Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 69

A Garota do Veterinário Os Irmãos

Callahan 2 1st Edition Cheryl Wright


Visit to download the full and correct content document:
https://ebookstep.com/product/a-garota-do-veterinario-os-irmaos-callahan-2-1st-editio
n-cheryl-wright/
More products digital (pdf, epub, mobi) instant
download maybe you interests ...

A Filha do Vigário 1st Edition Cheryl Holt

https://ebookstep.com/product/a-filha-do-vigario-1st-edition-
cheryl-holt/

Noivas por Correspondência de Dayton Falls Box Cheryl


Wright

https://ebookstep.com/product/noivas-por-correspondencia-de-
dayton-falls-box-cheryl-wright/

A garota do lago Charlie Donlea

https://ebookstep.com/product/a-garota-do-lago-charlie-donlea/

A garota do Mar 1st Edition Molly Knox Ostertag

https://ebookstep.com/product/a-garota-do-mar-1st-edition-molly-
knox-ostertag/
A garota do banco de trás 1st Edition Mary C. Müller

https://ebookstep.com/product/a-garota-do-banco-de-tras-1st-
edition-mary-c-muller/

A garota roubada 1st Edition Tess Stimson

https://ebookstep.com/product/a-garota-roubada-1st-edition-tess-
stimson/

O teste do casamento Os números do amor 2 1st Edition


Helen Hoang

https://ebookstep.com/product/o-teste-do-casamento-os-numeros-do-
amor-2-1st-edition-helen-hoang/

A Garota Roubada Tess Stimson

https://ebookstep.com/product/a-garota-roubada-tess-stimson/

Os elixires do diabo 1st Edition E T A Hoffmann

https://ebookstep.com/product/os-elixires-do-diabo-1st-edition-e-
t-a-hoffmann/
Direitos Autorais

Título Original: The Veterinarian’s Sweetheart


Copyright©2017 por Cheryl Wright
Copyright da tradução©2024 Leabhar Books Editora Ltda.

Tradução: Isadora Foletto


Revisão: Carla Souto Maior
Revisão: Regiane Moreira
Diagramação e Capa: Labellaluna Web®

Todos os direitos reservados.


Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem
autorização por escrito do proprietário dos direitos autorais.

Todos os direitos reservados, no Brasil e língua portuguesa, por Leabhar Books Editora Ltda.
CP: 5008 CEP: 14026-970 - RP/SP - Brasil
E-mail: leabharbooksbr@gmail.com | www.leabharbooks.com
Dedicatória

Ele se foi há mais de 18 anos, mas eu nunca esquecerei os rodeios que


meu pai (e mãe) nos levavam quando éramos crianças. Ficávamos ansiosos
para ir todos os anos.
Nascido no interior (assim como seus filhos), meu pai era
definitivamente um homem do campo. Seu primeiro trabalho foi em um
rodeio. Lá trabalhou como segurança, e depois como domador de cavalos,
entre outras coisas. Seu irmão trabalhou como cuidador de cavalos durante
toda sua vida, inclusive levando turistas para passeios. De vez em quando,
eu conseguia até mesmo me incluir em alguns deles.
Eu cresci em meio aos cavalos e o jeito do campo de fazer as coisas. E
sou muito grata por isso.
Infelizmente, acabamos mudando-nos para a cidade mais próxima,
mas eu amava (e ainda amo) muito os cavalos, e gastava quase todo meu
dinheiro extra em todos meus finais de semana nos passeios a cavalo.
Agradecimentos

Obrigada aos meus queridos amigos (e autores). Margaret Tanner e


Susan Horsnell. Sem seu encorajamento, esse livro nunca teria sido escrito.
Obrigada ao meu marido Alan, que tem apoiado incansavelmente minha
carreira como escritora por tantos anos.
E por último, mas não menos importante, obrigada a todos os meus
leitores que me encorajam constantemente a continuar escrevendo estas
histórias. É um prazer para mim saber que tantos de vocês gostam delas. Eu
amo escrevê-las tanto quanto vocês amam lê-las.
Capítulo um

Tinha sido uma noite longa.


Jordon Callahan havia sido chamado para ajudar no parto de um potro.
Normalmente, seria uma tarefa simples, e o proprietário do rancho cuidaria
disso sozinho.
Mas o potro estava virado, e isso complicava as coisas.
Em um determinado momento, parecia que poderiam perder o potro, a
égua ou ambos. Estava determinado a não deixar isso acontecer em seu
turno. Deitada sobre o feno em seu estábulo, a égua chutava freneticamente,
jogando a cabeça de um lado para o outro, fazendo ruídos tensos.
No início, conseguiu mantê-la calma, mas, à medida que as horas
passavam e chegava a madrugada, Jordon sabia que teria de intervir.
Arregaçou as mangas, vestiu as longas luvas de borracha e colocou a
mão dentro da égua, para sentir as pernas do potro. Ela se debateu e chutou
contra sua intrusão, mas ele finalmente encontrou as pequenas pernas e
puxou com toda a sua força.
Lenta mas seguramente, retirou o potro da mãe e o colocou gentilmente
sobre o feno. Com o fazendeiro e sua esposa olhando, todos observaram e
esperaram que ele se levantasse. Mas ele não o fez.
Jordon pegou uma toalha e começou a esfregar o potro vigorosamente,
na esperança de fazê-lo se mexer. Colocou-o de pé, esperando que ele se
sustentasse sozinho.
Todos deram um suspiro de alívio quando o potro se manteve sozinho.
Sua mãe, exausta, cutucou-o com a cabeça e começou a lambê-lo de onde
estava deitada no feno.
Sentou-se com a mãe e o potro durante a hora seguinte, para garantir que
estivessem fora de perigo, tomando o café oferecido pela esposa do
fazendeiro. Precisaria disso para dirigir para casa em segurança.
— Obrigado Jordon, — o fazendeiro disse quando ele estava saindo. —
Eu não sei o que teria acontecido se você não tivesse intervindo. — apertou
a mão de Jordon vigorosamente, garantindo que o veterinário entendesse o
quão verdadeiramente grato estava.

Grace Black não tinha ideia do que faria.


No meio do nada, com um trailer de cavalos a reboque - completo com
um cavalo - e agora estava presa em uma vala.
Vinha indo muito bem até fazer a última curva. Deve ter fechado os
olhos apenas momentaneamente, mas foi o suficiente para tirá-la da estrada.
Deveria ter se hospedado no motel pelo qual havia passado há algumas
horas, mas não queria deixar seu cavalo sozinho do lado de fora. Além
disso, estava determinada a chegar ao seu destino no início da manhã.
Não via sua melhor amiga, Missy Callahan, há muitos meses, muito
antes do casamento de Missy. Ficou chateada por não poder ir ao
casamento, mas estava no circuito e precisava manter o curso até o fim da
temporada. Missy ficou triste, mas entendeu perfeitamente.
Agora que a exaustiva temporada havia terminado, Grace decidiu fazer
uma surpresa para a amiga. Arrumou algumas roupas, colocou seu cavalo,
Spirit, no trailer e foi para River Valley Montana.
Mas agora aqui estava ela. A caminhonete na vala, o trailer balançando
precariamente e sem sinal de celular.
Estava tão exausta após as longas horas de viagem que não conseguia
pensar direito.
Endireitou os ombros e respirou fundo.
Primeiro, o mais importante. Tirar Spirit do trailer, caso ele venha a
capotar. Isso seria, no mínimo, de partir o coração.
Quando pegou as rédeas, ouviu um som. Não um som qualquer, mas um
motor. Suspirou aliviada e começou a tremer.
Esperava que esse motorista pudesse ajudá-la a sair de sua situação
difícil. Ao dobrar a esquina, ele diminuiu a velocidade e olhou em sua
direção, depois para sua caminhonete na vala. Então, parou de repente.
— Está tudo bem? — parecia tão cansado quanto ela.
Ela o encarou. Ele realmente perguntou isso?
— Desculpe, é claro que não está bem. Sua caminhonete está em uma
vala. — Esfregou os dedos em sua barba por fazer, e tirou seu cabelo loiro
dos olhos. — Estive acordado a noite toda — disse. — Obviamente não
estou pensando direito. — Ele lhe sorriu, e toda a sua aparência mudou.
Ela segurou as rédeas de Spirit no caso de ele se assustar com aquele
estranho. — Obrigada, eu realmente preciso de alguma ajuda — disse,
caminhando em direção ao estranho, seu cavalo atrás dela.
Ele estendeu a mão. — Jordon Callahan, veterinário local — disse. Ela
saboreou sua grande mão quente. Sentia-se mais segura com ele por perto.
Estava começando a ficar assustada aqui sozinha no deserto.
Sacudiu-se. — Callahan? Alguma relação com Missy Callahan? — ela
perguntou, perplexa com essa coincidência total e absoluta.
Ele riu, seus olhos arregalados agora. — Cunhado. Missy é casada com
meu irmão. — Então pareceu cauteloso. — Como conhece Missy?
Foi pega de surpresa. De repente, ele estava lhe fazendo uma inquisição?
Segurou com mais força as rédeas de Spirit, perguntando-se se estava
fazendo a coisa certa ao contar alguma coisa a esse estranho.
É claro que está! Ele é irmão do Rory. Ela se sacudiu novamente.
— Missy e eu somos amigas — disse. — Trabalhamos juntas no rodeio.
— Esfregou as mãos pelas pernas vestidas de jeans . — Por um longo
tempo — acrescentou , como se isso explicasse tudo.
Ele deu um passo em direção a ela lentamente, então se inclinou para as
pernas de Spirit. — Estou me certificando de que ele está bem, — Jordon
lhe disse calmamente. — Caso ele tenha se ferido no acidente.
Seu coração suavizou. Jordon era gentil. Estava sendo gentil com ela, e
com seu lindo Chestnut. Tinha certeza de que tudo ficaria bem.

Um telefonema de Jordon para Rory, o marido de Missy, fez com que um


grupo de ajudantes saísse de carro em plena madrugada, no meio do nada,
para resgatá-la e ao Spirit.
Seu coração pulou no peito quando viu os faróis fazendo a curva. A
mesma curva que ela havia calculado mal.
Quando a caminhonete diminuiu a velocidade, a porta do passageiro se
abriu rapidamente e Missy veio correndo em sua direção, com os braços
estendidos. As duas mulheres se abraçaram por um longo tempo, ambas
com lágrimas escorrendo pelo rosto.
— Chega de coisas moles, — Rory disse, riso em sua voz.
As mulheres se separaram, e Missy deu um soco brincalhão no braço de
Rory e se aproximou dele. — Essa é minha melhor amiga, Grace — disse
ao marido.
Grace deu um passo em direção a Rory e imediatamente se sentiu
pequena diante dele, assim como havia se sentido em relação a Jordon. —
Muito feliz em conhecê-lo — disse. — Lamento muito não ter podido ir ao
casamento, mas tive de trabalhar - como você sabe. — Ela piscou para
Missy, que lhe deu um sorriso malicioso.
Olhou em volta para a devastação que havia causado. Sua caminhonete
estava gravemente danificada e podia até ser uma perda total. O trailer do
cavalo parecia ter um eixo quebrado.
Enfim, um desastre absoluto. Fechou os olhos e contemplou para onde
iria a partir daqui.
Encolheu-se quando Missy a tocou levemente no ombro. — Não se
preocupe, ficará tudo bem. Voltaremos pela manhã e avaliaremos os danos.
Missy sempre foi otimista. Depois do que passou - sendo perseguida por
um assassino - Grace não tinha ideia de como conseguia.
Missy a colocou na caminhonete deles. Haviam comprado um reboque
para cavalos, seguindo o conselho de Jordon, e Spirit estava seguramente
carregado ali. Grace tinha certeza de que ambos desfrutariam de um sono
precioso.

A manhã chegou cedo demais para Grace.


Só conseguiu dormir algumas horas depois que acomodaram Spirit em
uma das baias nos estábulos de Rory.
Insistiu em massagear Spirit, para ajudar a aliviar sua ansiedade, e
recusou a oferta de Rory de ter um de seus cavalariços para fazer isso por
ela.
Spirit era seu cavalo e sua responsabilidade. Estava com ela há quase dez
anos, e não havia como fugir de sua responsabilidade agora. Não quando
ele realmente precisava dela.
O acidente deve ter sido realmente aterrorizante para ele. Em um minuto
iam em um ritmo constante em uma estrada suave, então no próximo
estavam descendo uma vala e ele fica em um ângulo precário empurrado
contra a lateral do trailer.
Estremeceu só de pensar no que poderia ter acontecido. Foi pura sorte
que seu lindo menino não estivesse ferido.
Sem aviso, seus olhos se encheram de lágrimas. Choque? Ou talvez o
pensamento de perder seu precioso Spirit. Passaram por muita coisa juntos
ao longo dos anos. Boas e ruins, principalmente boas.
Grace ouviu uma batida hesitante na porta. Rapidamente enxugou as
lágrimas.
— Bom dia! — Missy era muito inteligente para seu gosto.
Gemeu enquanto se sentava na cama. — Que horas são? — Grace
perguntou. — Parece que quase não dormi. — Esfregou os olhos com os
dedos e tentou bloquear a luz que entrava pela porta.
— Quase meio-dia, — Missy disse, enquanto lhe passava uma xícara de
chá. — Você já perdeu a melhor parte do dia. — Ela sorriu enquanto
provocava sua amiga. — Jordon virá depois do almoço. Ele quer checar o
Spirit novamente para garantir que não deixou passar nada na noite passada.
Grace sabia que ele tinha um coração bondoso, e isso só comprovava.
— Beba seu chá e levante-se quando estiver pronta. — Missy foi para a
porta. — Ah, e o chuveiro fica no corredor, se quiser. Tem tudo o que
precisa lá. — E com isso, se foi.
Grace tomou um gole de chá enquanto apreciava a vista de sua janela.
Mal podia esperar para sair e conferir a vista das montanhas de Montana à
distância.
Missy lhe disse como era bonito, e queria ver por si mesma.

— Definitivamente não há rupturas, mas ele se encolheu quando o toquei


esta manhã. — Jordon empurrou o chapéu de caubói para trás na cabeça. —
Quero eliminar qualquer fratura.
Grace levou as mãos à boca. — Oh, não! — estava apavorada com o fato
de o Spirit ter se machucado. E tudo isso era sua culpa. Dirigir durante a
noite quando deveria ter parado e dormido. Seus olhos se encheram de
lágrimas. Enxugou-os furiosamente, tentando afastar as lágrimas.
Jordon se aproximou. — É apenas uma precaução, prometo. — colocou
o braço em volta dos seus ombros e ela imediatamente se sentiu confortada.
— Podem ser apenas hematomas, mas prefiro ter certeza. — sorriu e ela se
sentiu mais tranquila.
Ele foi até sua caminhonete e voltou vestindo um avental de chumbo e
carregando uma máquina de raio X portátil. — Ok, você precisa sair da
baia. Não quero que seja envenenada por radiação. — sinalizou para ela sair
enquanto montava a máquina.
Pouco tempo depois, Spirit foi liberado. — São apenas hematomas, sem
quebras ou fraturas. Esfregarei um pouco de linimento em sua perna e o
examinarei novamente amanhã.
Depois de se limpar e guardar o equipamento, foram para a cozinha,
onde Missy havia preparado um chá no início da tarde. Muffins de mirtilo e
bebidas quentes.
— Desde quando foi domesticada? — perguntou Grace, com um grande
sorriso no rosto. Por mais que tentasse, não conseguia se conter.
Missy e Rory se entreolharam. — Desde que ela se tornou uma mulher
do campo, — Rory respondeu. — Não há nada por quilômetros ao redor,
uma hora de carro até a cidade principal mais próxima, então é preciso se
virar sozinha. — Ele riu e Missy deu um soco em seu ombro.
— Não que fosse admitir, mas Rory era meu professor. Ele pode preparar
uma refeição ou muffins em um piscar de olhos. Bolos também.
Grace deu uma mordida em um muffin. — Delicioso! — disse. — Terá
que me ensinar.
O olhar de Missy era questionador. — Quanto tempo ficará? Quero dizer,
pode ficar o tempo que quiser, mas e o trabalho? — olhou para Grace,
desafiando-a a não responder.
Grace se mexeu no lugar. — Eu me demiti, — disse calmamente.
— Não! — Missy pulou de seu assento. — Em hipótese alguma!
— Com certeza desisti — Grace disse. — Para sempre desta vez. —
Olhou para seu colo. — Não há como voltar desta vez.
Quando ela se sentou, um pensamento veio a Missy. — Ganhou? —
perguntou, sua voz um pouco acima de um sussurro.
— Claro que sim. O grande prêmio. — Seu sorriso era interminável. As
duas mulheres se levantaram e correram uma na direção da outra, de braços
abertos, lágrimas escorrendo.
Os dois homens pareciam confusos.
— Então o que fará agora? — perguntou Missy. — Não há trabalho por
aqui.
— Claro que há trabalho, — Rory interrompeu. — Há muito trabalho,
especialmente trabalho sazonal.
Missy virou-se para Rory. — Não tem ideia do que está falando, — disse
sarcasticamente. — Não há trabalho para as montadoras de touros por aqui.
Ambos os homens olharam um para o outro, então para as duas
mulheres, suas bocas abertas em choque.
— Montadora de touro? — Disseram em uníssono.
Jordon olhou nos olhos de Grace. — Sério? Você é uma montadora de
touro durona? — O riso em sua voz era impagável.
— Eu era, — respondeu. — Mas não sou mais.

Três dias se passaram e Spirit parecia estar voltando ao normal.


Seguindo o conselho de Jordon, Grace estava passeando com ele
lentamente pelos piquetes, para mantê-lo em movimento e verificar se havia
algum sinal de claudicação.
Até agora, tudo bem.
Estavam em sua terceira volta ao redor do pasto quando Jordon chegou.
Ele se sentou no topo da cerca, esperando que voltassem.
— Olá, senhora — chamou, enquanto abaixava o chapéu.
Ela sorriu aquele lindo e grande sorriso que ele passou a adorar.
— Olá para você — gritou de volta, em seguida, dirigiu-se até ele.
Seguiu-a até os estábulos, onde ela começou a esfregar vigorosamente
Spirit.
O cavalo estava adorando cada minuto. Jordon tinha certeza de que
gostaria de uma massagem de Grace também.
Balançou sua cabeça. De onde diabos veio isso? Ele a conhecia há
poucos dias e estava tendo pensamentos eróticos indesejados sobre ela?
Fechou os olhos tentando expulsar a imagem de sua cabeça, mas tudo o
que conseguiu fazer foi inalar seu perfume de baunilha com mais
intensidade.
— Droga! — não tinha a intenção de dizer isso em voz alta.
— Está tudo bem, cowboy? — perguntou, confusa.
Ele riu. Ninguém por aqui o chamava de caubói. Isso foi reservado para
Rory, e Kody, outro de seus irmãos.
— Sim — disse. — Tive um pequeno desarranjo cerebral — disse, e ela
riu com aquela risada estridente que ele adorava ouvir.
Jordon se sacudiu. Era um solitário declarado e queria continuar assim.
Entre o seu trabalho prático de veterinário e as montanhas de papelada que
tinha de processar, ele simplesmente não tinha tempo para um
relacionamento.
Espere aí! Quem mencionou um relacionamento? Só conhece a mulher
há alguns dias.
Por mais que estivesse começando a gostar de Grace, ele definitivamente
não tinha interesse em relacionamentos. Especialmente um relacionamento
de longo prazo.
Ela parou de escovar Spirit e o olhou. Um sorrisinho tímido cruzou seus
lábios.
Oh, meu Deus. Isso estava indo em uma direção que ele simplesmente
não queria ir.
— Vem jantar comigo? — perguntou, então estremeceu. O que aconteceu
com o não querer um relacionamento?
— Eu, eu não tenho certeza, — disse, seu rosto subitamente sério. —
Estou em recuperação. — olhou para o chão e falou baixinho. — Na
verdade, isso é um não. Um relacionamento substituto não seria justo com
você.
Isso era bom. Ele não queria um relacionamento de qualquer forma,
certo? Então, por que se sentia tão mal?
— Esqueça que eu mencionei isso, — disse ele, com o desapontamento
claramente em sua voz. E com isso, foi para sua caminhonete e partiu para
casa.
Capítulo dois

Grace estava deitada na cama contemplando seu dia.


Ao longo dos anos, investiu todo o dinheiro de seus prêmios de montaria
em touros e, junto com sua última vitória, agora tinha um belo pé-de-meia.
Já estava além da hora de criar raízes, e queria estar perto de sua amiga
mais próxima.
Conheceu Missy quando ela se juntou ao rodeio muitos anos atrás. Foi a
única pessoa a fazer amizade com Grace por um bom tempo.
Ambas eram solitárias, mas se aproximaram. Amantes de cavalos, tinham
isso em comum, e muitas vezes faziam longas e lentas cavalgadas no
campo.
A proximidade delas era muitas vezes a única coisa que as mantinha em
movimento. Ter sucesso no que era predominantemente um mundo de
homens não era uma tarefa fácil.
De repente, pulou da cama. Chega dessa folga, aproveitando-se de sua
amiga.
Hoje procuraria seu novo lar, para sempre. Aqui em River Valley.

Grace estava sentada à mesa da cozinha conversando com sua amiga


enquanto tomava uma xícara de café quente.
— Eu sei que posso ficar aqui indefinidamente — disse Grace. — Mas
não é realmente uma opção. São recém-casados e precisam do seu espaço, e
eu de criar raízes. — olhou diretamente nos olhos de Missy, desafiando-a a
objetar.
— Tem razão, é claro, mas sentirei sua falta — disse Missy, parecendo
triste.
— Boba, não vou muito longe. Estou procurando na área de River Valley.
Missy gritou de alegria.
— Isso é mais parecido com você — disse Grace, sorrindo. — Estamos
separadas há muito tempo, e eu estou perdida sem sua companhia. —
cobriu a mão de Missy com a sua e apertou. — Dedos cruzados, posso
encontrar o lugar perfeito para morar.
Buddy, o Border collie preto e branco de Rory entrou correndo, latindo,
tentando chamar atenção.
— O que há de errado, garoto? — perguntou Missy.
Rory saiu de seu escritório. — E aí, garoto? — Buddy foi para o paddock
da frente, Rory e as mulheres logo atrás dele.
Não era típico de Buddy se comportar dessa maneira, então algo
definitivamente estava acontecendo .
— Droga, pegue o rifle, — Rory exigiu. — É uma maldita cascavel.
Perto dos cavalos também. — Ele correu em direção aos estábulos,
chamando por um de seus trabalhadores da fazenda. — Pete! Pete! Pegue os
cavalos nos estábulos. Tem uma cascavel no paddock!
Enquanto Missy corria para o rifle, Grace, Rory e Pete conduziam os
cavalos para os estábulos, mantendo-se bem longe da cobra.
Grace deu um suspiro de alívio quando todos os três cavalos foram
guardados em segurança. Começou a checar Spirit em busca de qualquer
sinal de mordida de cobra, embora soubesse que era raro cavalos serem
mortos por cascavéis. Mas ainda poderia ser mortal, dependendo de onde
eram mordidos.
— Deixe-me lidar com a cobra — disse, pegando o rifle de Missy. Ela
estava tremendo, e Grace a abraçou.
Ela pulou quando o tiro do rifle soou.
— Está acabado, — Rory disse enquanto entrava nos estábulos. — Vou
trazer Jordon aqui para checar os cavalos. Então Pete e eu faremos uma
busca minuciosa naquele paddock. Nós não queremos mais surpresas
desagradáveis. — Abaixou-se e acariciou o cachorro. — Bom menino,
Buddy, — disse, enfiando a mão no bolso para pegar um petisco para
cachorro. — Só Deus sabe o que teria acontecido se não estivesse aqui.
Ele se ajoelhou e esfregou o collie atrás das orelhas, um dos lugares
favoritos de Buddy para carícias.
Para um cão de trabalho, ele poderia ser um verdadeiro moleque.
Pete e Rory verificaram o paddock e o liberaram.
Jordon chegou logo depois. Verificou meticulosamente todos os cavalos,
incluindo Spirit. Estavam todos perfeitamente bem, sem nem mesmo a
sugestão de uma mordida de cobra.
Grace deu um grande suspiro de alívio.
— Não sei como posso agradecê-lo — disse a Jordon. — Spirit é muito
especial para mim. — esfregou os dedos no pescoço do cavalo enquanto
falava. — Não sei o que eu faria sem ele, — disse, sua voz falhando.
Tirou uma cenoura do bolso e deu para o cavalo, que a devorou com
apreço.
— É meu dia de folga… — Jordon disse.
— Oh, sinto muito! — Grace estava triste por terem estragado seus
planos.
Ele passou a mão no ar. — Nah, não se estresse com isso. Eu só queria
saber se gostaria de dar uma volta. Ver um pouco da área, — ofereceu.
— Claro, por que não. Planejava procurar alguma propriedade, mas estou
presa até que minha caminhonete seja consertada. —odiava não ter sua
caminhonete para se locomover. Amava sua independência, mas Missy e
Rory tinham sido fabulosos, levando-a onde quer que precisasse estar.
— Isso está resolvido então.
Jordon pegou sua mão, e ela sentiu a energia percorrer seu braço. Olhou
diretamente em seus olhos, que estavam arregalados. Ele sentiu isso
também?
— Vá pegar uma jaqueta — disse, aparentemente ileso. — Não faço
ideia de quanto tempo demoraremos, e as tardes podem ficar um pouco frias
aqui.
Apenas estar perto deste homem dava-lhe uma sensação quente e
confusa. Não se sentia assim há muito tempo, mesmo com seu ex, que
acreditava amar. Pensando bem, eram mais amigos com benefícios do que
exatamente se chamaria de amantes. Realmente não havia muito amor ali -
mais como se gostassem da companhia um do outro. Não muito mais.
— Venha, vamos, — ele chamou Grace quando ela saiu da casa do
rancho. Percebeu que ele queria ir antes que ficasse muito tarde. Poderia até
ver uma propriedade ou duas que lhe agradassem.
Não queria muito - uma casa de fazenda que pudesse chamar de lar,
algumas galinhas, uma pequena horta e um lugar para Spirit correr
livremente. Ele tinha dado tanto a ela ao longo dos anos, e merecia viver
sua vida em paz.

Montana era linda.


Ok, Wyoming também era, mas River Valley tinha aquela sensação de
comunidade unida. Nunca sentiu isso em nenhum lugar antes.
Por essa razão, sabia que era o seu lugar. Onde queria viver. Onde sua
casa precisava estar para sempre.
Claro, ter sua melhor amiga morando aqui tornava ainda mais atraente.
Rory era fabuloso, e Jordon? Bem, Jordon era especial.
Não sabia ao certo o que Jordon tinha de especial, só que tinham uma
conexão. Mas não como amigos, era em um nível diferente. Conectavam-se
de outra forma.
Por mais que não estivesse procurando um namorado ou um parceiro,
sentia-se extremamente confortável com ele. Seria por causa da maneira
como cuidou de Spirit? Sempre teve um fraco por qualquer pessoa que
fosse gentil com os animais.
Mas ele também tinha sido gentil com ela, mesmo antes de descobrir que
conhecia Missy.
Ele era especial, com certeza, e estava começando a se sentir confortável
demais com ele. De uma forma que ela nunca havia experimentado antes.
Estremeceu.
Ele deu uma olhada de relance enquanto dirigia. — O que está achando
até agora?
Grace olhou para suas mãos grandes e fortes. Adoraria sentir aquelas
mãos ao seu redor, abraçando-a.
Ele se virou para ela novamente, e os olhos dela se fixaram em seus
lábios. Ela lambeu os dela, e os olhos dele observaram cada movimento.
— Grace, você está bem?
— Desculpe, sim. Estou adorando — disse. — Este é definitivamente o
lugar onde gostaria de estar. — desviou os olhos dos dele enquanto
esperavam em uma encruzilhada. — Suponho que não saiba de nenhuma
propriedade à venda. — tentou limpar a cabeça de pensamentos sobre
Jordon, mas era difícil.
— Por acaso, conheço. — Em suas viagens como veterinário, encontrou
muitos clientes, e muitos conversaram com ele enquanto trabalhava. —
Dependerá realmente do tamanho que deseja para sua propriedade. Mas
vamos até lá e poderá dar uma olhada.
Enquanto seguiam naquela direção, Grace pensou em como seria sua
vida se finalmente tivesse sua própria propriedade e ficasse perto de sua
amiga.

Joe Fisher gentilmente mostrou a Grace sua propriedade.


Ela agradeceu e se desculpando lhe disse que era muito grande para suas
necessidades. O que realmente queria era semelhante a uma fazenda de
hobby. Uma bela casa de fazenda com estábulos e cerca de seis hectares de
terra. Dessa forma, poderia criar algumas galinhas e passear na horta que
planejava plantar.
Se decolasse, poderia até se tornar um negócio paralelo.
Estavam de volta na caminhonete de Jordon quando ele teve um
pensamento. — Só uma ideia, mas já pensou em administrar uma escola de
equitação? Poderia até fazer trilhas, — disse, olhando-a. — Há muitos
lugares por aqui onde pode levar um pequeno grupo a cavalo.
Ela fechou os olhos, pensando nas possibilidades. Precisaria de pelo
menos dez cavalos para fazer isso acontecer, mas era factível.
E seis acres ainda seriam grandes o suficiente, a menos que decidisse
usar sua própria terra para os passeios de trilha. Descartou essa ideia quase
no momento em que atingiu seu cérebro.
— Sabe, acho que tem alguma coisa aí, Jordon.
Um sorriso iluminou seu rosto. — Feliz em ajudar, madame. — Ele tirou
o chapéu de cowboy e voltou para a estrada.
Seus pensamentos de repente se voltaram em outra direção. — O único
problema é que tudo isso levará tempo, certo? — Talvez não fosse tão fácil
quanto ela pensava. — Eu preciso de algum lugar agora. Não quero
continuar me aproveitando de Rory e Missy, e como recém-casados, eles
definitivamente precisam de seu próprio espaço.
Jordon parou ao lado da estrada. — Aqui está um plano. — Pegou as
mãos dela, e seu calor a envolveu imediatamente. — Podemos ir ao
escritório imobiliário local e descobrir o que está disponível. Então…
Ela estava balançando a cabeça. — Ainda demorará uma eternidade.
— Com que rapidez precisa dessa propriedade? — perguntou Jordon. —
Quero dizer, precisa configurar tudo imediatamente, ou só quer deixar meu
irmão e sua esposa sozinhos?
— Principalmente o último. Preciso de um lugar para ficar mais do que
qualquer coisa. O dinheiro não é um problema. Se pudesse encontrar um
lugar temporário enquanto procuro a propriedade perfeita, ficaria mais do
que feliz.
Jordon estava pensando. Ela quase podia ver seu cérebro funcionando.
Então, de repente, seus olhos se arregalaram.
— Ah! Acho que posso ter resolvido um dos seus problemas. Quer
conferir? — Ele parecia completamente satisfeito consigo mesmo.
— Hum, sim, acho que sim — respondeu, sem saber no que estava se
metendo.
Jordon afastou as mãos para ligar o motor, e ela se sentiu vazia. Por mais
que gostasse de Jordon, estava feliz em ser amiga, mas não estava
preparada para ir além disso.
Se continuasse dizendo isso a si mesma, poderia começar a acreditar.

— Está fora dos roteiros mais conhecidos, garanto isso, mas é uma
casinha agradável. — Haviam chegado a um barraco decadente,
definitivamente não um chalé na opinião dela.
— Pertenceu aos meus bisavós, mas como pode ver, não é habitado há
muito tempo. Aparentemente, a bisavó Bessie tinha algum tipo de segredo,
mas ainda não o descobrimos.
Grace contemplou as palavras dele enquanto olhava para a poeira e a
sujeira. — Uh-hum. Mas o que isso tem a ver comigo? — Ele estava fora de
si? Este lugar nem era habitável em seu estado atual. — A quem pertence,
afinal?
— É meu. Esta casa está na minha propriedade. Meu bisavô era dono de
todas as propriedades pertencentes a mim e meus irmãos. Foi subdividido
depois que nosso avô morreu. Nossos pais morreram em um acidente de
equitação muitos anos atrás, e ele nos criou.
— Eu sinto muito, — Grace disse calmamente. Não fazia ideia.
Jordon acenou em dispensa. — Já foi há muito tempo. De qualquer
forma, pode ficar aqui se quiser. Eu a ajudo a limpá-lo quando estiver
disponível. Ele empurrou o chapéu para trás na cabeça. — Veterinário do
interior. Sabe como é, sempre de plantão.
— Parece que está vazio há décadas. — Ou talvez cem anos. Mas não
iria expressar essa opinião!
— Está. Desde que me lembro, está vazio. Meu avô construiu a casa em
que moro agora e se mudou para lá depois que começou a cuidar de mim e
de meus irmãos. Esta casa tem apenas alguns quartos e há quatro irmãos —
disse. — Eu tinha grandes planos para este lugar, mas nunca cheguei a isso.
Grace olhou ao redor. O que poderia fazer aqui, sem viver nela? —
Planos? O que estava planejando fazer aqui? — Não importa o que fizesse,
haveria muito trabalho envolvido.
— Eu gostaria de transformá-lo em um hospital de animais. Neste
momento só cuido dos animais de grande porte. Gostaria de ramificar e
tratar animais de estimação também. Os moradores estão indo para Boulton
em busca de ajuda para os animais domésticos, quando poderiam vir aqui.
— Então, por que me oferecer isso? — Grace estava confusa. Por que de
fato?
— Porque simplesmente não tenho tempo para fazer isso. É um plano
futuro. — Ele parecia um pouco desanimado, mas talvez ela ficando aqui,
enfeitando um pouco, pudesse colocar seus planos de volta nos trilhos.
Daria um pouco de trabalho, mas Grace tinha certeza de que este
pequeno chalé atenderia às suas necessidades. E havia um estábulo. Um
pequeno estábulo que levaria apenas alguns cavalos, mas ainda assim
funcionaria por enquanto.
— Posso usar um dos piquetes também? — perguntou. Precisava de um
lugar para Spirit correr livre. Estremeceu quando pensou na cobra cascavel
que invadiu a propriedade de Rory e Missy hoje cedo.
— É claro. Pode usar o quanto quiser da propriedade. Tudo está ligado à
minha casa de fazenda, mas eu não uso muito, então vá em frente.
— Ok, vamos ao que interessa — disse Grace. — Quanto é o aluguel? —
Não queria pagar muito, mas tinha que pagar do seu jeito.
— Nada. Se limpá-lo e torná-lo apresentável, isso será um pagamento
suficiente para mim. E pode ficar o tempo que quiser. Afinal, está
simplesmente vazio. — Jordon olhou em volta e passou os dedos pela
poeira de uma mesa próxima. — Esta era toda a mobília deles, sabe. Tudo
feito à mão. O meu avô nasceu nesta casa, tem muita história.
Grace se aproximou e pegou suas mãos empoeiradas nas dela. — Eu amo
este lugar, — disse calmamente. — E adoraria trazê-lo de volta à sua antiga
glória. — Ele sorriu e ela se perguntou se estava imaginando como
costumava ser, pois ela estava.
Crianças correndo, alimentando, ou até perseguindo, as galinhas, cavalos
e talvez algumas vacas nos piquetes pastando.
Puxou-se para fora de sua folia. — Feito! — Apertou a mão de Jordon e
fez um pacto de limpar o lugar.

— Estou tão animada por você! — Missy gritou de alegria. Ela estava
tão feliz por sua amiga. — Ouvi tudo sobre aquela casinha. Eu só vi de
longe, veja bem, então terá que me mostrar!
Grace estava franzindo a testa. Sabia que estava. Finalmente percebeu
quanto trabalho estava envolvido em fazer a casa voltar a uma condição
utilizável. Estaria realmente vazia por quase cem anos? Provavelmente
nunca saberia.
— Antes que eu possa fazer qualquer coisa, vou ter que ir à cidade e
comprar um balde cheio de material de limpeza. Levarei uma eternidade
para livrá-la da poeira, muito menos de qualquer outra coisa que possa estar
espreitando por lá.
— Eeeewww !
— Oh, meu Deus, — Grace disse. — E se houver ratos mortos lá? Ou,
Deus me livre, ratos vivos. — Agora se sentia doente.
O olhar de horror no rosto de Missy confirmou seus maiores medos, de
que poderia estar certa.
— Não. Não, não, não. Por favor, me diga que não é verdade. — Seus
olhos imploraram que Missy negasse, mas nenhuma das duas sabia a
verdade.
— Ei, vamos lá — Missy anunciou de repente. — É durona, uma
montadora de touro. Não vai deixar um ratinho te abalar, vai?
— Eu posso lidar com camundongos, mas ratos? — Ela estremeceu um
pouco. — Os ratos são uma droga. Eu os odeio com toda força. Eles são
pequenos animais imundos que mordem qualquer coisa e qualquer pessoa.
— Eu sei — disse Missy, bastante animada agora. — Pedirei a Rory para
dar uma olhada. — Ela estava sorrindo agora, apesar do fato de Grace ter
certeza de que falava sério.
— Levar Rory para o quê? — o próprio homem perguntou. — Espero
que nada muito demorado — disse, colocando seu chapéu de cowboy
firmemente na cabeça enquanto saía de casa.
— Para livrar-se de qualquer rato na velha casa de campo — Missy
chamou por ele.
— Ratos — disse. — Nós usamos controle de pragas para isso, —
respondeu distraidamente, então caminhou em direção aos estábulos.
As duas mulheres olharam uma para a outra. — É claro! — Grace disse,
em seguida, virou-se para o telefone procurando por empresas locais.
— Vão embora, seus ratos velhos — disse Missy, enquanto sorria para
sua amiga.

Quanto mais Grace o via, mais atraída por Jordon ficava.


Não era algo de que gostasse, especialmente depois de um rompimento
desagradável, e também quando estava tentando se encontrar ao se
aposentar das montarias de touros.
Esteve no circuito durante toda a sua vida adulta, e envolvida com
rodeios antes disso. Seu pai a apresentou à vida do rodeio quando ainda
estava no ensino fundamental, e ela não conseguiu tirá-lo da cabeça.
Quando adolescente, decidiu que queria ser uma montadora de touros,
depois de ver os homens corpulentos cavalgando. Todos riram quando disse
que era isso que queria fazer, porque compreensivelmente, é um mundo de
homens.
Tinha os ferimentos para provar .
Não podiam dizer que as mulheres não os suportavam, porque provou o
contrário, mas o corpo feminino não foi feito para esse tipo de tratamento.
Passou mais da metade de sua carreira de montadora de touros machucada
de alguma forma.
Esfregou as mãos no ombro. Ainda doía, mesmo depois de algumas
semanas, e especialmente agora com toda essa limpeza. Graças a Deus caiu
em si e decidiu se aposentar dessa vida.
— Ei, está tudo bem? — A voz de Jordon a trouxe de volta à realidade.
Olhou para cima para vê-lo observando-a, uma carranca franzindo a
testa. — Sim, claro. Só pensando na minha vida no circuito.
Ele deu um passo em sua direção e limpou um pouco de sujeira de sua
bochecha. Ela podia sentir o calor vindo de seu corpo, e queria estar
envolvida em seus braços.
O que…? De onde veio isso? O que aconteceu com o manter a
distância?
Grace advertiu a si mesma. Não era isso que queria agora. Tinha uma
agenda e pretendia cumpri-la.
Jordon olhou-a com curiosidade. — Está bem, querida? Está pálida. —
Desta vez ele estendeu a mão e escovou o cabelo castanho sedoso de seu
rosto.
Ela deu um passo para trás. Querida? Ele estava ficando um pouco
familiar demais. — Claro. Estou bem. Só um pouco cansada, — mentiu.
Não chegue muito perto.
— Então faremos uma pausa. Ei, tenho uma garrafa térmica de café na
caminhonete. Vou buscá-la.
Saiu antes que ela pudesse protestar. Típico homem do campo. Preparado
para qualquer eventualidade.
Ela suspirou enquanto tomava um gole da bebida quente. — Isso atingiu
o ponto. Obrigada Jordon. Eu realmente precisava disso.
Ela sorriu. Provavelmente pela primeira vez hoje. Trabalhou duro no
chalé, mas viu poucos resultados por seu trabalho árduo e persistência.
Nesse momento, seu pager tocou. — Desculpe, tenho que ir. O dever
chama.
Então ele se foi de repente, e ela se sentiu totalmente sozinha.

Ainda havia um longo caminho a percorrer antes que a casa ficasse


habitável, mas Grace finalmente estava vendo alguns resultados de seus
esforços.
Missy tinha sido uma grande ajuda, e sem ela Grace sabia que haveria
pouca mudança.
Lidar com um quarto de cada vez, definitivamente tinha sido o melhor
caminho a percorrer. A cozinha estava começando a aparecer sob toda
aquela poeira e sujeira das últimas décadas.
— Pode imaginar trabalhar nesta cozinha cem anos atrás? — Grace
disse.
Missy franziu o rosto. — Deve ter sido horrível. Trabalho realmente
duro.
Como não havia eletricidade na casa, estavam usando água fria para toda
a limpeza, então avançavam devagar.
— Pelo menos não encontramos nenhum rato — acrescentou Missy, a
voz inexpressiva.
— Ainda. — Era Jordon. Apareceu do nada, mas sua presença foi
certamente apreciada. Ele tinha o hábito de aparecer pelo menos uma vez
por dia, para ver como as coisas estavam progredindo, dizia.
Mas Grace esperava que houvesse mais do que isso. Pegou-se pensando
cada vez mais em Jordon, apesar de seus desejos em contrário.
Não que ele não fosse um cara legal. E com certeza era atraente, mas ela
simplesmente não estava pronta para outro relacionamento. Especialmente
com o cunhado de sua melhor amiga.
Isso poderia ser complicado se o relacionamento desmoronasse. Que
horror. Não dava nem para pensar nisso. Não estava preparada para arruinar
sua amizade com Missy. E por causa de um homem, nada menos!
Jordon olhou por cima do ombro para a bagunça no balde. — Eca. Havia
muita poeira, não é?
Grace revirou os olhos. O que ele esperava? Que a água estaria limpa
depois que removessem a poeira? Missy chamou sua atenção e parecia estar
pensando o mesmo.
Ao se afastar, Jordon roçou no ombro de Grace e ela ficou parada onde
estava. Cada vez que ele estava perto, sentia um choque. Era como se
tivesse sido atingida por um raio . Sua proximidade fazia coisas com ela.
Ele fazia coisas com ela.
Era a última coisa que queria agora.
— Deixe-me ajudar com isso — disse, pegando o balde de água suja
dela. Queria tanto que ele fosse embora agora. Apenas estar na mesma sala
a fazia sentir… algo.
Não tinha certeza do que estava acontecendo, mas não era como se sentia
antes de ele chegar.
Ela olhou em seus olhos. Pareciam estar brilhando. Era por causa dela?
Ou talvez a luz do sol os estivesse atingindo no lugar certo?
Não, não era o sol — eles estavam dentro do chalé.
— Café? — disse. — Eu trouxe café comigo. Muito café.
Não teve que perguntar duas vezes porque as duas mulheres estavam
ficando desesperadas. Quando ele passou uma xícara do líquido fervente,
suas mãos se tocaram, e ela sentiu novamente. Um arrepio passou por ela, e
pode sentir o calor de suas grandes mãos calejadas.
Jordon era um homem da terra, um amante dos animais e um bom rapaz.
Certamente poderia se apaixonar por ele, caso se permitisse.
O problema era que não confiava em si mesma para se aproximar desse
homem que a fazia sentir todos os tipos de coisas que não estava pronta
para sentir.

Grace não queria pensar em quantas horas já havia passado limpando o


chalé.
Era uma aventura, com certeza, e seria um lugar aconchegante para se
viver assim que terminasse.
Missy tinha acabado de colocar a chaleira quando Grace a encontrou. —
Missy! Rápido! Venha aqui.
A amiga veio correndo. — Você está bem? — ela perguntou, um olhar
preocupado em seu rosto.
— Desculpe. Sim, estou bem, — Grace disse. — Mas acho que encontrei
algo. Um compartimento secreto, talvez. Indicou o que parecia ser uma
pequena porta quadrada. Foi construído no canto de uma parede na pequena
sala de estar.
— O que é isso? — Missy perguntou, parecendo tão estupefata quanto
Grace se sentia.
— Não faço ideia. Mas acho que vamos precisar de um pé-de-cabra ou
algo semelhante para tentar forçar isso a abrir.
Missy olhou-a em choque. — Sério? — disse. — Talvez devêssemos
deixar isso em paz. — Ela fez beicinho, e Grace, conhecendo sua amiga
como conhecia, sabia que ela realmente não queria fazê-lo.
A dupla foi até a caminhonete de Missy e encontrou um pé de cabra.
Passaram os próximos quinze minutos tentando forçar a porta escondida.
Finalmente cedeu.
A poeira voou no ar, e ambas começaram a tossir. Grace jogou as mãos
no ar tentando dissipar a poeira.
Ambas olharam para a cavidade diante delas. Havia um livro de
aparência muito esfarrapada escondido na cavidade anteriormente fechada.
— O que é isso? — Missy sussurrou.
— Por que está sussurrando? — Grace perguntou. Ambas riram.
— Uau, olhe para as teias de aranha. Eu não vou colocar minhas mãos lá,
— Missy lamentou.
— Luvas de borracha — disse Grace, vestindo-as em suas mãos.
Jordon chegou enquanto elas puxavam o livro esfarrapado da parede. —
Olha o que encontramos! — Grace disse animadamente. — Quer fazer as
honras? Afinal, era a casa de seus bisavós.
Era um diário. Diário da bisavó Bessie.
Jordon começou a lê-lo.
8 de maio de 1880
— Meu aniversário de dezoito anos foi apenas alguns meses atrás. Foi
uma ocasião alegre, e meus pais fizeram uma festa de debutante para mim.
Fui apresentada a vários rapazes elegíveis, e meu pai tinha grandes
esperanças de que eu me casasse com um deles. Um jovem particularmente
chamou sua atenção, pois sua família era fabulosamente rica, mas ele não
estava nos meus padrões. O fedor que vinha dele era quase insuportável.
19 de junho de 1880
— Por que o pai deve perseguir aquele homem miserável? Toda vez que
ele vem à nossa casa, quase desmaio com seu odor pútrido. Tudo o que o
meu pai pode ver é o dinheiro da família. Ele diz que serei bem cuidada. O
que vejo é uma vida de miséria.
10 de julho de 1880.
— É um dia muito triste para mim. Meu tio veio até mim para avisar que
meus pais morreram em um acidente de carruagem. Meu tio recebeu tudo,
inclusive nossa casa, pois sou menor de idade. Não tenho ideia do que farei
agora.
Estava escrito na caligrafia cursiva mais bonita que Grace já tinha visto.
— Uau — disse Jordon. — Eu não sabia nada disso. Acho que nenhum
de nós sabia.
15 de julho de 1880
— A conselho do meu tio, viajei para Hudson Montana para assumir
uma posição como cantora, mas acabou sendo a pior coisa que eu poderia
ter feito. Por um tempo, fiquei com raiva de meus pais por terem morrido,
mas entendi que não estava sendo razoável. Também culpei meu tio, mas
ele nunca poderia saber o que eu estava prestes a sofrer.
— Oh, meu Deus, — Jordon disse enquanto seu pager tocava. — Isso
será interessante, só que tenho que ir — disse, olhando para as duas
mulheres. — Mas vão em frente.
— Ah, não, — disse Grace. — Não podemos fazer isso — é uma herança
de família. A família deve ser a primeira a lê-lo. Pegue. — Sabia que era a
coisa certa a fazer, mas Grace adoraria ler mais.
Embrulhou o antigo diário em uma toalha de mesa para protegê-lo e o
entregou a Jordon.
Queria desesperadamente ler mais, mas Jordon e sua família deviam ser
os primeiros a ler. Esse era o direito deles.
Capítulo três

Jordon tinha um raro dia de folga.


Pelo menos assim esperava - estava sempre de plantão. Ser o único
veterinário na área às vezes cobrava seu preço, mas adorava seu trabalho.
Especialmente quando sabia que fazia a diferença para seus pacientes. Seus
pacientes animais.
Pensou em ir ao chalé para ver como as coisas estavam indo lá, mas
decidiu não fazê-lo.
Sentia uma estranha atração por Grace, que era totalmente o oposto do
que pretendia. Estava feliz por tê-la como amiga, mas nada mais.
Relacionamentos anteriores não tinham dado tão certo. A maioria das
mulheres não entendia que chamadas e emergências podiam acontecer a
qualquer hora do dia. Ou noite.
Assim como acontecia com pacientes humanos.
E então houve seu último relacionamento. Esse acabou em desastre.
Balançou a cabeça. Não queria pensar em nada disso.
Decidiu dar um passeio até as montanhas. Talvez o ar lá em cima pudesse
ajudar a clarear sua cabeça. Talvez pudesse exorcizar Grace completamente
de sua mente.
Altamente improvável, mas valia a pena tentar.
Aquela mulher estava presa ali firmemente, e não importava o que
fizesse, não conseguia tirá-la. Pensava nela noite e dia, e pequenas coisas
despertavam lembranças dela.
Não que a conhecesse muito bem. Grace parecia estar se distanciando
dele.
Muito parecido com o que fazia com ela, meditou.
Continuou seu passeio pela estrada ventosa em direção ao pico. Um de
seus lugares favoritos para estar era no topo do mirante. De lá, podia ver
toda a área ao redor, por quilômetros.
Era sempre pacífico lá e o ajudava a colocar seus pensamentos em
ordem.
Depois de chegar ao seu destino, ficou no mirante. Podia ver o chalé de
lá. Era apenas um pequeno ponto nessa distância. Mas sabia que Grace
estaria lá.
O que estaria fazendo? Estava sozinha ou Missy a acompanhava?
Ele se sacudiu. Por que seus pensamentos sempre voltavam para Grace?
Era evidente para Jordon que Grace não estava nem um pouco interessada
nele como homem. Mais como amigo.
E isso estava longe do que seu corpo lhe dizia que queria ser.

Grace precisava de ar fresco.


Não só estava empoeirado lá, estava abafado. E sufocante.
Estava sozinha hoje. Sabia que Missy não seria capaz de ajudar todos os
dias. Desde que se casou com Rory, Missy reduziu suas horas no Bar and
Grill, onde era cantora.
Muito diferente de seus dias como dublê de rodeio.
Era como se tivesse nascido para estar no palco. E adorava isso.
Ela tinha que trabalhar esta noite, então não pôde ir e ajudar. Sua amiga
se dedicava ao máximo a tudo o que fazia, e esta noite era sua performance
no palco.
Era engraçado, porque antes de Missy deixar Wyoming, Grace só a
conhecia como uma acrobata. Havia todo um outro lado de sua amiga que
estava escondido.
Quando saiu, seu olhar fixou-se nos estábulos. Eles precisavam estar em
boas condições porque quando finalmente se mudasse para a cabana, Spirit
viria com ela.
Não havia como deixar seu amado cavalo para trás. Eles foram
inseparáveis por anos, e era assim que continuariam.
Grace afastou o cabelo do rosto. Suas mãos ficaram cobertas de teias de
aranha. — Eca. Não, não, não! — gritou, escovando as coisas imundas de
seu cabelo.
Havia aranhas lá também? Seu coração batia rapidamente enquanto
cogitava a ideia. Ratos e aranhas. Seus odiados de estimação. Estremeceu
enquanto passava os dedos pelo cabelo cheio de teias de aranha.
Se Jordon estivesse aqui, se certificaria de que não havia nada lá.
Jordon.
Por que seus pensamentos sempre se voltavam para ele? Já havia
decidido manter distância. Ele estava longe de estar interessado. E Grace?
Bem, não tinha certeza do que queria além de um lugar próprio. Um lugar
onde pudesse deitar a cabeça à noite.
Pelo menos havia eletricidade conectada. Aparentemente, Jordon havia
organizado isso alguns anos atrás, mas nunca foi ativada.
Oh, meu Deus. Por que não pensou nisso antes? Ligar a eletricidade para
que pudesse ter água quente para a limpeza. Balançou a cabeça em
desespero.
Fez uma nota mental para organizar isso amanhã.
Grace entrou nos estábulos. Eles não eram tão ruins quanto o chalé.
Moveu as portas da cabine para frente e para trás. Pareciam utilizáveis.
Claro, precisaria dar um jeito nelas, e pegar um pouco de feno, mas em
um ou dois dias deveriam estar perfeitamente habitáveis.
Imaginou Spirit aqui. Podia vê-lo se divertindo correndo pelo paddock
encerado, sua juba voando pelo ar em um dia ventoso. E podia se ver
cavalgando com ele pela propriedade.
À medida que Grace se envolvia em seus pensamentos, deliciava-se com
o silêncio. Um descanso total das cidades, onde esteve morando nos
últimos… quantos anos? Muitos, em sua opinião.
Tinha sido uma grande tola ao iniciar uma carreira como montadora de
touros, sem falar em continuar com ela. Seu corpo foi danificado a ponto de
sentir dores com frequência ao realizar as tarefas mais simples.
Grace se virou para sair dos estábulos e viu a silhueta de um homem ao
longe.
Ela chamou. — Jordon? É você? — Em vez de responder, o homem
correu. Rápido.
Grace ofegou. Se não era Jordon, quem era? Congelou onde estava.
Coração batendo rápido. Ela se abraçou com força e olhou para longe em
descrença.
Podia sentir-se tremendo, mas não conseguia se mover, estava com tanto
medo.
Desde que se mudou para River Valley Montana, não precisou se
preocupar. Mas parece que ele a encontrou.
O que faria agora?
Jordon chegou ao chalé sabendo muito bem que Grace estaria lá. Ela
queria se mudar o mais rápido possível, e passou quase todos os momentos
de vigília ali.
Ele estava dividido, porque não podia abandonar sua prática para ajudá-
la, e sabia que se tivesse feito o que pretendia alguns anos atrás, o lugar
estaria em um estado muito melhor.
Mas seus clientes e seus animais tinham que vir primeiro.
Comprou um almoço para piquenique, com todos os acompanhamentos.
Sanduíches, bolos e até uma garrafa de vinho.
Missy era uma joia — deu-lhe alguns assados para levar. Teve a nítida
impressão de que havia alguma casamenteira atuando lá.
Quando entrou, Grace estava se espreguiçando, depois esfregou os
ombros. Era óbvio que estava trabalhando demais, mas tente lhe dizer isso.
— Bom dia. — parou na porta enquanto anunciava sua presença.
Grace se virou, e o olhar de horror em seu rosto era palpável.
— Oh, meu Deus. Sinto muito — disse Jordon. — Não queria assustá-la.
Podia ver os olhos dela lacrimejando, e se perguntou por quê. Correu em
direção a ela. — Você está bem? — Tocou seu ombro, tentando confortá-la,
mas, em vez disso, sentiu aquele calor agora familiar e um pequeno
sobressalto. Exatamente como da última vez que a havia tocado.
Ela esfregou as bochechas, e foi só então que ele percebeu uma lágrima
rolando por seu rosto. — Eu estou bem. De verdade, — disse, endireitando
os ombros e forçando-se a ficar mais ereta. — Eu só…. não sabia que
estava aqui.
Jordon não acreditava naquilo. Alguma coisa estava errada.
— Eu trouxe um pouco de comida. Quer fazer um piquenique? — Olhou
para o rosto dela e sorriu. Ainda parecia assustada, mas era óbvio que ela
não discutiria isso.
— Uh…
Ela ia recusar. Ele sabia que ia.
— Missy me deu alguns de seus muffins de mirtilo — acrescentou
rapidamente, Esperando que isso a convencesse.
Grace olhou para os pés. — Tenho muito o que fazer — explicou.
— Não, não, não. Virá comigo. Afinal, tem que comer. — Agarrou a mão
dela e começou a puxá-la para fora da cabana. Sentiu um arrepio subir pelo
braço.
— Pelo menos deixe eu me limpar antes de irmos, — Grace lhe disse.
Estendeu a mão e limpou a poeira do rosto dela. Ele estremeceu. Sentia
tanto por essa mulher teimosa, tanto quanto tentava negar.
Ela olhou fixamente para o rosto dele, depois para os olhos. Ele levou
seu polegar até os lábios dela e passou-o no lábio inferior.
Ela ficou ali, imóvel, sem dizer uma palavra.
De repente, a língua dela estendeu-se e tocou seu polegar. Ele engoliu
seco.
Aproximou-se mais dela e lambeu os lábios. Sua cabeça se aproximou
mais, aparentemente por vontade própria. Ele certamente não havia feito
isso.
Seus olhos encontraram os dela. Pareciam estar dizendo sim, mas seu
cérebro continuava dizendo não, não faça isso. Fique longe.
Ele respirou fundo e então se afastou. O que estava pensando? — Certo,
então, se lave e podemos ir.

Por mais que quisesse voltar ao chalé para limpá-lo, Grace estava
aproveitando o intervalo.
O ar fresco era energizante, calmante e exatamente o que precisava.
Jordon os levou em seu veículo off-road por um dos piquetes e desceram
até um pequeno riacho que corria por sua propriedade.
Ela respirou fundo e podia sentir o cheiro da vegetação. Era tão diferente
da cidade aqui fora. Jordon havia colocado uma toalha de piquenique perto
do riacho, ao lado de uma Western Snowberry para fazer sombra.
Tinha lindas flores cor-de-rosa que Grace adorava.
Caminhou até o riacho enquanto Jordon montava seu piquenique. Estava
tão feliz que ele a convenceu a isso. Realmente precisava de uma pausa.
Ajoelhou-se e passou os dedos pela água fria do riacho. Um cardume de
peixes nadava e ela sorriu. Uma coisa tão simples de fazer, mas que lhe deu
tanto prazer.
A brisa leve fez seus longos cabelos voarem pelo rosto, e ela riu.
— O que é tão engraçado? — Nem o tinha ouvido caminhar em sua
direção. Não necessariamente uma coisa boa.
— Ah, o ar fresco. A Brisa. Até mesmo a água fria escorrendo pelos
meus dedos, — disse, enquanto observava o sorriso dele viajar dos lábios
para os olhos. — Eu até vi algumas trutas arco-íris! — Sentiu-se como uma
criança novamente, mas seus sentimentos por Jordon estavam longe de ser
infantis.
Quando se virou para ele, não tinha percebido o quão perto seu rosto
estava do dela. Ela lambeu os lábios e olhou em seus brilhantes olhos
castanhos.
Seu coração estava dizendo sim, mas seu cérebro dizia não. Seu corpo
estava dizendo com certeza, mas seu bom senso dizia que essa era a ideia
mais louca que ela teve por um longo tempo.
Apesar de tudo, Grace se moveu lentamente em direção a ele. Estavam
frente a frente, com os lábios quase se tocando. A mão dele se aproximou e
roçou sua bochecha. Seus olhos se fecharam.
Sabia que isso era um erro fatal, mas se aproximou mais dele apesar de
suas dúvidas.
Seu polegar passou pelos lábios dela e, em seguida, seus lábios roçaram
suavemente os dela. As duas mãos seguraram seu rosto e ele inclinou a
cabeça.
Ela se ouviu gemer e então se perdeu.

Missy havia decidido fazer um jantar em família.


Ela não fazia isso com frequência, mas Jordon decidiu que ela andava
juntando os pares novamente.
Embora tivesse beijado Grace, não havia passado disso. Não que
reclamasse. Queria ir devagar.
Havia se queimado antes. Gravemente queimado.
No dia em que subiria ao altar.
Sua futura esposa havia decidido que não queria ser esposa de um
veterinário, viver em espaços abertos. Em vez disso, desejava morar na
cidade.
Ela telefonou para ele uma hora antes do casamento.
E foi isso.
Mas Grace era diferente. Ela amava o campo. Amava os animais. E
esperava que ela acabasse por amá-lo.
Ainda não tinha certeza se amava Grace. Certamente havia algo entre
eles. Química e algo mais.
Ouviu o tilintar de sua risada vindo de dentro da casa. Provavelmente da
cozinha, onde Missy a estava ensinando a cozinhar - quando havia tempo
disponível.
Ela olhou para cima quando ele entrou pela porta, e foi como se o tempo
tivesse parado. Olhou fixamente para o rosto dela. Compartilhavam um
segredo que ninguém mais conhecia.
Estendeu a mão para ela, mas se conteve.
Toda a sua maldita família não precisava saber de seus assuntos.
— Como está indo toda a limpeza do chalé? — Ele sabia, claro que
sabia. Estava lá hoje, com Grace. Segurando-a em seus braços. Beijando-a
loucamente. Não querendo deixá-la ir.
Ela brincou com as mãos. — Oh. Tudo bem, — disse, então sorriu
conspiratoriamente.
Missy os olhou. Ela sabia? Grace tinha contado a ela? Não, ela não diria.
Missy tinha adivinhado. Jordon levou os dedos aos lábios.
Ela caminhou lentamente em direção a ele. — Seu segredo está seguro
comigo, — sussurrou, então olhou em seus olhos momentaneamente e se
afastou. Um sorriso em seu rosto.
Todos os três irmãos de Rory foram convidados. Era uma oportunidade
para os outros conhecerem Grace, Missy lhe disse. Só que Jordon não
queria que seus outros irmãos a conhecessem. Ainda não.
E se decidissem lutar com ele por ela?
Jordon se sacudiu. Agora estava sendo estúpido. Era cedo. Inferno,
tiveram um beijo. Ok, talvez mais de um beijo!
Seu irmão Kody entrou pela porta. — Irmão! Olá. — Kody estendeu a
mão e deu um abraço de homem no irmão.
Kody havia renunciado às mulheres há muito tempo, mas isso não
significava que não pudesse ou não acabasse mudando de ideia.
— Que bom que veio, Kody — disse Missy, abraçando-o. — Esta é
minha amiga, Grace, — lhe disse. Ele se virou para encarar a recém-
chegada e sorriu. Seus olhos se moveram para cima e para baixo em seu
corpo, e Jordon estava pronto para golpeá-lo.
Ele ouviu um veículo off-road estacionar e sabia que seria Chase, seu
outro irmão.
Chase era um pouco mais cauteloso do que Jordon. Sua esposa morrera
em um acidente de carro doze meses depois de se casarem.
Tinha sido um momento triste para todos eles.
— Ok, comida pronta! — Missy anunciou, conduzindo todos em direção
a uma mesa de cavalete nos fundos. Havia uma variedade de carnes
grelhadas, saladas, pãezinhos e muito mais.
As sobremesas sairiam mais tarde.
Jordon pegou dois pratos e foi em direção a Grace. Viu Missy olhando
para ele. Ela sabia. Definitivamente sabia. Seu sorriso malicioso lhe disse
isso.
Entregou um prato a Grace e colocou a mão em suas costas, guiando-a
até a mesa. Ela pegou um pouco de tudo e o seguiu até as cadeiras, que
haviam sido colocadas em círculo.
Por muito tempo sua família tinha sido apenas os irmãos e seu avô.
Depois que ele morreu, eram apenas os meninos.
Eles sempre foram próximos, mas quando perderam o avô,
aproximaram-se mais.
— Jordon, — Grace disse calmamente. — Você está bem?
Estava perdido em pensamentos. — Sim, claro. Só pensando —
respondeu.
— Grace está consertando o velho chalé — Missy ofereceu a qualquer
um que estivesse disposto a ouvir.
— Uau, isso é fabuloso — Chase respondeu. — Mas por que faria isso?
— Ele parecia confuso.
Jordon respondeu, tentando tirar o foco de Grace. Não queria que seus
irmãos a reivindicassem. — Ela precisava de um lugar para ficar, eu ofereci
o chalé — disse.
— E eu o limpo de graça no processo. — Ela riu de sua própria piada.
O resto da noite prosseguiu em uma brincadeira amigável, mas sempre
havia pelo menos um de seus irmãos por perto. Jordon estava ansioso para
ficar sozinho com Grace.
Desejava sentir seus braços ao redor dele novamente, e ansiava por seu
beijo.

Missy montou Mishka, seu cavalo, e Grace, Spirit.


Decidiram ir para um passeio curto.
Grace adorava os espaços abertos de River Valley e desejava sentir o
vento em seus cabelos. Trabalhou duro no chalé, e estava quase pronto.
O controlador de pragas tinha livrado a casa da família de ratos, e se
sentia mais confortável lá agora.
O próximo na agenda era comprar uma cama e algumas roupas de cama,
assim como algumas poltronas e talvez uma pequena televisão.
Uma vez que tivesse traçado seu plano para uma escola de equitação,
precisaria de um escritório, então uma mesa seria a próxima.
Adorava sua nova morada e se divertia com o fato de que estaria
morando lá em questão de dias. Sem Missy e Jordon, não teria acontecido.
Ela deu um suspiro profundo e esclarecedor.
— Sim, eu conheço esse sentimento — disse Missy. — Às vezes é assim.
Grace se inclinou para frente e se deitou no pescoço de Spirit, dando
tapinhas na cabeça do cavalo. — Com certeza é, — Grace respondeu. —
Não tenho certeza se já disse isso antes, mas obrigada por toda a ajuda que
me deu. — Estendeu a mão e segurou a de Missy. — Eu realmente aprecio.
— Se aprecia tanto — disse Missy sorrindo, — me diga o que está
acontecendo entre você e Jordon.
Grace revirou os olhos. — Nada — disse. Missy olhou boquiaberta. —
Ok, um pouco. Nós tivemos um beijinho pequenino, — Grace disse. — E
talvez um abraço ou dois.
— Não vá machucar aquele homem, — Missy disse. — Ele já passou por
maus bocados.
— Que diabos, Missy! Sabe que eu não machucaria ninguém
intencionalmente. — Grace ficou irritada. Que coisa terrível de se dizer.
Então ela franziu a testa. — O que quer dizer com que ele já passou por
maus bocados? — Seu interesse foi despertado agora, mas sabia que
realmente não era da sua conta.
— Abandonado uma hora antes de seu casamento, me disseram —
explicou Missy. — Horrível. Simplesmente horrível. Pobre Jordon.
UAU. Não esperava por essa. Jordon não havia mencionado isso, mas
por que deveria? Conheceram-se recentemente, e não era como se fossem
amantes. Mal se conheciam.
Grace desmontou de Spirit. — Só preciso me esticar um pouco — disse.
— Aquele velho ferimento de tourada me alcançou, — disse a Missy.
Enfiou a mão no bolso e tirou duas cenouras, dando uma para Spirit e
entregando uma para sua amiga dar a Mishka .
— O que…? Viu aquilo? — Missy perguntou, espantada.
Grace estava confusa. — Vi o que? — Não tinha visto nada. Estavam no
meio do nada. Então percebeu. Certamente ele não as seguiu até aqui. Não
era o suficiente que estivesse perseguindo-a, agora estava colocando a vida
de sua amiga em perigo também?
— Parecia um homem ao longe.
Grace estava chateada e furiosa, e sentiu o calor subir por seu rosto. —
Devemos ir — disse abruptamente. Sua amiga parecia confusa, mas
concordou.
Logo estavam a caminho de casa, Grace olhando por cima do ombro
enquanto cavalgavam.
Capítulo quatro

Jordon convidou Grace para jantar.


Não havia muitos lugares em River Valley onde pudessem ter um
encontro tranquilo, mas o Tia Lizzie’s Kitchen era um deles. Todo agitado
durante o dia, mas à noite? Uma atmosfera totalmente diferente.
Tia Lizzie - ou Lizzie para todos na cidade - fazia tudo do zero. Não
havia nenhum produto comprado em loja em nenhum lugar das instalações.
Ela se orgulhava de ter tudo fresquinho.
Grace era do tipo que usava calça jeans e camiseta, mas esta noite ela se
vestiu com esmero. Jordon esperava que fosse para ele.
Ela usava uma blusa branca de renda, tipo cigana, com fitas esvoaçantes
penduradas nas mangas. A saia era da mesma cor e tinha pregas na frente,
mas só no meio. Em um dos lados, tinha um bordado e chegava até um
pouco abaixo dos joelhos.
Arrematou com sandálias rosa-claro que acentuavam seus pés delicados.
Seus longos cabelos esvoaçantes, com um leve cacheado, completavam o
visual.
Jordon ficou impressionado.
Lizzie estava ao lado deles na mesa. Arranjou-lhes um lugar tranquilo,
escondido mais ao fundo do restaurante. — Quem é essa jovem com quem
está bebendo e jantando esta noite, jovem Jordon?
Mesmo que isso provavelmente não significasse nada, Jordon
estremeceu. Como o mais novo dos quatro rapazes, ele costumava ser
sempre chamado de “o jovem Callahan”.
— Não tão jovem agora, tia Lizzie — disse. Sempre a chamava de tia, e
por respeito, provavelmente sempre o faria. — Tenho trinta e um anos, caso
não saiba.
Grace riu e ele sentiu o calor subir pelo rosto.
Ela se inclinou e apertou a mão de tia Lizzie. — Grace Black, — disse.
— Sou amiga de Missy Callahan. Muito prazer em conhecê-la.
— O que posso fazer para você, Grace? — Lizzie perguntou, ignorando
totalmente Jordon por enquanto. Sempre cuidava primeiro das damas.
— Há muito aqui para escolher — disse Grace, aparentemente
sobrecarregada com o menu.
— Se quiser algo leve, temos uma saborosa salada de frango — disse
Lizzie. — Ou, para algo mais pesado, temos bife e legumes, com o molho
que desejar. Para a sobremesa, temos panquecas com morangos e sorvete,
ou torta de maçã feita na hora.
Ela piscou para Grace e depois olhou para Jordon. — Ou talvez prefira
seu amigo ali.
Jordon sentiu o calor subir pelo rosto novamente, só que dessa vez por
um motivo totalmente diferente.
Lizzie finalmente anotou seus pedidos e estava a caminho.
— Eu a amei! — exclamou Grace, depois que Lizzie estava fora do
alcance da voz.
Jordon suspirou. — Sim, apesar de me envergonhar na frente das minhas
companhias, ela é uma boa pessoa.
Quando terminaram de jantar, pediram um café, mas Jordon estava
ansioso para ir embora. Para ficar sozinho com Grace.
Conversaram durante o café e ele lhe contou como havia planejado
originalmente usar o chalé para uma clínica veterinária. Animais
domésticos.
Não havia nenhum lugar perto de River Valley que cuidasse de animais
domésticos, como gatos e cachorros, pássaros e outras criaturas pequenas.
As pessoas tinham que viajar por mais de uma hora até o veterinário mais
próximo. Não queria que isso se tornasse a maior parte de seu negócio,
longe disso, mas queria poder ajudar os habitantes locais. Especialmente
quando houvesse uma emergência.
Ele observou a cor do rosto de Grace se esvair. — Oh, não! — disse. —
Não se estresse. Esse plano está muito longe de acontecer. Se é que
acontecerá.
— Ufa! — disse. — Por um minuto, pensei que ia ficar sem-teto
novamente. — Ela sorriu timidamente.
Jordon se aproximou e segurou sua mão. — Desculpe-me. Não pretendia
estragar essa noite. — Agora se sentia um idiota.
— Não estragou. Eu apenas reagi de forma exagerada. — Suas
bochechas estavam rosadas novamente, e Jordon suspirou de alívio.
Inclinou e sussurrou em seu ouvido. — Vamos sair daqui. Conheço um
lugarzinho tranquilo…
Ambos estavam de pé antes que ele tivesse a chance de terminar sua
frase.

Jordon pagou a conta e a levou até sua caminhonete.


— Está quase escuro, mas há um lugar onde eu gostaria de levá-la, —
disse enquanto ligava o motor. — Confia em mim o suficiente para ir sem
saber onde fica?
Grace respirou fundo. — Claro. — Não conhecia Jordon por tanto
tempo, mas se Missy confiava nele, ela também o fazia.
Ele dirigiu para fora da cidade em direção à estrada sinuosa que levava às
montanhas que davam vista para River Valley.
Ela tinha ouvido falar que era lindo lá em cima. Que se podia olhar para
baixo, para o vale, e ver quilômetros ao redor. Mas era preciso estar no
lugar certo para isso.
Com sorte, era para lá que Jordon a estava levando.
Sentiu-se um pouco tonta de excitação e seu ritmo cardíaco acelerou.
Olhou pela janela da caminhonete e viu as luzes de River Valley. Era tão
bonito. Mas não tão bonito quanto tinha certeza de que seria quando
escurecesse e eles estivessem no alto da montanha.
Jordon se aproximou e apertou sua mão. — Tudo bem aí? — perguntou,
tirando os olhos da estrada momentaneamente.
— Estou apenas apreciando a vista, — Grace respondeu. — É tão
bonita.
— Espere até chegarmos. Então me diga o quão bonita é. — sorriu e o
coração dela derreteu. Grace se sentia totalmente à vontade com esse
homem maravilhoso. Estava se apegando demais. E se ele decidisse se
livrar dela? Seu coração sobreviveria?
Jordon de repente pisou no freio. — Malditas raposas, — gritou. —
Desculpe, mas essas criaturas são estúpidas. Correm para os faróis e se
matam.
Por sorte, ele conseguiu evitar essa raposa em particular, e logo estavam
a caminho novamente.
Eles continuaram dirigindo, até que Jordon estacionou. Deu a volta e
abriu a porta dela, depois a conduziu até um mirante no topo da montanha.
Obviamente, ele já havia estado aqui antes.
Grace se aproximou da cerca de segurança e olhou ao redor. Podia ver
luzes e pequenas casas a quilômetros de distância. Ele se aproximou por
trás dela e a envolveu com os braços. — Não é outra coisa? — sussurrou
em seu ouvido.
O simples fato de estar tão perto lhe causou arrepios na espinha. O hálito
quente dele em seu rosto a fez querer beijá-lo, e ela se virou em seus braços.
Olhou em seus profundos olhos castanhos e depois deslizou para seus
lábios. Passou a língua nos próprios lábios e se aproximou lentamente do
rosto dele.
Seus braços a envolveram com força, e ficaram bem próximos. O mais
perto que podiam chegar sem estarem nus. Ela não descartava essa opção
no futuro.
Jordon inclinou a cabeça para o lado e beijou-a gentilmente. Grace não
estava gostando nada daquilo e o beijou com mais paixão. Ele entendeu a
dica e introduziu a língua em sua boca.
Os braços dela envolveram suas costas e ela colocou as mãos por dentro
de sua camisa. Ele era quente, convidativo e forte. Ela queria esse homem, e
o queria agora.
Mas não no topo de uma montanha em um carro. Eles precisavam
encontrar um lugar privado e confortável.

Grace acordou em uma cama desconhecida. Então se lembrou.


Um sorriso surgiu em seu rosto.
Rolou, e lá estava Jordon. De costas para ela, apenas seu cabelo loiro
espreitava por baixo do lençol, mas sabia que ele estava completamente nu
lá embaixo, e lindo.
Totalmente vestido, ela não tinha ideia de como o corpo dele era firme e
fantástico. Enquanto faziam amor, seus músculos se sobressaíam e ela
passava as mãos sobre eles.
Ele a olhou nos olhos e sorriu. Depois, começou a fazer amor. Seus
lábios se uniram aos dela, e beijaram-se como nunca houvessem feito isso
antes.
Seus lábios se moviam mais para baixo e se fixaram em seu pescoço.
Sentiu-o sugar e então uma pequena picada. Ele lhe deu uma mordida de
amor. Marcando-a para que seus irmãos vissem que estava comprometida,
sem dúvida. Um pequeno sorriso surgiu em seu rosto.
Pensando bem, Grace não tinha a menor ideia do porquê pensou que
Jordon não estivesse interessado nela. Nenhuma mesmo.
Isso não era luxúria. Claro que se desejaram quase desde o momento em
que se conheceram, mas não se tratava apenas de sexo. Era muito, muito
mais. Seus sentimentos por ele lhe provavam isso.
Tinha certeza de que ele também sentia o mesmo.
Rolou o mais silenciosamente que pôde e se sentou na beirada da cama.
Precisava ir embora. Missy estaria preocupada - era meio da noite.
Um braço se estendeu e a agarrou pela cintura. Sua voz estava rouca. —
Para onde está indo com tanta pressa?
— Eu devo ir. Missy ficará preocupada, — disse a ele calmamente.
Ele riu. — Missy sabe exatamente onde está, e provavelmente o que
estamos fazendo — disse com uma risada. — Poderia muito bem aproveitar
ao máximo esta cama confortável, hein?
Puxou-a de volta para a cama quente, e Grace se enrolou ao lado dele.
Exatamente onde queria estar.

O dia finalmente havia chegado.


O chalé estava pronto e podia se mudar para lá. Sua nova cama e lençóis
foram entregues, e três poltronas reclináveis estavam a caminho.
Finalmente, sua caminhonete e seu trailer para cavalos estavam de volta,
e havia comprado mantimentos e outros suprimentos básicos.
Não tinha dúvidas de que o chalé logo se tornaria um verdadeiro lar.
Jordon era uma joia por deixá-la ficar lá.
Ela parou no meio da cozinha e respirou fundo. Será que isso estava
realmente acontecendo? Assim que estivesse devidamente instalada,
começaria a trabalhar em seu negócio de equitação.
Era um momento empolgante para ela.
Nova casa, novo negócio. Um novo começo na vida. E no amor.
Sentiu-o antes de vê-lo e, de repente, olhou para cima, surpresa.
Ele estava parado na porta, com um sorriso no rosto. — Bem, olá, Grace.
Era uma silhueta marcada pelo sol, mas podia ver parte de seu rosto. Ele
estava fazendo uma careta.
Não era um homem grande, na verdade era bem magro. Tinha por volta
de 1, 72 metros de altura, segundo ela, e cabelos pretos compridos e
desgrenhados. Eram oleosos e pareciam não ser lavados há dias.
Um cheiro de suor atingiu suas narinas, e deu um passo para trás. Sabia
que ele estava por perto por causa dos avistamentos distantes, mas nunca
chegou tão perto antes. Isso a inquietou.
— Saia. Agora! — Grace gritou com ele, tirando o telefone do bolso. Ela
hesitou. Para quem deveria ligar? Jordon? Chase, irmão de Jordon, era o
xerife local. Talvez devesse ligar para ele.
Ele apenas riu dela. — Ou vai fazer o quê? Correr para o irmão do seu
namorado? — Ele fez uma pausa. Para efeito, Grace decidiu. — O xerife.
Então, estava observando-a desde que ela chegou. O que teria acontecido
se Jordon não tivesse aparecido quando colocou sua caminhonete em uma
vala? Ele a teria encurralado então? Não conseguia nem imaginar.
Quando ouviu uma caminhonete parar do lado de fora, Grace soltou a
respiração que não percebeu estar segurando. Jordon.
Olhou para cima, e seu perseguidor tinha sumido.

Chase veio até eles.


Estava com seu uniforme de xerife, junto com seu chapéu de cowboy.
Pensando bem, mesmo em casa, Grace nunca o tinha visto sem ele.
Com a caneta pousada sobre o bloco de notas, começou a questionar
Grace. — Há quanto tempo esse homem a está perseguindo?
Grace olhou para Jordon em busca de apoio, e ele segurou sua mão. —
Alguns anos, talvez. — Ela jogou seu longo cabelo castanho para trás sobre
o ombro, como se isso não significasse nada.
— Alguns anos? — Chase disse, sua voz um pouco mais alta do que o
normal.
Grace endireitou os ombros e o encarou. — Sim, alguns malditos anos!
O que queria que eu fizesse? Ninguém levou a sério. Nem a polícia, nem
meu empresário. Ninguém!
Ele a olhou em choque, então balançou a cabeça. — Desculpe, eu não
devia ter falado assim.
— Sim, não devia. — Jordon veio em sua defesa. — Grace não é a
criminosa aqui. Um pouco de respeito, mano.
Ela estava tremendo, e tinha certeza de que Jordon sentia isso.
Sua voz estava mais suave desta vez. Fraternal. — Claro que não é. —
Chase virou-se para ela. — Desculpe Grace, estou apenas tentando obter a
informação e pegar o vira-lata.
— Olhe, — Grace disse impaciente, olhando para seu colo. — O ponto
principal é que não faço ideia de quem seja esse idiota. Ele tem me seguido
desde que me lembro. — Seu lábio tremeu, mas não deixaria suas emoções
tomarem conta. — Até agora, nunca chegou tão perto. Eu só o via à
distância, e ele chegou a acenar uma ou duas vezes.
— Descarado — disse Chase. E não parecia feliz com isso.
Ela olhou para Chase. — Acha que ele é perigoso? — Sua voz começou
a falhar, e Jordon apertou sua mão. — Quero dizer, é seguro que eu fique no
chalé sozinha?
Chase olhou-a de relance, depois seu irmão. Empurrou seu chapéu para
trás na cabeça para revelar um pouco mais de sua testa. — Eu realmente
não posso responder com certeza, mas sugeriria que não. — Olhou
fixamente para seu irmão, desafiando-o a deixá-la ficar lá sozinha.
Jordon aproximou-se. — Sem problemas. Eu ficarei com ela. Certamente
ele manterá a distância se houver mais alguém por perto.
— Ele não fez quando Missy e eu estávamos cavalgando — disse Grace
com pressa, de repente desejando não ter dito nada.
Os dois homens se entreolharam. Talvez fosse mais problemático do que
deixavam transparecer.

Grace foi para a cidade sozinha.


Ainda tinha alguns suprimentos para comprar e queria dar uma olhada na
butique local. Missy lhe disse que River Valley tinha quase tudo o que
precisava, e Grace preferia fazer compras locais, assim como sua amiga.
Foi até o Tia Lizzie’s Kitchen e pediu um café e um bolo. Era bom sentar
e descansar.
— Nada de Jordon hoje? — Lizzie perguntou. Grace podia ver que seu
interesse estava no auge.
Grace riu. — Uh, uh! Farei compras de roupas ao sair daqui. Não o quero
por perto de jeito nenhum!
Lizzie riu em concordância. As duas mulheres estavam definitivamente
na mesma sintonia. — Adoro seu estabelecimento, — Grace disse. — Café
de dia, restaurante à noite. Costuma ter folga?
— Não com frequência, mas adoro estar aqui — respondeu. — E tenho
uma equipe que pode administrar o lugar sem mim. — Grace podia ver o
amor em seu rosto. Isso era obviamente um trabalho de amor.
A cafeteria estava quase vazia, o que surpreendeu Grace. Nunca a tinha
visto tão vazia antes. Lizzie deve tê-la visto olhando ao redor. — Temos
altos e baixos — disse. — É bom desacelerar de vez em quando. — Lizzie
sentou-se diante de Grace, pegando-a de surpresa.
— Posso ver que tem sentimentos reais por nosso Jordon, — Lizzie lhe
disse. — Ele é… ele é um pouco frágil. Não me aprofundarei em sua vida
particular, mas queria pedir-lhe que tenha cuidado com ele.
— Cuidado? — Grace foi pega de surpresa. — O que quer dizer com
cuidado?
Lizzie escolheu as palavras com cautela e estendeu a mão para cobrir a
mão de Grace com a sua. — Ele foi deixado no altar, amor. — Lizzie olhou
diretamente em seus olhos. — Uma hora antes do casamento acontecer.
Grace ofegou. Ela sabia, mas até agora não havia percebido o quanto
essa comunidade era realmente próxima. — Eu sei, — disse a Lizzie. —
Nunca machucaria Jordon. Eu o amo.
A garçonete se aproximou e colocou o pedido de Grace na frente dela.
— Realmente gosto de você, Lizzie — disse Grace. — E amo que esteja
cuidando de Jordon. Isso a torna ainda mais especial para mim.
Lizzie apertou sua mão e sorriu. — Você também é muito especial, —
disse. — Aproveite seu café e bolo. Tenho certeza de que nós nos veremos
outra hora. — Antes que pudesse responder, Lizzie se foi.
Até dizer as palavras em voz alta, Grace não havia percebido que passou
da paixão para o amor por Jordon. Mas, no fundo, sentia que sempre tinha
sido assim.
Será que ele a amava de volta, perguntou-se?

Grace parou em frente à pequena butique que Missy havia elogiado.


As roupas nos manequins eram bonitas, mas não faziam seu estilo.
Espero que haja uma variedade maior lá dentro. Quando afastou-se da
vitrine, prestes a entrar, viu a silhueta dele no vidro.
Another random document with
no related content on Scribd:
The reason for this paucity of documents is also plain enough. “The
antidote to the scorpion’s bite,” to use a patristic figure of speech[41],
was felt by the early Church to be the actual cautery, and its leaders
spared no pains to rout out and burn the writings of the heretics
pending the time when they could apply the same treatment to their
authors. Even before their alliance with Constantine had put the
resources of the State at their disposal, they had contrived to use the
secular arm for this purpose. In several persecutions, notably that of
Diocletian, which was probably the most severe of them all, the
Christian scriptures were particularly sought for by the Inquisitors of
the State, and many of the orthodox boasted that they had arranged
that the police should find the writings of the heretics in their
stead[42]. Later, when it came to the turn of the Christians to dictate
imperial edicts, the possession of heretical writings was made
punishable with severe penalties[43]. Between orthodox Christian and
Pagan it is a wonder that any have survived to us.
A lucky chance, however, has prevented us from being entirely
ignorant of what the Gnostics had to say for themselves. In 1851, a
MS. which had been known to be in the British Museum since 1778,
was published with a translation into a curious mixture of Latin and
Greek by the learned Petermann, and turned out to include a sort of
Gospel coming from some early Gnostic sect[44]. From a note made
on it by a writer who seems to have been nearly contemporary with
its scribes, it is known as Pistis Sophia or “Faith-Wisdom”; and the
same MS. also contains fragments of other works coming from a
cognate source. In 1891, a papyrus in the Bodleian Library at
Oxford, which had been brought into this country in 1769 by the
traveller Bruce, was also published with a French translation by M.
Amélineau, an ex-Abbé who has long made the later Egyptian
language his peculiar study, and proved to contain two documents
connected with the system disclosed in the Pistis Sophia[45]. Both
MSS. are in Coptic of the dialect of the Sahid or Upper Egypt, to
which fact they probably owe their escape from the notice of the
Byzantine Inquisitors; and they purport to contain revelations as to
the next world and the means of attaining salvation therein made by
Jesus on His return to earth after the Resurrection. Although these
several documents were evidently not all written at one time and
place, and cannot be assigned to a single author, the notes and
emendations appearing on the MSS. show that most of them must
have been in the possession of members of the same school as their
composers; and that therefore we have here for the first time direct
and authentic evidence of the Gnostic tenets, as put forward by their
adherents instead of by their opponents.
The collation of these documents with the excerpts from other
Gnostic writings appearing in early writers like Clement of Alexandria
who were not professed heresiologists[46], shows that the post-
Christian Gnostic sects had more opinions in common than would be
gathered from the statements of St Irenaeus, Hippolytus, and
Epiphanius, and that they probably fulfilled a real want of the age[47].
All of them seem to have held that there was one Supreme Being,
the source of all good, and that matter was inherently malignant and
opposed to him. All of them, too, seem to have taught the
perfectibility of man’s nature, the salvation of at any rate the majority
of mankind, and the possibility of their rising in the scale of being;
and all of them held that this was to be effected mainly by means of
certain mysteries or sacramental rites which were assumed to have
a magical efficacy. All these fundamental characteristics find their
origin in the beliefs of the pre-Christian religions and religious
associations described above, and doubtless owed much to their
influence. But with these, there was now combined for the first time
the recognition of the divinity of One who, while appearing upon
earth as a man among men, was yet thought by all to be endowed
with a greater share of the Divine nature than they. Orpheus, Moses,
Homer, and the Jewish prophets had in turn been claimed as
religious teachers who were divinely inspired; but Jesus was
asserted by every later Gnostic school of whose teachings we have
any evidence to have been Himself of higher essence and substance
than the rest of mankind[48]. How far this assertion was dictated by
the necessity for finding a superhuman authority for the revelation
which each Gnostic leader professed to make to his disciples may
be open to question; but in view of some contemporary controversies
it is well to draw attention to the fact that the Divinity in some shape
or other of Jesus, as well as what is now called His “historicity,” was
never for a moment called in question during the first three centuries
by Gnostic or Catholic. Μονογενής or Monogenes[49]—a word which
Catholic writers later confused with Μονογεννητός or “only-
begotten,” but which is best represented by the corresponding Latin
expression unicus or “unique” (i.e. one of a kind)—is the word in
which the Gnostics summed up their conceptions of the nature of
Jesus[50].
This belief, however, led to consequences which do not at first sight
seem to follow from it. The gods of classical antiquity were indeed
supposed to be of like passions with ourselves, and the Greek of
Homer’s time never thought it shame to attribute to them jealousy or
lust or fear or vanity or any other of the weaknesses which afflict
us[51]. But the one feature besides their beauty that distinguished the
Greek gods from humanity was their immortality or freedom from
death; and if demigods like Heracles were said to have gone through
the common experience of mortals, this was held as proof that their
apotheosis or deification did not take place until they had left the
earth[52]. So much was this the case that the Greeks are said to have
been much amused when they first beheld the Egyptians wailing for
the death of Osiris, declaring that if he were a god he could not be
dead, while if he were not, his death was not to be lamented[53]; and
Plutarch, when repeating the story to his countrymen, thought it
necessary to explain that in his view the protagonists in the Osiris
and Set legend were neither gods nor men, but “great powers” or
daemons not yet deified and in the meantime occupying a place
between the two[54]. The same difficulty was, perhaps, less felt by the
other Mediterranean peoples, among whom, as we have seen, the
idea of a god who died and rose again was familiar enough[55]; but
the Gnostic leaders must always have had before their eyes the
necessity of making Christianity acceptable to persons in possession
of that Hellenistic culture which then dominated the world, and which
still forms the root of all modern civilization. How, then, were they to
account for the fact that their God Jesus, whether they considered
Him as the Logos or Word of Philo, or the Monogenes or Unique
Power of the Supreme Being, had suffered a shameful death by
sentence of the Roman procurator in Judaea?
The many different answers that they gave to this question showed
more eloquently than anything else the difficulties with which it was
surrounded. Simon, according to Hippolytus, said that Jesus only
appeared on earth as a man, but was not really one, and seemed to
have suffered in Judaea, although he had not really done so[56].
Basilides the Egyptian, the leader of another sect, held, according to
Irenaeus, that the body of Jesus was a phantasm and had no real
existence, Simon of Cyrene having been crucified in his stead[57];
while Hippolytus, who seems to have drawn his account of Basilides’
teaching from a different source from that used by his predecessor,
makes him say that only the body of Jesus suffered and relapsed
into “formlessness[58],” but that His soul returned into the different
worlds whence it was drawn. Saturninus, another heresiarch, held,
according to both authors, to the phantasmal theory of Jesus’ body,
which attained such popularity among other Gnostic sects that
“Docetism,” as the opinion was called, came to be looked upon by
later writers as one of the marks of heresy[59], and Hippolytus
imagines that there were in existence sects who attached such
importance to this point that they called themselves simply
Docetics[60]. Valentinus, from whose teaching, as we shall see, the
principal system of the Pistis Sophia was probably derived, also
adhered to this Docetic theory, and said that the body of Jesus was
not made of human flesh, but was constructed “with unspeakable
art” so as to resemble it, the dove-like form which had descended
into it at His baptism leaving it before the Crucifixion[61]. According to
Irenaeus, too, Valentinus held that the Passion of Jesus was not
intended as an atonement or sacrifice for sin, as the Catholics
taught, but merely as a symbol or reflection of something that was
taking place in the bosom of the Godhead[62].
Another point in which the chief post-Christian Gnostic sects seem to
have resembled one another is the secrecy with which their
teachings were surrounded. Following strictly the practice of the
various mysteries—the Eleusinian, the Isiac, Cabiric, and others—in
which the Mediterranean god, whether called Dionysos, Osiris, Attis,
Adonis, or by any other name, was worshipped, none were admitted
to a knowledge of their doctrines without undergoing a long,
arduous, and expensive course of initiation. More than one Gnostic
teacher is said to have told his hearers to conceal from men what
they were, or in other words not to let it be known that they were
affiliated to the sect[63], and all the Fathers bear witness to the way in
which in time of persecution the Gnostics escaped by professing any
faith that would satisfy the Roman authorities. By doing so, they laid
themselves open to the accusation hurled at them with great
virulence by the Church, that their secret rites and doctrines were so
filthy as to shock human nature if made public—an accusation which
at the first appearance of Christianity had been brought against the
Catholics, and which the Church has ever since made use of against
any sect which has differed from her, repeating it even at the present
day against the Jews and the Freemasons[64]. There is, however, no
reason why the accusation should be better founded in one case
than in the others; and it is plain in any event that the practice of
secrecy when expedient followed directly from the magical ideas
which have been shown above to be the foundation of the dogmas of
all the pre-Christian Gnostics, besides permeating religions like that
of the Alexandrian divinities. The willingness of the post-Christian
Gnostics to subscribe to any public profession of faith that might be
convenient was no doubt due to the same cause[65]. As has been
well said, to the true Gnostic, Paganism, Christianity, and
Mahommedanism are merely veils[66]. The secret words and
formulas delivered, and the secret rites which the initiate alone
knows, are all that is necessary to assure him a distinguished place
in the next world; and, armed with these, he can contemplate with
perfect indifference all outward forms of worship.
These and other points which the post-Christian Gnostic sects seem
to have had in common[67] can therefore be accounted for by their
common origin, without accepting the theory of the textual critics that
the Fathers had been deceived by an impostor who had made one
document do duty several times over. Yet until we have the writings
of the heresiarchs actually in our hands, we must always be in doubt
as to how far their opinions have been correctly recorded for us. The
post-Christian Gnostic sects have been compared with great aptness
to the Protestant bodies which have sprung up outside the Catholic
Church since the German Reformation[68], and the analogy in most
respects seems to be perfect. Yet it would probably be extremely
difficult for a bishop of the Church of Rome or of that of England to
give within the compass of an heresiology like those quoted above
an account of the tenets of the different sects in England and
America, without making grave and serious mistakes in points of
detail. The difficulty would arise from want of first-hand knowledge, in
spite of the invention of printing having made the dissemination of
information on such subjects a thousand times more general than in
sub-Apostolic times, and of the fact that the modern sects, unlike
their predecessors, do not seek to keep their doctrines secret. But
the analogy shows us another cause of error. The “Free Churches,”
as they are called in modern parlance, have from the outset shown
themselves above all things fissiparous, and it is enough to mention
the names of Luther, Zwingli, Calvin, Socinus, Wesley, and Chalmers
to show how hopelessly at variance the teachings of the founders of
sects at first sight are. But in spite of this, there seems to have been
always a sort of fluidity of doctrine among them, and hardly any of
the Nonconformist sects now profess the dogmas with which they
first came into existence. The changes in this respect, however,
never involve the borrowing of new tenets from sources external to
them all, but seem to be brought about by a sort of interfiltration
between one sect and another. Thus, for example, for many
centuries after the Reformation the majority of the dissident sects
which rejected all connection with the Catholic Church were among
the stoutest defenders of the Divinity of Jesus, and the Socinians
who held the contrary opinion were in an entirely negligible minority.
At the present day, however, the tendency seems to run the other
way, and many Nonconformist bodies are leaning towards Unitarian
doctrines, although few of them probably have ever heard the name
of Socinus. A similar tendency to interpenetration of doctrines early
showed itself among the Gnostics; and there can be little doubt that
it sometimes led to a fusion or amalgamation between sects of
widely differing origin. Hence it is not extraordinary that certain
tenets are sometimes recorded by the Fathers as peculiar to one
Gnostic leader and sometimes to another, and to trace accurately
their descent, it would be necessary to know the exact point in the
history of each sect at which such tenets appeared. But the Fathers
seldom thought of distinguishing between the opinions of an
heresiarch and those of his successors, and the literary habits of the
time were not in favour of accurate quotation of documents or even
of names[69]. This forms the chief difficulty in dealing with the history
of the Gnostic teaching, and although the discovery of fresh
documents contemporary with those we now possess would
undoubtedly throw additional light upon the subject, it is probable
that it will never be entirely overcome.
Generally speaking, however, Gnosticism played a most important
part in the history of Christianity. Renan’s view that it was a disease
which, like croup, went near to strangling the infant Church is often
quoted[70]; but in the long run it is probable that Gnosticism was on
the whole favourable to her development. In religion, sentiment often
plays a larger part than reason; and any faith which would enable
men of weight and influence to continue the religious practices in
which they had been brought up, with at the outset but slight
modification, was sure of wide acceptance. There seems no doubt
that the earlier Gnostics continued to attend the mysteries of the
Chthonian deities in Greece and of their Oriental analogues, Osiris,
Attis, Adonis, and the like elsewhere, while professing to place upon
what they there saw a Christian interpretation[71]. Here they acted like
the little leaven that leaveneth the whole lump, and this did much to
spread the knowledge of the new faith among those spiritually-
minded Gentiles, who would never have felt any interest in
Christianity so long as it remained merely a branch of Judaism[72].
Most of them, moreover, sooner or later abandoned their Gnosticism,
and became practising members of the Catholic Church, who
sometimes went a long way to meet them. As Renan has said, none
of them ever relapsed into Paganism[73], and in this way the so-called
heresies became at once the feeders of orthodox Christianity and its
richest recruiting-ground[74]. They offered in fact an easy road by
which the wealthy, the learned, and the highly-placed could pass
from Paganism to Christianity without suffering the inconvenience
imposed upon the first followers of the Apostles.
On the other hand, it may be argued that the Church in receiving
such recruits lost much of that simplicity of doctrine and practice to
which it had hitherto owed her rapid and unvarying success. The
Gnostics brought with them into their new faith the use of pictures
and statues, of incense, and of all the paraphernalia of the worship
of the heathen gods. Baptism which, among the Jewish community
in which Christianity was born, was an extremely simple rite, to be
performed by anybody and entirely symbolical in its character[75],
became an elaborate ceremony which borrowed the name as well as
many of the adjuncts of initiation into the Mysteries. So, too, the
Agape (love-feast) or common meal, which in pre-Christian times
was, as we have seen, common to all Greek religious associations
unconnected with the State, was transformed by the Gnostics into a
rite surrounded by the same provisions for secrecy and symbolizing
the same kind of sacrifice as those which formed the central point of
the mystic drama at Eleusis and elsewhere. Both these sacraments,
as they now came to be called, were thought to be invested with a
magical efficacy, and to demand for their proper celebration a
priesthood as exclusive as, and a great deal more ambitious than,
that of Eleusis or Alexandria. The daring speculations of the
Gnostics as to the nature of the godhead and the origin of the world
also forced upon the Catholics the necessity of formulating her views
on these points and making adhesion to them a test of
membership[76]. To do so was possibly to choose the smaller of two
evils, yet it can hardly be denied that the result of the differences of
opinion thus aroused was to deluge the world with blood and to stay
the progress of human knowledge for more than a thousand
years[77]. It is said that if Gnosticism had not been forcibly
suppressed, as it was directly the Christian priesthood obtained a
share in the government of the State, Christianity would have been
nothing but a battle-ground for warring sects, and must have
perished from its own internal dissensions. It may be so; but it is at
least as possible that, if left unmolested, many of the wilder sects
would soon have withered away from their own absurdity, and that
none of the others would have been able to endure for long. In this
respect also, the history of the post-Reformation sects offers an
interesting parallel.
Be that as it may, it is plain that the Catholic Church, in devoting her
energies to the suppression of the Gnostic heresies, lost much of the
missionary power which till then had seemed all-conquering. During
the two centuries which elapsed between the siege of Jerusalem
under Vespasian and the accession of Aurelian, the Church had
raised herself from the position of a tiny Jewish sect to that of the
foremost among the many religions of the Roman Empire. A brief but
bloody persecution under Diocletian convinced the still Pagan
Emperors of the impossibility of suppressing Christianity by force,
and the alliance which they were thus driven to conclude with it
enabled the Church to use successfully against the Gnostics the arm
which had proved powerless against the Catholics[78]. Yet the triumph
was a costly one, and was in its turn followed by a schism which rent
the Church in twain more effectually than the Gnostic speculations
could ever have done. In the West, indeed, the Latin Church was
able to convert the barbarians who extinguished the Western half of
the Roman Empire; but in the East, Christianity had to give way to a
younger and more ardent faith. How far this was due to the means
taken by the Church to suppress Gnosticism must still be a matter of
speculation, but it is certain that after her first triumph over heresy
she gained no more great victories.
CHAPTER VIII
POST-CHRISTIAN GNOSTICS: THE OPHITES

Although the Ophites were one of the most widely-spread and in


some respects the most interesting of the heretical sects which came
to light after the foundation of the Christian Church, we know nothing
at first hand about their origin. Philastrius, or Philaster of Brescia,
writing about 380 A.D., includes them among those “who taught
heresies before the Coming of Christ[79]”; but the phrase does not
perhaps bear its apparent meaning, and the late date at which he
wrote makes it unlikely that he possessed any exclusive evidence on
the point. A more plausible tradition, which is common to St
Augustine[80], to the tractate Against All Heresies which passes under
the name of Tertullian[81], and to the similar one attributed to St
Jerome[82], is that the Ophites derived their doctrines from Nicolaus
or Nicolas of Antioch, the deacon mentioned in the Acts[83], and that
they are therefore alluded to under the name of Nicolaitans[84] in the
address to the Church of Ephesus in the Canonical Apocalypse.
Origen, on the other hand, in his Discourse against Celsus says that
they boasted of one Euphrates as their founder[85]; while Hippolytus
declares that their tenets were said by themselves to be due to “the
very numerous discourses which were handed down by James the
brother of the Lord to Mariamne[86].” From which contradictory
statements we may gather that the “heresy” of the Ophites was,
even as early as 230 A.D., a very old one, which may have appeared
even before Christianity began to show its power, and that it was
probably born in Asia Minor and owed much to the Pagan religions
there practised and little or nothing to any dominant personality as
did the systems of Simon Magus and the heresies treated of in the
succeeding chapters.
It is also probable that between the time when the Canonical
Apocalypse was written and that of Origen and Hippolytus[87], the
Ophites altered their doctrines more than once. We may not be able
to go so far as their historian, Father Giraud, who thinks that he can
distinguish between their earlier opinions, which he would attribute to
the Naassenes or Ophites[88] described by Hippolytus, and those of a
later school to which he would assign the name of Ophites
specially[89]. Yet many of the Fathers confuse their doctrines with
those of the Sethians, the Cainites, and other sects which seem to
have had some distinguishing features[90]; while Hippolytus, who
shows a more critical spirit than the other heresiologists, says
expressly that the other heresies just named were little different in
appearance from this one, being united by the same spirit of error[91].
The confusion is further increased by his statement that the
Naassenes called themselves Gnostics, although Carpocrates’
followers, who must have been later in time, are elsewhere said to
be the first to adopt this name[92]. For there was at least one other
sect of heretics who did the same thing, and to whom Epiphanius in
his Panarion attributes, together with a theological and cosmological
system not unlike that hereafter described, mysteries of unnameable
obscenity with which the Ophites were never charged[93]. In this
respect it may be as well to remember the words of Tertullian that the
heretics

“know no respect even for their own leaders. Hence it is that


schisms seldom happen among heretics because, even when
they exist, they do not appear; for their very unity is schism. I am
greatly in error,” he continues, “if they do not amongst
themselves even diverge from their own rules, since every man,
as it suits his own temper, modifies the traditions he has received
after the same fashion as did he who handed them down to him,
when he moulded them according to his own free will.... What
was allowed to Valentinus is allowable to the Valentinians, and
that is lawful for the Marcionites which Marcion did, i.e. to
innovate on the faith according to his own judgment. In short, all
heresies when investigated are found to be in many particulars
disagreeing with their own authors[94].”
If Tertullian was right, it is idle to expect that after the lapse of
nineteen centuries we can hope to distinguish between the opinions
of an heresiarch and those of his followers who differed from or
improved upon his teaching.
Of the country in which the Ophites first appeared, and where to the
last they had their strongest following, there can, however, be little
doubt. Phrygia, by which is meant the entire central part of Asia
Minor or, to use its modern name, Anatolia, must from its situation
have formed a great meeting-place for different creeds, among
which that of the Jews occupied in the first centuries of our era a
prominent place. Seleucus Nicator had followed the example of
Alexander in Egypt in granting the Jews full rights of citizenship in all
his cities, and Antiochus the Great took even more practical steps
towards inducing them to settle there when he transported thither
two thousand Jewish families from Mesopotamia and Babylon[95].
These Jews of the Eastern Diaspora or Dispersion had, however, by
no means kept whole the faith of their forefathers, and there seems
in consequence to have been less racial hatred between them and
the earlier inhabitants of the country here than elsewhere[96]. In
religious matters, these last, too, seem to have been little affected by
the Euhemerism that had destroyed the faith of the more
sophisticated Greeks, and the orgiastic worship of Cybele, Attis, and
Sabazius found in Phrygia its principal seat. The tendency of the
inhabitants towards religious hysteria was not likely to be lessened
by the settlement in the centre of Asia Minor of the Celtic tribes
known as the Galatae, who had gradually passed under the Roman
yoke in the time of Augustus, but seem long to have retained their
Celtic taste for innovations in religious matters, and to have supplied
from the outset an endless number of heresies to the Church[97].
Moreover, in the Wars of Succession which followed the death of
Alexander, Phrygia had been bandied about like a shuttlecock
between Antigonus and Lysimachus; in the decadence of the
Seleucid house, it had been repeatedly harried by the pretenders to
the Syrian crown; and it had, during the temporary supremacy of
Mithridates and his son-in-law Tigranes, been subject to the tyranny
of the Armenians[98]. Thanks to the policy of these barbarian kings, it
had in great measure been denuded of its Greek-speaking
inhabitants[99], the growth of its towns had been checked, and the
country seems to have been practically divided among a crowd of
dynasts or priest-kings, generally the high-priests of temples
possessing vast landed estates and preserving their importance by
the celebration of yearly festivals. Dr Mahaffy compares these
potentates with the prince-bishops and lordly abbots produced by
nearly the same conditions in mediaeval Europe[100], and Sir William
Ramsay’s and Mr Hogarth’s researches of late years in Anatolia
have shown how much truth there is in the comparison.
The religion practised by these priest-kings throughout the whole of
Asia Minor differed slightly in form, but was one in substance[101]. It
was in effect the worship of the bisexual and mortal gods whom we
have already seen worshipped under varying names in the Eastern
basin of the Mediterranean. These deities, whose alternate
appearance as male and female, infant and adult, could only be
explained to Western ears as the result of incestuous unions, could
all on final analysis be reduced to one great divinity in whom all
Nature was contained. The essence of the Anatolian religion, says
Sir William Ramsay, when describing the state of things that existed
in Phrygia immediately before the preaching of St Paul, was

“the adoration of the life of Nature—that life apparently subject to


death, yet never dying, but reproducing itself in new forms,
different and yet the same. This perpetual self-identity under
varying forms, this annihilation of death through the power of
self-reproduction, was the object of an enthusiastic worship,
characterized by remarkable self-abandonment and immersion in
the divine, by a mixture of obscene symbolism and sublime
truths, by negation of the moral distinctions and family ties that
exist in a more developed society, but do not exist in the free life
of Nature. The mystery of self-reproduction, of eternal unity amid
temporary diversity, is the key to explain all the repulsive legends
and ceremonies that cluster round that worship, and all the
manifold manifestations or diverse embodiments of the ultimate
single divine life that are carved on the rocks of Asia Minor[102].”
Whether the Phrygians of Apostolic times actually saw all these
sublime ideas underlying the religion of their country may be
doubted; but it is fairly certain that at the time in question there was
worshipped throughout Anatolia a divine family comprising a
goddess known as the Mother of the Gods, together with a male
deity, who was at once her son, her spouse, her brother, and
sometimes her father[103]. The worship of this pair, who were in the
last resort considered as one bisexual being, was celebrated in the
form of festivals and mystery-plays like those of the Middle Ages, in
which the birth, nuptials, death, and resurrection of the divinities
were acted in dramatic form. At these festivals, the worshippers gave
themselves up to religious excitement alternating between
continence sometimes carried to the extent of self-mutilation on the
part of the men, and hysterical or religious prostitution on the part of
the women[104]. The gathering of foreign merchants and slaves in the
Anatolian cities, and the constant shifting of their inhabitants by their
successive masters, had forced on the votaries of these Phrygian
deities a theocrasia of the most complete kind, and the Phrygian god
and goddess were in turn identified with the deities of Eleusis, of
whom indeed they may have been the prototypes, with the Syrian
Aphrodite and Adonis, with the Egypto-Greek Serapis and Isis, and
probably with many Oriental deities as well[105]. At the same time,
their fame and their worship had spread far beyond Phrygia. The
primitive statue of the goddess of Pessinus, a black stone or baetyl
dignified by the name of the Mother of the Gods, was transported to
Rome in the stress of the Second Punic War and there became the
centre of a ritual served by eunuch priests supported by the
State[106]; while, later, her analogue, the Syrian goddess, whose
temple at Hierapolis, according to Lucian, required a personnel of
over three hundred ministrants, became the object of the special
devotion of the Emperor Nero[107]. As with the Alexandrian divinities,
the respect paid to these stranger deities by the legions carried their
worship into every part of the Roman world[108].
The element which the Jews of Asia contributed to Anatolian religion
at this period was probably more important than has been generally
supposed. M. Cumont’s theory that the epithet of the “Highest”
(Ὕψιστος) often applied to the God of Anatolia and Syria really
covers the personality of Yahweh of Israel rests upon little proof at
present[109]. It may be conceded that the tendency to monotheism—
or to speak strictly their hatred for the worshippers of many gods—
rooted in the Jews from the Captivity onwards may at first have done
much to hasten the progress of the theocrasia which was welding all
the gods of the Mysteries into one great God of Nature. But the
Babylonian or Oriental Jews, called in the Talmud and elsewhere the
Ten Tribes, probably had some inborn sympathy with the more or
less exalted divinities of the West. Even in the temple of Jerusalem,
Ezekiel sees in his vision “women weeping for Tammuz[110],” while
Jeremiah complains of the Jews making cakes to the Queen of
Heaven, which seems to be another name for the Mother of the
Gods[111]. The feminine side of the Anatolian worship can therefore
have come to them as no new thing. Perhaps it was due to this that
they so soon fell away from their ancestral faith, and that, in the
words of the Talmud, “the baths and wines of Phrygia separated the
Ten Tribes from their brethren[112].” That their collection of money for
the Temple in Roman times was due not so much to any religious
motive, as to some of the financial operations in which the Jews
were always engaging, Cicero hints with fair plainness in his Oration
in defence of Flaccus[113]. They seem, too, to have intermarried freely
with the Greek citizens, while the sons of these mixed marriages did
not undergo the circumcision which the Jews of the Western
Dispersion demanded not only from native Jews but also from
proselytes of alien blood[114].
The Jews also brought with them into Phrygia superstitions or side-
beliefs to which they were probably much more firmly attached than
to their national religion. The practice of magic had always been
popular among the Chosen People as far back as the time of Saul,
and the bowls inscribed with spells against enchantments and evil
spirits form almost the only relics which they have left in the mounds
which mark their settlement at Hilleh on the site of the ancient
Babylon[115]. From this and other evidence, it would seem that the
Babylonian Jews had borrowed from their Chaldaean captors many
of their views as to the importance of the Name in magic, especially
when used for the purposes of exorcism or of spells; that they
thought the name of their national god Yahweh particularly
efficacious; and that the different names of God used in the Old
Testament were supposed, according to a well-known rule in magic,
to be of greater efficiency as the memory of their meaning and actual
significance died out among them[116]. The Babylonian Jews,
moreover, as is evident from the Book of Daniel, no sooner found
themselves among the well-to-do citizens of a great city than they
turned to the professional practice of divination and of those curious
arts whereby they could make a living from the credulity of their
Gentile neighbours without the manual labour always dreaded by
them[117]. Hence Phrygia, like the rest of Asia Minor during the
Apostolic Age, was full of strolling Jewish sorcerers who undertook
for money to cast out devils, to effect and destroy enchantments, to
send and interpret dreams, and to manufacture love philtres[118]. That
in doing so they made great use of the name of their national deity
seems plain from Origen’s remark that “not only do those belonging
to the Jewish nation employ in their prayers to God and in the
exorcising of demons the words: God of Abraham and God of Isaac
and God of Jacob, but so also do most of those who occupy
themselves with magical rites. For there is found in treatises on
magic in many countries such an invocation of God and assumption
of the divine name, as implies a familiar use of it by these men in
their dealings with demons[119].” This is abundantly borne out by the
spells preserved for us by the Magic Papyri before mentioned, where
the expressions “God of Abraham,” “God of Isaac,” “God of Jacob”
constantly occur. One spell given above contains, as we have seen,
along with many unfamiliar expressions drawn from Greek, Persian,
Egyptian, and even Sumerian sources, the words “Blessed be the
Lord God of Abraham[120],” and in nearly every one do we find the
Tetragrammaton or four-lettered name of God transliterated in the
A.V. Jehovah, either with or without some of the other Divine names
used in the Old Testament. The names of the angels Gabriel,
Michael, and Raphael given in the Old Testament and the Apocrypha
are also common in all this literature[121].
Did the Babylonian Jews bring with them into Phrygia any theory of
the universe other than the direct and unfettered rule of Jehovah and
the creation of the world from nothing, which they gathered from their
sacred books? There is little evidence on the point, save some
expressions of doubtful import in the Magic Papyri[122] and the
statement of Origen that “the name Sabaoth, and Adonai and the
other names treated with so much reverence among the Hebrews ...
belong to a secret theology which refers to the Framer of all
things[123].” It might be possible to deduce from this that the elaborate
system known as the Cabala or secret tradition of the Jews was
already in existence[124]. This system, on its theoretical or speculative
side, attempts to explain the existence of the physical universe by
postulating a whole series of intermediate powers emanating from
the Supreme Being of whom they are the attributes or names; while,
on the other or “practical,” it professes to perform wonders and to
reveal mysteries by a childish juggling with letters in the shape of
anagrams and acrostics or with their numerical values[125]. As has
been said above, follies of this last-named kind were unknown
neither to the later Orphics nor to the primitive Church, and might
well be thought to have been acquired by the Jews during their stay
in Babylon, where the Semitic inhabitants seem from a very early
date and for magical reasons to have used numbers instead of
letters in writing the names of their gods[126]. It would not have been
difficult for them to have acquired at the same time from the Persian
masters of Babylon the doctrine of emanation instead of creation
which is to be found in the Zend Avesta as well as in all the post-
Christian Gnostic systems. But there are other channels besides the
Anatolian religion through which these ideas might have come into
the West[127], and it will be better not to lay any stress upon this. That
the Cabala in the complete form in which it appears in the books
known as the Sepher Jetzirah and the Sepher Zohar does not go
further back than the VIth or VIIth century of our era, seems to be the
opinion of all those best qualified to judge in the matter. M. Isidore
Loeb, who has given the most coherent and compact summary of
Cabalistic teaching that has appeared of late years, finds its germs in
Babylonian Judaism at about the same period which saw the
blossoming of the Christian Gnostic sects, without going so far as to
derive either of the later doctrines from the other[128].
However this may be, there is a fair consensus of opinion among the
Fathers of the Church as to the doctrines current among those
whom, for reasons to be presently seen, they called the Ophites or
worshippers of the Serpent. The aim of the sect seems to have been
to produce an eclectic system which should reconcile the religious
traditions current from time immemorial in Western Asia with the
worship of the Hellenized gods of Asia Minor, and the teachings of
the already powerful Christian Church. With this view they went back
to what is probably the earliest philosophical theory of the origin of
the universe, and declared that before anything was, there existed
God, but God conceived as an infinite ocean of divinity, too great and
too remote to be apprehended by man’s intelligence, of whom and of
whose attributes nothing could be known or said, and who could only
be likened to a boundless sea. Something like this was the view of
the earliest inhabitants of Babylonia, who declared that before
heaven or earth or the gods came into being there was nothing but a
vast waste of waters[129]. At some time or another, the same idea
passed into Egypt, when the Egyptians attributed the beginning of
things to Nu or the primaeval deep[130]; and it was probably the
spread of this tradition into Ionia which induced Thales of Miletus,
the earliest of the Ionian philosophers, to assert that water was the
first of all things[131]. This unknowable and inaccessible power, the
Ophites declared to be ineffable or impossible to name, and he was
only referred to by them as Bythos or the Deep. The same idea and
the same name were adopted by most of the later Gnostics[132].
From this unknowable principle or Father (Πατὴρ ἄγνωστος) there
shone forth, according to the Ophites, a Primordial Light, infinite and
incorruptible, which is the Father of all things subsequent to him[133].
Here they may have been inspired, not by the Babylonian, but by its
derivative, the Jewish tradition given in the Book of Genesis[134]. But
this Light was in effect, though not in name, the chief god of their
system, and in Asia Minor the gods had never perhaps been
imagined as existing in any but human form. Accordingly they
described this Light as the First Man, meaning thereby no terrestrial
creature, but a heavenly or archetypal man in whose likeness
mankind was afterwards made[135]. From him came forth a second
Light sometimes called his Ennoia or Thought, which expression
seems to cover the idea that this Second Man or Son of Man, by
both which names he was known to the Ophites, was not begotten in
the ordinary way of mortals, but was produced from the First Man as
a thought or concept is formed in the brain[136]. Or we may, to take
another metaphor, regard this Ennoia as the rays of light which
emanate or flow forth from a lamp or other source of light, but which
have no independent existence and still remain connected with their
parent. Such was the Ophite idea with regard to the two great Lights
or the First and Second Man whom they refused to consider as
separate, giving them both the name of Adamas, or the
Unconquered, a classical epithet of the Hades already identified at
Eleusis with Dionysos[137]. They also called them, as will be seen
later, the Father-and-Son. In this, perhaps, they did not go outside
the conception of the Anatolian religion, which always represented
the Divine Son as the spouse of the goddess who gave him birth,
and in this way eternally begetting himself. Thus, the Phrygian
goddess Cybele under the name of Agdistis was said to be violently
enamoured of Atys who was in effect her own son[138]. The same
idea was familiar to the Egyptians, among whom more than one god
is described as the “bull (i.e. male or husband) of his mother,” and it
may thus have passed into the Alexandrian religion, where Horus
was, as we have seen, often given instead of Osiris as the lover of
Isis[139]. At Eleusis it was more modestly concealed under the myth
which made Dionysos or Hades at once the ravisher of Persephone
and her son by Zeus in serpent form—a myth which is summed up in
the mystic phrase preserved by Clement of Alexandria that “The bull
is the father of the serpent, and the serpent the father of the bull[140].”
Thus the Ophites accounted for the divinity who was in effect their
Supreme God, the still higher Bythos, as we have seen, being put in
the background as too awful for human consideration[141]. But it was
still necessary to make manifest the feminine aspect of the deity
which was always very prominent in Asia Minor. The Mother of the
Gods, known as Ma in Lydia, Cybele in Phrygia proper, Artemis at
Ephesus, the unnamed Syrian goddess at Hierapolis, and Aphrodite
in Cyprus and elsewhere[142], was in the early Christian centuries the
most prominent person in the Anatolian pantheon, a fact which Sir
William Ramsay would attribute to the matriarchate, Mutterrecht, or
custom of descent in the female line, which he thinks indigenous to
Asia Minor. In the earliest Phrygian religion there seems little doubt
that the supreme goddess was originally considered to be bisexual,
and capable of production without male assistance, as is expressly
stated in the legend of Agdistis or Cybele preserved by
Pausanias[143], and perhaps hinted at in the stories of Amazons
spread throughout the whole of Asia Minor. But it is probable that, as
Sir William Ramsay himself says, this idea had become less
prominent with the immigration from Europe of tribes of male
warriors without female companions,[144] while Semitic influence was
always against it. Hence the Ophites found themselves compelled to
make their female deity inferior or posterior to their male. “Below
these, again (i.e. below the First and Second Man or Father-and-
Son),” says Irenaeus in reporting their doctrines, “is the Holy Spirit ...
whom they call the First Woman[145].” Neither he nor Hippolytus gives
us any direct evidence of the source whence this feminine Power
was thought by them to have issued. But Hippolytus says without
circumlocution that “this Man,” i.e. Adamas or the Father-and-Son,
“is both male and female[146],” and he quotes the words of an Ophite
hymn[147] addressed to him that: “From thee is Father and through
thee is Mother, two names immortal, parents of Aeons, O thou
citizen of heaven, Man of mighty name[148]!” Later, he puts in the
mouth of the Naassene or Ophite writer from whom he repeatedly
quotes, the phrase:

“The Spirit is where the Father and the Son are named, from
whom and from the Father it is there born; and this (that is, the
Spirit) is the many-named, myriad-eyed Incomprehensible One
for whom every nature in different ways yearns,”

or in other words the soul or animating principle of Nature[149]. It


therefore seems that the first Ophites made their Supreme God a
triad like the Eleusinian, the Alexandrian, and the Anatolian,
consisting of three persons two of whom were males and the third a
female, or a Father, Mother, and Son, of whom the Son was but
another and renewed form of the Father, while the union of all three
was necessary to express every aspect of the Deity, who was
nevertheless one in essence[150]. This threefold division of things,
said the Ophites, ran through all nature “there being three worlds or
universes: the angelic (that sent directly from God), the psychic, and

Você também pode gostar