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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

Filtros digitais para atenuação de ruídos em


sistemas de medição de
ECG e EMG

AMANDA, CLEITON, MIRELI E ODAIR

Cachoeira do Sul, 2017

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Introdução
O crescente avanço da Engenharia aplicada à Medicina, especialmente na aquisição e
análises de sinais biológicos, torna crescente o desenvolvimento de equipamentos e soluções
para supervisão e análises de diversos sinais vitais.

As doenças e problemas referentes ao músculo cardíaco, por exemplo, têm uma


considerável porcentagem nas causas de mortes da população como um todo (MOFFA, 2001).
Por isso, a supervisão de sinais cardiológicos é objeto de estudo de diversos profissionais; não
somente da área médica como também da Engenharia.

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Introdução
A decisão médica envolve, dentre outros fatores, a coleta de dados, o diagnóstico e
recomendação terapêutica. A coleta de dados consiste em obter a história do paciente, dados
clínicos e de laboratório. Os dados clínicos incluem sintomas, que são as sensações descritas pelo
paciente, e os sinais, que são dados objetivos e observáveis pelo médico.
O médico utiliza-se desses dados coletados para diagnosticar de forma precisa e ágil seu paciente;
por isso, programas computacionais para auxílio à aquisição e análise do sinal cardiológico são
indispensáveis atualmente.

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Instrumentação de sinais biomédicos
Os sistemas de instrumentação de sinais biomédicos determinam ou medem a quantidade,
propriedade ou condição de um determinado sistema ou processo fisiológico. Sensores são usados
para converter medidas físicas em grandezas elétricas. As saídas desses sensores são sinais
analógicos, isto é, sinais de tempo contínuo, que são enviados para uma etapa de processamento
analógico e bloco de conversão digital, onde os sinais são amplificados, filtrados, condicionados e
convertidos para forma digital.

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Tipos de sinais
Os sinais biomédicos podem surgir de diversas fontes podendo receber diferentes classificações:
Sinais bioelétricos (gerados pelo potencial de membrana);
Sinais de bioimpedância (gerados por injeção de correntes, ou tensões, por exemplo, tensões senoidais, no tecido
sobre teste);
Sinais bioacústicos (sinais acústicos produzidos por fenômenos biomédicos);
Sinais biomagnéticos (campos magnéticos produzidos pelo funcionamento de alguns órgãos como o cérebro);
Sinais biomecânicos (originados pela função mecânica de algum sistema fisiológico);
Sinais bioquímicos (resultam de medições químicas em tecidos vivos, ou amostras analisadas em laboratório);
Sinais bioópticos (resultam de funções ópticas dos sistemas biológicos, ocorrem naturalmente ou por indução de
um processo de medição).

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Sinais bioelétricos
As unidades geradoras dos sinais bioelétricos são as células nervosas e musculares.
Entretanto, estas não funcionam individualmente, mas em grandes agrupamentos.
Os efeitos acumulados de todas as células ativadas em uma vizinhança produzem um
campo elétrico que se propaga no volume condutor constituído pelos vários tecidos do
corpo. A atividade de um músculo ou de alguma rede neuronal pode, portanto, ser
medida através de eletrodos posicionados, por exemplo, na superfície da pele.

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Biopotenciais
Fazem a medição do campo eletromagnético produzido pela atividade de
diferentes sistemas do corpo. Existem 4 tipos de biopotenciais:

 Eletrocardiograma (ECG);
 Eletroencefalograma (EEC);
 Eletromiograma (EMG);
 Eletrooculograma (EOG).

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Eletrocardiograma (ECG)
 Sinal proveniente da atividade cardíaca;

 Manifestação elétrica da atividade do coração;

 Mais intenso do biopotenciais produzidos no corpo (amplitude da ordem de


alguns mV);

 Possui um padrão que traduz a contração e relaxação periódica do músculo do


coração.

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ECG
Determinadas patologias cardiovasculares são diagnosticadas pela simples
inspeção deste sinal, como por exemplo:

 Isquemia miocardial;
 Infarto;
 Hipertroa ventricular;
 Problemas de condução.

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ECG
O sinal é obtido posicionando conectores no dorso, nos braços e nas pernas.
Como o sinal na superfície da pele é de baixa amplitude, é suscetível a
distorções, causados por movimentos de músculos e da pele, e que devem e
podem ser minimizados pelo uso de conectores adequados como os revestidos de
prata (Ag).
Um gel eletrolítico deve ser usado para melhorar a condução do eletrodo com a
pele.
Duas aplicações características de amplificadores de ECG são em instrumentos
como marca-passos e desfibriladores.

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Eletromiograma (EMG)
 Menos popular e de comportamento diferente
(não-periódico);

 O sinal elétrico é produzido quando um


músculo se contrai;

 Sinais de alta frequência;

 Provem algumas informações sobre a força


exercida pelo músculo.

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EMG
Podem ser medidos, por exemplo, com 4 eletrodos, 2 nos bíceps e 2 nos tríceps,
os eletrodos podem ser dos tipos revestidos de prata ou banhados a ouro para
uma melhor medição.

Como o sinal é de mais alta frequência e amplitude, é menos suscetível a


distorções devido ao potencial da pele ou a movimentos.

Esse fator pode ser ainda mais reduzido filtrando o sinal de frequências abaixo
dos 20 Hz com um passa-alta.

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Obtenção dos sinais biopotenciais
Para se adquirir sinais biopotenciais adequadamente significa principalmente
segurança e alta razão sinal-ruído (SNR), sem perda de dados. Para se atingir
medidas de maior refinamento e eficácia, ou o estado da arte em medição de
biopotenciais, elas não são absolutamente genéricas e algumas só contribuem em
conformidade com o projeto desenvolvido.

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 Segurança do paciente: Devido à corrente de fuga no sistema e desfibriladores,
para isso o terminal de entrada do circuito do paciente e o terra devem ser
separados. Aumentar a razão rejeição de modo de isolamento só amplificador
reduz a influência da tensão modo de isolamento.
 Proteção de EMI: A utilização de dispositivos eletro-eletrônicos e lâmpadas
fluorescentes causa interferência EM e deve ser evitado, pois distorce o sinal de
EEG e corrompe-o com ruído. O amplificador de instrumentação ameniza esse
problema.
 Ausência de movimentos do paciente: Movimento musculares como piscar de
olhos e movimentos de perna prejudicam seriamente a medida, pois produzem
outros potenciais.

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 Proteção de ESD: Componentes eletrônicos ativos devem possuir proteção a
descargas eletrostáticas de pelo menos 2 kV, ou então o paciente pode se ferir ou
o equipamento sofrer danificações.
 Aterramento adequado: Caixas de metal devem ser conectadas a placas ou
hastes de metal enterradas na terra. Isso aumenta a razão sinal-ruído pois diminui
ruídos.
 Eletrodos: escolher material e montagem adequados é essencial e deve ser
considerado de acordo com a aplicação. O número e o posicionamento desses
eletrodos também é importante.

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 Impedância de contato do eletrodo: A impedância deve estar entre 1 kΩ, abaixo
disso distorções no sinal são provocadas, e 10 kΩ, acima disso curto entre
eletrodos são causados.
 Manutenção da originalidade do sinal: Amplificadores com resposta linear e
sem distorções devem ser utilizados, ou então a performance pode cair.
 Evitando Saturação do Amplificador: Se o amplificador satura, a perda de sinal
analógico é inevitável. Saturação é causada principalmente por alto sinal de
entrada devido a movimentações.

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 Impedância de Entrada: deve ser grande o suficiente. Para sinais DC, valores
acima de 1 GΩ dão bons resultados. Baixos valores de impedância carregam o
sinal e causam distorções.
 Corrente de tendência de entrada: Correntes de entrada do amplificador devem
ser o mais baixas possível (pA), ou então carregam os biopotenciais e também
podem causar distorções no sinal.
Banda de Frequências: Escolher o filtro adequado de frequências (banda deve ir
ao menos de 0.5 Hz a 70 Hz, é importante também para digitalização e
armazenamento de dados.

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Conclusão
O princípio básico para a obtenção de sinais biopotenciais é o mesmo desde os
seus primórdios, o que muda para que se atinja um estágio de sofisticação, o que
proporciona uma riqueza maior de detalhes e melhor compreensão do corpo, de
medida são as soluções de engenharia. Está claro que em um projeto devem ser
considerados diversos parâmetros para se obter um sinal aceitável, sem ruídos e
distorções, desde cuidados com a escolha do material do eletrodo até o momento
da aplicação do exame, passando pelo desenvolvimento de um amplificador de
instrumentação adequado.
Tudo isso deve ser pensado de acordo com o objetivo do medidor em questão,
para ECG um sistema eletrônico com bom tempo de recuperação pode ser
fundamental, para um EMG a filtragem de baixas frequências é importante para
um sinal limpo.

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