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Teoria da tensão-coesão-adesão

Teoria da tensão-coesão-
adesão
Teoria da Tensão-coesão-adesão (também
denominada de teoria de Dixon) é uma das teorias
que tenta explicar o processo usado pela água e sais
minerais para subir pelos vasos xilémicos das raízes
até às folhas. Segundo esta teoria a movimentação da
água ocorre devido à evaporação da água que ocorre
nas folhas.

Esta teoria foi desenvolvida, em 1895, por Dixon e


Joly, neste momento é a teoria mais aceite para
explicar a movimentação da seiva bruta (água e sais
minerais) no xilema.

Nesta admite-se que existe uma relação directa entre


a perda de água nas folhas e a sua absorção na raiz, a
perda de água provoca a subida de água e sais
minerais pelo xilema de forma a compensar o
desequilibro hídrico na planta.

A saída da água, através da evaporação, pelas folhas


provoca um aumento da concentração de sais
minerais nas células, provocando um aumento da
pressão osmótica (diminuição do potencial hídrico) e
um consequente movimento da água para a área com
menor concentração.

Este aumento de pressão irá provocar uma tensão


que se estende ao longo dos vasos xilémicos, levando
as raízes a absorverem água do solo, por um processo
de osmose, o seu principal objetivo é repor a água
perdida pelas folhas, em todos os órgãos da planta.

Esta tensão deve-se principalmente a uma diferença


de pressão osmótica entre as células do mesófilo e os
vasos xilémicos, esta diferença de pressão prolonga-
se às raízes e posteriormente à água presente no solo
que tenderá a entrar nas células da raiz.

A perda de água nas folhas força a subida de água


pela estrutura formada pelos vasos do xilema, esta
subida de água forma uma coluna praticamente
contínua de água, esta subida resulta do efeito de
quatro factores:

Efeito da capilaridade – este efeito resulta do


pequeno diâmetro dos elementos do vaso.
Força de coesão – efeito que provoca a união
das moléculas de água mantendo-as unidas. A
união destas moléculas deve-se há sua
polaridade que produz ligações de hidrogénio
entre as moléculas. Estas ligações são
extremamente fortes, o que favorece a sua
forte união.
Força de adesão – a união entre as moléculas
de água favorece a adesão destas com as
paredes dos vasos. Esta força também é
explicada pela polaridade das moléculas de
água. Esta polaridade favorece a ligação das
moléculas aos elementos das paredes dos
vasos xilémicos.
Força da gravidade – força no sentido
contrário ao do movimento da seiva. Para que
a movimentação da seiva nos vasos ocorra,
esta força deverá ser menor do que a força
exercida pelo conjunto da força de coesão e da
força de adesão.

O movimento da seiva bruta, no xilema, ocorre


devido à tensão existente no vaso, os próprios
elementos do vaso são responsáveis pela formação de
uma resistência à passagem da seiva que torna essa
tensão ainda mais intensa. Estes elementos
favorecem também a movimentação da seiva bruta
ao impedirem o colapso do vaso xilémico, uma vez
que estes vasos são estruturas ocas cujas paredes são
lenhosas.

O principal factor que leva à existência de uma


tensão é a radiação solar, pois favorece a
transpiração que provoca a subida da água e dos sais
minerais pela coluna de água, no xilema, esta
movimentação é tão rápida quando maior for a
rapidez da transpiração, assim como quanto maior
for a taxa de evaporação.

Esta subida de água pode atingir os 160 metros de


altura, ao contrário da teoria da pressão radicular
(outra teoria que tenta explicar a movimentação de
seiva bruta no xilema) cuja pressão apenas permite
que a água atinja cerca de três metros de altura.

Para que esta movimentação se mantenha constante


é necessário que a coluna de água não seja quebrada
(isso pode ocorrer se surgirem bolhas de ar), a partir
do momento em que isso ocorra a tensão diminui e
as forças de coesão e de adesão deixam de ser
suficientemente grandes para suportar os efeitos da
gravidade. Se a coluna de água não for
restabelecida (não ocorre movimento de seiva bruta),
o vaso xilémico deixa de se encontrar funcional.

Palavras-chave:

Transpiração
Evaporação
Xilema
Pressão radicular
Seiva bruta

References:
Dinis, Maria de Lurdes Proença de Amorim (2007).
Modelos Fenomenológicos de Distribuição
Intercompartimental de Substâncias Radioactivas.
Volume II. Dissertação de doutoramento da
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto,
Porto, Portugal

Author: 25-09-2018

Sandra
Almeida

Licenciada em Biologia e mestra em Ecologia,


Ambiente e Território pela Faculdade de
Ciências da Universidade do Porto. Saiba
mais sobre o autor >>>

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