Você está na página 1de 132

Cuidados básicos de

saúde e planeamento
familiar

Ação 1: Cidadania e empregabilidade


Conteúdos programáticos
1. Conceitos importantes:

- saúde

- doença

- contágio

2. A importância da alimentação equilibrada e do exercício físico;

3. Prevenção do Alcoolismo, do Tabagismo e da Toxicodependência;

4. As doenças oncológicas – prevenção, diagnóstico e tratamento;

5. Doenças Crónicas - prevenção, diagnóstico e qualidade de vida:

- Diabetes

- Doenças auto-imunes

- Obesidade

- Hipertensão arterial
Conteúdos programáticos
6. Saúde Mental

7. Planeamento Familiar

- Definição e objetivos

- Como funciona o sistema reprodutor

- A gravidez não planeada

- O essencial da contraceção

- Doenças sexualmente transmissíveis

8. Vacinação

9. Administração de Medicamentos

10. Prevenção de Acidentes


Conteúdos programáticos
11. Primeiros Socorros

- Os Princípios e a Prática dos Primeiros Socorros

- Principais Técnicas de Primeiros Socorros

- Asfixia

- Feridas e Hemorragias

- Inconsciência

- Fracturas

- Queimadoras

- Envenenamento

- Corpos Estranhos

- Estojo de Primeiros Socorros


Objetivos

 Enunciar a importância da saúde, bem como hábitos saudáveis no reconhecimento dos


problemas que se colocam à pessoa;

 Reconhecer a importância da prevenção do Alcoolismo, do Tabagismo e da


Toxicodependência;

 Reconhecer e relacionar os diferentes doenças crónicas e oncológicas;

 Identificar os problemas que se colocam no planeamento familiar;

 Identificar as questões relacionados com a saúde mental;

 Reconhecer e utilizar medidas de prevenção na prática de primeiros socorros.


O que é?

 Saúde
 Doença
 Contágio
Saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde como sendo o estado de completo
bem-estar físico, mental e social. Ou seja, o conceito de saúde transcende à ausência de
doenças e afeções. Por outras palavras, a saúde pode ser definida como o nível de eficácia
funcional e metabólica de um organismo a nível micro (celular) e macro (social).

Saúde significa o estado de normalidade de funcionamento do organismo humano. Ter saúde é


viver com boa disposição física e mental.

A saúde de um indivíduo pode ser determinada pela própria biologia humana, pelo ambiente
físico, social e econômico a que está exposto e pelo seu estilo de vida, isto é, pelos hábitos de
alimentação e outros comportamentos que podem ser benéficos ou prejudiciais.
Saúde
O estilo de vida, isto é, o conjunto de comportamentos adotados por uma pessoa, pode ser

benéfico ou prejudicial à saúde. Um indivíduo que mantem uma alimentação equilibrada e que

realiza atividades físicas diariamente tem maiores hipóteses de desfrutar de uma boa saúde.

Pelo contrário, as pessoas que comem e bebem em excesso, que não descansam o suficiente e

que fumam correm sérios riscos de sofrer doenças que poderiam ser evitadas. Uma boa saúde

está associada ao aumento da qualidade de vida.

As pessoas que estão expostas a condições precárias de sobrevivência, não possuem

saneamento básico (água, limpeza, esgotos, etc.), assistência médica adequada, alimentação é

água de qualidade, etc., têm a sua saúde seriamente afetada.


Doença
Doença corresponde a qualquer alteração do estado de saúde, uma disfunção fisiológica

ou psicológica de um indivíduo ou ainda uma perturbação das funções normais de um ou

de vários órgãos que se traduzem em um conjunto de sintomas ou sinais clínicos.

Doença é um conjunto de sinais e sintomas específicos que afetam um ser


vivo, alterando o seu estado normal de saúde. O vocábulo é de origem latina, em que
“dolentia” significa “dor, padecimento”.

Normalmente, a doença é caracterizada como ausência de saúde, um estado que ao


atingir um indivíduo provoca distúrbios das funções  físicas e mentais. Pode ser causada
por fatores exógenos (externos, do ambiente) ou endógenos (internos, do próprio
organismo).
Doença

Na linguagem corrente, a doença é considerada como sendo o oposto à saúde: é


aquilo que causa uma alteração ou uma desarmonização no sujeito, seja a nível
molecular, corporal, mental, emocional ou espiritual.

O estudo das doenças visa a sua prevenção, bem como à investigação de


soluções e formas de diagnosticá-las nos pacientes. O ramo do conhecimento
que estuda as doenças é a Patologia. As doenças podem ser classificadas como:
congênitas, hereditárias ou adquiridas (infeciosas ou não).
Doença

Doenças congênitas são aquelas que, embora não tenham fundo hereditário, já estão
presentes no indivíduo desde seu nascimento. Resultam de acidentes imprevisíveis que
ocorrem no processo de desenvolvimento embrionário, levando às chamadas
malformações embrionárias. Podem ser causadas por substâncias químicas, resultando,
por exemplo, em hidrocefalia ou lábio leporino. O álcool e o fumo também podem ser
responsáveis pelo aparecimento dessas doenças. Podem ainda ser causadas por agentes
infeciosos presentes na mãe, que rompem a barreira da placenta atingindo o feto. São
conhecidos os casos da rubéola, sífilis e toxoplasmose.
Doença
 Doenças hereditárias são aquelas transmitidas de pais para filhos, de uma geração a outra, por
meio de genes ou como consequência de alterações cromossômicas. Exemplos dessas doenças são
a hemofilia, a fenilcetonúria, a anemia falciforme (siclemia) e a talassemia, entre outras.

 Doenças adquiridas são aquelas contraídas no meio em que se vive, independendo de qualquer
fator relacionado à hereditariedade. Os agentes causadores podem ser físicos (fogo, eletricidade,
radioatividade), químicos (ácidos, inseticidas ou qualquer tipo de produto químico que possa
interferir com a saúde do indivíduo), mecânicos (objetos que causam traumas, como pedras, facas,
armas de fogo) ou biológicos (bactérias, vírus, fungos, vermes). As doenças adquiridas podem ser
não-transmissíveis (queimaduras, envenenamentos, carências nutricionais) ou transmissíveis,
como infeções bacterianas ou virais (sarampo, catapora, tuberculose, sífilis). Aqui também estão
incluídos todos os tipos de micose e parasitose causados por protozoários ou vermes.
Contágio
Contágio é a transmissão de uma doença por contato direto ou indireto.

O conceito de doença contagiosa abrange apenas a transmissão por contacto direto, isto é, as situações
em que o germe causal passa diretamente do indivíduo doente para o indivíduo são. Mas o contacto
pode ser indireto, quando a transmissão se efetua tocando objetos contaminados. Este tipo de contacto
realiza-se frequentemente na chamada cadeia mão-boca. Também se costuma incluir na transmissão por
contacto (indireto) o caso da emissão de gotículas de saliva através da tosse ou do espirro, entre dois
indivíduos relativamente próximos, a transmissão pela água, alimentos, leite, etc., que estabelecem a
ligação entre o agente infestante e o hospedeiro, a transmissão por vetores, como é o caso de alguns
artrópodes (por exemplo, moscas e mosquitos) em que o germe infecioso é introduzido através das
mucosas ou da pele, por inoculação em consequência de uma picada ou por depósito do material
infetado, e a transmissão pelo ar, no caso de inalação respiratória em locais infetados ou com poeiras
infetadas.
Contágio

 Atualmente, estas doenças em que há transmissão de germes denominam-se


genericamente doenças transmissíveis. Se analisarmos os diferentes mecanismos de
disseminação destas doenças, podemos concluir que verdadeiramente só se deve aplicar o
termo contagioso à transmissão por contacto direto.

O conhecimento da causa destas doenças e do mecanismo da sua transmissão de um


indivíduo para outros permitiu aplicar medidas preventivas de saúde pública contra a sua
disseminação.
Prevenção do alcoolismo
O alcoolismo, também conhecido como "síndrome da dependência do álcool", é uma doença
caracterizada pelos seguintes elementos:

 Compulsão: uma necessidade forte ou desejo incontrolável de beber;

 Perda de controlo: a inabilidade frequente de parar de beber, uma vez que a pessoa já
começou;

 Dependência física: a ocorrência de sintomas de abstinência, como náusea, suor, tremores


e ansiedade, quando se para de beber após um período bebendo muito. Tais sintomas são
aliviados bebendo álcool ou tomando outra droga sedativa;

 Tolerância: a necessidade de aumentar a quantia de álcool para sentir-se "alto".


Prevenção do alcoolismo

A prevenção do alcoolismo é muito mais do que isso, é uma consciencialização sobre as


causas e riscos inerentes ao abuso e dependências do álcool, essa tomada de consciência
pode ser uma forma eficaz de ajudar a preencher os vazios com um conteúdo que cura e
evitar o consumo de bebidas alcoólicas como uma forma de fuga aos problemas e como
uma “ilusão” à resolução das questões.

Reconhecer que se precisa de ajuda para um problema com álcool talvez não seja fácil.
Porém, tenha em mente que, o quanto antes vier a ajuda, melhores serão as chances de
uma recuperação bem sucedida.

A natureza do tratamento depende da gravidade do alcoolismo do indivíduo e dos


recursos disponíveis na comunidade.
Prevenção do alcoolismo
O tratamento pode incluir a desintoxicação (o processo de retirar o álcool do sistema de uma pessoa
com segurança);

Aconselhamento individual e/ou em grupo. Há tipos de aconselhamentos promissores que ensinam a


recuperar dependentes de álcool e a identificar situações e sentimentos que levam à necessidade de
beber e de descobrir novas maneiras de lidar com a ausência do álcool.

Quaisquer destes tratamentos podem ocorrer tanto em um hospital, como na própria residência ou
ainda em ambulatório(o paciente fica em casa e vai às consultas).

O envolvimento com a família é importante para a recuperação, muitos programas oferecem


aconselhamento conjugal e terapia familiar como parte do processo de tratamento.

Praticar desporto, ler, meditar, ir ao teatro e cinema, podem ser boas alternativas para o ajudar a
libertar do stress e prevenir a necessidade de fuga, alem de lhe garantirem um aumento de bem-
estar.
Prevenção do tabagismo

O consumo de tabaco continua a ser a maior causa evitável de morte no mundo ocidental
e é responsável por cerca de 5.4 milhões de mortes por ano, a nível mundial.

É um dos comportamentos de risco que constitui atualmente uma das maiores ameaças à
saúde dos jovens. Em Portugal, o consumo de tabaco nos jovens é um comportamento
bastante prevalente, em ambos os sexos, ainda que esteja agora numa tendência
ligeiramente decrescente. Não obstante, é preciso continuar os esforços preventivos para
que a prevalência continue a descer até se criar a primeira geração de não fumadores

A implementação de medidas preventivas eficazes implica o conhecimento dos fatores de


risco que determinam o consumo. Neste caso, este é multifatorial, havendo uma interação
de fatores individuais, psicológicos, sociais e ambientais, entre outros.
Prevenção do tabagismo
A prevenção contra o tabagismo inclui a prevenção da iniciação ao hábito de fumar, a eliminação das
fontes de exposição involuntária ao fumo do tabaco, e o apoio/promoção aos programas de abandono
do tabaco. Isto implica que, para além do médico, têm responsabilidades nesta área as forças
culturais, sociais e políticas.

Em primeiro lugar, por uma questão de saúde. Parar de fumar diminui o risco de morte prematura. Os
ex-fumadores vivem, em média, mais anos do que os fumadores e reduzem o risco de virem a sofrer
de uma doença cardiovascular, de cancro ou de doenças respiratórias graves e incapacitantes.

Vale a pena parar de fumar em qualquer idade. Os benefícios são tanto maiores, quanto mais cedo se
parar de fumar.

A aparência renovada, o hálito mais fresco, o travar do envelhecimento precoce e a poupança


económica são fatores adicionais que podem motivar a sua decisão.
Prevenção do tabagismo

Deixar de fumar pode ser difícil. Tratando-se de um hábito com dependência física e psíquica, os
sintomas de privação do tabaco nem sempre se conseguem ultrapassar sem ajuda. Planeie a sua
decisão calmamente e, se necessário, recorra a apoio médico. Envolva família, amigos e colegas de
trabalho no processo.

É uma abordagem que combina intervenções cognitivas com treino de habilidades comportamentais,
e que é muito utilizada para o tratamento das dependências. Esse tipo de tratamento é geralmente
feito por psicólogos ou médicos especializados. Os componentes principais dessa abordagem
envolvem a deteção de situações de risco de recaída e o desenvolvimento de estratégias de
autocontrolo.

O tratamento com medicamentos pode ser utilizado como um apoio, em situações bem definidas, para
alguns pacientes que desejam parar de fumar. Esse tratamento tem a função de facilitar a abordagem
cognitivo-comportamental, que é a base para parar de fumar.
Prevenção da toxicodependência

Toxicodependência é o estado de dependência psicológica ou física originado pelo consumo


repetido de uma substância psicoativa, caraterizado pela procura e consumo compulsivo, por vezes
descontrolado.

A procura de drogas torna-se compulsiva em larga medida tendo efeitos negativos no


funcionamento cerebral e consequências, no comportamento.

A dependência torna-se crónica, com possíveis recaídas mesmo após longos períodos de
abstinência.

A toxicodependência é um fenómeno que, de forma dramática, tem marcado os últimos cinquenta


anos. A dependência decorre dos efeitos de uma substância sobre o organismo, o que vai provocar
uma vontade irresistível de voltar a consumir. As dependências física e psicológica andam
habitualmente associadas. Uma vez instalado o hábito de consumir determinada substância, torna-
se difícil abandoná-lo definitivamente.
Prevenção da toxicodependência

Embora o consumo de drogas esteja mais ou menos generalizado, sabemos que é na adolescência
que o consumo pode trazer consequências mais graves, uma vez que bloqueia o próprio processo
de desenvolvimento e de integração do jovem adolescente.

A prevenção é a grande aposta para evitar este problema. A primeira e melhor forma de prevenir
é conversar com as pessoas que nos rodeiam. Estudos recentes apontam os fatores fundamentais
a curiosidade e o gosto pelo risco, próprios da fase da adolescência e juventude. Outras vezes é a
influência dos amigos que vêem no consumo de drogas uma forma de se afirmar e de ser adulto.

O envolvimento da família é, imprescindível na prevenção da toxicodependência. Para o


responsável, a família, a par com outras instituições sociais, como a escola e a comunidade,
assume um papel importante, porque funciona como modelo no sentido de suporte à construção
da própria identidade dos jovens adolescentes.
Doenças oncológicas

 O que são?
Doenças oncológicas

Falar de doença oncológica é falar de CANCRO. Ao contrário do que genericamente se pensa, o


cancro não é uma doença nova, resultado das pressões e agressões da vida moderna. Na
verdade sempre houve cancro, existindo provas desta doença em múmias do antigo Egipto e
em restos fossilizados de dinossauros.

A doença oncológica tem aumentado a sua incidência e prevalência em todo o mundo, sendo
atualmente uma das principais causas de morte nas sociedades contemporâneas.

Na Europa, uma em cada quatro pessoas, desenvolve alguma forma de cancro durante a vida.
Em Portugal, é a segunda causa de morte, matando aproximadamente cerca de 22 000
pessoas por ano.

Nem todos os tumores correspondem a cancro, podendo ser benignos ou malignos.


Doenças oncológicas

Os tumores benignos as células não se espalham, ou seja, não se dispersam para os tecidos
em volta ou para outras partes do organismo, geralmente apresentam boa previsão, após a
remoção completa não dispersam, não pondo a vida do doente em risco.

Os Tumores malignos são mais graves que os tumores benignos, as células crescem
desordenadamente. Estas perdem a função especializada da célula normal ou podem adquirir
novas características ou funções. Podem invadir e danificar os tecidos e órgãos circundantes,
libertando-se do tumor primitivo entrando na corrente sanguínea ou no sistema linfático,
através dos quais chegam a órgãos distantes, dando origem a Metástases .

Porém, os tumores malignos podem ser erradicados ou controlados, recorrendo-se a diversos


tratamentos, nomeadamente cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonoterapia,
imunoterapia e outras terapêuticas complementares, usados isoladamente ou em associação.
Doenças oncológicas – Prevenção

O tratamento das doenças oncológicas não apresenta uma taxa de sucesso total, apesar de ter
melhorado muito, ao longo das últimas décadas, e particularmente dos últimos anos.

O incentivo à adoção de estilos de vida saudáveis reveste-se da máxima importância na prevenção do


cancro, nomeadamente a aposta na divulgação de hábitos antitabágicos.

Existem no entanto outros fatores, principalmente, a dieta, as bebidas alcoólicas e a atividade física.
Porque importa ensinar hábitos de vida saudáveis desde cedo.

As causas do cancro são multifatoriais, sendo provável que fatores genéticos e ambientais expliquem
a doença, embora sejam raros.

Todas as medidas que servem para as doenças cardiovasculares podem ser extensíveis ao cancro. A
adoção e manutenção de um estilo de vida saudável traduz-se num fator de proteção face ao
surgimento precoce das doenças cardiovasculares e de cancro.
Doenças oncológicas -
Diagnóstico
A doença oncológica é uma patologia complexa, cujo diagnóstico depende intrinsecamente da
fase em que a mesma é diagnosticada. Quanto mais cedo for detetada a doença, maior a
probabilidade de a mesma ser tratada e com menor impacto para o doente.

A doença pode ser diagnosticada numa fase inicial em que o doente não tem sintomas em
exames preventivos regulares – diagnóstico precoce – ou já na presença de alguma suspeita por
apresentação de um ou mais sintomas.

A interação entre o médico de família e o doente é crucial, pois está nas mãos do médico dar
sequência à solicitação de exames, consoante a apresentação das queixas por parte do doente.

O diagnóstico precoce é fundamental para detetar o cancro numa fase inicial, potenciando
largamente o sucesso do seu tratamento e minimizando o impacto na vida do doente.
Doenças oncológicas -
Diagnóstico
As orientações a seguir para o diagnóstico precoce - nomeadamente o tipo de exames a
efetuar, o início dos mesmos e a sua regularidade - têm em linha de conta fatores como a
idade, a história clínica da pessoa, os seus antecedentes familiares, os seus comportamentos
de risco, entre outros.

Existem vários exames de diagnóstico precoce disponíveis para alguns tipos de cancro, como
por exemplo: a mamografia para o cancro da mama, o exame de papanicolau para o cancro
do colo do útero, o doseamento do PSA para o cancro da próstata, a TAC torácica de baixa
dosagem para diagnóstico precoce de cancro do pulmão em fumadores, ou a colonoscopia
para diagnosticar precocemente o cancro do colón e reto.
Doenças oncológicas -
Diagnóstico
Os exames ao sangue e urina, os exames de imagem – como a ecografia, o raio-X, a
tomografia axial computorizada, a ressonância magnética por exemplo, são igualmente
utilizados.

Os exames complementares podem auxiliar o diagnóstico clínico, contudo, a única forma


inequívoca de determinar se uma pessoa tem cancro é através da avaliação ao microscópio
de células colhidas através de uma biópsia, pela Anatomia Patológica.

Quanto mais cedo for detetada uma doença oncológica, maior a probabilidade de sucesso
do seu tratamento e com menor impacto na vida do doente.
Doenças oncológicas -
Tratamento
O tratamento do cancro tem evoluído bastante ao longo do tempo, com melhorias muito significativas para o
doente em termos de eficácia e de qualidade de vida.

As terapêuticas e tecnologias disponíveis hoje em dia são menos invasivas, menos tóxicas, permitindo
minorar os seus efeitos secundários, contribuindo para que o doente oncológico possa fazer a sua vida diária
com maior normalidade.

A utilização pode ser feita de forma individual ou combinada, dependendo dos seguintes fatores:

 tipo de cancro

 esvaziamento da doença

 outras patologias associadas

 condição geral de saúde do doente

 as opções individuais de cada doente


Doenças oncológicas -
Tratamento
 Cirurgia oncológica

 Quimioterapia

 Radioterapia
Doenças oncológicas –
Tratamento
Cirurgia oncológica
A cirurgia oncológica é um dos instrumentos fundamentais no tratamento do cancro, podendo ter uma função

curativa nomeadamente nos estádios precoces do cancro, como paliativa para aliviar eventuais sintomas derivados

da doença.

Por vezes o esvaziamento da doença só fica completo após cirurgia, uma vez que em certos casos a sua extensão

só se consegue avaliar durante o procedimento cirúrgico.

Existem várias técnicas cirúrgicas, cada vez menos invasivas, para a remoção de tumores. Os procedimentos a

adotar variam caso a caso, tendo em linha de conta:

 o tipo de patologia

 a localização do tumor e conhecimento da sua extensão

 o risco de disseminação da doença

 a condição de saúde do doente


Doenças oncológicas –
Tratamento
Cirurgia oncológica
O objetivo da cirurgia oncológica é remover o tumor com os cuidados necessários para não
deixar que a doença se espalhe durante o procedimento cirúrgico, bem como a remoção se
necessário de gânglios linfáticos ou mesmo de órgãos que apresentem doença.

A abordagem multidisciplinar e a integração de novas técnicas cirúrgicas nas diversas


especialidades tem permitido não só aumentar as taxas de cura e a sobrevida, como
também melhorar a qualidade de vida de muitos doentes.
Doenças oncológicas –
Tratamento
Quimioterapia
A quimioterapia é um dos tratamentos utilizados para combater a doença oncológica. O termo
quimioterapia é habitualmente utilizado para designar um conjunto de medicamentos contra
estas doenças. Existem mais de 100 medicamentos diferentes.

Um tratamento pode compreender um ou vários medicamentos diferentes. A escolha de um ou


mais medicamentos utilizados no seu tratamento, é feita em função da sua doença, do seu
estado e atendendo a eventuais problemas de saúde que possam coexistir.

Normalmente as células multiplicam-se e morrem de forma controlada.

O cancro surge quando as células se desenvolvem de maneira anormal e o continuam a fazer


sem controlo. A quimioterapia atua sobre as células que se multiplicam, destruindo as células
tumorais.
Doenças oncológicas –
Tratamento
Quimioterapia
Existe um grande número de tratamentos diferentes de quimioterapia.

A quimioterapia efetua-se em ciclos de um ou mais dias, seguidos de um período de repouso.


O médico determinará o protocolo terapêutico, o número de ciclos e a sua frequência.

A maior parte dos medicamentos é administrada por via endovenosa. A duração do


tratamento varia conforme o protocolo prescrito.

Em certos casos será proposta a colocação de um cateter subcutâneo, um sistema que


permitirá poupar as veias dos braços do doente. O cateter é uma tubuladura, ligado a um
pequeno reservatório chamado câmara, que é colocado debaixo da pele, geralmente na
região infra-clavicular, depois de uma pequena incisão cirúrgica de alguns centímetros.
Doenças oncológicas –
Tratamento
Radioterapia
A radioterapia é a utilização da alta energia dos raios-X para destruir as células cancerígenas.
O tratamento é realizado regularmente durante um período de tempo para obter o maior
efeito sobre as células cancerígenas, limitando os danos às células normais.

A radiação provoca alterações nas células que compõem os órgãos e tecidos do nosso corpo e
nas que formam os tumores.

A dose de radiação administrada é planeada de modo a que as células sãs não sofram
alterações graves de uma forma permanente. No entanto, é possível eliminar as células
anormais, que compõem o tumor, e curar o doente.

Em alguns casos são usadas doses mais pequenas de radiação para reduzir o volume de uma
massa ou aliviar sintomas, como a dor.
Doenças oncológicas –
Tratamento
Radioterapia
Um tratamento é composto por várias sessões, podendo durar de 1 a 7 semanas, dependendo
de fatores que incluem, entre outros, a parte do corpo que vai ser tratada e a intenção com que
o tratamento é prescrito.

O tratamento será administrado em duas a cinco sessões semanais, podendo eventualmente


ser administrado numa única sessão.

Alguns tratamentos duram apenas alguns minutos (2 a 5), enquanto outros podem demorar
bastante mais (25 a 30 minutos) o doente terá que ficar deitado e imóvel na mesa de
tratamento durante cada uma das sessões que compõem o seu tratamento.

O tratamento é completamente indolor. A radiação não pode ser vista ou sentida enquanto
está a ser administrada.
Doenças crónicas

Uma Doença Crónica é uma doença que não é resolvida num curto tempo.

Este tipo de doenças não põe em risco a vida da pessoa a curto prazo, logo não são
emergências médicas. No entanto elas podem ser extremamente sérias, e várias doenças
crónicas causam morte certa.

As doenças crónicas são doenças de evolução prolongada, permanentes, para as quais,


atualmente, não existe cura, afetando negativamente a saúde e funcionalidade do doente.
No entanto, os seus efeitos podem ser controlados, melhorando a qualidade de vida destes
doentes.
Doenças crónicas

 Diabetes

 Doenças auto-imunes

 Obesidade

 Hipertensão arterial
Doenças crónicas - Diabetes

A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar
(glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose
proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando
esta aumenta diz-se que o doente está com hiperglicemia.

Devidamente tratada, a diabetes não impede o doente de ter uma vida perfeitamente normal e
autónoma. Contudo, é fundamental que o diabético se ajude a si mesmo, autocontrolando a sua
doença. Aliás, se o doente for determinado neste papel de autovigilância, a sua vida ficará
muito facilitada.

A diabetes é uma doença silenciosa que se pode desenvolver sem sintomas durante muitos
anos. É uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e
em idades mais jovens.
Doenças crónicas - Diabetes

No entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se tornarem diabéticos:

 Pessoas com familiares diretos com diabetes;

 Homens e mulheres obesos;

 Homens e mulheres com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no sangue;

 Mulheres que contraíram a diabetes gestacional na gravidez;

 Crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença;

 Doentes com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas.

Os sintomas surgem com maior intensidade quando a glicemia está muito elevada. E, nestes casos,
podem já existir complicações (na visão, por exemplo) quando se deteta a doença.
Doenças crónicas - Diabetes
Os sintomas da diabetes são:

 Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes, especialmente durante a noite (poliúria);

 Sede constante e intensa (polidipsia);

 Fome constante e difícil de saciar (polifagia);

 Fadiga;

 Comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais;

 Visão turva, dores de cabeça, náuseas e vómitos.

Se sentir alguns ou vários dos sintomas deve consultar o médico de família, o qual lhe pedirá para realizar análises ao sangue e à

urina.

Pode ser diabético:

Se tiver uma glicemia ocasional de 200 miligramas por decilitro ou superior com sintomas;

Se tiver uma glicemia em jejum (oito horas) de 126 miligramas por decilitro ou superior em duas ocasiões separadas de curto espaço

de tempo.
Doenças crónicas - Diabetes

Existem três tipos de diabetes:

Diabetes Tipo 2 (Diabetes não Insulinodependente) - É a mais frequente (90 por cento dos casos).

O pâncreas produz insulina, mas as células do organismo oferecem resistência à ação da insulina. O
pâncreas vê-se, assim, obrigado a trabalhar cada vez mais, até que a insulina produzida se torna
insuficiente e o organismo tem cada vez mais dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos
alimentos.

Este tipo de diabetes aparece normalmente na idade adulta e o seu tratamento, na maioria dos
casos, consiste na adoção de uma dieta alimentar, por forma a normalizar os níveis de açúcar no
sangue. Recomenda-se também a atividade física regular.

Caso não consiga controlar a diabetes através de dieta e atividade física regular, o doente deve
recorrer a medicação específica e, em certos casos, ao uso da insulina.
Doenças crónicas - Diabetes

Diabetes Tipo 1 (Diabetes Insulinodependente) - É mais rara.

O pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas


as situações. Como resultado, as células do organismo não conseguem absorver, do sangue, o
açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina.

Contrariamente à diabetes tipo 2, a diabetes tipo 1 aparece com maior frequência nas
crianças e nos jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos.

Não está diretamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hábitos de vida ou
de alimentação errados, mas sim com a manifesta falta de insulina. Os doentes necessitam de
uma terapêutica com insulina para toda a vida, porque o pâncreas deixa de a produzir,
devendo ser acompanhados em permanência pelo médico e outros profissionais de saúde.
Doenças crónicas - Diabetes

Diabetes Gestacional - Surge durante a gravidez e desaparece, habitualmente, quando


concluído o período de gestação. No entanto, é fundamental que as grávidas diabéticas
tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no
seu organismo.

A diabetes gestacional requer muita atenção, sendo fundamental que, depois de detetada a
hiperglicemia, seja corrigida com a adoção duma dieta apropriada. Quando esta não é
suficiente, há que recorrer, com a ajuda do médico, ao uso da insulina, para que a gravidez
decorra sem problemas para a mãe e para o bebé.

Uma em cada 20 grávidas pode sofrer desta forma de diabetes.


Doenças crónicas - Diabetes

Consequentemente, a melhor forma de saber se a diabetes se encontra ou não controlada é realizando


testes de glicemia capilar (picada no dedo) diariamente e várias vezes ao dia.

Se os valores estiverem dentro dos limites indicados pelo médico, a diabetes está controlada. Se não, o
doente deve consultar o médico.

Como prevenir a diabetes?

 Controlo rigoroso da glicemia, da tensão arterial e dos lípidos;

 Vigilância dos órgãos mais sensíveis, como a retina, rim, coração, nervos periféricos, entre outros;

 Bons hábitos alimentares;

 Prática de exercício físico;

 Não fumar;

 Cuidar da higiene e vigilância dos pés.


Doenças crónicas – Doenças auto-
imunes
Uma doença auto-imune é uma condição que ocorre quando o sistema imunológico ataca e
destrói tecidos saudáveis do corpo por engano. Existem mais de 80 tipos diferentes de doenças
auto-imunes.

Chamam-se doenças autoimunes ou de autoagressão àquelas patologias em que ocorre um


fenómeno de autoimunidade, ou seja, em que há um desenvolvimento de certas reações
imunes aos constituintes naturais do organismo, que levam a lesões localizadas ou sistémicas.

No estado normal, o sistema imunológico produz proteínas chamadas anticorpos, cuja função é
proteger o organismo das eventuais agressões, sejam dos vírus, das bactérias, de células
cancerígenas e quaisquer outros corpos estranhos. Estes agentes agressores, capazes de
determinar a produção automática de anticorpos, são chamados de antígenos.
Doenças crónicas – Doenças auto-
imunes
Devido a uma desordem imunológica - a autoimunidade -, o sistema imunológico
defensivo perde a capacidade de distinguir os corpos estranhos (antígenos) das suas
próprias células, passando a direcionar anticorpos contra o próprio organismo. Estes
anticorpos dirigidos anormalmente contra o próprio organismo são chamados de auto
anticorpos.

Os auto anticorpos reagem assim com elementos do próprio organismo, formando


complexos imunológicos. São estes complexos imunológicos que vão crescendo nos
diversos tecidos, dependendo do tipo da doença autoimune, causando lesões graves
sobre a função do órgão lesado ou sobre o próprio organismo.

A causa dessa incapacidade de distinguir entre os tecidos saudáveis do corpo e os


antígenos é desconhecida.
Doenças crónicas – Doenças auto-
imunes
Uma doença auto-imune pode causar:

 Destruição de um ou mais tipos de tecidos do corpo

 Crescimento anormal de um órgão

 Alterações na função de um órgão


Doenças crónicas – Doenças auto-
imunes
Uma doença auto-imune pode afetar um ou mais órgãos ou tipos de tecido. Os órgãos ou
tecidos normalmente afetados pelas doenças autoimunes são:

 Vasos sanguíneos

 Tecidos conjuntivos

 Glândulas endócrinas, como a tireoide e o pâncreas

 Articulações

 Músculos

 Glóbulos vermelhos

 Pele
Doenças crónicas – Doenças auto-
imunes
Uma pessoa pode apresentar mais de uma doença autoimune ao mesmo tempo. Exemplos de
doenças autoimunes:

 Doença celíaca - sprue (enteropatia por glúten – afeta o intestino delgado)

 Doença de Graves

 Tireoidite de Hashimoto

 Esclerose múltipla

 Miastenia grave (doença neuromuscular)

 Anemia perniciosa

 Artrite reumatoide

 Diabetes tipo 1
Doenças crónicas – Doenças auto-
imunes
Os sintomas de uma doença autoimune variam conforme a doença e a localização da resposta imune anormal.

Entre os sintomas que ocorrem frequentemente com doenças autoimune estão, cansaço, febre e o mal-estar
geral.

Os objetivos do tratamento são:

 Reduzir os sintomas

 Controlar o processo autoimune

 Manter a capacidade do corpo de combater a doença

 A escolha do tratamento usado depende da doença específica e seus sintomas.

Não existe prevenção conhecida para a maioria das doenças autoimunes.


Doenças crónicas - Obesidade

A obesidade é o acúmulo de gordura no corpo causado quase sempre por um consumo


excessivo de calorias na alimentação, superior ao valor usada pelo organismo para sua
manutenção e realização das atividades do dia a dia. Ou seja: a obesidade acontece
quando a ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente.

É uma doença crónica, com enorme prevalência nos países desenvolvidos, atinge homens
e mulheres de todas as etnias e de todas as idades, reduz a qualidade de vida e tem
elevadas taxas de morbilidade e mortalidade.

A obesidade acarreta múltiplas consequências graves para a saúde.


Doenças crónicas - Obesidade
A obesidade é determinada pelo Índice de Massa Corporal (IMC) que é calculado dividindo-se o peso (em kg)

pelo quadrado da altura (em metros). O resultado revela se o peso está dentro da faixa ideal, abaixo ou acima

do desejado - revelando sobrepeso ou obesidade.


Cálculo do IMC:

IMC=peso (kg) / altura (m) x altura (m)

Exemplo: João tem 83 kg e sua altura é 1,75 m

Altura x altura = 1,75 x 1,75 = 3.0625

IMC = 83 divididos por 3,0625 = 27,10

O resultado de 27,10 de IMC indica que João está acima do peso desejado (sobrepeso).

Classificação do IMC:

Menor que 18,5 Abaixo do peso

Entre 18,5 e 24,9 - Peso normal

Entre 25 e 29,9 - Sobrepeso (acima do peso desejado)

Igual ou acima de 30 - Obesidade.


Doenças crónicas - Obesidade

Como a obesidade é provocada por uma ingestão de energia que supera o gasto do organismo,
a forma mais simples de tratamento é a adoção de um estilo de vida mais saudável, com menor
ingestão de calorias e aumento das atividades físicas. Essa mudança não só provoca redução de
peso e reversão da obesidade, como facilita a manutenção do quadro saudável.

A utilização de medicamentos contribui de forma modesta e temporária no caso da obesidade, e


nunca devem ser usados como única forma de tratamento.

Pessoas com obesidade mórbida e co morbidades, como diabetes e hipertensão, podem optar
por fazer a cirurgia de redução de estômago para controlar o peso e sair da obesidade.

Pessoas com obesidade têm maior probabilidade de desenvolver doenças como tensão alta,
diabetes, problemas nas articulações, dificuldades respiratórias, pedras na vesícula.
Doenças crónicas - Obesidade

Fatores de risco da obesidade

 Vida sedentária - quanto mais horas de televisão, jogos eletrónicos ou jogos de computador, maior a
prevalência de obesidade;

 Zona de residência urbana - quanto mais urbanizada é a zona de residência maior é a prevalência de
obesidade;

 Grau de informação dos pais - quanto menor o grau de informação dos pais, maior a prevalência de
obesidade;

 Fatores genéticos - a presença de genes envolvidos no aumento do peso aumentam a suscetibilidade ao


risco para desenvolver obesidade, quando o indivíduo é exposto a condições ambientais favorecedoras, o
que significa que a obesidade tem tendência familiar;

 Gravidez e menopausa podem contribuir para o aumento do armazenamento da gordura na mulher com
excesso de peso.
Doenças crónicas - Obesidade

Como se previne a obesidade?

 Dieta alimentar equilibrada;

 Atividade física regular;

 Modo de vida saudável.


Doenças crónicas – Hipertensão
arterial
A elevada pressão arterial é uma doença muito comum e constitui um dos principais fatores de risco das
doenças cardiovasculares que, em conjunto, representam a principal causa de morte nos países
desenvolvidos.

A hipertensão arterial corresponde à persistente subida da pressão arterial acima dos seus valores normais.
Considera-se, por exemplo, que os limites superiores normais da pressão arterial numa pessoa adulta
rondam os 140 mm Hg de máxima (pressão diastólica) e os 90 mm Hg de mínima (pressão diastólica).
Acima destes valores existe hipertensão arterial; tratando-se de um paciente diabético, o valor limite é de
130/85 mm Hg. Uma vez diagnosticado, o paciente hipertenso tem de ser tratado durante toda a vida.

O facto de a nossa alimentação ser tradicionalmente rica em sal, de a nossa população ser das mais
sedentárias da Europa e de o número de pacientes com síndrome metabólica (obesidade e diabetes) ter
aumentado consideravelmente na última década são os principais fatores que contribuem para o aumento
do número de hipertensos.
Doenças crónicas – Hipertensão
arterial
Na maior parte dos casos, não há uma causa conhecida para a hipertensão arterial, embora
em algumas situações seja possível encontrar uma doença associada que é a verdadeira
causa da hipertensão arterial. Por exemplo: a apneia do sono, a doença renal crónica, a
hipertensão renovascular, ou a doença tiroideia e paratiroideia.

A hereditariedade e a idade são dois fatores a ter também em atenção. Em geral, quanto
mais idosa for a pessoa, maior a probabilidade de desenvolver hipertensão arterial. Cerca de
dois terços das pessoas com idade superior a 65 anos são hipertensas, sendo este o grupo
em que a hipertensão sistólica isolada é mais frequente.
Doenças crónicas – Hipertensão
arterial
Fatores de risco

 Obesidade;

 Consumo exagerado de sal e de álcool;

 Sedentarismo;

 Má alimentação;

 Tabagismo;

 Stress.
Doenças crónicas – Hipertensão
arterial
A adoção de um estilo de vida saudável constitui a melhor forma de prevenir a ocorrência de
hipertensão arterial.

Entre os hábitos de vida saudável sublinha-se a importância de:

 Redução da ingestão de sal na alimentação;

 Preferência por uma dieta rica em frutos, vegetais e com baixo teor de gorduras saturadas;

 Prática regular de exercício físico;

 Consumo moderado do álcool;

 Cessação do hábito de fumar;

 No caso dos indivíduos obesos é aconselhável uma redução de peso.


Doenças crónicas – Hipertensão
arterial
Nos primeiros anos, a hipertensão arterial não provoca quaisquer sintomas, à exceção de
valores tensionais elevados. Em alguns casos, a hipertensão arterial pode, contudo,
manifestar-se através de sinais como a ocorrência de cefaleias, tonturas ou um mal-estar vago
e difuso, que são comuns a muitas outras doenças.

Com o decorrer dos anos, a pressão arterial acaba por lesar os vasos sanguíneos e os órgãos
vitais (o cérebro, o coração e os rins), provocando sintomas e sinais de alerta vários.

O diagnóstico é feito através da medição da pressão arterial e pela verificação de que os seus
níveis estão acima do limite normal. Contudo, um valor elevado isolado não é sinónimo de
doença. Só é considerado hipertenso um indivíduo que tenha valores elevados em, pelo
menos, três avaliações seriadas.
Doenças crónicas – Hipertensão
arterial
Não há uma cura para a hipertensão arterial. Contudo, apesar de ser uma doença crónica, na
maioria dos casos é controlável.

A adoção de um estilo de vida saudável proporciona geralmente uma descida significativa da


pressão arterial. A diminuição do consumo do sal reduz a pressão arterial em grande número de
hipertensos.

A prática regular de exercício físico pode reduzir significativamente a pressão arterial. O exercício
escolhido deve compreender movimentos cíclicos (marcha, corrida, natação ou dança são boas
escolhas). Mas os hipertensos devem evitar atividades que aumentem a pressão arterial durante
o esforço, como levantar pesos.

Felizmente, já existem muitos medicamentos eficazes na redução da pressão arterial. Contudo os


medicamentos não curam a hipertensão arterial, apenas ajudam a controlar a doença.
Saúde Mental

O que é?
Saúde Mental

A Saúde é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “um estado de bem-
estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou dor”. Não se trata
apenas da ausência de doença, mas sim um bem-estar em que nos permite responder de
forma positiva às adversidades. Assim, trata-se de um estado em que nos sentimos bem
tanto connosco como na relação com os demais. Segundo a OMS, a saúde mental é definida
como “o estado de bem-estar no qual o indivíduo realiza as suas capacidades, pode fazer
face ao stress normal da vida, trabalhar de forma produtiva e frutífera e contribuir para a
comunidade em que se insere”. A doença mental inclui perturbações e desequilíbrios
mentais, disfuncionamentos associados à angústia, sintomas e doenças mentais
diagnosticáveis, como por exemplo, a esquizofrenia e a depressão.
Saúde Mental

O nosso corpo é constituído pelo corpo e mente, e cada uma destas componentes tem
necessidades próprias, que devem ser colmatadas para termos uma vida equilibrada e
estabilizada. O desequilíbrio de uma delas acarreta o mau funcionamento geral desse
organismo. A saúde física trata-se do bom funcionamento do nosso organismo e das funções
vitais inerentes. A saúde mental e a saúde física estão interligados e são interdependentes,
tornando-se cada vez mais evidente que a saúde mental é indispensável para o bem-estar
geral dos indivíduos. Uma boa qualidade de vida depende destes dois fatores e é um
processo contínuo e consciente do indivíduo no sentido de procurar gratificação nas suas
atividades, comportamentos e pensamentos positivos. A saúde física e mental mantêm uma
relação de reciprocidade, estão interligados e são interdependentes. Ambas são de extrema
importância.
Saúde Mental

As perturbações mais proeminentes da população são as perturbações de ansiedade, depressão,


controlo dos impulsos e as perturbações relacionadas com o álcool.

A o longo da vida, todos nós podemos ser afetados por problemas de saúde mental, de maior ou
menor gravidade.

Algumas fases, como a entrada na escola, a adolescência, a menopausa e o envelhecimento, ou


acontecimentos e dificuldades, tais como a perda de familiar próximo, o divórcio, o desemprego, a
reforma e a pobreza podem ser causa de perturbações da saúde mental.

Fatores genéticos, infeciosos ou traumáticos podem também estar na origem de doenças mentais
graves.

O envolvimento das famílias nos cuidados e na reabilitação destas pessoas é reconhecido como fator
chave no sucesso do tratamento.
Saúde Mental

Para manter uma boa saúde mental

 Não se isolar;

 Reforçar os laços familiares e de amizade;

 Diversificar os seus interesses;

 Manter-se intelectual e fisicamente ativo;

 Atitudes positivas em relação a si próprio;

 Consultar o seu médico, perante sinais ou sintomas de perturbação emocional.


Planeamento familiar

O planeamento familiar é uma forma de assegurar que as pessoas têm acesso a


informação, a métodos de contraceção eficazes e seguros, a serviços de saúde que
contribuem para a vivência da sexualidade de forma segura e saudável. A prática do
planeamento familiar permite que homens e mulheres decidam se e quando querem ter
filhos, assim como programem a gravidez e o parto nas condições mais adequadas.
Planeamento familiar

Objetivos do planeamento família

 Promover comportamentos saudáveis face à sexualidade;

 Informar e aconselhar sobre a saúde sexual e reprodutiva;

 Reduzir a incidência das infeções de transmissão sexual as suas consequências, nomeadamente


a infertilidade;

 Reduzir a mortalidade e a morbilidade materna, perinatal e infantil;

 Permitir ao casal decidir quantos filhos quer, se os quer e quando os quer, ou seja, planear a sua
família;

 Preparar e promover uma maternidade e paternidade responsável;

 Melhorar a saúde e o bem-estar da família e da pessoa em causa.


Planeamento familiar
Uma consulta de planeamento familiar destina-se a apoiar e a informar os indivíduos ou casais, para que estes possam planear uma

gravidez no momento mais apropriado, proporcionando-lhes a possibilidade de viverem a sua sexualidade de forma saudável e segura.

O que se faz na consulta de planeamento familiar?

 A avaliação do estado de saúde da mulher ou do casal, estimando-se, se necessário, a eventual existência de riscos ou doenças

para a mãe ou para o futuro bebé;

 Esclarecem-se dúvidas sobre a forma como o corpo se desenvolve e o modo como funciona em relação à sexualidade e à

reprodução, tendo em conta a idade da mulher;

 Dá-se informação completa, isenta e com fundamento científico sobre os métodos contracetivos.

 Dá-se informação e acompanhamento tendo em vista uma futura gravidez (fertilidade e infertilidade);

 Faz-se o rastreio do cancro ginecológico e das doenças de transmissão sexual;

 Informa, ajuda a prevenir, a diagnosticar ou a tratar as infeções de transmissão sexual como a hepatite B, a sífilis, o herpes genital e

a sida.
Planeamento familiar - Sistema reprodutor

O sistema reprodutor da mulher é responsável pela produção de hormonas sexuais femininas


que mantêm o normal funcionamento do ciclo reprodutivo e está preparado para desempenhar
várias funções, passando pelas seguintes etapas:

 produção de células necessárias à reprodução: o óvulo e os ovócitos;

 o óvulo é transportado para uma zona para que haja fertilização;

 é nas Trompas de Falópio que a fecundação do óvulo pelo espermatozoide se pode dar,
dando início a uma gravidez;

 se a fertilização não ocorrer a mulher menstrua.

Durante o período da menopausa, o sistema reprodutor feminino cessa a produção de


hormonas femininas necessárias a que o ciclo reprodutivo funcione.
Planeamento familiar – Gravidez não
planeada

A gravidez não planeada ou não desejada tem consequências significantes para mulheres e homens, as crianças

geradas e afetadas por tal situação, e para a sociedade como um todo.

A gravidez não planeada é aquela que ocorre quando um casal não tomou a decisão de engravidar, ou quando

ocorre mesmo com o uso de métodos contracetivos. A não desejada acontece quando a mãe ou o pai do bebe,

não quer ter um filho, e pode não querer lidar com as consequências físicas, emocionais, sociais e de saúde de

uma gravidez. Enquanto a não desejada é geralmente não planeada, nem sempre a não planeada é indesejada.

Muitas pessoas que tem uma gravidez não planeada consideram uma surpresa agradável. Mesmo quando os

casais não estão planeando ter um filho, ou ter outro filho, eles podem acolhê-la. Em outros casos, casais podem

se sentir devastados por uma gravidez não planeada, e toda a mudança de vida que isso implica. Nesses casos,

a gravidez não é só não planeada, como não desejada. As vezes, um dos pais biológicos pode acolher uma

gravidez não planeada, enquanto que o outro considera-a não desejada.


Planeamento familiar – O essencial
da contraceção

A contraceção é o método que previne ou reduz deliberadamente a probabilidade de uma mulher


engravidar. Os mecanismos destinados a evitar a fertilização de um óvulo por um
espermatozoide são inúmeras, embora não sejam igualmente fiáveis: abstenção sexual, coito
interrompido, método do calendário, preservativo, dispositivos intra-uterinos, pílula contracetiva
e outros métodos hormonais de contraceção.

O controlo da natalidade tem sido possível graças ao avanço da medicina e a uma vasta gama de
métodos contracetivos atualmente disponíveis. Atualmente a pílula e outros métodos hormonais
de contraceção tornaram-se um recurso frequente para todas as mulheres que decidem adiar a
maternidade.

Infelizmente, nem todos os métodos de controlo da natalidade conseguem assegurar proteção


contra a infeção pelo VIH e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Planeamento familiar – O essencial
da contraceção

Só o uso correto e regular do preservativo assegura um elevado grau de proteção contra o VIH e as doenças
sexualmente transmissíveis; porém, se o preservativo não for utilizado regularmente nem colocado de forma
correta, não assegura proteção.

A contraceção é um direito de cada um de nós. É por isso que é importante descobrir qual o que melhor se adapta
ao seu estilo e ritmo de vida.

Graças aos avanços da medicina, existem atualmente métodos muito diversos para o controlo da natalidade.
Destes, fazem parte os seguintes: preservativos, espermicidas, diafragmas, dispositivos intra-uterinos (DIU),
pílulas contracetivas e ainda os sistemas transdérmicos e outros contracetivos hormonais.

 Métodos de barreira

 Dispositivo intra-uterino (DIU)

 Métodos hormonais

 Métodos cirúrgicos
Planeamento familiar – Doenças
sexualmente transmissíveis

As doenças sexualmente transmissíveis, são doenças transmitidas, principalmente, através de


relações sexuais com uma pessoa infetada - e sem o uso de métodos de barreira o
preservativo. O contágio por DSTs também pode ocorrer de mãe para filho, durante a gravidez
ou parto, através do compartilhamento de seringas ou devido a uma transfusão de sangue
infetado.

Os sintomas das DSTs são variados, assim como seus agentes causadores, que podem ser
vírus, fungos ou bactérias. Algumas são de tratamento fácil e rápido, enquanto outras, ainda
não possuem uma cura definitiva e podem levar à morte.

Existem várias destas doenças, também conhecidas por doenças venéreas, sendo de salientar
a Sífilis, o Herpes genital, a Hepatite B, a SIDA, a Candidíase e a Gonorreia.
Planeamento familiar – Doenças
sexualmente transmissíveis
 SIDA (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida) é uma doença provocada pelo vírus VIH (Vírus da
Imunodeficiência Humana). Este vírus introduz-se no organismo humano, podendo permanecer
“inativo” (as pessoas chamam-se seropositivas), ou “cativo”, destruindo o sistema imunitário da
pessoa. Um indivíduo infetado com este vírus pode contrair e desenvolver infeções muito variadas
ou mesmo certos tipos de cancro. A SIDA ainda não tem cura, sendo mesmo mortal.

 Sífilis - Esta doença é provocada pela bactéria Treponema Pallidum, que apesar de ser contagiosa e
perigosa, é curável se for tratada a tempo. A Sífilis ataca qualquer tecido desde a pele aos ossos,
fígado, órgãos genitais e olhos. O seu maior perigo é alcançar a sistema nervoso e o coração, o que
pode levar à morte. A bactéria da sífilis, para sobreviver, precisa de um ambiente quente e húmido.

 Candidíase - Doença causada pelos fungos Candida albicans, que se desenvolvem num local
quente e húmido da vagina.
Planeamento familiar – Doenças
sexualmente transmissíveis
 Gonorreia - Uma infeção das vias genitais provocada por bactérias, designadas
genericamente por gonococos. Pode afetar o colo do útero da mulher e também a uretra
do homem, podendo expandir-se para a região anal. A gonorreia não tratada pode
conduzir à esterilidade em ambos os sexos.

 Herpes genitais - Afetam os órgãos genitais e as zonas envolventes. É uma doença que
não tem cura e é causada pelo vírus Herpes Simplex. Apenas existem medicamentos que
aliviam as dores.

 Hepatite B - É uma doença causada por um vírus que ataca o fígado, sendo o sangue
o principal meio de transmissão e depois a saliva. Se não for tratada, pode provocar a
morte. O vírus sobrevive durante bastante tempo e resiste a alguns desinfetantes.
Vacinação

As vacinas são o meio mais eficaz e seguro de proteção contra certas doenças. Mesmo quando a
imunidade não é total, quem está vacinado tem maior capacidade de resistência na eventualidade da
doença surgir.

Não basta vacinar-se uma vez para ficar devidamente protegido. Em geral, é preciso receber várias doses
da mesma vacina para que esta seja eficaz. Outras vezes é também necessário fazer doses de reforço,
nalguns casos ao longo de toda a vida.

A vacinação, além da proteção pessoal, traz também benefícios para toda a comunidade, pois quando a
maior parte da população está vacinada interrompe-se a transmissão da doença.

A vacinação é uma forma de fortalecer o organismo contra determinadas infeções. Os seus princípios
empíricos já são conhecidos há muito tempo, embora só recentemente tenham sido utilizados de forma
moderna e massiva. Constitui uma das maiores vitórias da medicina, e muitos de nós não estaríamos
vivos se não fosse a vacinação.
Vacinação
Desde 1965, em Portugal foram vacinados mais de sete milhões de crianças e vários milhões de adultos através do

PNV, que é universal e gratuito. As doenças abrangidas estão eliminadas ou controladas, tendo-se evitado milhares

de casos de doença e centenas de mortes, sobretudo em crianças, que teriam ocorrido na ausência de vacinação. As

vacinas incluídas no PNV são muito importantes para a Saúde Pública e permitem combater as seguintes doenças:

 Difteria

 Doença invasiva por Haemophilus influenzae b

 Doença invasiva por Neisseria meningitidis C (meningite C)

 Hepatite B

 Papeira (trasorelho ou parotidite epidémica)

 Papiloma humano (desde Outubro de 2008)

 Poliomielite (paralisia infantil)


Vacinação

 Rubéola

 Sarampo

 Tétano

 Tosse convulsa (coqueluche ou pertussis)

 Tuberculose

Embora as vacinas sejam administradas sobretudo em crianças e adolescentes, os adultos devem ter atualizadas as

suas vacinações contra a hepatite B (principalmente de tiverem comportamentos de risco, como toxicomania,

promiscuidade sexual, etc.) e contra a difteria e o tétano (reforços de 10 em 10 anos).

Fora do âmbito da gratuitidade do PNV existem outras vacinas disponíveis em Portugal. Recomenda-se a administração

da vacina contra a gripe − virus Influenzae − a determinados grupos de risco (por exemplo, idosos e crianças com

problemas respiratórios crónicos); a aplicação desta vacina deve ser anual, nos meses de Setembro ou Outubro.
Administração de medicamentos

A administração de medicamentos deve ser feita com eficiência, segurança e responsabilidade,


para que sejam alcançados os objetivos terapêuticos implementados, mostrando uma evolução
no quadro clínico do cliente. Para isso, deve-se ter conhecimento de dados do processo de
administração: elementos farmacológicos do medicamento (farmacocinética, farmacodinâmica,
dose máxima e efetiva, além do intervalo entre as doses etc.), assim como métodos, vias e
técnicas de administração.

Administração de medicamentos é um dos deveres de maior responsabilidade da equipe de


enfermagem. Requer conhecimentos de farmacologia e terapêutica médica no que diz respeito
a ação, dose, efeitos colaterais, métodos e precauções na administração. A sua correta
execução depende da aplicação de diversos princípios científicos que não se verificando
puderam levar a erros com prejuízo do paciente.
Administração de medicamentos

No processo de medicação estão identificados 5 componentes, sendo:


 Seleção e obtenção do medicamento;
 Prescrição;
 Preparação e dispensar;
 Administração medicamentos;
 Acompanhamento do paciente em relação aos efeitos do medicamento.
Administração de medicamentos

Vias de administração de medicamentos

 Oral ou bucal;

 Sublingual;

 Gástrica;

 Retal;

 Duodenal;

 Respiratória;

 Vaginal;

 Cutânea;

 Nasal;
Administração de medicamentos

 Ocular;

 Auricular;

 Parenteral:

• Intradérmica (ID);

• Subcutânea (SC);

• Intramuscular (IM);

• Endovenosa (EV) ou intravenosa (IV).


Prevenção de acidentes

A consciencialização e a formação dos trabalhadores no local de trabalho são a melhor forma


de prevenir acidentes, a que acresce a aplicação de todas as medidas de segurança coletiva
e individual inerentes à atividade desenvolvida. O ISHST - Instituto para a Segurança, Higiene
e Saúde no Trabalho é o organismo público que fornece toda a informação nesta área.

Prevenir, quer na perspetiva do trabalhador quer na do empregador, é a melhor forma de


evitar que os acidentes aconteçam. As ações e medidas destinadas a evitar acidentes de
trabalho estão diretamente dependentes do tipo de atividade exercida, do ambiente de
trabalho e das tecnologias e técnicas utilizadas.
Prevenção de acidentes

Os acidentes de trabalho mais frequentes em Portugal são as quedas e os soterramentos,


sendo que as principais causas destes acidentes são não seguir as regras de segurança e
não utilizar os dispositivos de segurança ou utilizá-los de forma desadequada.

No entanto, podem também contribuir para o surgimento de acidentes de trabalho a


ingestão de bebidas alcoólicas; as hipoglicémias, que podem provocar lipotímias
(desmaios) por falta de alimentação (por exemplo, quando os trabalhadores não tomam o
pequeno-almoço) e a fadiga, por não se ter dormido o suficiente ou quando se trabalha por
turnos, em especial se o trabalho incluir lidar com máquinas perigosas.
Prevenção de acidentes

As ações e medidas destinadas a evitar acidentes de trabalho dependem diretamente do tipo de atividade
exercida, do ambiente de trabalho e das tecnologias e técnicas utilizadas.

Contudo, a que ter em atenção os seguintes critérios:

 Faça com que o seu local de trabalho seja confortável;

 Tenha muito cuidado e siga todas as regras de segurança na realização de atividades mais perigosas;

 Organize o local de trabalho ou o seu posto de trabalho, não deixe objetos fora dos seus lugares ou mal
arrumados. Se tudo estiver no seu lugar não precisa de improvisar perante imprevistos e isso reduz os
acidentes;
Prevenção de acidentes

 Saiba quais os riscos e cuidados que deve ter na atividade que desenvolve e
quais as formas de proteção para reduzir esses riscos;

 Participe sempre nas ações ou cursos de prevenção de acidentes que a empresa


lhe proporcionar;

 Aplique as medidas e dispositivos de prevenção de acidentes que lhe são


facultados, designadamente o uso de vestuário de proteção adequado, como as
proteções auriculares para o ruído, óculos, capacetes e dispositivos anti-queda e
equipamento de proteção respiratória, entre outras;

 Não receie sugerir à empresa onde trabalha a realização de palestras, seminários


e ações de formação sobre prevenção de acidentes.
Primeiros
socorros
Primeiros Socorros - Os Princípios e a Prática dos
Primeiros Socorros

Define-se primeiros socorros como a prestação de assistência imediata a uma pessoa doente ou
ferida até à chegada de ajuda profissional. Centra-se não só no dano físico ou de doença, mas
também com o atendimento inicial, incluindo o apoio psicológico para pessoas que sofrem
emocionalmente devido a vivência ou testemunho de um evento traumático.

Diversas situações podem precisar de primeiros socorros. As situações mais comuns são
atendimento de vítimas de acidentes automobilísticos, atropelamentos, incêndios, tumultos,
afogamentos, catástrofes naturais, acidentes industriais, tiroteios ou atendimento de pessoas
que passem mal: apoplexia (ataque cardíaco), ataques epilépticos, convulsões, etc.

Tão importante quanto os próprios primeiros socorros é providenciar o atendimento


especializado. Ao informar as autoridades, deve-se ser direto e preciso sobre as condições da(s)
vítima(s) e o local da ocorrência.
Primeiros Socorros - Os Princípios e a
Prática dos Primeiros Socorros

O paciente não pode receber uma assistência adequada, se os problemas de saúde não forem
corretamente identificados. A avaliação do paciente é um procedimento que auxilia a
identificação das possíveis doenças ou traumas, e ajuda a tomar decisões sobre os cuidados
mais apropriados.

Movimentar um paciente lesionado antes que ele tenha sido convenientemente analisado e
estabilizado, pode resultar em complicações sempre presentes nas lesões. É importante
transportar o paciente tão rapidamente quanto possível para o hospital, mas não ao custo de
causar-lhe maiores lesões. Só se evitará o agravamento das lesões se o paciente for
adequadamente avaliado e estabilizado antes de ser movimentado.
Primeiros Socorros - Os Princípios e a
Prática dos Primeiros Socorros

Todo o atendimento inicia-se com a avaliação do cenário. Ao aproximar-se do local da emergência, antes de iniciar o contato
direto com o paciente, devera verificar os riscos existentes, as condições de segurança para si e para os demais envolvidos e
prevenir selecionando adequadamente os equipamentos de proteção individual.

A avaliação do cenário:

 A verificação das condições de segurança:

 Segurança pessoal;

 Segurança do paciente;

 Segurança de terceiros (familiares, acompanhantes, testemunhas e curiosos);

 A adoção de medidas de proteção pessoal (precauções universais);

 A observação dos mecanismos de trauma ou a natureza da doença;

 A verificação do número total de vítimas;

 A determinação da necessidade de recursos adicionais.


Primeiros Socorros -Principais
Técnicas de Primeiros Socorros

A avaliação inicial do paciente é o próximo passo após a avaliação do local do acidente. Processo
ordenado para identificar e corrigir, de imediato, problemas que ameacem a vida a curto prazo.

Deverá posicionar-se ao lado da vítima e executar a avaliação rapidamente, geralmente em um prazo


inferior a 45 segundos.

A avaliação inicial deve ser executada na seguinte sequência:

 Avalie o nível de consciência (status mental );

 Avalie a permeabilidade das vias aéreas/coluna cervical;

 Avalie a respiração;

 Avalie a circulação (presença de pulso e hemorragias);

 Decida a prioridade para o transporte do paciente (112).


Primeiros Socorros - Principais Técnicas
de Primeiros Socorros

As técnicas de primeiros socorros são procedimentos de emergência que devem ser aplicados
em vítimas de acidentes ou que estejam em perigo de vida, com o intuito de mantê-las
estáveis, de forma a prevenir o agravamento do quadro. Pode ser uma ação individual ou
coletiva que ocorre até que o socorro avançado chegue ao local para um atendimento
especializado.

Em uma situação de emergência, ao se avaliar a situação do local e o nível de consciência


da(s) vítima(s), é necessário aplicar os procedimentos adequados, de acordo com o tipo de
acidente ou ocorrido. Esses procedimentos consistem em técnicas de reanimação, respiração
artificial, posicionamentos de segurança, métodos de abordagem e locomoção do indivíduo
vitimado, utilização de alguns tipos de objetos e/ou instrumentos, etc.
Primeiros Socorros - Principais Técnicas
de Primeiros Socorros

As principais técnicas utilizadas, nas mais diversas ocasiões de ocorrências de acidentes e


eventos danosos às pessoas, e a forma com que devem ser executadas por quem realiza
o atendimento de primeiros socorros são:

 Posição Lateral de Segurança (PLS)

 Respiração Boca a Boca

 Reanimação Cardiopulmonar
Primeiros Socorros - Asfixia

A Asfixia ou Sufocação está relacionada com a dificuldade respiratória que leva á falta de oxigénio
no organismo.

As causas podem ser variadas, sendo a mais vulgar a obstrução das vias respiratórias por corpos
estranhos (objetos de pequenas dimensões, alimentos mal mastigados, etc.).

Outras causas de asfixia são:

 Ingestão de bebidas ferventes ou cáusticas

 Pesos em cima do peito ou costas

 Intoxicações diversas

 Paragem dos músculos respiratórios


Primeiros Socorros - Asfixia

Conforme a gravidade da asfixia, podem ir desde um estado de agitação, lividez, dilatação


das pupilas (olhos), respiração ruidosa e tosse, a um estado de inconsciência com paragem
respiratória e cianose da face e extremidades (tonalidade azulada).

O que fazer no caso de asfixia numa criança:

 Abrir-lhe a boca e tentar extrair o corpo estranho, se este ainda estiver visível, usar o
dedo indicador em gancho ou uma pinça (cuidado para não empurrar o objecto!).

 Colocar a criança de cabeça para baixo. Sacuda-a e bata-lhe a meio das costas, entre as
omoplatas, com a mão aberta.
Primeiros Socorros - Asfixia

No jovem/ adulto:

 Coloque-se por trás da vítima, passe-lhe o braço à volta da cintura.

 Feche o seu punho e coloque-o logo acima do umbigo.

 Cubra o punho com a outra mão e carregue para dentro e para cima.

 Repita as operações as vezes que forem necessárias.

 Se a respiração não se restabelecer e a vítima continuar roxa (cianosada), faça reanimação/ respiração
artificial.

 Logo que a respiração estiver restabelecida transporte a vítima para o Hospital.

O que não deve fazer:

Abandonar o asfixiado para pedir auxílio.


Primeiros Socorros – Feridas e
hemorragias
Uma ferida é uma lesão com interrupção da continuidade da pele, a qual permite a saída de sangue e a entrada de
microrganismos. Uma hemorragia grande é uma situação grave e deve ser controlada imediatamente. Se a vítima
perder uma grande quantidade de sangue, poderá entrar em choque e eventualmente morrer.

A hemorragia é um escoamento importante de sangue num tempo relativamente curto. Devemos distinguir a
hemorragia de efusão sanguínea (provocada por um golpe), a qual consiste num escoamento de sangue que não
modifique gravemente a circulação e não é um ferimento prioritário. A simples efusão sanguínea para
espontaneamente, após 5 ou 8 minutos e com a ajuda natural dos mecanismos de coagulação.

Tipos de Hemorragias:

 Hemorragias Externas;

 Hemorragia Interna;
Primeiros Socorros – Feridas e
hemorragias

Hemorragia Externas - Diz-se que a hemorragia é externa quando o sangue corre para o
exterior do corpo através de uma ferida. A hemorragia pode ser arterial, venosa ou mista.

A hemorragia externa é mais frequentemente causada por acidentes de trabalho, acidentes de


estrada ou ferimento provocados por objetos cortantes.

Hemorragia Interna - Habitualmente, a hemorragia interna não é visível. O sangue espalha – se


pelos tecidos contíguos no interior do corpo. O sangue que se acumula no interior do organismo
provoca graves complicações quando comprime um órgão vital (cérebro, pulmão). O sangue pode
igualmente acumular-se nas cavidades do organismo e permanecer aí sem apresentar
manifestações peculiares. Uma hemorragia interna constitui um estado grave, frequentemente
difícil de avaliar.
Primeiros Socorros – Feridas e
hemorragias
Uma hemorragia interna pode surgir nos seguintes casos:

 As fraturas fechadas (fragmentos de osso podem perfurar um vaso sanguíneo, provocando uma
hemorragia que se faz acompanhar muitas vezes de um inchaço acentuado);

 Os acidentes de estrada, de caça, de trabalho ou de desporto;

 Uma pancada violenta direta ou indireta no tórax, no peito, nas costas ou no abdómen por ocasião
de um acidente de estrada;

 As feridas com perfurações profundas, provocadas especialmente por objetos pontiagudos e


cortantes;

 As feridas causadas por balas de arma de fogo;

 Os ferimentos por esmagamento ou por compressão, por exemplo, na sequência de um


desabamento de terras.
Primeiros Socorros – Feridas e
hemorragias

Nos casos de hemorragia externa, chame o 112e tente parar imediatamente o escoamento de
sangue. É, todavia, importante tomar medidas de proteção para reduzir os riscos de transmissão de
doenças pelo sangue. É necessária uma espécie de barreira entre si próprio e a vítima quando se
administram os primeiros socorros.

O uso de luvas em látex, inutilizáveis após a sua utilização, é muito recomendado quando há
presença de sangue ou quando se tem de praticar manipulações diretas à volta de uma ferida.

Se não arranjar luvas, utilize a mão da vítima para exercer uma pressão local, ou ainda uma película
de plástico ou um pano branco limpo dobrado várias vezes.

Deve lavar as mãos com sabão imediatamente depois de administrar os primeiros socorros.

Evite tocar na sua boca, o nariz, os olhos ao administrar os primeiros socorros ou antes de ter lavado
as mãos.
Primeiros Socorros – Feridas e
hemorragias

Primeiros socorros em caso de hemorragia externa

 Efetue uma compressão local

 Levante o membro ferido desde o início da compressão

 Ponha a vítima imediatamente em repouso

 Ponha um penso compressivo

 Imobilize o membro ferido


Primeiros Socorros – Feridas e
hemorragias

As hemorragias nasais

A hemorragia nasal pode surgir espontaneamente depois de nos termos assoado, na sequência de um choque direto,
ou ainda, após um traumatismo indireto, como por exemplo, uma fratura do crânio. Este último caso é grave.

Para parar as hemorragias nasais:

 Tranquilize a pessoa para que ela fique calma, a fim de evitar um aumento da pressão arterial e um agravamento
da hemorragia nasal;

 Mande sentar a pessoa com a cabeça ligeiramente inclinada para a frente, a fim de evitar que o sangue se
acumule na parte de trás da garganta;

 Aconselhe-a apertar o nariz, justamente abaixo da parte ossuda, ou a apoiar fortemente, com o dedo, o lado da
narina atingida ou com o polegar e o indicador cada lado do nariz, durante cerca de 10 minutos;

 Desaperte-lhe as roupas no pescoço e no peito se a estiverem a incomodar.


Primeiros Socorros – Inconsciência

Uma pessoa inconsciente não consegue tossir ou catarrear. Isto pode levar à morte se as vias
respiratórias ficarem obstruídas.

A inconsciência pode ser causada por praticamente qualquer doença grave ou lesão, bem
como por abuso de substâncias ou uso de álcool.

Um período breve de inconsciência (ou desmaio) é frequentemente causado por nível baixo de
açúcar no sangue ou pela permanência de pé prolongada em um lugar. Pode também ser
causado por uma doença grave. Se uma pessoa desmaiar, tente evitar que caia. Deite a vítima
no chão com o rosto para cima e eleve seus pés aproximadamente 30 centímetros. Não
coloque uma almofada sob a cabeça. Esfregue a testa da vítima com um pano frio.
Primeiros Socorros – Inconsciência

Sintomas da inconsciência:

 falta de resposta (a vítima não acorda com estímulos como toque ou fala)

 coma

A pessoa pode não estar totalmente inconsciente. Sintomas anteriores ou posteriores a um


episódio de inconsciência podem incluir:

 desorientação

 sonolência

 imobilidade
Primeiros Socorros – Inconsciência

Primeiros socorros a uma vitima inconsciente

 Examine as vias respiratórias, respiração e circulação da vítima. Se necessário, inicie


respiração assistida.

 Se não houver suspeita de lesão medular a vítima estiver deitada de costas, coloque-a em
posição lateral de segurança

 Se houver suspeita de lesão medular, deixe a vítima como a encontrou (contanto que ela
esteja respirando livremente). Se houver suspeita de lesão espinal e a vítima vomitar, vire-a
de lado segurando o pescoço e coluna para manter a posição da cabeça neutra em relação
ao corpo enquanto a vira.
Primeiros Socorros – Inconsciência

 Contenha a vítima com cuidado caso se torne agitada.

 Preste primeiros socorros para convulsões, se necessário.

 Mantenha a vítima aquecida enquanto espera por auxílio médico.

 Se a inconsciência for resultado de nível baixo de açúcar no sangue, faça a vítima


comer ou beber algo doce à medida que recuperar a consciência.
Primeiros Socorros – Fraturas

A fratura óssea designa a interrupção da continuidade de um osso, independentemente de ser


parcial ou completa, na maioria das vezes provocada por uma queda ou traumatismo que provoca
um impacto violento.

As fraturas são provocadas por qualquer traumatismo ou movimento brusco que exerça sobre um
osso uma força superior à que o mesmo pode suportar. Embora os ossos sejam estruturas sólidas,
como têm um certo grau de flexibilidade, a rutura só ocorre perante a produção de uma força
mecânica que ultrapasse a sua resistência. As causas mais comuns são as quedas e todo o tipo de
traumatismos externos, que tanto podem atuar como mecanismos diretos, como ocorre perante um
golpe ou impacto violento, bem como mecanismos indiretos, como ocorre numa torção do tornozelo
que provoque a fratura de um osso da perna. Para além disso, a brusca contração dos músculos
unidos a um osso também pode provocar uma rutura óssea, sem existir um traumatismo externo.
Primeiros Socorros – Fraturas

A produção de uma fratura depende da intensidade do traumatismo, já que este tem que superar a
resistência e a flexibilidade do osso, fatores que se alteram com a idade, o que justifica o facto das
quedas e dos traumatismos provocarem proporcionalmente poucas fraturas nas crianças, pois os
ossos, durante a infância, ainda não se desenvolveram por completo, sendo mais flexíveis. Pelo
contrário, as fraturas são proporcionalmente muito mais comuns entre os adultos e especialmente nos
idosos, já que os seus ossos são mais duros e consequentemente menos flexíveis e mais frágeis.

As fraturas podem ser classificadas segundo o grau de comunicação das extremidades ósseas
fraturadas com o exterior. A fratura fechada caracteriza-se pelo facto de a pele que reveste a zona do
osso desfeito permanecer ilesa. Por outro lado, a fratura exposta ocorre perante a desunião dos tecidos
superficiais, proporcionando a comunicação direta dos fragmentos ósseos com o exterior e, por vezes,
a sua proeminência. Trata-se de uma situação mais grave, já que a ferida constitui uma via de acesso
para os microrganismos presentes no ambiente, o que pode constituir o ponto de partida para uma
infeção.
Primeiros Socorros – Fraturas

Os principais sintomas são:

 Dor;

 Edema;

 Deformação;

 Encurtamento ósseo;

 Impotência funcional ou perda de função;

 Mobilidade anormal;

 Crepitação óssea.

A natureza do acidente é uma informação fundamental a acrescentar á suspeita de uma possível


fratura.
Primeiros Socorros – Fraturas

Primeiros socorros em caso de fraturas:

 Instalar a vítima em posição adequada e com o maior conforto possível evitando,


contudo, fazer grandes movimentos e deslocações;

 Expor o foco da fratura, cortando a roupa que o envolve;

 Retirar adornos;

 Combater complicações;

 Lidar com os topos ósseos visíveis como se fossem corpos estranhos, protegendo-
os.
Primeiros Socorros – Fraturas

Proceder á imobilização, tendo o cuidado de:

 Manter a posição original;

 Em simultâneo fazer a tração e alinhamento do membro lesionado;

 Imobilizar as articulações acima e abaixo do foco de fatura;

 As talas aplicadas devem estar almofadadas ou protegidas de modo a não impedir a


circulação.
Primeiros Socorros - Queimaduras

As queimaduras são lesões na pele, provocadas geralmente pelo calor ou pelo frio, mas que
podem também ser provocadas pela eletricidade, por contacto com certos produtos
químicos, por radiações, ou até por fricção.

As queimaduras recebem uma classificação também quanto ao grau de profundidade do


dano causado à pele lesada, que podem ser:

 Queimadura de primeiro grau;

 Queimadura de segundo grau;

 Queimadura de terceiro grau.


Primeiros Socorros - Queimaduras

Queimadura de primeiro grau é aquela que atinge a camada superficial da pele, causando uma
vermelhidão e uma ardência no local. Normalmente, são causadas por exposição prolongada
ao sol, ou contato rápido com alguma chama, ou objeto aquecido.

Queimadura de segundo grau caracteriza-se por afetar uma região secundária da pele, entre a
derme (superfície exterior da pele) e a epiderme (camada interior da pele), e nota-se o
aparecimento de uma ou mais bolhas na área afetada. As bolhas são o resultado de uma
espécie de deslocamento da camada entre a derme e a epiderme causada pela mudança
drástica de temperatura na região.

Queimadura de terceiro grau - As queimaduras de terceiro grau caracterizam-se por atingir


uma área profunda da pele, podendo-se incluir até o tecido ósseo, e costuma apresentar uma
necrose no local afetado. É o tipo de queimadura mais profundo e mais grave.
Primeiros Socorros - Queimaduras

Primeiros socorros em caso de queimaduras

Em queimaduras de 1º grau

 Deve-se procurar resfriar bem a localidade da queimadura com soro fisiológico ou água

fria em abundância, até que a dor amenize;

 Administrar o uso de pomadas contra queimadura, se for o caso.


Primeiros Socorros - Queimaduras

Em queimaduras de 2º grau

 Arrefeça a área afetada com soro fisiológico ou água fria corrente em abundância;

 Deve-se lavar a área cuidadosamente, sem esfregar, com sabão neutro, ou um antisséptico,

que não seja álcool;

 Não se deve “estourar” as bolhas que se formam, e nem retirar a pele das que já estiverem

rebentadas, deve-se colocar uma gaze húmida após ter resfriado o local e a dor haver

diminuído;

 O curativo sobre a lesão deve permanecer durante 48 horas e, somente depois desse

tempo, recomenda-se expor a pele ao ar livre, para evitar infeções.


Primeiros Socorros - Queimaduras

Em queimaduras de 3º grau

 Arrefecer a região com soro fisiológico ou água fria corrente até que a dor amenize;

 Lavar cuidadosamente sem esfregar, com sabão neutro ou antisséptico que não seja
álcool;

 Se a área afetada for extensa, deve-se envolver a vítima num lençol limpo e molhado com
soro fisiológico, ou com água fria;

 Nesses casos por se tratar de queimaduras mais graves a vítima deve ter um atendimento
médico o quanto antes leve-a a um hospital próximo.
Primeiros Socorros - Envenenamento

O envenenamento é o efeito produzido no organismo, por um veneno. O veneno pode ser administrado por via

digestiva (comendo), respiratória ou por absorção (pela pele).

Envenenamento por via digestiva

Sinais e sintomas de envenenamento por produtos alimentares:

 Arrepios e transpiração abundante;

 Dores abdominais;

 Náuseas e vómitos;

 Diarreia;

 Vertigens;

 Enfraquecimento;

 Agitação e delírio.
Primeiros Socorros - Envenenamento

O que se deve fazer no envenenamento por produtos alimentares

 Interrogar a vítima de modo a compreendermos a origem do envenenamento

 Manter a vítima aquecida e confortável

Atenção – A situação é urgente, a vítima necessita rapidamente de ajuda médica.

Sinais e sintomas de envenenamento com medicamentos:

Os sinais e sintomas dependem muito do veneno administrado pela vítima, sendo algum
deles: vómitos, dificuldades respiratórias, perda de consciência, sonolência, confusão mental,
etc.
Primeiros Socorros - Envenenamento

O que se deve fazer no envenenamento com medicamentos

 Interrogar a vítima de modo a obtermos informação sobre o envenenamento e do estado


em que a vítima se encontra

 Depois de obtermos informação sobre o veneno administrado pela vítima, contactar o


Centro de Informações Anti-venenos. Indicar o produto ingerido, qual a quantidade
(provável), a hora a que o produto foi ingerido e a hora da última refeição.

 Manter a vítima aquecida e confortável.


Primeiros Socorros - Envenenamento

Envenenamento por via respiratória

Sinais e sintomas de envenenamento por via respiratória

A vítima começa a sentir uma má disposição, seguindo por uma dor de cabeça, zumbidos, tonturas, vómitos. A má

disposição é tão grande que impede a vítima deslocar-se para outro local. Se a vítima não for rapidamente transportada

para o Hospital, a vítima pode entrar em coma.

O que se deve fazer com o envenenamento por via respiratória

 Entrar na sala onde ocorreu o acidente, contendo a respiração, e abrir as janelas e portas. De modo a que o local

fique arejado;

 Voltar ao exterior para respirar fundo;

 Entrar de novo e arrastar a vítima para um local arejado;

 Desapertar as roupas;

 Se necessário fazer ventilação assistida.


Primeiros Socorros – Corpos
estranhos
Corpos estranhos são corpos que penetram no organismo através de qualquer orifício ou após
uma lesão de causa variável.

Os corpos estranhos podem encontrar-se mais frequentemente nos olhos, ouvidos ou vias
respiratórias.

No olho, os mais frequentes são : Grãos de areia e insetos.

Sinais e Sintomas:

 Dor ou picada local;

 Lágrimas;

 Dificuldade em manter as pálpebras abertas.


Primeiros Socorros – Corpos
estranhos

O que se deve fazer:

 Abrir as pálpebras do olho lesionado com muito cuidado.

 Fazer correr água sobre o olho, do lado de dentro, junto ao nariz, para fora.

 Repetir a operação duas ou três vezes.

 Se não obtiver resultado fazer um penso oclusivo, isto é, colocar uma gaze e adesivo e dirigir-se ao
Hospital.

O que não deve fazer:

 Esfregar o olho.

 Tentar remover o corpo estranho com lenço, papel, algodão ou qualquer outro objeto.
Primeiros Socorros – Corpos
estranhos
No ouvido os corpos estranhos mais frequentes são os insetos.

Sinais e Sintomas

 Pode existir surdez;

 Zumbidos e dor sobretudo se o inseto estiver vivo.

O que deve fazer:

 Se se tratar de um inseto, deitar uma gota de azeite e depois deslocar-se para o Hospital.

O que não deve fazer:

 Tentar remover o objeto.


Primeiros Socorros – Corpos
estranhos
Nas vias respiratórias - Os corpos estranhos nas vias respiratórias podem causar
perturbações de variável natureza, de acordo com a sua localização.

Sinais e Sintomas

 São também variáveis.

 Pode existir dificuldade respiratória;

 Dor;

 Vómitos e nos casos mais graves asfixia que pode conduzir à morte.
Primeiros Socorros – Corpos
estranhos
No nariz os mais frequentes, na criança, são os feijões ou objetos de pequenas dimensões.

O que deve fazer:

 Pedir à criança para se assoar com força, comprimindo com o dedo a narina contrária,
tentando assim que o corpo seja expelido.

 Se não obtiver resultado deve deslocar-se ao Hospital.

Na garganta os corpos estranhos entalados na garganta podem ser pedaços de alimentos


mal mastigados, ossos ou pequenos objetos. Estes corpos estranhos impedindo a respiração
podem provocar asfixia.
Primeiros Socorros – Estojo de
primeiro socorros

O que deve conter?


Primeiros Socorros – Estojo de
primeiro socorros

Um estojo de primeiros socorros deve permitir tratar lesões sem gravidade, embora deva
também estar equipado de modo a possibilitar acudir a ferimentos mais sérios até a vítima
receber cuidados médicos profissionais. Guarde o equipamento de primeiros socorros numa
caixa de plástico bem vedada numa prateleira superior de um armário ou noutro local fora
do alcance das crianças. Não guarde o material de primeiros socorros numa caixa mal
vedada na casa de banho ou na cozinha, porque a humidade pode deteriorá-lo.
Primeiros Socorros – Estojo de
primeiro socorros

Todos deverão possuir um pequeno estojo ou mala com os materiais necessários à prestação
de primeiros socorros. Essa mala deve conter, pelo menos:

 Algodão e cotonetes;

 Compressas e ligaduras;

 Desinfetante para a pele;

 Fita adesiva;

 Lâmina de bisturi;

 Luvas descartáveis;

 Medicamentos: paracetamol, ibuprofeno, anti-histamínico;


Primeiros Socorros – Estojo de
primeiro socorros

 Pinça;

 Sabonete;

 Sacos para arrefecimento;

 Soro fisiológico;

 Termómetro;

 Tesoura;

 Número de telefone da emergência médica (112), do centro de intoxicações (808 250


143) e do hospital mais próximo.

Você também pode gostar