óleos lubrificantes,
sedimentos para os inadequado de resíduos e
descarte inadequado de descarte inadequado de
cursos d’água. Alteração efluentes, derrame acidental de
resíduos e efluentes. resíduos e efluentes.
da estabilidade local dos combustíveis e/ou óleos.
solos e das fundações de
edificações vizinhas às
obras, processos erosivos,

49
Meio físico: Contaminação
Meio físico:
de solo e água, aumento
Contaminação de solo e
dos níveis de ruído,
água, aumento dos níveis
redução da qualidade do
Meio Físico: Contaminação de ruído, redução da
ar, Alteração do
de solo e água, aumento qualidade do ar, Meio físico: Contaminação de solo
coeficiente de escoamento
dos níveis de ruído, Alteração do coeficiente e água, aumento dos níveis de
superficial do
redução da qualidade do de escoamento ruído, redução da qualidade do ar,
terreno Meio Antrópico:
ar, Alteração do coeficiente superficial do terreno, Alteração do coeficiente de
Impactos

piora do trânsito na região,


de escoamento superficial Assoreamento de curso escoamento superficial do
incremento da atividade
do terreno Meio Biótico: d’água, processos terreno. Meio Antrópico: piora do
econômica, Aumento da
Supressão da vegetação erosivos, alteração da trânsito na região, Aumento da
circulação de veículos e
existente, afugentamento estabilidade dos solos e circulação de veículos e pessoas
pessoas aumento da
da fauna existente, reparos das edificações vizinhas Meio Biótico: Inserção e manejo
Arrecadação tributária,
dos danos aos imóveis às obras. Meio Antrópico: de flora
aumento da oferta de
impactados piora do trânsito na
empregos, impactos a
região, Aumento da
moradias, remoção de
circulação de veículos e
catadores de materiais
pessoas
recicláveis

9.2.1. Impactos ambientais: Meio físico – implantação


Fase de Reflexo no
Natureza Abrangência Probabilidade Duração Magnitude Reversibilidade
Implantação ambiente
Contaminação do
Negativo Direta AII Baixa Permanente Baixa (1) Reversível
solo e água
Aumento do nível de
Negativo Direta AID Alta Temporária Alta (3) Reversível
ruídos
Redução da
Negativo Direta ADA Média Temporária Baixa (1) Reversível
qualidade do ar
Alteração do
coeficiente de
escoamento Negativo Direta ADA Alta Temporária Média (2) Reversível
superficial do
terreno

9.2.2. Impactos ambientais: Meio Antrópico – implantação


Fase de Reflexo no
Natureza Abrangência Probabilidade Duração Magnitude Reversibilidade
Implantação ambiente
Piora do trânsito
Negativo indireta AID Alta Temporária Média (2) Reversível
na região
Incremento da
atividade Positivo indireta AII Média Permanente Média (2) Irreversível
econômica
Aumento da
circulação de Negativo Direta AID Alta Temporária Média (2) Reversível
veículos e pessoas
Aumento da
Arrecadação Positivo Indireta AII Média Permanente Média (2) Irreversível
tributária
Aumento da Oferta
Positivo Direta AII Média Permanente Média (2) Irreversível
de emprego
Realização das
Positivo Direta AID Média Temporária Média (2) Reversível
visitas cautelares

50
Ocorrência de
imóveis Negativo Direta AID Média Temporária Média (2) Reversível
impactados
Remoção de
Catadores de
Positivo Direta AID Alta Permanente Média (2) Itrreversível
materaiais
recicláveis

9.2.3. Impactos ambientais: Meio Biótico - implantação


Reflexo
Fase de
no Natureza Abrangência Probabilidade Duração Magnitude Reversibilidade
Implantação
ambiente
Supressão da
vegetação Negativo Direta ADA Alta Temporária Média (2) Irreversível
existente
Afugentamento
da fauna Negativo indireta ADA Alta Temporária Média (2) Irreversível
existente
Inserção de flora Positivo Direta ADA Alta Temporária Média (2 Reversível

9.3. Impactos - fase de Operação


Embora muitas atividades desenvolvidas nas Unidades de Saúde da Família sejam
similares às encontradas nos outros ramos de atividade de serviços, consequentemente
gerando impactos ambientais similares, às USFs diferem em relação a impactos que requerem
cuidados especiais. As medidas de controle da infecção, bem como os cuidados necessários
em relação à saúde, incluem um número de práticas geradoras de resíduos infectantes que
devem ser tratados ou incinerados, esterilização de equipamentos, resíduos de produtos
farmacêuticos, etc.
Essas atividades podem influenciar diretamente a fomentar fornecedores em relação
a industrialização de produtos danosos ao meio ambiente, tais como: produtos contendo
mercúrio, plástico contendo cloretos, luvas de Látex e agulhas para uso em seringas e
atividades médicas.
Como característica diferencial, consomem uma variedade de outros recursos comuns
em quantidades consideráveis, incluindo borracha, plásticos, e em produtos de papel.
Destaque especial em relação ao grande consumo de produtos médicos descartáveis, que são
usados para impedir a transmissão da doença entre os profissionais, os pacientes e os
empregados. Os resíduos químicos (desinfetantes, reagentes, entre outros), também são
gerados no setor médico, necessitando armazenamento, tratamento e disposição de forma
adequada.
Todos os eventos serão considerados permanentes, isto é, associados à vida
operacional do empreendimento em análise.
Impactos ambientais da fase de operação do empreendimento:

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Processos Tarefas Aspectos reais Aspectos potenciais Impactos
Assistência Médica, Meio Físico:
Assistência de Enfermagem, Contaminação
Atenção Odontológica, água e solo,
Visitas Domiciliares, aumento do nível
Educação em Saúde, de ruído. Meio
Planejamento Familiar, Antrópico:
Controle de Doenças Descarte Inadequado Melhoria da
Endêmicas, Saúde Mental, de resíduos comuns e qualidade de vida
Encaminhamentos Cuidados com a saúde da infectantes, da região,
Especializados Registro e comunidade, Geração de Desperdício de água e aumento da
Documentação, Campanhas emprego para a região, energia, Descarte disponibilidade de
de Saúde, Gestão de Atração de pessoas, inadequado de atendimento de
Medicamentos e Insumos Geração de resíduos sólidos efluentes sanitários, basico para o
Serviços comuns e contaminantes, aumento do potencial município, geração
Assistenciais Geração de Efluentes de busca por serviços e de empregos,
sanitários e infectantes, comércios na região, melhoria na
Geração de ruído, descarte inadequado qualidade e
movimentação de pessoas, de medicamentos quantidade de
aumento na demanda por vencidos, descarte serviços e
serviços inadequado de comércios na
,Salas de espera Salas de
produtos e região, Melhoria
higienização,Farmácia
medicamentos tóxicos da Infra‐ estrutura
Urbana, Aumento
da demanda por
estacionamento,
Aumento da
Arrecadação
tributária
Descarte Inadequado
de resíduos comuns e
hospitalares,
Desperdício de água e
Meio Físico:
energia, Descarte
Contaminação
Geração de empregos para inadequado de
água e solo,
Estacionamento; Pátio de a região, Geração de efluentes sanitários,
aumento do nível
serviços, Caixa d’água, Ar resíduos sólidos comuns e armazenamento
de ruído. Meio
condicionado, Abrigo de hospitalares, Geração de inadequado de
Antrópico:
Resíduos, Copas, Depósito de Efluentes sanitários e produtos, descarte
Serviços Melhoria da
limpeza, Instalações hospitalares, Geração de inadequado de
gerais qualidade de vida
sanitárias, Depósito de ruído, armazenamento de medicamentos
da região, geração
equipamentos, produtos perigosos, vencidos, descarte
de empregos, Meio
Almoxarifado, Rouparia, crescimento de árvores, inadequado de
Biótico: Melhoria
Cozinha, Despensa, drenagem Pluvial, Emissão produtos e
da qualidade da
de gases medicamentos
área verde
tóxicos, ausência de
permeável
manutenção de áreas
verdes, existência de
interconexões de
efluentes

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Processos Tarefas Aspectos reais Aspectos potenciais Impactos
Meio Físico:
Contaminação
água e solo,
Geração de empregos para Descarte Inadequado
aumento do nível
a região, Geração de de resíduos comuns e
de ruído. Meio
Serviços de resíduos sólidos comuns e hospitalares,
Administração, Espaço Antrópico:
apoio hospitalares, Geração de Desperdício de água e
Técnico Melhoria da
Técnico Efluentes sanitários e energia, Descarte
qualidade de vida
hospitalares, Geração de inadequado de
da região, geração
ruído. efluentes sanitários.
de empregos, piora
do trânsito da
região

9.3.1. Impactos ambientais – Meio Físico – operação


Reflexo
Fase de Operação no Natureza Abrangência Probabilidade Duração Magnitude Reversibilidade
ambiente
Contaminação do
Negativo Direta AII Baixa Temporária Média Reversível
solo e água
Aumento do nível de
Negativo Direta ADA Alta Temporária Média Reversível
ruídos

9.3.2. Impactos ambientais: Meio Antrópico – fase de operação

Reflexo
Fase de
no Natureza Abrangência Probabilidade Duração Magnitude Reversibilidade
Operação
ambiente
Melhoria da
qualidade de vida Positivo Direta AII Média Temporária Média Irreversível
da região
Geração de
Positivo indireta AID Alta Temporária Alta Reversível
empregos
Melhoria na
qualidade e
quantidade de
Positivo Indireta AID Média Temporária Média Irreversível
serviços e
comércios na
região
Valorização dos
Imóveis da Positivo Indireta AID Média Temporária Média Reversível
região
Aumento do nível
Positivo Indireta AID Média Temporária Média Reversível
de segurança
Melhoria da
Infraestrutura Positivo Direta AID Média Temporária Média Irreversível
Urbana

53
9.3.3. Impactos ambientais: Meio Biótico – fase de operação
Reflexo
Fase de
no Natureza Abrangência Probabilidade Duração Magnitude Reversibilidade
Operação
ambiente
Melhoria da
qualidade da
Positivo Indireta ADA Mèdia Permanente Média Reversível
área verde
permeável

Após avaliação por parte da equipe multidisciplinar, tornou-se claro que a


implementação do empreendimento em discussão tem o potencial de consideravelmente
mitigar os efeitos adversos presentes nessa área. A perspectiva é que, com a concretização
desse projeto, os impactos positivos superam notavelmente os aspectos negativos. Um
exemplo notável é a previsão de uma significativa melhoria na qualidade de vida dos
moradores, uma vez que a instalação de uma Unidade de Saúde da Família garantirá o suporte
necessário para atender às necessidades da comunidade.

54
10. PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS

As tabelas anteriores permitem constatar que a maioria dos impactos negativos


causados pelo empreendimento é passível de reversão com a adoção de medidas mitigadoras.

10.1. Fase de planejamento


Na fase de planejamento algumas ações prévias são desenvolvidas por exigência legal
como a obtenção do licenciamento ambiental; autorização de corte de vegetação nativa e/ou
exótica; e licença para uso de áreas de bota-fora e exploração de jazidas junto ao órgão
responsável.
Foram realizados, ainda, nas comunidades de intervenção os estudos topográficos,
urbanísticos, hidrológicos, levantamento da macro e microdrenagem, assim como estudos
para remanejamento condicionado de rede de distribuição de energia elétrica, iluminação
pública e outras estruturas de utilidade pública.
Há, também, outras ações de cunho gerencial e administrativo que são essenciais ao
empreendimento, tais como:
a) Comunicação Social
Visando uma construção mais assertiva do programa de necessidades dos projetos,
frente ao ponto de vista social e, ainda, fortalecer a identificação da comunidade para com os
espaços reordenados, o Gabinete de Projetos Especiais da PCR, desenvolveram um trabalho
social junto às comunidades com a aplicação da metodologia DRUP – Diagnóstico Rápido
Urbano Participativo, a qual consistiu na inserção de etapas de escuta da comunidade e de
compreensão dos anseios do público quanto ao uso de seu espaço urbano.
Os DRUPs foram realizados no seguinte formato:
• DRUPs específicos, em que foram envolvidos os grupos de
representação comunitária: (1) comunidades Nova Esperança e Beira da Maré; (2)
comunidade Irmã Dorothy; (3) comunidade Aritana; e 1 DRUP de integração, em que
foram envolvidas representações de todas as comunidades para a discussão e
proposição de ações gerais, avaliando o cenário do território de maneira completa e
interconexa. Esta ação teve o efeito positivo para os impactos envolvidos quanto as
“expectativas da população em relação ao projeto” e para diminuição da “Tensão
Social” do projeto.
Quanto a percepção dos moradores acerca da “Desigualdade Social” em que as
condições estruturais, ambientais e sociais as quais os residentes das comunidades se
encontram, as reuniões promovidas pelo DRUP renovaram a esperança das comunidades, à
medida que eles puderam ser ouvidos quanto às suas necessidades e desejos.

b) Planejamento da obra
Deve ser acrescida à fase de planejamento, como caráter positivo, a “importância
estratégica” atendimento primário, um impacto positivo. Valorização Imobiliária, Impacto
Social e Cultural Desenvolvimento de Infraestrutura Complementar:
A demanda de vagas a serem abertas deve dar preferência a contratação do pessoal
dentro dos limites do município (contratação de mão-de-obra local), fator importante na atual
crise de desemprego pós-pandemia.

55
10.2. Fase de instalação
Pela avaliação dos impactos apresentados, pode‐se verificar que o impacto negativo
do empreendimento mais recorrente durante todas as etapas de sua construção é o
relacionado com o aumento dos níveis de pressão acústica. Esse impacto ocorre em função
de diversas intervenções do empreendimento durante a fase construtiva e, por isso, aspectos
como magnitude e reversibilidade podem variar em função das especificidades de cada
intervenção. Independentemente desses aspectos, a área de incidência desses impactos é a
vizinhança imediata da USF, que será atingida por tais incômodos.
Há três intervenções em que o aumento dos níveis de pressão acústica não pode ser
revertido. Tratam‐se das intervenções relativas às contenções de taludes, escavações e
demolição do antigo frigorífico existente, pois não há possibilidade de confinamento total ou
parcial dos equipamentos utilizados nessas atividades. Ressalta‐se que a magnitude desse
impacto é baixa quando se refere à intervenção para contenção dos taludes, pois é executada
manualmente, gerando pouco ruído.
No caso dessas intervenções, os cuidados durante a obra devem estar, sobretudo,
associados ao horário de funcionamento dessas atividades, cujo início está previsto para às
7:00 hs e o término para às 18:00 hs. Nas demais, contudo, há possibilidade de adotar medidas
que minimizem a magnitude do impacto, tais como: posicionar equipamentos para que eles
fiquem o mais distante possível de residências vizinhas e efetuar o semiconfinamento
daqueles que forem fixos, de modo a reduzir as emissões de ruído que causam incômodos.
A avaliação desse impacto segue orientações técnicas próprias do tema, que são
abordadas adiante a fim de respaldar a classificação dos impactos efetuada. Toma‐se como
referência que, em terreno aberto, o campo acústico é definido como campo livre, pois se
encontra numa área distante das superfícies refletoras de modo que as mesmas exercem
efeito desprezível sobre as regiões de interesse. Nesta condição, o nível de pressão sonora cai
de 6 dB cada vez que a distância à fonte sonora for dobrada.
Os outros impactos da fase de instalação esperados apenas para a ADA serão
discutidos, abaixo:

a) Risco de contaminação do solo e do lençol freático


Com relação ao impacto negativo denominado contaminação da água, no caso o solo
e lençol freático, sua reversibilidade é possível pela incorporação de instalações sanitárias
adequadamente conectadas à rede pública de esgotamento sanitário, o que permitirá seu
tratamento pela Estação de Tratamento de Esgotos antes do lançamento no corpo hídrico
receptor.
Outro impacto negativo recorrente ao longo da fase de construção se refere à
contaminação do solo pela geração de resíduos sólidos, seja material terroso ou entulhos da
obra. Estes impactos serão mitigados através da implantação de Plano de Gestão de Resíduos
da Construção Civil, conforme norma NBR 10004/2004 ‐ Resíduos sólidos: Classificação e
principalmente na elaboração de projeto de gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
(PGRCC), conforme Resolução CONAMA no. 307/02.
A realização de movimentação de solo acarreta ainda a exposição de solo, o que pode
propiciar o desenvolvimento de processos erosivos, com consequente assoreamento de
cursos d’água e danos ao sistema público de drenagem existente. Para evitar esse impacto, as

56
escavações estão previstas para o período seco do ano, devendo ainda as obras de construção
civil ser iniciadas imediatamente após a conclusão do desaterro, deverá ser mantida as
estruturas de drenagem pluvial existente até projeto da fase de construção, de modo a
promover um escoamento ordenado de efluente pluvial no caso de chuvas ocasionais.
As operações de escavação, carga e transporte em caminhões para disposição no bota‐
fora, promoverão a emissão de poeira na área de entorno do empreendimento e pode atingir
até mesmo a área de influência indireta, ao longo do trajeto dos caminhões até o aterro final.
No caso da escavação do material terroso, a magnitude desse impacto foi considerada
baixa. Dessa forma, estima‐se que as emissões mais significativas ocorrerão no transporte do
material até o bota‐fora.
A fim de minimizar a dispersão de poeiras no trajeto dos caminhões até o bota‐fora,
após o seu carregamento, será executado o umedecimento superficial do material através da
aspersão de água com mangueira, que em seguida deverá ser coberta com lona.
Diariamente durante os serviços de escavação, deverá ser realizada a limpeza da
calçada e pista nas proximidades da obra, de modo remover a terra e lama depositados nesses
locais pelos pneus dos caminhões.
b) Supressão de vegetação
A retirada de elementos arbóreos da área afetada pelo empreendimento irá gerar
impactos de média magnitude, visto a ausência de floresta propriamente dita. Conforme
levantamento arbóreo, a área é ocupada por elementos já desenvolvidos e adaptados às
condições locais. Assim, os indivíduos arbóreos de maior desenvolvimento fisiológico se
constituirão no grupo vegetal mais afetado pela ação de desmate naquele compartimento. A
ação da retirada de cobertura arbórea irá influenciar indiretamente na oferta de abrigo para
a fauna, marcadamente avifauna e mastofauna.
De forma diferenciada, as porções de vegetação herbácea e subarbustiva, não tão
expressivas na área de estudo, terão um impacto menos significativo dentre as formações
vegetacionais.
A supressão das árvores do empreendimento irá gerar impactos diretos sobre a
diversidade local, sem quaisquer danos às formações vegetacionais mais preservadas do
entorno. Nesta mesma condição, ressalta-se a grande capacidade de adaptação das espécies
ocorrentes em todo o entorno, favorecendo na manutenção regional de tais espécies.
Isto posto, avalia‐se que mesmo com a supressão de elementos arbóreos do futuro
Unidade de saúde da Família (USF) a área de entorno do empreendimento, fora dos limites da
propriedade, excluída daquelas áreas objeto de supressão de vegetação, possui boa
capacidade de suporte para a fauna migratória, principalmente em relação à dispersão,
abrigo, refúgio, recurso alimentar e aspectos reprodutivos. A princípio, a manutenção da
diversidade fica assegurada para a região de influência direta do empreendimento, fator
bastante considerável frente à grande ocupação antrópica em áreas de preservação.
Durante o levantamento florístico não foi constatada a presença de nenhuma espécie
da flora de caráter endêmico e/ou ameaçada de extinção conforme descrito nas listas de
espécies ameaçadas da flora no Município de Recife.
A maioria dos indivíduos diagnosticados constitui espécies de hábitos campestres e
ambientes abertos ou que utilizam áreas já modificadas pela ação do homem, possuindo
ampla distribuição. A área que será diretamente afetada pelas obras de implantação do

57
empreendimento caracteriza-se por ambientes de bosques em meio à ocupação antrópica,
em diferentes estágios de regeneração do estrato arbóreo.
Portanto, ainda que as áreas limítrofes comportem a avifauna em deslocamento,
devido às características ambientais similares às da área de intervenção, não haverá uma
alteração significativa na dinâmica natural dos novos ambientes ocupados, pois este já contém
sua própria fauna e a competição intra e interespecífica se dará de forma incipiente,
principalmente pelo local do empreendimento estar numa porção intermediária à outras
zonas de refúgio e ambientes similares.
Com relação às espécies encontradas na ADA, caracterizadas por ter uma baixa
exigência ecológica e de grande plasticidade ambiental, pode‐se dizer que elas poderão
permanecer no local do empreendimento, visto que naqueles sítios implica suas áreas de vida,
mesmo com a supressão de alguns elementos arbóreos. Esta afirmativa poderá ser
confirmada propondo-se estudos de monitoramento ao longo dos anos e, a princípio, pela
avaliação da potencialidade de fauna, após implantação do empreendimento.

10.3. Fase de Operação


A Unidade de Saúde da Família é um equipamento destinado a atender e assistir
pessoas, a prevenir doenças, a tratar e reabilitar pacientes é considerado uma estrutura
complexa, tanto sob o ponto de vista arquitetônico, de engenharia, de instalações, de
equipamentos, como de tecnologia e administração.
A fase de operação do empreendimento deve contar com medidas de mitigação dos
impactos de forma a existir equilíbrio entre a atividade desenvolvida e a preservação do meio
ambiente.
Um conceito importante para a mitigação dos impactos da USF é a ecoeficiência. O
principal objetivo dos estabelecimentos de saúde é oferecer um atendimento de qualidade ao
paciente. Durante esse processo de atendimento, água e energia são constantemente
exigidas, e diferentes materiais são utilizados, gerando efluentes líquidos que precisarão ser
tratados e uma grande variedade de resíduos sólidos que necessitarão de um gerenciamento
adequado, pois se constituem em fontes importantes de contaminação para o ambiente e
para a população intra e extra‐unidade. Dessa forma, alguns estabelecimentos de saúde
acabam gerando problemas ambientais semelhantes aos de outras empresas de áreas
diferentes.
A preocupação com o gerenciamento adequado dos resíduos gerados nas unidades de
saúde tem aumentado nos últimos tempos e várias tecnologias relacionadas ao seu
tratamento vêm surgindo a cada ano, como esterilização a vapor e esterilização a seco.
A implementação de um plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde
apenas para cumprimento de exigências legais não resolve o problema da sua geração.
Quanto menor for a quantidade desses resíduos, menor será o custo para o seu tratamento/
disposição e os problemas a eles associados; contudo, alternativas que buscam a redução da
sua geração ainda são escassas.
• Redução da intensidade material;
• Redução da intensidade energética;
• Redução da dispersão de substâncias tóxicas;
• Aumento da reciclabilidade;
• Otimização do uso de materiais renováveis;

58
• Prolongamento do ciclo de vida do produto;
• Aumento da intensidade do serviço.

No caso da Unidade de Saúde da Família deve‐se levar em conta: Consumo de energia


elétrica; Consumo de água; Geração de resíduos totais e infectantes; Emissões de efluentes;
Emissões atmosféricas, o controle e metas de diminuição dos consumos e medições
constituirão mecanismos de mitigação e qualidade ambiental.
A ausência de caldeiras para aquecimento da água a ser utilizada no empreendimento,
é uma medida que confere consumo energético e diminuição de emissões atmosféricas. O
equipamento de ar condicionado realizará o aquecimento da água, conforme anteriormente
mencionado. A contaminação do solo poderá ocorrer devido à disposição inadequada dos
resíduos sólidos tanto comuns quanto hospitalares e perigosos (Lâmpadas, pilhas, baterias,
etc.) e químicos, como ação de controle e mitigação deverá ser implantado no
empreendimento um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde.
Todo o efluente sanitário e hospitalar gerado no empreendimento deverá ser
direcionado para a Rede Pública da COMPESA os resíduos contendo produtos químicos
deverão ser acondicionados corretamente e encaminhados à empresas licenciadas para
transporte e destinação final dos mesmos.
A manutenção frequente de equipamentos (bombas e compressores) e veículos
evitará o vazamento de óleos lubrificantes. A correta manutenção, bem como a localização
estratégica do pátio de serviços (que apresenta os equipamentos geradores de ruído),
também irá mitigar o impacto do aumento do nível de ruído.
Os impactos positivos gerados com a operação do empreendimento estão
concentrados no meio‐antrópico. A própria natureza da atividade do empreendimento irá
conferir melhoria na qualidade de vida da população Beira da Maré, Aritana, Nova Esperança
e Irmã Dorothy, a operação irá promover a geração de empregos em diversas áreas,
aumentando também a arrecadação tributária.
O fluxo de pessoas atraídas pela operação do empreendimento, quer sejam pacientes,
visitantes ou funcionários, irá impulsionar o desenvolvimento de comércios e serviços na
região, dessa forma ocorrerá a valorização imobiliária dos imóveis localizados nas
proximidades.
O terreno onde será instalado o hospital, atualmente não apresenta movimentação
intensa. Conforme pesquisa realizada junto à população, foi mencionado que com a efetiva
operação do empreendimento haverá aumento do nível de segurança, uma vez que haverá
equipe de segurança no local, melhoria da iluminação e maior número de pedestres
transitando pelo entorno.

59
11. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL – PGAS

O Plano de Gestão Ambiental e Social – PGAS está estruturado de modo a atender


todas as demandas identificadas no Estudo Técnico Ambiental - ETA, abrangendo os cuidados
e medidas de controle, prevenção e correção, e monitoramento socioambiental relativo à
mitigação e/ou compensação dos impactos ambientais adversos ou negativos, bem como a
potencialização dos impactos positivos (cuidados e medidas que visam garantir e amplificar
os impactos benéficos causados pelo projeto) diagnosticados no âmbito deste estudo
ambiental sobre as intervenções projetadas no Projeto de Unidade de Saúde da Família (USF),
que integram o Programa de Requalificação e Resiliência Urbana em Áreas de Vulnerabilidade
Socioambiental – PROMORAR Recife.

11.1. Descrição do Programa


O Programa tem como objetivo principal melhorar a qualidade de vida e promover a
inclusão socioterritorial da população de baixa renda da cidade do Recife, majoritariamente
instaladas em CIS – Comunidades de Interesse Social, delineadas no Atlas das Infraestruturas
Públicas em CIS do Recife. Desse modo, se insere a USF que atenderá diretamente a população
das CIS Aritana, Irmã Dorothy, Beira da Maré e Nova esperança.

11.2. Objetivo do PGAS


11.2.1. Geral
Este PGAS tem como objetivo geral estabelecer as medidas de proteção ambiental a
serem seguidas quando da execução das obras da USF, assim como as ações voltadas para o
monitoramento da qualidade socioambiental na fase de operação, especialmente para o
aspecto social da região sob a influência do Programa
O PGAS visa, ainda, assegurar que todos os programas ambientais sejam efetivamente
implementados e promover a integração entre as equipes de campo, o GABPE e GGP, bem
como os demais envolvidos, na esfera pública ou privada, nos programas e subprogramas
proposto por este Plano de Gestão.

11.2.2. Específicos
• Levantar e diagnosticar os aspectos socioambientais das áreas de influência direta e
diretamente afetada pelas intervenções de obra
• Avaliar riscos e impactos socioambientais decorrentes das etapas executivas
• Identificar as medidas de minimização ou compensação dos riscos e impactos
negativos, bem como de potencialização dos impactos positivos decorrentes das
ações de projeto;
• Propor procedimentos e ações a serem desenvolvidas ao longo das etapas de
execução das obras para assegurar a sustentabilidade ambiental e social do projeto;
• Acompanhamento da obra e de todos os programas ambientais;
• Assegurar a implementação das medidas ambientais previstas;

11.3. Desenvolvimento
A implantação da USF envolve uma série de intervenções físicas que exigem a
execução de atividades simultâneas visando à conservação do meio socioambiental, tais como

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a instalação e operação de canteiros de obras, o controle da mão de obra, a disposição de
resíduos gerados, o transporte e operação de equipamentos, o controle de ruídos, a
sinalização preventiva provisória, os cuidados com o patrimônio histórico cultural etc.,
atividades estas que podem ter impactos minimizados com as recomendações e exigências
contidas neste Plano.
O PGAS abrange todas as empresas que venham participar de sua implantação,
empresas de consultoria e trabalhadores de um modo em geral. Compreende o
acompanhamento ambiental das instalações e operação do canteiro de obras e toda a área
de influência direta das obras, incluindo, em seus objetivos, a segurança da população
atingida, direta ou indiretamente, pelo empreendimento.
A implantação da Unidade de Saúde da Família (USF) trará alterações temporárias na
rotina da comunidade local e das áreas circunvizinhas. Essas mudanças se manifestam de
maneiras diversas, gerando uma gama de expectativas e apreensões. Após essas
identificações e cuidado dos impactos, tanto positivos quanto negativos, que surgirão com a
instalação e operação da USF, juntamente com a previsão das medidas ambientais
correspondentes - sejam mitigadoras ou compensatórias - é essencial apresentar propostas
concretas para programas ambientais e sistemas de monitoramento. Esse passo não apenas
reforça o compromisso com a sustentabilidade, mas também garante a implementação eficaz
de práticas que minimizará os impactos e promoverá uma gestão responsável desse projeto.
O PGAS é essa ferramenta de planejamento que envolve todo o empreendimento e os
Programas Ambientais a seguir elencados e que serão detalhados adiante:
• Programa de Gestão Ambiental – PGAS
• Programa de Proteção à biodiversidade
• Programa de Educação Ambiental e Sanitária (PEAS).
• Plano de Consulta e Participação de Partes Interessadas
• Mitigação dos Impactos Sociais e Econômicos Temporários
• Preservação do Patrimônio Cultural
• Programa de Controle Ambiental e Social das Obras
• Programa de Gestão de Resíduos
• Plano de Monitoramento e Avaliação

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12. PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL- PRGAS
O Programa de Gestão Ambiental e Social (PRGAS) será responsável por dotar o
empreendimento de mecanismos eficientes que garantam a execução de todas as ações
planejadas para controlar, minimizar, monitorar e compensar os impactos gerados, de forma
a manter um elevado padrão de qualidade ambiental na implantação e operação do
empreendimento.
A criação de uma estrutura gerencial é importante para garantir o acompanhamento
dos programas ambientais e sociais não vinculados diretamente à obra, integrando os
diferentes agentes internos e externos, empresas contratadas, consultorias e instituições
públicas e privadas, fornecendo ao empreendedor a segurança necessária para o atendimento
às normas e à legislação ambiental, urbanística, de educação e social pertinentes.
O PRGAS assegura que os programas ambientais sejam implementados de uma forma
integrada, a medida em que os diversos fatores ambientais e o universo social a que se dirigem
apresentam forte inter-relação, sendo a integração dos diferentes agentes responsáveis pela
implantação dos programas fundamental para obter a harmonia entre as ações que serão
desenvolvidas.
O PRGAS deverá se desenvolver ao longo de todo o período de pré-obras e obras e,
posteriormente, durante o início da fase de pré-operação, a fim de verificar a consolidação
dos objetivos do empreendimento.
O PRGAS deve garantir que os programas específicos definidos para prevenir, mitigar
e compensar os impactos adversos ou negativos e potencializar os positivos ou benéficos,
previstos no PRGAS, atendam de maneira efetiva as salvaguardas ambientais e sociais do BID,
devendo ser desenvolvido e cumprir das seguintes funções:
• Detalhamento dos Programas Ambientais aprovados pelo órgão ambiental licenciador;
• Elaboração das diretrizes e procedimentos ambientais, visando a contratação das obras;
• Execução e acompanhamento dos programas ambientais, conforme critérios
previamente definidos
• Acompanhamento e gestão das licenças ambientais e urbanísticas, alvarás, autorizações
e demais documentos, verificando os prazos de validade, as etapas e os órgãos
demandantes.
• Acompanhamento das condicionantes ambientais e prazos estabelecidos no
licenciamento;
• Estabelecimento e cumprimento das normas de operação de canteiros;
• Estabelecimento e cumprimento de um código de conduta dos funcionários das frentes
de trabalho e apoio administrativo, em especial na convivência com as comunidades
locais;
• Implantação de uma sistemática de controle das informações ambientais;
• Emissão de relatórios de acompanhamento das ações.

Para execução do programa é necessária a estruturação de equipe que deverá ser


constituída por um inspetor ambiental com obrigações relacionadas ao acompanhamento
direto das frentes de obra, e por um inspetor social, com o objetivo de verificar e monitorar
as medidas mitigadoras para os impactos socioeconômicos, além de um coordenador geral
que será o responsável por compilar as informações advindas dos demais programas, além
de, realizar a interface entre a PCR, o órgão ambiental e as comunidades locais.
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13. PROGRAMA DE PROTEÇÃO À BIODIVERSIDADE
O Programa de Proteção à Biodiversidade para o projeto da USF está proposto para
mitigação do impacto ambiental identificado no estudo ambiental em relação a supressão de
vegetação e a fauna existente na área Diretamente Afetada e prevê ações específicas para a
mitigação e compensação do impacto na Supressão da vegetação, afugentamento da fauna
existente e Inserção de flora.

13.1. Objetivo
O Programa tem como objetivo a proteção e a conservação dos habitats e da
biodiversidade, além de aprofundar a avaliação da existência e o grau de risco de impacto
sobre a vegetação e fauna, e ainda orientar as medidas cautelares para a biodiversidade ou,
até mesmo, a exclusão de áreas previstas para localização de obras futuras que ainda não
possuem definição locacional.

13.2. Procedimentos e Diretrizes


As compensações serão consideradas apenas como um último recurso, depois de
terem sido aplicadas as medidas de prevenção, minimização e restauração viáveis do ponto
de vista técnico e financeiro e, ainda assim, permaneçam impactos adversos residuais.
Deve-se considerar em todos os estudos que resultarem em identificação de riscos e
impactos a adoção de uma hierarquia de mitigação, envolvendo soluções que considerem a
hierarquia na seguinte ordem de prioridade:
(i) medidas de prevenção;
(ii) medidas de minimização;
(iii) medidas de reabilitação; e
(iv) medidas de compensação.

Antes do início das intervenções no terreno, deve ser realizado o manejo da fauna com
equipe especializada (biólogo e/o e veterinário), com o objetivo de definir os métodos e
procedimentos a serem utilizados na execução do manejo e monitoramento da fauna durante
e imediatamente após a implantação da USF.
As ações devem ser executadas com o intuito de preservação dos organismos
presentes na ADA da USF e seu entorno, evitando o óbito dos mesmos durante as obras de
construção.
Os objetivos específicos do manejo da fauna são:
• Resgatar os indivíduos residentes na ADA da USF antes das atividades de construção;
• Utilizar equipamentos adequados para o correto manejo da fauna;
• Proporcionar atendimento especializado a animais feridos;
• Evitar a ocorrência de acidentes envolvendo a fauna local;
• Evitar o óbito de indivíduos/espécies da fauna local;
• Realizar a soltura dos animais resgatados;
• Realizar a correta destinação de espécies exóticas evitando a dispersão das mesmas;

13.3. Plano de ação e gestão da biodiversidade


A análise realizada no estudo ambiental resultou na identificação de afetação em áreas
de habitat modificado, situação comum quando se trata de intervenções em áreas

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urbanizadas, que são áreas que podem conter uma grande proporção de plantas e/ou
espécies animais de origem não nativa, e/ou onde a atividade humana tenha modificado
substancialmente as funções ecológicas primárias do território e a composição das espécies.
Desta forma, deverá seguir as seguintes medidas para mitigação e/ou compensação das
atividades relacionadas ao projeto que impactam tais habitats na fase que antecede a
implantação das obras:
a) realização de um estudo de avaliação de alternativas viáveis do ponto de vista técnico
e financeiro do desenho do projeto nas áreas de afetação que propicie redução da
supressão vegetal, incluindo a preservação das espécies endêmicas ou de valor
simbólico ou cultural;
b) elaboração de um inventário florístico e estudo faunístico;
c) verificação e análise da presença de sítios prioritários à conservação, segundo
organismos internacionais (KBA, AZE, IBA, IPA, Ramsar, Word Heritage sites, Reserva
da Biosfera);
d) avaliação de conectividade entre habitats e corredores ecológicos;
e) verificação da presença de espécies ameaçadas de extinção e na lista vermelha da
União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN);
f) implementação de medidas adequadas de mitigação e compensação, baseado em um
Plano de Gestão da Compensação da Biodiversidade.

13.4. Medidas de prevenção a espécies exóticas e invasoras


A introdução intencional ou acidental de espécies exóticas, ou não nativas, da flora e
da fauna em áreas onde elas não são normalmente encontradas pode trazer uma ameaça
significativa à biodiversidade, uma vez que algumas espécies exóticas podem se tornar
invasoras, espalhando rapidamente e destruindo ou competindo negativamente com as
espécies nativas.
Não será permitida a introdução intencionalmente de novas espécies exóticas (não
estabelecidas atualmente no país ou na região do projeto), exceto se feito em conformidade
com o quadro regulatório existente para tal introdução. Não obstante o descrito acima, não
se deve introduzir deliberadamente espécies exóticas que apresentem um alto risco de serem
invasoras, independentemente de tais introduções serem permitidas de acordo com o quadro
regulatório. Todo o tipo de introdução de espécies exóticas será objeto de uma avaliação de
riscos (parte da Avaliação Ambiental e Social) para determinar o potencial invasivo.
Deverão ser implementadas medidas para evitar possíveis introduções acidentais ou
não intencionais, incluindo o transporte de substratos e vetores (como solo, lastro e materiais
vegetais) que possam abrigar espécies exóticas.

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14. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SANITÁRIA - PEAS
O Programa de Educação Ambiental e Sanitária (PEAS) em questão é um conjunto
integrado de proposições, ações e metodologias para uma educação ambiental local. Estará
voltado para a população diretamente afetada e público geral, com atenção especial para a
comunidade mais vulnerável e mulheres chefes de família, tendo como objetivo maior
transformar a preocupação ambiental em prática, baseada nas questões experimentadas
pela população local no seu cotidiano.
A ausência de conhecimentos básicos de Educação Ambiental e Sanitária encontra-se
frequentemente na origem de sérios problemas de contaminação dos recursos hídricos, de
saúde pública, bem como de pressões desnecessárias sobre os ecossistemas. O programa se
justifica pela orientação a ser dada à comunidade diretamente afetada e beneficiada a
respeito de medidas e posturas mais corretas a serem adotadas considerando-se a prevenção
de acidentes, a preservação da saúde pública, bem como para a manutenção de um meio
ambiente saudável e esteticamente agradável.
Vale ressaltar, ainda, que um dos efeitos positivos do Programa é a perspectiva de
uma considerável melhoria nas condições de vida da população a ser beneficiada com a
implantação dos projetos.

14.1. Objetivo
Possibilitar o conhecimento pela população da importância das ações do Projeto em
questão, envolvendo e conscientizando a comunidade através de ações socioambientais que
contribuam com a sustentabilidade do empreendimento, tornando a comunidade parceira
no uso consciente da infraestrutura de saneamento e as melhores práticas adotadas, através
do envolvimento da comunidade nas ações.
O PEAS deverá conter ações específicas de sensibilização e conscientização ambiental
das populações. Um amplo programa de educação ambiental que proporcione novos
padrões de comportamento, a partir das intervenções propostas, torna-se um imperativo
para que se atinja um dos objetivos do Programa, que é a melhoria da qualidade de vida da
população.
O PEAS deverá atuar de forma transversal, absorvendo, em alguns casos, as medidas
sugeridas, como as do meio biótico, relativas à prevenção e combate à caça, fuga de animais,
acidentes com animais peçonhentos, etc. Também deverão ser inseridas a questão do
esgotamento sanitário e do lixo e a importância de sua destinação adequada.

14.2. Público-Alvo
O público a ser atingido pelo PEAS envolve a população diretamente afetada pelo
projeto, com atenção especial a população vulnerável e mulheres chefes de família. O PEAS
também poderá atuar junto aos trabalhadores locais, em consonância com as questões
ambientais e sanitárias já previstas no controle ambiental de obras.

14.3. Procedimentos e Diretrizes


Deverão ser privilegiados os conteúdos voltados para:
i. Qualidade da água, Saneamento e Resíduos Sólidos domésticos;
ii. Cuidados com a Flora e a Fauna;
iii. Cuidados com o solo;

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iv. Risco de doenças transmissíveis por veiculação hídrica e vetores;
v. Prevenção de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e doenças sexualmente
transmissíveis;
vi. Áreas de Preservação Permanente – APP; respeito às calhas dos rios de forma que
estes não sejam aterrados ou estrangulados.

Propõe-se a aplicação da educação ambiental e da educomunicação como


investimento e como ferramentas estratégicas para promover processos formativos voltados
à compreensão da realidade e da problemática socioambiental local e para disseminar
informações e sensibilizar a população sobre as problemáticas abordadas pelo projeto. Deve
ser utilizada como ferramenta para a formação participativa e democrática, prevendo um
diálogo constante nas comunidades envolvidas.
Especificamente os projetos de sensibilização ambiental visam desenvolver a
capacitação de moradores como agentes comunitários ambientais e a promoção de ações
contínuas de sensibilização ambiental no território (oficinas e articulações de parceria entre
ONGs, escolas e comunidade em geral, plantios, mutirões de manutenção de espaços
públicos etc.), considerando a estreita ligação entre a questão ambiental, as transformações
decorrentes dos programas de recuperação urbana e os desafios quanto à gestão coletiva-
colaborativa do território.
A promoção de ações socioambientais junto à comunidade também deve fazer parte
do PGA. Projetos voltados às pessoas mais vulneráveis e chefes de família que contribuam
para a sustentabilidade do empreendimento, tornando a comunidade parceira no uso
consciente da infraestrutura de saneamento e as melhores práticas adotadas.
Recomenda-se que a UGP promova ações de educação ambiental em parceria com a
Prefeitura Municipal para evitar a sobreposição de atividades, otimização dos investimentos
na educação ambiental para a sustentabilidade e ampliação dos seus resultados.
Ademais, a comunicação para educação ambiental deve seguir como critério as
abordagens que levam em consideração uma linguagem adequada a cada público
considerando a diversidade cultural; a padronização que, ao mesmo tempo, alguns conceitos
devem ser comuns ao conjunto de perfis; a coerência nos textos e publicações desenvolvidos,
buscando sempre se orientar pelas melhores práticas da comunicação; a preservação da
democracia e liberdade de expressão, para que a pluralidade de interpretações e
posicionamentos sejam garantidas, combatendo, inclusive, situações de represália
institucional ou comunitária, garantindo, também o direito ao anonimato.

14.4. Escopo das Atividades


Realizar ações vinculadas a aspectos de educação sanitária e ambiental relacionadas
ao objeto das obras, visando incorporar novos hábitos relativos à conservação dos sistemas
de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto. Podem ser incluídos temas
relacionados com a disposição de resíduos, conservação das áreas protegidas, e a integração
da área na paisagem da cidade.

14.4.1. Atividades
• Elaborar material, em conjunto com a equipe de comunicação social, que demonstre a
importância da implantação da USF para a qualidade de vida da população, apontando

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os benefícios do serviço que será disponibilizado para a população e os eventuais
impactos negativos.
• Elaborar calendário de eventos e suas respectivas pautas para a população específica
nos bairros, trabalhando temáticas relativas a questões ambientais.
• Desenvolver ações e práticas que promovam a manutenção e conservação da
infraestrutura implantada;
• Considerando a natureza das atividades, pretende-se desenvolver ações em
convergência com aquelas previstas e planejadas no âmbito da Secretaria de Saúde de
Recife, de modo a robustecer a cobertura e o atendimento integral da população do
projeto.
Nesse sentido, a equipe técnica social do Gabinete de Projetos Especiais, vem
desenvolvendo ações, principalmente voltadas a prevenção e controle das doenças de
veiculação hídrica, como dengue, Chikungunya, doenças de pele (dermatites, entre outras),
como também de controle e combate à COVID19.

Figura 39 - Ação da Equipe de Endemias na Comunidade do Bem

O PEAS da USF estará integrado as obras de urbanização que serão executadas na


comunidade.
Um outro tema abordado fortemente junto à população concentra-se na prática
cotidiana assertiva, atinente ao descarte do lixo doméstico, cumprindo a entrega aos agentes
de limpeza nos horários de coleta e eliminando os pontos de confinamento criados pela
comunidade nas vias ou vielas locais.

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Figura 40- Eliminação de ponto de depósito irregular de lixo

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15. PLANO DE CONSULTA E PARTICIPAÇÃO DE PARTES INTERESSADAS
No processo de elaboração de cada Projeto do Programa deverá ser realizada
previamente ao início das obras, as consultas públicas com as comunidades sobre o escopo
do Projeto, em conformidade com as recomendações do PDAS10 – Engajamento das Partes
Interessadas e Divulgação de Informações, parte do Marco de Políticas Ambientais e Sociais
do BID.
Importante destacar que os procedimentos apresentados a seguir, bem como todo o
processo de Engajamento de Partes Interessadas a ser realizado no âmbito do Programa,
deve seguir as orientações e recomendações contidas no item Consultas Significativas, do
PDAS10.
Para a mobilização e participação do público-alvo dos projetos e obras da
Comunidade do Bem, foi prevista a utilização da metodologia do Diagnóstico Urbano Rápido
Participativo – DRUP, como mecanismo de escuta e sistematização dos desejos e
necessidades apontadas pela população.

15.1. Público-alvo
Abrange todos os segmentos da população diretamente e indiretamente afetada, além
daqueles interessados nas intervenções previstas. Esse contingente deverá ser identificado
e detalhado antes do início das obras que deverão ser atualizadas no decorrer do processo
de implantação dos projetos. Associado a este parâmetro, será considerado outro de caráter
físico ou geográfico que também definirá a área de abrangência.

15.2. Princípios
O presente Plano de Consulta e Participação possui uma proposta inclusiva, ou seja, os
formatos e linguagem utilizados para a comunicação junto à população deverão se
apresentar adequados para transmitir a informação ao público.
A metodologia utilizada, versou sobre a utilização do DRUP – Diagnóstico Rápido Urbano
Participativo, ferramenta que proporciona uma comunicação adequada, preservando a
integridade da informação, ao mesmo tempo que se adequa ao público-alvo, neste sentido
os seguintes critérios devem ser adotados:
• A linguagem escrita deve ser simples e direta, evitando ao máximo termos técnicos e
explicando-os quanto forem indispensáveis.
• Deverão, sempre que possível, ser apresentados exemplos didáticos (desenhos, fotos,
animações) de forma a transmitir à população a realidade do que significam as obras
que compõem cada Projeto.
• Qualquer atendimento a solicitações/reclamações da população deverá ser feito com
paciência e a atenção para o devido entendimento da demanda. Atenção especial
deverá ser dada aos idosos e portadores de necessidades especiais.
• As informações transmitidas ao público, independente do meio, devem ser simples,
claras e transparentes.

15.3. Abrangência
Conforme apresentado na figura a seguir, as consultas abrangem as representações
das famílias residentes nas áreas atendidas pelos Projetos Urbanísticos e da USF da ZEIS
Aritana, CIS Irmã Dorothy, Aritana, Beira da Maré e Nova Esperança.

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15.4. Identificação das Questões Prioritárias
Para as consultas, deve-se abordar os impactos socioambientais benéficos e adversos
dos projetos, e que sejam relevantes na discussão com o público.
No geral, as seguintes questões são antecipadas:
• Descrição do Projeto, com detalhamento dos itens permanentes que causam maiores
preocupações (melhorias propostas, infraestrutura a ser disponibilizada);
• Dinâmica de trabalho das maiores interferências a serem realizadas na comunidade
durante a obra versus as ações de mitigação e controle adotadas (lama, poeira,
trânsito, abertura da vala, ruído, duração da obra);
• Riscos de deslizamento, alagamento ou acidentes;
• Canais de comunicação.
• Principais riscos e impactos ambientais e sociais identificados
• Principais medidas de mitigação para atendimento aos impactos identificados.

15.5. Identificação dos atores e partes interessadas


A equipe da Prefeitura Municipal do Recife possui uma matriz de representantes da
comunidade para o engajamento nas Consultas Públicas, o qual vem sofrendo atualização
constante, principalmente sobre o cadastramento das famílias diretamente afetadas pelo
Programa.
A matriz de partes interessadas e afetadas é um instrumento que consolida os atores
importantes de serem convidados a se envolverem nas discussões relacionadas aos projetos
do Programa.
No caso do Projeto de Reordenamento Urbano da “Comunidade do Bem” entende-se
o fundamental desígnio de divulgar as ações em desenvolvimento, esclarecendo a população
diretamente afetada sobre as intervenções, seus objetivos e resultados esperados,
fomentando a participação e o envolvimento comunitário. Além disso, registra-se que a
comunicação institucional também deve ser considerada, para tanto, a análise dos
stakeholders é fundamental.
Esta Matriz com a seleção de Partes Interessadas e Afetadas relacionadas aos projetos
do PROMORAR está disposta para a Comunidade do Bem da seguinte forma:
PRINCIPAIS STAKEHOLDERS IDENTIFICADOS

Nome / razão Representante Projeto Tipo de Subtipo do Forma


social do Stakeholder stakeholder preferencial
programa (institucional, de Convite
associado representante
comunitário,
morador da
área de
intervenção)
PREFEITURA CINTHIA PODER PÚBLICO
DO RECIFE / MELLO USF INSTITUCIONAL MUNICIPAL OFÍCIO
GABINETE DE
PROJETOS
ESPECIAIS
70
PREFEITURA JOÃO USF PODER PÚBLICO
DO RECIFE / CHARAMBA INSTITUCIONAL MUNICIPAL OFÍCIO
GABINETE DO
PROMORAR
PREFEITURA RAFAEL USF INSTITUCIONAL PODER PÚBLICO
DO RECIFE / MARRPQUIM MUNICIPAL OFÍCIO
GABINETE DE
COMUNICAÇÃO
PREFEITURA LUCIANA USF PODER PÚBLICO
DO RECIFE / ALBUQUERQUE INSTITUCIONAL MUNICIPAL OFÍCIO
SECRETARIA DE
SAÚDE
PREFEITURA ALDEMAR USF PODER PÚBLICO
DO RECIFE / SANTOS INSTITUCIONAL MUNICIPAL OFÍCIO
SECRETARIA DE
GOVERNO E
PARTICIPAÇÃO
PREFEITURA OSCAR USF PODER PÚBLICO
DO RECIFE / BARRETO INSTITUCIONAL MUNICIPAL OFÍCIO
SECRETARIA DE
MEIO
AMBIENTE
PREFEITURA TOMÉ FRANCA USF PODER PÚBLICO
DO RECIFE / INSTITUCIONAL MUNICIPAL OFÍCIO
SECRETARIA DE
SANEAMENTO
ASSOCIAÇÃO ANTÔNIA USF ASSOCIAÇÃO DE CONTATO
DE MARIA COMUNITÁRIO MORADORES DE TELEFÔNICO
MORADORES MENDONÇA IRMÃ DOROTHY (81) 9.8897-
DE IRMÃ DA SILVA 6575
DOROTHY
ASSOCIAÇÃO ANTÔNIO USF COMUNITÁRIO ASSOCIAÇÃO DE CONTATO
DE HENRIQUE MORADORES DE TELEFÔNICO
MORADORES IRMÃ DOROTHY (81) 9.8888-
DE IRMÃ 7516
DOROTHY
ASSOCIAÇÃO LUIZ FELIPE USF COMUNITÁRIO ASSOCIAÇÃO DE CONTATO
DE ANDRADE MORADORES DE TELEFÔNICO
MORADORES MENDONÇA IRMÃ DOROTHY (81) 9.9671-
DE IRMÃ 8333
DOROTHY
ASSOCIAÇÃO JENIFER LÍVIA USF COMUNITÁRIO ASSOCIAÇÃO DE CONTATO
DE DENISE DA MORADORES DE TELEFÔNICO
MORADORES SILVA IRMÃ DOROTHY (81) 9.9627-
DE IRMÃ 0283
71
DOROTHY
ASSOCIAÇÃO ISMAEL BENTO USF COMUNITÁRIO ASSOCIAÇÃO DE CONTATO
DE DO MORADORES DE TELEFÔNICO
MORADORES NASCIMENTO ARITANA (81) 9.8581-
DE ARITANA 2147

ASSOCIAÇÃO SEVERINA USF COMUNITÁRIO ASSOCIAÇÃO DE CONTATO


DE PAULINA MORADORES DE TELEFÔNICO
MORADORES ARITANA (81) 9.9873-
DE ARITANA 3148

LIDERANÇA IZABEL USF COMUNITÁRIO LIDERANÇA CONTATO


COMUNITÁRIA CRISTINA COMUNITÁRIA DE TELEFÔNICO
DE BEIRA DA DANTAS BEIRA DA MARÉ (81) 9.9894-
MARÉ 1987

LIDERANÇA ÍTALO SABINO USF COMUNITÁRIO LIDERANÇA CONTATO


COMUNITÁRIA COMUNITÁRIA DE TELEFÔNICO
DE BEIRA DA BEIRA DA MARÉ (81) 9.9798-
MARÉ 1163
LIDERANÇA JULIA ROBERTA USF COMUNITÁRIO LIDERANÇA CONTATO
COMUNITÁRIA LOPES DA COMUNITÁRIA DE TELEFÔNICO
DE NOVA SILVA NOVA ESPERANÇA (81) 9.8128-
ESPERANÇA 3164

FÓRUM DEJENILDO USF INSTITUCIONAL INSTITUIÇÃO OFÍCIO


PREZEIS TRAJANO PÚBLICA
IGREJA AILTON JOSÉ USF INSTITUCIONAL INSTITUIÇÃO CONVITE
ASSEMBLÉIA DE ALVES RELIGIOSA PRESENCIAL:
DEUS ESTRADA
VELHA DO
FRIGORÍFICO,
40 (SELO 69)
IGREJA BATISTA ALDÉRIO USF INSTITUCIONAL INSTITUIÇÃO CONVITE
ALBUQUERQUE RELIGIOSA PRESENCIAL:
AGUIAR ESTRADA
VELHA DO
FRIGORÍFICO,
248
(SELO 191)
IGREJA LUZINETE DA USF INSTITUCIONAL INSTITUIÇÃO CONVITE
PENTECOSTAL SILVA DE RELIGIOSA PRESENCIAL:
OLIVEIRA RUA B, S/N,
IRMÃ
DOROTHY

72
IGREJA REBECA DA USF INSTITUCIONAL INSTITUIÇÃO CONVITE
EVANGÉLICA SILVA PAZ RELIGIOSA PRESENCIAL:
ESTRADA
VELHA DO
FRIGORÍFICO,
IRMÃ
DOROTHY
S/N
(SELO 510)
IGREJA CARLOS USF INSTITUCIONAL INSTITUIÇÃO CONVITE
EVANGÉLICA CARVALHO RELIGIOSA PRESENCIAL:
RUA JOÃO
MURILO DE
OLIVEIRA,
S/N, IRMÃ
DOROTHY
SOS ANJOS MARINEIDE USF INSTITUCIONAL ONG CONVITE
MARIA DA PRESENCIAL:
SILVA RUA B, S/N
(SELO 446)
PROJETO KAREN E USF INSTITUCIONAL ONG CONVITE
EMANOEL CLEBERSON PRESENCIAL:
RUA JORGE
DE LIMA,
S/N,
ARITANA

15.6. Organização das Consultas públicas


O Programa será difundido através de diversas formas de comunicação que envolvem
desde o corpo a corpo, através da realização de articulações diretamente com a comunidade
e seus representantes, mídias de massa e mídias digitais, além de 02 Consultas Públicas a
serem realizadas para os projetos desenvolvidos, sendo elas: (1) voltada ao Projeto da USF e
do Reordenamento Urbano como um todo; (2) voltada a apresentação do Projeto da USF e
Urbanístico, com respectiva AIA, MGAS e PGAS. Também contará com veiculação de
materiais informativos, como releases a serem encaminhados à imprensa e mídias sociais da
Prefeitura Municipal.
Para a Consulta Pública, a estratégia de comunicação é sensibilizar a população e as
lideranças da área sobre “o que são as consultas públicas” e “qual o papel da comunidade
nessa fase de preparação do Programa” através de articulações específicas com os líderes
comunitários listados na matriz de partes interessadas, além da veiculação de materiais
informativos enviados à imprensa e divulgados nas mídias sociais.
O local para realização da Consulta presencial deve ser amplo, coberto, possuir
recursos para que a comunidade possa acompanhar a apresentação de forma confortável e
ter acessibilidade.

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Para conduzir a Consulta Pública é interessante a presença do responsável pelas
articulações, pelas ações socioambientais, pela comunicação e pelo Projeto.
Produzido o material informativo, inicia-se o chamamento e a mobilização de como,
quando e onde serão realizadas as consultas públicas, através de articulações com
Secretarias do Estado e da Prefeitura Municipal, as lideranças e organizações presentes na
matriz de partes interessadas do processo, impressão e fixação de cartazes nos comércios da
área do Projeto, convites entregue às famílias residentes, bem como informes por meio de
mecanismos de grande circulação, como carros de som, grupos via WhatsApp e a veiculação
de materiais informativos através de releases enviados à imprensa e nas mídias sociais. A
divulgação será iniciada 21 dias antes da realização da Consulta, mas, as ações de
comunicação serão implantadas de forma paulatina. O chamamento para a consulta
presencial será feito durante os 07 dias que antecederam a realização da consulta.
O chamamento das partes diretamente afetadas pelas obras será feito através de
diversas formas de abordagem, como:
• Contato Ativo (via telefone/WhatsApp);
• Abordagem presencial “porta a porta”, com distribuição de folder informativo para
partes críticas (vulneráveis, receptores sensíveis como escolas, hospitais);
• Redes Sociais (Instagram, Facebook, Youtube);
• E-mail / WhatsApp
Estes instrumentos deverão abordar brevemente:
(i) o escopo do projeto;
(ii) os impactos previstos nas fases do projeto; e,
(iii) data e informação do evento de consulta pública.

74
16. MITIGAÇÃO DE IMPACTOS SOCIAIS E ECONÔMICOS TEMPORÁRIOS

Este programa incorpora diretrizes para a mitigação de eventuais impactos sociais e


econômicos temporários que venham a ocorrer na área de influência do empreendimento e
que possam trazer algum tipo de impacto monetário às famílias e trabalhadores, não
relacionados com deslocamento, desapropriação ou reassentamento, que são tratadas em
documentos específicos.
Este Programa de Controle e Mitigação será acionado apenas na ocorrência do
impacto, incluindo situações que são provenientes de efeitos adversos cumulativamente ou
remanescentes de atividades encerradas do projeto.
De acordo com o padrão de obras e os diagnósticos elaborados, não se prevê
impactos econômicos significativos no entorno das áreas do Programa e, caso ocorram,
tendem a ser temporários e bastante localizados, apenas enquanto ocorrerem as atividades
de recuperação funcional do trecho da obra no local em questão.
De qualquer forma, é necessário prever ações de controle desses impactos.
Previamente, deve-se analisar os locais por onde serão realizadas as melhorias, verificando-
se as atividades comerciais e de serviços, principalmente serviços públicos essenciais, e os
dias/horários mais adequados para a realização das obras.
Dito isso, cabe destacar que a construção da Unidade de Saúde da Família – USF da
Comunidade do Bem, será realizada em terreno desapropriado pelo município, onde antes
funcionava o Frigorífico do Nordeste, empresa que deu nome à via local do entorno, “Estrada
Velha do Frigorífico”. A empresa foi desativada e o terreno sem uso foi ocupado por 02
catadores de materiais recicláveis utilizando o espaço como depósito.
Vale ressaltar que trata-se de 02 pessoas do sexo masculino, na faixa etária adulta,
sendo um deles morador da Comunidade de Irmã Dorothy e o outro de comunidade fora do
perímetro de intervenção do programa. Ambos estão sendo envolvidos paulatinamente
desde outubro de 2022 em atividades de formação com a perspectiva de fomento à
atividades econômicas, a exemplo da Capacitação para a Formação de Associações de Base
Comunitária realizada entre os dias 27 de setembro e 04 de outubro de 2023.
Ademais, destacamos ainda que foi realizado nos dias 08, 09 e 10 de novembro de
2022 uma ação de cadastro no CadÚnico da Comunidade do Bem, incluindo os supracitados
catadores, pelo que a Secretaria de Desenvolvimento Social, Política sobre Drogas e Direitos
Humanos do município, vem adotando as medidas necessárias a inclusão desses indivíduos
nos benefícios sociais, nas políticas públicas pertinentes, assim como na articulação para o
atendimento integral desse público nas demais políticas de atenção básica e
complementares.
Os 02 catadores que utilizam uma parte mínima do terreno adjacente à USF, estão
em processo de escuta e negociação pela equipe social, para voltarem a coletar o material e
vendê-lo diariamente ao único deposeiro local, de modo a não acumularem tal material no
terreno. Dessa forma os indivíduos passarão a se comportar como os demais catadores, que
diariamente armazenam o material coletado em sacos de ráfia e os vendem ao fim do dia.
Assim, as iniciativas pactuadas junto aos 02 catadores viabilizam a desocupação da área
destinada à construção da USF, sem que haja prejuízo econômico das partes em nenhuma
fase da intervenção. Esclarece-se que a retirada e destinação dos materiais por parte dos

75
catadores, devam ser concluídas antes do início das obras, até a segunda quinzena do mês
de janeiro de 2024.
Ainda como estratégia de mitigação dos impactos do deslocamento econômico dos
catadores, o Gabinete de Projetos Especiais vem desenvolvendo em parceria com a
Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMAS, a implementação de um núcleo
de ativação social voltado ao recebimento e beneficiamento de materiais recicláveis, cujo
equipamento terá o escopo de recursos do próprio município. A expectativa, é que o Eco
Núcleo seja implementado a médio prazo, no tempo aproximado de 01 ano, quando não
apenas esses 02 catadores, mas os outros 20 identificados nas comunidades, sejam
absolvidos em atividades de orientação, formação e manejo sustentável dos materiais.
Outro fator premente a ser considerado, diz respeito as moradias localizadas nas
proximidades da futura USF (limite do terreno da USF com a Estrada Velha do Frigorífico).
Para esses imóveis, serão agendadas visitas cautelares, a fim de identificar possíveis impactos
atinentes aos serviços de construção do equipamento. Tais visitas descriminam em
formulário específico que inclui registros fotográficos, patologias construtivas, existentes ou
não, que resguardam os entes envolvidos na etapa de obra, tanto o morador, quanto a
construtora e agentes públicos responsáveis pela execução.
Havendo necessidade de manejo de redes de serviços públicos, tais como água,
energia, gás, telefone e internet, que, inevitavelmente, resultam em interrupções no
fornecimento desses serviços, tal fato deve ser comunicado à comunidade, com a devida
antecedência, sendo que qualquer manejo só será efetuado na presença de equipes das
concessionárias, ou com a devida autorização.
Interrupções com curto espaço de tempo que forem menores do que 24 horas não
devem causar um impacto significativo nas economias locais. Porém, a falta de acesso e
fornecimento dos serviços essenciais acima deste tempo influenciam nas condições de renda
da comunidade, produção e venda de produtos e serviços9.
As obras a serem realizadas também podem causar, em situações específicas, alguma
dificuldade no acesso aos consumidores em estabelecimentos comerciais e de serviços pela
interrupção da passagem.
Salienta-se a existência do Plantão Social como mecanismo de atendimento e registro
de queixas e reclamações contínuo, com funcionamento no Escritório Social local, localizado
na Rua B, 330, Irmã Dorothy, como também atendimentos itinerantes quando os moradores
abordam a equipe durante as atividades de campo. Além disso, a equipe social realiza
atendimentos remotos por meio de ligações telefônicas e mensagens de WhatsApp no
número (81) 9.9212-2481, e ainda através do site do ProMorar:
www.promorar.recife.pe.gov.br.

16.1. Objetivos
O objetivo principal deste Programa de Controle envolve, primeiramente, o controle
de impactos que venham a comprometer o funcionamento, mesmo que temporário, das
atividades econômicas e serviços por ações advindas da implantação das obras do Programa.
Objetiva também a mitigação para o caso de haver interrupções que resultem efetivamente
na perda de rendimentos, comprometendo o resultado financeiro dos comércios e,
consecutivamente, o orçamento das famílias que dependem do modo de geração de renda

76
afetado. Também pode afetar o acesso a instituições e estabelecimentos de serviços
essenciais como saúde e educação.
Este programa visa reduzir ao máximo a possibilidade de afetações negativas que
possam impactar comércios e serviços eventualmente locados muito próximos à área de
obras. Assim são propostas soluções simples que visam possibilitar a redução ou mitigação
da afetação, evitando passivos sociais e econômicos por conta das obras.
A implantação desse Programa objetiva ainda garantir:
• Que se evite a criação de passivo social: o Manifesto na perda de fontes de
sobrevivência e desaparecimento de postos de trabalho vinculados aos
estabelecimentos comerciais, mesmo que temporário, e às atividades econômicas
desenvolvidas na própria moradia;
• Que se evite o empobrecimento patrimonial: Manifesto em perdas patrimoniais,
inclusive de donos/proprietários não residentes, asseverando indenizações
também para os casos dos proprietários/donos que alugam seus imóveis, quando
for o caso;
• Que se evite a dificuldade no acesso aos serviços públicos essenciais: Manifesto
em obstrução do acesso a escolas e hospitais.

16.2. Procedimentos e Diretrizes


Previamente ao início das obras, e durante a sua execução, será necessário
estabelecer procedimentos de análise e mitigação de possíveis impactos à comunidade e
estabelecimentos na área de influência do projeto. Uma análise dos impactos em detrimento
da vulnerabilidade das áreas de implantação deverá ser realizada, levando- se em conta cada
tipologia de obra e os métodos e alternativas para a construção. Tal avaliação deverá ser
consolidada em documento contendo minimamente:
• A tipologia de cada obra e a associação dos impactos econômicos temporários e de
serviços;
• A caracterização de uso da área classificando cada lote ou edificação, sua função e
tipo de atividade realizada no local;
• A identificação daquelas propriedades que poderão estar sujeitas ao lucro cessante
ou perdas emergentes pelas intervenções previstas na obra;
• Pesquisa socioeconômica aos afetados, sobre a origem da renda, bem como
informações sociológicas e da infraestrutura das atividades (em convergência com
a Linha de Base Socioeconômica). Deverá ser adotada como procedimento para o
controle dos impactos econômicos temporários e serviços sempre que necessário:
• Durante a elaboração dos projetos, a solução desenvolvida buscará evitar impactos
aos moradores, comerciantes e outros residentes com atividades econômicas, ao
longo do traçado ou local proposto para execução das obras, com a escolha de
encaminhamento adequado, a utilização de método menos invasivo e da ocupação
temporária do espaço;
• A locação da obra será feita de forma a evitar ou mitigar os impactos sobre os
moradores, comerciantes e outros residentes com atividades econômicas na
situação atual, para que não ocorram impactos econômicos ou restrição à utilização
das moradias, do comércio ou serviços/atividades econômicas (p. ex. chapeamento
das valas para permitir acesso, restrição no horário de execução das obras). A

77
escolha dos locais deve considerar a menor afetação a comércios e residências,
sempre que o impacto for inevitável, de forma a não inviabilizar o acesso da
população, carros e fluxo de pedestres;
• Caso seja inevitável o impacto, o assunto deve ser abordado previamente junto ao
impactado e ações de comunicação social devem ser acionadas antes do início das
obras, principalmente por meio de consultas públicas específicas a cada
equipamento condizente a etapa de obra. Além disso, medidas específicas devem
ser consideradas:
• Disponibilizar infraestrutura equivalente em local próximo (máximo 100 metros) do
local afetado (garagem, por exemplo) e devidamente sinalizado; ou
• Tornar possível a transposição do local impactado (por exemplo, com utilização de
chapas de aço provisórias sobre as valas para garantir o acesso) diariamente ou em
horários de maior circulação de forma a não gerar impactos significativos;
• Fornecer medidas paliativas aos serviços essenciais (fornecimento de água, energia,
coleta de resíduos, comunicação etc.);
• Interrupção no abastecimento não pode ser superior à 24h (tempo máximo em
função da lei municipal da obrigação de preservação);
• Interrupção total de trânsito de veículos e de pedestres não pode ser superior à 12hs
(tendo em vista que sempre que for necessário passar deste prazo, pelo menos meia
pista deve ser liberada, devendo sempre ser dada opção de pedestres,
independente de comércio ou residência e que a vala deve ser recomposta ao final
do dia e liberado trânsito)
Deve-se seguir as seguintes ações alternativas:
• Pesquisar alternativas de local da implantação para evitar ou minimizar o impacto.
Em destaque aos 02 catadores de materiais recicláveis localizados no terreno
adjacente à USF, viabilizar a retirada dos materiais, conforme descrição anterior,
respeitando o prazo estabelecido e impedindo a interrupção dos ganhos
econômicos dos mesmos;
• Se ainda assim, não houver alternativa e o comércio impactado sofrer perda
econômica, este deverá receber indenização equivalente, assegurado pelo PDAS 5
e de acordo com o Programa de Aquisição de Terras, Indenização e Relocação de
Benfeitorias.

Cabe ressaltar a realização do cadastro socioeconômico realizado na Comunidade do


Bem entre os meses de agosto e outubro de 2022, quando foram identificadas os comércios
e serviços locais além de todos os imóveis localizados na área de intervenção do projeto. As
informações coletadas permitiram traçar o perfil socioeconômico local, e identificou também
as expectativas dos residentes em relação ao projeto, sendo apresentadas em Reunião
Pública realizada na Associação de Moradores de Irmã Dorothy em 21 de novembro de 2022.

Na compreensão de desenvolver ações que ampliem o potencial produtivo local e


com isso a geração de renda e de oportunidades de trabalho, a equipe técnica social do
GABPE prevê atividades integradas com a Secretaria de Trabalho e Qualificação Profissional
do Recife, como também com outras entidades e ONGs pertinentes. Assim foram iniciados
cursos de qualificação e formação profissional e outros estão em desenvolvimento.

78
Figura 21 - Curso de Operador de Empilhadeira

Figura 22- Curso de Operador de Empilhadeira

79
80
17. PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL
Este programa incorpora diretrizes para a preservação do patrimônio cultural local e
o resgate de eventuais patrimônios encontrados nos locais das obras.
Durante as obras, áreas com potencial arqueológico poderão sofrer impactos, dessa
forma, é importante submeter previamente à análise do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional - IPHAN, que é o órgão com atribuições legais para definição da necessidade ou não
de estudo prévio visando o tratamento adequado e a proteção de bens arqueológicos e dos
sítios culturais críticos.

17.1. Objetivos
Observar os procedimentos estabelecidos pelo IPHAN, a fim de identificar possível
interferência do empreendimento em bens culturais acautelados em âmbito federal; e caso
a área se enquadre como sítio arqueológico, implantar as ações necessárias para proteção
ou resgates dos bens arqueológicos, mitigação ou compensação dos impactos aos referidos
bens quando da execução das obras e demais ações a serem estabelecidas pelo IPHAN após
análise da Ficha de Caracterização da Atividade (FCA).

17.2. Procedimentos e Diretrizes


Para situações em que sejam identificados riscos de impactos sobre sítios culturais na
área do projeto, a UGP deve adotar as diretrizes previstas no PDAS8. Assim, procedimentos
de descoberta casual de sítios culturais devem ser definidos.
Também é recomendável que consultas às partes interessadas sejam adotadas na
fase de pesquisa e avaliação de impactos sobre o patrimônio cultural.
Também devem sempre ser consultados os órgãos de proteção do patrimônio
cultural das instâncias estadual e municipal, e todo espectro das tipologias de patrimônio
(material, imaterial, cultural, paisagístico, arquitetônico etc.) também deve ser sempre
abarcado nas avaliações, como é exigido no PDAS8 e na IN 001/2015 do IPHAN
O IPHAN classifica o empreendimento em função de sua tipologia (anexo II da IN
IPHAN n°01/2015) e caracterização (anexo I da IN IPHAN n°01/2015). Assim, a abertura de
processo conforme a tipologia e exigência dada pela normativa pode resultar na necessidade
de apresentação de Relatório de Avaliação do Impacto ao Patrimônio Arqueológico (RAIPA)
que, por sua vez, será precedido por um Projeto de Avalição do Impacto ao Patrimônio
Arqueológico (PAIPA), ou ainda, em substituição a esses, pode ser exigido o
Acompanhamento Arqueológico da Obra ou do Trecho de Obra. Pode também exigir
processos mais simples como um Termo de Compromisso firmado para áreas e obras de
menor potencial ao risco de impactos ao patrimônio.
Independente da tipologia de obra, caso o projeto esteja em área de influência de
sítio arqueológico cadastrado no IPHAN, a UGP prosseguirá com a protocolização da Ficha de
Caracterização da Atividade (FCA) para avaliação da classificação do projeto pelo IPHAN.
Conforme previsto na Instrução Normativa n° 0001 de 25 de março de 2015, quando
instado a se manifestar nos processos de licenciamento ambiental, a partir da solicitação
formal do órgão ambiental licenciador, deverá ser apresentado ao IPHAN, a Ficha de
Caracterização da Atividade (FCA), através da qual a área será devidamente caracterizada e
enquadrada quanto ao componente arqueológico. Para ser avaliada a FCA deverá conter as
seguintes informações:

81
• área do projeto em formato shapefile;
• existência de bens culturais acautelados na área de influência direta do
empreendimento a partir da consulta ao sítio eletrônico do Iphan;
• existência de estudos anteriormente realizados aos bens culturais acautelados; e
• Anotação de Responsabilidade Técnica - ART ou documento equivalente, na forma da
legislação vigente.

Após a análise dos dados indicados na FCA, o IPHAN irá confirmar o enquadramento
através da emissão do Termo de Compromisso do Empreendedor, o qual caso necessário, irá
definir também os estudos arqueológicos a serem realizados na área.
Conforme previsto na instrução normativa supracitada, a depender do
enquadramento, o IPHAN, poderá solicitar: Acompanhamento arqueológico ou Elaboração
do Projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico, a ser previamente
autorizado pelo IPHAN.
Caso não seja exigível o estudo arqueológico ou acompanhamento arqueológico na
frente de obras, recomenda-se que sejam realizadas atividades para a identificação fortuita
de sítios culturais. Neste caso, deve ser incluída uma atividade de treinamento da equipe de
frente de obras para identificação de áreas suspeitas de presença de sítios culturais a ser
realizado por profissional arqueólogo.
Caso forem encontradas evidências nas frentes de obra, deverão ser implementadas
as seguintes atividades:
• Paralisação das obras no local identificado;
• Registro e caracterização das evidências por um arqueólogo;
• Submissão das evidências ao IPHAN e solicitação de autorização para pesquisa,
delimitação do sítio e resgate.
Os sítios encontrados deverão ser delimitados e registrados junto ao Cadastro
Nacional de Sítios Arqueológicos do IPHAN, bem como deverá ser realizada a curadoria,
análise e depósito do material em museu autorizado.11
Os sítios arqueológicos eventualmente localizados deverão ser imediatamente
registrados no IPHAN e os serviços de resgate arqueológico deverão ser providenciados
imediatamente após a localização de um sítio arqueológico. A metodologia a ser utilizada
deverá ser apresentada ao IPHAN, bem como, apresentado ao BID.
Conforme previsto na Instrução Normativa supracitada, a depender do
enquadramento e da identificação de eventuais sítios culturais na área de implantação do
projeto, o IPHAN, poderá solicitar uma Avaliação de Impacto considerando:
• A caracterização do patrimônio histórico e artístico, material e imaterial;
• Consulta a população afetada que utilizam, ou tem utilizado preteritamente, o
patrimônio cultural identificado;
• Requisitos para acessibilidade da comunidade ao patrimônio cultural identificado
(normalmente protegido e com acesso disponível nos museus habilitados pelo
IPHAN para recebimento e guarda de materiais identificados e resgatados);
• Identificação da replicabilidade ou não do patrimônio cultural identificado,
definindo- se dispositivos para gestão de riscos e impactos sobre o patrimônio
cultural não replicável.

82
17.3. Workshop / Treinamento
Os trabalhadores alocados na frente de obras e atividades de escavação, bem como
os responsáveis por essas atividades e a equipe da Supervisora, deverão passar por
treinamento para reconhecimento de vestígios arqueológicos em frentes de obra. Este
treinamento deverá ser dado por arqueólogo habilitado e com conhecimento para a
transferência do conhecimento.

17.4. Reconhecimento de Vestígios Arqueológicos


Durante as atividades de escavação podem surgir materiais de interesse
arqueológico, como por exemplo, peças e pedaços de cerâmica, utensílios de pedra, camadas
de solo preto e outros a serem mais bem especificados durante a prospecção arqueológica.
Tal identificação poderá ser feita através de observação feita pelos trabalhadores ou
responsáveis pela frente de obra que estiverem treinados para a identificação.
Nestas situações deve-se interromper qualquer tipo de atividade, especialmente de
movimentação de terra e deslocamento de veículos, quando da ocorrência de vestígios
arqueológicos e a área de ocorrência deve ser demarcada e os trabalhadores devem ser
informados da paralisação do trecho.
A supervisão/fiscalização da obra deverá ser informada imediatamente sobre esse
tipo de ocorrência na obra, para fazer a avaliação do local com um arqueólogo.

17.5. Acesso aos benefícios derivados ao uso do patrimônio cultural


Deverá ser dado acesso aos benefícios derivados ao uso do patrimônio cultural.
Assim, é recomendado, assim como previsto na IN 001/2015, que todo material
arqueológico, bem como os resultados de pesquisas e resgates arqueológicos, devem ser
salvaguardados em instituição museológica que possa fazer a gestão do material e garantir
acesso e integridade dos materiais à comunidade.

83
18. PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL E SOCIAL DAS OBRAS
A implementação das obras que compõe o Programa envolve a adoção de uma série
de medidas de ordem técnica, visando assegurar o controle e a minimização dos impactos
ambientais diretos que ocorram no ambiente de inserção. Nesse sentido, este PCAO
apresenta a organização de uma série de ações vinculadas diretamente às obras, as quais
deverão ser implementadas pelas empresas construtoras que serão contratadas ao longo de
todo o período de implantação do Programa, com o apoio Supervisora.
O Programa de Controle Ambiental de Obras deve abranger todas as obras no âmbito
do Programa, envolvendo frentes de obras, controle no entorno das obras, canteiros, áreas
de armazenagem etc.
Sugere-se que o PCAO seja incluído no Edital de Obras, a fim de que as empresas
possam apresentar em suas propostas o atendimento e custos associados a todos os seus
requisitos.

18.1. Justificativa
Parcela significativa dos impactos ambientais decorrentes da implantação do
Programa está associada às fases de obras. Assim, é necessária a adoção de procedimentos
e medidas destinadas a evitar ou minimizar de forma efetiva a ocorrência dos impactos
decorrentes destas atividades.
Desde algum tempo que requisitos ambientais vêm sendo incorporados nas
especificações técnicas que orientam a execução de obras civis e nos documentos de licitação
de obra. A experiência acumulada em trabalhos de supervisão ambiental de obras de
infraestrutura demonstra que o conhecimento prévio das medidas preventivas ou
mitigadoras representa bons resultados na proteção ao meio ambiente.

18.2. Objetivo
O objetivo deste PCAO é permitir o correto gerenciamento ambiental das obras, de
maneira a:
• Controlar os impactos diretos associados à execução de obras;
• Cumprir as diretrizes do estudo de avaliação ambiental;
• Atender às determinações legais pertinentes às questões ambientais;
• Zelar para que as áreas de obras e de apoio sejam devidamente recuperadas, em
harmonia com seu entorno.
O Programa tem a finalidade de estabelecer diretrizes e procedimentos ambientais
para a execução dos serviços e atividades necessárias à implantação do Programa e
objetivando assegurar condições ambientais adequadas nas áreas a serem afetadas pelas
intervenções. Visa, também, trazer às empresas construtoras medidas, procedimentos e
cuidados que deverão ser observados durante a execução das obras; visa também trazer à
UGP e aos órgãos fiscalizadores, instrumentos para o acompanhamento e fiscalização do
cumprimento das medidas mitigadoras e dos cuidados necessários à efetiva prevenção e
controle dos potenciais impactos ambientais identificados.

18.3. Procedimentos e Diretrizes


Este Programa abrange atividades imediatamente antes e durante a fase de obras. O
seu desenvolvimento requer as seguintes ações principais:

84
• Análise detalhada por parte das empresas contratadas das intervenções, antes do início
das obras, para identificação e caracterização dos impactos potenciais, locais de
incidência e magnitude e a identificação de medidas de controle e normas aplicáveis
na execução dos serviços. Essas são informações que foram identificadas e
desenvolvidas na AIAS e neste PGAS;
• Estabelecimento de especificações ambientais para a etapa de implantação. Trata- se
de atividade a ser desenvolvida no detalhamento dos programas e consiste em
estabelecer um conjunto de diretrizes e especificações destinadas a orientações
diversas de atividades de operação seja dos canteiros e das frentes de obra, seja na
recuperação de áreas, ou nas medidas de segurança para os trabalhadores, moradores
e população lindeira às obras.
• Planejamento ambiental da construção, que consiste em adequar o plano de ataque
das obras proposto pela(s) construtora(s) contratada(s) de modo a considerar os
requisitos ambientais decorrentes do processo de licenciamento, localização do
canteiro e das instalações de apoio. Trata-se de atividade a ser desenvolvida pela(s)
construtora(s) e submetida(s) à aprovação da UGP, antes do início das obras.

18.4. Escopo/Atividades
A seguir são apresentadas as atividades a serem realizadas no âmbito do PCAO. As
atividades foram divididas em subprogramas visando melhor organização das ações.

18.5. Subprograma de Contratação de Mão de Obra

As obras do Programa irão proporcionar aquecimento temporário do mercado de


trabalho local, em consequência da demanda por mão de obra durante a etapa de
implantação dos projetos.
Deverá ser dada atenção à oferta de emprego nesta fase, priorizando, quando
possível, a contratação de população próxima aos empreendimentos ou munícipes.
Importante salientar o foco na equidade de gênero na contratação de funcionários,
estimulando assim acesso às mulheres ao mercado de trabalho.
Para se proceder a mobilização e desmobilização da mão de obra durante a
implantação são previstas as seguintes estratégias:
• Divulgação das oportunidades de treinamento e das vagas a serem oferecidas,
utilizando-se dos meios de comunicação de abrangência regional;
• Treinamento, visando propiciar uma capacitação com condições de imediata absorção
para a mão de obra selecionada e posterior facilitação de inserção dessa mão de obra
no mercado após as obras.
• Elaboração de instrumentos de proteção para trabalhadores em situações de
vulnerabilidade;

18.6. Subprograma de Treinamento e Conscientização Ambiental da Mão de Obra


Todos os trabalhadores envolvidos com a implantação das obras do Programa
deverão receber treinamento e conscientização ambiental e em educação sanitária, no que
se refere às medidas, aos cuidados e aos procedimentos de controle ambiental a serem

85
observados durante a execução das obras, bem como, sobre a sua conduta no
relacionamento com a comunidade do entorno, de modo a evitar eventuais conflitos.
O treinamento deverá fornecer, para todos os funcionários, informações úteis com
respeito aos seguintes assuntos:
• Noções sobre a legislação ambiental;
• Prevenção de incêndios;
• Procedimentos para emergências (acidentes, incêndio etc.);
• Cuidados com a vegetação e a fauna;
• Cuidados com o patrimônio histórico e arqueológico;
• Coleta, acondicionamento, armazenamento e destinação final de resíduos;
• Utilização de equipamentos de segurança;
• Prevenção e controle de erosão;
• Prevenção à poluição e contaminação dos recursos hídricos;
• Reconhecimento de animais peçonhentos e procedimentos no caso de acidentes;
• Respeito à comunidade, incluindo o enfrentamento à violência de gênero e assédio
sexual;
• Redução do risco de acidente e melhoria nas condições de saúde ocupacional e
individual com os trabalhadores das obras;
• Controle de doenças transmitidas por vetores (veiculação hídrica e sexualmente
transmissível etc.);
• Cuidados e atitudes necessárias para que no canteiro de obras, frentes de obras não
sejam desenvolvidas ações nocivas à qualidade da água, nem agressões à flora e à
fauna, bem como se mantenha uma relação de respeito com as comunidades locais.

18.6.1. Atividades
• Realização de cursos de capacitação em educação ambiental e sanitária, de forma
cíclica (pelo menos uma vez por ano);
• Realização de minicursos com os colaboradores para implantação de práticas
inovadoras no trato do ambiente;
• Elaboração de material educativo como cartazes, folhetos, cartilhas e outros, contendo
orientação para o uso adequado dos equipamentos e maquinários, boa relação com os
moradores locais e saúde e segurança;
• Realização de eventos em datas comemorativas (dia do meio ambiente, por exemplo);
• Realização do Diálogo Diário de Segurança do Trabalho – DDS;
• A UGP deverá fazer a avaliação e aprovação dos programas e materiais de treinamento
apresentados pela empreiteira de obra.
Além do curso de integração, aplicar treinamento envolvendo temas ambientais
e sociais, com reciclagem anual e que estejam diretamente relacionados com métricas
de acidentes e quase acidentes não apenas na UGP (operacional) mas também em
canteiros e frentes de obras (fase de obras). Incorporar temas como:
• respeito à comunidade incluindo gênero, diversidade, populações vulneráveis e
aspectos culturais;
• direitos e deveres trabalhistas;
• sistemas de gestão de manifestações das comunidades e dos trabalhadores.

86
Destaca-se a intenção do Gabinete de Projetos Especiais de estabelecer, junto à
empresas vencedoras das licitações das obras, um percentual pertinente de
aproveitamento da mão de obra local, como fomento a melhoria da empregabilidade local
e, direcionando, principalmente, àqueles moradores alunos dos cursos de qualificação
desenvolvidos no âmbito local.

18.7. Subprograma de Saúde e Segurança Ocupacional do Trabalhador


O objetivo deste Subprograma é a redução de riscos e a consequente redução das
condições de acidentes, bem como a garantia das condições de saúde ocupacional e
individual para todos os empregados durante a execução das obras. Neste sentido, deverão
ocorrer campanhas de sensibilização e esclarecimento aos trabalhadores, envolvendo temas
de saúde e segurança no trabalho.
A distribuição e orientação para o uso de Equipamentos de Proteção Individual e
Coletivos (EPIs e EPCs) é indispensável nesta ação. A entrega dos equipamentos de proteção
individual deverá ser devidamente documentada.
A(s) construtora(s) a ser(em) contratada(s) deverá(ão) atender a toda a legislação
relativa à Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional, de forma a manter a integridade física
dos trabalhadores, com reflexos positivos sobre a população residente ou usuária do entorno
das obras. Deve envolver os trabalhadores contratados diretamente pelo empreendedor,
construtor, bem como os demais subcontratados.
Deverá implantar, conforme exigência das normas trabalhistas brasileiras, e
dependendo do grau de risco da atividade e quantidade de colaboradores definido no CNAE,
o PGR12 (Programa de Gerenciamento de Riscos), o Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO), o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), o Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e constituir
a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). (De acordo com a documentação
exigida em lei)
Assim como toda documentação de base de segurança que deverá passar pela análise
do corpo técnico de Segurança do Trabalho da UGP para objeção ou não objeção do processo
analisado, deverá ser encaminhado via ofício o documento de Gestão de Segurança do
Trabalho para compor o planejamento inicial da obra.
Para a estruturação desses programas e demais providências devem ser obedecidas
as Normas Regulamentadoras (NR’s) do Ministério do Trabalho e Previdência, disponíveis no
site: Normas Regulamentadoras - NR — Português (Brasil) (www.gov.br).
Além de assegurar a legalidade das ações de Segurança do Trabalho e Saúde
Ocupacional, este subprograma visa o controle da qualidade dos ambientes de trabalho, sob
a ótica de higiene, saneamento e segurança de todos os funcionários, a prevenção de
doenças infectocontagiosas e o controle médico da saúde ocupacional.
O PGR deve seguir a NR-18; enquanto o PCMSO e o PGRO deverão ser elaborados de
acordo com as Normas Regulamentadoras NR-7 e NR-9, respectivamente.
O SESMT deverá ser organizado e mantido em funcionamento e em conformidade
com a Norma Regulamentadora NR-4 e terá a finalidade de promover a saúde e proteger a
integridade do trabalhador no local de trabalho. O SESMT deve ser composto de técnicos,
enfermeiras, engenheiros e médicos do trabalho, em número suficiente de acordo com o
grau de risco e quantidade de funcionários. Os quadros I e II desta NR apresentam,

87
respectivamente, a classificação do grau de risco de várias atividades econômicas e o
dimensionamento do SESMT.
A(s) construtora(s) a ser(em) contratada(s) deverá(ão) constituir a CIPA de acordo com a
NR-5, que terá como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho,
de modo a tornar compatível o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde
do trabalhador.
Este subprograma ainda estabelece o cumprimento dos seguintes requisitos:
• Atendimento de toda implementação baseada no PPRA, PCMSO, PGR, PAE e entre
outros programas de Segurança do Trabalho de controle e monitoramento de obra;
• Atuar fielmente às ações de boas práticas juntamente com as equipes da UGP,
aplicando ações de DDS com temas específicos com os colaboradores dos contratos e
equipes de segurança, tornando uma prática importante nas atividades de Saúde e
Segurança Ocupacional do Trabalhador;
• Ações constantes de controle e monitoramento de entrega de EPI. Todas as entregas
de EPI deverão ser registradas por Cautela de EPI dos colaboradores devidamente
preenchida e controlada pela construtora, gerenciadora e supervisora;
• Após a entrega dos EPI a empresa deverá realizar o treinamento para o uso adequado
dos equipamentos;
• Toda documentação de segurança deve passar pela análise do corpo técnico de
Segurança do Trabalho da UGP para a objeção ou não objeção do processo analisado.
• Por sua vez, os trabalhadores terão que cumprir as seguintes obrigações:
• Exercício das funções específicas derivadas do contrato de trabalho, em relação aos
riscos a ele associados, tanto na sua segurança e saúde pessoal quanto na dos seus
colegas de trabalho;
• Relato aos seus supervisores imediatos, direta e rapidamente, de qualquer condição
insegura que possa ameaçar sua integridade física ou sua própria saúde e a de outros
trabalhadores;
• Utilizar obrigatoriamente os equipamentos de proteção individual, prestando contas
imediatas da perda à pessoa responsável por seu fornecimento, deterioração ou
vencimento da validade. O empregador é responsável pelo controle de validade do CA;
• Informação ao seu superior, quando necessário, quando os requerimentos de
segurança não correspondem ao risco a ser coberto;
• Cumprimento imediato de todas os requisitos solicitados em benefício de sua
segurança e de outras pessoas;
• Cuidado e manutenção das instalações de saúde e segurança dispostos para o
desenvolvimento de suas atividades, trabalho etc.;
• Respeito aos cartazes e avisos afixados para informações e segurança; e
• Atendimento das recomendações dos órgãos competentes no campo da segurança
ocupacional para a prevenção, tratamento de reabilitação de doenças ocupacionais ou
não ocupacionais e acidentes de trabalho.

18.8. Subprograma de controle e fiscalização dos fornecedores da cadeia primária de


suprimentos
Deverão ser aplicados procedimentos para o controle e fiscalização dos fornecedores da
cadeia primária de suprimentos. Os procedimentos a serem aplicados envolvem:

88
• Divulgação e conscientização dos fornecedores sobre as instruções de “Controle
Ambiental e Social das Obras” e a importância de seguir suas diretrizes;
• Verificar toda a documentação do fornecedor, englobando licenças, autorizações e
documentação de SSO;
• Aplicar de forma aleatória e não programada a supervisão/fiscalização das instalações
e atividades dos fornecedores, observando o cumprimento dos requisitos previstos no
“Controle Ambiental e Social das Obras”, conforme a pertinência da atividade.

18.9. Subprograma de Implantação, Operação e Encerramento de Canteiro de Obras e


áreas de apoio

18.9.1. Aquisições
Os fornecedores e prestadores de serviços de apoio à construção, deverão apresentar
regularidade ambiental durante o processo de contratação pelas Construtoras, quando suas
atividades apresentam significativo potencial de impacto socioambiental, exigindo assim o
devido licenciamento ambiental na forma da legislação vigente, seja municipal, estadual e/ou
federal.
18.9.2. Canteiro de Obras
Em geral implantação do Canteiro de Obras envolverá os seguintes elementos:
edificações provisórias para administração e serviços; depósito de materiais; refeitório; pátio
de material de construção (brita, areia, ferragem, madeira, bota-fora temporário etc.);
carpintaria; pátio de armação, vestiários e sanitários e guarita.
As empresas contratadas para as obras devem apresentar o layout do canteiro à UGP
contemplando todas as instalações utilizadas na obra, que deverá passar por análise da
equipe técnica de segurança e meio ambiente da UGP e Supervisão em atendimento às
obrigatoriedades de leis e normas.
É obrigatório, também, que as construtoras implementem isolamento da obra, seja
por tapume, cerquite ou outro sistema adotado pelas boas práticas e normas, conforme o
atendimento das Normas Regulamentadoras.
Todos os pontos de despejo da vazão de canaletas e drenos no terreno deverão
receber proteção contra erosão, mediante disposição de brita, grama ou caixas de dissipação
de energia. Deverão ser evitados os pátios e plataformas planas, que facilitam o acúmulo de
água, garantindo-se declividade mínima de 1% a 2% em qualquer local da obra. Por se tratar
de instalações temporárias, o canteiro deverá utilizar sistemas de drenagem simplificados,
dispensando-se obras sofisticadas em concreto, como desembocaduras e outras, de caráter
duradouro.
O Canteiro deverá ter o acesso controlado e estar totalmente cercado, para evitar
acesso de pessoas que não estejam atuando nas obras, crianças e animais.
Os acessos internos de circulação deverão ser mantidos em condições permanentes
de tráfego para pessoas, equipamentos e veículos, até o encerramento da obra. Especial
atenção deverá ser dada ao controle de poeira no canteiro e entorno das obras.
O abastecimento de água do canteiro deverá ser feito com água da rede pública se
houver disponibilidade. Caso não haja, deverá ser implantado poço tubular com devido
licenciamento do órgão ambiental.

89
No caso dos efluentes, se não puder ser utilizado o sistema público de esgotamento
deverá ser apresentada solução com uso de banheiros químicos ou um projeto de
tratamento de esgotos adequado e aprovado pela UGP e órgãos competentes. Não será
permitido o uso de valas a céu aberto ou de caixas sem tampas adequadas.
A coleta, o transporte e a disposição final de lixo deverão ser realizados
adequadamente. O lixo do tipo doméstico produzido no canteiro e demais locais da obra
serão recolhidos com frequência, de forma a não produzir odores ou proliferação de insetos
e roedores. Deverá ser feita a separação de lixo orgânico e inorgânico, podendo- se dar
tratamento diferenciado a cada caso no tocante à frequência de coleta, tratamento e destino
adequado. O inorgânico deverá ser encaminhado a entidade habilitada a receber material
reciclável e o orgânico será retirado pelo serviço usual de coleta de lixo da prefeitura
municipal. Assim, os restos de comida, vasilhames etc. deverão ser retirados do canteiro, não
se admitindo qualquer disposição de lixo nas áreas do empreendimento e de seu entorno.
As instalações do refeitório deverão incluir telas do tipo mosquiteiro, sistemas de
ventilação e sanitários em número e capacidade adequados.
Nas frentes de obras a execução de serviços no período noturno, se necessário,
deverá ser programada com antecedência mínima de 48 horas, observados os horários
fixados pela legislação, sendo empregados equipamentos e sinalização noturna apropriados
e de controle do nível de ruídos.
As diretrizes para o Canteiro de Obras deverão contemplar, entre outros, os seguintes
aspectos:
• Critérios para a escolha do local para a implantação do (s) canteiro (s) de obras;
• Avaliação Preliminar de Passivos Ambientais (conforme orientado no Programa de
Avaliação de Passivos Ambientais);
• Definição da infraestrutura necessária quanto à drenagem superficial e sistema de
tratamento de efluentes (esgotos sanitários, efluentes da lavagem de veículos,
drenagem de oficinas etc.);
• Programa de gestão de resíduos sólidos;
• Tratamento das vias de circulação interna do canteiro de obras;
• Procedimentos para a recomposição da área após o término das obras e encerramento
das atividades do canteiro;

No caso de haver alojamento de trabalhadores no local da obra (seja através de


alojamento “in situ” ou em casas alugadas nas proximidades da obra) o alojamento deve
obedecer ao estabelecido na NR-18 com a redação atualizada através das Portarias SIT
(Serviço de Inspeção do Trabalho).

18.10. Exploração de Jazida de Solo – Áreas de Empréstimo


As jazidas devem ser existentes e licenciadas. A UGP irá fazer a verificação
documental de atendimento ao licenciamento e autorizações de funcionamento das áreas.
Estas áreas também estarão sujeitas à fiscalização/supervisão da UGP de modo aleatório.

18.11. Utilização de Depósito de Material Excedente – Bota Espera


É bastante conveniente que seja preparada uma instrução formal da preparação
destas áreas, com os seguintes requisitos: impermeabilização; preparação de contenções;

90
escolha de locais que sejam fora e afastado de áreas de preservação permanente; locais, de
preferência, que não necessitem de limpeza ou supressão de vegetação; implantação de
sistema de drenagem adequado e sem o risco de alagamentos.
Toda área a ser escavada deverá ser determinada/estimada previamente ao início
dos trabalhos. Este material deverá ser triado e separado (entulho de construção, recicláveis,
contaminantes e material solo/rochoso inerte) e destinado conforme sua natureza e
ambiental adequado.
Caso necessário, caberá à empresa construtora obter a autorização de uso do
Depósito de Material Excedente – DME junto ao órgão ambiental competente.
O material a ser enviado ao DME será constituído por solos e material rochoso. São
resíduos formados essencialmente de materiais inertes, sem potencial de poluição,
considerados como de classe II B, conforme classificação estabelecida pela Norma da ABNT
NBR 10004.
As empreiteiras poderão encaminhar material excedente para outras empresas
especializadas em seu tratamento, evitando assim a abertura de DME próprio. Contudo,
neste caso, deverão ser solicitadas destas empresas a documentação sobre sua regularidade
ambiental, com o devido licenciamento ambiental e licenças ambientais vigentes.
O material excedente poderá ser reutilizado (outras obras, reutilização em valas etc.)
desde que atenda aos critérios definidos pelo controle tecnológico.

18.12. Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD)


O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas estabelece um regramento mínimo
para que as frentes de obras ou áreas de apoio sejam recuperadas de forma que estejam em
harmonia com o meio em que se inserem.
A desativação das frentes de obras ocorrerá somente quando forem encerradas todas
as atividades previstas nos projetos e adotadas todas as medidas de mitigação, compensação
e recuperação das áreas diretamente afetadas, incluindo a área das obras, as áreas de apoio
e os caminhos de serviço. Ao final das obras todas as áreas utilizadas durante a construção
deverão estar completamente limpas, recuperadas e, se necessário, vegetadas.
Em todo local que houver deposição acentuada de material que comprometa as
condições naturais da drenagem e com possibilidades de danos à vegetação ou obstrução do
sistema de drenagem pré-existente ou recém-construído, esse obstáculo deverá ser
removido com o uso de métodos manuais ou mecânicos. A remoção terá como objetivo
devolver, na medida do possível, as drenagens às suas condições naturais.
Deverá ser efetuada a limpeza geral de todas as áreas afetadas, inclusive a remoção
de restos de obra, entulho, materiais contaminados e outros. Todos os materiais oriundos da
limpeza e demolição, para liberação da área das obras, deverão ser encaminhados para locais
de disposição final, adequados e licenciados. As vias utilizadas pelas obras devem ser
devolvidas à normalidade, no mínimo, em condições de uso compatível com a sua situação
antes do início das obras.
De acordo com os critérios estabelecidos no Manual de Padrão de Qualidade da UGP
e com o estado das áreas utilizadas, poderão ser necessários serviços de recuperação do
pavimento, das calçadas, da sinalização e do sistema de drenagem. Deverá ser realizada a
remoção da sinalização da obra, incluindo a reinstalação ou recuperação da sinalização
original.

91
No caso de áreas de apoio (canteiros, frentes de serviço, áreas de empréstimo,
demolição) poderá ocorrer variado grau de degradação local, sendo necessário então o
acionamento deste Plano.
As áreas do Programa consideradas como degradadas e que, portanto, devem ser
incluídas no PRAD são:

• Canteiros de obras – estruturas de apoio normalmente compostos por edificações


para administração e serviços, almoxarifado, refeitório, carpintaria e pintura,
vestiários, sanitários, guarita e estacionamento. A sua implantação deve ser prevista
no Projeto, com indicação de áreas disponíveis e de procedimentos controle e
recuperação;
• Depósitos de Material Excedente, mesmo que provisório: áreas destinadas ao
recebimento dos materiais excedentes de cortes de terraplenagem, de materiais
inservíveis como os solos moles, entulhos resultantes de demolição de construções
e retirada de pavimentos, materiais resultantes de desmatamento, dragagem,
destocamento e limpeza etc.;
• Caminhos de Serviço – Sistema viário existente ou criado para utilização durante as
fases de obras, por onde normalmente circulam veículos pesados e que devem ser
tratados ou descontinuados após as obras.

92
19. PROGRAMA DE GESTÃO DOS RESÍDUOS
Empreendimentos de construção civil não podem deixar de contar com um
planejamento que contemple o manejo dos resíduos gerados em sua implantação, onde
estejam previstas as adequadas formas de seu acondicionamento, transporte e destinação
final.
São definidos como Resíduos Sólidos da Construção Civil (RCC) aqueles provenientes
de construções, reformas, reparo, resultantes da preparação da escavação de terrenos e de
demolições tais como tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais,
resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento
asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc.
A composição dos RCC produzidos em uma obra irá depender das características
específicas da região de inserção do empreendimento, tais como geologia, morfologia, tipos
de solo, disponibilidade dos materiais de construção, desenvolvimento tecnológico etc., assim
como das peculiaridades construtivas do projeto a ser implantado, existindo uma grande
heterogeneidade de resíduos que podem ser gerados.
O Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil foi desenvolvido de
forma que se possa atender a todas as etapas necessárias ao manejo dos resíduos em questão,
desde a geração até o destino das obras de construção da USF.

19.1. Objetivo
O Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil estabelecerá diretrizes
para o adequado tratamento e/ou destinação final para os resíduos gerados por meio da
correta segregação, acondicionamento, identificação, manuseio, armazenamento, transporte
e disposição final, durante as fases de implantação e operação do Programa, de modo a
minimizar potenciais danos ao meio ambiente e à saúde, além de atender aos requisitos legais
e normas técnicas aplicáveis.

19.2. Ações previstas


As ações minimamente a serem realizados por meio do Programa são:
• Segregação, classificação, acondicionamento e armazenamento, tratamento,
reutilização, reciclagem e/ou destinação de acordo com as determinações da Resolução
CONAMA 307/2002;
• Implantar lixeiras para separação de lixo doméstico e reciclável no canteiro;
• Armazenamento correto de insumos (areia, brita, etc.) e de materiais inservíveis;
• Atendimento as diretrizes legais estabelecidas pela SMMA para a elaboração do Plano
de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil da intervenção;
• Utilização dos métodos, técnicas e processos de manejo de resíduos compatíveis com
as exigências ambientais;
• Transporte com uso de lonas nos caminhões;
• Transporte e destinação final para áreas licenciadas de acordo com a classificação do
resíduo;
• Adequação das instalações dos canteiros de obra para o armazenamento provisório de
produtos potencialmente contaminantes, atendendo as diretrizes do Programa de
Supervisão Ambiental e ao Subprograma e de Eliminação de Passivos ambientais;
• Destinação para bota fora e demais receptoras devidamente licenciados.
93
19.3. Abrangência
O Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil abrange toda a área de
influência da obra da USF - ADA.

19.4. Responsável pela execução


A implantação do Programa e elaboração do PGRCC será pelas empresas construtoras
da obra da USF e deverá receber apoio e orientações complementares da coordenação de
meio ambiente, obras e GABPE.

19.5. Cronograma
O Programa é previsto para iniciar com a instalação do canteiro de obras, perdurando
por todas as etapas de implantação da obra e concluído com a desmobilização do mesmo.

94
20. PLANO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
O Plano de Monitoramento e Acompanhamento Ambiental e Social está em
desenvolvimento com a UGP e irá considerar os detalhamentos sobre as fases de construção,
operação, fechamento e pós-fechamento do Projeto, identificando os resultados esperados,
parâmetros a serem medidos, os locais de medição, os métodos utilizados e os
períodos/frequência em que as medições serão feitas, os custos e as instituições
responsáveis.
A seguir, é apresentada uma visão geral das diretrizes definidas para o
monitoramento e avaliação dos programas do PGAS.
A UGP deverá monitorar o desempenho ambiental e social dos projetos da amostra.
O grau e o modo de monitoramento serão proporcionais à natureza do projeto, aos seus
riscos e impactos socioambientais, e ao cumprimento dos requisitos de conformidade.
Quando apropriado, a UGP poderá promover o envolvimento das partes interessadas
e terceiros, tais como especialistas independentes, comunidades locais ou ONGs, para
complementar ou verificar as suas próprias atividades de monitoramento.
Em geral, o monitoramento incluirá o registo de informações para acompanhamento
do desempenho e o estabelecimento de controles operacionais pertinentes para verificação
do cumprimento e progresso do atendimento aos requisitos estabelecidos neste PGAS para
o projeto.
Baseado nos resultados do monitoramento, a UGP identificará quaisquer ações
corretivas e preventivas necessárias, as quais deverão ser incorporadas no PGAS. A UGP
implementará as ações corretivas e preventivas acordadas, de acordo com o PGAS
modificado ou com o instrumento de gestão pertinente, e irá monitorar e divulgar essas
ações.
A UGP facilitará o acesso e visitas ao local do projeto a funcionários do BID ou
consultores que a representem. A UGP notificará o BID imediatamente sobre qualquer
incidente ou acidente relacionado com o projeto que apresente, ou possa apresentar, um
efeito adverso significativo no ambiente, comunidades afetadas, público ou trabalhadores. A
notificação fornecerá detalhes suficientes sobre o incidente ou acidente, incluindo mortes e
lesões graves. A UGP deverá adotar imediatamente medidas para resolver o incidente ou
acidente e prevenir qualquer recorrência, em conformidade com a legislação nacional e os
PDAS.
O monitoramento será destinado ao acompanhamento tempestivo das medidas do
PGAS, uma vez que é fundamental que para o seu bom andamento, seus avanços e gargalos
estejam claramente identificados e controlados. Neste sentido, serão estabelecidos
indicadores quantitativos, que cubram o processo de implementação das ações, verificando
eficácia, eficiência e efetividade das ações, assim como qualitativos que contemplem, por
exemplo, a satisfação com os processos e atendimentos recebidos, clareza das informações
prestadas, entre outros.
A responsabilidade do processo de monitoramento será pela Coordenação de
Planejamento, com apoio da Coordenação de Meio Ambiente, Coordenação de
Reassentamento e Regularização Fundiária e Coordenação de Projetos Sociais. Este processo
inclui:
• Elaboração de instrumentos de coletas de dados;
• Coleta de dados junto a Supervisão Ambiental e Social;

95
• Sistematização e análise dos dados;
• Definição de ações corretivas.

O monitoramento será realizado em gabinete para a documentação dos projetos a


ser avaliada, sejam essas relacionadas ao licenciamento ambiental, sejam relacionadas às
questões legais de saúde e segurança ocupacional. Também serão feitos os monitoramentos
in loco nas frentes de obra, nos canteiros de obra, suas áreas de influência direta para
verificação de parâmetros como ruído, possíveis assoreamentos, entre outros, e nos pontos
de monitoramento de água definidos na respectiva medida mitigadora.

20.1. Indicadores de Monitoramento e Avaliação


Nesta seção é apresentada a proposta inicial de indicadores que serão observados
através do monitoramento e da avaliação dos programas de mitigação do PGAS. Estes
indicadores poderão ser revisados e/ou complementados com o andamento das atividades.
A seguir são apresentados os indicadores principais que serão abordados no
monitoramento. Basicamente são propostos indicadores quantitativos que devem ser
acompanhados mensalmente pela Coordenação de Planejamento e pela Coordenação de
Meio Ambiente, através do registro e controle das atividades e seus resultados. Serão
desenvolvidos e implementados instrumentos específicos para a realização do
monitoramento, assim como criada uma base de dados (sistema simples e de fácil manuseio)
para consolidação e extração dos dados.

Programa Indicadores Meta Fonte de Informação


- Aumentar o percentual
- Número de participantes
de participantes frente à
em consultas e reuniões
Matriz de Partes
Engajamento de partes comunitárias Coordenação de Projetos
Interessadas
interessadas - Número de instituições que Sociais
- Aumentar o percentual
forneceram contribuições a
de mulheres
consultas
participantes
- Número de participantes
em ações de educação 4 ações direcionadas
Coordenação de Projetos
Educação ambiental e sanitária ambiental e sanitária; para cada projeto por
Sociais
- Número de ações junto a ano
comunidade
- Redução na
Quantidade de partes
Mitigação de impactos sociais quantidade de partes Coordenação de Meio
afetadas por impactos
e econômicos temporários afetadas por impactos Ambiente
temporários da obra
temporários
- Número de sítios culturais
Preservação do patrimônio afetados/resgatados 100% de sítios Coordenação de Projetos e
cultural - Número de sítios culturais identificados resgatados Obras
destruídos pelas atividades
- Redução das
- Número de emergências quantidades de
Contingência e redução de - Tempo de atendimento da situações de emergência
Coordenação de Riscos
riscos ocorrência - Redução do tempo
médio do atendimento à
ocorrência
Controle Ambiental e Social Número de Não Redução no número de Coordenações de
96
das Obras Conformidades (por tipo) não conformidades Planejamento, Meio
Ambiente,
Reassentamento e
Projetos e Obras
- Aumento no número
- Número de dias sem
de dias sem acidente de
acidente de trabalho
trabalho
- Número de acidentes com
Saúde e segurança - Nível zero de acidentes Coordenação de Projetos e
vítimas fatais
ocupacional com vítimas fatais Obras
- Número médio de dias de
- Redução no número
afastamento por problemas
médio de dias de
de saúde e ocupacionais
afastamento
- Conforme indicadores de - Conforme metas de
Controle Ambiental e Social Controle Ambiental e
Redução e mitigação de
das Obras Social das Obras
descontentamento da Coordenação Social
- Conforme indicadores do - Conforme metas do
comunidade
Mecanismo de Gestão de Mecanismo de Gestão
Queixas de Queixas

20.2. Auditoria
O objetivo da auditoria é identificar questões ambientais e sociais significativas do
projeto ou das atividades existentes, e avaliar o seu estado atual, especificamente no que diz
respeito ao cumprimento dos requisitos dos PDAS.
A descrição indicativa da auditoria envolve:
a) Sumário Executivo: Abordar de forma concisa as conclusões importantes e
estabelecer medidas, ações e prazos recomendados.
b) Quadro Jurídico e Institucional: Analisar o quadro jurídico e institucional para o
projeto ou atividades existentes, incluindo as questões enunciadas no PDAS1;
c) Descrição do Projeto:
• Descrever, de forma concisa, o projeto ou atividades existentes, bem como o seu
contexto ambiental, social, geográfico e temporal, e quaisquer instalações associadas;
• Identificar a existência de quaisquer planos já desenvolvidos para abordar os impactos
e riscos ambientais e sociais específicos (por exemplo, aquisição de terras ou plano de
reassentamento, plano de patrimônio cultural, plano de biodiversidade);
• Incluir um mapa detalhado, que mostra o local do projeto ou atividades existentes e o
local proposto para o projeto em questão.
d) Questões Ambientais e Sociais associadas ao projeto: A análise considerará os
riscos e impactos principais do projeto determinados na AIAS. Adicionalmente, a
auditoria analisará as questões não abrangidas pelos PDAS, na medida em que
representem riscos e impactos importantes no contexto do projeto.

e) Análise Ambiental e Social: A auditoria também irá avaliar:


• os possíveis impactos do projeto proposto (considerando a conclusões da
auditoria concernentes ao projeto ou atividades existentes); e
• a capacidade do projeto proposto para cumprir com os requisitos dos PDAS.

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f) Medidas Ambientais e Sociais Propostas: Baseado nas constatações da auditoria,
esta seção definirá medidas propostas para alinhamento de conduta. Estas
medidas serão incluídas no PGAS do projeto proposto.

As medidas normalmente abrangidas na auditoria incluem:


• ações específicas necessárias para cumprir com os requisitos dos PDAS;
• medidas e ações corretivas para mitigar os riscos e impactos ambientais
e/ou sociais potencialmente significativos do projeto ou atividades
existentes;
• medidas para evitar ou mitigar os possíveis riscos e impactos
socioambientais negativos do projeto proposto.
A periodicidade mínima da auditoria será anual, com a possibilidade de ser realizada
com equipe interna ou externa (contratação).

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21. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo permitiu verificar que a Unidade de Saúde da família (USF) é um
empreendimento viável do ponto de vista locacional, estando inclusive localizado em região
que apresenta precário atendimento à saúde, principalmente no que tange ao atendimento
primário.
A viabilidade da USF do ponto de vista tecnológico é indicada pelas características do
projeto e pela adoção de tecnologia construtiva capaz de agregar impactos positivos e
permanentes à qualidade do ambiente urbano em que será inserido. Por se tratar de
empreendimento concebido em conformidade com a legislação municipal, seu projeto traduz
a incorporação de dimensões da sustentabilidade ambiental às intervenções urbanas.
No tocante ao meio físico, os principais impactos negativos estão associados e
circunscritos à Fase de Implantação do empreendimento, quando poderão ser minimizados
ou neutralizados pela adoção das medidas propostas. Tais etapas têm, felizmente, curta
duração, o que não dispensa a necessidade de adotar procedimentos mínimos operacionais
que evitem um incômodo ainda maior à população vizinha. Quanto ao meio biótico, foram
detectados impactos negativos, embasados na supressão de parte da vegetação existente, no
entanto, será realizada a compensação dos indivíduos suprimidos e implantação de projeto
paisagístico.
O meio antrópico será beneficiado pelo funcionamento de uma nova atividade de
prestação de serviços, que valorizará a vizinhança imediata. A pesquisa de opinião feita nas
imediações do empreendimento detecta essa sintonia entre os usos existentes e o futuro
empreendimento.
O PGAS é o instrumento que visa assegurar que todos os programas ambientais sejam
efetivamente implementados e promova a integração entre as equipes de campo, órgão da
prefeitura, bem como os demais envolvidos, na esfera pública ou privada, nos programas e
subprogramas proposto por este Plano de Gestão de modo que a implantação da UNIDADE
DE SAÙDE DA FAMÌLIA – USF atenda a todas as expectativas positivas e mitigue e minimiza os
eventuais impactos sociais e ambientais.

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22. REFERÊNCIAS

Sites da internet e Pesquisas

https://midianinja.org/felipemilanez/morreu-aritana-yawalapiti-silencio-choro-e-o-luto-
com-o-xingu/

http://meioambiente.recife.pe.gov.br/noticias/parque-dos-manguezais-inicia-
processo-de-elaboracao-de-plano-de-manejo

https://pesquisaescolar.fundaj.gov.br/pt-br/artigo/imbiribeira-revisitadabairro-recife/

https://www.brasildefatope.com.br/2020/01/27/com-nome-de-origem-indigena-
imbiribeira-tem-passado-ligado-a-exportacao-de-
acucar#:~:text=Bairro%20se%20originou%20de%20um%20s%C3%ADtio%20de%2
0grande%20extens%C3%A3o&text=A%20origem%20da%20palavra%20%C3%A9,r
egi%C3%A3o%20j%C3%A1%20teve%20outros%20nomes.
AMORIM, V.P. Resíduos Sólidos Urbanos: o problema e a solução. Roteiro Editorial Ltda,
Brasília, 1996
ANSI S1.26 ‐ AMERICAN NATIONAL STANDARD: Method for the calculation of the
absorption of sound by the atmosphere, 1978.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos sólidos:
Classificação. São Paulo. 71 p.2004
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10151 – Acústica – Avaliação do
Ruído em Áreas Habitadas, Visando o Conforto da Comunidade – Procedimento – ABNT,
jun/2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152 – Níveis de Ruído Para


Conforto Acústico – Procedimento – ABNT, dez/1987.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7731 – Guia para Execução de


Serviços de Medição de Ruído Aéreo e Avaliação dos Seus Efeitos Sobre o Homem – ABNT,
fev/83.

BATALHA, B.H.L. (Org.). Curso de Controle da Poluição na Mineração: Alguns Aspectos.


Publicação do DNPM, Brasília, 1996.

www.mma.gov.br/por/conama/res/res/86/res0186.html> acessor em 29/09/2023

BRITISH STANDARD. BS 5228 (part 1): noise control on construction and open sites. [S. l.], 1984

CAGNIN, C. H. Fatores relevantes na implementação de um sistema de gestão ambiental com


base na Norma ISO 14001. 2.000. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) –
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

100
CALLENBACH, E., et al. Gerenciamento Ecológico – Eco‐Manangement – Guia do Instituto
Elmwood de Auditoria Ecológica e Negócios Sustentáveis. São Paulo: Ed. Cultrix, 1993.

CAMPOS, L. M. S. SGADA – Sistema de gestão e avaliação de desempenho ambiental: uma


proposta de implementação. 2001. Tese (Doutorado em Engenharia da Produção) –
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis

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DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

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IEC Publication No. 225, Octave, Half‐Octave, Third Octave Band Filters Intended for the
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INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 10.843: acoustics – methods


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