1. O documento discute as dificuldades de acesso ao exame de prevenção do câncer de colo de útero por mulheres quilombolas na comunidade de Itacoã-Miri no Pará.
2. Fatores como isolamento geográfico, falta de transporte e pouca disponibilidade de serviços de saúde dificultam a realização periódica do exame.
3. O estudo irá entrevistar 10 mulheres da comunidade para identificar os principais motivos que as impedem de fazer o exame preventivo regularmente.
1. O documento discute as dificuldades de acesso ao exame de prevenção do câncer de colo de útero por mulheres quilombolas na comunidade de Itacoã-Miri no Pará.
2. Fatores como isolamento geográfico, falta de transporte e pouca disponibilidade de serviços de saúde dificultam a realização periódica do exame.
3. O estudo irá entrevistar 10 mulheres da comunidade para identificar os principais motivos que as impedem de fazer o exame preventivo regularmente.
1. O documento discute as dificuldades de acesso ao exame de prevenção do câncer de colo de útero por mulheres quilombolas na comunidade de Itacoã-Miri no Pará.
2. Fatores como isolamento geográfico, falta de transporte e pouca disponibilidade de serviços de saúde dificultam a realização periódica do exame.
3. O estudo irá entrevistar 10 mulheres da comunidade para identificar os principais motivos que as impedem de fazer o exame preventivo regularmente.
MULHERES QUILOMBOLAS DE ITACO-MIRI/ ACAR-PA Orientadora: Prof Dr Maria de Ftima Pinheiro Carrera
BELM - 2013
Universidade do Estado do Par Centro de Cincias Biolgicas e da Sade Curso de Graduao em Enfermagem Defesa de qualificao do TCC
Emille Samara Silva Carib 1. Consideraes Iniciais SOBRE O TEMA O cncer do colo uterino o segundo mais incidente na populao feminina brasileira, excetuando-se os casos de cncer de pele no melanoma (BRASIL, 2004) Sem considerar os tumores da pele no melanoma, esse tipo de cncer o mais incidente na regio Norte (24/100 mil), enquanto no Estado do Par o Cncer de Colo de tero o mais incidente na populao feminina (BRASIL, 2011; INCA, 2009). O mtodo de rastreamento do cncer do colo do tero no Brasil o exame citopatolgico (exame de Papanicolaou), que deve ser disponibilizado s mulheres na faixa etria de 25 a 64 anos e que j iniciaram a atividade sexual. Trata-se de um exame indolor, de baixo custo e eficaz, sendo realizado mediante coleta de material citolgico (INCA,2011). Muitas mulheres ainda no realizam o exame de Papanicolaou por possveis fatores de ordem socioeconmica e cultural, por precrio nvel de informao sobre a gravidade da patologia e por desconhecerem a importncia do exame preventivo, bem como da maneira simples de realizao do mesmo. Tais motivos podem estar contribuindo para a baixa adeso de mulheres realizao do exame (SOUZA, 2008). No Brasil, a populao negra experimenta maiores taxas de mortalidade por cncer se comparada populao geral, sendo provavelmente um dos reflexos de desigualdades nos mbitos social, econmico, poltico e na sade. Essa populao traz consigo experincias desiguais ao nascer, viver, adoecer e morrer (Lopes, 2005).
JUSTIFICATIVA Ncleo de Medicina Tropical, da UFPA: Estratgias para o monitoramento e controle do cncer crvico-uterino em diferentes regies geogrficas do Estado do Par - Prevalncia e fatores de risco associados as leses pr-neoplsicas do colo uterino em mulheres quilombolas no estado do Par. Estima-se que o CCU em mulheres negras esteja relacionado com sua vulnerabilidade socioeconmica. As comunidades quilombolas se inserem dentro desse contexto, pois so de presumida ancestralidade negra, e tambm experimentam situao de importante vulnerabilidade social, decorrente de um processo histrico de expropriao de cultura e de direitos, cujo impacto tem reflexo nos indicadores de sade desta populao. Nesse contexto, diante de uma situao de vulnerabilidade que essas mulheres esto inseridas, Carrera (2011) enfatiza, que a comunidade quilombola de Itaco-Miri dispe de apenas um posto de sade, que presta atendimento populao somente nos casos que requeiram cuidados de primeiros socorros. Esse dado de realidade implica sria dificuldade s mulheres quanto realizao de exame de preveno do colo do tero, j que as mesmas, em qualquer manifestao clnica, precisam deslocar-se para Belm para obter atendimento mdico. Sendo assim, considerando a opo pelo estudo da populao negra, militar em movimento negro e participar da pesquisa que ser desenvolvida pelo NMT, foram os motivos de investigao sobre os fatores que dificultam a realizao do exame de Papanicolaou entre as mulheres quilombolas, buscando melhorias na preveno do exame de colo uterino, no acesso e contribuir com aes de preveno comunidade quilombola e implementao nas polticas de sade. SITUAO PROBLEMA E QUESTES NORTEADORAS Ao desagregar por raa/cor, muitos estudos reconhecem que as mulheres negras desenvolvem essas morbidades em maior nmero do que as no negras, sendo, proporcionalmente, o quantitativo de mortes por cncer do colo uterino entre as mulheres negras, quase o dobro, quando comparado s mulheres brancas (Bahia, 2009). Esse fato pode estar relacionado com a maior dificuldade das mulheres negras em realizar os exames preventivos, uma vez que o acesso em sade determinado por mltiplos fatores, sendo as relaes de gnero e de raa/cor, seus elementos estruturadores A partir deste cenrio que visualizado, a pesquisa ser direcionada a partir de um problema central: Que fatores dificultam o acesso e a realizao do exame de Papanicolaou entre as mulheres quilombolas? Para responder ao questionamento do estudo, foram elaboradas as seguintes questes norteadoras: Quais as dificuldades em realizar o exame de Papanicolaou? J foi mal atendida no servio de sade?
OBJETIVOS Objetivo Geral Analisar as dificuldades de acesso das mulheres quilombolas de Itaco-Miri- Par a no realizao peridica do exame Papanicolaou.
Objetivos especficos Identificar os motivos que distanciam as mulheres da no realizao do exame de Papanicolaou; Verificar se os fatores culturais e crenas esto associadas prtica da no realizao do exame de Papanicolaou; Descrever a importncia do exame de Papanicolaou para essas mulheres.
2. Referencial Terico SAUDE DA MULHER Na Amrica Latina, uma alta proporo de mulheres nunca realizou o teste de Papanicolau tornando-se as principais vtimas da doena e o foco dos programas de rastreamento. Esse tema se insere no mbito da sade da mulher, rea considerada estratgica para aes prioritrias no sistema nico de sade (sus) no nvel da ateno primria
O CNCER DE COLO DE TERO E AS PARTICULARIDADES DAS MULHERES NEGRAS Em relao s mulheres negras, os dados do Ministrio da Sade (2006) mostram um menor acesso em relao s mulheres brancas ateno ginecolgica. Isso resulta que as mulheres negras tm maiores risco de contrair e morrer de determinadas doenas do que as mulheres brancas, como o caso do cncer de colo do tero, que duas vezes mais frequente em mulheres negras.
DIFICULDADE DE ACESSO AOS SERVIOS DE SADE E AO EXAME PAPANICOLAOU O cncer de colo de tero ainda um problema de sade pblica no Brasil, onde as maiores taxas de prevalncia e mortalidade so encontradas em mulheres com condies sociais e econmicas menos favorecidas e naquelas que tm dificuldade no acesso aos servios de sade para deteco e/ou tratamento da doena, por motivos econmicos, geogrficos, culturais e/ou insuficincia dos servios (CASARIN & PICCOLI, 2011).
3. Metodologia CARACTERIZAO DO ESTUDO Trata-se de um estudo de carter descritivo, de abordagem qualitativa. Vilhena (2009) traz a pesquisa descritiva como um meio de observar, registrar, correlacionar e descrever acontecimentos e/ou fenmenos de uma realidade sem, no entanto, manipul-los. LOCAL DA PESQUISA O estudo ser desenvolvido na comunidade quilombola de Itaco-Miri que est situada no municpio do Acar, na regio conhecida como Baixo Acar, a cerca de hora e meia a duas horas de barco de Belm Par e 70 km da sede do municpio. A populao total de 600 habitantes e 103 domiclios distribudos no centro e seus arredores. O acesso a essa localidade se d principalmente pela travessia do rio Acar, feito por um barco, ou atravs de uma estrada por terra, mediaes do quilmetro 24 da ala viria. A estrada barrenta e, no perodo das chuvas, torna-se intrafegvel, no proporcionando meio de transporte aos moradores da comunidade, como aos que residem nos arredores.
FIGURA 1 Mapa de localizao de Itaco-Miri
Fonte: Marques, 2006
PARTICIPANTES DO ESTUDO Como critrios de incluso, sero considerados: mulheres sexualmente ativas ou que j viveram alguma experincia de coito vaginal, residentes na comunidade de Itaco-Miri (comprovadas pelas ACS), e que aceitaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As mesmas sero participantes da pesquisa relacionada ao projeto Estratgias para o monitoramento e controle do cncer crvico-uterino em diferentes regies geogrficas do Estado do Par, e que concordem em submeter-se coleta de dados. Ser selecionado uma amostra de dez mulheres divididas em 5 grupos baseados na faixa etria. Grupo 1 De 16 25 anos Grupo 2 De 26 35 anos Grupo 3 De 36 45 anos Grupo 4 De 46 59 anos Grupo 5 Maiores de 60 anos Nesse contexto, a pesquisa ser realizada por amostragem de convenincia, pois permite minimizar o voluntarismo e outros tipos de vis de seleo, arrolando-se consecutivamente todas as pessoas acessveis e que atendem os critrios de incluso e so de fcil acesso ao pesquisador. Ressalta-se que a amostra ser constituda de dez (10) mulheres, sendo duas (02) por cada grupo acima descrito e definido.
COLETA DE DADOS Perodo: Janeiro Maro de 2014 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Instrumento do tipo questionrio: perfil socio-econmico, perfil ginecolgico e sobre sua sade e sexualidade (acesso das mulheres ao exame papanicolaou). Decidiu-se utilizar como tcnica de pesquisa o questionrio e gravao do udio das entrevistas, pois possibilita algumas vantagens como atingir um bom nmero de pessoas com baixo custo e menor tempo, alm de garantir o anonimato das respostas, permite tambm que as pessoas o respondam no momento que lhes parea mais apropriado sem falar da no exposio dos pesquisados influncia do pesquisador. ANLISE DE DADOS Aps coleta de dados, atravs do questionrio e do material de udio gravado nas entrevistas, ser feita a anlise dos resultados que sero apresentados atravs de tabelas e quadros.
4. Cronograma
Atividades 2013 2014 A g o
S e t
O u t
N o v
D e z
J a n
F e v
M a r
A b r
M a i
J u n
Escolha do Tema X
Reviso Bibliogrfica X X X X X X X X X X Elaborao do Projeto de Pesquisa X X X X
Reviso do Projeto X
Entrega do projeto a banca avaliadora e qualificao do projeto X
Submisso do Projeto UEPA
X Submisso do Projeto no CEP
X Coleta de Dados
X X X Analise dos Dados
X X X Elaborao do relatrio de Pesquisa
X X Defesa do TCC
X Referncias bibliogrficas ARAJO, M. J. O. Papel dos governos locais na implementao de polticas de sade com perspectiva de gnero: o caso do Municpio de So Paulo. So Paulo, 1998. AURELL, Asa Cristina. A Sade-doena como processo social. 1982. In: GOMES, Everardo Duarte (Org.). Medicina social: aspectos histricos e tericos. So Paulo: Global Editora, 1983. BAHIA. Secretaria de Promoo da Igualdade. II Plano Estadual de Polticas para as Mulheres. Bahia, 2009. BRASIL, MINISTERIO DA SADE. Cartilha da PNH. Clnica Ampliada. Srie B. Textos bsicos de Sade. Braslia: Ministrio da Sade, 2004. BRASIL. MINISTRIO DA SADE. Poltica Nacional de Ateno Integral Sade da Mulher - Princpios e Diretrizes. Secretaria de Ateno Sade/ Departamento de Aes Programticas e Estratgicas. Braslia. Ministrio da sade, 2004. BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Programa Nacional de DST e Aids. Manual de Controle das Doenas Sexualmente Transmissveis DST. 4 Edio- 2006. ______. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Guia de Vigilncia Epidemiologica , vol 1 Aids e Hepatites Virais, pag. 423, 5 edio, ano 2002. CARRERA, M. F. P. Conhecimentos, atitudes e prticas sobre doenas sexualmente transmissveis em mulheres remanescentes do quilombo de Itaco-Miri-Par [Tese de Doutorado]. Rio de Janeiro: Escola de Enfermagem Anna Nery, da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ; 2011. CASARIN, M. R., PICCOLI, J. C. E. Educao em sade para preveno do cncer de colo do tero em mulheres do Municpio de Santo ngelo/RS. Cien Saude Colet. 2011. COELHO, M. R. S. Ateno bsica sade da mulher: subsdios para a elaborao do manual do gestor municipal. Dissertao (Mestrado em Sade Coletiva) Instituto de Sade Coletiva, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2003. COIMBRA, C. E. A.; SANTOS, R. V. Sade, minorias e desigualdade: algumas teias de inter-relaes, com nfase nos povos indgenas no Brasil. Cienc Saude Colet. 2000.
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