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DISSECÇÃO DE AORTA

Dra. Marilda C. Gaia Ferraz


Hospital Regional de Taguatinga
História

• 1ª descrição de aneurisma arterial –


Galeno, 131 – 200 D.C.
• 1ª descrição aneurisma aórtico –
Morgagni, 1761
• Termo aneurisma dissecante – Laennec,
1826
• 1ª tentativa cirurgia – Gurin, 1935
• Sucesso cirúrgico – De Bakey
Definição
• Delaminação súbita entre íntima e média,
sentido longitudinal aorta, formação de falsa
luz, extensão variável.
• Incidência 15.000 casos por ano An aorta
torácica (47000 mortes por
doença aorta – epidemia silen-
ciosa)
• Aguda: 2 semanas
• Crônica: > 2 meses
Patogênese
• Trauma
• Degeneração da média – deterioração do
colágeno e elastina
– Idade
– HAS
• Marfan e Ehlers-Danlos – defeito do tecido
conjuntivo
• Arterites, Coarctação da Ao, Lesão valvar Ao,
Cateterismo, Gravidez e Usuários de drogas.
• Doenças infecciosas - sífilis
Patogênese
• A perda da integridade da camada média
pode ser adquirida ou congênita. Todos os
mecanismos que enfraquecem esta camada
aumentam o estresse parietal induzindo a
dilatação da aorta e formação de aneurisma
podendo resultar em hemorragia intramural,
disseção ou ruptura da aorta.
• A aterosclerose é mais frequente na aorta
infradiafragmática.
Patogênese
• A necrose cística não tem uma causa
específica, porém a idade e a hipertensão
arterial são dois fatores associados na
maioria dos casos.
• Nos pacientes mais jovens a degeneração
cística é associada a doenças do tecido
conjuntivo como a Síndrome de Marfan,
Ehlers-Danlos, etc.
Patogênese
Degeneração da camada média

Rotura da íntima

Delaminação da média

Falsa luz
Patogênese
Hematoma intramural (vasa vasorum da
média)

Dissecção da parede aórtica

Com ou sem rotura da íntima


Patogênese

Substrato anatômico de aterosclerose

Rotura da íntima

Dissecção
Epidemiologia
• O IRAD ( International Registry of Acute
Aortic Dissection) mostra uma incidência de
2.6 a 3.5 casos por 100.000 pessoas/ano,
sendo 2/3 homens. A média de idade é de 63
anos.
• Nos USA estima-se 5.000 casos ao ano.
• A hipertensão arterial está presente em 80%.
• A Aterosclerose faz parte de 31% dos
pacientes
Classificação
Fatores de risco
• Doença do tecido conjuntivo
• Arterite
• Doença de Behcet / Sífilis/ Takayasu / Arterite de
célula gigante
• Aterosclerose
• Valva aórtica bicúspide
• Aneurisma de aorta
• Coarctação de aorta
Fatores de risco
• Feocomocitoma
• Síndrome de Sheehan
• Gravidez
• Trauma
• Síndrome de Cushing
• Tabagismo
• Dislipidemia
• Uso de drogas
• Iatrogenia
Manifestações clínicas
• Dor
– Intensa
– Início súbito
– Dorsal / Descendente
– Migratória
• ICC (7%)
• AVC (6%)
• Síncope (13%)
Manifestações clínicas
• Neuropatia periférica isquêmica

• Paraplegia

• PCR

• Morte súbita
Exame físico
• Sopro de regurgitação aórtica
– 30% proximal
• Déficits de pulso (pode ser transitório)
– 30% proximal
– 15% distal
• Manifestações neurológicas (6% – 19%)
– Artérias inominada ou carótida comum
esquerda
– Artéria espinhal – paraparesia ou paraplegia
• IAM (1% -2%)
• Isquemia renal (5% - 8%)
• Isquemia mesentérica (3% - 5%)
• Isquemia dos MMII
– Artérias ilíacas
– Diminuição do pulso femural (12%)
• Hipotensão (tamponamento cardíaco,
regurgitação)
– 25% proximal
– 4% distal
• HAS
– 70%, distal
– 36% proximal

• “Pseudo-hipotensão”(dissecção envolven-
do os vasos braquiocefálicos, oclusão das
artérias braquiais)
Achados anatômicos
• Aorta ascendente
– face lateral direita
– 65%
• Arco aórtico
– face superior
– 10%
• Aorta descendente – abdo-
minal
– variável
– 25%
Radiografia de tórax
• Achado incidental
• Alargamento do mediastino (81% - 90%)
• “Sinal do cálcio” (sugestivo)
• Comparação com RX prévio
• Derrame pleural esquerdo
Radiografia de tórax
Aortografia
• Vantagens:
– Capacidade de delinear a extensão
– Presença de insuficiência aórtica
– Coronariopatias
• Desvantagens:
– Procedimento invasivo
– Contraste
– Disponibilidade de equipe
– Tempo do procedimento
Aortografia
Tomografia computadorizada
Dois lúmens distintos separados por um flap
intimal
• Vantagens:
▫ Produz imagens nítidas
▫ Analisa todos segmentos da aorta
▫ Presença de trombos
▫ Derrame pericárdico
• Desvantagens:
▫ Contraste IV
▫ Radiação
▫ Deslocamento do paciente do leito
Tomografia computadorizada
Ressonância magnética
• Vantagens:
– Não invasiva
– Sem contraste ou irradiação
– Imagens em vários planos
– Patência coronariana (gadolínio)

• Desvantagens:
– Pacientes com MP, CDI e clipes
– Contraindicado para pacientes instáveis
Ressonância magnética
Ecocardiografia
• Vantagens:
– Prontamente disponível, beira do leito
– Não invasivo
– Sem contraste ou irradiação
• Desvantagens:
– Janela adequada (ETT)
– Limitação para aorta ascendente e arco
devido a interposição da traqueia (ETE)
– Operador dependente
Ecocardiografia
Tratamento clínico imediato
• Redução da pressão arterial e da frequencia
cardiaca
▫ PAS 100 – 120 mmHg (média 60 – 75 mmHg) –
Nitroprussiato de sódio
▫ Betabloqueadores – FC < 60 bpm
▫ Antagonistas do canal do cálcio quando contra-
indicado o betabloqueador (diltiazem e verapamil)

• Alívio da dor
▫ Morfina
Tratamento cirúrgico
• Tipo A – cirurgia de emergência
– CEC + hipotermia profunda + parada
circulatória total

• Tipo B – não existe consenso


– Clínico
– Cirúrgico
Percutâneo – endoprótese
Híbrido
Prognóstico
• Óbito de 1% a 2% por hora nas primeiras
48 h

• Mudança após tramento cirúrgico + novas


técnicas (endoprótese)
– Sobrevida 60% dissecção aguda proximal
tratada cirurgicamente
– 80% dissecção distal tratadas clinicamente

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