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NOME DO CURSO

2009/ 2010

Módulo: MÉTODOS INSTRUMENTAIS DE ANÁLISE

Sub -Tema: Métodos Espectrofotométricos

Formador(es): Cristina Couto

CO-FINANCIAMENTO: Fundo Social Europeu e Estado Português


Análise quantitativa

• Métodos Químicos (Clássicos):


 (Volumetria)
 (Gravimetria)

• Métodos Instrumentais
Métodos Instrumentais

Espectrais Electroanalíticos Separativos

Relação entre o sinal analítico


e a concentração do analito
Métodos Instrumentais

Espectrais Electroanalíticos Separativos


Mede-se a radiação Envolve Envolve
electromagnética
um sinal eléctrico uma separação
Absorvida Potencial Em fase gasosa
Emitida Condutância Em fase líquida
Difractada Podem ser
detectados pelos
métodos anteriores
Métodos Instrumentais

Espectrais Electroanalíticos Separativos

EAM (UV/Vis)
Potenciometria GC
Turbidimetria
Condutimetria HPLC
EAA
EEA (FEC)
Métodos Espectrofotométricos
 Espectrofotometria de Absorção Molecular –
EAM (UV/Vis)
Turbidimetria

 Espectrofotometria de Absorção Atómica – EAA


 Atomização com chama
 Atomização com câmara de
grafite
 Espectrofotometria de Emissão Atómica – EEA
 Emissão com chama (FEC)
 Emissão com plasma (ICP)
Espectrofotometria de
Absorção Molecular
UV/Vis
• Detecção por EAM
 EAM UV/Vis – Absorção da
radiação electromagnética por
espécies moleculares presentes na
amostra Interacção da
matéria com a
radiação
electromagnética
• Propriedades electromagnéticas da
radiação
Radiação
electromagnética
Natureza ondulatória Natureza corpuscular

Reflexão Absorção
Refracção Emissão

Equação de Planck: E = h.

E - energia (J); h - constante de Planck = 6,624E-34 (J.s);  - frequência (s-1)


Parâmetros
ondulatórios
E = h. = h.c/

período () comprimento de onda ()

Amplitude (A)

tempo espaço

Comprimento de onda () : distância entre dois pontos


consecutivos na mesma fase de vibração; expresso em metros (m)
Espectro electromagnético

Zona do visível
Espectro
electromagnético
Zona do visível
Sub-zona do Comprimento de onda
espectro (valores limite) (nm) Côr complementar

Violeta 400-435 Verde-amarelo

Azul 435-500 Amarelo

Verde 500-580 Vermelho

Amarelo 580-595 Azul

Laranja 595-610 Azul-esverdeado

Vermelho 610-700 Azul-verde


Espectros de absorção
Riscas Abs. Atómica Bandas Abs. Molecular
(nº limitado de frequências (maior nº de estados de
absorvidas) energia)
Energia E1
E = h.
E0
Átomo
Molécula
Absorvância

Absorvância

Absorvância
(nm) (nm) (nm)
Aspectos quantitativos
e terminologia
I0 I

I0 – Radiação incidente
I – Radiação emergente

A radiação emergente é sempre igual ou


menor que a radiação incidente
Lei de Lambert – Bouguer –
Beer
LEI DE BEER
A = a.b.C
A – Absorvância
I0 I a – Absortividade (cm-1 g-1 l)
b – Percurso óptico (cm)
C – Concentração (g/l)
quando C vem em mol/l
então a =  - Absortividade molar
(cm-1 mol-1 l)
Transmitância

Transmitância T = I/I0

% de Transmitância %T = (I/I0)*100

Absorvância A = log (I0/I)

I0 – Radiação incidente
A = - log T; T = 10 -A
I – Radiação emergente

A = log (100/%T) = 2 – log (%T)


• Exercício 1

• Exercício 2
Desvios à Lei de Beer

A lei de Beer refere o comportamento


ideal de uma solução quando
atravessada por um feixe de energia
radiante, o que na prática é
impossível fixar
– Desvios Reais, Químicos ou Físicos
Desvios à Lei de Beer
Desvios Reais – desvios à linearidade resultantes do
uso de:
 soluções concentradas do analito;
 soluções diluídas do analito e concentradas em
electrólitos.
Desvios Químicos – a causa encontra-se no próprio
sistema a analisar (a espécie absorvente sofre
associação, dissociação ou reacção com outras
espécies presentes em solução gerando produtos que
absorvem de uma forma diferente do analito)
 A ocorrência dos desvios químicos é controlada fixando
o pH, a força iónica, a concentração de outras espécies
presentes.
Desvios à Lei de Beer

Desvios Físicos ou Instrumentais – a causa é


inerente aos instrumentos com os quais se opera:

 Uso de radiação não monocromática;


 Reflexão da radiação incidente;
 Deficiente estado de conservação das faces de
incidência das células que suportam a amostra;
 Não paralelismo da radiação incidente.
Desvios à Lei de Beer

3
1
Absorvância 2

Concentração

1 - Verifica-se a lei de Beer


2 - Desvio negativo
3 - Desvio positivo
• Análise Quantitativa
A metodologia deve obedecer à lei de
Beer na mais ampla possível gama de
concentrações
Quando a espécie a determinar é pouco
ou nada absorvente deve ser
transformada
 Reacção de desenvolvimento de cor
(derivatização)
Ex. crómio, ferro, etc
• Análise Quantitativa

Método da curva de calibração


(padrão externo)
Método da adição de padrão
Método absoluto
Método da curva de
calibração (padrão externo)
preparação de padrões de concentrações C1, C2,
C3, ... Cn, a que correspondem valores de
absorvância medidos A1, A2, A3, ... An
An
A3
referente à A = a.b.C
Ax
amostra ab
A2
A1
C1 C2 Cx C3 Cn
• Exercício 4

• Exercício 5

• Exercício 6

• Exercício 7
Método da Adição de padrão

Amostra de composição
desconhecida e/ou complexa
Espécie absorvente presente
em concentrações muito baixas

Não é fiável utilizar o método da curva de


calibração
Método da Adição de padrão
Amostra
problema Cx An
A3
A2
Amostra problema acrescida de A1
uma concentração C1, C2,...Cn

Cx C1 C2 C3 Cn
Cx+C1 Cx+C2 Cx+C3 Cx+Cn + + + +
Cx Cx Cx Cx
Pode-se medir o valor de Ax correspondente a Cx
Método absoluto
Aplicação directa da lei de Beer
A = abC
O valor a (absortividade) está
tabelado
 b (percurso óptico) é conhecido
 A (absorvância) é medida
Obtenção do valor de C
(concentração)
• Exercício 11

• Exercício 12

• Exercício 13
Titulações espectrofotométricas
Tem que obedecer à Lei de Beer
 Facilita a detecção do ponto final
 A variação da absorvância é provocada pela
adição de titulante e pela variação de volume
de titulado
Titulações espectrofotométricas
A+B AB
A
A
A> 0
B = 0
B
AB = 0
V
A curva de titulação depende da absortividade das
espécies envolvidas na titulação e da
absortividade dos produtos de reacção
Instrumentos usados em
espectroscopia de UV/VIS
 Fotómetros  Espectrofotómetros
 O λ usado nas análises é  O λ usado nas análises é
seleccionado de modo seleccionado em gamas
discreto ou descontínuo; limitadas, de forma
contínua e variável em toda
 A selecção do λ usado é a zona do espectro;
efectuada por filtros que
limitam a radiação  A selecção do λ usado é
incidente a uma efectuado por um
determinada banda de monocromador.
comprimentos de onda.
Espectrofotómetros de UV/VIS
Espectrofotómetros: incluem monocromadores que
permitem fazer incidir radiação com uma banda de
comprimentos de onda muito estreita
Componentes de um
espectrofotómetro

I0 I DET AMP

Detector
Fonte de b
radiação Monocromador Compartimento de
células 0.841

Registador
Fontes de radiação
electromagnética
• Deve produzir um feixe de radiação com
intensidade suficiente para proporcionar a
medida
• Pode ter mais que uma fonte emissora
• O feixe deve ser estável
Fontes de radiação
electromagnética
Zona do visível: lâmpada de tungsténio de
filamento incandescente

Zona ultra-violeta: lâmpada de descarga


eléctrica de hidrogénio ou de deutério
Selectores de comprimento de
onda
São constituídos por:
Fendas de entrada e saída da
REM ajustáveis ( reduzem e fixam
as dimensões do feixe de radiação)
Lentes ou espelhos colimadores
(focam o feixe de radiação)
Unidades de dispersão da REM
• Unidade de dispersão
 Componente mais importante do
monocromador que separa a radiação
policromática nos diversos comprimentos
de onda

 Prismas
Espelhos
colimadores
 Redes de difracção
Prisma

 
Rede de
Fenda de difracção Fenda de
entrada saída
Rede de difracção
• Compartimento de células
Deve garantir um elevado grau
de estanquicidade à luz
ambiente
Pode ter mais que um tipo de
suporte de células
• Compartimento de células
 Zona do visível: células de vidro ou de
plástico transparente

 Zona ultra-violeta: células de quartzo, de


sílica fundida ou de plástico transparente às
radiações UV
• Sistema de detecção
Detector
Amplificador
Medidor do sinal eléctrico
amplificado

O sinal eléctrico deve ser uma função


linear da intensidade da radiação
Tipos de espectrofotómetros
 Feixe simples - sempre que se varia o
comprimento de onda, é necessário
ajustar o zero de absorvância, porque a
sensibilidade do detector depende do
comprimento de onda: análise
quantitativa (a um só )

 Feixe duplo - o feixe de radiação é


dividido em dois feixes: um atravessa
uma célula de referência e o outro
atravessa a célula contendo a amostra
• Feixe Simples
 Feixe Simples
Modo de utilização:
1 - Depois de ligar o equipamento, esperar cerca de ½ hora, para
garantir a estabilização térmica dos componentes eléctricos.
2 - Procede-se ao acerto do 0 de absorvância ou 100%T colocando no
trajecto óptico uma célula com o “branco” (solução com composição
semelhante à da amostra em que está ausente a espécie a determinar)
3 - Procede-se à leitura de soluções de calibração e amostras
utilizando a mesma célula do “branco”

As células devem ser colocadas na


mesma posição ou com a mesma
face para a REM incidente.
• Duplo Feixe

Apresentam duas vantagens importantes:


 O sinal do branco e da amostra são comparados em simultâneo,
não sendo necessária a estabilização térmica do equipamento

 Possibilitam o traçado dos espectros de modo automático:


1 - as duas células são preenchidas com o “branco”. O equipamento
corrige todos os valores de absorvância para 0.
2 - substitui-se a solução do branco pela amostra e procede-se ao
traçado do espectro.
Turbidimetria
Turbidimetria
• Baseia-se na dispersão da radiação pelas partículas
de matéria

• Quando a luz passa através de um meio transparente


em que existe uma suspensão de partículas sólidas,
parte da radiação é dispersada em todas as direcções
o que confere um aspecto turvo à amostra.

• A diminuição da intensidade de um feixe, como


consequência da dispersão de radiação pelas
partículas constitui a base dos métodos
turbidimétricos.
Turbidimetria
A intensidade de radiação que aparece
em qualquer ângulo depende:

• número de partículas
• tamanho e forma das partículas
• índices de refracção relativos das
partículas e do meio
• comprimento de onda da radiação
Turbidimetria

• Na turbidimetria é medida a radiação que


atinge um detector colocado na direcção
do feixe de radiação

• Na nefelometria é medida a radiação que


atinge um detector colocado com um
ângulo de 45 ou 90º em relação ao feixe
de radiação
Turbidimetria
• Os métodos turbidimétricos são
aplicáveis a suspensões sem cor e
opacas que não apresentam
absorção selectiva da radiação

• A turbidimetria tem uma sensibilidade


de 0,05 a 0,5 mg por 100 ml
Turbidimetria

Características das suspensões:

• Baixa solubilidade
• Elevada velocidade de formação
• Boa estabilidade
• Grande opacidade
Turbidimetria
Aplicação:
• Amostras gasosas, líquidas ou sólidas
• Estudos de poluição do ar e da água
Elemento Suspensão Reagente Comp.sol.
Ag AgCl NaCl HNO 3 dil.
Ba BaSO 4 H2SO 4 HCl
(1:200)
Turbidimetria
Método analítico:
• As curvas de calibração são geralmente
empíricas pois dependem não só da
concentração como também do tamanho
das partículas
• A lei de Beer pode ser aplicada num curto
intervalo de concentrações e normalmente
é necessário o uso de estabilizantes
Turbidimetria
Método da curva de calibração:

• A turvação de uma amostra é expressa em NTU


(nephlometric turbidity units)

• Por convenção, uma suspensão de 5 g de sulfato de


hidrazina e 50 g de hexametilenotetramina num 1l de
água destilada apresenta 4000 NTU
Turbidimetria
• Calibração prévia do
turbidímetro nefelométrico
com soluções padrão de
formazina.
• Leitura directa dos NTU das
suspensões em estudo.
Regra geral os turbidímetros nefelométricos
permitem leituras máximas de 1000 NTU, assim
caso as suspensões se apresentem demasiado
turvas é necessário proceder a diluições.
Espectrofotometria de Absorção
Atómica - EAA
Espectrofotometria de Absorção
Atómica - EAA
• Aspectos Gerais

 A EAA é uma técnica analítica muito utilizada quando as


concentrações do analito são muito baixas: ppm; ppb

 Conceito base: absorção da radiação electromagnética por


átomos de um determinado elemento num conjunto limitado
de comprimentos de onda

 Nesta técnica a solução em análise é vaporizada e


posteriormente atomizada: chama ou forno de grafite
Espectrofotometria de Absorção

Atómica - EAA



Excitação


Abs Abs

Espectros
     
descontínuos
(riscas)

0  0 
Espectrofotometria de Absorção
Atómica - EAA
E3
 3
E2
2
E1
1
E0

Abs

  
E0 = Estado E1 = Estado
fundamental excitado
0 
Espectrofotometria de Absorção
Atómica - EAA
 Absorção

 O sinal medido é absorvância

 Lei de Lambert-Beer
Quando um feixe de luz monocromático paralelo incide num meio
absorvente, o decréscimo de energia radiante é proporcional à
trajectória através do meio (b) e da quantidade da espécie absorvente
(C)

A = abC
Nota: No caso concreto da absorção atómica por chama, b corresponde à largura da chama
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama
• Funcionamento

● A amostra em solução é aspirada como uma neblina fina (aerossol)


para uma chama onde é convertida em vapor atómico (átomos
livres)

● Os gases da chama servem para atomizar a amostra

● A maioria dos átomos mantém-se no estado fundamental podendo


absorver radiação de comprimento de onda conveniente

● As transições ocorrem passando o átomo do estado fundamental


para um estado energético mais elevado (excitado), caso a
energia da fonte externa o permita
Espectrofotometria de Absorção
Lâmpada de
cátodo ôco
Atómica por chama
Monocromador

I0 I
DET AMP

Modulador
Queimador

Nebulizador

T = I/I0
Abs = log I0/I
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama
• Atomização

Energia

● Atomização por chama


Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama
• Etapas do processo de atomização por
chama
aspiração da amostra
formação do aerossol
formação do vapor atómico
absorção da radiação electromagnética
transições energéticas
Etapas do processo de atomização por chama
1 4

Evaporação do Absorção de
solvente radiação (excitação)

Queimador

2 Nebulizador 3

Evaporação dos Quebra de


solutos ligações
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama

• Atomização por chama

 A amostra é atomizada, numa chama, depois de aspirada através de


um nebulizador (aerossol) para a câmara de mistura, onde é
misturada com o combustível e o oxidante

 Parte dos átomos formados pode combinar-se com átomos ou


radicais provenientes da chama ou da solução que continha os
elementos a determinar

 Os átomos neutros (a maior parte, no estado fundamental) podem


absorver radiação incidente específica
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama
• Atomização por chama
 Principais tipos de chamas
Combustível Comburente Temperatura, ºC
Propano Ar 1925
Propano Oxigénio 2800
Hidrogénio Ar 2000-2050
Acetileno Ar 2100-2400
Acetileno Oxigénio 3050-3150
Acetileno Oxido nitroso 2600-2800
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama

• Atomização por chama


 Características da chama B

 Temperatura A
 Carácter oxidante/redutor
 Velocidade de propagação
 Estabilidade
 Espectro não interfira com
os valores de absorção A - zona de temperatura máxima
B - cone exterior
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama

• Atomização por chama


 Transformações durante a vaporização
 Eliminação do solvente e formação de sais do elemento com a
possibilidade de formação de compostos intermédios
 Recombinação de átomos com outros átomos ou radicais
 Ionização de alguns átomos
 A maior parte dos átomos livres está no estado fundamental
 Regresso ao estado fundamental de átomos excitados
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama
• Equipamento
 Os equipamentos usados são vulgarmente designados por:
Espectrofotómetros de Absorção Atómica e são muito
semelhantes aos Espectrofotómetros de UV/Vis.

• Componentes de um EAA
 Fonte emissora de radiação
 Dispositivo de vaporização
 Monocromador
 Detector de radiação
 Sistema de amplificação e medição do sinal
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama

• Componentes básicos de um EAA


Fonte emissora de radiação
- Emissores de riscas, isto é bandas de emissão
muito estreitas 0,001 nm
- Emissores de banda contínua, bandas com pelo
menos 0,008 nm
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama

• Componentes básicos de um EAA


Fonte emissora de radiação
 Emissores de riscas
lâmpada de cátodo ôco
lâmpada de descarga de vapor
lâmpada de descarga sem eléctrodo
lâmpada de cátodo de intensidade elevada
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama
• Componentes básicos de um EAA
 Fonte emissora de radiação
Lâmpadas de cátodo oco
(Fonte de emissão mais usada)
-Constituída por um ânodo e um cátodo que contém o elemento ao qual a lâmpada se
destina:
-Hermeticamente fechados numa atmosfera de um gás monoatómico ultra puro , néon ou
árgon
-Só é possível analisar um elemento de cada vez
-É necessário substituir a lâmpada sempre que se analisam elementos diferentes
-Requerem uma fonte de tensão muito estável
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama
• Componentes básicos de um EAA
 Fonte emissora de radiação
Lâmpadas multielemento
- Têm mais do que um elemento
- Mais caras que as monoelemento, mas mais económicas que o somatório das várias
lâmpadas
- O cátodo é constituído por amálgamas dos elementos ou compostos dos elementos
- Apresentam intensidades de riscas mais baixas
- Requerem mais do monocromador
- Vantagens económicas ilusórias, por vezes
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama
• Componentes básicos de um EAA

 Atomizador de chama – nebulizador/queimador


- Converte a solução em vapor atómico em consequência da acção conjunta do
nebulizador e do queimador
- A amostra, na forma líquida, é transformada em gotículas no nebulizador, sendo
estas posteriormente encaminhadas para a chama

- Para um aquecimento mais rápido


da amostra esta é dividida em
partículas muito pequenas - aerossol
o que aumenta a superfície de
transferência
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama

• Componentes básicos de um EAA


 Atomizador de chama – eficiência do nebulizador

 Caudal de aspiração
 Tensão superficial da solução
 Densidade
 Viscosidade
 Tamanho e geometria
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama

• Componentes básicos de um EAA


 Queimador – fluxo laminar ou pré-mistura

A cabeça do queimador é constituída por uma série de


orifícios ou por uma fenda onde se dá a queima

 Chamas de pequena velocidade de combustão


 Ar-propano
 Ar-acetileno
 Óxido nitroso-acetileno
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama

• Componentesbásicos de um EAA
 Monocromador
 Isola os comprimentos de onda usados na análise
 Deve fazer a distinção entre a risca seleccionada e outras
eventualmente próximas
 Devem ter transmitâncias elevadas para não interferir no LD
 Devem cobrir uma gama de trabalho entre os 200 nm e 850 nm
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama
• Componentes básicos de um EAA
 Detector
 A energia radiante é detectada por fotomultiplicadores
 A radiação incidente no detector pode decompor-se em:
 radiação da fonte emissora não absorvida
 radiação proveniente de átomos do elemento no regresso ao estado fundamental
 radiação proveniente da chama
 difusão da radiação incidente em partículas existentes

A modulação do sinal emitido pela fonte emissora permite ultrapassar este problema
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama
• Atomização por chama
 Interferências
 Partículas presentes na chama - difracção da radiação
gotículas não evaporadas
partículas salinas não vaporizadas
 Ligações entre os átomos metálicos na chama
a outros átomos idênticos
ao oxigénio
a constituintes da chama
 Ionização dos átomos

 Reacção com componentes presentes e formação de compostos de difícil vaporização


Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama
• Preparação das Amostras
 Solubilização da amostra
 uso de reagentes muito puros, incluindo a H2O
 Material muito bem lavado
 Material adequado para guardar amostras e padrões
 Manuseamento muito cuidadoso
 Boa conservação dos padrões
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama
• Aplicações da EAA
• Determinação da concentração total de elementos
químicos em amostras (especialmente metais)
• Método sensível, com boa reprodutibilidade e com limites
de detecção relativamente baixos (mg/L)
• Análise quantitativa e selectiva sem necessidade de
separação dos componentes da amostra
• Amostras líquidas ou sólidas (solubilizadas)
Espectrofotometria de Absorção
Atómica por chama
• Exemplos
 Determinação de cobre em vinhos pelo método da
adição de padrão

 Determinação de cobre em águas pelo método da


adição de padrão

 Determinação de magnésio em cervejas pelo método


da curva de calibração
Espectrofotometria de Absorção
Atómica com atomização
electrotérmica (câmara de grafite)
• A absorção atómica também pode ser sem
chama, utilizando uma câmara de grafite
• Uma câmara de grafite é um pequeno tubo
cilíndrico que é aberto em ambos os lados e que
possui uma zona central que permite a
introdução da amostra
• Um pequeno volume de amostra é injectado
– Amostra líquida, utilizando uma micropipeta
• O tubo tem 5 cm de comprimento e um diâmetro
interno inferior a 1cm
• Dá-se a sua atomização à custa de uma corrente
eléctrica entre dois eléctrodos ligados aos
extremos da câmara
– Atomizador electrotérmico
Espectrofotometria de Absorção
Atómica com atomização
electrotérmica (câmara de grafite)
Espectrofotometria de Absorção
Atómica - EAA
• Com chama • Sem chama (câmara de
• Desvantagem de só se grafite)
poderem aplicar a soluções • Pequenos volumes de amostras
• É necessário um volume • Mais sensibilidade
apreciável – 2 a 3 ordens de grandeza
• Boa precisão – Maior tempo de estadia dos
átomos
• Aparelhagem mais dispendiosa
• Menor precisão
Espectrofotometria de Emissão
Atómica - EEA
Fotometria de Emissão de Chama –
FEC
Fotometria de Emissão Atómica -
FEC
• Aspectos gerais
 É uma técnica analítica utilizada especialmente para determinações
de lítio, sódio e potássio (ppm)

 Conceito base: átomos ou moléculas que se formam numa chama


quando nela é introduzida uma amostra, são levados a um estado
excitado pela colisão térmica com os constituintes dos gases da
chama, havendo emissão de radiação característica do elemento
ou molécula, quando estes retornam ao estado fundamental
Fotometria de Emissão Atómica -
FEC

DET AMP

Filtro

Queimador
0.841
Nebulizador
Sinal = I (intensidade da radiação
emitida)
Fotometria de Emissão Atómica -
FEC E 3
3 4

E2
2 5
E1
1
E0

    
Abs
E1 = Estado E0 = Estado
excitado fundamental

0 

FEC Determinação de Li+, Na+ e K+ E reduzido


Fotometria de Emissão Atómica -
FEC
• Funções da chama
 evaporar o solvente
 produzir o vapor atómico
 excitar os átomos livres

 A temperatura depende da composição da chama, e a


radiação também é condicionada pela composição e
proporção dos gases usados
Fotometria de Emissão Atómica -
FEC
1 4

Evaporação do Excitação e Emissão


solvente de radiação
Queimador

2 3
Nebulizador

Evaporação dos Quebra de


solutos ligações
Fotometria de Emissão Atómica -
FEC
• Equipamento
• Semelhante ao utilizado em EAA, sendo de assinalar a
ausência no fotómetro de chama, da fonte emissora de
radiação que interactua com a amostra e o
correspondente sincronizador com o sistema de
detecção
Fotometria de Emissão Atómica -
FEC
• Equipamento
 atomizador: - reguladores de pressão
- mecanismo de introdução de amostra na chama
- queimador

 selector de comprimentos de onda: - monocromador


- filtro (FEC)

 sistema de detecção: - detector


- amplificador
- registador
Fotometria de Emissão Atómica -
FEC
Resumindo…
 A fonte de radiação são os átomos do elemento químico
a analisar

 Na chama, a maior parte dos átomos encontra-se no


estado fundamental; apenas os átomos excitados
emitem radiação (população minoritária)

 A chama é a fonte de excitação dos átomos


Fotometria de Emissão Atómica -
FEC
 A radiação emitida pela passagem dos átomos do
estado excitado ao fundamental é seleccionada no
filtro/monocromador

 O sinal medido é a Intensidade de Emissão


(proporcional à concentração de átomos na chama)
Fotometria de Emissão Atómica -
FEC
Resumindo…

Filtro / Detector Amplificador


- e leitura
Monocromador
Átomos
Fotometria de Emissão Atómica -
FEC
• Aplicações
 Determinação da concentração total de elementos químicos: K+,
Na+ e Li+ em amostras.

 Método sensível, com boa reprodutibilidade e com LD relativamente


baixos – ppm

 Análise quantitativa e selectiva sem necessidade de separação dos


componentes da amostra.

 É mais sensível na determinação dos metais alcalinos.


Fotometria de Emissão Atómica -
FEC

• Aplicações
Determinação de potássio em vinho do
Porto pelo método da curva de calibração.

Determinação do potássio em vinho do


Porto pelo método da adição de padrão.

Determinação de sódio solúvel e sódio


disponível numa amostra de solo.
Comparação entre EAA e
FEC
 Vantagens da EAA vs FEC
 A variação da temperatura da chama afecta pouco a
população de átomos no estado fundamental;

 A razão sinal/ruído é menor;

 As interferências espectrais são menores;

 Sensibilidade do método é geralmente maior.

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