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Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil

PEC00032 – Fundações
Prof. Nilo C. Consoli

Estacas Individuais e em Grupo,


Submetidas a Carregamentos
Laterais

Aluno
Gustavo Dias Miguel
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil
PEC00032 – Fundações
Prof. Nilo C. Consoli

Estrutura Introdução Técnicas de Design Abordagens para análise Referências

Introdução
Técnicas de Design
Ocorrência de estacas carregadas lateralmente;
Resposta do solo;
Resposta de uma estaca;
Modelos para análise de estacas individuais sob carregamentos laterais;
Modelos para análise de estacas em grupo sob carregamentos laterais;

Abordagem para análise de estacas em grupos


Estacas pouco espaçadas (closely-spaced piles) sob carregamentos laterais;
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Estrutura Introdução Técnicas de Design Abordagens para análise Referências

Premissa: com cargas axiais, laterais ou momentos fletores, o engenheiro deve


garantir que a estaca isolada, ou a estaca crítica em um grupo de estacas, esteja
segura contra o colapso e não apresente deslocamentos de grande magnitude.

Carregamentos Equilíbrio Limite


Axiais

Carregamentos Equações Diferenciais


Laterais Não-Lineares
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 A técnica tradicional de análise limite, usualmente empregada para se estimar


a capacidade última da maioria de fundações, trata-se somente de algo a
margem de como tentar abordar o comportamento de estacas carregadas
lateralmente. Esta solução só se aplicaria a problemas simplórios os quais é
evidente o comportamento.

 Relações não-lineares por sua vez, podem exprimir a rigidez e a resistência do


solo em função do deslocamento da estaca, ponto a ponto, ao longo de seu
comprimento. As soluções que resultam destas equações, então, podem ser
utilizadas para satisfazerem as requeridas condições de equilíbrio e
compatibilidade.
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 Ocorrência de Estacas Carregadas Lateralmente


A respeito da finalidade de estacas carregadas lateralmente, sua utilização
pode ser classificada em estacas ativas ou passivas.
 Estacas ativas são  Estacas passivas são
aquelas carregadas aquelas em que o
principalmente em seu carregamento é aplicado
topo com o intuito de ao longo de seu
suportar a comprimento devido a
superestrutura, como o pressão de solo, assim
caso de uma ponte, um como no caso de
edifício, etc. contenções, barreiras, etc.
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 Resposta do solo
 Idealização da distribuição de tensões:

Reese & Van Impe (2007)

 Esta distribuição só é correta se considerarmos que a estaca seja totalmente


rígida, a ponto de não sofrer qualquer flexão, ou seja, se deslocaria por
inteiro. Desta forma, a tensão irá reduzir na parte traseira e aumentar na
parte frontal da estaca.
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 Resposta do solo
 A integração da tensão unitária irá resultar na magnitude da força pl de reação
do solo que atuará opostamente a direção do deslocamento yl.
 O principal parâmetro do solo no design de uma estaca sob carregamento
lateral é o módulo de reação (F/L), definido como a resistência (F) do solo em
um ponto ao longo da estaca em uma determinada profundidade, dividido
pelo deslocamento da estaca naquele mesmo ponto (L).
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 Resposta do solo
 Neste caso, o comportamento do solo pode ser descrito por típicas curvas p-y
que compõem um grupo de família de curvas que descrevem a resistência do
solo em função da profundidade (z).

Reese & Van Impe (2007)


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 Resposta do solo
 O módulo de reação pode ser definido como a inclinação secante a uma curva
p-y. Epy é nomeado como módulo de reação para uma estaca submetida a
carregamentos laterais.
 Valores de Epy apresentam-se constantes para deslocamentos pequenos, mas
diminuem com o aumento dos deslocamentos.
 Para uma solução prática, Epy é modificado ponto-a-ponto ao longo do
comprimento da estaca conforme a interação ocorre. A interação leva em
conta a compatibilidade entre o deslocamento da estaca e a resistência do
solo, de acordo com as curvar não-lineares p-y as quais forem selecionadas
para o modelo.
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 Resposta do solo
 As curvas teóricas acima expostas são bem representadas por curvas obtidas
em ensaios experimentais de verdadeira grandeza envolvendo carregamentos
laterais em estacas, estas sendo instrumentadas ao longo de sua
profundidade com intuito de se obter os momentos fletores ao longo de todo
seu comprimento.
 Diferenciação e integração destas curvas levam a curvas p-y experimentais.
Exemplos de curvas p-y in situ são apresentadas por Reese et al. (1975), as
estacas foram instrumentadas ponto a ponto, com espaçamentos bastante
pequenos:
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 Resposta do solo Reese & Van Impe (2007)

 Observa-se uma maior Carregamento cíclico

capacidade de carga ponto a


Carregamento estático
ponto no carregamento estático
além disto, no carregamento
estático há uma manutenção
dos carregamentos enquanto
que no carregamento cíclico a
queda é bastante brusca sem
que se consiga manter o nível
de carregamento.
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 Resposta do solo
 Alternativamente aos trabalhos in situ, há a utilização do método dos
elementos finitos, onde aconselha-se que a abordagem deve ser realizada em
modelos tridimensionais e próximos a superfície do solo, visto que a parte
superior do solo possui efeito dominante no comportamento das estacas.
 Até então, a utilização de MEF para um melhor entendimento de estacas
carregadas lateralmente teve um bom êxito no caso de estacas isoladas, no
caso de estacas em grupo, muita dificuldade é encontrada e os resultados
obtidos servem somente como um indicativo de como se desenvolveriam as
curvas p-y para estes casos.
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 Resposta de uma estaca


 A natureza do carregamento, somado ao tipo de solo ao entorno da estaca,
são os fatores de maior importância na tentativa de prever o comportamento
de uma única estaca ou de um grupo de estacas.

 No caso de carregamentos ativos, quatro tipos podem ser identificados:


estáticos, cíclicos, continuado ou mantido e dinâmicos. Além destes, os
carregamentos passivos podem ocorrer devido a movimentação do solo,
quando a estaca é utilizada como uma ancoragem por exemplo.
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 Resposta de uma estaca


o Carregamento estático:
 É demonstrado quando um carregamento qualquer é elevado até que se
chegue a uma ruptura (plastificação) do elemento. O carregamento estático
será raro, isso se existir para ser encontrado na prática.
 Porém, curvas estáticas são usuais pois possibilitam:
1- Procedimentos analíticos que podem ser utilizados para desenvolver
expressões que se correlacionam com partes das curvas;
2- Servir como base para demonstrar o comportamento com outros tipos de
carregamentos;
3- Ser utilizadas para carregamentos continuados para algumas argilas e areias.
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 Resposta de uma estaca


o Carregamento cíclico:

Reese & Van Impe (2007)

 O ponto “b” representa o valor de púlt. para um carregamento estático, a


porção hachurada indica a perda de resistência devido ao carregamento
cíclico.
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 Resposta de uma estaca


o Carregamento cíclico:
 O carregamento estático e o cíclico possuem características muito similares
até o ponto “c” onde, a partir de grandes deslocamentos, o valor de p decai
sinuosamente devido ao carregamento cíclico para um valor como o do ponto
“d”, como um comportamento de strain-softening.
 Na maioria dos experimentos, o valor de p se mantem constante após atingir
“d”. A perda de resistência mostrada pela área hachurada é, para um dado
solo, função do número de ciclos de carregamento.
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 Resposta de uma estaca Reese & Van Impe (2007)

o Carregamento cíclico:
 A baixas deformações, a rigidez é pouco afetada.
Entretanto, a grandes magnitudes de deformação, os
valores de p demostram acentuadas quedas.
 Os valores de púlt. também reduzem comparado ao
carregamento estático.
 Enquanto é possível correlacionar resultados de
carregamentos estáticos com as propriedades do solo,
já no caso dos carregamentos cíclicos não conduz a
uma análise fácil.
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 Resposta de uma estaca Reese & Van Impe (2007)

o Carregamento cíclico:
 O carregamento de argilas rígidas por exemplo,
fara com que aberturas próximas a superfície
ocorram, estas de difícil modelagem, e após
dado momento da entrada de água nestas
fendas podem ocorrer perdas de materiais
diminuindo ainda mais a resistência que então,
passa a ser zero a partir de dada deformação e
os momentos fletores começam a atuar mais
abaixo.
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 Resposta de uma estaca


o Carregamento continuado:
 Carregamentos continuados de uma estaca em
uma argila mole por exemplo, e agora em
areias também a partir da certeza da
possibilidade de creep, provavelmente irão
gerar uma significante quantidade de
deformação relacionadas com o tempo.
 Soluções analíticas para tais problemas ainda
são escassas, sendo que uma das soluções seria
Reese & Van Impe (2007)
partir para experimentos e procurar entender
as características do problema localmente.
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 Resposta de uma estaca


o Carregamento continuado:
 Reese & Van Impe (2007) mencionam exemplo de um carregamento
continuado aplicado em uma estaca de 430mm a qual estava alocada em um
solo argilo siltoso com uma média de resistência não-drenada de 35 kPa, um
carregamento de 22 kN (próximo a carga de trabalho) foi mantida por um
período de 10 dias, as curvas tensão-deformação obtidas do solo
apresentaram um aumento na deformação de cerca de 20% acima daquelas
comparadas com carregamentos estáticos, os autores justificam isto como a
dissipação continuada do excesso de poropressão.
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 Resposta de uma estaca


o Carregamento dinâmico:
 Os carregamentos dinâmicos podem ser por meio de cargas devidas ao
tráfego, máquinas, ondas do oceano e terremotos (Hadjian et al. 1992).
 A frequência de carregamento de ondas e do tráfego é usualmente tão baixa
que curvas p-y de carregamentos estáticos ou carregamentos cíclicos podem
ser utilizadas.

 Com relação a carregamentos dinâmicos, a principal preocupação é se algum


evento irá causar liquefação do solo que suporta alguma estaca de
sustentação de alguma estrutura.
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 Resposta de uma estaca


o Carregamento dinâmico:
 Se o carregamento é dinâmico, um efeito de inercia deve ser considerado.
Não somente as características de tensão-deformação são necessárias para
formulação das curvas p-y, mas a massa de solo que se movimenta deve ser
levada em consideração.
 Várias simplificações são utilizadas como assumir uma pseudo carga
horizontal e curvas p-y disponíveis são empregadas na tentativa de simular o
efeito de um terremoto. No caso destas propostas, assume-se também que a
movimentação do solo é constante com a profundidade, as curvas p-y
utilizadas nesta suposição devem ser corrigidas para que levem em conta o
efeito de inércia.
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 Modelos para análise de estacas individuais sob carregamentos laterais


o Estaca elástica e solo elástico:

 Este modelo serve bem para obtenção da resposta de uma


estaca sujeita a pequenas cargas ilustrando as várias inter-
relações na resposta de uma estaca, e dando uma visão geral
dentro da natureza do problema. O método não pode ser
empregado sem modificação na solução para o carregamento
no qual vir a desenvolver a plastificacao da estaca.

Reese & Van Impe (2007)


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 Modelos para análise de estacas individuais sob carregamentos laterais


o Estaca elástica e elementos finitos para o solo:

 Em virtude de toda a capacidade computacional disponível


hoje em dia, este modelo apresenta-se ser um caminho ideal
para resolver esta problemática. Os elementos podem ser
totalmente tridimensionais e não-lineares, e uma geometria
não-linear pode ser empregada.

Reese & Van Impe (2007)


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 Modelos para análise de estacas individuais sob carregamentos laterais


o Estaca elástica e elementos finitos para o solo:
 Entretanto, além do desafio de selecionar elementos básicos de não-
linearidade para os solos, algumas outras peculiaridades devem ser
consideradas:
1- entender a ação de tensões de tração durante alguns carregamentos;
2- modelagem de solos com diversas camadas;
3- o fato de levar em conta a separação do solo com a estaca devido a
carregamentos repetidos;
4- conseguir modelar a plastificação/colapso da areia atrás da estaca após o
afastamento da mesma;
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 Modelos para análise de estacas individuais sob carregamentos laterais


o Estaca elástica e elementos finitos para o solo:
5- o fato de levar em conta a modificação das propriedades do solo que irão
variar conforme o carregamento ao qual este estiver sujeito.

Todos estas peculiaridades mencionados até o momento não possuem soluções


satisfatórias! E muitas vezes são apenas desconsideradas.
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 Modelos para análise de estacas individuais sob carregamentos laterais


o Estaca rígida e solo plástico:
 Broms (1964a, b, 1965) empregou este modelo derivando
equações para prever a carga que resultaria do máximo momento
fletor. A estaca é assumida ser rígida, e a solução é encontrada
por meio do uso destas equações da estática para distribuição da
resistência última do solo que coloca a estaca em equilíbrio.

 Após a carga última for estimada para a estaca de particular


dimensões, Broms sugere que as deformações para a carga de
trabalho possam ser calculadas por meio do uso do modelo
Estaca elástica e solo elástico. Reese & Van Impe (2007)
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 Modelos para análise de estacas individuais sob carregamentos laterais


o Método de carga característica:
 Também conhecido por CLM (Characteristic-load Method) onde uma série de
soluções foram realizadas por meio de curvas p-y não lineares para uma
grande gama de solos e tipos de estacas, estas possuindo variações quanto ao
seu engastamento na parte superior (cabeça). Os resultados foram analisados
com o intuito de se obter uma simples equação que pudesse ser utilizada para
uma rápida previsão da resposta de estacas carregadas lateralmente.

Para o caso de argilas:


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 Modelos para análise de estacas individuais sob carregamentos laterais


o Estaca não-linear e modelo p-y para o solo:
 Terzaghi (1955) escreveu o seguinte “Se testes com carregamentos horizontais
forem realizados em tubos flexíveis ou mesmo estacas, “valores de resistência
do solo” podem ser estimados para qualquer profundidade, isto se o tubo ou a
estaca estiverem equipados com strain-gauges próximos uns aos outros e se,
além disto, poderem ser medidas as deflexões de forma acurada. As leituras
dos strain-gauges irão determinar a intensidade e distribuição dos momentos
fletores sobre a porção fletida do tubo ou estaca, e com base no diagrama de
momento fletor a intensidade e distribuição das cargas horizontais podem ser
estimadas de maneira analítica ou gráfica.”
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 Modelos para análise de estacas individuais sob carregamentos laterais


o Estaca não-linear e modelo p-y para o solo:
 Ainda, “Se o teste for repetido para diferentes cargas laterais atuando na
extremidade superior da estaca, a curva pode ser plotada para diferentes
profundidades demonstrando então a relação entre p e y. No entanto, erros na
mensuração das deflexões são muito importantes que o procedimento
deixaria de ser recomendado”
 Então, Matlock e seus associados desenvolveram uma metodologia
extremamente acurada de mensuração de momentos fletores e da mesma
forma, procedimentos de interpretação destes dados (Matlock & Ripperger
1956, Matlock & Ripperger 1958).
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 Modelos para análise de estacas individuais sob carregamentos laterais


o Estaca não-linear e modelo p-y para o solo:
 Foi aí que Reese & Matlock (1956) se uniram cerca de 40 anos atrás para
elaboração da metodologia p-y a qual é versátil e prática para o design de
estacas.
 Duas integrações dos dados de momentos fletores irão gerar valores apurados
de deflexões, mas, técnicas especiais são requeridas para duas diferenciações
para levar a adequados valores de resistência do solo. Estes resultados
tratam-se da primeira forma mais compreensiva de recomendações de se
tentar prever a resposta de estacas carregadas lateralmente.
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 Modelos para análise de estacas em grupo sob carregamentos laterais

 Os modelos que são utilizados para um grupo de


estacas devem levar em consideração dois
problemas: a eficiência de estacas pouco espaçadas
(closely-spaced piles) submetidas a um
carregamento lateral ou mesmo axial; e, a
distribuição do carregamento para cada uma das
estacas em um grupo de estacas.
Reese & Van Impe (2007)
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 Modelos para análise de estacas em grupo sob carregamentos laterais


 A eficiência de uma estaca em particular é definida como a razão entre a carga
que esta pode sustentar em um espaçamento reduzido com a carga que esta
suportaria no caso em que se encontrasse isolada.
 Devido a variabilidade do solo e a complexidade de modelos constitutivos,
não existem soluções teóricas capazes de computar a eficiência de uma estaca
em particular. Métodos para encontrar a eficiência de uma estaca, tanto
lateralmente carregada quanto axialmente, são baseados em resultados
experimentais válidos para as características ali implementadas e, em geral,
tratam-se quase que exclusivamente de experimentos realizados apenas em
laboratórios.
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 Modelos para análise de estacas em grupo sob carregamentos laterais

 Em contraste, se é possível assumir que os procedimentos utilizados para


analisar uma única estaca com carregamento lateral seriam acurados o
suficiente como por exemplo a metodologia p-y, então o problema de
distribuição de carga para cada estaca em um grupo poderia ser resolvido com
exatidão. (Por meio do deslocamento da extremidade superior de uma estaca
pertencente a um grupo de estacas, seria possível se ter noção de qual
momento fletor estaria atuando ali e consequentemente o carregamento.
Sabendo-se sua capacidade caso fosse isolada, estima-se sua eficiência).
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 Estacas pouco espaçadas (closely-spaced piles) sob carregamentos laterais


o Modificação das curvas de transferência de carga para estacas
pouco espaçadas:
 O método de análise empregado para determinar o comportamento de uma
única estaca é o que utiliza curvas de transferência de cargas, curvas p-y para
um carregamento lateral. O método é então estendido para análise de estacas
em grupos.
 Se as estacas são espaçadas distantes umas das outras, as curvas p-y
apresentadas para análise de uma única estaca isolada podem ser utilizadas
sem qualquer modificação. Conforme as estacas são instaladas próximas uma
à outra, sua eficiência irá reduzir e a resistência lateral do solo também.
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 Estacas pouco espaçadas (closely-spaced piles) sob carregamentos laterais


o Modificação das curvas de transferência de carga para estacas
pouco espaçadas:
 O consenso encontrado é que a forma mais efetiva de refletir a perda de
eficiência para tais estacas é desenvolvendo procedimentos para redução do
valor de púlt. para então reproduzir o pouco espaçamento, que por sua vez irá
reduzir todos os valores de p nas curvas p-y.
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 Estacas pouco espaçadas (closely-spaced piles) sob carregamentos laterais


o Conceito de interação sob carregamento lateral:
 A suposição feita é que todas as estacas
Reese & Van Impe (2007)
são unidas por um bloco ou pela
superestrutura e que a deflexão lateral de
todas as estacas será igual ou próximo a
isto.

 No primeiro caso, três estacas próximas umas das outras as quais estão em
linha. A estaca 2 possui menor capacidade por ser considerada na “sombra”
da estaca 3, o “efeito sombra” na resistência do solo é obviamente devido ao
espaçamento.
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 Estacas pouco espaçadas (closely-spaced piles) sob carregamentos laterais


o Conceito de interação sob carregamento lateral:
 No segundo caso, a resistência do solo contra a estaca 2 também é
influenciada pela presença das estacas 1 e 3 agora, devido o “efeito
extremidade”.

 No terceiro caso, alguns autores utilizaram a teoria da elasticidade, ou uma


versão modificada desta, para desenvolver coeficientes de influência que são
relacionados com a geometria do problema. Estes coeficientes mostram que a
influência das estacas 1 e 2 podem ser relacionadas pelo espaçamento nb e o
ângulo β.
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 Estacas pouco espaçadas (closely-spaced piles) sob carregamentos laterais


o Propostas para resolução de coeficientes de influência para
estacas pouco espaçadas sob um carregamento lateral:
 Focht & Koch (1973) propuseram um modelo que tem por objetivo combinar
uma abordagem p-y bem documentada de uma única estaca, com efeitos de
grupo-elástico resultantes de um trabalho de Poulos. A modificação de Focht
& Koch iniciou pela introdução de um termo R na equação de Poulos:
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 Estacas pouco espaçadas (closely-spaced piles) sob carregamentos laterais


o Propostas para resolução de coeficientes de influência para
estacas pouco espaçadas sob um carregamento lateral:
 Onde:
R = razão entre a deflexão desenvolvida na superfície por uma única estaca e calculada pelo método de curvas p-
y, com a deflexão ρi calculada pelo método de Poulos para um solo elástico;
Hj = carga lateral na estaca j;
αρFkj = o coeficiente que leva em consideração a influência da estaca j sobre a estaca k no cálculo da deflexão ρ (os
coeficientes α podem ser obtidos de curvas do trabalho de Poulos);
Hk = carga lateral na estaca k;
m = número de estacas no grupo;
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 Estacas pouco espaçadas (closely-spaced piles) sob carregamentos laterais


o Propostas para resolução de coeficientes de influência para
estacas pouco espaçadas sob um carregamento lateral:
 Conhecendo-se a deflexão do grupo de estacas, Yg, as curvas p-y para
qualquer profundidade podem ser multiplicadas por um fator “Y”, para
combinar a deflexão da ponta de uma única estaca com a deflexão do grupo
de estacas, isto feito por meio de várias tentativas.

 O fator “Y” é uma constante multiplicadora empregada para aumentar os


valores de deflexão em cada ponto para cada uma das curvas p-y. Assim,
gerando um novo padrão de curvas p-y que inclui o efeito de grupo.
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 Estacas pouco espaçadas (closely-spaced piles) sob carregamentos laterais


o Propostas para resolução de coeficientes de influência para
estacas pouco espaçadas sob um carregamento lateral:

 A resistência última do solo que envolve a estaca também é afetada pelo fato
de haver estacas adjacentes devido a interferência de planos de cisalhamento,
resultado do “efeito sombra”. Focht e Koch (1973) sugeriram que um fator “p”
deveria ser aplicado as curvas p-y no caso da ocorrência deste “fator de
sombreamento”. O fator “p” deve ser menor que 1 e sua magnitude depende
da configuração das estacas em grupo.
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 Estacas pouco espaçadas (closely-spaced piles) sob carregamentos laterais


o Propostas para resolução de coeficientes de influência para
estacas pouco espaçadas sob um carregamento lateral:
 O Manual Canadense de Engenharia de Fundações (1978) recomenda que o
coeficiente de reação do subleito para um grupo de estacas ser igual ao de
estacas isoladas, uma distância entre estacas do grupo de 8 diâmetros deveria
ser obedecida. Para espaçamentos menores do que 8 diâmetros, as seguintes
razões de reação do subleito em relação a uma única estaca deveriam ser
adotadas: 6 diâmetros: 0,70; 4 diâmetros: 0,40; e 3 diâmetros: 0,25.
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 Estacas pouco espaçadas (closely-spaced piles) sob carregamentos laterais


o Propostas para resolução de coeficientes de influência para
estacas pouco espaçadas sob um carregamento lateral:
 A associação de rodovias japonesa (1976) é menos conservativa. Entende-se
que uma pequena redução no coeficiente de reação do subleito resultaria já
em eficientes efeitos com relação as tensões de flexão e então, a utilização de
fatores de segurança seriam suficientes para levar em conta esta aproximação,
exceto nos casos em que as estacas se encontram muito próximas.
 Por exemplo, quando o espaçamento fosse inferior a 2,5 diâmetros a seguinte
equação é sugerida para cálculo do fator “m” o qual seria multiplicado com o
coeficiente de reação do subleito de uma única estaca isolada:
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 Estacas pouco espaçadas (closely-spaced piles) sob carregamentos laterais


o Propostas para resolução de coeficientes de influência para
estacas pouco espaçadas sob um carregamento lateral:

 Onde: s = distância centro a centro entre estacas; e b = diâmetro da estaca.

Desta forma, estes fatores iriam degradando as curvas p-y conforme a


geometria do problema.
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Aluno
Gustavo Dias Miguel

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