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Camilo Castelo Branco

(1825-1890)
«A última pessoa falecida, há vinte e seis anos,
foi Manuel Botelho, pai do autor deste livro.»

Amor de Perdição (Conclusão)


«Falhou nos estudos (oficiais)
e nas relações amorosas.»
Alexandre Cabral, in «Camilo»,
Dicionário de Camilo Castelo Branco.

«A acidentada vida passional de Camilo


Castelo Branco foi a mais importante fonte
da própria novela camiliana […].»
A. J., Saraiva e O. Lopes,
História da Literatura Portuguesa.

«Camilo viveu uma vida em estado


de representação […].»
Abel Barros Baptista, O Inexorável Romancista.
Episódios da Assinatura Camiliana.
«Continuo a padecer de tudo, e principalmente dos olhos.
Tenho à volta de mim 14 luzes para ver o que te escrevo.
Desde que o sol se esconde, estou cego; e não apresento
sintomas de amaurose nem de cataratas.»

Camilo Castelo Branco, carta de 18 de novembro de 1886,


in Camilo Íntimo. Cartas de Camilo Castelo Branco ao Visconde de Ouguela.
1825 — Camilo nasce em Lisboa, filho
de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco
e mãe incógnita (talvez Jacinta Espírito
Santo, morrendo esta em 1827).

1835 — Depois da morte do pai, passa


a ser educado por familiares, em Trás-os-
-Montes, região que o marcará.

1841 — Casa-se com Joaquina Pereira, Casa onde nasceu Camilo Castelo
Branco, na Rua da Rosa (atuais
que morre em 1847 e de quem tem uma números 3-15), em Lisboa.
filha (que viverá até aos cinco anos).
1842-1845 — Sem sucesso, tenta concluir o curso de Medicina.

Curiosidade
Diz-se que, enquanto cursou
Medicina, terá ido buscar, para
estudos médicos, os despojos
mortais de uma das suas
amadas.

Michiel Mierevelt, Lição de Anatomia (1617).


1848 — Inicia-se na atividade literária,
frequentando locais como o Café Guichard,
no Porto.

1850-1852 — Matricula-se no Seminário do Porto, J. G. Martini, Navios no Rio Douro (1835).

depois de uma crise religiosa relacionada com


o casamento de Ana Plácido, por quem se
apaixonara, tendo vivido antes várias aventuras
amorosas.

Retrato de Ana
Plácido na Casa
de Camilo Castelo
Branco,
em Famalicão
(Joseolgon).
1859 — Ana Plácido abandona o marido
e vai viver com Camilo para Lisboa, originando
grande escândalo e perseguições judiciais,
que culminam na prisão dos dois apaixonados
na Cadeia da Relação do Porto.

Edmund Blair Leighton,


Assinando o Registo (século XIX).

Edifício onde funcionava a Cadeia da Relação


(Porto); atualmente, está instalado neste edifício
o Centro Português de Fotografia.
1861 — Absolvição de Camilo e Ana Plácido.

1862 — Publicação de Amor de Perdição. Apesar de ser inquestionável, nesta


altura, o valor de Camilo enquanto novelista, as dificuldades monetárias continuam
a afligir o escritor.

1863 — Camilo passa a viver numa casa herdada, em São Miguel de Seide
(Famalicão). A escrita, que passa a assegurar a sua sobrevivência, revela influências
da nova técnica realista.

A residência habitual de Camilo


Castelo Branco, atual Casa-Museu
em São Miguel de Seide (Joseolgon).
1861 — Absolvição de Camilo e Ana Plácido.

1862 — Publicação de Amor de Perdição. Apesar de ser inquestionável, nesta


altura, o valor de Camilo enquanto novelista, as dificuldades monetárias continuam
a afligir o escritor.

1863 — Camilo passa a viver numa casa herdada, em São Miguel de Seide
(Famalicão). A escrita, que passa a assegurar a sua sobrevivência, revela influências
da nova técnica realista.

Quarto de Camilo, quarto de Ana Plácido


A residência habitual de Camilo e escritório de Camilo — Casa-Museu
Castelo Branco, atual casa-museu em São Miguel de Seide
(fotogramas de LER+, Ler Melhor, RTP).
em São Miguel de Seide (Joseolgon).
1888 — A ligação entre Camilo e Ana Plácido torna-se legítima.

1890 — As dificuldades financeiras, os dissabores familiares (dois filhos que


o desiludem) e a cegueira, que Camilo sabia ser definitiva, dão origem a um
desencanto extremo, para o qual o escritor não encontra solução, optando pelo
suicídio.

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