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AS FUNÇÕES ESTATAIS

NO ORDENAMENTO
1
JURÍDICO BRASILEIRO
Jacyara Farias Souza Marques
2019
2

Poder
Estatal

Funções essenciais à
justiça – Ministério
Público e Advocacia

Poder Poder Poder


Executivo Legislativo Judiciário
Teorização –
Aristóteles e
Montesquieu

Definições –
funções típicias e
atícpias

Previsão
constitucional – art.
2˚ da CF/88

Relacionamento
com o sistema
presidencialista

O ativismo
legislativo

O ativismo
executivo

O ativismo judiciário
–legislador negativo
4 1. Organização dos Poderes
e do Ministério Público

1.1 Generalidades
 Poder político do Estado é uno;
 Tripartição das funções estatais.

1.2. Fundamento do sistema de Freios e Contrapesos


 Marco da passagem do Estado absolutista, da
concentração do poder nas mãos de um só
governante para o Estado Liberal;
 Aristóteles e Montesquieu;
 Funções estatais básicas: Legislativa, Executiva e
Judiciária.
2.O Princípio da Igualdade e o Sistema de Freios e
Contrapesos
 O objetivo da separação dos Poderes ou funções, as
imunidades dos detentores das funções soberanas e a
instituição do Ministério Público é a defesa do regime
democrático e dos diretos fundamentais e da própria
separação dos poderes e da tendência absolutista do
exercício do poder político, legitimando o tratamento
diferenciado dos poderes face o princípio da igualdade.
 Garante a colaboração e o consenso de várias autoridades
estatais na tomada de decisões e estabelece mecanismos de
fiscalização recíproca dos poderes estatais.
 As imunidades e garantias dos agentes políticos para a
perpetuidade da separação independente e harmônica dos
poderes, por outro lado defendem a efetividade dos direitos
fundamentais;
 A atuação do sistema de freios e contrapesos.
6 2.1 Elementos da Divisão do
Poder

Especialização Independência
funcional orgânica
7 3. O PODER LEGISLATIVO

3.1. Generalidades
 As funções estatais não são absolutas, têm atribuições
típicas e atípicas;
 O Poder Legislativo tem como funções típicas: legislar
(arts. 59 -69) e fiscalizar (art. 70 da CF/88) – não há
hierarquia entre elas (art. 70 da CF/88).
 As funções atípicas apresentam-se em administrar e
julgar.
8 3.2 O Legislativo no Brasil

 O Legislativo Federal: Bicameral – Câmara dos Deputados e


Senado Federal (art. 44 e seguintes)
 O Legislativo Estadual: Unicameral – Assembléias Legislativas
(art. 27);
 Legislativo do Distrito Federal: Câmara Legislativa Distrital
(art. 32, §2 ˚);
 Legislativo dos Municípios – Câmara dos Vereados (art. 29).
9

Rodrigo Maia –
Presidente da Davi Alcolumbre
Câmara dos – Presidente do
Deputados Senado Federal
10 3.3 O Congresso Nacional
(art. 57 da CF/88)
 Bicameral – (Câmara dos Deputados e Senado Federal – arts. 27, 29
e 32), diferente dos Estados e Municípios, que são unicamerais;
 Nosso Legislativo Federal é bicameral dado o nosso sistema
federativo, pois, no Senado encontram-se de forma partidária os
representantes de todos os Estados Membros e do Distrito Federal
preservando o equilíbrio entre as partes federadas;
 Legislatura – terá duração de 04 anos, compreendendo 04 sessões
legislativas ou 08 períodos legislativos, o CN se reunirá anualmente
na Capital Federal de 02 de Fevereiro a 17 de julho e de 1º de
agosto a 22 de dezembro;
 Possibilidade de convocação extraordinária;
 Mesa- órgão diretivo. Será presidida pelo Presidente do Senado, e os
demais serão exercidos alternadamente pelos ocupantes de cargos
equivalentes ao da Câmara e do Senado. Não é princípio de
repetição obrigatória a não recondução dos membros da Mesa
Diretora no âmbito dos Estados-Membros e dos Municípios.
3.3 O Congresso Nacional (art. 57
da CF/88)
 Atribuições do Congresso Nacional com a sanção do
Presidente da República – art. 48 da CF/88.
 Competêncas exclusivas do Congreso Nacional – art. 48 da
CF/88.
 Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Congresso
para prestar informações sobre as suas respectivas pastas;
 Composição da Mesa – art. 57, § 5˚ - A Mesa é composta por
Senadores e Deputados Federais, de maneira alternada,
sendo certo que o Presidente do Senado Federal será sempre
o Presidente da Mesa do Congresso Nacional, o 1º Vice-
Presidente da Câmara dos Deputados será o 1º Vice-
Presidente do Congresso Nacional, o 2º Vice-Presidente do
Senado será o 2º Vice-Presidente do Congresso Nacional, e
assim consecutivamente,.
11
12 3.4 A Câmara dos
Deputados
 Composição: representantes do povo (brasileiros natos e
naturalizados), eleitos pelo sistema proporcional que será
estabelecido por lei complementar proporcionalmente à
população e não ao número de eleitores.

 Adoção pelo sistema proporcional quando a distribuição dos


mandatos ocorre de maneira que o número de representantes
seja dividido pelo número de eleitores, resultando uma
proporção;
 Condições de elegibilidade art. 14, §3º;

 Fiscalização financeiro – orçamentária prevista nos arts. 70 a 75


da Constituição Federal, abrange não somente as contas das
pessoas físicas ou entidades públicas ou privadas, valores pelos
quais a União responda ou quem em nome desta assuma
obrigações, caracteriza-se pela sua natureza política.
13 3.5 Deputados Federais – sistema
proporcional (entre 8 e 70) -
Atualmente, um total de 513 deputados.

 Remuneração: (art. 49, VII da CF) – R$ 33. 736,00


e auxílios – R$ 141.453,00 mesmo valor dos
Ministros do STF – R$ 39. 293, 32.
 Requisitos para candidatura : art. 14 da CF/88;
 Competências – art. 51 da CF/88.
14
3.6 O Senado Federal
 Representantes dos Estados Membros;

 Eleitos pelo sistema majoritário;

 Número de 81 (fixo – 03 por cada Estado e 3 pelo Distrito Federal);

 Condições de elegibilidade previstas no art. 14, §§3º e 4º:

 § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:


I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
Vice Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
15 3.7 Outras questões

 Competências privativas estão previstas no art. 52 e


NÃO dependerão de sanção presidencial.
 São tratadas (ou produzidas) através de Resoluções.
16 3.8 As reuniões dos
parlamentares – art. 57 da
CF/88

Sessão ordinária (art. 57,


caput, CF/88)

Sessão
extraordinária (art.
Reuniões ou 57 § 6°,CF/88)
sessões
legislativas
Sessão conjunta ( art. 57, §3º,
CF/88)

Sessão preparatória ( art. 57, § 4°,CF/88).


17 3.9 Sessão legislativa ordinária
(Art. 57. O CN reunir-se-à, anualmente, na Capital Federal, de 02
de fevereiro a 17 de julho e de 1° de agosto a 22 de dezembro –
EC 50/2006)
18 3.9 Sessão legislativa ordinária
(Art. 57. O CN reunir-se-à, anualmente, na Capital Federal, de 02
de fevereiro a 17 de julho e de 1° de agosto a 22 de dezembro –
EC 50/2006)

 A Sessão Legislativa é o ano legislativo. Corresponde


ao período anual de reuniões do Poder Legislativo
municipal, estadual ou federal.
 Não pode ser confundida com Legislatura que é o
prazo de duração do mandato dos parlamentares
(deputados federais, estaduais, distritais e vereadores)
de 04 anos, ou de 4 sessões legislativas.
19 3.10 AS CPIs (Comissões
Parlamentares de Inquérito)
 Origem - criações inglesas, durante o Reinado do século XIV de Eduardo II e III permitiu-se
ao Parlamento a possibilidade de controle da gestão da coisa pública realizada pelo
soberano.

 Terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais –dicção do artigo que
gera muitas divergências já que os juízes não tem poderes de investigação quem investiga
é o Ministério Pública e a polícia;

 Campo de atuação: Ilimitado, entretanto circunscrevendo-se a fatos relacionados a atos


do Poder Público;

 As investigações da CPI só irão interferir nos negócios privados dos indivíduos se as coisas
da gestão pública o autorizarem (CPI que investigou a relação entre a Nike e a CBF);

 Limites dos poderes investigatórios, aqueles que os magistrados possuem durante a


instrução processual penal, inclusive a invasão dentro das liberdades públicas, à
publicidade de seus atos, seja na necessidade do resguardo de informações confidenciais
para resguardar tais informações.

 Por outro lado, não é possível uma CPI federal investigar fatos inseridos exclusivamente na
esfera de outro ente federado, em respeito ao postulado do pacto federativo.
20 3.10 AS CPIs (Comissões
Parlamentares de Inquérito)
 Assim as CPI´s podem: quebrar o sigilo bancário( independente do
pedido de autorização judicial); realizar a oitiva de testemunhas,
inclusive com condução coercitiva, podendo tomar o depoimento de
qualquer pessoa; ouvir investigados e indiciados, sendo a eles garantido
o silêncio; realização de perícias necessárias a instrução probatória,
bem como, requisitar documentos de todos os meios de prova
legalmente admitidos; determinar busca e apreensões de documentos
necessários a investigação;
 As CPI´s não podem: decretar quaisquer prisões, salvo as em flagrante
delito; determinar aplicação de medidas cautelares, indisponibilidade
de bens, arresto, sequestro, proibição de ausentar-se da comarca ou
do país – são medidas típicas de sentença definitiva;
 Direito ao silêncio assegurado constitucionalmente aos ouvidos nas
CPIS;
 Os Estados-membros podem elencar os requsitos além dos previstos no
art. 58, §3˚ da CF/88.
21 O que a CPI não pode fazer!

 Cláusula de reserva jurisdicional, competência


exclusiva da prática de certos atos dos órgãos do
Poder Judiciário – invasão domiciliar,
interpretação telefônica, só poder ser realizada
pelo Judiciário, pois são atos constritivos à
liberdade individual;
 Eventuais excessos da CPI são punidos pelo STF –
Mandado de Segurança, Habeas Corpus;
 A CPI não pode divulgar fatos sigilosos que estão
investigando;
22 3.11 Garantias e Imunidades dos Parlamentares
(Emenda Constitucional atinente à matéria: 35/01-
decisão do STF 03 de maio de 2018 –PEC 10/2013)

 Esfera de protetividade/prerrogativas estabelecidas pelo


direito outorgadas aos parlamentares para que possam
exercer suas funções com independência e liberdade de
manifestação de palavras, discursos, debates e votos;
 Imunidades formais (processual) e materiais (palavras e
votos);
 Quebra da Imunidade para os Deputados Federais e
Senadores: art. 53 c/c art. 55;
23 A imunidade material

 Garante a irresponsabilização dos parlamentares na seara penal e


civil dos congressistas pelo cometimento dos crimes contra a honra
(não haverá crime);
 O parlamentar não responderá mesmo depois do término do
mandato;
 Faz-se necessário o nexo de causalidade com a conduta praticada
pelo congressista para que a imunidade surja;
 Imunidade material na Casa Legislativa – presunção absoluta; fora da
Casa Legislativa – presunção relativa.
 Engloba: discursos, pareceres, relatos, entrevistas, declaraçõs feitas à
imprensa e outros meios de comuicação;
 Não se estende aos suplentes nem às outras pessoas que tenham
praticado a conduta criminosa;
 Não alcança as investigações instauradas pela Justiça Eleitoral com o
objetivo de constatar a prática de abuso do poder econômico na
campanha – nesses casos são delitos da seara penal.
24 A imunidade formal
(processual – prisão e processo)
 Garante ao parlamentar que perseguições políticas possam afastá-lo do
mandato por meio de julgamentos nos quais não se garantam todos os
princípios constitucionais, todavia, com o término do mesmo responderá
pelas condutas que lhe foram imputadas; Irresponsabilização
temporária;
 No caso dos Deputados e Senadores, o foro privilegiado está
estabelecido no art. 53, § 1˚ c/c o art. 102, I, b - expressamente
estabelecendo a competência do STF para julgá-los nos crimes comuns.
Atualmente essa situação mudou!!!

No ano de 2018, o STF decidiu restringir o foro


privilegiado de deputados e senadores. Assim, serão
mantidos no STF somente os processos de crimes
cometidos durante o mandato e relacionados ao
exercício do cargo.Quando do término do madato
os processos serão transferidos para o foro
competente (originário)
25 A imunidade formal
(processual – prisão e processo)
 Início da imunidade para a prisão – desde a expedição do diploma,
para os crimes cometidos por ele antes e depois da diplomação;
 Já em relalção ao processo, só se garante imunidade aos delitos
cometidos depois da Diplomação no mandato e em relacionados
com ele;
 Só se admite a prisão em flagrante delito por crimes inafiançáveis:
racismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos em lei como hediondos, bem como a ação
de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional
e o Estado Democrático de Direito.
26  IMUNIDADE PARLAMENTAR FEDERAL ESTENDIDA
AOS DEPUTADOS ESTADUAIS ( art. 53, §3º e 27
§1º)

 A Constituição Federal estabelece, em seu art. 53, § 2º, que,


“Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso
Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime
inafiançável. Trata-se da imunidade relativa à prisão, também
denominada “incoercibilidade pessoal dos congressistas”.
 O texto constitucional em nenhum momento faz referência a
outras possibilidades cautelares de encarceramento, como as
prisões temporária e preventiva. Ocorre que, nos últimos anos,
foram incontáveis os casos envolvendo parlamentares federais
em crimes contra a Administração Pública e de organização
criminosa.
27

 Na ocasião foi decido que não havia possibilidade de


restringir a decisão do STF na ADI 5526 aos parlamentares
federais, pois o art. 27, § 1º, da Constituição é expresso ao
estender aos deputados estaduais as imunidades – no plural –
concedidas aos parlamentares federais;
 Na conclusão do julgamento do pedido liminar, o tribunal
concluiu, por seis votos a cinco, pela extensão das
imunidades formais aos parlamentares estaduais.
Foro priveligado:
28 em razão e na existência
de um mandato

 É a prerrogativa que é assegurada aos parlamentares e


membros do Executivo, ambos, nas diversas esferas da
Federação, Membros do Poder Judiciário, do Ministério
Público e outros agentes políticos de serem julgados, nos
crimes comuns que praticarem, por determinados
Tribunais.
 Garante o livre exercício da função de agente político, e
engloba todas as fases dos procedimentos desde aqueles
investigatórios até o eventual oferecimento da Denúncia
pelo Ministério Público. Assim, a autoridade sequer pode
indicar o agente poítico sem autorização prévia do foro
especial.
29 Prerrogativa de foro – Decisão
do STF – Elevador Processual

 Segundo decisão do STF (relator Barroso), de maio de 2018 ,


com o placar de 7X4:
 Na votação do foro privilegiado, por 7 votos a 4, os ministros
do Supremo determinaram que deputados federais e
senadores só têm o direito previsto quando os crimes são
cometidos no exercício do mandato e em função do cargo
em que ocupam. Crimes comuns realizados antes de os
parlamentares assumirem seus cargos ou sem nenhuma
ligação com os mesmos serão julgados por tribunais de
primeira instância.
 Nos casos que estão no STF cada Ministro vai decidir se envia
o inquérito para outra instância;
 Os processos que estão na fase da intimação para as
alegações finais – depois da colheita de provas – não vai
mudar de instância mesmo que o parlamentar renuncie;
30 Prerrogativa de foro – Decisão
do STF – Elevador Processual

 As ações de natureza civil não são alcançadas pela


prerrogativa de foro do STF, são elas: as ações de
improbidade, ações populares, ações civis públicas,
cautelares, ordinárias, declaratórias e medidas
cautelares ou Mandados de Segurança.
 As prerrogativas de foro não se estendem aos suplentes
(art. 53, § 1 ˚ da CF/88).
31 3.12 Outras questões pertinentes:

 A polêmica do art. 55, §2º da CF/88: Quem cassa o


mandato do parlamentar? O STF (decisão transitado
em julgado) ou a Casa Legislativa que o parlamentar
pertence?

 Ingerência entre os Poderes da União ou uma


impropriedade da técnica na separação das funções
estatais?
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e
32 penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão


submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não
poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso,
os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva,
para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido
após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo
voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa
Diretora.
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o
mandato.
33 Disposições do art. 55 da CF/88:
 Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa
a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o
abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de
vantagens indevidas.

§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou
pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva
Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de
ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado
no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
34 Art. 54 da CF/88 - Os Deputados e
Senadores não poderão:
I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia,
empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de
serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que
sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer
função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades
referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o
inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
35 3.13 Considerações importantes:

 A perda do mandato e inabilitação para o exercício de


cargo, emprego ou função pública, bem como a cassação
do mandato são efeitos acessórios da condenação;
 Mesmo que o parlamentar tivesse sido cassado o suplente
assumiria (o mandato é do partido e não do parlamentar);
 Se a condenação do STF veio primeiro, automaticamente
com a condenação não estaria atrelada a perda do
mandato?
 Como manter um mandato
de um parlamentar preso?
36 4. O Tribunal de Contas

 Conceito: órgão auxiliar de administração e


fiscalização do Poder Legislativo e não estando a ele
subordinado, praticando atos de administração
concernentes à fiscalização.
37 4.1 Composição do Tribunal
de Contas
 Sede no DF, composição de 09 ministros com jurisdição em todo o
território nacional, tendo as mesmas vantagens e prerrogativas
dos Ministros do STJ;
 O Presidente da República escolherá 1/3 de seus membros do
TCU, enquanto ao Congresso Nacional competirá a escolha de
2/3;
 Composição dos TC Estaduais - de acordo com a Súmula 653 STF
– 07 Conselheiros (04 nomeados pelas Assembleias Legislativas e 3
pelo Governador), sendo 01 dentre os auditores, outro dentre o
MP e outro à sua livre escolha;
 O julgamento das Contas do Chefe do Executivo competirá ao
Legislativo nas três esferas do Poder, tendo assim o TC função
OPINATIVA, e órgão auxiliar do Parlamento.
38 5. O PODER EXECUTIVO
 A forma de governo pode ser Monarquia ou República.
 O sistema de governo pode ser: presidencialista ou parlamentarista.
 Tradição brasileira: presidencialismo;
 De origem norte-americana;
 As chefias de Estado e de Governo nas mãos de um único gestor
que é eleito democraticamente por tempo certo e determinado.
 Função típica: administrar; funções atípicas: legislar e julgar.
39

PARLAMENTARISMO
PRESIDENCIALISMO
(plural)
(monocrático)
 Chefe de Estado
 Chefia de governo e exercido pelo
de Estado exercida Presidente ou Monarca;
pela mesma pessoa;
 Chefe de Governo – 1º
 Mandato Ministro ou Premier;
determinado;
 Mandato não tem
 Influência norte- prazo determinado,
americana; perdurará enquanto
 Fortalecimento das tiver maioria
funções estatais; parlamentar ou voto de
confiança do
parlamento.
40 5.1 O Poder Executivo nos entes
federativos

 O Executivo Federal -
Presidente da República
(art. 76);
 O Executivo Estadual -
Governadores (art. 28);
 O Executivo Municipal -
Prefeitos (art. 29, II);
 O Executivo do Distrito
Federal - Governador
Distrital (art. 32, § 2º).
5.2 As atribuições privativas do Presidente da
41 República (art. 84 da CF/88 – rol exemplificativo e
algumas atribuições delegáveis aos Ministros, PGR e
AGU )
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da
administração federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos
e regulamentos para sua fiel execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI - dispor, mediante decreto, sobre
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus
representantes diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo
do Congresso Nacional;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por
ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e
solicitando as providências que julgar necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos
em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha,
do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos
42 que lhes são privativos;
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República,
o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em
lei;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da
União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas
condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura
da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos
incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações.
43 5.3 Condições de elegibilidade
 Ser brasileiro nato (art. 12, §3º, I);
 Estar no pleno gozo dos direitos políticos (art. 14, §3º, II);
 Exercícios eleitoral na circunscrição (art. 14, §3º, III);
 Ter mais de 35 anos (art. 14, §3º, a);
 Filiação partidária (art. 14,§3º, V e art. 77, §2º);
 Não ser inelegível (inalistável, analfabeto, reeleição,
cônjuges, parentes consanguíneos e afins de segundo
grau).
44 5.4 Outras questões:
 Perda do mandato;
a) Presidente (Impeachment – arts. 85 a 86 da CF/88).;
b) Governador Estadual e Distrital (art. 38, I, IV e V da CF/88);
c) Prefeito (âmbito municipal);

 Subsídios: vide art. 37, XI – hoje recebe cerca de R$30. 934,70


(redução);
 Não é detentor de imunidade material.
45 5.5 Imunidades

 Crimes comuns – julgamento pelo STF com as


peculiaridades da decisão do STF em maio de 2019;

 Crimes de responsabilidade – julgamento pelo Legislativo;


46 5.5.1 Crimes Comuns
 Possuem imunidade formal, porém, não são detentores de
imunidade material (palavras e votos no exercício do mandato);
 Durante o mandato, não poderá ser processado por atos
estranhos ao exercício da função, ou seja, só poderá ser
processado pela prática de crimes ex officio, assim considerados
aqueles praticados em razão do exercício da função presidencial
 PGR denuncia e encaminha os autos para o STF que consulta a
Câmara dos Deputados sobre a quebra da imunidade (2/3 dos
seus membros).
 Segundo o 86, § 3º, o Presidente não poderá ser preso, salvo em
razão de uma sentença penal condenatória com trânsito em
julgado.
 Nenhum tipo de prisão cautelar é aplicável ao Presidente da
República.
47 5.6 Do Impeachment
48
Delineamentos gerais:
 Procedimento híbrido – processo de instauração iniciado na
Câmara dos Deputados e julgamento pelo Plenário do Senado
presidido pelo Presidente do STF;
 Responsabilização do Chefe do Poder Executivo pelo cometimento
de crime de responsabilidade;
 Os crimes de responsablidades estão elencados no art. 85 da CF/88
num rol meramente exemplificativo:
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do
49
Presidente da República que atentem contra a
Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do
Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades
da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial,
que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República,
50 por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade.

§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:


I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou
queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do
processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o
julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do
Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do
processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas
infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito
a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato,
não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício
de suas funções.
51 5.7 Súmula Vinculante n. 46
do STF
 A definição dos crimes de responsabilidade e o
estabelecimento das respectivas normas de processo e
julgamento são de competência legislativa privativa da União.
52

 A competência para processar e julgar o Presidente da


República é do Senado (art. 52, I) após autorização da Câmara
dos Deputados, por 2/3 dos seus membros (51, I).
 Nessa situação o Senado estará atuando como órgão judicial
híbrido, pois será presidido pelo Presidente do STF.
 Qualquer cidadão é parte legítima para oferecer a acusação
contra o Presidente à Câmara dos Deputados (que aceita ou
rejeita).
 As pessoas jurídicas, públicas ou privadas, os orgãos públicos.
Exceção- aqueles cidadãos que não estiverem no gozo dos seus
direitos políticos (não poderão oferecer acusação);
 É assegurado ao Presidente ampla defesa e contraditório após o
recebimento da Denúncia;
 O exame da aceitação da Denúncia é de cunho político mas
baseando-se no fato da existência ou não de crime de
responsabilidade.
A aquiescência que a Câmara dos Deputados dá ao
53 processamento, por meio da autorização (um autêntico
juízo de admissibilidade), se desenrola da seguinte
maneira na Câmara dos Deputados:

 um cidadão (qualquer nacional no exercício de seus


direitos políticos) apresenta a acusação (denúncia) contra
o Presidente da República na Câmara dos Deputados;
 uma comissão especial é criada na Casa Legislativa para
avaliar a acusação e elaborar um parecer;
 este parecer é submetido à votação aberta (nominal) na
Câmara dos Deputados, na qual os Depurados Federais
decidirão se a denúncia é, ou não, adequada;
 exige-se a maioria de 2/3 dos membros da CD para que a
autorização seja concedida;
 caso a Câmara dos Deputados entenda pela
inadequação da denúncia ela será arquivada.
 Por ocasião do exame da denúncia popular oferecida contra o
54 Presidente José Sarney, a Mesa da Câmara dos Depurados " ... houve por
bem melhor examiná-la, para verificar se preenchia os requisitos legais
para ser recebida. Exaustivamente examinada pela assessoria técnica
da Câmara, concluiu que os fatos narrados na denúncia não
configuram crime de responsabilidade .. .''. Contra a decisão que
denegou o recebimento da denúncia impetrou-se mandado de
segurança contra o Presidente da Câmara dos Deputados, tendo o STF
firmado que a competência daquele "não se reduz à verificação das
formalidades extrínsecas e da legitimidade de denunciadores e
denunciados, mas se pode estender, rejeição imediata da acusação
aparentemente inepta".
 Caso a Câmara dos Deputados decida pela adequação da acusação,
a autorização terá sido dada, sendo válido informar que a mesma:
(i) em se tratando de crime de responsabilidade, vinculará o Senado Federal
– que estará, agora, obrigado a instaurar o processo contra o Presidente;
(ii) em se tratando de crime comum, não vinculará o STF, que ainda fará
novo juízo de admissibilidade, para decidir se recebe, ou não, a denúncia
ou a queixa-crime;
55  O juízo de admissibilidade engendrado na Câmara
dos Deputados é político, e não jurídico; isso
significa que mesmo que a materialidade delitiva e
a autoria estejam devidamente comprovadas
pode a Casa Legislativa não autorizar o
processamento, por entender que o mesmo geraria
indesejável instabilidade institucional e/ou política.
Vê-se que o que está em jogo não é o imperativo
da lei, mas "a conveniência aos interesses da
nação, a oportunidade de deposição, ainda que
merecida. Entre o mal da permanência no cargo
de quem tanto mal causou e poderá repeti-lo,
além do exemplo da impunidade, e o mal da
deposição numa atmosfera social e política
carregada de ódios, ainda que culpado o
Presidente, poderá a Câmara dos Deputados
isentá-lo do julgamento, dando por improcedente
a acusação".
56

 Conforme entendimento prolatado pelo STF, o


Presidente da República deve ter assegurado o seu
direito de defesa já nesta fase, mesmo que ainda não
exista nenhum processo. A justificativa reside na
circunstância de a autorização para o processamento
já importar em situação que lhe é prejudicial - afinal, em
se tratando de crime de responsabilidade, com a
autorização dada pela Câmara dos Deputados ele já
terá contra si a certeza de um processo de impedimento
instaurado no Senado Federal. Poderá, pois, o
Presidente produzir provas em sua defesa, por meio da
convocação de testemunhas ou mesmo solicitando a
realização de perícias;
57 No Senado:
 Ocorrendo aceitação da Denúnica e instauração do processo de
impedimento no Senado, o Presidente será afastado do cargo;
 A condenação do Presidente pela prática de crime somente sera
proferida pelos votos de 2/3 dos membros do Senado (presidido
pelo Presidente do STF) em votação nominal aberta, acarretará a
perda do cargo, com inabilitação para o exercício de função
pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
 Tal penalidade é claramente indissociável, consequente e imediata.
Isso não aconteceu no julgamento da ex-presidente Dilma em
agosto de 2016, duas votações ocorreram de forma incoerente. E
decidiu-se pela não aplicação dos efeitos da parte final do artigo
citado.
 A interpretação dada a Constituição foi realizada por Destaque de
Votação em Separado (DVS) feito pelo PT ao Ministro Presidente do
STF que presidia a sessão e o acatou monocraticamente.
 Dilma sofreu impechment em 30 de agosto de 2017 . O placar foi de
61 votos favoráveis e 20 votos contrários.
58 5.8 Como a imprensa tratou o
impeachment de Dilma:
 O plenário do Senado aprovou na quarta-feira (31), por 61
votos favoráveis e 20 contrários, o impeachment de Dilma
Rousseff.
 A presidente afastada foi condenada sob a acusação de ter
cometido crimes de responsabilidade fiscal – as chamadas
"pedaladas fiscais" no Plano Safra e os decretos que geraram
gastos sem autorização do Congresso Nacional, mas não foi
punida com a inabilitação para funções públicas. Com isso,
ela poderá se candidatar para cargos eletivos e também
exercer outras funções na administração pública.
 A decisão de afastar Dilma definitivamente do comando do
Palácio do Planalto foi tomada na primeira votação do
julgamento final do processo de impeachment. A pedido de
senadores aliados de Dilma, o presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, decidiu realizar
59
 A primeira, analisou apenas se a petista deveria perder o mandato
de presidente da República.
 Na sequência, os senadores apreciaram se Dilma devia ficar
inelegível por oito anos a partir de 1º de janeiro de 2019 e impedida
de exercer qualquer função pública.
 Na votação, 42 senadores se posicionaram favoravelmente à
inabilitação para funções públicas e 36 contrariamente. Outros 3
senadores se abstiveram. Para que ela ficasse impedida de exercer
cargos públicos, eram necessários 54 votos favoráveis.
 A condenação de Dilma se deu após seis dias de julgamento no
Senado. Até o impeachment, houve sete votações no Congresso.
 O primeiro parecer foi aprovado na comissão especial da Câmara,
em 11 de abril de 2016, por 38 a 27. A autorização para a abertura
do processo foi dada em 2 de dezembro de 2015, pelo então
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no mesmo dia em que a
bancada do PT decidiu votar pela continuidade do processo de
cassação contra ele no Conselho de Ética. Em 12 de maio, o
Senado decidiu afastar Dilma, e Temer assumiu a Presidência
interinamente. Desde então, o processo de impeachment passou a
ser conduzido pelo presidente do Supremo.
60 5.10 Conselho da República
É um órgão superior de consulta do Presidente da República e suas
manifestações não terão de forma alguma, caráter vinculatório aos atos a
serem tomados pelo Presidente da República (art. 89 da CF/88).

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República,


e dele participam:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos
pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da
reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo
Ministério.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República (Lei n
8041/90).
61 5.11 Conselho de Defesa Nacional
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos
relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam
como membros natos:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
V - o Ministro de Estado da Defesa;
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
VII - o Ministro do Planejamento.
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta
Constituição;
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território
nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas
com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a
independência nacional e a defesa do Estado democrático.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional ( Lei n. 8.183/91)
62 6. O PODER JUDICIÁRIO

6.1 GENERALIDADES
 Previsão constitucional: arts. 92 a 126;
 Funções:
a) Típica: julgar;
b) Atípicas: legislar (art. 96, I – elaboração
do Regimento Interno) administrar (art.
96, I, f);
 Executor da jurisdição;
 Guardião da Constituição; preserva os
princípios da legalidade e igualdade.
Sendo, portanto, requisito essencial a
um Estado Democrático de Direito;
63 6. O PODER JUDICIÁRIO

 Sua independência é caracterizada pelo:


a) controle judicial de seus atos;
b) possibilidade de controlar a constitucionalidade
das leis ou atos normativos que desrespeitarem o
livre exercício deste poder.
64 6.2 Princípios norteadores do
Judiciário
 Princípios esculpidos na CF/88 arts. 93 e 94 com
alterações dadas pela EC 45/04;
 Ingresso na carreira – cargo inicial juiz substituto
(art. 63, inciso I da CF/88);
 Promoção na carreira: Presteza e Merecimento;
 Antiguidade;
 Atividade Ininterrupta – EC 45/04,
(acrescentando ao art. 93 o inciso XII), férias
coletivas vedadas aos Juízes e Tribunais de 2º
grau;
 Proporcionalidade entre o número de juízes e a
demanda (art. 93, inciso XII);
 Distribuição Imediata dos Processos;
65 6.3 GARANTIAS JUDICIÁRIO
Autonomia orgânico-
administrativa – art. 96 da
CF/88

INSTITUCIONAIS
Autonomia financeira – art.
99 da CF/88

Vitaliciedade
GARANTIAS DO
JUDICIÁRIO Independência dos
órgãos judiciários -
Inamovibilidade
art. 95, I a III da
CF/88.
Irredutibilidade dos
FUNCIONAIS OU subsídios
DE ÓRGÃOS
Imparcialidade dos órgaos
judiciários – art. 95, Vedações
parágrafo único, I a IV da
CF/88.
66 6.4 Generalidades
 O acesso aos Tribunais de 2º grau far-se-á por antiguidade e
merecimento, alternadamente, apurados na última ou única
entrância (art. 93, III), como também pelo quinto constitucional.
 Previsão de cursos oficiais de aperfeiçoamento dos Magistrados
constituindo etapa obrigatória para o processo de
vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido
pela Escola Nacional de formação e aperfeiçoamento de
magistrados (art. 93, inciso IV);
 Subsídios dos Magistrados – art. 93, inciso V c/c os arts. 48, inciso
XV, art. 37, inciso XI , e 39,§4º da CF/88;
 Vitaliciedade :
a) Tribunais de 1º grau – 02 anos;
b) Tribunais superiores – 1º dia útil de efetivo exercício;
67 6.4 Generalidades

 Órgão especial – Segundo art.


93, XI, nos tribunais com número
superior a 25 julgadores, poderá
ser constituído órgão especial,
com o mínimo de 11 e o
máximo de 25 membros, para o
exercício das atribuições
administrativas e jurisdicionais
delegadas da competência do
tribunal pleno, provendo-se
metade das vagas por
antiguidade e a outra metade
por eleição pelo tribunal pleno.
68 6.5 Vedações aos Magistrados
(art. 95, parágrafo único)
 exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
função, salvo uma de magistério;
 receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
participação em processo;
 dedicar-se à atividade político-partidária;
 receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
 exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do
cargo por aposentadoria ou exoneração [chamada de
quarentena].
6.6 Regra do Quinto Constitucional – art. 94
69
TRFs
Membros do MP com
mais de 10 anos de
carreira
TJs

Advogados de notório
saber jurídico e Quinto
reputação illibada com Constitucional TJDFT
mais de 10 anos de 1/5
efetivo exercíico
TST
Indicados em lista (art. 111, A-I)
sêxtupla pelos seus
respectivos órgãos de
clase TRTs
(art. 115,I)
O Tribunal formará lista tríplice
indicando-o ao Executivo que
nos 20 dias subsequentes
escolherá um dos seus Quinto constitucional é o mecanismo que
integrantes para nomeação. confere vinte por cento dos assentos existentes
nos tribunais aos advogados e promotores;
portanto, uma de cada cinco vagas nas Cortes
A regra do Quinto Constitucional de Justiça é reservada para profissionais que
– art. 94 da CF/88 não se submetem a concurso público de
provas e títulos
6.7 Estrutura do Poder Judiciário
70
brasileiro
71 6.8 Peculiaridades na
composição dos Tribunais
 Cada Estado da Federação e o DF terá um Tribunal de
Justiça e um TRT;
 Hoje temos 09 regiões no TRF;
 A Justiça Eleitoral é uma Justiça Federal especializada que
não possui quadro próprio de juízes, composta pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), pelos Tribunais Regionais Eleitorais
(TREs), pelos Juízes Eleitorais e pelas Juntas Eleitorais (art.
118). O TSE compõe-se de, no mínimo, 7 membros,
escolhidos (art. 119).
72  A Justiça Militar federal é composta pelo Superior Tribunal
Militar (STM) e pelos Tribunais e Juízes Militares (art. 122). O
STM é composto por 15 Ministros vitalícios, sendo 10 militares
e 5 civis, todos eles escolhidos pelo Presidente da República
e aprovados pelo Senado Federal, por maioria absoluta de
votos. Os 10 militares são oficiais-generais, todos da ativa e
do posto mais elevado da carreira, dos quais 3 são da
Marinha, 4 do Exército e 3 da Aeronáutica, todos brasileiros
natos (o cargo de oficial das Forças Armadas é privativo de
brasileiro nato) (art. 123, caput).
 A Justiça Militar estadual, sofreu profundas modificações
com a EC 45/2004, pode ser criada a partir de projeto de lei
de iniciativa do Tribunal de Justiça, sendo constituída, em
primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de
Justiça Militar e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de
Justiça ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que
o efetivo militar seja superior a 20.000 integrantes (art. 125, §
3º). Apenas os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio
Grande do Sul possuem Tribunal de Justiça Militar com
concurso específico para o cargo.
73 6.9 O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF)
Composição: 11 ministros com competências
originárias e recursais

 Dias Toffoli -Presidente do STF


74

Ministro Luiz Fux


Vice presidente do STF
75

 Ministro Celso de Mello  Ministra Carmén Lúcia


- Decano
76

 Ministro Marco Aurélio  Ministro Gilmar Mendes


77

 Ministro Alexandre de Moraes  Ministra Rosa Weber


 Ministro Ricardo  Ministro Luís Roberto
Leowandowski Barroso
78

 Ministro Edson Fachin


79 6.11 Os Tribunais e Juízes dos Estados

 Competência residual;
 Origina-se em dois graus de jurisdição- juízo a quo e juízo ad
quem;
 Exercerá as funções da Justiça Militar Estadual quando o efetivo
seja inferior a 20 mil integrantes;

 Inovações da EC 45/04:
a)Descentralização e criação das Câmaras Regionais;
b) Justiça Itinerante.
6.12 Estrutura administrativa do Tribunal de
80 Justiça da Paraíba
(LOJE – Lei de Organização e Divisão Judiciárias do Estado da Paraíba. Lei
Complementar nº 96, de 03 de dezembro de 2010.)

Art. 2º São órgãos do Poder Art. 6º São órgãos do Tribunal de


Judiciário do Estado: Justiça:
I – o Tribunal de Justiça; I – o Tribunal Pleno;
II – o Tribunal do Júri; II – as Seções Especializadas;
III – os Juízes Substitutos e de III – as Câmaras Especializadas;
Direito;
IV – o Conselho da Magistratura;
IV – a Justiça Militar;
V – a Presidência do Tribunal de
V – os Juizados Especiais; Justiça;
VI – a Justiça de Paz. VI – a Vice-Presidência do Tribunal
de Justiça;
VII – a Corregedoria-Geral de
Justiça;
VIII – as Comissões;
IX – a Escola Superior da
Magistratura;
X – a Ouvidoria de Justiça.
6.13 Dos Tribunais e juízes do Distrito
81
Federal e dos Territórios

 Serão organizados e mantidos pela União – arts. 21, XIII, 22,


XVIII e 33, §3º), formada pelos Tribunais e Juízes do DF e dos
Territórios, e que também criará os juizados especiais e as
justiças de paz;
 Nos territórios federais as atribuições competentes aos juízes
federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da
lei.
6.14 A EC 45/04 –
82
Pontos principais:

 Transparência;
 Criação do Conselho Nacional de justiça como órgão de
correição do Poder Judiciário (art.92, I-A da CF/88);
 Celeridade;
 Garantias;
 Criação de ouvidorias estaduais.
83 • Celeridade
 Súmula vinculante: O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por
provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, depois de
reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como
proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei
(103-A);
 Distribuição imediata de processos: A distribuição de processos será
imediata, em todos os graus de jurisdição (93, XV) e no Ministério Público
(129, §5º)
 Destinação das custas:As custas e emolumentos serão destinados
exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da
Justiça.(98, §2º).
 Repercussão geral:No recurso extraordinário o recorrente deverá
demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no
caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do
recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de
seus membros.(102, §3º);
84 • Garantias
 Federalização dos crimes contra direitos humanos: Nas hipóteses de
grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República,
com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações
decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o
Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça,
em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento
de competência para a Justiça Federal. (109, V-A e §5º);
 Acordos internacionais sobre direitos humanos: os tratados e
convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados,
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais. (art. 5º, §3º) O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal
Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão (art.5º,
§4º)
 Justiça militar: fica expressa na Constituição a competência do júri
quando a vítima for civil, ou seja, exclui-se a competência da Justiça
Militar (125, §4º);
85 • Ouvidorias estaduais

 Os Tribunais de Justiça criarão ouvidorias de justiça, competentes


para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado
contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus
serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho
Nacional de Justiça. (125, §8º).
86 • As regras de organização

 Autonomia das defensorias públicas estaduais: Às


Defensorias Públicas Estaduais é assegurada autonomia
funcional e administrativa, e a iniciativa de sua proposta
orçamentária.(134, §2º).

 Extinção dos Tribunais de Alçada: Ficam extintos os


tribunais de Alçada, passando os seus membros a integrar
os Tribunais de Justiça dos respectivos Estados, respeitadas
a antiguidade e classe de origem (PEC n. 29/2000)
Novas competências da
87
justiça do trabalho
 Manutenção do poder normativo da Justiça do Trabalho:
recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à
arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar
dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do
Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas
legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente (114, §2º);
 Greve em atividade essencial: em caso de greve em atividade
essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o
Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo,
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (114, §3º);
 Varas especializadas agrárias: para dirimir conflitos fundiários, o
Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas,
com competência exclusiva para questões agrárias (126);
 Ampliação dos membros do Tribunal Superior do Trabalho: o
Tribunal Superior do Trabalho passa de dezessete a vinte e sete
Ministros (111-A)
88 Acesso à justiça

 Justiça itinerante: os Tribunais Regionais Federais (107, §2º),


os Tribunais Regionais do Trabalho (115, §1º), os Tribunais de
Justiça (125, §6º) instalarão a justiça itinerante, com a
realização de audiências e demais funções da atividade
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários;
 Descentralização: os Tribunais Regionais Federais (107, §3º),
os Tribunais Regionais do Trabalho (115, §2º), os Tribunais de
Justiça (125, §7º) poderão funcionar descentralizadamente,
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno
acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
processo.
89 6.15 Composição do CNJ (art. 103-B –
redação dada pelas EC nº45/04 e 61/09)

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe- VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal
se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 de Justiça;
(dois) anos, admitida 1 (uma) recondução,
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho,
sendo:
indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Superior do Trabalho;
indicado pelo respectivo tribunal;
X - um membro do Ministério Público da União,
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo Procurador-Geral da República;
indicado pelo respectivo tribunal;
XI um membro do Ministério Público estadual,
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, escolhido pelo Procurador-Geral da República
indicado pelo Supremo Tribunal Federal; dentre os nomes indicados pelo órgão
competente de cada instituição estadual;
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal
Federal; XII - dois advogados, indicados pelo Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado
pelo Superior Tribunal de Justiça; XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada, indicados um pela Câmara
dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
90 Funções do CNJ:

• Planejamento: o planejamento e a padronização das atividades


do Poder Judiciário, em âmbito nacional, e gerenciar banco
estatístico de dados;
• Fiscalização de atos: apreciar a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder
Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para
que se adotem as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal
de Contas da União;
• Controle disciplinar: receber e conhecer das reclamações contra
membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus
serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços
notariais e de registro, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos
disciplinares em curso e determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa.
91 6.15.1 Principais Resoluções do CNJ
 Resolução 175 de maio de 2013 - É vedada às
autoridades competentes a recusa de habilitação,
celebração de casamento civil ou de conversão de união
estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo.

 Resolução nº 11, de 31 de janeiro 2006. Regulamenta o


critério de atividade jurídica para a inscrição em concurso
público de ingresso na carreira da magistratura nacional e
dá outras providências.
92 6.15.1 Principais Resoluções do CNJ

 Resolução nº 140, de 26 de setembro de 2011: Proíbe a


atribuição de nomes de pessoas vivas aos bens públicos sob a
administração do Poder Judiciário;

 Resolução nº 75, de 12 de Maio de 2009: Dispõe sobre os


concursos públicos para ingresso na carreira da magistratura
em todos os ramos do Poder Judiciário nacional.
93 6.16 Composição do CNMP
(art. 130-A)
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze
membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de
dois anos, admitida uma recondução, sendo:
I. o Procurador-Geral da República, que o preside;
II. quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação
de cada uma de suas carreiras;
III. três membros do Ministério Público dos Estados;
IV. dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior
Tribunal de Justiça;
V. dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados
do Brasil;
VI. dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um
pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados
pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da
atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento
dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe:
I . zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
94 II. zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade
dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e
dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos
Tribunais de Contas;
III. receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da
União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência
disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso,
determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada
ampla defesa;
IV. rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério
Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do
Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem
prevista no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do
Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das
atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
I. receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do
Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;
II. exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III. requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar
servidores de órgãos do Ministério Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao
Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para
receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do
Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao
Conselho Nacional do Ministério Público.
95 6.17.1 Funções do CNMP

• Planejamento: o planejamento e a padronização das atividades do


Ministério Público;
• Fiscalização: apreciar a legalidade dos atos administrativos
praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e
dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para
que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento
da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
• Controle disciplinar: receber e conhecer das reclamações contra
membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados,
inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência
disciplinar e correcional da instituição, podendo avocar processos
disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo
de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada
ampla defesa;
 Publicidade das decisões administrativas
96  As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em
sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria
absoluta de seus membros (93, X);
 Eleição para o órgão especial: Nos tribunais com número superior a
vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com
o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas
da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas
por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno
(93, XI);
 Poderes vinculantes para as decisões do Conselho da Justiça
Federal e do Conselho
 Superior da Justiça do Trabalho
 Funcionará junto ao Superior Tribunal de Justiça (105, par, um, II) o
Conselho da Justiça Federal, e, junto ao Tribunal Superior do
Trabalho (111-A, §2º, II) o Conselho Superior da Justiça do Trabalho,
cabendo-lhes exercer a supervisão administrativa e orçamentária
da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central
do sistema e com poderes correcionais, cujas decisões terão caráter
vinculante.
7. DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DAS
97 FUNÇÕES ESSENCIAIS DA JUSTIÇA

7.1 GENERALIDADES:
 Institucionalização de atividades profissionais
públicas e privadas (atribuindo-lhes status
constitucional): Ministério Público (arts. 127 a 135);
Advocacia Pública (art. 131 a 132); Advocacia
(art. 133) e a Defensoria Pública (art. 134)
 Definição art. 17 da CF/88;
 Sua evolução na história constitucional brasileira;
 Legislação que o regulamenta:
 Lei nº 8.625/93- Lei Orgânica Nacional do MP que
regulamenta o seu funcionamento - LOMP
98 7.2 Estrutura do Ministério
Público Federal
99

 LC 75/93 – Lei orgânica do MP de caráter


federal;
 Organização na CF/88 – previsão art. ,128, I e II:
 O MP compreende: MP União e o MP Estadual;

 O MP UNIÃO engloba: MP Federal, MP do


Trabalho, MP Militar, MP do Distrito Federal e
dos Territórios;
 O MP ESTADUAL: chefia do Procurador Geral
de Justiça ( não hierarquia nos seus entes);
100 7.3 Princípios Institucionais –
previsão do art. 127, §1˚:
 Unidade está afeto à ideia de que todos os membros do Ministério
Público integram um único órgão, possuindo uma única estrutura e
sendo chefiado por um só Procurador-Geral
 Indivisibilidade os membros do Ministério Público não estão
vinculados aos processos nos quais atuam, podendo ser substituídos
uns pelos outros, desde que sejam do mesmo ramo do Ministério
Público, haja vista que o ato é praticado pela instituição e não pelo
agente.
 Independência funcional significa que o membro do Ministério
Público, quando atua em um processo, não está subordinado a
ninguém, nem mesmo ao seu Procurador-Geral, vinculando-se, tão
somente, à sua consciência jurídica.
100
7.4 Aos membros do Ministério
Público é vedado (art. 128, § 5º, II):

 receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,


honorários, percentagens ou custas processuais;
 exercer a advocacia;
 participar de sociedade comercial, na forma da lei;
 exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer
outra função pública, salvo uma de magistério;
 exercer atividade político-partidária;
 receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas
ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
102 7.5 Chefia do
MPU: Raquel
Dodge
 O MPU tem como chefe o Procurador-Geral da República,
nomeado pelo presidente da república dentre integrantes
da carreira, maiores de 35 anos de idade, após aprovação
de seu nome pela maioria absoluta dos Membros do
Senado Federal para mandato de dois anos, permitidos
mais de uma recondução sem quaisquer restrições. No
entanto, quando ocorrer uma nova recondução deverão
necessariamente ser obedecidos os requisitos de uma nova
nomeação;
 Destituição: Pelo Presidente e aprovação da maioria
absolta do Senado.
103 7.6 Chefia dos Ministérios Públicos dos
Estados e do Distrito Federal e Territórios:

 Titulado de Procurador-Geral de Justiça (PGJ) formarão lista


tríplice dentre os integrantes da carreira, através de voto
plurinominal, na forma da lei respectiva, para a escolha dos
seus respectivos procuradores gerais, que serão nomeados
pelo Chefe do Executivo nos Estados Membros – Governador
do Estado, no caso do DF e dos Territórios – Presidente da
República;
 Mandato de 02 (dois) anos permitida uma única recondução;

 Destituição dos PGJ dos Estados pela maioria absoluta da


Assembléia Legislativa local; No caso do MP do DF e dos
Territórios obedecerá a regra do MP da União;
104 7.7 Vacância do Cargo
 No caso de vacância do cargo o novo procurador
geral assume o tempo que restava para acabar os
dois anos ( chamado Mandato Tampão) ou então
cumpre um novo mandato de dois anos completos?

 Deve cumprir os dois anos, pois, segundo José Afonso,


não se trata de mandato e sim de investidura a
tempo certo.

 Qualquer afronta as regras constitucionais gerarão


inconstitucionalidade.
105 7.8 O Procurador – Geral do
Trabalho

 Será o chefe do MP do Trabalho nomeado pelo PGR


dentre os membros da instituição com mais de 10 anos de
carreira, integrante de lista tríplice escolhida mediante
voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de
procuradores para o mandato de dois anos permita uma
única recondução, sendo necessários os mesmos requisitos
para a nova investidura . Caso não haja número suficiente
de candidatos que contem com mais de 05 anos na
carreira, poderá concorrer a lista tríplice com mais de 02
anos na carreira.

 Exoneração: proposta ao PGR pelo Conselho Superior ao


PGR mediante deliberação obtida com base em voto
secreto de 2/3 de seus integrantes;
7.9 O Procurador – Geral da Justiça
106
Militar

 Será o Chefe do Ministério Público Militar nomeado pelo


Procurador Geral da República, dentre integrantes da Instituição
também com mais de 35 anos de idade e cinco anos de carreira
escolhidos em lista tríplice mediante voto plurinominal, facultativo
e secreto pelo colégio de Procuradora para um mandato de dois
anos permitida uma única recondução, sendo necessários os
mesmos requisitos para a nova investidura . Caso não haja
número suficiente de candidatos que contem com mais de 05
anos na carreira, poderá concorrer a lista tríplice com mais de 02
anos na carreira.
 Exoneração: proposta ao PGR pelo Conselho Superior ao PGR
mediante deliberação obtida com base em voto secreto de 2/3
de seus integrantes;
 PEC – Paralela do Judiciário – n 358/05 que visa modificar o art.
128, § 1º , explicita que o PGR deva ser oriundo do MPF , e
também sendo permitida uma única recondução.
107 8. ADVOCACIA PÚBLICA
Advocacia Geral da União, Procuradoria-Geral da
Fazenda e Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal

 Segundo o art. 131, caput, “a Advocacia-Geral da União é a


instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado,
representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-
lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua
organização e funcionamento [Lei Complementar 73/1993],
as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do
Poder Executivo”.
108 8.1 Composição:
Advocacia Geral da
União;

Procuradoria Geral
da Fazenda;

Procurador do Banco
Central do Brasil;
Advocacia Pública

Procuradores dos
Estados;

Procuradores do
Distrito Federal;

Procuradores dos
Municípios.
109 8.2 Questões pertinentes:
 O advogado público (Defensor Público) apesar de estar
vinculado ao ente estatal (Estado-Membro), defende os
hipossuficientes; é o advogado da sociedade;
 Os advogados públicos podem desde que não haja proibição
legal (visto que não houve previsão constitucional), advogar
fora das atribuições institucionais desde que não violem os
interesses da pessoa de direito público em relação à qual
pertencem.
110 8.3 Advocacia Pública nos
Estados e no DF
 É exercida pelos Procuradores dos Estados e pelos
Procuradores do Distrito Federal, organizados em carreira, na
qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e
títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do
Brasil em todas as suas fases, cumprindo a representação
judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades
federadas.
111 8.4 Órgãos da Advocacia Geral da União
•Advogado-Geral da União
•Procuradoria-Geral da União
•Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
•Consultoria-Geral da União
ÓRGÃOS DE DIREÇÃO SUPERIOR •Conselho Superior da Advocacia-Geral da União
•Corregedoria-Geral da Advocacia da União

ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO • Procuradorias Regionais da União


•Procuradorias Regionais da Fazenda Nacional
•Procuradorias da União nos Estados e no Distrito
Federal e as Procuradorias Seccionais destas
•Consultoria da União
•Consultorias Jurídicas nos Ministérios
ÓRGÃO DE ASSISTÊNCIA DIRETA E IMEDIATA •Gabinete do Advogado Geral da União
AO ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

ÓRGÃOS VINCULADOS •Procuradorias e Departamentos Jurídicos das


autarquias e fundações públicas.
Quem é o
112
Advogado
Geral da União?
 Nomedo pelo Presidente da República dentre cidadãos
maiores de 35 anos de notável saber jurídico e reputação
ilibada;
 Hoje é : André Luiz de Almeida Medonça (2019);
 Poderá não entregar a carreira;
 Tem status de Ministro de Estado;
 Foro competente para o julgamento dos seus crimes: STF e nos
crimes de responsabilidade será julgado pelo Senado;
 Participa, manifestando-se nas ações típicas do controle de
constitucionalidade;
 Mais elevado órgão de assessoramento jurídico do Poder
Executivo, submetido direta, pessoal e imediata à surpevisão
do Presidente da República.
113 8.6 Defensorias Públicas
(Assistência Jurídica, Integral e Gratuita aos que
comprovem hipossuficiência de recursos)

Defensoria Pública da União;

Defensoria Pública dos Territórios;

Defensoria Pública dos Estados e

Defensoria Pública do Distrito Federal.


114 8.7 Princípios Institucionais

Independência
Unidade Indivisibilidade
funcional
115 8.8 A Advocacia Privada
(art. 133)
 O advogado é indispensável à administração da justiça,
sendo inviolável por seus atos e manifestações no
exercício da profissão, nos limites da lei.
 Esta norma traz à lume duas características
fundamentais do advogado:
a) a indispensabilidade, como regra;
b) a imunidade relativa no exercício do seu mister.
11
6

FIM!

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