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U. E. 3.

0 – DOCAGEM, ENCALHE E AVARIA


PROF. SIDNEI ESTEVES
DOCAGEM

A flutuação parcial reduz a estabilidade, pois há perda de empuxo.

Se GM < 0 há o perigo de o navio se inclinar e escorregar do apoio.

PERDA NA GM DURANTE O PERÍODO CRÍTICO

Período crítico: é o intervalo de tempo entre o momento em que a popa toca os picadeiros e o
instante crítico.

Instante crítico: ocorre quando o navio assenta totalmente sobre os picadeiros e o trim se
anula.

MÉTODO PARA SE CALCULAR A GM CRÍTICA

GG1 = P . d / Δ – P , onde d = KG – Kg = KG , uma vez que Kg = 0, logo,

GG1 = P . KG /  - P onde P = MTC . T / dl

sendo “dl” a distância longitudinal entre o “F” e a PR ( para efeitos práticos )


CONT. DOCAGEM

EXEMPLO 1:
Um navio com  = 6000 t vai entrar num dique com trim =
+ 0,30m; KM = 7,50m; KG = 6,00m; MTC = 90 t.m/cm e
PRF = 45,00m. Assumindo KM constante, determine a
GM para o período crítico.

P = MTC . T / PRF = 90 t.m/cm . 30 cm / 45 m = 60 t


GG1 = P . KG /  - P = 60 t . 6 m / 5940 t = 0,061m
KG = 6,00m
GG1= 0,06m
KG1 = 6,06m
KM = 7,50m
G’M = 1,44m
CONT. DOCAGEM
• DETERMINAÇÃO DO TRIM MÁXIMO PELA POPA PARA
ENTRADA NO DIQUE, VISANDO GM CRÍTICA.
• EXEMPLO 2:
Um navio com  = 14000 t; Lpp = 150 m; KG = 8,40m; )0( F = + 5 m
e MTC = 146 t.m/cm, vai entrar no dique para reparos. Calcule o
trim máximo pela popa para a entrada de modo a perda na GM não
ser maior que 0,10 m.

GG1 = P . KG /  - P

0,10 m = P . 8,40 m / 14000 t – P .......... P = 164,7 t

T = P . PRF / MTC = 164,7 t . 70 m / 146 t.m/cm = 78,9 cm.


EXERCÍCIOS SOBRE DOCAGEM
• Ex. 1) Um navio classe SD – 14, vai entrar no dique com os
seguintes dados: HM = 6,60 m; KG = 7,50 m e T = + 0,30m.
Determine a GM crítica.
RESP: 0,93 m

• Ex 2) Um navio apresenta os seguintes dados:  = 3000 t; Lpp =


100 m; KG = 5,50 m; KM = 6,00 m; )0( F = 0 ; MTC = 40
t.m/cm.Assumindo KM constante, determinar o trim máximo pela
popa para entrada no dique de modo a GM crítica não ser menor
que 0,30 m.
RESP: 1,32 m p/popa
RESOLUÇÃO EXERCÍCIOS SOBRE DOCAGEM
EX 1) HM = 6,60 m
 = 13590 t ; MTC = 175,7 t.m/cm ; PRF = 67,53 m
P = MTC . T / PRF = 175,7 . 30 / 67,53 = 78 t
GG1 = P . KG /  - P = 78 . 7,50 / 13512 = 0,04 m
 - P = 13512 t ......... KM1 = 8,47 m
KG1 = 7,50m + 0,04m = 7,54 m
G1M1 = 0,93 m

EX 2) KM = 6,00 m 0,20 = P . KG /  - P
KG = 5,50 m 5,5 P = 600 – 0,2 P
P = 105,3 t
GM = 0,50 m T = P . PRF / MTC =
G1M = 0,30 m 105,3 . 50 / 40 = 132 cm =
GG1 = 0,20m + 1,32 m
ENCALHE

• PERDA NA GM POR OCASIÃO DE ENCALHE:


No encalhe a perda de empuxo é calculada pelo que chamamos de
TONELAGEM DE ENCALHE, que pode ser calculada por dois
processos:
1º Processo: HM antes do encalhe .......... 1 =
HM após o encalhe .......... 2 = -
TE =

2º Processo: HM antes do encalhe =


HM após o encalhe = - { TPC médio
emersão =
TE = emersão . TPC médio
CONT. ENCALHE
• A TONELAGEM DE ENCALHE É UM DADO IMPORTANTE PARA
SE CALCULAR A FORÇA DE TRAÇÃO NECESSÁRIA PARA O
DESENCALHE.

• FORÇA DE TRAÇÃO = TE X COEFICIENTE DE ATRITO DO


FUNDO

• COEFICIENTES DE ATRITO:

LAMA E ALUVIÃO : 0,2 A 0,4


AREIA : 0,4 A 0,6
CORAL : 0,6 A 0,8
ROCHA : 0,8 A 1,5

OBS : COM ÁGUA ABERTA, USAR O VALOR SEGUINTE


ENCALHE - EXEMPLO
• Um navio com  = 8000 t e KG = 4,00 m, navegava em águas
parelhas com calados de 5,20 m, quando encalhou em um banco
de areia dura, ficando com HM = 3,20 m e KM = 5,00 m, sendo TPC
= 15 t/cm. Calcule a GM crítica, a força de tração para o desencalhe
e analise as consequências.
e = HM1 – HM2 = 5,20 m – 3,20 m = 2,00 m = 200 cm
TE = e . TPC = 200 cm . 15 t/cm = 3000 t
GG1 = P . KG /  - P = 3000 . 4 / 5000 = 2,40 m

KG1 = KG + GG1 = 4,00 m + 2,40 m = 6,40 m


G1M1 = KM1 – KG1 = 5,00 m – 6,40 m = - 1,40 m
Análise: Devido a GM negativa, pode EMBORCAR !

F T = TE . Coef. Atrito = 3000 t . 0,6 = 1800 t


AVARIA
• ALAGAMENTO INTERNO – EXEMPLO

Uma chata medindo L = 30 m; B = 12 m; D = 10 m e HM = 1 m,


flutua em água salgada. No combate a um incêndio, foi alagado um
compartimento com as seguintes dimensões: c = 10 m; l = 4,5 m e h
= 1,2 m e c.g. com afastamento de 3 m p/BE. Sabendo-se que o
piso do compartimento está 1,5 m acima da quilha, que a altura do
alagamento foi de 1 m e que o KG da chata antes da avaria era de
8,34 m, determinar após a avaria:

a) deslocamento
b) calado médio
c) GM
d) banda permanente
ALAGAMENTO INTERNO – RESOLUÇÃO DO EXEMPLO
1) Cálculo do  antes da avaria:

 = 30 . 12 . 1 . 1 . 1,025 = 369 t
2) Cálculo do peso embarcado:
p = 10 . 4,5 . 1 . 1,025 = 46,1 t
3)  após a avaria: 369 + 46,1 = 415,1 t //
4) Novo HM:
415,1 = 30 . 12 . HM1 . 1,025 ........... HM1 = 1,12 m //
5) Cálculo do BM após a avaria:
B1M1 = M I T /  = L . B³ / 12 . L . B . HM1 = B² /12 HM1 =
12² / 12 . 1,12 = 10,71 m
6) Cálculo da movimentação do “G” devido ao acréscimo de peso:
GG1 = p . d / 1 = 46,1 . 6,34 / 415,1 = 0,70 m ( p/baixo)
7) Cálculo da elevação virtual do “G” devido à superfície livre:
G1Gv = i . δ / 1 = c . l ³ . δ / 12 . 1 = 10 . 4,5³ . 1,025 / 12. 415,1 =
0,19 m ( p/cima)
FIGURA REFERENTE AO EXEMPLO DE ALAGAMENTO
CONT. RESOLUÇAO EXEMPLO DE ALAGAMENTO
INTERNO
8) Cálculo da GM após a avaria:
GvM1 = KM1 – KGv
KM1 = B1M1 + KB1 = B1M1 + HM1 / 2 =
10,71 + 0,56 = 11,27 m
KGv = KG - GG1 + G1Gv = 8,34 - 0,70 + 0,19 = 7,83 m
GvM1 = 11,27 m – 7,83 m = 3,44 m //

9) Cálculo do afastamento de “G”:


GvG2 = p . Af / 1 = 46,1 . 3 / 415,1 = 0,33 m p/BE

10) Cálculo da banda permanente:


tg θ = GvG2 / GvM1 = 0,33 / 3,44
θ = 6° BE //
ÁGUA ABERTA
CONT. ÁGUA ABERTA
CONT. ÁGUA ABERTA
EXEMPLO DE ALAGAMENTO COM ÁGUA ABERTA
• Em um navio com  = 13000 t ; B = 18 m ; D = 13 m ; GM =
0,90m com calados de 9 m EK, ocorreu um alagamento com
superfície livre e comunicação franca com o mar num
compartimento lateral de BE situado nas proximidades da LF, cujo
piso está a 6 m da quilha, TCg = 6 m e )0(g = + 20 m. Sabe-se que
a altura do alagamento é de 3 m e que o compartimento tem por
dimensões: c = 15 m ; l = 6m e h = 7 m. KM = 8,35 m ; KM1 =
8,29 m ; TPC = 19,8 t ; MTC = 125 t.m e )0( F = 0. Determinar as
condições de estabilidade transversal e longitudinal após a avaria.
FIGS. REFERENTES AO EXEMPLO DE ÁGUA ABERTA

Kg = 7,5
RESOLUÇÃO EXEMPLO DE ÁGUA ABERTA
1) Cálculo do KG inicial:
KGi = KM – GMi = 8,35 – 0,90 = 7,45 m
2) Cálculo do volume e peso d’água embarcado:
v = c . l . h alag. = 15 . 6 . 3 = 270 m³
p = v . δ = 270 . 1,025 = 276,75 t
3)  final =  inicial + p = 13000 + 276,75 = 13276,75 t
4) Cálculo do GG’ vertical:
GG’ = p.d / f ( d = 7,50 – 7,45 = 0,05m )
GG’ = 276,75 . 0,05 / 13276,75 = 0,001 m ( p/cima)
5) Correção p/ sup. livre:
G’Gv = i . δ/ f i = l . b ³/12 = 15 . 6³ / 12 = 270 m4
G’Gv = 270 . 1,025 / 13276,75 = 0,021 m (p/cima)
6) Correção p/ água aberta:
GvGv’ = a . af² . δ/  a = 15 . 6 = 90 m² af = 6 m
GvGv’ = 90 . 6² . 1,025 / 13276,75 = 0,25 m (p/cima)
CONT. RESOL. EX. ÁGUA ABERTA
7) Cálculo do KG corrigido:
KGc = 7,45 + 0,001 + 0,021 + 0,25 = 7,722 m
8) Cálculo da GM após a avaria:
GMf = KM1 – KGc = 8,29 – 7,722 = 0,568 m
9) Cálculo da banda permanente:
tg θ = p . af / f . GMf = 276,75 . 6 / 13276,75 . 0,568 = 0,22 , então
θ = 12°
10) Cálculo da VT:
VT = p . d / MTC d = Fg = 20 m
VT = 276,75 . 20 / 125 = 44,28 cm = 0,44 m
11) Cálculo de VAV e VAR:
VAV = VAR (pois )0(F = 0) = VT / 2 = 0,22 m
12) Cálculo da imersão:
i = p / TPC = 276,75 / 19,8 = 14 cm = 0,14 m
13) Cálculo dos calados finais:
HV = 9,00 + 0,14 – 0,22 = 8,92 m ; HR = 9,00+0,14+0,22=9,36m
PERMEABILIDADE
• DEFINIÇÃO:
Permeabilidade é o espaço que pode ser ocupado por água de um
compartimento carregado, em percentagem.
FÓRMULA: Pb = espaço disponível p/água / espaço total x 100%
Exemplo: Um porão possui um volume de 5000 m³. Está com carga
ocupando 3000 m³. Qual a permeabilidade?
Pb = 5000 – 3000 / 5000 x 100 % = 40 %
AUMENTO DO CALADO EM FUNÇÃO DA PERMEABILIDADE
Cálculo do peso da água entrante no compartimento:
p = Pb . v . δ , onde Pb é a permeabilidade; “v” é volume do
compartimento e δ é a densidade da água entrante.
Então teremos: i = p / TPC
Valores empíricos para permeabilidade:
Alojamentos: 0,95
Carga geral: 0,60
Praça de máquinas: 0,85
EXEMPLO DE EXERCÍCIO ENVOLVENDO Pb
• Uma embarcação em forma de caixa com L = 100 m ; B = 20 m ,
flutua em água salgada com calado de 6 m EK. Um compartimento
de proa com 10 m de comprimento, 12 m de largura e 4 m de altura
acima da quilha contém carga com Pb = 25%. Calcule os novos
calados quando o compartimento for alagado.
RESOLUÇÃO EXERCÍCIO ENVOLVENDO Pb
• Peso da água entrante:
p = Pb . v . 1,025 = 0,25 . 10 . 12 . 4 . 1,025 = 123 t
TPC = Af . 1,025/100 = 100 . 20 . 1,025 / 100 = 20,5 t/cm
i = p/TPC = 123t / 20,5t/cm = 6cm = 0,06 m, logo novo HM = 6,06 m
Para calcular os novos calados temos que obter a variaçao do trim
(VT)
VT = p .d / MTC
Cálculo do MTC: MTC =  . BML / 100 . L
 = L . B . H . 1,025 = 100 . 20 . 6,06 . 1,025 = 12423 t
BML = MIL /  = B. L³ / 12 .  = 20 . 100³ / 12 . 100 . 20 . 6,06 = 138 m
MTC = 12423 . 138 / 100 . 100 = 171 t.m/cm
VT = 123 . 45 / 171 = 32,4 cm p/proa
VAV = VAR = VT /2 , = 16 cm = 0,16 m , uma vez que )0( F = 0
OBS: “F” é centróide da área do plano de flutuação, esta sendo
retangular, ele está portanto a ½ nau.
CONT. EXERCÍCIO ENVOLVENDO Pb
Então teremos:
HV = 6,00 m HR = 6,00 m
i = 0,06 m + i = 0,06 m +
HV’ =6,06 m HR’ = 6,06 m
VAV=0,16 m + VAR = 0,16 m –

HVf = 6,22 m HRf = 5,90 m

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