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CIRCULAÇÃO DA SEIVA BRUTA

Causas do movimento da seiva bruta


As plantas perdem grande quantidade de água por transpiração, especialmente através das folhas.
Todavia, essa água que perdem é substituída por outra, transportada essencialmente num sistema
contínuo de xilema (vasos lenhosos), desde a raiz, passando pelo caule, até às folhas. As
substâncias dissolvidas na água são transportadas passivamente ao nível do xilema.
Como explicar a subida da seiva bruta até à copa de algumas árvores, às vezes localizada a
dezenas de metros acima do nível do solo?
Várias teorias têm sido sugeridas, envolvendo todas elas a acção de forças fisicas como causa do
movimento da água e de solutos no xilema: coesão, adesão, pressão radicular, capilaridade e
transpiração.

Coesão
As moléculas de água tendem ligar-se umas às outras por ligações de hidrogénio que se
estabelecem entre os átomos de hidrogénio e uma molécula e os átomos de oxigénio das
moléculas adjacentes. Devido às forças de coesão, as moléculas de água permanecem unidas
umas às outras resistindo à separação, formando, assim, uma coluna contínua dentro dos vasos
de transporte que constituem os vegetais.

Adesão
Alem das forças de coesão, a água também pode aderir-se a outras moléculas. Isso pode ocorrer
graças à sua polaridade. A água tende a atrair e ser atraída por outras moléculas polares. Essa
atraccão entre as moléculas de água e outras moléculas polares e chamada de adesão. A força de
atraccão que permite o fenómeno da adesão é de origem electromagnética e é devida as pequenas
diferenças de carga entre as superfícies de materiais diferentes. Quanto maior é o contacto entre
as superfícies, maior será a força electromagnética resultante.

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/Danúbia Mário Januário/
MANJATE M., ROMBE M., Biologia 12- Pré-Universitário, 1ª Edição, Maputo, Longman Moçambique,
2010.
Nas plantas, as moléculas de água aderem provavelmente às paredes celulares do xilema.

Fig.1: LEGENDA

PRESSÃO RADICULAR
As raízes de muitas plantas empurram a seiva bruta para cima, fenómeno conhecido como
pressão radicular. Em certas plantas, verificou-se que a pressão radicular é suficiente para
elevar a coluna de água nos vasos xilemáticos e alguns metros de altura. Este fenómeno é
causado pela contínua e activa acumulação de iões minerais pelas raízes da planta. O transporte
activo desses iões para as células da raíz aumenta o potencial de soluto, o que tem como
consequência o movimento de água para o interior da planta. A acumulação da água nos tecidos
provoca uma pressão que força a água subir no xilema. Em certas circunstâncias, quando a
pressão radicular é muito elevada, a água ascende até as folhas onde é libertada sob forma
líquida. Este processo também é conhecido como gutação.

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/Danúbia Mário Januário/
MANJATE M., ROMBE M., Biologia 12- Pré-Universitário, 1ª Edição, Maputo, Longman Moçambique,
2010.
Fig.2: Pode-se medir a pressão radicular pelo
deslocamento da coluna da água num tubo de
vidro adaptado a um caule recém-cortado.

Fig.3: Fenómeno de Gutação

Capilaridade
A Capilaridade é um fenómeno físico que resulta das propriedades de adesão e coesão
manifestantes pelas moléculas de água. As moléculas de água são capazes de subir
espontaneamente por um tubo muito fino (capilar) devido a sua adesão às paredes do tubo. Como
as moléculas de água mantêm-se coesas por pontes e hidrogénio, as que aderem as paredes do
capilar arrastam consigo as demais moléculas.
A água pode subir no tubo capilar quando a força de adesão se torna insuficiente para vencer o
peso da coluna liquida.
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/Danúbia Mário Januário/
MANJATE M., ROMBE M., Biologia 12- Pré-Universitário, 1ª Edição, Maputo, Longman Moçambique,
2010.
A altura que atinge, depende do diâmetro do capilar. Quanto menor o diâmetro do tubo, mais alto
a coluna de água subirá. E vice-versa. Esse fenómeno ocorre porque quanto mais aumenta o
diâmetro do tubo, menos moléculas de água aderem à parede em relação ao número de moléculas
que são arrastadas para cima.

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/Danúbia Mário Januário/
MANJATE M., ROMBE M., Biologia 12- Pré-Universitário, 1ª Edição, Maputo, Longman Moçambique,
2010.

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