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INTRODUÇÃO

A engenharia de produção nasceu junto com a Administração Científica, teoria


administrativa criada por Frederick Taylor (1956- 1915). No âmbito de trabalho o engenheiro
de produção, tinha como principal campo de atuação a indústria, fazendo uso de aplicações de
diferentes conhecimentos como conceitos de psicologia, sociologia e fisiologia; aliados à
bagagem da área da engenharia.
Segundo Silva (2007, p.12), no início do século XX, tendo em vista a necessidade
de aumentar a produtividade, Taylor desenvolve um modelo de produção que visa uma melhor
administração da produção, baseando-se, sobretudo, no controle das atividades exercidas pelo
trabalhador.
Para obter uma sólida formação na área de engenharia produção é necessário que
o estudante reúna conhecimentos das diversas áreas do saber, como: matemática, física,
química, engenharia economia, sociologia, psicologia e administração. Desde o primeiro
período, as disciplinas já são direcionadas para algumas dessas áreas, possibilitando que os
futuros engenheiros combinem esses conhecimentos e os apliquem com maior ou menor grau
conforme sua área de atuação.
Para Rodrigues (2008, p.3), aqueles que têm a sorte de trabalhar realmente em
engenharia, o cálculo integral se apresenta como uma ferramenta sem igual, pois permite que
se avaliem parâmetros que tem variação no tempo e no espaço. Atualmente a engenharia de
produção está na lista das áreas profissionais mais dinâmicas e desafiadoras, pois no último
século houve um aumento gritante na produtividade das fábricas. A engenharia também tem
se mostrado muito importante para o desenvolvimento da ciência e tecnologia. A informática
foi à tecnologia que revolucionou o trabalho do Engenheiro de produção em vários aspectos e
trata-se de uma ferramenta legalmente empregada, em todas as áreas da engenharia.

Com a acirrada concorrência entre os capitalistas, estes se vêem compelidos


a buscar diminuir o valor das mercadorias que produzem. Aliado ao
desenvolvimento de novas tecnologias, tal fato vai provocar diversas
mudanças na organização da produção (SILVA, 2007, p.15).

Tendo em vista elaborar um trabalho, contendo informações ligadas a atuação do


engenheiro de produção, durante o 2º semestre de 2008 os alunos do 1º período de Engenharia
de produção das FIP-Moc elaboraram uma pesquisa bibliográfica e posteriormente uma
pesquisa de campo, onde foram enviados questionários há 40 empresas de diversas áreas de

3
atuação em Montes Claros e demais cidades, tendo como objetivo elaborar um perfil de tais
empresas e tentar visualizar a presença de engenheiros de produção, que estejam atuando na
solução de problemas nos diversos setores das empresas.
Nesse trabalho é dada ênfase a Gestão de saúde e Segurança, abordando dados a
respeito da existência de políticas de prevenção de riscos ergonômicos e se tais empresas
realizam treinamentos para funcionários recém-admitidos e se há também engenheiros de
produção responsáveis pela política de prevenção de riscos ergonômicos.

A ergonomia veio a se desenvolver como uma área de conhecimento


humano, quando, durante a II Guerra Mundial, pela primeira vez,
houve uma conjugação sistemática de esforços entre a tecnologia e as
ciências humanas e biológicas. Fisiólogos, psicólogos, antropólogos,
médicos e engenheiros, trabalharam juntos para resolver os problemas
causados pela operação de equipamentos militares complexos. Os
resultados desse esforço interdisciplinar foram tão frutíferos, que
foram aproveitados pela indústria, no pós-guerra (DUL;
WEERDMEESTER, 1995).

A ergonomia pode ser aplicada nos mais diversos setores da atividade produtiva.
No começo sua maior aplicação se deu na agricultura, mineração e, sobretudo na indústria.
Atualmente, a ergonomia tem sido aplicada no emergente setor de serviços e, também, na vida
cotidiana das pessoas, nas atividades domésticas e de lazer. Será que as empresas
entrevistadas estão realmente se preocupando com a saúde de seus funcionários?

4
DESENVOLVIMENTO

REVISÃO DA LITERATURA

A ciência é uma das maiores atividades humanas, é a contemplação da natureza e


também de muitas outras coisas. Alguns nomes históricos como Napoleão reconheciam o
valor da ciência.“Napoleão presidiu muitas sessões da Academia de Ciências e na comitiva
que o acompanhava nas guerras havia engenheiros, cientistas e intelectuais”(NAKAO,2008,
p.2).
A ciência é uma especialização, um refinamento de potenciais comuns a todos, é a
hipertrofia de capacidades que todos têm. Isto pode ser bom, mas pode ser muito perigoso,
quanto maior a visão em profundidade, menor a visão em extensão. Diante de um ponto de
vista vê se a ciência como um conjunto de hipóteses que são experimentalmente propostas
com a finalidade de descrever ou explicar o comportamento de algum aspecto do mundo ou
do universo
Percebe-se pelo que já foi falado que a ciência é um processo pelo qual o homem se
relaciona com a natureza visando há dominação dela em seu próprio benefício; caracterizado
pela metodologia específica.
A ciência e a tecnologia têm papeis fundamentais na evolução da sociedade por
estudar os mais variados assuntos que possam agregar valores ou conhecimentos para o
desenvolvimento de um país. Para Nakao (2008, p.2), historicamente, a Ciência e a
Tecnologia foram adquirindo importância a princípio pela ação de segmentos sociais
interessados. Interesse que era tanto alimentado como alimentava os segmentos sociais que
acreditavam em Ciências e Tecnologia.
No Brasil, nunca houve segmentos sociais tão interessados em C&T, nunca a
valorizam com tanta ênfase quanto nos países desenvolvidos, até porque não era de interesse
da classe que aqui dominava. Pode ser umas das explicações para o Brasil está muito atrás de
outros países quando o quesito se trata de tecnologia.
A engenharia tem um papel fundamental no desenvolvimento da ciência e
tecnologia. “A engenharia é certamente um protagonista estratégico para o Brasil crescer”
(NAKAO, 2008, p.3). Para Nakao a engenharia também deve ser considerada um dos
protagonistas para do aperfeiçoamento da c&t e conseqüentemente gerar uma maior qualidade
de vida nos diversos segmentos da sociedade.

5
Os processos produtivos na década de 1950 desfrutaram de um aperfeiçoamento
tecnológico, com o surgimento de um novo sistema produtivo em que a microeletrônica é a
grande responsável pela inovação tecnológica juntamente com as telecomunicações. Para
Marques (1987, p.7 e 54), a utilização da microeletrônica tem resultado na separação de
problemas de estrangulamento e na extensão da linha para setores que antes não eram assim
organizadas, aprofundando, portanto, o uso da organização taylorista/fordista do trabalho.
Posteriormente surgiram e continuam aparecendo novidades na área de ciências e
tecnologia, nos processos produtivos e em outros segmentos o surgimento de uma nova
tecnologia destrói a velha para se inserir em seu lugar. Por isso os diversos segmentos da
sociedade devem estar sempre investindo em pesquisa e desenvolvimento, só assim
conseguiremos nos manter atualizados.
Para se entender a organização dos processos de produção atuais é necessário estudar
os modelos de produção que acompanharam a consolidação do capitalismo. O sistema de
produção em série foi altamente influenciado pelas idéias de Adam Smith e a histórica fábrica
de alfinetes, que sugeria que a produção de um alfinete poderia ser subdividida para até 10
trabalhadores.
Mas são a partir dos estudos de Taylor sobre as ferramentas adequadas ao trabalho,
sobre a parcelização, organização e simplificação do processo produtivo e do estudo de
tempos e movimentos que houve um aumento real na quantidade produzida. Segundo Silva
(2007), Taylor ao tentar superar entraves do desenvolvimento do capitalismo decompõe o
trabalho em minúsculas tarefas e determina qual a maneira de executar para alcançar maior
rendimento.
Ford, utilizando das idéias de Taylor e Smith, consegue alavancar a produção
industrial através da utilização da esteira rolante. Onde a linha de montagem consistia de uma
esteira que passava à frente dos trabalhadores. O processo de produção ditado por Ford é
caracterizado pela:

Produção em série; aceitação de certo nível percentual de defeito; utilização


de esteiras rolantes; tecnologia eletro-mecânica; o trabalhador era
considerado de baixa qualificação para que numa necessidade era fácil a sua
reposição sem perda na eficiência do processo produtivo. Assim: trabalho
sob forma de especialização, ou seja, rotina repetição e destreza. (COSTA,
2007, p.2).

Ford conseguiu aumentar os ganhos trazendo motivação aos operários, reduzindo as


faltas e incentivando os seus funcionários a serem consumidores de seus carros. Costa (2007,

6
p.3) afirma que “o modelo fordista trouxe: sistema intensivo de mão de obra, hierarquia
formal: o dono da fabrica é o patrão, como Henry Ford; salários rígidos”.
Nos anos 70 o fordismo entra em crise e um novo modelo de produção surge do Japão,
o toyotismo. Os apontamentos de Costa (2007, p.4) indicam que as mudanças organizacionais
levaram a criação de um novo paradigma, intensivo em capital, tecnologia, informação e
conhecimento. Como exemplo a terceira revolução industrial (microeletrônica) como
sinônimo de inovação tecnológica associada a pesquisa e desenvolvimento.
De acordo com Cimbalista (2002), Taiichi Ohno, introduzindo conceitos como o da
“fábrica mínima” reduziu os custos, pois iniciou a idéia de redução de estoque que acarreta
redução de pessoal, de espaço e de equipamentos. Ainda tendo como antecedente o sistema de
supermercados e da indústria têxtil tenta atingir o objetivo do estoque zero (Kan Ban).
A cultura Ohnista prevê trabalhadores multiqualificados, controle de estoque, redução
do custo de manutenção, ferramentas padronizadas, produção just-in-time, alto investimento
em pesquisa e desenvolvimento, o patrão da fábrica é uma pessoa altamente qualificada,
utilização da automação, terceirização, multifuncionalização, responsabilidade social e
ambiental é o que destaca Costa.
Silva (2007) destaca que a inserção do modelo de produção Toyota no Brasil vai ser
diferente das dinâmicas enfrentadas por outros países, principalmente aos mais desenvolvidos
economicamente.

7
PESQUISA EMPÍRICA

Foi aplicado questionário em 40 empresas da região a fim de verificar as


oportunidades de atuação de engenheiros de produção nas mesmas.

TABELA 1
Área de atuação das empresas
Área de atuação Número de
das empresas ocorrências
Educação 1
Construção civil 3
Comércio 9
Indústria Alimentícia 5
Logística 1
Reflorestamento 1
Telefonia 1
Serviços bancários 1
Área hospitalar 1
Restaurante 1
Farmácia 1
Outras indústrias 1
Metalurgia 3
Produtos veterinários 1
Tecidos 3
Siderurgia 1
Prestação de serviços 4
Engenharia 1

17%
sim
não

83%

GRÁFICO1: Presença de Engenheiros de produção


nas empresas

“Hoje, como conseqüência do progresso, as áreas e os modos de atuação do


engenheiro ampliaram –se muito e permanecem desconhecidos do grande público, sendo

8
necessário haver uma maior divulgação para que o profissional seja valorizado pela
sociedade”(NAKAO, 2008 p.1).
É possível comprovar a afirmação do autor através do GRÁFICO acima, onde 40
empresas de diversas áreas de atuação no mercado foram entrevistas, sendo que entre as áreas
de atuação, destacam-se o setor de comércio e a indústria alimentícia. Quando interrogados se
haviam engenheiros de produção de produção atuando em algum setor apenas 17%
responderam sim.
Por se tratar de uma profissão nova, a Engenharia de Produção, permanece
desconhecida pela grande maioria das pessoas e empresas, sendo necessária que haja uma
maior divulgação dos campos de atuação, para que esses profissionais não se restrinjam
somente às grandes empresas.

TABELA 2
Área de atuação dos Engenheiros de Produção
Área de atuação Número de
ocorrências
Controle da 2
produção
Controle de 2
qualidade
Desenvolvimento 2
de produtos
Produção 4
Logística 1
Gerenciamento 1
Planejamento 1
Controle e 1
execução de obras

9
Áreas de Atuação

4,5 4
4
3,5
3 2 2 2
2,5
2 1 1 1 1
1,5
1
0,5
0

Desenvolvimen

Planejamento
Gerenciamento
Controle da

Controle de
Produção

Logística

execução de
to de produtos
qualidade
produção

Controle e

obras
GRÁFICO 2: Mostra em que áreas os engenheiros de produção estão trabalhando
nessas empresas

É visível na TABELA 2 que o engenheiro de produção por se tratar de um


profissional com muitos campos de atuação não se restringir a apenas uma área de trabalho,
atuando em diversos setores.
Percebe-se no GRÁFICO acima a presença do engenheiro de produção atuando
em diversos setores desde produção a controle e execução de obras.
“O engenheiro é o profissional que mais se aproxima do perfil do chamado
especialista eclético ou generalizante, que tem mais e melhores oportunidades no mercado de
trabalho, ao ter mais bem desenvolvida a capacidade de aprender coisas novas na sua área ou
fora dela, por interesse ou necessidade (NAKAO, 2008 p.7).”
Pelo GRÁFICO é possível visualizar esse perfil, onde o engenheiro desempenha
diversos papéis dentro das empresas, desde a sua área até fora dela.

Gestão de Saúde e Segurança

Em qualquer ambiente produtivo há riscos à saúde humana que precisam ser


controlados. As máquinas de corte, guindastes e grandes equipamentos são os exemplos mais
evidentes. Porém há fatores menos perceptíveis a primeira vista, mas que, até por isso, são
muitas vezes altamente nocivos. É o caso de gases tóxicos, névoas, poeiras, ruídos, altas
temperaturas ou iluminação deficientes. Estes riscos podem gerar acidentes ou doenças
oriundas do trabalho afetando a vida dos trabalhadores. Conhecer como controlar estes riscos
é fundamental para garantir o projeto de sistemas produtivos adequados ao trabalho

10
humano.Estes mesmos conhecimentos, da área denominada ergonomia são empregados
também durante o projeto de novos produtos para garantir que eles não tragam riscos ao
consumidor final.O EP pode atuar nesta área participando de equipes de projeto de produto
como ergonomista ou aplicando estes conhecimentos no projeto de fábricas e linhas de
produção ou serviços.

Sub-Áreas

 Organização do Trabalho
 Psicologia do Trabalho
 Biomecânica Ocupacional
 Segurança do Trabalho
 Análise e Prevenção de Riscos de Acidentes
 Ergonomia
 Ergonomia do Produto
 Ergonomia do Processo 1

GRÁFICO 7:
Existência de política 45%
s im

de prevenção de 5 5% não

riscos
Ergonômicos

Percebe-
se no GRÁFICO 7 que 55% das empresas pesquisadas afirmam existir uma política de
prevenção de riscos ergonômicos e 45% afirmam não existir.
Segundo Sadd (1981), os estudos ergonômicos tiveram um aprofundamento ainda
maior com o início dos programas espaciais e de segurança de veículos automotores, devido a
severas solicitações. Pode-se dizer que esses dois segmentos distintos citados exigem um

1
http://www.prod.eesc.usp.br/sep/index.php/grad/__2/o_profissional/areas_de_atuacao/ergonomia_e_seguranca_
do_trabalho

11
elevado grau de segurança, com isso contribuíram de forma significativa para o
desenvolvimento da ergonomia e segurança do trabalho.
“A boa qualidade do produto é apenas o resultado da boa qualidade da produção;
e segurança é um dos elementos da produção.” (LARCEDA, 2007 p.8)
De acordo com Sadd (1981), o desenvolvimento da ergonomia depende de 4
níveis de exigências:

• as exigências tecnológicas: relativas ao aparecimento de novas técnicas de


produção que impõem novas formas de organização do trabalho;
• as exigências organizacionais: relativas a uma gestão mais participativa,
trabalho em times e produção enxuta em células que impõem uma maior
capacitação e polivalência profissional;
• as exigências econômicas: relativas a qualidade e ao custo da produção
que impõem novas condicionantes às atividades de trabalho, como zero
defeito, zero desperdício, zero estoque, etc;
• as exigências sociais: relativas a melhoria das condições de trabalho e,
também, do meio ambiente.

Profissional Responsável pela Política de Riscos Ergonômicos

7 6
6 5
5
4
3 2 2
2 1 1
1
0
Fisioterapeuta

CIPA
SESMT

Engenheiro

Fundação
Segurança do
Técnico em

BHZ
Trabalho

GRÁFICO 7.1: Profissionais responsáveis pela política de prevenção de riscos


ergonômicos nas empresas entrevistadas.

Porcentagem de homem/hora trabalhada com afastamento por acidente de


trabalho:

12
0% (4 ocorrência)
5% (2 ocorrência)
7,68% (1 ocorrência)
Muitas empresas não responderam

No GRÁFICO 7.1 das empresas que afirmam existir políticas de prevenção de


riscos ergonômicos, existem poucos profissionais específicos para exercer o trabalho de
responsáveis pela política de prevenção de riscos ergonômicos. Entre eles destacam-se com a
maior evidência o Técnico em segurança do Trabalho e SESMT (Segurança saúde e medicina
no trabalho).
Segundo Santos e Zamberlan (1992), ergonomistas são profissionais que têm
conhecimento sobre o funcionamento humano e estão prontos a atuar nos processos projetuais
de situações de trabalho, interagindo na definição da organização do trabalho, nas
modalidades de seleção e treinamento, na definição do mobiliário e ambiente físico de
trabalho.
Pode-se dizer então, que pelo ponto de vista de Santos e Zamberlan, os
profissionais que as empresas afirmam ser responsáveis pela política de prevenção de riscos
ergonômicos estão aptos exercer esse trabalho, desde que tenham os conhecimentos
ergonômicos necessários.

4 5% s im
nã o
55%

GRÁFICO 8: Existência de treinamento de segurança e


ergonomia para funcionários recém-admitidos

Quem ministra o treinamento:


Técnico em Segurança no Trabalho (8 ocorrências)
CIPA (1 ocorrência)
Engenheiros (2 ocorrência)
Fundação BHZ (1 ocorrência)

13
SESMT (6 ocorrências)

No GRÁFICO 8 dentre as empresas entrevistadas, 45% afirmaram existir


treinamento de segurança e ergonomia para novos funcionários e 55% não existir, isto pode
ser analisado como uma incoerência com o gráfico 7 onde 55% das empresas afirmam adotar
uma política de prevenção de riscos ergonômicos, sendo que, a melhor maneira de prevenir
tais riscos é a existência de treinamento de segurança e ergonomia para funcionários recém-
admitidos.
Sell (1994), afirma que com vistas à " melhoria das condições de trabalho, tanto
de forma corretiva - melhorias em sistemas já existentes - quanto de maneira prospectiva -
melhorias nos sistemas de trabalho em fase de concepção e projeto - é necessário avaliar o
trabalho humano existente”
Pelo que o autor afirmou é possível dizer que é necessário que haja treinamento
para os funcionários já existentes, como também para funcionários que serão admitidos,
visando promover o desenvolvimento pessoal do indivíduo isto é, a pessoa deve adquirir
novas qualificações e não perder suas habilidades, adotando essas atitudes as condições de
trabalho só tendem a melhorar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da pesquisa percebe-se que os engenheiros de produção são realidade
somente em grandes empresas, e desconhecidos ou não valorizados nas médias e pequenas, é
um pena, tendo em vista que esse profissional tem o papel de criar condições para aplicação e

14
disseminação continua do conhecimento, sendo importante em todas empresas, independente
do seu tamanho. É possível perceber também que o cenário nas empresas atuais já está
mudando, os antigos operário, valorizados somente como mão de obra no ambiente industrial,
são vistos hoje por completo, como detentores e criadores do conhecimento organizacional,
avanços estes relacionados a grandes nomes como Taylor e Ford que elaboraram novos
modelos de produção, que com o passar do tempo foram sendo aperfeiçoados pelas pessoas e
empresas.
Com o avanço da ciência e tecnologia consigo trouxeram aperfeiçoamentos de
técnicas e métodos que adaptem o trabalho ao homem, como é o caso da ergonomia; não mais
o homem à máquina. Aperfeiçoando ferramentas e métodos para o desenvolvimento de
produtos e processos produtivos que não tragam riscos à saúde, doenças ou impacto
ambiental. Através da pesquisa foi visto que ainda há muito para melhorar, apenas pouco mais
da metade das empresas adotam política de prevenção de riscos ergonômicos, e menos da
metade das empresas pesquisadas afirmam existir treinamento de segurança e ergonomia para
funcionários recém-admitidos. Foi também possível perceber que o que o engenheiro de
produção vem atuando em diversos setores, no entanto não a nenhum profissional atuando
como responsáveis pela política de riscos ergonômicos, sendo esse um dos setores no qual
esse profissional está apto a trabalhar e que poderia está contribuindo para o aperfeiçoamento.
Apesar da evolução significativa, os desafios continuam. A velocidade dos
avanços tecnológicos em processos produtivos, a demanda por uma diversidade cada vez
maior de produtos e os desafios ambientais crescentes são exemplos de problemas que se
entrelaçam e ainda sem solução definitiva.Com certeza, eles irão desafiar as mentes das
novas gerações de engenheiros de produção.

REFERÊNCIAS

CIMBALISTA, Silmara. Toyotismo e o processo de motivação e de incentivo à inovação


nas organizações. Análise conjuntural, mar./abr. 2002. Disponível em:

15
<http://www.ipardes.gov.br/pdf/bol_ana_conjuntural/bol_24_2f.pdf>. Acesso em : 02
novembro 2008.

COSTA, Ricardo Dalla, Modelos Produtivos Industriais com Ênfase no Fordismo e


Toyotista: o Caso das Montadoras Paranaenses, 2007.

DUL, J, WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. São Paulo: Blücher, 1995.

LACERDA, E. Segurança do trabalho: ergonomia. Curitiba: Universidade Federal do


Paraná. Setor de Ciências Agrárias. Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal,
2007. 12p.

MARQUES, Rosa Maria. A automação, microeletrônica e o trabalhador. Dissertação de


mestrado apresentada a PUC, 1987.

NAKAO, Osvaldo Shigueru, A importância da divulgação das áreas e dos modos de


atuação do engenheiro. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2008.

RODRIGUES, Joaquim, O cálculo (Uma pedra no sapato ou um diamante a ser


lapidado), 2008.

SAAD, E.G. Introdução à engenharia de segurança do trabalho. São Paulo,


FUNDACENTRO, 1981.

SANTOS,V., ZAMBERLAN, M.C. Projeto Ergonômico de Salas de Controle. São Paulo:


Fundación Mapfre-Sucursal Brasil, 1992.

SELL, I. Condições de trabalho na Indústria Têxtil em Santa Catarina. In: Encontro


Nacional de Engenharia de Produção, 14: 1994, João Pessoa. Anais… João Pessoa: Ed.
Universitária, Universidade Federal de Paraíba, 1994, v.1, p.239-244.

SILVA, Luciano Pereira da. O serviço nacional de aprendizagem industrial – SENAI de


Montes Claros/MG: formação profissional e novas formas de uma organização do
trabalho capitalista. Dissertação de mestrado.UNIMONTES, 2007.

APÊNDICE

QUESTIONÁRIO

16
Este questionário faz parte de uma pesquisa realizada pelos acadêmicos do 1o. período do
curso de Engenharia de Produção das Faculdades Pitágoras de Montes Claros. Gostaríamos de
contar com sua valorosa contribuição respondendo as questões abaixo. Ressaltamos que os
dados serão coletados sem a identificação do nome da empresa ou do profissional pesquisado.

Muito obrigado.

1 Qual a área de atuação desta empresa?

2 Há Engenheiros de Produção trabalhando nesta empresa?


a) Sim
b) Não
2.1 Se sim, em quais áreas eles atuam?

3 A empresa realiza pesquisas de mercado?


a) Sim
b) Não
3.1 Se sim, com qual objetivo? Como os dados são avaliados?

4 A empresa possui alguma certificação de qualidade?


a) Sim
b) Não
4.1 Se sim, qual(is)?

5 A empresa utiliza alguma ferramenta de controle de qualidade?


a) Sim
b) Não
5.1 Se sim, qual(is)?

5.2 Quais benefícios estas ferramentas proporcionam?

6 Como você avalia a comunicação entre os vários setores da empresa?


a) boa
b) razoável
c) ruim

17
7 Quais ferramentas de comunicação interna a empresa utiliza?

8 Quais tipos de resíduos, o processo produtivo desta empresa gera?

8.1 Qual destino é dado a estes resíduos? Eles recebem algum tipo de tratamento?

9 Como é tratado o sistema de efluentes de sua empresa?

10 Existe algum profissional específico responsável para a gestão ambiental na empresa?


a) Sim
b) Não
10.1 Se sim, qual a sua formação?

11 A empresa oferece aos funcionários algum tipo de treinamento relacionado a gestão


ambiental? Qual?

12 Algum órgão ambiental já visitou a sua empresa? Qual?

12.1 Se esta visita ocorreu, quais efeitos ela produziu na empresa?

13 A empresa possui política de prevenção de riscos ergonômicos? Se sim, quem é


responsável por ela?

14 Qual a porcentagem de homem/hora trabalhada com afastamento por acidente de trabalho?

15 Na sua empresa existe treinamento de segurança e ergonomia para os funcionários recém


admitidos?
a) Sim
18
b) Não
15.1Se sim, quem ministra este treinamento?

16 Como é feita e quem participa do recrutamento de pessoal nesta empresa?

17 Como é desempenho de sua empresa na utilização de estratégias de marketing na busca a


manutenção de clientes?

a) Muito Baixo
b) Baixo
c) Razoável
d) Alto
e) Muito Alto

18 O quanto a sua empresa investe em Inovações Tecnológicas a fim de alcançar a melhor


satisfação dos clientes?

a) Muito Pouco
b) Pouco
c) Razoavelmente
d) Muito
e) Muitíssimo

19 Qual é o grau de satisfação dos acionistas de sua empresa com relação à margem de lucro
alcançada?

a) Muito insatisfeitos
b) Insatisfeitos
c) Razoavelmente satisfeitos
d) Satisfeitos
e) Muito satisfeitos

20 Existe algum profissional especializado em gestão de custos na sua empresa?

a) Sim. Qual é a formação deste profissional?


b) Não

21 A sua empresa utiliza a simulação computacional como ferramenta de suporte na tomada


de decisões?

a) Sim. Quais os benefícios alcançados?


b) Não

19
22 A sua empresa utiliza a aplicação de modelos matemáticos na solução de problemas
sistêmicos?

a) Sim. Quais os benefícios alcançados?


b) Não

20

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