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008/1.06.0000788-8 – fl. 1
Veio aos autos contestação (fls. 81-91), aduzindo que não
estão presentes os requisitos necessários ao usucapião, uma vez que
a posse não era animus domini.
Em réplica, a autora argüiu a intempestividade da
contestação, repisando os demais argumentos da inicial.
O Ministério Público reiterou o parecer anterior.
Em audiência, foram ouvidas duas testemunhas, sendo
que, em debates, a autora postulou a procedência do pedido,
enquanto os réus pugnaram pela improcedência. O Ministério
Público, uma vez mais, ratificou o parecer exarado.
Vieram, pois, os autos, conclusos.
Foi o relatório.
Decido.
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Ora, tal situação descaracteriza o animus domini
necessário à aquisição por usucapião, afastando, portanto, a
possibilidade da procedência do pedido.
Desimporta, no caso, se a posse era mansa, pacífica, ou
por mais de vinte anos, uma vez que faltando o requisito da posse
animus domini não há de ser reconhecido o usucapião em favor da
autora.
Tal situação não é negada pela autora no processo e é
corroborada pelo depoimento da testemunha Otto, em audiência,
que bem afirma que o próprio marido da autora dizia que ocupa a
área porque era empregado de José João.
Assim, não se configurando a posse animus domini,
incabível o reconhecimento do usucapião.
Desse modo, há que ser julgado improcedente o pedido.
Isso posto, julgo improcedente o pedido.
Condeno a autora ao pagamento das custas e honorários
advocatícios ao patrono dos réus, que fixo em R$ 800,00, corrigidos
pelo IGP-M FGV desde esta data até o efetivo pagamento, tendo em
vista os critérios de natureza da causa e singeleza do feito. Fica, por
ora, a autora isentada das verbas sucumbenciais, tendo em vista que
lhe foi deferido o benefício da assistência judiciária gratuita.
Publique-se.
Registre-se.
Intimem-se, inclusive o Ministério Público de modo
pessoal.
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