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 Marx nasceu numa família de classe

média. Seus pais eram judeus que


tiveram que se converter ao
cristianismo em função das restrições
impostas à presença de membros de
etnia judaica no serviço público.
VISÃO DE SOCIEDADE
 Crítica radical ao capitalismo: antagonismo, contradição e
transitoriedade.
 Explicação da realidade na totalidade – macrossociologia
 Teoria ligada à prática/ciência ligada aos interesses de classe –
Relação sujeito-objeto
 Conhecimento = instrumento político para a transformação
 Foco de pensamento: contradições do capitalismo
a) luta de classes X harmonia
b) divisão do trabalho gera exploração, antagonismo e
alienação
c) Burguesia X proletariado
- dominação econômica (meios de produção)
- dominação política (Estado)
- dominação cultural (ideologia, valores)
IDEIAS SOCIALISTAS – DO SOCIALISMO
UTÓPICO AO SOCIALISMO CIENTÍFICO
 A correspondente necessidade de concentrar mão-de-obra
nas cidades criaram as condições próprias ao
estabelecimento de identidades e à organização dos
operários
 O ideal de uma sociedade igualitária passou a ser proposto
por pensadores como Saint-Simon (1760-1830), François
Babeuf (1760-1797), Charles Fourier (1772-1837), na
França, e Robert Owen (1771-1858), na Inglaterra.
 Considerada assim como utópica depois das análises de
Engels e Marx pois tinham um caráter ainda não-científico.
 Em linhas gerais, esses autores, denominados socialistas
utópicos, acreditavam que, dado o desenvolvimento técnico
alcançado pelo homem, havia chegado o momento da
utopia socialista
Pressupostos comuns:
I. Todas as três teorias têm a ambição de construir uma nova
ciência da natureza humana.
II. Tomam a esfera moral/ideológica como a base
determinante de todos os outros aspectos do
comportamento humano.
III. Têm a perspectiva de fazer dessa esfera o objeto de uma
ciência exata que resolverá o problema da harmonia social.
IV. Todas identificam a teoria moral, religiosa e política a elas
preexistentes (a teoria, e não práticas de classe ou de
Estado) como o principal obstáculo à realização das
recém-descobertas leis da harmonia.
V. Todos não estabelecem qualquer distinção entre a ciência
física e a ciência social: todos tiveram a ambição de ser o
Newton da esfera humano-social.
O MATERIALISMO HISTÓRICO
 O termo materialismo histórico foi utilizado por Engels
(1820-1895) e posteriormente por Lenin (1870-1924)
para designar o método de intepretação histórica
proposto por Karl Marx e que consiste em interpretar
os acontecimentos históricos como fundados em fatores
econômicos-sociais (técnicas de trabalho e de
produção/relações de trabalho e de produção).
 O fundamento básico do materialismo histórico está
ancorado na perspectiva antropológica marxista, que
concebe a natureza humana como sendo intrinsecamente
constituída por relações de trabalho e de produção que
os homens estabelecem entre si com vistas à satisfação
de suas necessidades.
PRESSUPOSTOS PARA O
CONHECIMENTO DA SOCIEDADE

Conceito de Homem

Conceito de Trabalho

Conceito de História
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

HOMEM ser de
necessidades

satisfação das produção de


necessidades bens materiais

produção de
bens materiais TRABALHO
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

Relações

com a Natureza Forças de Produção


(instrumentos de produção)

+
dos Homens entre si Relações de Produção
(divisão do trabalho)

História Modo de Produção

Antigo Feudal Capitalista


CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

SUPER ESTRUTURA

IDEOLÓGICA
IDEOLÓGICA

CONSCIÊNCIA
POLÍTICA JURÍDICA

ESTADO DIREITO
FORÇAS DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO EXISTÊNCIA
(MODO DE PRODUÇÃO)

INFRAESTRUTURA ECONÔMICA
Prefácio à Contribuição à Crítica
da Economia Política
 A explicação das formas jurídicas, políticas, espirituais e de
consciência, encontra-se na base econômica e material da sociedade,
no modo como os homens estão organizados no processo produtivo.
 “O modo de produção da vida material
CONDICIONA o processo da vida social, política e
espiritual em geral”.
 “Não é a consciência do homem que DETERMINA a sua
existência, mas ao contrário, é a sua existência que determina a
sua consciência”.
 “Ao mudar a base econômica revoluciona-se, mais ou
menos, toda a imensa superestrutura erigida sobre
ela”.
ALIENAÇÃO Alienum = alheio ao outro

Alienar um imóvel Vender = separar o proprietário da propriedade.

Os trabalhadores são expropriados dos seus meios de


produção da vida material e do saber do qual dependia a
fabricação de um produto e a própria posição social do
artesão.

ALIENAÇÃO O capitalismo reduziu o trabalhador à execução de tarefas


simplificadas, parciais e repetitivas na linha de produção da
ECONÔMICA fábrica.
O trabalhador só aprende que deve trabalhar para receber o
salário e viver, pois esta é a percepção que tem da realidade
na vida cotidiana.

O trabalho é percebido pelo trabalhador como algo fora de si, que


pertence a outros. Daí adquire uma consciência falsa do mundo em
que vive: IDEOLOGIA
“A produção das ideias, das representações e da consciência
está em primeiro lugar direta e intimamente ligada à
atividade material e ao comércio material dos homens, é a
linguagem da vida real. As representações, o pensamento, o
comércio intelectual dos homens, aparecem ainda aqui como
a emanação direta do seu comportamento material. (…) Ao
encontro da filosofia alemã que desce do céu para a terra, é
da terra para o céu que se sobe por aqui “ ( A IDEOLOGIA
ALEMÃ, MARX-ENGELS, 1972, p. 87)
ALIENAÇÃO
IDEOLOGICA
Em A Ideologia Alemã (1846), mostra que o elemento chave para a
análise da religião é entende-la como uma das diversas formas de
ideologia – ou seja, da produção espiritual de um povo, da
produção de ideias, representações e consciência, necessariamente
condicionadas pela produção material e as correspondentes
relações sociais.
É aquele sistema ordenado de ideias e concepções, de
normas e de regras (com base no qual as leis jurídicas são
feitas) que obriga os homens a comportarem-se segundo a
vontade do “sistema”, como se estivessem se comportando
segundo sua própria vontade.

ALIENAÇÃO A ideologia dominante numa dada época histórica é


IDEOLOGICA a ideologia da classe dominante nessa época.

Os homens não percebem isso por causa da ideologia que é


uma concepção de mundo gerada pela classe dominante e
assumida pela classe dominada como se fosse sua.
Segundo Marx, não basta criticar a religião: é preciso
não só criticar a raiz material (a alienação do trabalho,
a exploração econômica) da alienação religiosa, como
também eliminar revolucionariamente as condições
de miséria terrestre das quais deriva a necessidade do
"mundo celeste".

Marx considera que a religião é uma forma de


ALIENAÇÃO alienação. Nela verifica-se o fosso entre o mundo
IDEOLOGICA concreto e um mundo ideal, entre o mundo em que o
homem vive e o mundo em que ele desejaria viver.

O mundo celeste é o resultado de um protesto da


criatura oprimida contra o mundo em que vive e sofre.
Ou seja, procura-se um refúgio no mundo divino
porque o mundo em que o homem vive é desumano.
O MATERIALISMO HISTÓRICO
CONTRA O IDEALISMO
Opõe-se as concepções idealistas de Schelling,
Fichte e principalmente, Hegel.

• Desde o momento em que funda a natureza humana e


as formas históricas das sociedades nas relações de
trabalho concretas, diversas e mutantes, isto é, materiais,
posiciona-se contra o idealismo e, por conseguinte, não
admite que o “Espírito” (ou as formas ideais/ideativas)
possa ser designado como sendo o “princípio” de
organização da totalidade social.
• A dimensão histórica desse materialismo decorre
exatamente do fato de ele assumir que a produção
historicamente diversa da vida material condiciona, em
geral, a produção da vida social, política e espiritual.
O MATERIALISMO HISTÓRICO
 “Na produção, os homens não atuam apenas sobre a
natureza, mas também atuam uns sobre os outros. Não
podem produzir sem se associarem de um certo modo,
para atuarem em comum e estabelecerem um
intercâmbio de atividades. Para produzir, os homens
contraem determinados vínculos e relações sociais, e só
através deles se relacionam com a natureza e se efetua a
produção. ... As relações sociais que os indivíduos
produzem mudam, transformam-se, na medida da
mudança e do desenvolvimento dos meios materiais de
produção, isto é, das forcas produtivas”.

(Marx, Trabalho assalariado e capital, cap. III)


O MATERIALISMO DIALÉTICO
 Para o materialismo dialético, os fenômenos materiais são
processos e o espírito não é consequência passiva da
matéria, podendo reagir sobre aquilo que o determina.
Portanto, ao contrário do idealismo de Hegel, para
Marx, a matéria é o dado primário, a fonte da
consciência, e esta é um dado secundário, derivado, pois
é reflexo da matéria.

 A dialética é a estrutura contraditória do real, que no


seu movimento constitutivo passa por três fases: tese,
antítese e síntese. Ou seja, explica-se o movimento da
realidade pelo antagonismo entre o momento da tese e
o da antítese, cuja contradição deve ser superada pela
síntese.
O MATERIALISMO DIALÉTICO

 Outra categoria fundamental para entender a


dialética é a de totalidade: o todo
predomina sobre as partes que o constituem.
Isso significa que as coisas estão em
constante relação recíproca, e nenhum
fenômeno da natureza ou do pensamento
pode ser compreendido isoladamente, fora
dos fenômenos que o rodeiam.
O MATERIALISMO DIALÉTICO
 Aceitou de Hegel não só o profundo sentido
pela história, mas também o caráter totalizante e
totalitário de seu sistema; por outro lado,
rejeitou o idealismo substituindo-o pelo
materialismo histórico.

 Marx transpõe assim a dialética hegeliana do


plano do espírito para o plano das
necessidades materiais, interpretando a
história e a política em função da luta de
classes. Insere a dialética hegeliana na relação
realista e imediata homem-natureza e homem-
trabalho.
MERCADORIA
MERCADORIA
 Existe um tipo de troca que vai da mercadoria à mercadoria,
passando ou não pelo dinheiro. Possuímos um bem de que
não fazemos uso, trocamo-lo por um bem de que temos
necessidade.
 A troca que vai da mercadoria à mercadoria é, pode-se dizer,
troca imediatamente inteligível, imediatamente humana,
mas é também troca que não proporciona lucro ou
excedente. Enquanto passamos da mercadoria para a
mercadoria, mantemo-nos numa relação de igualdade.
Contudo, há um segundo tipo de troca, que vai do dinheiro
ao dinheiro, passando pela mercadoria, com a
particularidade de que no fim do processo de troca
possuímos uma quantia superior àquela da fase inicial. Este
tipo de troca que vai do dinheiro ao dinheiro passando pela
mercadoria é característico do capitalismo.
SUPERESTRUTURA
 O conjunto das relações sociais de produção constitui
a estrutura econômica da sociedade, a base concreta
sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e
política à qual correspondem formas determinadas de
consciência social. O modo de produção da vida
material condiciona o processo de vida social, política e
intelectual em geral.
 Ao afirmar que o fator infra-estrutural é determinante
em última instância, o materialismo histórico não
pretende sugerir que o econômico seja o único
determinante. Além do fato de a produção das ideias e
das representações incidir sobre a “atividade material
do homem”, é preciso também considerar que os
fatores superestruturais podem muito bem assumir o
primado na determinação da forma das lutas históricas.
 A realidade imaterial: que se refere ao nível político-
ideológico, comumente chamado de Superestrutura. É
constituído:
• pela estrutura jurídico-política representada pelo Estado e
pelo direito.
• pela estrutura ideológica referente às formas de
pensamento, sentimento e consciência social, tais como:
▪ Filosofia; ▪ Literatura; ▪ Estética;
▪ Ciência; ▪ Religião; ▪ Moral;
▪ Arte; ▪ Educação; ▪ Música.
MODOS DE PRODUÇÃO DA VIDA
MATERIAL
Refere-se a infra-estrutura, que é um composto de força
produtivas e relações sociais de produção. Ou seja, é a
maneira pela qual os homens obtêm seus meios
necessários de existência material – comumente chamado
por Marx de econômica.
Ou....
Refere-se a determinado estágio de desenvolvimento das
forças produtivas, que por sua vez, determinam as relações
sociais de produção em um dado momento histórico.
Logo:

Modo de produção = forças produtivas + relações sociais de produção =


Infraestrutura
DIALÉTICA ENTRE FORÇAS PRODUTIVAS E
RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO
 Forças produtivas: é a relação do ser humano com a natureza no
esforço de produzir a própria existência – isto é, relação dialética entre
homem e natureza, que permite desenvolver instrumentos, ferramentas
etc.
Homem trabalho Natureza

Trabalho: Ação humana transformadora da natureza que visa suprir as


necessidades materiais.
 Relações sociais de produção: é a relação dos indivíduos entre si - isto
é, é a relação dialética entre homem e homem, que pode ser de dois
tipos:
● explorador-explorado; Formas de ação entre os indivíduos
● solidariedade e respeito recíproco.

Homem um age sobre o outro Homem


LUTA DE CLASSES E O TRABALHO

 De acordo com Marx, o motor da história é a


eterna luta de classes, entre aqueles que detêm os
modos de produção e aqueles que possuem
apenas a força de trabalho para vender.

 De acordo com Marx, com o Capitalismo há o


desvirtuamento do trabalho humano com a
consequente servilização do proletário.
O CAPITALISMO
 O capitalismo, segundo o pensamento marxista, pode ser apontado
como responsável pelo aumento das desigualdades sociais, à medida
em que concentra os meios de produção e de aquisição de capital
nas mãos de pouco, deixando uma grande massa de despossuídos
que se veem obrigados a vender sua força de trabalho para
sobreviverem:

 Ou seja:

“Quanto mais aumenta o capital produtivo, tanto mais se estendem a divisão


do trabalho e o emprego da máquina, quanto mais a divisão do trabalho e o
emprego do maquinismo aumentam, mais a concorrência entre os operários
cresce e mais se contrai seu salário.”

“A parte do capital, o lucro, sobe na mesma medida em que a parte do


trabalho, o salário, baixa, e vice-versa.”
Marx
CAPITALISMO E A SOCIEDADE
CIVIL
 A sociedade civil é vista pela teoria marxista
como uma construção cuja base é a economia.

 A organização da produção econômica é o fim da


sociedade, que se concretiza por meio de
instituições sociais, como a família, igrejas, escolas,
polícia etc.

 Dentro do sistema capitalista, as instituições


sociais são utilizadas como ideologia para a
opressão dos trabalhadores.
BURGUESIA E PROLETARIADO
“Por burguesia entende-se a classe de capitalistas
modernos, proprietários dos meios de produção
social, que empregam o trabalho assalariado. Por
proletários compreende-se a classe dos
trabalhadores assalariados modernos que,
privados de meios de produção próprios, se veem
obrigados a vender sua força de trabalho para
poder existir.”

(Marx)
REVOLUÇÃO DO PROLETARIADO
 A revolução proletária levaria a um regime
intermediário e de caráter provisório, a ser
conhecido como “ditadura do proletariado”.

 Nesse momento, passando de despossuídos a


detentores do poder, o proletariado trataria de
arrancar pouco a pouco o capital das mãos dos
burgueses, centralizando os instrumentos de
produção nas mãos do Estado para, enfim,
chegar ao comunismo completo, em que os
meios de produção serão repassadas a
associações.
MAIS VALIA

 O sistema capitalista sustenta-se pela produção


de mercadorias. O operário vende ao capitalista
a única mercadoria que possui, ou seja, sua força
de trabalho. O valor da força de trabalho
baseia-se naquilo que seria necessário para a
subsistência e a reprodução de sua capacidade
de trabalho, isto é, alimento, vestimenta,
moradia, educação dos filhos etc.
 O salário corresponde, portanto, ao custo da
própria manutenção e a de sua família.
 Assim, Marx definiu que a jornada de um trabalhador
estava dividida em duas partes:

 Tempo de trabalho necessário: parte da jornada durante


a qual o trabalhador produz o valor equivalente a seu salário;
é também definido por Marx como o período de reprodução
do trabalhador (porque garante sua sobrevivência).
 Tempo de trabalho excedente: parte da jornada durante
a qual a atividade produtiva gera valor não para o trabalhador,
mas para o proprietário do capital, ou seja, é o período da
produção da mais-valia e da reprodução do capital.

 O valor e o capital resultantes do tempo de trabalho


excedente – a mais-valia – são acumulados pelo capitalista e
reaplicados no processo produtivo para a produção e
acúmulo de mais-valia. Com isso, o capitalista rapidamente
enriquece, mas o trabalhador se mantém em sua condição
inicial, quando não empobrece.
 Esta é, para Marx, a forma específica de exploração das sociedades
capitalistas. Para ele, o objetivo e a ganância do capitalista não está
propriamente na busca desenfreada pelo lucro, mas na busca de
uma extração crescente de mais-valia.
 Analisando as diferentes práticas utilizadas pelos capitalistas para
“melhor aproveitar” a jornada do trabalhador, Marx identificou
dois tipos principais de mais-valia:

I. Mais-valia absoluta: que corresponde à extração da mais-valia


diretamente do trabalhador, sem investimento de capital. Ela pode
ser obtida de duas formas principais:
a)Pelo aumento real da jornada de trabalho.
b)Pelo aumento da intensidade do trabalho.

II. Mais-valia relativa: que corresponde à extração da mais-valia


com investimento de capital; em termos práticos, corresponde à
compra de máquinas, equipamentos e novas tecnologias para o
aumento da produção.
FETICHISMO E
REIFICAÇÃO

No contexto capitalista, ao vender sua força de trabalho


mediante salário, o operário também se transforma em
mercadoria. Ocorre, então, o que Marx chama de
fetichismo da mercadoria e reificação do trabalhador.
I. Fetichismo: é o processo pelo qual a mercadoria,
um ser inanimado, adquire “vida”, porque os valores
de troca tornam-se superiores aos valores de uso e
passam a determinar as relações humanas, ao
contrário do que deveria acontecer.
II. Reificação: é a “coisificação” do trabalhador,
porque o indivíduo é transformado em mercadoria.
A “humanização” da mercadoria leva à
desumanização da pessoa.
ALIENAÇÃO
 Nos textos de Marx, é o processo histórico por meio do
qual os seres humanos vieram a se afastar da natureza e dos
produtos de sua atividade (bens e capital, instituições sociais
e culturais), que a partir de então se impõe às gerações
posteriores como uma força independente, coisificada, ou
seja, como uma realidade alienada.
 O trabalho alienado alienava os operários de seu produto,
que não lhes pertencia; do próprio trabalho, pois que
passava a ser apenas um meio de sobrevivência, algo que
lhes era forçado a fim de poderem viver; de si próprios, pois
que sua atividade não era deles mesmos, resultando e
sentimentos de autoincompatibilidade; das outras pessoas da
fábrica, pois que cada um estava lá vendendo isoladamente
sua força de trabalho como uma mercadoria. O trabalho não
apenas cria riqueza, mas é também sua própria recompensa
e o meio pelo qual a humanidade se ergue acima do mundo
animal e criou a história humana.
IDEOLOGIA
 A explicação que até hoje teve maior êxito é a que
atribui determinadas ideias a uma certa classe social.
 De modo geral, Marx entende por ideologia a falsa
consciência, ou falsa representação, que uma classe
social tem a respeito da sua própria situação, e da
sociedade em conjunto.
 Vimos que, segundo Marx, as ideias, as condutas e os
valores que permeiam a concepção de mundo de
determinada sociedade representam interesses da classe
dominante.
 As serem estendidas às classes dominadas, como se
fossem universais, ajudam a manter a dominação e o
status quo.
 Desse modo, a ideologia camufla a luta de classes ao
representar a sociedade como uma, harmônica e sem
conflitos.
O ESTADO
 Karl Marx explica o Estado como fenômeno histórico passageiro,
oriundo da aparição da luta de classes na Sociedade, desde que,
da propriedade coletiva se passou à apropriação individual dos
meios de produção. Instituição, portanto, que nem sempre existiu
e que nem sempre existirá. Fadado a desaparecer, o poder
político, como Marx o definiu, é “o poder organizado de uma
classe para opressão de outra”.
 Da mesma forma, assinala que a presente Sociedade, enquanto
Sociedade de classes, não pode dispensar o Estado, isto é, “uma
organização da respectiva classe exploradora para manutenção
de suas condições externas de produção, a saber, para a opressão
das classes exploradas.”
 O Estado é, “em geral, o Estado da classe mais poderosa,
economicamente dominante, que, por meio dele, torna-se
igualmente a classe politicamente dominante, adquirindo com
isso novos meios de dominar e explorar a classe oprimida”. E
segundo o próprio Marx, “O executivo do Estado moderno, nada
mais é do que um comitê para a administração dos assuntos
comuns de toda a burguesia”.

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