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DIREITO CIVIL IV

TEORIA GERAL DOS


CONTRATOS
PROF. M. IWAO C. SUZUKI

murasuzuki@uni9.pro.br

Aula 03 – REQUISITOS DE VALIDADE


DOS CONTRATOS
REQUISITOS DE VALIDADE
O contrato, como qualquer outro negócio jurídico, sendo uma de suas
espécies, igualmente exige para a sua existência legal o concurso de alguns
elementos fundamentais, que constituem condições de sua validade. Os
requisitos ou condições de validade dos contratos são de duas espécies:

a) de ordem geral, comuns a todos os atos e negócios jurídicos, como a


capacidade do agente, o objeto lícito, possível, determinado ou
determinável, e a forma prescrita ou não defesa em lei (CC, art. 104);

b) de ordem especial, específico dos contratos: o consentimento recíproco


ou acordo de vontades.

Os requisitos de validade do contrato podem, assim, ser distribuídos em três


grupos: subjetivos, objetivos e formais.
REQUISITOS DE VALIDADE
Os requisitos subjetivos consistem:

A.) CAPACIDADE CIVIL DOS CONTRAENTES(art. 2.° do CC/2002)

 Representação

 Assistência – casos especiais: menor emancipado(art. 1690) e


indígena(Lei 6.001/73 – Estatuto do Índio)

 Tutela e curatela(art.s 1728 e 1767)

 Tomada de decisão apoiada(art. 1783-A)

IMPORTANTE: Não se confunde a CAPACIDADE com a LEGITIMIDADE


REQUISITOS DE VALIDADE
 Principais hipóteses de (i)legitimidade em contratos:

 outorga uxória(arts. 1.647, 1.649 e 1.650)

 consentimento dos descendentes e do cônjuge do alienante(art. 496)

 aquisição de bem de representado pelos sujeitos do art. 497);

B.1.) LICITUDE DO OBJETO

 Licitude e “soberania nacional”(art 17/LINDB) – licitude, ordem


pública e direito estrangeiro
REQUISITOS DE VALIDADE
Alcance da expressão “moral e bons costumes” - a jurisprudencia
recente do STJ quanto à prostituição(HC 211.888-TO) e o jogo de
azar(RE 1.628.974/SP)

 Principais casos de ilicitude do objeto em contratos:

 alienação de órgãos humanos(arts. 199, § 4, CF/88; art. 13, CC)

 herança de pessoa viva(art. 426, CC);

B.2.) POSSIBILIDADE DO OBJETO

 Possibilidade física e possibilidade jurídica

 Impossibilidade absoluta e relativa(art. 106, CC)


REQUISITOS DE VALIDADE
B.3.) DETERMINAÇÃO DO OBJETO

 Objeto (in)determinado e contrato aleatório(bens com existência


futura sob condição)

 Emptio spei(art. 459: alienação da mera possibilidade do objeto


existir e não do objeto em si – obriga o contratante mesmo que não
venha a existir o objeto)

 Emptio rei speratae(art. 460: alienação do objeto em quantidade


incerta – obriga o contratante mesmo que o objeto exista em
quantidades pequenas)
REQUISITOS DE VALIDADE
C.) FORMA PRESCRITA OU NÃO DEFESA EM LEI

 Forma em sentido amplo e forma em sentido estrito

 FORMA LIVRE(Art. 107/CC) – forma em sentido amplo: qualquer


meio de manifestação da vontade, não imposto obrigatoriamente
pela lei (palavra escrita ou falada, escrito público ou particular,
gestos, mímicas etc.).

 O silêncio como manifestação de vontade(art 111)


REQUISITOS DE VALIDADE
• FORMA ESPECIAL OU SOLENE — forma em sentido estrito:
necessidade de observância de determinada solenidade com
finalidade assegurar a autenticidade dos negócios, garantir a livre
manifestação da vontade, demonstrar a seriedade do ato e facilitar a
sua prova.

A forma solene pode ser classificada em:

• ad solemnitatem/substantiam

• ad probationem tantum
REQUISITOS DE VALIDADE FORMAIS
O terceiro requisito de validade do negócio jurídico é a forma que é o
meio de revelação da vontade. Deve ser a prescrita ou não defesa em
lei. Podem ser distinguidas três espécies de formas: livre, especial ou
solene e contratual.

a) Forma livre — É a predominante no direito brasileiro (CC, art. 107). É


qualquer meio de manifestação da vontade, não imposto
obrigatoriamente pela lei (palavra escrita ou falada, escrito público ou
particular, gestos, mímicas etc.).

b) Forma especial ou solene — É a exigida pela lei, como requisito de


validade de determinados negócios jurídicos. Em regra, a exigência de
que o ato seja praticado com observância de determinada solenidade
tem por finalidade assegurar a autenticidade dos negócios, garantir a
livre manifestação da vontade, demonstrar a seriedade do ato e facilitar
a sua prova.
REQUISITOS DE VALIDADE FORMAIS
• FORMA CONTRATUAL — É a convencionada pelas partes. O art. 109
do Código Civil dispõe que, “no negócio jurídico celebrado com a
cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância
do ato”. Os contratantes podem, portanto, mediante convenção,
determinar que o instrumento público torne-se necessário para a
validade do negócio.

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