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Bases para o estudo qualitativo e quantitativo de ectoparasitos em aves 1

Bases para o estudo qualitativo e quantitativo


de ectoparasitos em aves

Márcia Arzua1 & Michel P. Valim2

1
Laboratório de Parasitologia, Museu de História Natural Capão da Imbuia, Dept° Zoológico, Rua Prof. Benedito
Conceição, 407, Capão da Imbuia, Curitiba / PR - Brasil, CEP 82.810-080. E-mail: marzua@terra.com.br
2
Laboratório de Ixodides, Instituto Oswaldo Cruz, Av. Brasil, 4365,Manguinhos, Rio de Janeiro / RJ - Brasil, CEP
21.040-360. E-mail: mpvalim@hotmail.com

Resumo: Dentre um vasto número de ectoparasitos que pode ser encontrado em aves, destacam-se: os
ácaros plumícolas, os carrapatos moles e duros, os malófagos e os hiposboscídeos. Por serem esses os
ectoparasitos mais comumente encontrados nas aves no Brasil, são abordadas, neste capítulo, bases
para a coleta e preservação destes grupos, assim como informações sobre sua biologia e um panorama
da sua distribuição nas diferentes ordens de aves no Brasil. Demonstra-se, também, a importância da
preparação para o trabalho de campo e a responsabilidade da individualização das amostras. São apre-
sentados alguns métodos para se quantificar a carga parasitária (em hospedeiros vivos ou mortos),
além de noções de fixação e preservação. Por fim, procura-se sensibilizar todos aqueles que trabalham
com coleta, captura e/ou taxidermia de aves de que atualmente existe uma grande lacuna a ser preen-
chida neste ramo da ornitologia, além de estimulá-los à coleta de material.

Palavras-Chave: ácaros, carrapatos, malófagos, hipoboscídeos.

Introdução curto período no seu ciclo de vida. Já os permanen-


tes desenvolvem todo o seu ciclo de vida sobre os
Um amplo número de ectoparasitos pode ser hospedeiros, possuem acentuada especificidade e
encontrado sobre as aves em todo o mundo. Den- normalmente requerem micro-hábitats específicos
tre os diferentes grupos de parasitos que habitam no corpo de seus hospedeiros.
esses hospedeiros no Brasil destacam-se: os insetos A especificidade destes insetos e ácaros, frente
(Insecta), os malófagos (Phthiraptera: Amblycera aos seus hospedeiros é tão acentuada que, em alguns
ou Ischnocera) e os hiposboscídeos (Diptera: Hi- casos, o seu estudo pode auxiliar na interpretação
ppoboscidae). Dentre os aracnídeos (Acari), estão de relações filogenéticas entre os grupos (Clay,
os ácaros plumícolas (Astigmata: Analgoidea, Pte- 1947; Hopkins, 1942; Černý, 1972; Gaud &
rolichoidea e Freyanoidea) e os carrapatos moles e Atyeo, 1980). Por apresentarem ciclos de vida
duros (Metastigmata: Argasidae e Ixodidae). Por relativamente simples e devido a esta estreita asso-
serem esses os ectoparasitos mais frequentemente ciação, alguns ectoparasitos são excelentes modelos
encontrados nas aves brasileiras, este capítulo tra- para estudos de evolução e co-evolução (Johnson
tará dos métodos de estudo para estes grupos de & Clayton, 2003).
artrópodes. A avaliação da carga parasitária deve ser apro-
A relação entre os ectoparasitos e as aves re- priada para cada tipo de parasito estudado. Por
presenta grande diversidade em termos de para- exemplo, apenas dados de prevalência (número de
sitismo, em caráter obrigatório, pode haver desde hospedeiros parasitados/número de hospedeiros
associações ocasionais para alimentação (parasitis- examinados) podem ter valor limitado frente a da-
mo temporário) (e.g., carrapatos) até uma completa dos de intensidade (número total de parasitos cole-
dependência por parte do parasito em viver e de- tados/número de hospedeiros infestados), portanto,
senvolver no hospedeiro (parasitismo permanen- uma adequada metodologia de coleta dos ectopa-
te) (e.g., malófagos, ácaros de pena). Os parasitos rasitos faz-se necessária (Clayton & Walther,
temporários estão associados ao hospedeiro por um 1997). O uso de um método com elevado grau de

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precisão para uma coleta de dados padronizados re- cessidade do contato direto para transmissão entre
fletirá em futuras interpretações dos mesmos (e.g., indivíduos (Gaud & Atyeo, 1996). Os estágios
abundância, carga e dominância parasitária) como que compõem sua biologia, em geral são: ovo, larva,
nos modelos já propostos por Bush et al. (1997). protoninfa, tritoninfa e adultos. Todas as fases de
Na prática a maioria das aves possui poucos parasi- desenvolvimento podem ser obtidas durante uma
tos enquanto que poucas aves têm muitos parasitos, coleta.
relação conhecida como distribuição binomial ne- Atualmente são conhecidas aproxima-
gativa (e.g., Clayton & Tompkins, 1995; Rózsa damente 2.400 espécies de ácaros plumícolas
et al., 1996). Isso significa que, normalmente, um (Mironov, 2003), porém apenas dois gêneros,
número elevado de indivíduos deve ser examinado, Dubininia Gaud & Mouchet, 1959 e Megni-
pois a estimativa de riqueza, prevalência ou inten- nia Berlese, 1883, foram relatados prejudican-
sidade feita a partir de amostras de hospedeiros pe- do seus hospedeiros induzindo à deplumação
quenas pode apresentar resultados equivocados. (Proctor & Owens, 2000). Em aves da fauna
Embora os ectoparasitos sejam rotineiramente brasileira foram registradas até então 13 famílias
observados pela maioria dos profissionais em ativi- de ácaros de pena (apenas os Analgoidea e Ptero-
dades de campo, pouca atenção tem sido dada à co- lichoidea), com o baixo valor de 135 espécies de
leta e ao estudo desses artrópodes em aves no Bra- ácaros plumícolas registradas até então no Brasil
sil. Aliado a isso, a falta de taxônomos especialistas (Valim et al., 2008).
nestes grupos restringe o avanço no conhecimento Exceto os Sphenisciformes, todos os outros
da fauna ectoparasitária das aves brasileiras. grupos de aves possuem ácaros plumícolas, sen-
Com o objetivo de despertar o interesse de pro- do que cada ordem apresenta sua fauna específica
fissionais de campo para o conhecimento dos ecto- (Gaud & Atyeo, 1996). Dentro das ordens de
parasitos, neste capítulo serão apresentadas algumas aves a especificidade destes ácaros pode ser rela-
orientações de coleta. Para cada grupo de ectopara- cionada às famílias, gêneros ou até mesmo às espé-
sitos encontrados em aves, são dadas informações cies (Gaud & Atyeo, 1976). Essa especificidade
gerais sobre sua biologia e distribuição nas diferen- é consequência do mecanismo de transmissão que
tes ordens de aves no Brasil. Assim, um panorama ocorre principalmente através do contato físico
do estado da arte do conhecimento para cada grupo entre casais, pais com filhotes e entre indivíduos
abordado é apresentado de forma sucinta. de bandos (Gaud & Atyeo, 1996; Proctor &
O número de espécies de aves que ocorrem no Owens, 2000; Proctor, 2003).
Brasil utilizado aqui é seguido pelo Sick (1997) e As primeiras investigações sobre ácaros plu-
CBRO (2005), visam apenas a expressar a ordem de mícolas no Brasil foram realizadas por Novaes
grandeza para riqueza em cada ordem e um total da (1953) e Novaes & Carvalho (1952 a,b). Pos-
fauna brasileira. Da mesma forma, as ordens foram teriormente uma maior contribuição foi dada por
organizadas de acordo com as suas proporções de Herbert F. Berla em meados do século passado (Pa-
conhecimento para cada parasito em questão, des- checo & Parrini, 1999), exclusivamente com
considerando relação evolutiva. enfoque taxonômico. Nas décadas de 70 e 80, ain-
da com caráter taxonômico, novas contribuições
Ácaros Plumícolas (Acari: Astigmata: foram feitas por João L. H. Faccini (e.g., Faccini
Analgoidea, Pterolichoidea e Freyanoidea) et al., 1976; Atyeo et al., 1987).
Há poucos estudos relacionados à identifica-
Os ácaros plumícolas (Figuras 1 e 2) compõem ção desses ácaros em aves brasileiras, destacando os
o grupo mais diverso e numeroso de artrópodes as- realizados em Minas Gerais (Rojas, 1998), em Per-
sociado às aves. Contudo, a natureza de suas intera- nambuco (Roda & Farias, 1999b, 2007; Lyra-
ções com o hospedeiro (comensalismo, mutualismo Neves et al., 2000, 2003) e em Brasília (Kanegae
ou parasitismo) continua pouco conhecida (Gaud et al., 2008). Outros se dedicaram a relatar, de for-
& Atyeo, 1996; Figuerola, 2000; Blanco et ma pontual, ácaros plumícolas em hospedeiros es-
al., 2001). Esses ácaros pertencem à subordem As- pecíficos como em Carvalho & Serra-Freire
tigmata e são representados por três superfamílias: (2001), Storni et al. (2005) e Valim et al. (2006).
Analgoidea, Pterolichoidea e Freyanoidea. A pri- A maioria desses estudos (Rojas, 1998; Roda &
meira é encontrada em aves Passeriformes e não- Farias, 1999b, 2007; Lyra-Neves et al., 2000,
Passeriformes, as demais restritas apenas às não- 2003; Carvalho & Serra-Freire, 2001) não
passeriformes (Gaud & Atyeo, 1996). apresentam a identidade específica dos ácaros es-
Todo ciclo de vida dos ácaros plumícolas se tudados, o que limita interpretações ecológicas do
desenvolve sob um único hospedeiro, havendo a ne- ectoparasitismo.

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Recentemente estudos taxonômicos vêm sen- de associação com ácaros plumícolas. A Tabela 1
do conduzidos com a descrição de novas espécies apresenta estes dados sobre o conhecimento atual
e redescrições de ácaros plumícolas em aves neo- da fauna de ácaros plumícolas obtidos através de
tropicais (Hernandes & Valim, 2005, 2006; literatura.
OConnor et al., 2005; Valim & Hernandes,
2006), o que mostra um grande desconhecimento Carrapatos (Acari: Metastigmata:
desta fauna no Brasil. Estima-se que apenas 6,5% Argasidae e Ixodidae)
das espécies de aves brasileiras possuam algum de
tipo de associação com ácaros plumícolas, desta Os carrapatos são ectoparasitos que se alimen-
forma existiriam apenas 135 espécies de ácaros plu- tam do sangue de seus hospedeiros para completar
mícolas no país (Valim et al., 2008). Foram encon- o ciclo biológico. Este grupo de ectoparasitos está
tradas apenas 114 espécies de aves com algum tipo entre os mais importantes dentre os artrópodes he-

Tabela 1. Conhecimento atual da fauna de ácaros plumícolas (Acari, Astigmata: Analgoidea, Pterolichoidea e Freyanoidea) a partir das
espécies registradas no Brasil, dados a partir de Valim et al. (2008).

Espécies
Número de Espécies Espécies Gêneros
com ácaros ECAP/EA
Ordens espécies de sem ácaros de ácaros de ácaros
plumícolas (%)
aves (EA) plumícolas plumícolas plumícolas
(ECAP)
Sphenisciformes † 4 - - - - -
Struthioniformes 1 0 1 0 0 0
Cathartiformes 5 0 5 0 0 0
Charadriiformes 79 0 79 0 0 0
Coraciiformes 9 0 9 0 0 0
Falconiformes 66 0 66 0 0 0
Galbuliformes 41 0 41 0 0 0
Galliformes 26 0 26 0 0 0
Pelecaniformes 14 0 14 0 0 0
Phoenicopteriformes 4 0 4 0 0 0
Podicipediformes 5 0 5 0 0 0
Procellariiformes 40 0 40 0 0 0
Strigiformes 23 0 23 0 0 0
Struthioniformes 1 0 1 0 0 0
Trogoniformes 9 0 9 0 0 0
Opisthocomiformes 1 1 0 1 1 100,00
Piciformes 78 9 69 9 6 11,54
Ciconiiformes 33 5 0 5 3 15,15
Apodiformes 97 18 79 28 14 18,56
Caprimulgiformes 30 1 29 1 1 3,33
Passeriformes 985 35 950 35 14 3,55
Anseriformes 26 1 25 1 1 3,85
Psittaciformes 83 29 54 32 10 34,94
Tinamiformes 23 10 13 12 7 43,48
Gruiformes 39 2 37 5 5 5,13
Cuculiformes 19 1 18 1 1 5,26
Columbiformes 22 2 20 5 4 9,09
Total 1.762 114 1.616 135 67 6,47

Os Sphenisciformes não são infestados com ácaros plumícolas.

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matófagos, por estarem envolvidos na transmissão A identificação das formas imaturas de carra-
de agentes patogênicos. patos ainda é limitada para o conhecimento das es-
É uma ordem relativamente pequena, com pécies brasileiras, por outro lado são exatamente es-
867 espécies distribuídas em três famílias: Arga- sas formas (larvas e ninfas) que são frequentemente
sidae (183 spp.) e Ixodidae (683 spp.) de ocorrên- encontradas em aves (Rojas et al., 1999; Neves
cia cosmopolita e Nuttalliellidae (1 sp.), restrita à et al., 2000; Storni et al., 2005). Os estudos com
Tanzânia e África do Sul (Horak et al., 2002). carrapatos de aves encontram-se restritos as regiões
Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil (Arzua et al,
Carrapatos moles (Argasidae) 1994, 2003; Arzua & Barros-Battesti, 1999;
Os argasídeos, ou carrapatos moles, são assim Rojas et al., 1999; Evans et al., 2000; Neves et
chamados por não possuírem um escudo dorsal. al., 2000; Barros-Battesti et al., 2003; Stor-
Porém, em alguns gêneros desta família apenas ni et al., 2005).
as larvas apresentam um escudo vestigial. O ciclo Na Tabela 2 estão registradas as doze espécies
biológico inclui ovo, larva (hexápoda), vários íns- de carrapatos encontradas em aves no Brasil. Fo-
tares ninfais e adultos. Na maioria das espécies, as ram coletadas em oito ordens, distribuídas em 22
larvas associam-se fortemente ao hospedeiro para famílias, totalizando 91 espécies de hospedeiros.
se alimentar. De modo geral, as ninfas e os adultos As famílias Emberizidae e Muscicapidae apresen-
procuram o hospedeiro apenas para breves perío- taram a maior variedade de ixodídeos, seis espécies
dos alimentares e podem ser encontrados livres nos em cada uma.
ninhos e tocas, enquanto que as larvas são encon-
tradas, comumente, fixadas ao hospedeiro. Malófagos (Insecta: Phthiraptera:
São abundantes em ambientes áridos e secos, Amblycera e Ischnocera)
apresentam hábitos noturnos, vivem nas frestas e
troncos de árvores, de onde saem para se alimentar As aves são parasitadas por duas subordens de
no hospedeiro, voltando ao esconderijo logo após malófagos - Amblycera e Ischnocera das quatro que
o repasto sanguíneo. Na região Neotropical estão formam os Phthiraptera. Os Ischnocera (Figura 3)
listadas 12 das 60 espécies de Argas descritas (Bar- vivem principalmente na plumagem de seus hospe-
ros-Battesti et al., 2006). No Brasil, Argas mi- deiros e são representados pela família, Philopteri-
niatus é o único carrapato desta família que parasi- dae (2.738 spp). Os Amblycera (Figura 4) vivem na
ta aves domésticas e algumas aves silvestres (Evans pele e superfícies do corpo e são representados por
et al., 2000 e Guimarães et al., 2001). três famílias: Menoponidae (1.043 spp), Ricinidae
(109 spp) e Laemobothriidae (20 spp). Ambas as
Carrapatos duros (Ixodidae) subordens exibem relativo grau de especificidade
Os ixodídeos, também conhecidos como car- com relação aos seus hospedeiros.
rapatos duros, caracterizam-se pela presença de es- Os malófagos são insetos ápteros, achatados
cudo dorsal em todos os estágios. Esta família pos- dorso-ventralmente com aparelho bucal do tipo
sui o maior número de representantes, distribuídos mastigador. Apresentam dieta básica de penas, plu-
em doze gêneros e 683 espécies. Na Região Neotro- mas e descamações dérmicas do hospedeiro, embo-
pical são conhecidas 117 espécies, distribuídas em ra existam algumas espécies amblíceras (Ricinidae
cinco gêneros. e Menoponidae) que se alimentam exclusivamente
O ciclo biológico compreende ovo, larva, nin- de sangue (Nelson, 1972; Agarwal et al., 1983;
fa e adulto. Em sua fase parasitária as larvas e as Saxena et al., 1985). São altamente especializados
ninfas podem ser encontradas fixadas em pequenos para viverem sobre as aves, como ectoparasitos per-
mamíferos ou aves. manentes e obrigatórios (Johnson & Clayton,
Estes carrapatos utilizam três hospedeiros, 2003) possuindo o ciclo de vida direto, incluindo
dos quais as aves podem ser os dois primeiros, para os estágios de ovo, ninfas (três estágios) e adultos,
completar o ciclo biológico. Normalmente ocorre todos encontrados sobre o hospedeiro.
apenas uma alimentação para cada estágio, com Na maioria dos casos, cada espécie de ma-
duração de uma ou mais semanas, apenas com in- lófago está restrita a uma espécie ou a um grupo
tervalos para as ecdises. De modo geral, todas as filogeneticamente próximo de aves e tem sido uti-
ecdises para a fase seguinte são realizadas fora do lizado como marcadores filogenéticos em proces-
hospedeiro. Geralmente o período de fixação no sos de co-evolução (Hopkins, 1942; Clay, 1947;
hospedeiro, o que representa menos de 10% da vida Mey, 1999; Smith, 2001; Johnson & Clayton,
do carrapato, é curto quando comparado à fase não 2003). Esta especificidade sugere que eles se torna-
parasitária. ram parasitos das aves em um estágio primitivo na

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Tabela 2. Espécies de carrapatos (Acari: Metastigmata) registradas em aves no Brasil, segundo A ragão (1936), A rzua et al. (1994,
2003, 2005), A rzua & Barros-Battesti (1999), A rzua (2007), Barros-Battesti & K nysak (1999), Barros-Battesti et al. (2003),
Cooley & Kohs (1945), Evans et al. (2000), Storni et al. (2005), Pascoli (2005) e Rojas et al. (1999).

Espécies de carrapatos

Total de espécies

Espécies de aves

Am. aureolatum

Am. cajennense

Am. longirostre

I. paranaensis
Am. nodosum

H. juxtakochi
Am. tigrinum
Ordens de Aves

Ar. miniatus
Am. parkeri
infectadas

I. auritulus

I. fuscipes
Am. ovale
Tinamiformes 23
Tinamidae 1 x
Columbiformes 22
Columbidae 1 x
Coraciiformes 9
Momotidae 1 x
Strigiformes 23
Strigidae 1 x
Cuculiformes 19
Cuculidae 1 x
Galliformes 26
Cracidae 4 x x
Phasianidade 1 x
Piciformes 78
Picidae 1 x
Ramphastidae 1 x
Apodiformes 97
Apodidae 2 x
Passeriformes 985
Conopophagidae 1 x x x x
Dendrocolaptidae 4 x x x
Emberizidae 30 x x x x x x
Formicariidae 4 x x x
Furnariidae 11 x x x x x
Muscicapidae 7 x x x x x x
Pipridae 4 x x x
Thamnophilidae 2 x
Troglodytydae 3 x x x
Tyrannidae 10 x x x
Vireonidae 1 x
Total 91
Am., Amblyomma; I., Ixodes; H., Haemaphysalis; Ar., Argas

evolução destes hospedeiros (Clay, 1950), uma vez ou pela aproximação dos pais com seus filhotes nos
que, muitas vezes é possível a partir do exame de ninhos (Clayton & Tompkins, 1994). São tam-
um malófago, determinar, pelo menos, a que ordem bém eventualmente transmitidos através de foresia
deve pertencer seu hospedeiro. São assim transmi- feita em hipoboscídeos (Keirans, 1975).
tidos pelo contato físico direto entre seus hospedei- São encontrados sob todas as ordens de aves co-
ros, seja por ocasião da cópula (Hillgarth, 1996) nhecidas atualmente e apresentam ampla distribuição

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mundial, coincidente com a distribuição geográfica Valim (2006c) traçou um cenário das espé-
de seus hospedeiros (Clay, 1950). Entretanto, há ex- cies de malófagos que poderiam ser encontradas
ceções a essa regra e por isso a distribuição geográfica nas aves do Brasil, como mostrado na Tabela 3.
de cada espécie deve ser bem estudada independente Nela é possível perceber que em ordens tão abun-
da distribuição do seu hospedeiro (Clay, 1964). dantes como os Passeriformes, Caprimulgiformes,
Grande parte do conhecimento sobre malófa- Apodiformes e Galbuliformes, o desconhecimento
gos de aves no Brasil se deve a Lindolpho Rocha da fauna desses parasitos é ainda maior que nos de-
Guimarães (1908-1998) que publicou vários arti- mais grupos. Ainda assim, é possível que possam
gos entre as décadas de 30 e 80 e descreveu mais ocorrer atualmente, excluindo as espécies não des-
de 70 espécies desses parasitos. Depois das espécies critas, 1.082 espécies de malófagos no Brasil (Va-
descritas por L.R. Guimarães, há 30 anos atrás, lim, 2006c).
foram descritas apenas doze espécies de malófagos Recentemente, alguns estudos referentes a da-
por pesquisadores brasileiros (Oniki & Emer- dos ecológicos, bem como listas de parasitos e de
son, 1981, 1982a,b,c; Oniki, 1995, 2000; Oniki seus hospedeiros foram publicados no Brasil por
et al., 2004; Valim, 2006 a,b; Valim & Linardi, Oniki (1990, 1999) – Amazonas e Mato Gros-
2006; Valim & Palma, 2006). so; Roda & Farias (1999a, 2007); Neves et al.

Tabela 3. Previsão do conhecimento (ECM/EA) da fauna de malófagos (Insecta, Phthiraptera: Amblycera e Ischnocera) descritos sobre
hospedeiros que compõem a avifauna brasileira, dados a partir de Valim (2006c).

Número de Espécies com


Espécies sem Espécies de Gêneros de
Ordens espécies de malófagos ECM/EA (%)
malófagos malófagos malófagos
aves (EA) (ECM)
Struthioniformes 1 1 0 4 2 100
Sphenisciformes 4 4 0 9 2 100
Pelecaniformes 14 14 0 21 7 100
Cathartiformes 5 5 0 12 4 100
Opisthocomiformes 1 1 0 5 5 100
Procellariiformes 40 37 3 78 16 92,50
Charadriiformes 79 73 6 136 8 92,41
Ciconiiformes 33 29 4 59 10 87,88
Podicipediformes 5 4 1 4 2 80,00
Tinamiformes 23 18 5 167 16 78,26
Columbiformes 22 17 5 32 7 77,27
Anseriformes 26 20 6 28 8 76,92
Phoenicopteriformes 4 3 1 9 4 75,00
Falconiformes 66 46 20 59 10 69,70
Trogoniformes 9 6 3 6 1 66,67
Coraciiformes 9 6 3 10 3 66,67
Psittaciformes 83 47 36 59 6 56,63
Strigiformes 23 13 10 26 3 56,52
Gruiformes 39 21 18 37 9 53,85
Cuculiformes 19 8 11 14 6 42,11
Galliformes 26 9 17 66 15 34,62
Piciformes 78 26 52 26 7 33,33
Galbuliformes 41 10 31 9 3 24,39
Apodiformes 97 19 78 24 5 19,59
Passeriformes 985 177 808 183 16 17,97
Caprimulgiformes 30 4 26 4 2 13,33
Total 1.762 618 1.144 1.082 130 35,07

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(2000) e Freitas et al. (2002) – Pernambuco; O primeiro estudo sobre hipoboscídeos no


Valim et al. (2004, 2005) – Rio de Janeiro e São Brasil, no início do século XX, foi realizado por
Paulo. Esses estudos são de extrema importância Lutz et al. (1915) que, na ocasião, registraram cer-
tanto do ponto de vista faunístico como para sina- ca de 15 espécies dessas moscas distribuídas em 35
lizar possíveis grupos a serem estudados sob a visão espécies de aves. Em uma contribuição feita ao es-
taxonômica, ecológica ou epidemiológica. tudo dos Hippoboscidae americanos, Bequaert
(1957) reportou 30 espécies dessas moscas no país.
Hipoboscídeos (Diptera: Hippoboscidae) No Brasil os estudos são incipientes, há pouca in-
formação a respeito da sua distribuição geográfica
Os hipoboscídeos são moscas adaptadas ao e bem como de seus hospedeiros (Graciolli &
ectoparasitismo (Figura 5), em que ambos os se- Carvalho, 2003).
xos são hematófagos obrigatórios. Possuem ciclo de Recentemente, em um estudo sobre esses ecto-
vida completo (holometábolos), em que desde o de- parasitos apenas do Estado do Paraná, Graciolli
senvolvimento embrionário as suas fases larvais se & Carvalho (2003) registraram 12 espécies de
desenvolvem no interior das fêmeas. A terceira larva hipoboscídeos em 21 espécies de aves. Em estudo
é então parida, normalmente no ambiente do ninho específico dessas moscas coletadas sobre Strigifor-
da sua ave hospedeira, e imediatamente começa a mes, Graciolli & Bispo (2005) encontraram
formação do pupário. Assim, a única forma do ciclo quatro espécies em seis espécies de corujas. Esses
vital dos hipoboscídeos que poderá ser encontrada dados apontam para o imenso potencial ainda a ser
nos hospedeiros examinados serão seus adultos. descoberto sobre a fauna desses parasitos em aves
Membros dessa família têm uma tendência à brasileiras.
redução do seu poder de vôo, havendo uma varia- A Tabela 4 mostra o número de espécies de
ção entre aquelas formas com asas bem desenvolvi- hospedeiros já reportados e a espécie de hipoboscí-
das (e.g., Stilbometopa, Ornithomyia, Ornitoctona, deo para cada ordem de ave (Lutz et al., 1915; Be-
Icosta) até aquelas com asas reduzidas (e.g., Stenep- quaert, 1957; Graciolli & Carvalho, 2003;
teryx, Crataerhina, Myophthiria). Independente Graciolli & Bispo, 2005).
do desenvolvimento das asas, elas são relutantes em
deixar as aves com facilidade e preferem usar suas Métodos para Coleta de Ectoparasitos
garras tarsais bem desenvolvidas para correr por
sob as penas das aves. Esses dípteros tendem muito É importante ter em mente que a coleta de ma-
mais a lançar-se de um hospedeiro para o outro em terial não deve apenas prover espécimes de artrópo-
pequenos saltos, do que voarem grandes distâncias dos representantes dos táxons em um hospedeiro,
como habitualmente o fazem a maior parte das mas também informações biológicas para cada gru-
moscas. Sendo assim, não necessitam do contato po de ectoparasito coletado. O tempo de manuseio
direto para que ocorra a transmissão de uma ave para a maioria das aves capturadas é um fator limi-
para outra e, ao contrário do que possa parecer, po- tante para a coleta de ectoparasitos, fazendo com
dem ainda assim apresentar alta especificidade por que muitas vezes algumas espécies hospedeiras
seus hospedeiros (Tella et al. 1998). não possam ser cuidadosamente examinadas (e.g.,
Devido ao seu hábito alimentar, é sabido que Trochilidae). Os procedimentos aqui comentados
os hipoboscídeos são importantes hospedeiros in- são aqueles em que o fator tempo é parcialmente
vertebrados para alguns hemoparasitos das aves considerado, resultando em uma metodologia mais
(e.g., Trypanosomatidae e Haemoproteidae) e têm produtiva para obtenção de dados qualitativos e
sido incriminados como transmissores de alguns quantitativos. Além de amostragem da ectopara-
agentes patogênicos, embora o seu real papel na sitofauna para estudos sistemáticos, é necessário
transmissão deles (e.g., Plasmodiidae, Leucocyto- considerar os micro-hábitats para todos os ínstares
zoidae) necessite ser investigado (Baker, 1967). de cada espécie dos diferentes artrópodes que po-
Atualmente no Brasil, excluindo as sinoní- dem ser encontrados sobre as aves.
mias e registros duvidosos, há 26 espécies de hipo- Independente do tipo de coleta a ser realizada
boscídeos registrados em aves (Bequaert, 1957; ou da informação a ser investigada, é importante
Maa, 1969; Graciolli & Carvalho, 2003; estar preparado para o trabalho de campo e isso
Graciolli & Bispo, 2005), sendo que três espé- inclui material necessário para individualizar as
cies de Olfersia (O. aenescens Thompson, 1869, O. amostras de cada ave. Mesmo os ectoparasitos per-
fossulata Macquart, 1843 e O. sordida Bigot, 1885) manentes e obrigatórios podem ser transferidos de
foram coletadas fora de qualquer tipo de hospedei- um indivíduo para o outro, entre mesmas espécies
ro (Bequaert, 1957). ou não, em resposta ao estresse causado pela cap-

M. Arzua & M. P. Valim


8 Ornitologia e Conservação: Ciência Aplicada, Técnicas de Pesquisa e Levantamento

Figuras 1-5. macho (1) e fêmea (2) de Pterodectes sp. (Proctophyllodidae), ácaro da porção ventral das remiges de Arremon flaviros-
tris (Passeriformes: Emberizidae); Lunaceps drosti (Philopteridae) (3), malófago que vive entre as penas do corpo de Calidris canutus
(Charadriiformes: Scolopacidae); Colpocephalum maculatum (Menoponidae) (4), malófago que vive sob a pele na região do corpo de
Polyborus plancus (Falconiformes: Falconidae); fêmea de Ornithoctona fusciventris (Hippoboscidae) (5) sem hospedeiro.

M. Arzua & M. P. Valim


Bases para o estudo qualitativo e quantitativo de ectoparasitos em aves 9

Tabela 4. Espécies de hipoboscídeos (Insecta: Diptera: Hippoboscidae) registradas em seus hospedeiros regulares no Brasil, segundo
Beaqueart (1954), M aa (1969), Graciolli & Carvalho (2003) e Graciolli & Bispo (2005).

Número
Espécies Espécies de
Ordens total de Estados com registros
infestadas Hippoboscidae
aves

Pelecaniformes 14 2 BA, RJ, PR, SP Olfersia spinifera


Cathartiformes 5 4 AM, ES, GO, MT, MG, PA, PI, PR, SP Olfersia bisulcata
1 MT, PI Icosta nigra
Ciconiiformes 33 6 GO, MG, MT, PI, SP Icosta albipennis
1 RJ, SP Ornithoica confluenta
Tinamiformes 23 2 MT, SC Microlynchia crypturelli
2 AM, GO, RJ, SC Stilbometopa podopostyla
1 SC Icosta plaumanni
Columbiformes 22 3 GO, MG, PI, RJ, SP, SC Stilbometopa podopostyla
1 MT, RJ Microlynchia pusilla
1 PR Ornithoctona erytrocephala
Falconiformes 66 9 PR, RS, SC, SP Ornithoctona erytrocephala
6 SC Icosta angustifrons
6 BA, MS, MT, PI, SP Icosta nigra
1 AM, RJ Olfersia fumipennis
Psittaciformes 83 1 RS Ornithoctona erytrocephala
Strigiformes 23 10 PR Icosta americana
2 PR Icosta rufiventris
2 PR, SC, SP Ornithoica vicina
1 PR Ornithoctona erytrocephala
1 MG, RS, RJ, SP Ornithoctona fusciventris
Gruiformes 39 3 RJ Icosta holoptera
Galliformes 26 1 SC Icosta plaumanni
1 MT, PR Stilbometopa legtersi
1 RS Stilbometopa podopostyla
1 GO, SC Stilbometopa ramphastonis
1 GO, MT, PA, PE, RN Olfersia coriacea
Caprimulgiformes 30 3 MT, RJ, SP Pseudolynchia brunnea
Coraciformes 9 1 PR Icosta latifacies
1 PR Ornithoctona erytrocephala
1 PR, SC, SP Ornithoica vicina
Piciformes 1 PR Icosta angustifrons
Passeriformes 985 8 PR, SC, SP Ornithoica vicina
6 MG, PR, RS, RJ, SP Ornithoctona fusciventris
3 ES, SP Ornithomyia ambigua
1 SC Icosta plaumanni
Total 1.358 96 23 espécies

AM, Amazonas; BA, Bahia; ES, Espírito Santo; GO, Goiás; MG, Minas Gerais; MS, Mato Grosso do Sul; MT, Mato Grosso;
PA, Pará; PE, Pernambuco; PI, Piauí; PR, Paraná; RJ, Rio de Janeiro; RN, Rio Grande do Norte; RS, Rio Grande do Sul; SC,
Santa Catarina; SP, São Paulo

M. Arzua & M. P. Valim


10 Ornitologia e Conservação: Ciência Aplicada, Técnicas de Pesquisa e Levantamento

tura da ave. Por isso, cuidados devem ser tomados com o hospedeiro em mãos, seja ela no campo ou
para segura obtenção dos dados dos hospedeiros. em laboratório.
Devido a esses fatores alguns procedimentos prá- Por esses motivos, a escolha do hospedeiro a
ticos devem ser considerados: (1) utilização de sa- ser investigado é um passo importante ao planejar o
cos de pano reutilizáveis para manter a ave após a estudo. É interessante ressaltar que alguns ectopa-
captura; (2) utilização de sacos coletivos para guar- rasitos podem estar ausentes em populações locais
dar mais de um indivíduo, vivos ou mortos, após de aves, mesmo que presentes em populações desta
captura; (3) taxidermizar muitos espécimes em um mesma espécie de ave com distribuição geográfica
mesmo local, sobretudo se aqueles recém mortos distinta. Determinadas condições climáticas tam-
estiverem em contato físico uns com os outros na bém reduzem algumas populações de ácaros, es-
mesa de trabalho. pecialmente em regiões áridas (Gaud & Atyeo,
A utilização de um mesmo saco de pano para 1976). Além disso, pouco se sabe sobre dados bio-
diferentes indivíduos é um fator crucial na troca de geográficos desses parasitos, porém uma ou mais es-
parasitos. A agitação devido à captura faz com que pécies de ácaros e malófagos podem estar ausentes
alguns ectoparasitos (e.g., malófagos, hipoboscíde- em partes da distribuição geográfica de seus hos-
os) abandonem o corpo da ave, podendo, algumas pedeiros (Clay, 1964; Gaud, 1980). Assim, para
vezes, ficarem aderidos ao tecido e, desta forma, se- facilitar a análise, interpretação e comparação dos
rem transferidos para a próxima ave que será colo- dados observados, o melhor a ser feito é escolher
cada no saco. É importante sacudir esses sacos pelo uma única espécie de hospedeiro, conhecer sua fau-
lado avesso a cada utilização. Ao colocar dois indi- na de ectoparasitos antes de iniciar o estudo.
víduos mortos em um mesmo saco ou lado a lado
em uma mesa de taxidermia, a queda na tempera- Obtenção de Dados Qualitativos (Exame Visual)
tura corpórea do cadáver faz com que o parasito, A coleta de ectoparasitos em aves pode ser
ainda vivo, busque um novo indivíduo para manter priorizada durante o desenvolvimento de projetos
seu ciclo vital. Essa busca será guiada pelo corpo onde aves sejam capturadas com redes. Desta for-
mais quente recém incluído no saco ou ao lado na ma, boas amostras para estudos qualitativos podem
mesa. Recomenda-se enrolar cada espécime com ser adquiridas. A coleta pode ser realizada com a
folhas de papel na mesa de taxidermia. ponta de um fórceps (pinça) umedecido com álco-
Para melhor ilustrar esses fenômenos, que não ol para limitar a locomoção do parasito durante a
são raros na rotina de coleta em aves, dois conceitos coleta. Deve-se ter cuidado para evitar que partes
devem ser entendidos: contaminação e straggler, de importantes do artrópode sejam danificadas. Por-
acordo com Hopkins (1939) e Pilgrim & Pal- tanto, a pinça não deve ser usada para apertar o
ma (1982). ectoparasito, mas sim apoiá-lo já umedecido para
Contaminação. É quando um ectoparasito é dentro do frasco.
encontrado ocasionalmente sobre uma ave que não Esse tipo de amostragem é tomado basica-
é seu hospedeiro regular devido a um erro humano mente por observação simples seguida ou não de
presumido. É resultado da transferência de ectopa- catação manual e pode ser eficiente se for realiza-
rasitos de seus hospedeiros regulares para uma espé- do com critério e metodologia bem delineados. As
cie de hospedeiro diferente por ação humana (du- principais desvantagens estão no gasto de tempo e
rante o manuseio de aves no campo ou em laborató- na necessidade prévia de conhecimento dos grupos
rio, coleta em peles mantidas juntas em coleções de por parte do coletor e/ou observador.
museu, troca na etiquetagem das amostras etc.). É aconselhável que a busca por esses parasitos
Straggler. É quando um ectoparasito é encon- comece pelo exame das coberteiras, seguida das pe-
trado ocasionalmente sobre uma ave que não é seu nas de asa (Figura 6), cauda e cabeça. Em seguida,
hospedeiro regular, mesmo que essa ocorrência seja examinar os cálamos, ouvidos e narinas. É impor-
proveniente de uma coleta de campo. São resulta- tante respeitar a distribuição bilateral (sobretudo
dos de uma contaminação natural, é a transferência em alguns ácaros), isto é, se um determinado pa-
de um ectoparasito de seu hospedeiro regular para rasito vive em penas da asa de um lado provavel-
uma espécie de hospedeiro não regular sem a inter- mente esta mesma espécie será encontrada do outro
venção humana (pode ocorrer durante a estação re- lado do corpo. Os cálamos (Figura 7) deverão ser
produtiva, agregação para alimentação, agregação examinados com auxílio de um estereomicroscópio
para descanso, parasitismo de ninho etc.). em busca de ácaros e malófagos calamícolas, já em
Entendendo essas questões no estudo dos laboratório.
ectoparasitos, torna-se mais compreensível o por- Tanto os malófagos como os ácaros plumíco-
quê dos cuidados na obtenção das informações las podem viver em sítios especializados das penas

M. Arzua & M. P. Valim


Bases para o estudo qualitativo e quantitativo de ectoparasitos em aves 11

das diferentes partes do corpo da ave (e.g., cabeça, serção de penas, como na cabeça e parte anterior do
asas, cauda, peito, dorso) onde se diferenciaram em pescoço da ave (garganta e mento). Estes são locais
nível de gênero ou família e podem ser encontra- pouco alcançados pelas aves durante o grooming.
dos sob um mesmo indivíduo. Sabe-se que os áca- Na cabeça se distribuem principalmente ao redor
ros plumícolas ocupam micro-hábitats exclusivos dos olhos, nas regiões conhecidas como anel ocu-
em certos tipos de penas. Assim, as penas grandes lar, loro, superciliares e auriculares, áreas de maior
do corpo podem abrigar mais de uma espécie de irrigação sanguínea. Quando presentes, nessas áre-
ácaro, às vezes congênere, em um mesmo indiví- as os carrapatos podem ser facilmente visualizados
duo, porém segregadas em pontos distintos desta para remoção e/ou contagem. Estes devem ser re-
pena (Atyeo & Pérez, 1988). Portanto, todas as movidos com pinça de ponta fina bem próxima ao
regiões do corpo do hospedeiro devem ser criterio- aparelho bucal, de forma a permitir a realização de
samente examinadas durante uma catação manual movimentos de torção sobre o próprio eixo, finali-
(Figuras 8 e 9). zando com um firme puxão.
Partes das penas parasitadas podem ser corta-
das e colocadas diretamente no frasco coletor. Des- Obtenção de Dados Quantitativos
ta forma, em laboratório, sob estereomicroscópio, Os carrapatos não respondem bem às técni-
será possível facilmente observar a disposição dos cas que serão apresentadas para os demais grupos
ectoparasitos nas penas. de ectoparasitos com a utilização de inseticida (ou
Os carrapatos se fixam principalmente nas re- acaricida), devido ao tempo que estes demorariam
giões do corpo onde a pele é mais fina e há pouca in- a cair dos seus hospedeiros. Portanto, sua coleta

Figuras 6-9. visão ventral das penas da asa (6) em Arremon flavirostris, as setas indicam os ácaros do gênero Pterodectes, quando as
penas são observas através da luz Sikyonemus diplectron (Syringobiidae) (7) no interior do cálamo de uma pena coberteira de Calidris
alba (Charadriiformes: Scolopacidae); Trouessartia capensis (Trouessartiidae) (8), família de ácaros que vivem na face dorsal das
penas da asa, em Zonotrichia capensis; Pterodectes sp. (Proctophyllodidae) (9), família de ácaros especializada a viver na face ventral
das penas, entre as barbas, em Sicalis flaveola (Passeriformes: Emberizidae).

M. Arzua & M. P. Valim


12 Ornitologia e Conservação: Ciência Aplicada, Técnicas de Pesquisa e Levantamento

quantitativa consta de encontrar cada espécime de xílio dos dedos ou pincel e a ave deverá ser mantida
carrapato e coletá-lo individualmente. sob uma superfície branca, como uma grande folha
Quando se deseja quantificar a carga parasi- de papel ou um saco plástico por um período de 5
tária de ectoparasitos permanentes e obrigatórios, a 10 minutos. Posteriormente as penas devem ser
alguns métodos específicos devem ser empregados agitadas vigorosamente sobre a superfície para que
para homogeneidade das amostras. os ectoparasitos mortos possam cair. Todo material
As técnicas que podem ser empregadas na recolhido deve ser removido para um frasco de co-
coleta de dados quantitativos de ectoparasitos em leta contendo um líquido de preservação.
aves vivas ou mortas foram extensivamente revi- Câmara de Fumigação (Anaesthesia jars, ver
sadas e detalhadas por Clayton & Whalter Bear, 1995) – A ave é colocada dentro de uma câ-
(1997). Com o intuito exclusivo de se coletar esses mara (veja esquema na Figura 11) de maneira que
parasitos em aves vivas foram propostas técnicas seu corpo fique dentro do jarro e sua cabeça do lado
por Dalgleish (1966), Bear (1995) e Whalter de fora pelo furo na Lycra. Um chumaço de algo-
& Clayton (1997). A eficácia de algumas dessas dão ensopado com clorofórmio, acetato de etila ou
técnicas foram comparadas (Clayton & Dro- éter é colocado no fundo do jarro com o objetivo
wn, 2001; Jensen & Olsen, 2003), bem como os de criar uma atmosfera não favorável e matar os ec-
melhores veículos químicos a serem utilizados em toparasitos da superfície externa do corpo da ave.
algumas delas (Visnak & Dumbacher, 1999). Pressionando uma bomba de borracha será gerado
As mais amplamente utilizadas pelos autores serão um fluxo de ar no interior da câmara para que atin-
resumidamente explicadas abaixo. A Figura 10 au- ja todas as direções do corpo da ave. O vapor do
xilia na interpretação do método ideal para cada clorofórmio é soprado por entre as penas da ave fa-
condição de trabalho. zendo com que os parasitos mortos caiam no fundo
do recipiente. Como para técnica anterior, deve-se
Hospedeiro Vivo padronizar o tempo de exposição para homogenei-
Sacudidas de pó (Dust-ruffling, ver Whal- dade das amostras. Os parasitos são então coleta-
ter & Clayton, 1997) – É utilizado um inse- dos do fundo do jarro e fixados, guardando sempre
ticida em pó por todo o corpo da ave, tomando o a precaução para correta limpeza da câmara antes
devido cuidado com as mucosas do animal (e.g., de outra ave ser colocada o que minimiza riscos de
oral, ocular, nasal etc.). É desejável que este pro- contaminação. Essa técnica deve ser sempre aliada
duto apresente baixa toxicidade para o aplicador e à observação visual das penas da região da cabeça e
para a ave, além de ter baixo poder residual (e.g., pescoço, pois a posição em que a ave permanece na
piretróide) para mínima interferência no ambiente. câmara, essas regiões não são exploradas pela técni-
O pó deve ser espalhado entre as penas com o au- ca durante a fumigação.

Hospedeiro Morto
Lavagem do corpo (Body washing, ver
Clayton & Whalter, 1997) – Coloca-se a ave
sacrificada em um recipiente com etanol 70% ou
água contento detergente (preferível). O corpo da
ave deve ser agitado vigorosamente neste meio por
um período de tempo não inferior a 10 minutos.
É importante que esse período seja padronizado
para todos os indivíduos a serem analisados. O
material removido das penas e corpo da ave será
decantado para o fundo do frasco, com isso o so-
brenadante é removido e a água é peneirada em
malha de 150µm. Os ectoparasitos recolhidos
desta filtragem devem ser removidos e fixados. Os
ácaros de pena são melhores amostrados e quanti-
ficados quando utilizada essa técnica. Após a lava-
gem, aconselha-se examinar os cálamos em busca
de ácaros e malófagos.
Figura 10. Diagrama para escolha entre as cinco técnicas para Canudo de papel - Quando a ave for recém
análises quantitativas mais utilizadas em aves. Adaptado de sacrificada, enrola-se a mesma em folhas de papel
Clayton & Drown (2001).
jornal ou sulfite. Em seguida insere-se este canudo

M. Arzua & M. P. Valim


Bases para o estudo qualitativo e quantitativo de ectoparasitos em aves 13

para os ácaros plumícolas. O procedimento utili-


zado para coleta de material em peles baseia-se na
remoção mecânica dos artrópodos com a fricção da
ponta dos dedos contra as penas, aliado à análise
quase que individual destas com o auxílio de um
fórceps e uma lupa de mão. Esse método limita a
coleta àquelas espécies e/ou espécimes de parasitos
que habitam no corpo do seu hospedeiro áreas de
fácil acesso em uma ave taxidermizada (e.g., penas
das asas, cauda, cabeça e algumas do corpo). A pes-
quisa deve ser iniciada pela busca por postura de
malófagos; embora o encontro de ovos não seja ga-
rantia de adultos ainda na pele, mas constitui uma
evidência de que aquele indivíduo estava parasita-
do no momento da captura. Após amostrar alguns
ovos e resenhar os sítios de postura, os ectoparasitos
poderão então ser buscados ativamente. Com uma
das mãos se segura a pele em decúbito ventral, en-
quanto que com a outra mão movimentos são feitos
com a ponta dos dedos sob as penas da asa. Eles têm
como objetivo causar o rearranjo das barbas dessas
penas fazendo com que os parasitos ali presentes
caiam sobre uma grande folha branca de papel. O
procedimento deve ser repetido até que os parasitos
Figura 11. Desenho esquemático da ‘Câmara de Fumigação’. deixem de cair da pele ou que seja estipulado um
1, colar de Lycra; 2, jarro de vidro com quatro furos eqüidis- tempo para análise de cada pele (e.g., 30 a 40 mi-
tantes; 3, anel de borracha interno (com quatro furos); 4, anel nutos). Todo material coletado é transferido para
de borracha externo; 5, balão para equilíbrio de pressão; 6,
algodão ensopado; 7, pêra de borracha com tubo de plástico.
um frasco para futuras análises. Independente do
Adaptado de Bear (1995). local no corpo da ave onde se conseguirá remover
ectoparasitos, todo procedimento deve ser feito de
em um saco plástico contendo um chumaço de algo- maneira cuidadosa visando a preservar a pele que
dão embebido com clorofórmio, acetato de etila ou estiver sendo estudada.
éter. Os ectoparasitos, já mortos, serão facilmente
visualizados sob uma superfície clara após algumas Preservação e Estocagem das Amostras
brandas batidas no corpo da ave e reviradas em suas Uma vez coletados, os ectoparasitos darão iní-
penas. Como a ave está imóvel, o vapor do volátil cio a uma pequena coleção. Os mesmos devem ser
pode não atingir partes profundas das penas e su- colocados, logo após a sua retirada, em pequenos
bestimar a amostra, porém é uma técnica prática frascos com tampas contendo etanol 90ºGL. Neste
para coletar os ectoparasitos antes da taxidermia. meio os espécimes poderão ter destinos tanto para a
Peles de Museu (ver Mey, 2002) – Esse pro- taxonomia alfa (montagem de lâminas) como para
cedimento tem a vantagem de se obter espécimes de estudos moleculares. Os frascos devem ter boca re-
parasitos de diferentes espécies de hospedeiros e/ou lativamente larga de modo a não atrapalhar a re-
de diferentes localidades geográficas, em um cur- tirada ou a colocação do parasito no seu interior.
to período de tempo e a baixo custo. Entretanto, No frasco deve conter etiqueta com os dados da ave
esse procedimento deve ser feito de forma cautelosa hospedeira, data de coleta, procedência, nome do
dada a grande possibilidade de se encontrar conta- coletor e, quando possível, coordenadas. Etiqueta
minação acidental de parasitos. Durante o processo com apenas um número de campo dos hospedeiros
de taxidermia (principalmente) e ao longo de anos (anilha) no interior dos frascos também são úteis e
de uma pele em uma gaveta de museu aumentam a práticas, desde que sempre acompanhadas das pla-
possibilidade que ectoparasitos sejam misturados e nilhas com os dados gerais dos hospedeiros. Essas
mascararem os resultados, tanto qualitativo como informações devem ser inseridas a lápis no interior
quantitativo dos parasitos encontrados. do frasco contento os espécimes. Deve-se evitar o
Técnicas e procedimentos para esse fim fo- uso de canetas à base de álcool para marcar infor-
ram detalhadamente explorados por Mey (2002) mações do hospedeiro ao lado de fora dos frascos,
para os malófagos e por Gaud & Atyeo (1996) pois essas informações podem ser perdidas em la-

M. Arzua & M. P. Valim


14 Ornitologia e Conservação: Ciência Aplicada, Técnicas de Pesquisa e Levantamento

boratório quando a amostra, contendo álcool den- diretamente relacionados à ornitologia, tais como a
tro, for manuseada. biologia, ecologia, etologia, evolução, biogeografia
O material proveniente de peles de museu, já etc. envolvendo a relação ectoparasito/ave.
desidratado, pode ser levado ao laboratório seco
em frascos individualizados contendo apenas sua Agradecimentos
etiqueta com seus respectivos dados, não havendo
necessidade de líquido de preservação.
Ao Andrey José de Andrade (Dep. Parasitologia, ICB-
Quando possível, larvas e ninfas de carrapatos
UFMG, MG, Brasil) pela leitura crítica e contribuições na me-
ingurgitadas devem ser transportadas vivas para
lhoria da compreensão do texto desde os rascunhos iniciais
o laboratório. Devem ser colocadas imediatamen-
desse manuscrito.
te em estufa para BOD (“Biological Oxygen De-
mand”) com temperatura média de 25ºC e umida-
de relativa entre 85% e 90%. Espera-se que mudem Bibliografia
para ninfas e adultos, respectivamente. As ninfas AGARWAL, G. P.; SAXENA, A. K. & CHANDRA, S. 1983.
obtidas de larvas ingurgitadas devem ser alimen- Haematophagus behaviour of Menacanthus eurysternus
tadas em coelhos, de acordo com Pinter et al. (Mallophaga, Amblycera). Angewandte Parasitologie,
(2002). Os adultos obtidos a partir de ninfas in- 24: 55-59.
ARAGÃO, H. B. 1936. Ixodidas brasileiros e de alguns
gurgitadas são utilizados para a identificação das países limítrofes. Memórias do Instituto Oswaldo
formas imaturas coletadas nas aves. Apenas com es- Cruz, 31 (4): 759-843.
tes procedimentos adotados, futuras identificações ARZUA, M. 2007. Diversidade de carrapatos (Acari:
das espécies do gênero Amblyomma serão possíveis, Ixodidae) de remanescentes de Floresta Estacional
visto que não há literatura para identificação de es- Semidecidual e de Floresta Ombrófila Densa, no Estado
do Paraná. Tese (Doutorado), Universidade Federal do
tágios imaturos para a maioria das espécies desse Paraná, Curitiba.
gênero no Brasil. ARZUA, M.; BARROS, D. M.; LINARDI, P. M. &
BOTELHO, J. M. 1994. Noteworthy records of Ixodes
Considerações Finais auritulus Neumann, 1904 (Acari, Ixodida) on birds
from Paraná, Southern Brazil. Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz, 89: 129.
O conhecimento atual sobre a fauna de ar- ARZUA, M. & BARROS-BATTESTI, D. M. 1999.
trópodos ectoparasitos de aves é ainda incipiente Parasitism of Ixodes (Multidentatus) auritulus Neumann
quando comparado com a diversidade da avifauna (Acari: Ixodidae) on birds from the city of Curitiba,
brasileira. Embora os inquéritos faunísticos sejam State of Paraná, Southern Brazil Memórias do Instituto
os primeiros passos a serem tomados para melho- Oswaldo Cruz, 94 (5): 597-603.
ARZUA, M.; NAVARRO-SILVA, M. A.; FAMADAS,
raria desse conhecimento, ainda são raras essas K. M.; BEATI, L. & BARROS-BATTESTI, D. M.
publicações. As poucas informações publicadas 2003. Amblyomma aureolatum (Pallas, 1772) and
são limitadas no que diz respeito às informações Ixodes auritulus Neumann, 1904 (Acari: Ixodidae) on
apresentadas, visto que os parasitos não são em sua birds in Southern Brazil, with notes on their ecology.
maioria identificados adequadamente. Experimental and Applied Acarology, 31: 283-296.
ARZUA, M.; ONOFRIO, V. C. & BARROS-BATTESTI,
A primeira etapa para que os ectoparasitos se- D. M. 2005. Catalogue of the tick collection (Acari:
jam bem estudados é que eles sejam tecnicamente Ixodida) of the Museu de História Natural Capão da
bem coletados. Portanto, objetivamos estimular Imbuia, Curitiba, Paraná, Brazil. Revista Brasileira de
que esses ectoparasitos sejam amostrados de forma Zoologia, 22 (3): 623-632.
adequada, apresentando informações básicas aos ATYEO, W. T.; FACCINI, J. L. H. & GAUD, J. 1987. The
feather mite genus Ramphastobius Gaud (Avenzoariidae)
interessados em coletar esse material utilizando associated with neotropical Piciformes (Aves).
metodologias mais utilizadas para este fim. É su- Proceedings of Academy of Science of the Russia, 34:
gerido aqui, que todos aqueles que trabalham com 169-191.
coleta, captura e/ou taxidermia de aves tenham em ATYEO, W. T. & PÉREZ, T. M. 1988. Species in the genus
mente a grande lacuna ainda a ser preenchida neste Rhytidelasma gaud (acarina, pterolichidae) from the
green conure, Aratinga holochlora (Sclater) (Aves,
ramo da ornitologia. E que todo material colecio- Psittacidae). Systematic Parasitology, 11: 85-96.
nado, mesmo sem identificação, seja depositado BAKER, J. R. 1967. A review of the role played by the
em coleções científicas para que futuros estudos Hippoboscidae (Diptera) as vectors of endoparasites.
taxonômicos de cada grupo de parasitos possam ser Journal of Parasitology, 53(2): 412-418.
realizados. BARROS-BATTESTI, D. M. & KNYSAK, I. 1999.
Catalogue of the Brazilian Ixodes (Acari: Ixodidae)
Quando do conhecimento das espécies que material in the mite collection of the Instituto Butantan,
realmente ocorrem nas aves do Brasil, futuros es- São Paulo, Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, 41(3):
tudos poderão ser desenvolvidos em vários ramos 49-57.

M. Arzua & M. P. Valim


Bases para o estudo qualitativo e quantitativo de ectoparasitos em aves 15

BARROS-BATTESTI, D. M.; ARZUA, M.; PICHORIM, (Insecta: Phthiraptera). Journal of Parasitology, 87(6):
M. & KEIRANS, J. E. 2003. Ixodes (Multidentatus) 1291-1300.
paranaensis n. sp. (Acari: Ixodidae) a parasite of COOLEY, R. A. & KOHLS, G. M. 1945. The Genus Ixodes
Streptoprocne biscutata (Sclater 1865) (Apodidae) birds in North America. National Institute Health Bulletin,
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