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Patricia Alejandra Behar, Maira Bernardi, Ana Paula Frozi de Castro e Souza,
Ketia Kellen Araújo da Silva1
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Faculdade de Educação (FACED)/Núcleo de Tecnologia Digital aplicada à Educação
(NUTED) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Porto Alegre – RS – Brasil
2. As demandas da universidade
Antes da construção efetiva de um ambiente virtual de aprendizagem para a UFRGS,
ocorreram discussões do grupo de pesquisadores ligados à área de EAD da universidade,
através de um Fórum criado em 1999 pela Pró-reitoria de Pós-Graduação (PROPG/UFRGS),
com encontros mensais e divulgados através do site da SEAD. Foram levadas em conta as
vantagens/desvantagens da compra de uma plataforma comercial ou, a opção de
desenvolvimento da mesma na própria universidade. Constatou-se que a UFRGS poderia
construir suas plataformas. Como uma das vantagens, estava a possibilidade de adaptá-la à sua
realidade acadêmica, bem como, às várias metodologias pedagógicas utilizadas. Dentre as
desvantagens, cita-se o gerenciamento do sistema como um todo, pois seria preciso manter um
núcleo permanente tanto para o suporte quanto a programação contínua do ambiente e isto
acarretaria custos para a instituição. Logo, o primeiro passo para o design do ROODA, foi
fazer um estudo dentro da universidade sobre estas demandas, buscando uma implementação
que respeitasse diferentes propostas e práticas pedagógicas.
Além da escolha do ROODA, para ser uma das plataformas institucionais da UFRGS. Cabe
enfatizar que, neste momento, está entrando também a plataforma Moodle, como mais uma
opção.
2.1 O processo de institucionalização de um AVA para UFRGS
Os desafios que a universidade assumiu foram de planejar, desenvolver e utilizar a plataforma
de software como suporte à educação presencial e para a educação à distância. A definição do
Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e o Projeto Político-Pedagógico (PPP)
embasaram este processo de desenvolvimento do ROODA. O primeiro indica a missão,
objetivos, princípios que norteiam a instituição sobre suas ações de educação à distância. No
PPP devem ser descritas informações referentes à identificação das necessidades do
programa/curso, como: objetivos; seleção, organização e elaboração dos objetos de estudo;
organização das condições de aprendizagem para professor, monitor e aluno; número de
monitores necessários e tipo de avaliação. É preciso enfatizar o seu caráter provisório, pois
podem ser redefinidas novas diretrizes, novas práticas pedagógicas, novas adequações ao
currículo. O PDI e o PPP fornecem subsídios para a definição das necessidades de uma
plataforma virtual de aprendizagem institucional [Behar et al, 2007a]. Ao se projetar esta
“virtualização” da universidade é preciso mantê-la dentro de seu paradigma normativo como
instituição. Entretanto, este pode adaptar-se ao modelo epistêmico das novas tecnologias da
informação e da comunicação, no qual os alunos tem a liberdade de buscar seu conhecimento,
tornando-se um sujeito ativo na sua aprendizagem [Tiffin, 2007].
Com base nos Referenciais de Qualidade de EAD para Cursos de Graduação a Distância
[MEC, 2007], o desenvolvimento de uma plataforma institucional deve enfocar a
aprendizagem do aluno. Para isso, é necessário entender linguagens e tecnologias empregadas,
os aspectos pedagógicos, culturais, operacionais, jurídicos, financeiros e de gestão e a
formação dos profissionais envolvidos. Tal processo compreende: articulação com os gestores
da instituição; desenho coerente e objetivo da proposta; equipe interdisciplinar de profissionais
e avaliação contínua.
Dentro deste referencial, cabe destacar a importância de se trabalhar com software livre. No
Brasil, as universidades tiveram grande importância no desenvolvimento e difusão do software
livre, possibilitando que este alcançasse novos espaços na sociedade. Isto contribui para a
economia de recursos financeiros e para a formação de comunidades em torno da construção
de software e, conseqüentemente, de novos conhecimentos [Santos, 2004].
A escolha do ROODA como uma das plataformas institucionais baseou-se no seu formato e
proposta, sendo um ambiente dentro dos padrões que a universidade almejava. Logo, ele foi
reconstruído e planejado para que cada docente possa modelar o sistema de acordo com a sua
prática pedagógica, dentro das exigências do PDI e PPP. Este processo de adaptação do
ROODA à realidade da UFRGS foi documentado, a fim de possibilitar o aprimoramento do
sistema e difundi-lo dentro da instituição [Behar et al, 2005a].
5. Considerações finais
O projeto ROODA permitiu um avanço no que diz respeito ao uso da tecnologia no meio
universitário, não só capacitando docentes e técnicos-administrativos para o uso do AVA
ROODA, como também favorecendo novas práticas educacionais na universidade e
subsidiando novos modelos pedagógicos.
Como resultados alcançados destaca-se a implementação de uma plataforma de educação a
distância adaptada às necessidades do corpo docente da UFRGS e uma melhor performance no
que se refere à usabilidade por parte dos usuários.
Atualmente, está sendo feito um levantamento sobre as diferentes práticas pedagógicas no
ROODA, de acordo com cada unidade, levando em consideração o perfil/formação do
professor. Assim, busca-se entender o movimento constitutivo deste AVA na UFRGS, tendo
em vista a abrangência desta instituição enquanto produtora de novos conhecimentos. Também
está em fase de desenvolvimento um estudo para a implementação de um agente afetivo para
reconhecimento dos estados de humor do aluno no ROODA. A versão download, encontra-se
disponível na página do NUTED (www.nuted.edu.ufrgs.br).
Referências
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