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Noções da

Lei Geral de Proteção


de Dados Pessoais
(LGPD)
Prof. Rubens Coutinho Jr
SÍNTESE DA HISTÓRIA DA PROTEÇÃO DOS
DADOS PESSOAIS
• A Carta dos Direitos Fundamentais da UE estabelece que
todos os cidadãos da UE têm direito à proteção dos seus
dados pessoais.

• O pacote de medidas sobre proteção de dados, adotado em


maio de 2016, teve por objetivo preparar a Europa para a era
digital. Mais de 90% dos europeus queriam o mesmo nível de
proteção dos dados pessoais em
toda a UE, independentemente do
lugar onde os dados são tratados.
LEI Nº 13.709/2018
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais brasileira
(LGPD) se preocupa e versa apenas e tão somente sobre o
tratamento de dados pessoais (da pessoa jurídica).
Esta atinge diretamente dados de pessoa jurídica,
documentos sigilosos ou confidenciais, segredos de negócio,
planos estratégicos, algoritmos, fórmulas, softwares, patentes,
entre outros documentos ou informações que não sejam
relacionadas a pessoa natural identificada ou identificável.
PROTEÇÃO DE DADOS NA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL
• CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: art. 5º,
• X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
• XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados
e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses
e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal;
• LXXIX - É assegurado, nos termos da lei, o direito à
proteção de dados pessoais, inclusive nos meios digitais.
(EC. Nº 115)
FUNDAMENTOS DA LGPD

As normas introduzidas pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais


(LGPD) são reguladas expressamente pelos seguintes fundamentos:
• I – o respeito à privacidade;
• II - a autodeterminação informativa;
• III – a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de
opinião;
• IV – a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
• V – o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
• VI – a livre-iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor;
• VII – os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a
dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.
FUNDAMENTOS DA LGPD

As normas introduzidas pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais


(LGPD) são reguladas expressamente pelos seguintes fundamentos:
• I – o respeito à privacidade;
• II - a autodeterminação informativa;
• III – a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de
opinião;
• IV – a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
• V – o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
• VI – a livre-iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor;
• VII – os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a
dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.
PRINCÍPIOS DA LGPD

I – FINALIDADE: realização do tratamento para propósitos


legítimos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem
possibilidade de tratamento posterior de forma incompatível com
essas finalidades;
II – ADEQUAÇÃO: compatibilidade do tratamento com as
finalidades informadas ao titular, de acordo com o contexto do
tratamento;
PRINCÍPIOS DA LGPD
III – NECESSIDADE: limitação do tratamento ao mínimo
necessário para a realização de suas finalidades, com
abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não
excessivos em relação às finalidades do tratamento de dados;
IV – LIVRE ACESSO: garantia, aos titulares, de consulta
facilitada e gratuita sobre a forma e a duração do tratamento,
bem como sobre a integralidade de seus dados pessoais;
PRINCÍPIOS DA LGPD
V – QUALIDADE DOS DADOS: garantia, aos titulares, de
exatidão, clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo
com a necessidade e para o cumprimento da finalidade de seu
tratamento;
VI – TRANSPARÊNCIA: garantia, aos titulares, de informações
claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do
tratamento e os respectivos agentes de tratamento, observados
os segredos comercial e industrial;
PRINCÍPIOS DA LGPD

VII – SEGURANÇA: utilização de medidas técnicas e


administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos
não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de
destruição, perda, alteração, comunicação ou difusão;
VIII – PREVENÇÃO: adoção de medidas para prevenir a
ocorrência de danos em virtude do tratamento de dados
pessoais;
IX – NÃO DISCRIMINAÇÃO: impossibilidade de realização do
tratamento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
PRINCÍPIOS DA LGPD
IX – NÃO DISCRIMINAÇÃO: impossibilidade de realização do
tratamento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
X – RESPONSABILIZAÇÃO E PRESTAÇÃO DE
CONTAS: demonstração, pelo agente, da adoção de medidas
eficazes e capazes de comprovar a observância e o
cumprimento das normas de proteção de dados pessoais, e,
inclusive, a eficácia dessas medidas.
REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE
DADOS
• mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
• para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;
• pela administração pública, para o tratamento e uso compartilhado de
dados necessários à execução de políticas públicas previstas em leis e
regulamentos ou respaldadas em contratos, convênios ou instrumentos
congêneres, observadas as disposições do Capítulo IV desta Lei;
• para a realização de estudos por órgão de pesquisa – garantida, sempre
que possível, a anonimização dos dados pessoais;
• quando necessário para a execução de contrato ou de procedimentos
preliminares relacionados a contrato do qual seja parte o titular, a pedido
do titular dos dados;
REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE
DADOS
• para o exercício regular de direitos em processo judicial, administrativo
ou arbitral,
• para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de
terceiro;
• para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado
por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária;
• quando necessário para atender aos interesses legítimos do
controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem direitos e
liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos dados
pessoais; ou
• para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na legislação
pertinente.
DIREITOS
• O titular da informação tem direito ao acesso facilitado às informações
sobre o tratamento de seus dados. Essas informações deverão ser
disponibilizadas de forma clara e adequada, e precisam esclarecer
pontos como a finalidade do tratamento, a identificação do controlador,
as responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamento e os
direitos da pessoa interessada.
• O titular dos dados pessoais também tem direito a obter do controlador
informações como a confirmação da existência do tratamento; o
acesso aos dados; a correção de dados incompletos, inexatos ou
desatualizados; a eliminação dos dados pessoais tratados com o
consentimento do titular; entre outros.
TRATAMENTO DE DADOS PELO PODER
PÚBLICO

O tratamento de dados pessoais


pelas pessoas jurídicas de direito público
deverá ser realizado para o atendimento
de sua finalidade pública e na busca do
interesse público.
TRATAMENTO DE DADOS PELO PODER
PÚBLICO

É VEDADO ao Poder Público transferir à


entidades privadas dados pessoais constantes de
bases de dados a que tenha acesso – EXCETO EM
ALGUMAS HIPÓTESES:
TRATAMENTO DE DADOS PELO PODER
PÚBLICO
• Em casos de execução descentralizada de atividade pública
que exija a transferência;
• nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente;
• quando houver previsão legal ou a transferência for
respaldada em contratos, convênios ou instrumentos
congêneres;
• Quando a transferência dos dados objetivar exclusivamente
a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e
resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados.
AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS

A ANPD, órgão vinculado à Presidência da República, é


responsável:
• por elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de Dados
Pessoais e da Privacidade;
• fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de dados realizado
em descumprimento à legislação; promover na população o
conhecimento das normas e das políticas públicas sobre proteção de
dados pessoais e das medidas de segurança;
• promover ações de cooperação com autoridades
de proteção de dados pessoais de outros
países, de natureza internacional ou transnacional.
CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE
DADOS PESSOAIS E DA PRIVACIDADE

O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e


da Privacidade é um órgão consultivo, cujas atribuições
envolvem a proposição de diretrizes estratégicas para a
elaboração da Política Nacional de Proteção de Dados
Pessoais e da Privacidade, a confecção de relatórios anuais de
avaliação da política nacional e a realização de debates e
audiências públicas sobre a proteção de dados pessoais.
REFERÊNCIAS
• BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
• BARZOTTO, Luciane Cardoso. LGPD e desafios recentes da
negociação coletiva no Brasil. Revista LTr: legislação do trabalho, São
Paulo, v. 85, n. 6, p. 733-742, jun. 2021.
• CALEGARI, Luiz Fernando. A influência da LGPD nas relações de
trabalho: a necessidade de as empresas se adequarem à nova
legislação. Revista Síntese: Trabalhista e Previdenciária, São Paulo, v.
31, n. 375, p. 21-24, set. 2020.

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