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Josedilson Amorim | Consultor Tributário-Fiscal

JHA Consulting - Consultoria Tributária e Fiscal


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Josedilson Amorim
Consultor Tributário-Fiscal

Josedilson Amorim | Consultor Tributário-Fiscal


JHA Consulting - Consultoria Tributária e Fiscal
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IPI
Imposto Sobre Produtos
Industrializados

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ASPECTOS JURÍDICOS

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IPI – ASPECTOS JURÍDICOS
ORIGEM E CARACTERÍSTICA DO IPI

O imposto sobre produtos industrializados –


IPI é um dos tributos típico da sociedade
industrial do Brasil, ele surge com a Lei nº
25, de 03/12/1891, embora alguns
historiadores tenham localizado indícios do
tributo na época do império.

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IPI – ASPECTOS JURÍDICOS
O IPI assenta-se sobre os seguintes
fundamentos legais:

1) Constituição Federal: artigos 150, I, II, III, IV, VI, §1º e 3º,
incisos I, II e III – Normas de Competência e Princípios Gerais
Especiais.
2) Código Tributário Nacional aprovado pela Lei 5.172, de
25/10/1966: artigos 46 a 51 - Normas destinadas a
caracterizar os limites da hipótese do tributo;
3) Lei 4.502, de 1964; Normas destinadas a instituir o tributo;
4) Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados –
RIPI aprovado pelo Decreto 7.212/2010 - Normas destinadas a
regulamentar a instituição do tributo.

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IPI – ASPECTOS JURÍDICOS
COMPETÊNCIA

O Imposto sobre os Produtos Industrializados é um


tributo da esfera de competência federal.

Essa característica do IPI é facilmente identificada no


artigo 153(CF) e seus incisos, que dispõe sobre os
impostos que competem à União.

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IPI – ASPECTOS JURÍDICOS
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO IPI

Ao exercer a competência tributaria para instituir e


disciplinar obrigações, o legislador deve observar os
princípios gerais aplicáveis a qualquer tributo, e
princípios especiais, que são particulares a um
determinado tributo.

Conforme observamos anteriormente, os princípios


gerais apresentam-se sob a forma de limitações ao
poder de tributar, ou sob a forma de imunidades
asseguradas a determinadas pessoas e bens.
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IPI – ASPECTOS JURÍDICOS
EM RELAÇÃO AO IPI observa-se:

PRINCÍPIOS DA ANTERIORIDADE (nenhum


tributo poderá ser cobrado no mesmo exercício
financeiro que haja sido publicada a lei que o instituiu
ou aumentou).

Não se aplica ao IPI (§ 1°, art.150, CF).


Aplica-se o Princípio da Noventena (majoração
de tributo somente produzirá efeitos após 90
(noventa) dias da data da publicação da lei,
conforme Emenda Constitucional 42/2003).

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IPI – ASPECTOS JURÍDICOS
Além dos princípios gerais o IPI deve observar os
seguintes princípios específicos ao tributo:

PRINCÍPIOS ESPECIAIS (Art. 153, §3°, I, II e


III):

Seletividade (art. 153, §3°, inciso I)


Não-Cumulatividade (art. 153, §3°, inciso II)
Imunidade (art. 153, §3º, III)

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IPI – ASPECTOS JURÍDICOS

SELETIVIDADE:

O IPI devera ser seletivo em função da


essencialidade do produto. Diz-se que o imposto é
seletivo, quando tributa os produtos de acordo coma
sua utilidade. À medida que o produto for adquirindo
uma utilidade secundária, a tributação será
aumentada. O IPI, portanto é um tributo que onera
mais os produtos supérfluos e beneficia aqueles que
são mais essenciais.

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IPI – ASPECTOS JURÍDICOS
NÃO-CUMULATIVIDADE:

O IPI será não-cumulativo, compensando-se o que


for devido em cada operação com o montante
cobrado nas anteriores.

Na prática, abate-se o imposto exigido na


operação anterior, de forma que o tributo não se
acumule ao longo das operações subseqüentes,
evitando a incidência em cascata (como acontece
com o ICMS).

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ASPECTOS GERAIS

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IPI – ASPECTOS GERAIS
O IPI incide sobre produtos
industrializados, nacionais e
estrangeiros.

Suas disposições estão regulamentadas


atualmente pelo Decreto 7.212, de 15
de junho de 2010 (sigla “RIPI/2010”).
 Até 14 de junho de 2010, o RIPI era
regulamentado pelo Decreto 4.544 de 2002 (sigla
“RIPI/2002”). 14
IPI – ASPECTOS GERAIS
O campo de incidência do imposto
abrange todos os produtos com
alíquota, ainda que zero, relacionados
na Tabela de Incidência do IPI (TIPI),
observadas as disposições contidas nas
respectivas notas complementares,
excluídos aqueles a que corresponde à
notação "NT" (não-tributado).
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PRODUTO INDUSTRIALIZADO

CONCEITO

Produto industrializado é o
resultante de qualquer operação
definida no RIPI como
industrialização, mesmo
incompleta, parcial ou
intermediária.
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Industrialização

Caracteriza industrialização qualquer


operação que modifique a natureza, o
funcionamento, o acabamento, a
apresentação ou a finalidade do
produto, ou o aperfeiçoe para
consumo, (art.4º do RIPI/2002) tal
como:

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Industrialização

a) Transformação

a que, exercida sobre matéria-


prima ou produto intermediário,
importe na obtenção de espécie
nova;

18
Industrialização
b) Beneficiamento

a que importe em modificar, aperfeiçoar


ou, de qualquer forma, alterar o
funcionamento, a utilização, o acabamento
ou a aparência do produto.

No beneficiamento não há a fabricação de


um produto, conforme Parecer Normativo
157/71;
19
Industrialização

c)Montagem

a que consista na reunião de


produtos, peças ou partes e de que
resulte um novo produto ou unidade
autônoma, ainda que sob a mesma
classificação fiscal.
20
Industrialização

d) Acondicionamento ou
reacondicionamento

a que importe em alterar a apresentação do


produto, pela colocação da embalagem,
ainda que em substituição da original, salvo
quando a embalagem colocada se destine
apenas ao transporte da mercadoria (art.6º
do RIPI/2002).
21
Industrialização

e) Renovação ou Recondicionamento

a que, exercida sobre produto usado ou


parte remanescente de produto
deteriorado ou inutilizado, renove ou
restaure o produto para utilização).

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Não se considera industrialização
 Produtos alimentares, vendidos diretamente a
consumidor final;
 Artesanatos;
 Produzido em oficina, por encomenda do usuário
final e que seja preponderante o trabalho pessoal;
 Mercadoria produzida fora do estabelecimento
industrial em edificações;
 Misturas de tintas em máquinas automática;s
 Mercadoria produzida por produtor rural pessoa
física.
 O RIPI/2010, no seu artigo 5º, traz a relação dos
casos que não caracterizam industrialização.
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ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL

CONCEITO

Estabelecimento industrial é o que


executa qualquer das operações
consideradas industrialização, de que
resulte produto tributado, ainda que
de alíquota zero ou isento (art. 8º RIPI).

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Equiparação a Estabelecimento
Industrial
OS PRINCIPAIS ESTABELECIMENTOS EQUIPARADOS
A INDUSTRIAIS SÃO OS SEGUINTES:

 O importador;
 Revenda de produto industrializado por terceiro ;
 Venda de matéria-prima, produtos intermediários
e materiais de embalagem;
 Por opção, quando atacadista vende bens de
produção a industrial ou revendedor;
 Atacadista de cosméticos.
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CONTRIBUINTES
SÃO OBRIGADOS AO PAGAMENTO DO IPI COMO
CONTRIBUINTE (ART.24 RIPI):

 I – o importador, em relação ao fato gerador


decorrente do desembaraço aduaneiro;

 II – o industrial, em relação ao fato gerador


decorrente da saída de produto que
industrializar em seu estabelecimento;

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CONTRIBUINTES

 III – o estabelecimento equiparado a


industrial;

 IV – os que consumirem ou utilizarem


em outra finalidade, ou remeterem a
pessoas que não sejam empresas
jornalísticas ou editoras, o papel
destinado à impressão de livros, jornais
e periódicos, quando alcançado pela
imunidade;
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FATO GERADOR
 1 – o desembaraço aduaneiro de
produto de procedência estrangeira;

 2 – a saída de produto do
estabelecimento industrial, ou
equiparado a industrial.
Portanto, o fato gerador é a saída do produto, não
importando se é uma venda ou não destinada a teste
conforme consta no Parecer Normativo nº 448/70.
Ocorrendo a perda, roubo ou extravio do produto, após a
saída, não haverá como estornar o imposto destacado no
documento fiscal, como determina o Parecer Normativo nº
421/70.
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FATO GERADOR
Considera-se ocorrido o fato gerador (art.36 RIPI):
Ver Art. 36 do RIPI

Na hipótese de venda, exposição à venda, ou


consumo no Território Nacional, de produtos
destinados ao exterior, ou na hipótese de
descumprimento das condições estabelecidas
para a isenção ou a suspensão do imposto,
considerar-se-á ocorrido o fato gerador na data
da saída dos produtos do estabelecimento
industrial ou equiparado a industrial.
29
IMUNIDADE

Objetivo das Imunidades

As imunidades têm por objetivo, única e


exclusivamente, a não-incidência de tributos
pertencentes à espécie do imposto e somente
alcançam à obrigação tributária principal - o
pagamento do imposto.
30
IMUNIDADE
Classificação das Imunidades
Subjetivas: quando dizem respeito a pessoas
Exemplo: Templos de qualquer culto, aos partidos
públicos, às fundações, às entidades sindicais dos
trabalhadores e às instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos.

Objetivas: quando dizem respeito a coisas, bens,


produtos e mercadorias.
Exemplo: imunidade conferida pelo artigo 150,
inciso VI, da Constituição, aos livros, jornais,
periódicos e ao papel destinado à sua impressão.
31
IMUNIDADE
Natureza Jurídica das Imunidades

As normas de imunidade impedem que o


Estado crie e exija o tributo do sujeito
passivo. A imunidade, também denominada
de não-incidência qualificada, tem a
natureza jurídica de limitação oposta pela
Constituição ao poder de tributar.
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IMUNIDADE
O Regulamento do IPI estabelece que são imunes à
incidência do IPI:
a) os livros, jornais, periódicos e o papel destinado
à sua impressão(artigo 18, inciso I, do RIPI);
b) os produtos industrializados destinados ao
exterior (artigo 18, inciso II, do RIPI);
c) o ouro, quando definido em lei como ativo
financeiro ou instrumento cambia(artigo 18, inciso III,
do RIPI);
d) a energia elétrica, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais do País (artigo 18, inciso IV).

33
IMUNIDADE
Vê-se que o artigo 18 somente dispõe sobre
imunidades objetivas. Isso ocorre porque o
imposto sobre Produtos Industrializados é um
imposto real, isto é, que diz respeito à
tributação de bens (produtos
industrializados), e não de pessoas.
 Portanto, as imunidades que interessam à
legislação do IPI são imunidades que se referem
à circulação econômica de uma determinada
espécie de bens: os produtos industrializados.

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ISENÇÃO
São isentos do IPI:
(………….)

Ver art. 54 do RIPI

35
MANUTENÇÃO DO CRÉDITO

É admissível o aproveitamento do crédito de IPI


decorrente de aquisição de matéria-prima, produto
intermediário e material de embalagem, aplicados
na industrialização de produto com saída isenta ou
de alíquota zero (base: art. 11 da Lei 9.779/99).

O direito ao aproveitamento, nas condições


estabelecidas no art. 11, alcança, exclusivamente,
os insumos recebidos no estabelecimento industrial
ou equiparado a partir de 1º de janeiro de 1999
(art. 4 da IN SRF 33/99).

36
ALÍQUOTA ZERO

Os produtos industrializados, nacionais e


estrangeiros, que constam da TIPI,
correspondentes à notação “0”, no campo da
alíquota, nessa tabela, são os chamados produtos
à ALÍQUOTA ZERO, sobre os quais não há a
incidência de IPI.

Os produtos isentos também constam na TIPI com a


notação “0”, porém distinguem-se dos produtos
tributados à alíquota zero pelo fato que a isenção
consta em Lei, no artigo 54 do RIPI/2010 e em outros
artigos do regulamento, e não poderá incidir a
tributação sobre esses produtos, salvo nos casos de
alteração da própria Lei.
37
ALÍQUOTA ZERO

Enquanto que os produtos tributados à


alíquota zero, só assim o são porque a TIPI
determina, porém o Executivo poderá a
qualquer momento aumentar as alíquotas,
por Decreto, respeitado o princípio da
Noventena, não sendo necessária a
aprovação de Lei pelo Legislativo para
respectiva alteração.

38
MANUTENÇÃO DOS CRÉDITOS - ALÍQUOTA ZERO

De acordo com a legislação em vigor, os créditos


do IPI relativos aos insumos no estabelecimento
industrial ou equiparado, a partir de 01.01.99,
para serem empregados na industrialização de
produtos tributados com alíquota reduzida a zero,
poderão ser registrados e mantidos na escrita
fiscal independentemente de haver disposição em
lei específica, conforme artigo 11, da Lei
9.779/99.

39
SALDO CREDOR - CRÉDITOS INCLUSOS

O saldo credor acumulado a cada trimestre - calendário, de


que trata o art. 11 da Lei 9.779/99, compreende os créditos
do IPI relativos à aquisição de insumos aplicados na
industrialização de produtos tributados à alíquota zero, se
dará da seguinte forma:
I - o saldo credor remanescente de cada período de
apuração será transferido para o período de apuração
subseqüente;
II - ao final de cada trimestre-calendário,
permanecendo saldo credor, esse poderá ser utilizado para
ressarcimento ou compensação, mediante a PERDCOMP, na
forma da IN SRF 900/2008, que disciplina a restituição e a
compensação de quantias recolhidas a título de tributo ou
contribuição administrados pela Secretaria da Receita
Federal
40
PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS (NT)

Definição
Os produtos industrializados, nacionais e estrangeiros,
constam da Tabela de Incidência do Imposto sobre
Produtos Industrializados – TIPI, os produtos
correspondentes a notação “NT”, nessa tabela, são
os considerados NÃO TRIBUTADOS, sobre os quais
não há a incidência de IPI.

 Ver EXEMPLO

41
PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS (NT)

Não escrituração dos créditos de IPI relativos aos


produtos Não Tributados “NT”

Não deverão ser escriturados créditos relativos a MP, PI


e ME que, sabidamente, se destinem a emprego na
industrialização de produtos não tributados, ou saídos com
suspensão cujo estorno seja determinado por disposição
legal .
Será anulado, mediante estorno na escrita fiscal, o
crédito do imposto, relativo a MP, PI e ME, que tenham sido
empregados na industrialização, ainda que para
acondicionamento, de produtos não-tributados.
Dessa forma, deverão ser estornados os créditos
originários de aquisição de MP, PI e ME, quando
destinados à fabricação de produtos não tributados (NT).
42
PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS (NT)

Dos créditos inerentes aos insumos (MP, PI, ME) com


destinação comum:

Poderão ser calculados proporcionalmente, com base


no valor da saída dos produtos fabricados pelo
estabelecimento industrial nos três meses
imediatamente anteriores ao período de apuração a
considerar, os créditos decorrentes de entradas de
MP, PI, e ME, empregado indistintamente na
industrialização de produtos que gozem ou não do
direito à manutenção e à utilização do crédito.

43
SUSPENSÃO DO IMPOSTO
Somente será permitida a saída ou o desembaraço de
produtos com suspensão do imposto quando
observadas as normas do Regulamento e as medidas
de controle expedidas pela SRF.
Quando não forem satisfeitos os requisitos que
condicionaram a suspensão, o imposto tornar-se-á
imediatamente exigível, como se a suspensão não
existisse.
Se a suspensão estiver condicionada à destinação do
produto e a este for dado destino diverso do previsto,
estará o responsável pelo fato sujeito ao pagamento do
imposto e da penalidade cabível, como se a suspensão
não existisse.

44
SUSPENSÃO DO IMPOSTO

Dos Casos de Suspensão

Poderão sair com suspensão do imposto (art.


43 RIPI):

Ver art. 43

45
SUSPENSÃO DO IMPOSTO
Serão desembaraçados com suspensão do imposto
(art. 48):
I – os produtos de procedência estrangeira importados diretamente
pelos concessionários das Lojas Francas de que trata o Decreto-
Lei nº 1.455;
II – as máquinas, equipamentos, veículos, aparelhos e instrumentos,
sem similar nacional, bem assim suas partes, peças, acessórios e
outros componentes, de procedência estrangeira, importados por
empresas nacionais de engenharia, e destinados à execução de
obras no exterior, quando autorizada a suspensão pelo Secretário
da Receita Federal;
III – os produtos de procedência estrangeira que devam sair das
repartições aduaneiras com suspensão do Imposto de
Importação, nas condições previstas na respectiva legislação; e
IV – MP, PI e ME, importados diretamente por estabelecimento de
que trata os incisos I a III do artigo 44, (Medida Provisória nº 66,
de 2002, art. 31, § 4º).
46
SUSPENSÃO DO IMPOSTO
REGIME DE SUSPENSÃO PARA VÁRIAS OPERAÇÕES A
PARTIR DE 01.10.2002
1 - Produtos com direito a suspensão
A partir de 01.10.2002, as matérias-primas, os produtos
intermediários e os materiais de embalagem, destinados a
estabelecimento que se dedique, preponderantemente, à
elaboração de produtos classificados nos Capítulos 2, 3, 4, 7,
8, 9, 10, 11, 12, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 23 (exceto códigos
2309.10.00 e 2309.90.30 e Ex-01 no código 2309.90.90),
28, 29, 30, 31 e 64, no código 2209.00.00 e 2501.00.00, e
nas posições 21.01 a 21.05.00, da Tabela de Incidência do
Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI, inclusive
aqueles a que corresponde à notação NT (não tributados),
sairão do estabelecimento industrial com suspensão do
referido imposto.

47
SUSPENSÃO DO IMPOSTO
2 - Outros produtos com direito à suspensão:
A suspensão do IPI aplica-se, também, às saídas de matérias-
primas, produtos intermediários e materiais de embalagem,
quando adquiridos por:

I - Estabelecimentos industriais fabricantes,


preponderantemente, de:
a) componentes, chassis, carroçarias, partes e peças dos
produtos a que se refere o art. 1 da Lei 10.485/2002;

b) partes e peças destinadas a estabelecimento industrial


fabricante de produto classificado no Capítulo 88 da TIPI;
II - Pessoas jurídicas preponderantemente
exportadoras

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SUSPENSÃO DO IMPOSTO
Preponderância de faturamento
O disposto em 1 e 2-I anteriores aplica-se ao
estabelecimento industrial cuja receita bruta decorrente dos
produtos referidos, no ano-calendário imediatamente
anterior ao da aquisição, houver sido superior a 60% de sua
receita bruta total no mesmo período.
Exemplo:
 Receita Bruta do estabelecimento industrial em 2.006
R$10.000.000,00
 Receita Bruta dos produtos admissíveis com suspensão em 2.006
R$7.000.000,00
 % Participação da Receita Bruta: R$ 7.000.000,00 dividido por
R$10.000.000,00 igual a 70%.
Portanto, a suspensão aplica-se ao estabelecimento, relativamente
às operações ocorridas em 2007, por ultrapassar 60%.

49
SUSPENSÃO DO IMPOSTO
Pessoa jurídica preponderantemente exportadora - conceito
A partir de 23.10.2007, para fins do disposto no item 2-II,
considera-se pessoa jurídica preponderantemente exportadora
aquela cuja receita bruta decorrente de exportação para o
exterior, no ano-calendário imediatamente anterior ao da
aquisição, houver sido superior a 70% de sua receita bruta total
de venda de bens e serviços no mesmo período, após excluídos
os impostos e contribuições incidentes sobre a venda.
Exemplo:
Receita Bruta total do estabelecimento em 2.006 - R$15.000.000,00
Receita Bruta decorrente de exportação em 2.006 - R$11.000.000,00
% Participação da Receita Bruta: R$ 11.000.000,00 dividido por
R$15.000.000,00 igual a 73,33%
Portanto, a suspensão aplica-se ao estabelecimento, relativamente
às operações ocorridas a partir de 23.10.2007, por ultrapassar
70%.

50
SUSPENSÃO DO IMPOSTO

Redução de Percentual

O percentual de 70% fica reduzido a 60% (sessenta por cento)


no caso de pessoa jurídica em que 90% (noventa por cento)
ou mais de suas receitas de exportação houverem sido
decorrentes da exportação dos seguintes produtos:

51
SUSPENSÃO DO IMPOSTO
I - classificados na Tabela de Incidência do Imposto sobre
Produtos Industrializados - TIPI, aprovada pelo Decreto no
6.006, de 28 de dezembro de 2006:
a) nos códigos 0801.3, 25.15, 42.02, 50.04 a 50.07, 51.05
a 51.13, 52.03 a 52.12, 53.06
a 53.11;
b) nos Capítulos 54 a 64;
c) nos códigos 84.29, 84.32, 8433.20, 8433.30.00,
8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e
87.06; e
d) nos códigos 94.01 e 94.03; e

II - relacionados nos Anexos I e II da Lei nº 10.485, de 3 de


julho de 2002

52
SUSPENSÃO DO IMPOSTO

Desembaraço na importação
 As matérias-primas, os produtos intermediários e os
materiais de embalagem, importados diretamente
por estabelecimento enquadrados em 1 e 2 serão
desembaraçados com suspensão do IPI.

Utilização dos créditos


 A suspensão do imposto não impede a manutenção
e a utilização dos créditos do IPI pelo respectivo
estabelecimento industrial, fabricante das referidas
matérias-primas, produtos intermediários e
materiais de embalagem.

53
SUSPENSÃO DO IMPOSTO
Preenchimento na nota fiscal
 Nas notas fiscais relativas às saídas referidas com
suspensão, deverá constar a expressão "Saída com
suspensão do IPI", com a especificação do dispositivo legal
correspondente, vedado o registro do imposto nas referidas
notas.
Condições acessórias
 Para os fins de suspensão, as empresas adquirentes
deverão:
 I - atender aos termos e as condições estabelecidos pela
Secretaria da Receita Federal (SRF);
 II - declarar ao vendedor, de forma expressa e sob as penas
da lei, que atende a todos os requisitos estabelecidos.

54
SUSPENSÃO DO IMPOSTO
Termos e condições estabelecidas pela
SRF
 As condições para usufruto da suspensão do
IPI foram disciplinadas Instrução Normativa
RFB 948/2009.

10. Inaplicabilidade
 A suspensão não se aplica às pessoas
jurídicas optantes pelo Simples Nacional, seja
em relação às aquisições de seus
fornecedores, seja no tocante às saídas dos
produtos que industrializem.
55
CRÉDITOS DO IPI
Características da Não-Cumulatividade

O Princípio da Não-Cumulatividade conforme o


artigo 153, § 3°, inciso II, da Constituição,
significa que, o imposto pago em operações
anteriores representa um crédito
compensável do contribuinte adquirente, que
o utilizará para abater o montante
correspondente do valor do IPI devido em
operação posterior.

56
CRÉDITOS DO IPI
Características do Crédito Fiscal Compensável ou
Dedutível

O crédito fiscal compensável ou dedutível, gerado pela


aplicação do Princípio da Não-Cumulatividade do IPI ao
regime de apuração do imposto, é um crédito de natureza
escritural, cuja titularidade pertence ao contribuinte do IPI,
ou aquele que lhe for equiparado pela legislação.

O RIPI denomina os créditos fiscais decorrentes do sistema de


apuração do imposto de créditos básicos, para distingui-los
de outros créditos não associados, diretamente, ao processo
de industrialização, ou, ao Princípio da Não-Cumulatividade.

57
CRÉDITOS DO IPI
Espécies de créditos
O Regulamento do IPI, para fins de distinção,
classifica os créditos escriturais do imposto nas
seguintes categorias:

 Créditos Básicos.
 Créditos Por Devolução ou Retorno de
Mercadorias.
 Créditos como Incentivos.
 Créditos na compra de atacadista não-equiparado
a industrial
 Créditos de Outra Natureza.
 Créditos Presumidos.

58
CRÉDITOS DO IPI
CRÉDITOS BÁSICOS

Créditos Básicos são aqueles diretamente associados ao


Princípio da Não-cumulatividade e ao processo de
industrialização, cuja titularidade pertence ao
estabelecimento industrial ou equiparado.

São as matérias-primas, produtos intermediários e


materiais de embalagem, adquiridos e aplicados na
industrialização de produtos, incluindo-se, também, os
insumos que forem consumidos no processo de
industrialização, mesmo que não se integrando ao novo
produto, salvo de compreendidos entre os bens do
ativo permanente (art.164, I do RIPI/2002).
59
CRÉDITOS DO IPI
Os créditos do imposto escriturados pelos estabelecimentos
industriais, ou equiparados a industrial, serão utilizados
mediante dedução do imposto devido pelas saídas de
produtos dos mesmos estabelecimentos. É permitido ao
estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial,
creditar-se do imposto relativo a produtos tributados
recebidos em devolução ou retorno, total ou parcial.

É ainda admitido ao contribuinte creditar-se:


 do valor do imposto, já escriturado, no caso de cancelamento da
respectiva nota fiscal, antes da saída da mercadoria;
 do valor da diferença do imposto em virtude de redução de
alíquota, nos casos em que tenha havido lançamento antecipado
nos casos de faturamento para entrega futura ou em partes.

60
BENS QUE NÃO GERAM DIREITO AO CRÉDITO DO IPI

Bens do Ativo Imobilizado


Material de uso e consumo:
 Material de escritório: papel, tinta para impressoras, canetas, etc.,
aplicados na área administrativa.
 Material de limpeza e higiene: desinfetantes, escovas, panos,
papel higiênico, etc.,aplicados na área administrativa e conservação de
benfeitorias (não confundir com os materiais exigidos no controle de
qualidade e até mesmo pela Vigilância Sanitária para a industrialização
do produto, os quais são exigidos por lei e, a nosso ver, aplicados na
industrialização do produto geram crédito).
 Uniforme, do porteiro, do pessoal de serviços gerais, do pessoal da
administração, etc. Exceto o uniforme exigido pela Vigilância
Sanitária.
 Equipamento de Proteção Individual, dos setores da empresa,
exceto dos funcionários que atuam no processo produtivo.
 Outros, como exemplo os aplicados na manutenção das áreas
administrativas da empresa.
61
BENS QUE NÃO GERAM DIREITO AO CRÉDITO DO IPI

Aquisição de produtos Imunes, isentos e à alíquota


zero - Não geram direito ao crédito do IPI, os produtos
entrados com imunidade: livros, jornais e periódicos,
energia elétrica, combustíveis, ouro ativo financeiro e
serviços de comunicação. Bem, assim os produtos entrados
na indústria com alíquota zero ou isentos.

Simples Nacional - Vedação de crédito - As aquisições de


produtos de estabelecimentos optantes pelo SIMPLES, não
ensejarão aos adquirentes direito a fruição de crédito de
matérias-primas, produtos intermediários e material de
embalagem.

62
CRÉDITOS POR DEVOLUÇÃO OU
RETORNO DE PRODUTOS
Exigências relativas do direito ao crédito na
devolução ou retorno:

Pelo estabelecimento que fizer a devolução:

 emissão de Nota Fiscal para acompanhar o produto,


declarando o número, data de emissão e o valor da
operação constante do documento originário;
 indicando o imposto relativo às quantidades
devolvidas e a causa da devolução.

63
CRÉDITOS POR DEVOLUÇÃO OU RETORNO
DE PRODUTOS
Pelo estabelecimento que receber o produto
em devolução:
 menção do fato nas vias das notas fiscais originárias
conservadas em seus arquivos;
 escrituração das notas fiscais recebidas, nos livros Registro
de Entradas e Registro de Controle de Produção e do
Estoque ou em sistema equivalente, isto é, controle
quantitativo de produtos que permita perfeita apuração do
estoque permanente;
 prova, pelos registros contábeis e demais elementos de sua
escrita, do ressarcimento do valor dos produtos devolvidos,
mediante crédito ou restituição do mesmo, ou substituição
do produto, salvo se a operação tiver sido feita a título
gratuito.

64
CRÉDITOS POR DEVOLUÇÃO OU RETORNO DE PRODUTOS
Devolução por pessoa física não obrigada à emissão de nota
fiscal
Quando a devolução for feita por pessoa física ou jurídica não
obrigada à emissão de nota fiscal, o produto deve ser
acompanhado de carta ou memorando do comprador, declarando
os motivos da devolução, competindo ao vendedor, na entrada, a
emissão de nota fiscal com a indicação do número, data da
emissão da nota fiscal originária e do valor do imposto relativo às
quantidades devolvidas. Se o vendedor assumir o encargo de
retirar ou transportar o produto devolvido, servirá a nota fiscal
para acompanhá-lo no trânsito para o seu estabelecimento.

Retorno de bem dado em locação ou arrendamento


No caso de retorno de bem dado em locação ou arrendamento, a
reentrada do mesmo no estabelecimento remetente não dá
direito ao crédito do imposto, salvo se o produto tiver sido
submetido à industrialização e ocorrer nova saída tributada.

65
CRÉDITOS POR DEVOLUÇÃO OU RETORNO DE
PRODUTOS
Produto não entregue ao destinatário original
Produtos que, por qualquer motivo, não forem entregues ao
destinatário originário, constante da nota fiscal emitida na
saída dos mesmos do estabelecimento, podem ser
enviados a destinatário diferente do que tenha sido
indicado na nota fiscal originária, sem que retornem ao
estabelecimento remetente, desde que este:
a) emita nota fiscal de entrada simbólica do produto, para
creditar-se do imposto, com indicação do número e data de
entrada da nota fiscal originária e do valor do imposto nela
destacado, efetuando a sua escrituração nos livros Registro
de Entradas e Registro de Controle de Produção e do
Estoque ou em sistema equivalente;
b) emita nota fiscal com destaque do imposto em nome do
novo destinatário, com menção do local de onde os produtos
devam sair.

66
CRÉDITOS FISCAIS COMO INCENTIVO
Esses créditos fiscais não decorrem, direta ou
indiretamente, da aplicação do Princípio da Não-
Cumulatividade do Imposto, porém da função
protecionista do IPI. O RIPI prevê os seguintes:

1) Incentivos à ADENE e ADA - será convertido em


crédito do imposto o incentivo atribuído ao programa
de alimentação do trabalhador nas áreas da ADENE e
ADA, nos termos dos artigos 2º e 3º da Lei nº 6.542,
de 28 de junho de 1978, atendidas as instruções
expedidas pelo Secretário da Receita Federal (Lei nº
6.542, de 1978, arts. 2º e 3º e Medidas Provisórias
nºs 2.156 e 2.157, de 2001).

67
CRÉDITOS FISCAIS COMO INCENTIVO
2) Aquisição da Amazônia Ocidental - os
estabelecimentos industriais poderão creditar-se do
valor do imposto calculado, como se devido fosse,
sobre os produtos adquiridos com a isenção do inciso
III do art. 82, desde que para emprego como MP, PI e
ME, na industrialização de produtos sujeitos ao
imposto, sendo os seguintes produtos que dão o
direito ao crédito:
 os produtos elaborados com matérias-primas agrícolas e
extrativas vegetais de produção regional, exclusive as de
origem pecuária, por estabelecimentos industriais
localizados na Amazônia Ocidental, cujos projetos tenham
sido aprovados pelo Conselho de Administração da
SUFRAMA, excetuados o fumo do Capítulo 24 e as bebidas
alcoólicas, das posições 22.03 a 22.06 e dos códigos
2208.20.00 a 2208.70.00 e 2208.90.00 (exceto o Ex 01).

68
CRÉDITOS FISCAIS COMO INCENTIVO
3) É admitido o crédito do imposto relativo às MP, PI e ME adquiridos
para emprego na industrialização de produtos destinados à
exportação para o exterior, saídos com imunidade.
4) É admitido o crédito do imposto relativo às MP, PI e ME adquiridos
para emprego na industrialização de produtos saídos com
suspensão do imposto e que posteriormente serão destinados à
exportação:
 Os produtos industrializados, que contiverem MP, PI e ME
importados submetidos a regime aduaneiro drawback –
suspensão, isenção-, remetidos diretamente a empresas
industriais exportadoras para emprego na produção de
mercadorias destinadas à exportação direta ou por intermédio de
empresa comercial exportadora;
 os produtos, destinados à exportação, que saiam do
estabelecimento industrial para:
a) empresas comerciais exportadoras, com o fim específico de
exportação;
b) recintos alfandegados; ou
c) outros locais onde se processe o despacho aduaneiro de
exportação.
69
70
CRÉDITOS NA COMPRA DE ATACADISTA NÃO-
EQUIPARADO A INDUSTRIAL
Os estabelecimentos industriais e os que lhes são
equiparados poderão, ainda, creditar-se do imposto
relativo a matérias-primas, produtos intermediários e
material de embalagem, adquiridos de comerciante
atacadista não-contribuinte, calculado pelo adquirente,
mediante aplicação da alíquota a que estiver sujeito o
produto, sobre 50% (cinqüenta por cento) do seu valor,
constante da respectiva nota fiscal.

Dessa forma, o estabelecimento industrial adquire de um


atacadista não-contribuinte do IPI, MP no valor de R$
600,00, o qual não faz o destaque do imposto na nota
fiscal, se a alíquota do IPI do produto adquirido for de
12%, conforme a TIPI, a indústria se creditará de 6%
sobre o valor da nota fiscal (nota fiscal de R$ 600,00 x
6% = R$ 36,00).

71
CRÉDITOS DE OUTRA NATUREZA

O direito a esses créditos constitui uma faculdade concedida,


pela legislação do IPI, ao contribuinte em situações
excepcionais, tais como:

 cancelamento da respectiva nota fiscal, antes da saída da


mercadoria, quando o valor do imposto já esteja
escriturado;
 diferença do imposto em virtude de redução da alíquota,
nos casos em que tenha havido lançamento antecipado
nas vendas à ordem ou para entrega futura do produto,
ou no faturamento, pelo valor integral, na hipótese de
produto cuja unidade não possa ser transportada de uma
só vez.
Em ambas as hipóteses o contribuinte deverá, ao registrar o
crédito, anotar o motivo do mesmo na coluna
“Observações” do livro Registro de Apuração do IPI.

72
CRÉDITO PRESUMIDO
Os créditos presumidos constituem uma ficção jurídica,
porque não são créditos propriamente ditos gerados pelo
sistema de apuração do IPI. Na realidade, o crédito
presumido é uma forma indireta de exoneração fiscal,
através da qual a legislação concede ao contribuinte do
IPI um crédito fictício (presumido) destinado a ressarcir o
ônus do imposto sobre determinadas operações.

O Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados


prevê duas espécies de crédito presumido:
1) sobre a produção do açúcar;
2) como ressarcimento do PIS/PASEP e da COFINS sobre a
exportação de produtos industrializados.

73
ANULAÇÃO E ESTORNO DOS CRÉDITOS

MP, PI e ME QUE TERÃO O CRÉDITO


ANULADO

Serão anulados, mediante estorno na escrita


fiscal, os créditos do imposto:

Ver: art. 254 do RIPI/2010.

74
ANULAÇÃO E ESTORNO DOS CRÉDITOS
PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS – CRÉDITOS
ANULADOS
 Não deverão ser escriturados créditos relativos à MP, PI e
ME que, sabidamente, se destinem a emprego na
industrialização de produtos não tributados, ou saídos
com suspensão cujo estorno seja determinado por
disposição legal .

 Será anulado, mediante estorno na escrita fiscal, o crédito


do imposto, relativo a MP, PI e ME , que tenham sido
empregados na industrialização, ainda que para
acondicionamento, de produtos não-tributados.

 Dessa forma, deverão ser estornados os créditos


originários de aquisição de MP, PI e ME, quando
destinados à fabricação de produtos não tributados (NT).

75
ANULAÇÃO E ESTORNO DOS CRÉDITOS
Dos créditos inerentes aos insumos (MP, PI,
ME) com destinação comum

 Poderão ser calculados proporcionalmente, com


base no valor da saída dos produtos fabricados
pelo estabelecimento industrial nos três meses
imediatamente anteriores ao período de apuração
a considerar, os créditos decorrentes de entradas
de MP, PI, e ME, empregado indistintamente na
industrialização de produtos que gozem ou não
do direito à manutenção e à utilização do crédito.

76
MANUTENÇÃO DOS CRÉDITOS
MANUTENÇÃO DO CRÉDITO - NA SUSPENSÃO DO IPI
PREVISTA NO ART. 43 DO RIPI/2010

 Poderá ser mantido o crédito do imposto referente a


matérias-primas, produtos intermediários e materiais de
embalagem empregados ou adquiridos para
industrialização dos produtos saídos do estabelecimento
industrial com suspensão do imposto nas hipóteses dos
incisos I, II, III, IV, V, VI, VIII, IX, X e XIV do artigo 42 do
RIPI.

77
MANUTENÇÃO DOS CRÉDITOS

MANUTENÇÃO DO CRÉDITO - NA
SUSPENSÃO DO IPI PREVISTA NO ART. 29
DA LEI 10.637/2002

A partir de 01.10.2002, a suspensão do imposto


não impede a manutenção e a utilização dos
créditos do IPI pelo respectivo estabelecimento
industrial, fabricante das matérias-primas, produtos
intermediários e materiais de embalagem, nos
seguintes casos:

78
MANUTENÇÃO DOS CRÉDITOS

 Destinados a estabelecimento que se dedique,


preponderantemente, à elaboração de produtos
classificados nos Capítulos 2, 3, 4, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 15,
16, 17, 18, 19, 20, 23 (exceto códigos 2309.10.00 e
2309.90.30 e Ex-01 no código 2309.90.90), 28, 29, 30, 31 e
64, no código 2209.00.00 e 2501.00.00, e nas posições
21.01 a 21.05.00, da Tabela de Incidência do Imposto sobre
Produtos Industrializados - TIPI, inclusive aqueles a que
corresponde à notação NT (não tributados), sairão do
estabelecimento industrial com suspensão do referido
imposto.

79
MANUTENÇÃO DOS CRÉDITOS

 Quando adquiridos por estabelecimentos industriais


fabricantes, preponderantemente, de:
 componentes, chassis, carroçarias, partes e peças dos
produtos a que se refere o art. 1o da Lei no 10.485, de 3
de julho de 2002;
 partes e peças destinadas a estabelecimento industrial
fabricante de produto classificado no Capítulo 88 da Tipi;

 Quando adquiridos por pessoas jurídicas


preponderantemente exportadoras.

80
MANUTENÇÃO DOS CRÉDITOS

MANUTENÇÃO DO CRÉDITO – SUCATA,


APARAS, RESÍDUOS E FRAGMENTOS

O artigo 255 do RIPI assegura o direito à


manutenção do crédito do imposto em virtude de
saída de sucata, aparas, resíduos, fragmentos e
semelhantes, que resultem do emprego de
matérias-primas, produtos intermediários e
material de embalagem, bem assim na ocorrência
de quebras admitidas pelo regulamento.

81
MANUTENÇÃO DOS CRÉDITOS
MANUTENÇÃO DO CRÉDITO NA EXPORTAÇÃO

 É admitido o crédito do imposto relativo às matérias-


primas, produtos intermediários
e material de embalagem adquiridos para emprego na
industrialização de produtos destinados à exportação para
o exterior, saídos com imunidade de IPI (Decreto-lei
491/1969, art. 5º, e Lei 8.402/1992, art. 1º, inciso II).

 É também permitido, o crédito do


imposto relativo às matérias-primas, produtos
intermediários e material de embalagem adquiridos para
emprego na industrialização de produtos saídos com
suspensão do imposto e que posteriormente serão
destinados à exportação nos casos enquadrados como
saídas para terceiros, remessas de insumos para
industrialização e drawback intermediário.

82
MANUTENÇÃO DOS CRÉDITOS
MANUTENÇÃO DO CRÉDITO NA EXPORTAÇÃO
Saldo Credor Remanescente
Remanescendo saldo credor, depois de efetuada a referida
compensação, será adotado o seguinte procedimento:

1. o saldo credor remanescente de cada período de


apuração será transferido para o período de apuração
subseqüente;
2. ao final da cada trimestre-calendário, permanecendo
saldo credor, este poderá ser utilizado para
ressarcimento ou compensação com débitos do
contribuinte relativos a quaisquer tributos ou
contribuições sob a administração da SRF, PER/DCOMP,
na forma da IN SRF 460/2004, alterada pela IN SRF
600/2005.
NOTA: As referidas formas de aproveitamento de crédito do
IPI foram disciplinadas pela Instrução Normativa SRF 33/99.
83
MANUTENÇÃO DOS CRÉDITOS
MANUTENÇÃO DO CRÉDITO NA AQUISIÇÃO DE MATERIAIS APLICADOS
NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS COM SAÍDA ISENTA OU
TRIBUTADO À ALÍQUOTA ZERO

É admissível o aproveitamento do crédito de IPI decorrente de aquisição


de matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem,
aplicados na industrialização de produto com saída isenta ou de
alíquota zero.
O direito ao aproveitamento, nas condições estabelecidas no art. 11 da
Lei 9.779, de 1999, do saldo credor do IPI decorrente da aquisição
de MP, PI e ME aplicados na industrialização de produtos, inclusive
imunes, isentos ou tributados à alíquota zero, alcança,
exclusivamente, os insumos recebidos no estabelecimento industrial
ou equiparado a partir de 1º de janeiro de 1999 (art. 4 da IN SRF
33/99).
Os créditos, primeiramente devem ser deduzidos dos débitos por saídas
de outros produtos, quando for o caso. Se, entretanto, restar saldo
credor, este poderá ser aproveitado nas condições referidas nos
artigos 73 e 74 da Lei nº 9.430/96, onde se trata da restituição e
compensação de Tributos e Contribuições, observadas as normas da
IN SRF 460/2004, alterada pela IN SRF 600/2005.

84
MANUTENÇÃO DOS CRÉDITOS

MANUTENÇÃO DO CRÉDITO DO IPI – AQUISIÇÃO DE MP, PI,


ME APLICADOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS
IMUNES

O artigo 4º da IN SRF 33/99, estabelece que o direito ao


aproveitamento, nas condições estabelecidas no art. 11 da
Lei nº 9779, de 1999, do saldo credor do IPI decorrente da
aquisição de MP, PI e ME aplicados na industrialização de
produtos, inclusive imunes, isentos ou tributados à
alíquota zero, alcança, exclusivamente, os insumos
recebidos no estabelecimento industrial ou equiparado a
partir de 01 de janeiro de 1999.

85
ALÍQUOTAS DO IPI
Tabela TIPI – nova tabela a partir de 01.01.2007
 A partir de 01.01.2007, o Decreto 6006/2005, trouxe a
nova tabela de IPI - TIPI.

Utilização da Tabela TIPI


 O imposto será calculado mediante aplicação das
alíquotas, constantes da TIPI, sobre o valor tributável dos
produtos, conforme dispõe o art. 189 do RIPI.
 O artigo 604 do RIPI/2002, também, dispõe que as
Seções, os Capítulos, as posições e os códigos citados no
Regulamento são os constantes da TIPI, aprovada pelo
Decreto nº 4070, de 28 de dezembro de 2001.
Cabe ressaltar que a TIPI é modificada constantemente,
através de Decretos, dessa forma é fundamental observar
a atualização da mesma.

86
ALÍQUOTAS DO IPI
Exemplo de cálculo e aplicação das alíquotas de IPI

Produto saído do estabelecimento com o código NCM –


9001.10.11
Consultando o referido código na tabela abaixo, constante da
TIPI, a alíquota é 10%.

 15 unidades x R$ 20,00 (preço unitário)= 300,00 x 10% =


30,00
 O valor do IPI a ser destacado na nota fiscal é de R$ 30,00

Produto saído do estabelecimento com o código NCM –


9007.11.00
Consultando o referido código na tabela constante da TIPI, a
alíquota é 30%.

 02 unidades x R$ 300,00 (preço unitário)= 600,00 x 30% =


180,00
 O valor do IPI a ser destacado na nota fiscal é de R$180,00

87
IPI – PERÍODOS DE APURAÇÃO E PRAZOS DE
RECOLHIMENTO
A PARTIR DE 01.01.2004

O período de apuração do IPI, incidente nas saídas dos


produtos dos estabelecimentos industriais ou equiparados a
industrial, passa a ser:

 de 1º de janeiro de 2004 a 30 de setembro de


2004: quinzenal; e

 a partir de 1º de outubro de 2004: mensal.

O disposto não se aplica aos produtos classificados no capítulo 22, nas


posições 84.29, 84.32, 84.33, 87.01 a 87.06 e 87.11 e no código
2402.20.00, da Tabela de Incidência do IPI (TIPI) aprovada pelo
Decreto nº 4.542, de 26 de dezembro de 2002, em relação aos quais o
período de apuração é decendial.
88
IPI – PERÍODOS DE APURAÇÃO E PRAZOS DE
RECOLHIMENTO

 TABELA PRAZO DE RECOLHIMENTO A PARTIR DE


01.11.2004

89
APURAÇÃO DESCENTRALIZADA

APURAÇÃO DESCENTRALIZADA

 A apuração do IPI não pode ser feita de forma


centralizada, assim cada estabelecimento efetua
sua própria apuração. O artigo 15, da lei
9.779/99, estabelece quais apurações devem ser
feitas de forma centralizada, deixando de fora as
relativas ao IPI.

90
TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITO PARA OUTROS
ESTABELECIMENTOS

A legislação do IPI possibilita a transferência de


crédito apenas para outro estabelecimento da
pessoa jurídica, através de nota fiscal, em três
hipóteses, conforme os artigos 16 e 18 da
Instrução Normativa 460/2004:

 Créditos presumidos do IPI, como


ressarcimento do PIS e da COFINS.
 Créditos decorrentes de estímulos fiscais na
área de IPI.
 Créditos do IPI passíveis de transferência a filial
atacadista (item 6, IN SRF 87/89).

91
BASE DE CÁLCULO - IPI

Importação

É o valor que servir de base para o cálculo


dos tributos aduaneiros (art. 131, I, “a”,
do RIPI/2002), acrescido do montante
desses tributos e dos encargos cambiais
(Valor da Declaração de Importação +
Tributos + encargos cambiais).

92
BASE DE CÁLCULO - Importação

Exemplo:

Valor Aduaneiro (DI): R$ 100.000,00


Alíquota do II (TEC) 20%
Valor do II ( VA X 20%): R$ 20.000,00
Base-Cálculo IPI (VA+II): R$ 120.000,00
Alíquota do IPI (TIPI) 10%
Valor do IPI (120.000x10%) R$ 12.000,00

93
BASE DE CÁLCULO - Produtos Nacionais
1. Frete - Quando cobrado do destinatário, dessa forma deve
fazer parte da base de cálculo do IPI. Quando se transportar
mercadorias com alíquotas diferentes deve-se fazer um rateio
proporcional ao peso da mercadoria.
2. Descontos condicionais e incondicionais - Os descontos
condicionais e incondicionais devem fazer parte da base de
cálculo do IPI (art. 131, §3º).
3. Despesas acessórias - Fazem parte, também, da base de
cálculo todas as despesas acessórias cobradas do destinatário
(art.131, §1º).
4. Bonificação - Constitui fato gerador do IPI as remessas de
mercadorias em bonificação, pelo fato que qualquer saída do
estabelecimento industrial ou a ele equiparado é sujeita a esse
imposto.

O IPI é um imposto que tem como fatos geradores o


desembaraço aduaneiro e a saída de estabelecimento industrial
ou equiparado a industrial. O RIPI/2002 determina seu valor
tributável nos artigos 131 a 138.
94
ASPECTOS FUNDAMENTAIS DAS
PRINCIPAIS OPERAÇÕES

ASPECTOS FUNDAMENTAIS DAS PRINCIPAIS


OPERAÇÕES

95
Pensamento:

"Não basta dar os passos que nos


devem levar um dia ao objetivo,
cada passo deve ser ele próprio
um objetivo em si mesmo, ao
mesmo tempo que nos leva para
adiante.” – Johann Goethe

96
FIM

97

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