Aula 5 Ecai07 Medicao Temp

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Medição de Temperatura

ECAi07 - Automação de Sistemas Industriais

UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá


Campus Itabira

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação 1/1


Conceitos Preliminares

Termometria: estudo dos processos de medição de temperatura dos


corpos.
Pirometria: medição de altas temperaturas, na faixa na qual os efeitos
de radiação térmica passam a se manifestar.
Criometria: medição de baixas temperaturas, ou seja, aquelas próximas
ao zero absoluto.

Termologia: ramo da fı́sica que investiga os fenômenos relacionados


especificamente com a energia térmica.
Calorimetria: é a parte da fı́sica que estuda as trocas de energia entre
corpos quando elas se dão na forma de calor. É uma ramificação da
termologia.

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Conceitos Preliminares 2/1


Conceitos Preliminares
Calor: é a energia associada à atividade molecular de uma substância.
Energia (térmica) que flui de um corpo para outro em virtude da dife-
rença de temperatura entre eles. Pode ser adicionado ou removido de
uma substância. É medido em calorias ou joules.

Temperatura: é a medida da quantidade de calor.


Quanto maior o grau de agitação molecular de uma dada substância,
maior a quantidade de calor e maior a temperatura desta substância.
A relação entre a quantidade de calor (Q), que um corpo recebe ou
cede, e sua temperatura (T ) é dada pela equação fundamental da ca-
lorimetria:
∆Q - variação da quantidade de calor (J);
m - massa da substância (kg);
∆Q = m × c × ∆T c - calor especı́fico da substância (J/kg.K);
∆T - variação da temperatura (K).
ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Conceitos Preliminares 3/1
Conceitos Preliminares

O calor pode ser transferido por:


Condução: o calor passa de molécula a molécula, aquecendo toda(s)
a(s) estrutura(s) envolvida(s) quando há contato fı́sico direto.
Convecção: mecanismo de transferência de energia (calor) entre uma
superfı́cie sólida e um lı́quido ou gás. As massas desses fluidos se movi-
mentam, massas quentes sobem e massas frias descem. Este movimento
das massas dos fluidos chama-se Corrente de Convecção. São estas cor-
rentes que promovem a troca térmica.
Radiação: o calor flui de um corpo de alta temperatura para um de
baixa, quando os mesmos estão separados no espaço, ainda que exista o
vácuo entre eles. O calor é trocado por meio de ondas eletromagnéticas.

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Conceitos Preliminares 4/1


Conceitos Preliminares

Unidades para medição de temperatura:

Conversão de para Equação


grau Celsius grau Fahrenheit oF =o C · 1, 8 + 32
grau Fahrenheit grau Celsius o C = (o F − 32)/1, 8

grau Celsius kelvin K =o C + 273, 15


kelvin grau Celsius o C = K − 273, 15

grau Celsius rankine R = (o C + 273, 15) · 1, 8


rankine grau Celsius o C = R/1, 8 − 273, 15

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Conceitos Preliminares 5/1


Termômetros Bimetálicos

Termômetros Bimetálicos
São constituı́dos por duas tiras de metal com coeficientes de dilatação di-
ferentes fortemente fixadas. Quando aquecidas, uma tira se expandirá mais
que a outra, causando uma deformação no conjunto, que pode ser usada
tanto como detector do tipo on-off (i.e. termostatos) quanto em indicar a
temperatura sobre uma escala.

L = L0 · (1 + α∆T )

L - comprimento final à temperatura T (m);


L0 - comprimento a temperatura T0 (m);
α - coeficiente de dilatação linear (o C −1 );
∆T - variação da temperatura T − T0 (o C).

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Expansão Térmica 6/1


Termômetros Bimetálicos

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Termômetros Bimetálicos

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Termômetros Bimetálicos

Vantagens: Desvantagens:
baixo custo; baixa exatidão (±1%);
simplicidade de funcionamento e não linearidade de indicação;
robustez construtiva;
grande histerese;
facilidade de instalação e de ma-
presença de peças moveis que se
nutenção;
desgastam;
largas faixas de medição;
fácil perda de calibração
não exige equipamento adicional
ou fonte externa de energia;
possibilidade de ser usado com os
mecanismos de transmissão. (!)

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Termômetros de Dilatação de Lı́quidos

Termômetros de Dilatação de Lı́quidos


São instrumentos muito conhecidos devido à sua larga gama de aplicações.
Os fluı́dos usados, que pode ser mercúrio ou álcool colorido, fica contido em
um bulbo e um tubo capilar. Assim que a temperatura aumenta, o fluı́do
expande ao longo do tubo capilar e o nı́vel resultante é medido em uma
escala.

O tamanho do reservatório depende da sensibilidade desejada, ele é


soldado a um tubo capilar de seção mais uniforme possı́vel, fechado na
parte superior;
O reservatório e parte do capilar são preenchidos por um lı́quido;
Na parte superior do capilar existe um alargamento que protege o
termômetro no caso da temperatura ultrapassar seu limite máximo.
Os lı́quidos mais usados são: mercúrio, tolueno, álcool e acetona.
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Termômetros de Dilatação de Lı́quidos

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Termômetros de Dilatação de Lı́quidos

Lı́quido Ponto de Soli- Ponto de Faixa de Uti-


dificação (o C) Ebulição (o C) lização (o C)
Mercúrio -39 357 -38 a 550
Álcool Etı́lico -115 78 -100 a 70
Tolueno -92 110 -80 a 100
Acetona -95 567 -80 a 50

Obs.: A pressão de enchimento do termômetro é de cerca de 50atm, o que


justifica a faixa de utilização ultrapassar os limites do ponto de ebulição dos
lı́quidos.

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Termômetros de Dilatação de Lı́quidos

Os termômetros de lı́quidos com bulbo de vidro podem ser empregados


em/quando:
Compartimentos cobertos ou fechados e nos quais a leitura da tempe-
ratura é no próprio local
quando forem toleradas exatidões de até 1% de escala (podendo al-
cançar ±0, 15% no caso de instrumentos industriais);
quando as respostas podem ser lentas.

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Termômetros de Dilatação de Gás/Vapor

Termômetros de Dilatação de Gás/Vapor


São fisicamente idêntico ao termômetro de dilatação de lı́quido, consta de
um bulbo, elemento de medição e capilar de ligação entre estes dois ele-
mentos. Com a variação de temperatura o gás ou vapor varia sua pressão.

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Termistores

Termistores (Thermal Sensitive Resistor )


São semicondutores cerâmicos que têm sua resistência alterada como
efeito direto da temperatura. Esses dispositivos são formados pela mistura
de óxidos metálicos prensados e sintetizados em diversas formas ou em
filmes finos, podendo ser encapsulados em vidro (herméticos para maior
estabilidade) ou em epóxi

Alta resistividade possibilitando a construção de elementos da massa diminuta;


Elevado coeficiente de variação de resistência possibilitando a construção de
termômetros com faixa de utilização bastante estreita (o coeficiente de variação
de resistência dos termistores alcança normalmente 8 a 10 vezes o valor dos metais
comuns);
Grande robustez e durabilidade (ilimitada);
Os termistores mais comuns são os que possuem coeficiente negativo de temperatura
(NTC), embora existam termistores (PTC).

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Termistores

Existem dois tipos de termômetros de resistência:


Coeficiente de temperatura negativo (NTC): a resistência diminui com
o aumento da temperatura.
Coeficiente de temperatura positivo (PTC): a resistência aumenta com
o aumento da temperatura.

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Termistores

Os termistores do tipo PTC podem ser usados em dois modos de operação:


autoaquecimento (self-heated) e modo sensor ou de dissipação zero.
Aplicações que utilizam o modo de autoaquecimento exploram o fato
de o PTC ser um resistor e, portanto, apresentar uma dissipação de
calor ao se fazer passar uma corrente pelo mesmo. Ao atingir a tempe-
ratura de transição a resistência aumenta significativamente, fazendo
com que a corrente diminua.
No modo sensor ou de dissipação zero, o efeito de aquecimento do
termistor é muito pequeno e desconsiderável. Nesse caso, utiliza-se a
curva de resistência × temperatura do PTC.

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Termistores

Os NTC são os termistores mais comuns para medidas de tempera-


tura, mas também podem ser empregados com base no seu autoaque-
cimento.
Quando funcionam como um medidor de temperatura a resistência de
um termistor NTC pode ser descrita aproximadamente por uma expo-
nencial. Esta aproximação é válida para uma faixa de aproximadamente
50o C

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Termistores
Os NTC são os termistores mais comuns para medidas de tempera-
tura, mas também podem ser empregados com base no seu autoaque-
cimento.
Quando funcionam como um medidor de temperatura a resistência de
um termistor NTC pode ser descrita aproximadamente por uma expo-
nencial. Esta aproximação é válida para uma faixa de aproximadamente
50o C
1 1
!
β −
RT = R0 e T T0
na qual
β - coeficiente de temperatura do termistor NTC;
RT - resistência do termistor NTC;
T - temperatura medida (K);
T0 - temperatura de referência (e.g., 25o C) (K);
R0 - resistência do termistor PTC na temperatura de referência T0
(e.g., 25o C).
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Termistores
Modelos mais sofisticado podem ser utilizados para melhorar as estimativas
de temperatura e aumentar a faixa de atuação do transdutor. O modelo
empı́rico de três parâmetros, com base na equação de Steinhart-Hart, por
exemplo, leva o erro para ±0, 01o C numa faixa dinâmica de 100o C:

B C
!
A+ +
RT = R0 · e T T2

O modelo de quatro parâmetros leva a erros para 0, 000115o C na faixa de


0 a 100o C.
B C D
!
A+ + +
RT = R0 · e T2 T2 T3

Este cuidado todo com a qualidade da medida, entretanto, exige recali-


brações toda vez que o transdutor for trocado, pois normalmente os valores
de β variam muito de transdutor para transdutor.
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Termistores - Aplicações

Algumas aplicações dos PTCs:


Fusı́veis ressetáveis: a alta sensibilidade do PTC (tipo chave) acima da temperatura
de transição possibilita que o mesmo seja utilizado como dispositivo de proteção.
Um circuito pode ser projetado para que abaixo de uma corrente de limiar a potência
dissipada no resistor não seja suficiente para atingir a temperatura de transição. No
entanto, se ocorrer uma sobrecorrente o termistor atinge a temperatura de transição
e a resistência aumenta consideravelmente limitando a corrente.
Partida suave de motores: inicialmente o PTC encontra-se a temperatura ambi-
ente (quando não há fluxo de corrente) e com uma resistência baixa. Ao iniciar
a operação, com a aplicação de uma tensão surge uma corrente elevada. À me-
dida que o PTC vai aquecendo essa corrente vai diminuindo até atingir um valor de
regime. Esse mesmo procedimento é utilizado em outras aplicações similares.
Sensores de fluxo: o PTC pode ser utilizado como elemento de aquecimento man-
tido a uma temperatura constante em meio a um fluido como ar ou lı́quido. À
medida que o fluxo desses fluidos varia, a resistência do PTC também varia. Por
meio de um circuito de compensação e medida pode-se fazer o monitoramento da
potência, que está relacionada com o fluxo.

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Variação de Resistência 21 / 1


Termistores - Aplicações
Uma aplicação não convencional (no entanto comum) dos termistores do
tipo NTC se dá em fontes chaveadas:
Fontes chaveadas utilizam capacitores de valor relativamente elevados, no instante
em que ela é ligada, devido ao pico de corrente, não é incomum que esses elementos
sejam danificados;
O NTC é colocado na entrada desses componentes, uma vez que à temperatura
ambiente sua resistência é elevada. Conforme o circuito vai se estabilizando, devido
a própria corrente de circulação (geralmente da ordem de alguns A), o NTC esquenta
e abaixa sua resistência;
Os valores desses NTCs são muito mais baixos que os utilizados como sensores (para
que não haja consumo de potência).

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Variação de Resistência 22 / 1


Termistores
Os termistores abrangem uma faixa de medição usualmente entre −80 e
700o C. Como vantagens os termistores apresentam:
Possuem alta sensibilidade (10000 a 1000 Ω - 25 a 100 o C);
Robustez e Baixo custo;
Pequena inércia térmica;
Tempo de resposta rápido, sem necessidade de compensação dinâmica;
Boa precisão, dependendo da curva de calibração implementada, pode-
se alcançar ±0, 01o C.
Como desvantagens:
São fortemente não lineares;
Necessita de mecanismos de linearização: implementação de curvas de
calibração ou circuitos de linearização (resistência em paralelo);
Sua precisão depende dos mecanismos de linearização implementados.
ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Variação de Resistência 23 / 1
Termômetros Metálicos
Termômetros Metálicos
Os termômetros resistivos ou RTDs (Resistence Temperature Detectors)
consistem de uma bobina de um fio condutor ou filme metálico, possuindo
uma resistência que aumenta com a temperatura. São, também, muito co-
nhecidos pela sua excelente precisão sobre uma larga faixa de temperatura
com exatidão da ordem de 0, 01Ω (0, 026o C) a 0o C. São também extre-
mamente estáveis com derivas menores que 0, 1o C/ano, podendo chegar a
0, 0025o C/ano em alguns modelos.

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Variação de Resistência 24 / 1


Termômetros Metálicos

Podemos definir a variação da re-


sistência do metal em função da va-
riação de temperatura

R = R0 (1 + α(T − T0 ))

na qual
R é a resistência a temperatura T ;
R0 é a resistência a temperatura T0 ;
α é o coeficiente de temperatura do
material.
Entre os materiais mais utilizados
estão o Cobre, o Nı́quel, a Platina e o
Tungstênio.

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Variação de Resistência 25 / 1


Termômetros Metálicos

Para maior exatidão, a equação de um RTD pode ser aproximada por um


polinômio de maior grau em função da temperatura. Esta equação é conhe-
cida como Equação de Callendar-Van Dusen e demonstra que os RTDs
são mais lineares que os termopares. É mais usual em laboratórios de cer-
tificação.

A equação mais usual para cálculos computacionais é a definida pelas normas


IEC/DIN (IEC 751):

RT (T ) = R0 1 + AT + BT 2 + C(T − 100o C)T 3


 

com C = 0 para T > 0o C, RT é a resistência à temperatura final T , R0 é


a resistência a temperatura T0 , T é a temperatura medida.

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Termômetros Metálicos
Os valores dos coeficientes A, B e C são tabelados conforme padrões in-
ternacionais, os coeficientes para a platina são:

Padrão α a 0o C (o C −1 ) A B C
DIN 43760 0, 003850 3, 9080 × 10−3 −5, 8019 × 10−7 −4, 2735 × 10−12
American 0, 003911 3, 9692 × 10−3 −5, 8945 × 10−7 −4, 2325 × 10−12
ITS-90 0, 003926 3, 9848 × 10−3 −5, 8700 × 10−7 −4, 0000 × 10−12

A platina é o melhor metal para construção de RTDs por três motivos:


Sua relação resistência/temperatura, dentro de uma faixa de tempera-
tura, é bastante linear
Essa faixa é muito repetitiva;
Sua faixa de linearidade é a maior entre os metais.
Empregando-se a expressão do termo resistor e o coeficiente da norma
DIN/IEC 751, pôde-se construir a tabela apresentada a seguir para con-
sulta rápida de resistência e temperatura em um Pt100.
ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Variação de Resistência 27 / 1
Termômetros Metálicos

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Variação de Resistência 28 / 1


Termômetros Metálicos
O RTD é constituı́do de um fio muito fino, enrolado sobre um suporte
isolante que pode ser de mica, vidro ou cerâmica. Este conjunto é
isolado e encapsulado em vidro ou cerâmica, tornando a resistência
isolada eletricamente do meio ambiente, e inserido em uma bainha
metálica.
Há também RTDs construı́dos a base de substratos de cerâmica com
deposição de um filme fino de platina.

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Variação de Resistência 29 / 1


Termômetros Metálicos

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Variação de Resistência 30 / 1


Termômetros Metálicos
Como vantagens os RTDs apresentam:
Alta exatidão, provavelmente a medição de temperatura através da platina é a mais
precisa em todo o campo da instrumentação;
Não apresenta polaridade;
Capaz de medir largura de faixa estreita de até 5o C;
Mantém-se estável, precisa e calibrada durante muitos anos.
Como desvantagens:
Os bulbos (encapsulamento) dos RTDs são maiores;
O tempo de resposta é elevado, necessitando muitas vezes de compensação
dinâmica;
Devido a necessidade de se ter uma corrente elétrica circulando no RTD para se obter
a transdução; temperatura/tensão, o RTD pode apresentar um auto aquecimento
gerando erro na medição de temperatura;
Na busca de minimizar o aquecimento, limita-se a corrente no RTD em no máximo
1 mA, o que proporciona d.d.p muito baixas;
Um dos problemas relacionados a RTDs diz respeito às resistências dos cabos e
contatos. Elas podem ser importantes fontes de erro, se somadas à resistência do
sensor.
ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Variação de Resistência 31 / 1
Termopares

Efeito Termoelétrico ou Seebeck: em 1822, o fı́sico Thomas Johann Seebeck


descobriu (acidentalmente) que a junção de dois metais gera uma tensão elétrica
que é função da diferença de temperatura entre junções.
Em sua experiência, Seebeck utilizou uma lâmina de antimônio (A) e outra de
Bismuto (B), e como detetor da corrente utilizou uma bússola sensı́vel ao campo
magnético criado por essa.

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 32 / 1


Termopares
Lei dos Metais Intermediários: a FEM de um termopar não será
afetada se em qualquer ponto de seu circuito for inserido um metal
qualquer, diferente do já existente, desde que as novas junções sejam
mantidas a temperaturas iguais.
Logo, pode-se inserir um instrumento de medição para medir a FEM
(voltı́metro) com seus fios de ligação em qualquer ponto do circuito
termoelétrico sem alterar a FEM original.

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 33 / 1


Termopares
A lei das temperaturas sucessivas (ou intermediárias) estabelece que, se dois
metais homogêneos diferentes A e B, produzem uma F EM = E1 quando suas
extremidades (juntas), estão submetidas as temperaturas T1 e T2 , e uma F EM =
E2 , quando as juntas estão submetidas as temperaturas T2 e T3 , a F EM = E3
produzida, pelo mesmo termopar, quando as extremidades estão as temperaturas
T1 e T3 será igual a soma de E1 e E2 .

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 34 / 1


Termopares

Pode-se colocar temperatura da junta de referência em qualquer va-


lor conveniente, determinando-se a temperatura da junta de medida
por simples diferença, baseando-se em uma tabela relacionada a uma
temperatura padrão, por exemplo 0o C, 20o C.

Atualmente, existem tabelas normalizadas que indicam a tensão produ-


zida por cada tipo de termopar e para todos os valores de temperatura
suportados por eles, por exemplo, o termopar tipo K com uma tempe-
ratura de 300o C irá produzir 12, 2mV .

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 35 / 1


Termopares

Tipo Elemento Elemento Spam (o C) Fundo de Incerteza


Positivo Negativo Escala (% do FE)
(mV )
B Pt-Rh(30%) Pt-Rh(6%) 38 a 1800 13,6 ±0,50%
C W-Rh (5%) W-Rh(26%) 0 a 2300 37,0 ±1,0%
E Cromel Constantã 0 a 982 75,0 ±0,50%
J Ferro Constantã 184 a 760 43,0 ±0,75%
K Cromel Alumel -184 a 1260 56,0 ±0,75%
N Nicrosil Nisil -270 a 1300 51,8 ±0,75%
R Pt-Rh(13%) Pt 0 a 1593 18,7 ±0,25%
S Pt-Rh(10%) Pt 0 1538 16,0 ±0,25%
T Cu Constantã -184 a 400 26,0 ±0,75%

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 36 / 1


Termopares

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 37 / 1


Termopares
Tipo Aplicação
B Mesma que os tipos R e S, porém menos suscetı́vel a desvios e erros devido a sua
dilatação térmica em altas temperaturas.
C Pode ser utilizado em temperaturas acima de 2000o C. Porém, seu uso é restrito a
atmosferas inertes, vácuo e hidrogênio.
E Recomendado para atmosferas oxidantes ou inertes inferiores a 0o C. Possui alta
sensibilidade, com a maior saı́da em mV.
J De baixo custo e indicados para atmosferas inertes, ou redutoras, e vácuo (até
760o C). Devem ser utilizados com tubo de proteção, pois contém ferro e, logo,
não são indicados para ambientes oxidantes. Utilizados, têmperas, fornos elétricos
abertos e processos de recozimento.
K Recomendado para atmosferas oxidantes ou neutras. Não recomendado para at-
mosferas redutoras. Muito utilizado acima de 530o C. Sujeito a falha na presença
de enxofre. Utilizados em, fornos, tratamentos térmicos, fundição, etc.
N Candidato a substituir o tipo K. Possui boa resistência a oxidação em altas tempe-
raturas, acima de 1000o C, como também na presença de enxofre.
ReS Recomendados para altas temperaturas (acima de 1200o C). Porém devem ser
utilizados com um isolamento mineral (proteção) não metálico. Pode apresentar
desvios e falhas mecânicas em altas temperaturas devido sua dilatação metálica
T Recomendado para todos os tipos de atmosferas, oxidante, redutora, inerte ou
vácuo, sendo muito resistente a corrosão.

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 38 / 1


Termopares
As tensões de saı́da de termopar são altamente não-lineares. O coeficiente de
Seebeck pode variar de um fator de três ou mais além da margem de temperatura
que alguns termopares trabalham.
Deve-se ou aproximar a curva tensão-versus-temperatura do termopar usando
polinômios, ou usar uma tabela de consulta.
Os polinômios são da seguinte forma:

T (V ) = a0 + a1 V + ax2V + · · · + an V n

na qual V é a tensão do termopar em volts,


T é a temperatura em graus Celsius, e a0 até
an são coeficientes especı́ficos para cada tipo
de termopar truncados na ordem n.

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 39 / 1


Termopares
As tabelas de termopares e os coeficientes das funções T(V) por faixa de
linearização podem ser encontradas na base de dados NIST baseado na
ITS-90:
http://srdata.nist.gov/its90/useofdatabase/use_of_database.
html

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 40 / 1


Associação de Termopares

Associação Série
É utilizada quando se deseja ampliar o sinal elétrico gerado pelo termopar.
A tensão elétrica medida pelo instrumento será multiplicado pelo número
de termopares. Utilizada quando se deseja ampliar o sinal elétrico gerado
pelo termopar

n
X
F EMT otal = F EMn
1

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 41 / 1


Associação de Termopares
Associação Paralelo
Ligando dois ou mais termopares em paralelo a um mesmo instrumento, o
valor registrado por este corresponderá à média das FEMs geradas. Usada
para medir a temperatura média ao longo de um grande duto, em grandes
fornos ou equipamentos onde a medida pontual não é significativa.

n
1X
F EMT otal = F EMn
n
1

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 42 / 1


Compensação de Junta Fria

Frequentemente o instrumento de medida e o termopar estão afastados;


A ligação de cabos de cobre até o medidor introduz novas juntas no
sistema, adicionando erros se houver diferença de temperatura;
Os terminais do termopar poderão ser conectados a uma espécie de
cabeçote, e a partir desse cabeçote são adaptados fios de compensação
(praticamente com as mesmas caracterı́sticas dos fios do termopar,
porém mais baratos) até o instrumento.

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 43 / 1


Compensação de Junta Fria
Banho de Gelo
Uma solução (trabalhosa) é a colocação da junta de referência em um banho de gelo.
Facilmente se obtém uma boa precisão, mas é necessário manutenção frequente do banho,
o que acarreta alto custo e, em algumas situações práticas, torna-se inviável.

Como as junções nos bornes do voltı́metro são ambas de cobre (Cu), a medição realizada
pelo voltı́metro é proporcional à diferença de temperatura entre as junções J1 e J2 (de
referência).
ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 44 / 1
Compensação de Junta Fria

Assim:
V = V1 − V2 ≈ α(tJ1 − tJ2 ).
Como na junção de referência a temperatura é zero (indicativo da importância da manu-
tenção do banho de gelo),

V = V1 − V2 ≈ α(tJ1 − 0) = α × tJ1 .

A temperatura em J2 é zero e assim a tensão nessa junta. Adicionando a tensão da


junção de referência, obtemos V referenciado a 0o C. Cabe observar que, em função
da precisão, esse método é utilizado pelo National Institute of Standard and Technology
(NIST - USA, como ponto de referência para suas tabelas padrão dos termopares.

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 45 / 1


Compensação de Junta Fria

Atualmente, os instrumentos modernos utilizam um sensor auxiliar de


temperatura (termoresistência, termistor ou circuito integrado) que
mede continuamente a temperatura da junção de referência sobre um
bloco equalizador e suas variações.
O sinal que chega do sensor auxiliar correspondente à diferença de
temperatura ambiente para a temperatura de 0o C (temperatura de
referência utilizada para a tabela ITS-90).

ECAi08 - Medidas Elétricas e Instrumentação Efeito Termoelétrico 46 / 1


Compensação de Junta Fria

Exemplo de compensação por software


Um termopar do tipo K fornece uma tensão de 4,096 mV referente à
temperatura de um forno. Sabendo que a temperatura ambiente é de
25o C, determine a temperatura real do forno.

Tmedida = Tjunta quente − Tjunta f ria

Tjuntaf ria em 25o C = 1mV (da tabela)


Tjunta quente = Tmedida + Tjunta f ria
Tjunta quente = 5, 096mV .
Da tabela, novamente, podemos concluir que
Tjunta quente = Tf orno e Tf orno = 124o C.

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Compensação Eletrônica
Existem circuitos que medem a temperatura ambiente e fornecem a compensação de
tensão para alguns termopares especı́ficos. Por exemplo, o LT1025 (da National Semi-
conductors) trabalha com os tipos E, J, K, R, S e T. O AD594/AD595 da Analog Devices
é um amplificador de instrumentação e compensador de junta fria. Os AD596/AD597 são
controladores que incluem o amplificador e compensação de junta fria para os termopares
J e K.

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Compensação Eletrônica - TMP45

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Compensação Eletrônica - AD594/595

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Termopares

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Termômetros de radiação e ópticos

Os termômetros de radiação utilizam a energia emitida por um corpo


para inferir o valor da temperatura. Não é necessário o contato direto
com o corpo cuja temperatura se deseja determinar, sendo que este
pode estar parado ou em movimento.
Não há praticamente limite superior para a temperatura que pode ser
medida. Instrumentos têm sido fabricados normalmente com faixas de
medição que se estendem até 3500o C.
Suas principais aplicações se encontrem na medição de temperaturas
altas, o limite inferior prático se encontra em torno de 30o C.

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Termômetros de radiação e ópticos

Os instrumentos que utilizam os princı́pios da radiação para medição


de temperatura se classificam em dois grupos:
1 Pirômetros de radiação, em que a radiação sensibiliza um elemento
cuja saı́da, por sua vez, é medida por métodos usuais.
2 Pirômetros ópticos, em que a luminosidade emitida pelo corpo é
comparada com a emitida por um corpo padrão, que pode ser ajustada
pelo operador.
O primeiro grupo trabalha na região do infravermelho, enquanto o
segundo, trabalha na faixa de luz visı́vel.

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Termômetros de radiação e ópticos

Radiação é a emissão de ondas eletromagnéticas da superfı́cie de um


corpo que não esteja a zero kelvin (zero absoluto). Dependendo do
comprimento de onda dessa radiação, ela pode ser visı́vel ao olho;
É comum falar de radiação como composta por fótons, partı́culas que
trafegam de um corpo emissor a um ponto onde podem ser absorvidas,
refletidas ou transmitidas. A transmissão só é possı́vel se o corpo não
for opaco.
Dois princı́pios importantes de radiação são:
A radiação emitida por um corpo é proporcional à quarta potência de
sua temperatura absoluta;
A energia emitida por unidade de área e por unidade de tempo, chamada
intensidade de radiação, é uma medida da radiação total. Contudo,
a energia emitida encontra-se distribuı́da por uma faixa de valores de
comprimento de onda.

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Termômetros de radiação e ópticos

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Termômetros de radiação e ópticos

O princı́pio de medição dos detectores de radiação consiste em focalizar


a radiação emitida por um corpo (cuja temperatura se deseja medir)
sobre um detector.
Esse detector é construı́do para ter caracterı́sticas de um corpo negro,
ou seja, deve absorver, idealmente, toda a radiação incidente. Sua
temperatura aumentará em função da radiação recebida, que é emitida
pelo corpo cuja temperatura se deseja estimar, e será indicada por
algum sensor, como um termopar ou um termistor.

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Pirômetro de Radiação

O pirômetro de radiação utiliza semicondutores detectores de fótons,


sensı́veis ao comprimento de onda do espectro de radiação infraverme-
lho. São adequados para as medições de temperatura com alta veloci-
dade de resposta (10ms) e para instalações que impedem o emprego
de outros tipos de medidores.
De uma maneira geral, este sistema se baseia no princı́pio de que a
radiação emitida por um corpo quente passa a ser concentrada por
meio de uma lente, sensibilizando um elemento detector que converte
esta energia em um sinal elétrico.

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Pirômetro de Radiação

As faixas de medição estão entre 35 até 1800o C, sendo o tamanho


mı́nimo do alvo de 1, 5cm2 a uma distância de 20cm. A escolha ade-
quada do detetor, dos filtros de infravermelho e dos acessórios define a
medição confiável em condições de aplicação muito severas e difı́ceis.
Uma relação tı́pica distância/área é 6:1.

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Pirômetro Óptico

Enquanto os pirômetros de radiação trabalham na faixa de luz infravermelha, os


pirômetros ópticos são dispositivos que trabalham em uma faixa estreita do espectro
de radiação visı́vel. O comprimento de onda é de cerca de 0, 65 microns. Através
da observação visual é feita uma comparação entre a intensidade de radiação do
meio cuja temperatura se quer determinar, com a de uma fonte de radiação interna,
geralmente um filamento aquecido de uma lâmpada.
O instrumento, semelhante a uma luneta, é apontado para o meio cuja temperatura
se deseja saber. O foco é ajustável, permitindo ao operador focalizar o objeto.

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Pirômetro Óptico

Ao mesmo tempo em que o operador foca o objeto, pode-se ver o


filamento, ficando, portanto, as duas imagens superpostas uma à outra.
A comparação pode se feita por dois métodos. Ou varia-se a corrente
através do filamento até que o seu brilho se confunda com o objeto;
ou mantém-se a corrente constante e varia-se a posição do filtro. Em
geral o primeiro método é mais usado.

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Termômetros Acústicos
Termômetros Acústicos
Os termômetros acústicos aproveitam o fato de que a velocidade do som é
extremamente dependente da temperatura do meio no qual a onda sonora
atravessa.
A velocidade do som, v, em um gás é relacionado à temperatura através da
seguinte expressão:
αRT 1/2
 
v=
M
na qual α é a razão entre o calor especı́fico do gás a uma pressão cons-
tante e a um volume constante, R é a constante universal dos gases
(8.314J/K · mol), T é a temperatura em kelvin e M é a massa molecular
do gás (kg/mol).
Para o ar: √
v = 20, 055 T
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Termômetros Acústicos

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Referências e Leitura complementar

Livro/Artigo Autor Capı́tulos


Measurement Systems - Applica- Doebelin, E. O. 8
tion and Design, 4a . Edição. Edi-
tora McGraw-Hill, USA, 1990.
Instrumentação para Sistemas Souza, Z.; Bortoni, E. C. 2
Energéticos e Industriais
Instrumentação e Fundamentos Balbinot, A.; Bussama- 6
de Medidas. Vol 1, 2a . Edição. relo, V. J.-
Editora LTC. Rio de Janeiro, RJ,
2010
Instrumentação Industrial Bega, E. A. 5

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