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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

UNESP - Campus de Bauru/SP


FACULDADE DE ENGENHARIA
Departamento de Engenharia Civil

2182 - ESTRUTURAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO


NOTAS DE AULA

PRÉ-MOLDADOS DE CONCRETO

Prof. Dr. PAULO SÉRGIO DOS SANTOS BASTOS

Ago/2016

1
FONTE PRINCIPAL:

EL DEBS, MOUNIR K. Concreto pré-moldado –


Fundamentos e aplicações. São Carlos, EESC-
USP, 2000, 441p.

2
OUTRAS FONTES:

BALLARIN, A.W. Desempenho das ligações de elementos


estruturais pré-moldados de concreto. São Carlos. Tese
(Doutorado), Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, 1993, 255p.

COSTA, J.B.A. Estudo experimental de consolos de concreto


com fibras moldados em etapas distintas dos pilares.
Dissertação (Mestrado), Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, 2009, 124p.

MELO, C.E.E. Manual Munte de Projetos em Pré-fabricados de


Concreto. São Paulo, Ed. Pini, Munte – soluções concretas. 2ª
ed., 2007, 534p.

3
OUTRAS FONTES:

MIOTTO, A. M. Ligações viga-pilar de estruturas de concreto


pré-moldado: análise com ênfase na deformabilidade ao
momento fletor. São Carlos. Tese (Doutorado), Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, 2002,
234p.

4
Cap. 4 - LIGAÇÕES ENTRE ELEMENTOS
PRÉ-MOLDADOS

4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A necessidade de realizar as ligações entre os


elementos constitui-se em um dos principais
problemas a serem enfrentados no emprego
da pré-moldagem.

5
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

As ligações entre as peças em estruturas pré-


fabricadas precisam levar em conta os
mínimos detalhes a serem executados
durante sua “montagem”. E é a existência
delas que diferencia o pré-fabricado das
estruturas moldadas in loco, pois o restante
do conceito e o funcionamento estrutural das
peças são os mesmos para os dois sistemas.
(Melo – MM)

6
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

http://www.moropremoldados.com.br/galeria.php

7
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

http://faq.altoqi.com.br/content/428/1081/pt-br/lan%C3%A7amento-de-vigas-pre_moldadas-com-2%C2%BA-est%C3%A1gio-
e-liga%C3%A7%C3%B5es-semirr%C3%ADgidas-com-barras-passantes.html

8
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

http://www.sendi.com.br

9
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

http://www.grcconstrucoes.com.br/produtos/img/premoldado1.jpg

10
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

http://boaengenharia.blogspot.com.br/2015/02/estrutura-
pre-moldada-de-concreto-armado.html
11
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

http://mold.com.br/produtos/igrejas-
e-templos/paroquia-n-sra-auxiliadora
12
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Em geral, as ligações são as partes mais


importantes no projeto das estruturas de
concreto pré-moldado, e são de fundamental
importância tanto para a produção (execução
de parte dos elementos adjacentes às
ligações, montagem da estrutura e execução
das ligações propriamente ditas) como para o
comportamento da estrutura montada.

13
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Quanto especificamente às ligações entre


pilares e vigas, estas são as que determinam
o funcionamento estrutural previsto na
modelagem. Caso a ligação não seja
executada conforme o projeto prevê, a
estrutura não terá o funcionamento e a
capacidade estrutural esperada. (Melo – MM)

14
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

As ligações mais simples normalmente acar-


retam estruturas mais solicitadas aos
momentos fletores. Em contrapartida, as
ligações que tendem a reproduzir o
comportamento das estruturas de concreto
moldado no local, por meio da transmissão
de momentos fletores entre os elementos,
requerem mais trabalho, reduzindo, em
parte, as vantagens da pré-moldagem.

15
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

As ligações são diretamente proporcionais, no


que se refere à complexidade, ao custo e à
eficiência estrutural. Quanto mais eficiente é
a ligação, melhor o resultado estrutural,
sendo o custo e cuidados na execução da
ligação também maiores. Assim, é muito
importante a definição do tipo de ligação a
ser usada, para a determinação do custo do
empreendimento. (Melo – MM)

16
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Algumas formas de classificação das ligações:

a) Quanto ao tipo de vinculação


- Ligação articulada – não transmite momento
fletor;
- Ligação rígida – transmite momento fletor;
- Ligação semi-rígida – transmite parcialmente
o momento fletor.

17
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Melo (MM) apresenta quatro tipos de ligações:

- Isostática;
- Rotulada;
- Semi-rígida;
- Engastada.

A ligação mais comum, padrão na maioria dos


projetos, é a ligação rotulada, pois gera a
melhor relação custo/benefício.
18
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Quanto ao aspecto visual, as diferenças entre


as ligações são mínimas, ou seja, o resultado
final é bem parecido, para os diferentes tipos
de ligação.
Quanto mais complexa for a ligação, menores
e mais difíceis serão as possibilidades de
alterações após a execução.
(Melo – MM)

19
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A NBR 9062 apresenta um parâmetro r :

- 0 para ligação livre à rotação;


- 1 para ligação com engastamento perfeito.
Uma ligação que transmite 65 % do momento
fletor de engastamento perfeito, tem parâ-
metro de 0,65.
(Melo – MM)

20
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Ligação Isostática:

Subentende-se que os
elementos podem ser
calculados como isostá-
ticos. A ligação transmite
apenas forças verticais.
Não transmite momentos
fletores e forças horizon-
tais entre as peças (peças
isoladas e não formam Melo (MM)
pórticos).
21
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Isostática:

Geralmente os furos
não são preenchidos
com argamassa, e a
placa de neoprene na
realidade transmite
uma parcela de forças
horizontais.

Melo (MM)

22
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Isostática:

Os deslocamentos da
estrutura (pilares) não
podem ser grandes, para
evitar o contato físico com
a superfície de topo da
viga (o deslocamento
deve ser menor que a
folga entre as peças).
Melo (MM)

23
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Isostática:

A placa de neoprene (1
cm) para apoio da viga
possibilita pequenos des-
locamentos relativos (que
devem ser verificados).
Os pinos de aço CA-25
auxiliam no posiciona-
mento e impedem o
tombamento da viga. Melo (MM)

24
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Isostática:

O preenchimento dos furos com argamassa


comum possibilita a deformação dos pinos,
devido à sua retração e baixa capacidade de
resistir à compressão, diante de esforços
horizontais.
Os espaços entre os pilares e as vigas não
deve ser preenchido, para possibilitar peque-
nos deslocamentos relativos.
Os esforços oriundos do vento devem ser
resistidos integralmente pela estrutura da
fachada, principalmente pelos pilares. 25
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Isostática:

Esforços devidos à retração do concreto, da


protensão e de origem térmica não podem ser
introduzidos na estrutura com esse tipo de
ligação.

26
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Ligação Rotulada:

Melo (MM) 27
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Rotulada:

Esse tipo de ligação trans-


mite cargas verticais e
forças horizontais, as quais
em projeto são considera-
das encaminharem-se pela
resistência do neoprene ao
cisalhamento (padrão). Para
melhor eficiência o neopre-
ne pode ser combinado com
Melo (MM)
graute, o que possibilita o
efeito pino por cisalha-
mento puro.
28
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Rotulada:

O fator de restrição à
rotação é inferior a 0,15.
O preenchimento do furo
da viga deve ser feito com
graute, e não com arga-
massa. O graute deve ficar
aderido ao concreto da
peça.
Melo (MM)

29
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Rotulada:

O pino pode ser de aço


CA-25 (12,5 mm ou
superior) ou de cordoalha
CP 190. O aço CA-50 não é
recomendado.

Melo (MM)

30
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Ligação Semi-rígida:
Melo (MM) apresenta dois tipos de ligação
semi-rígida, onde a resistência à rotação é
proporcionada por dois pinos ou por armadura
superior negativa.

31
Melo (MM)
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida:

Pode transmitir mo-


mentos fletores parci-
almente, além de forças
verticais e horizontais.
O fator de restrição à
rotação fica compreen-
dido entre 0,15 e 0,85.
O neoprene deve ser
preenchido com graute.

Melo (MM) 32
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida com pinos:

A ligação com pinos


apresenta baixo fator
de restrição à rotação.
O pino trabalha à tra-
ção, e deve ser conve-
nientemente ancorado
no consolo. Pode ser de
aço CA-25 e 50 e
Melo (MM)
cordoalha CP 190.

33
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida com pinos:

Pinos em cordoalha
podem apresentar
grandes alongamen-
tos, e não romperem
antes da deformação
da viga.
Melo (MM)

34
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida com furos passantes ou luvas:

Na ligação com arma-


dura negativa ocorre
uma ligação da viga com
o pilar, por meio de
barras de aços inseridas
em furos passantes no
pilar, ou luvas com rosca
(para emenda da arma-
dura negativa colocada
na capa da laje).
Melo (MM) 35
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida com furos passantes ou luvas:

Não admite a inversão


do momento fletor
negativo, devido a não
possuírem resistência à
tração na parte inferior
da viga junto ao pilar. O
neoprene deve ser pre-
enchido com graute,
bem como os espaços
livres (folgas) viga-pilar, Melo (MM)
fazendo as superfícies
36
rugosas.
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida com furos passantes ou luvas:

O uso de luvas é reco-


mendado em pilares de
extremidade.
As forças horizontais
são transmitidas pelos
pinos, pelo atrito com o
graute (entre o neo-
prene), e pelo contato
direto das superfícies
da viga com o pilar e o Melo (MM)
consolo. 37
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida com furos passantes ou luvas:

Os furos devem ser


preenchidos com
graute, ou adesivo à
base de epóxi.

Melo (MM)

38
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida com armadura passante:

Melo (MM)

39
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida com armadura passante:

Melo (MM)
40
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida com armadura passante:

Melo (MM)

41
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida com chapas
soldadas:

As ligações com solda


são as mais sofisti-
cadas e que possibili-
tam condições mais
próximas do engaste
perfeito. São utilizadas
chapas de aço na parte
inferior da viga, solda-
das sobre outra chapa
colocada no apoio. Melo (MM)
42
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida com chapas
soldadas:

A chapa do consolo é
soldada à armadura
principal do consolo. A
chapa da viga deve ter
as grapas cuidadosa-
mente projetadas e
posicionadas.
Melo (MM)

43
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida:

A diferença para a ligação rígida simples é a


soldagem de chapas metálicas, posicionadas na
parte inferior das vigas e no apoio. Não existe o
apoio em neoprene.
As chapas metálicas devem ser muito bem
niveladas.

44
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida com chapas soldadas:

Melo (MM)
45
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Semi-rígida com chapas soldadas:

Melo (MM)
46
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Engastada:

É aquela com fator de restrição à rotação


maior que 0,85. Pode ser considerada como
igual à realizada no concreto moldado in loco.
É obtida com a concretagem do nó entre a
viga e o pilar, com a existência de barras de
ligação (arranques nas peças). (Melo – MM)

47
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Conforme Ballarin:
As ligações rígidas são obtidas normalmente
com entrelaçamento, traspasse ou soldagem
das armaduras salientes dos elementos ou
então por soldagem de insertos metálicos
devidamente ancorados nos elementos a
serem unidos. Evidentemente, este tipo de
ligação restringe grande parte dos graus de
liberdade do sistema, sendo adequada para
suportar tração, compressão, cisalhamento e
flexão.
48
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

As ligações articuladas são obtidas pela


superposição de um elemento estrutural a
outro. Na interface de apoio entre elementos
pode-se utilizar ou não placas especiais de
apoio, confeccionadas com materiais diversos,
As ligações articuladas podem transmitir as
forças que passam pela articulação, liberando
contudo alguns graus de liberdade do sistema
(principalmente deslocamentos horizontais e
rotações).

49
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Como apresentado em Miotto, a “deformabi-


lidade de uma ligação é definida como o
deslocamento relativo entre os elementos que
compõem a ligação, causado por um esforço
unitário atuante na direção desse desloca-
mento. Assim, a deformabilidade ao momento
fletor da ligação entre uma viga e um pilar está
associada à rotação da viga em relação à forma
indeformada do nó.”

50
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

51
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Tem-se:
 M
Dm  Km 
M 

onde:
Dm - deformabilidade ao momento fletor
da ligação;
φ - rotação da ligação;
M - momento fletor atuante na ligação;
Km - rigidez ao momento fletor da ligação.
52
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A maneira usual-
mente empregada
para representar a
deformabilidade ao
momento fletor de
uma ligação é atra-
vés da sua relação
momento fletor-ro-
tação, ou apenas
momento-rotação.

53
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O conhecimento das curvas momento fletor-


rotação das ligações, ou pelo menos uma
aproximação adequada de seus parâmetros-
chave, é um pré-requisito para que o compor-
tamento da ligação semi-rígida seja levado em
consideração no projeto estrutural.”

54
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

b) Quanto ao emprego de concreto ou


argamassa local

- Ligação seca;
- Ligação úmida.

55
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Conforme Ballarin:
As ligações secas são executadas pela simples
colocação de uma peça sobre a outra, sem
adição de nenhum material de preenchimento
na interface de contato e vizinhanças.

56
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

As ligações úmidas são obtidas com adição de


material de preenchimento (graute, argamassa
ou microconcreto) na interface dos elementos.
O material de preenchimento, normalmente de
natureza igual à dos elementos unidos, pode
ter finalidade estrutural ou somente finalidade
estética e protetora.
Segundo MOKK (1959), as ligações úmidas são
mais adequadas para suportar carregamentos
de maior magnitude, conferindo um caráter
monolítico à estrutura.
57
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

c) Quanto ao esforço principal transmitido

- Ligação solicitada por compressão;


- Ligação solicitada por tração;
- Ligação solicitada por cisalhamento;
- Ligação solicitada por momento fletor;
- Ligação solicitada por momento de torção.

58
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

d) Quanto à colocação de material de


amortecimento
- Ligação dura – ligação com solda ou concreto
moldado no local;
- Ligação macia – com a intercalação de
material de amortecimento.

59
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Conforme Ballarin:

As ligações "soft", como o próprio nome


sugere, são aquelas em que um elemento
descansa sobre o outro intercalado por mate-
rial de amortecimento.
As ligações "hard" são executadas com placas e
perfis de aço, com soldagem ou com utilização
de concreto moldado in loco.

60
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nas ligações entre elementos pré-moldados


pode-se recorrer a uma variedade de recursos,
tais como:
a) Armadura saliente e concreto moldado no
local
Este caso consiste em deixar parte da armadura
saliente e, após a montagem, executa-se a
concretagem da ligação. Há a necessidade de
aguardar o endurecimento do concreto para a
efetivação da ligação.
61
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a) Armadura saliente e concreto moldado no local

62
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

b) Conformação por encaixes, recortes e chaves


Em várias situações recorre-se à conformação
das extremidades dos elementos, tendo em
vista diversos objetivos, como, por exemplo,
disfarçar a ligação, impedir deslocamentos
relativos, proporcionar engastamento à torção,
já na fase de montagem.

63
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

b) Conformação por encaixes, recortes e chaves

64
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

c) Cabos de protensão

65
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

d) Conectores metálicos, solda e parafusos


São utilizados elementos metálicos, como
perfis e chapas de aço, fixados nas faces
externas dos elementos, normalmente ligados
à armadura principal por meio de solda.
Quando se utiliza solda deve-se ter em conta
possíveis dificuldades de montagem devido às
deformações produzidas pela solda, redução de
resistência no caso de ações com grande
número de repetições e prejuízo na aderência
da barra com o concreto junto à solda.
66
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

d) Conectores metálicos, solda e parafusos

67
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

e) Apoios de elastômero
São empregados para promover uma distribui-
ção mais uniforme das tensões de contato no
apoio entre elementos, bem como possibilitar
deslocamentos horizontais e rotações nos
apoios.
Geralmente é o “neoprene”.

68
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

e) Apoios de elastômero

69
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

f) Dispositivos metálicos
Há uma série de dispositivos metálicos que são
empregados nas ligações, com as mais variadas
funções. Podem ser destinados à fixação de
outros elementos metálicos, emendas de
barras, dispositivos de içamento, etc.

70
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

f) Dispositivos metálicos

71
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

g) Argamassa e concreto de granulometria fina


São empregados para uniformizar tensões de
contato entre elementos ou para preencher
espaços. Podem ser utilizados com consistência
fluida (graute) ou não.

72
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

g) Argamassa e concreto de granulometria fina

73
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A transferência de forças nas ligações pode ser


dividida em três formas básicas:
a) Transferência de forças de compressão
Pode ser feita por meio de: contato direto, com
argamassa de assentamento ou de enchimento,
com elastômeros (neoprene) ou com ele-
mentos metálicos, como chapas ou cantoneiras
fixadas nas partes em contato.

74
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

a) Transferência de forças de compressão

A transferência por contato direto só é permi-


tida quando as tensões de contato forem
baixas e houver um grande controle de
execução para que as superfícies em contato
sejam efetivamente planas.

75
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

b) Transferência de forças de tração


A transmissão de forças de tração pelas ligações é
feita emendando a armadura.
c) Transferência de forças de cisalhamento
As forças de cisalhamento podem ser transferidas
por meio de concreto ou da armadura. A
transferência pelo concreto pode ser por adesão,
atrito ou chaves de cisalhamento. A transferência
pela armadura pode ser com barras cruzando a
ligação ou com conectores metálicos, unidos por
solda ou parafuso. 76
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS
PARA O PROJETO E A EXECUÇÃO
Os princípios gerais que devem nortear o projeto
das ligações são:
a) As ligações devem assegurar a rigidez e a
estabilidade global da estrutura;
b) Devem ser levadas em conta as tolerâncias de
fabricação e montagem;
c) A análise das ligações se estende às extremi-
dades dos elementos que nelas concorrem;
d) Devem ser previstas acomodações da ligação,
até ela atingir sua capacidade.
77
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

O terceiro princípio (c - a análise das ligações se


estende às extremidades dos elementos que
nelas concorrem), pode ser melhor compre-
endido a partir da análise do caminho das
forças que ocorrem nas adjacências das
ligações.

78
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

Em uma ligação viga-pilar podem ser identi-


ficados três componentes básicos:
a) Consolo com perfil
de aço (ou de concreto);
b) Aparelho de apoio;
c) Dente de concreto.

79
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

A transferência das forças verticais da viga até o


pilar ocorre da seguinte forma:

a) Do vão da viga para a região de seu apoio por


flexão;
b) Da parte inferior da viga até o dente por meio
da armadura de suspensão;
c) Do aparelho de apoio até o elemento metálico
embutido no pilar;
d) Da parte embutida do elemento metálico para
o concreto, por meio das tensões de contato.
80
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

81
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO
A força de tração, que tende a ocorrer devido ao
encurtamento do comprimento da viga em razão
das variações volumétricas, é transferida, em
linhas gerais, da seguinte forma:
a) Do concreto da viga para
o dente;
b) Do dente para o apa-
relho de apoio;
c) Dependendo da defor-
mabilidade do apoio,
parte da força que
ocorreria é aliviada; 82
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

d) O restante da força é transferido do aparelho de


apoio para o elemento metálico embutido no
pilar;
e) A força no elemento metálico é transferida para
o concreto do pilar por aderência.

83
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

Com relação ao último princípio (d - Devem ser


previstas acomodações da ligação, até ela
atingir sua capacidade), cabe destacar que a
acomodação ocorre em alguns tipos de ligação,
como por exemplo, em ligações com parafusos
ou pinos não ajustados ou elastômeros e
chumbadores, tipos que correspondem à
situação de ligação com fraca rigidez inicial.

84
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

85
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

No projeto das ligações aplicam-se, em geral,


os mesmos princípios do dimensionamento do
Concreto Armado.
Devido às incertezas no comportamento das
ligações, podem ser empregados coeficientes
de ajustamento, entre 1,0 e 1,33 segundo o
PCI.

86
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO
Na adoção do coeficiente de ajustamento deve-
se considerar:
a) A forma de ruína, de maneira a reduzir a
possibilidade de ruptura frágil, que acontece
quando a ruína ocorre por ruptura do
concreto ou deficiência de ancoragem da
armadura ou de insertos metálicos;
b) As consequências da ruína;
c) Sensibilidade da ligação aos desvios;
d) A relação entre as ações permanentes e as
variáveis. 87
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

A ductilidade das ligações é caracterizada como


a capacidade da ligação sustentar grandes
deformações inelásticas sem perda significativa
de resistência, antes de atingir a ruína. Essa é
uma característica importante em relação à
capacidade de redistribuição de esforços da
estrutura.
Deformação inelástica: aquela que não retorna
às dimensões originais, após cessadas as forças
aplicadas ao sistema físico; deformação plás-
tica.
88
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

89
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

Em relação ao projeto e execução das ligações,


são sugeridas as seguintes diretrizes:
a) Padronizar os tipos de ligações;
b) Evitar o congestionamento da armadura e
dos dispositivos metálicos junto às ligações,
para não dificultar a concretagem;
c) Reduzir os trabalhos após a desforma;
d) Estar atento para as limitações dos materiais
e dimensões reais dos elementos;
e) Considerar as folgas e tolerâncias;
90
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

f) Evitar tolerâncias de execução e montagem


não padronizadas;
g) Padronizar os dispositivos e usar poucas
variações deles;
h) Usar a simetria dos detalhes para minimizar
a possibilidade de erros, pela inversão de
lados.

91
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

Algumas indicações específicas para evitar


possíveis problemas que possam ocorrer estão
relacionadas a seguir:

a) Cuidados no detalhamento em relação à


execução de dobras na armadura principal na
ligação, para não acarretar situação crítica nos
cantos dos apoios entre os elementos, devido à
limitação prática dos raios de dobramento;

92
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

b) Cuidados no detalhamento em relação à


superposição da armadura principal dos
elementos com a armadura e insertos das
ligações, devido à grande quantidade de
armadura junto às ligações;
c) Cuidados no detalhamento em relação às
condições de alojamento da armadura, pois o
diâmetro das barras é maior que seu diâmetro
nominal;
d) Evitar soldar a armadura perto da região de
dobra das barras;
93
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

e) Cuidados na fixação de insertos metálicos de


forma a garantir seu correto posicionamento;
f) Cuidados na concretagem nas imediações
dos insertos metálicos próximos às superfícies,
para evitar a formação de falhas de
concretagem devido ao aprisionamento de ar,
como, por exemplo, recorrer a furos para sua
saída;
g) Cuidar para que os topos dos elementos
fiquem perpendiculares a seu eixo, para não
acarretar prejuízos para a montagem. 94
4.2 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
O PROJETO E A EXECUÇÃO

Em relação à montagem, recomenda-se ater aos


seguintes aspectos:
a) Procurar minimizar o tempo necessário que os
elementos ficam suspensos;
b) Prever ajustes no campo, mediante emprego
de tolerâncias e folgas apropriadas na elabo-
ração do projeto;
c) Na medida possível, propiciar acessibilidade à
ligação;
d) Evitar elementos salientes que são susceptíveis
de ser danificados durante o transporte e a
montagem. 95
4.3 ELEMENTOS PARA ANÁLISE E PROJETO
4.3.1 TRANSFERÊNCIA DE ESFORÇOS LOCALIZADOS
4.3.1.1 BLOCO PARCIALMENTE CARREGADO
4.3.1.2 PUNÇÃO
4.3.1.3 EFEITO DE PINO

4.3.2 MODELOS PARA ANÁLISE DA


TRANSFERÊNCIA
4.3.2.1 MODELO DE BIELA E TIRANTE
4.3.2.2 MODELO DE ATRITO-CISALHAMENTO

4.3.3 ANCORAGENS E EMENDAS DE BARRAS


4.3.3.1 ANCORAGEM DE BARRAS
4.3.3.2 EMENDAS DE BARRAS 96
4.4 COMPONENTES DAS LIGAÇÕES
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA
Na colocação de um elemento pré-moldado
sobre outro ou sobre elemento de concreto
moldado no local, pode-se empregar uma
camada de argamassa para promover o
nivelamento e distribuir as tensões de contato.
Ver: Comportamento de juntas de argamassa
solicitadas à compressão na ligação entre elementos
pré-moldados. Tese de Aline da Silva Ramos Barboza
http://www.set.eesc.usp.br/static/media/producao/2
002DO_AlinedaSilvaRamosBarboza.pdf 97
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

Em geral, o enchimento da junta pode ser feito


de duas formas:
a) Com a colocação de argamassa seca,
socando manualmente o material no espaço
a ser preenchido (dry packed mortar);
b) Com a colocação de argamassa, em forma
de graute, por pressão ou por gravidade.

98
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

99
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

Há ainda duas alternativas:


1) com argamassa de regularização da super-
fície;
2) com argamassa de assentamento.
No primeiro caso, a colocação do elemento é
feita com a argamassa endurecida e seu
comportamento é basicamente de junta seca.

(Miotto) 100
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

Já o segundo caso corresponde à colocação


(montagem) do elemento pré-moldado com a
argamassa ainda fresca. Esse tipo de junta tem
sido pouco utilizado, pois não favorece o
controle da montagem.
A espessura da junta deve ser a menor
possível, dentro de limites de execução e
tolerância. Recomenda-se que a espessura da
junta não seja maior que 10 % da menor
dimensão da seção transversal dos elementos a
serem conectados.
101
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

As juntas de argamassa estão sujeitas a esforço


principal de compressão, que pode ser
acompanhado de cisalhamento.
A transferência de forças de compressão é
governada pela deformabilidade relativa da
argamassa da junta em relação à do concreto
dos elementos pré-moldados e pela ocorrência
de estrangulamento da seção na junta.

102
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

Como, em geral, a argamassa apresenta módulo


de elasticidade mais baixo que o dos concretos
dos elementos, ela tende a se deformar,
produzindo tensões de tração no elemento pré-
moldado. Ainda devido ao fato de a argamassa ser
mais deformável, a parte externa, como não é
confinada, praticamente não trabalha, acarre-
tando, para efeitos de transmissão de tensões, um
estrangulamento da seção. Devido a esse efeito,
também ocorrem tensões de tração nos elementos
pré-moldados como consequência do comporta-
mento de bloco parcialmente carregado.
103
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

104
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

O dimensionamento de uma junta, em relação


aos esforços de compressão, consiste em
verificar as tensões de compressão na junta e
verificar os elementos pré-moldados conside-
rando as citadas tensões de tração. Para a
verificação dos elementos pré-moldados pode-
se, simplificadamente, levar em conta o efeito
de bloco parcialmente carregado, com a seção
da junta reduzida em duas vezes a sua
espessura, que a parte externa não trabalha.
105
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

A verificação das tensões de compressão pode


ser feita com as recomendações da referência
4.14. Para a resistência à compressão da junta é
indicada a expressão:

fmcj = 0  fck,adj

106
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

onde:
fck,adj = menor resistência do concreto dos
elementos adjacentes à junta;
0 = coeficiente de redução da área, de forma a
considerar a área efetiva da junta;
 = coeficiente de eficiência da junta, definido
como a relação entre as capacidades de
suporte de elemento com junta e a de
elemento similar sem junta.
107
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

De acordo com resultados experimentais, o


coeficiente de eficiência pode ser calculado
como:
51     2

51      2

108
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

onde:  = relação entre a altura da parte


comprimida da área da junta e a espessura da
junta. A altura da parte comprimida coincide com
a altura da seção transversal da junta no caso de
compressão centrada. Para compressão excên-
trica, a altura da parte comprimida é calculada
considerando o diagrama elástico-linear de tensão
até o valor de fmck e plástico-perfeito a partir desse
valor;
 = relação entre a resistência à compressão da
argamassa da junta e a resistência do concreto dos
elementos adjacentes à junta. 109
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

O valor de  pode ser calculado com:

f mck
  m
f ck ,adj

sendo: m = coeficiente de redução, que leva


em conta a diferença entre a qualidade da
argamassa da obra e a da argamassa feita em
condições laboratoriais;
fmck = resistência característica da argamassa à
compressão.
110
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

Os valores indicados para o coeficiente m são:


0,75 – se o controle de qualidade for feito por
meio de corpos de prova padronizados,
ensaiados após permanecerem em condições
controladas de umidade e temperatura;
1,0 – se o controle for feito por meio de
testemunhos extraídos de juntas e curados nas
mesmas condições de campo.

111
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

Para o coeficiente de redução da área 0 são


indicados os valores:
0,9 – para argamassa auto-adensável;
0,7 – para argamassa seca (dry packed mortar);
0,3 – se o elemento é colocado sobre um berço
de argamassa.

112
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

A NBR 9062 fornece indicações de resistência


de juntas com argamassa de assentamento,
recomendando que a tensão de contato não
deve ultrapassar 0,10fck,adj , nem 50 % da
resistência característica da argamassa e nem 2
MPa.
Exclui-se dessas restrições as tensões de
contato dos painéis portantes.
O assentamento não pode ser executado após
o início da pega do cimento.
113
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

As juntas sem argamassa podem ser empre-


gadas em determinadas situações, quando a
tensão de contato for baixa e houver grande
precisão de execução e montagem.
A NBR 9062 é bastante restritiva, limitando o
emprego a elementos de pequenas dimensões,
com tensão de contato menor que 0,03fck,adj ou
1 MPa, em que fck,adj é a menor resistência dos
materiais de contato.

114
4.4.1 JUNTAS DE ARGAMASSA

A resistência ao cisalhamento que acompanha


os esforços de compressão pode ser verificada,
de forma simplificada e a favor da segurança,
pela teoria de atrito de Coulomb. A seguinte
tensão admissível é indicada para elementos
tipo barra com coeficiente de segurança de 2,5:

0,3 c para superfície lisa;


 m,adm 
0,5 c para superfície rugosa.

Em que c é a tensão de compressão da junta.


115
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

As ligações com o emprego de material de


amortecimento são utilizadas para promover
uma distribuição mais uniforme das tensões de
contato nas ligações entre os elementos de
concreto e também para permitir movimentos
de translação e rotação.

116
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

O elastômero mais comum é o policloropreno


(neoprene). Pode ser empregado na forma de
camada simples ou em múltiplas camadas
intercaladas de material mais rígido.
A tensão normal de compressão para situação
de serviço é relativamente alta, da mesma
ordem de grandeza do concreto, e tem grande
resistência às intempéries.

117
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

Essas características promovem grande liber-


dade de movimentos de translação e rotação,
com dimensões compatíveis com as dos
elementos de concreto, e razoável durabili-
dade.

118
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

Quando as reações de apoio são de pequena


intensidade emprega-se apoio com camada
simples. No entanto, quando elas forem de
grande intensidade, como em geral ocorre nas
pontes, emprega-se apoio com múltiplas
camadas intercaladas com chapas de aço,
vulcanizadas no policloropreno, de forma a
aumentar a rigidez e a resistência do aparelho
de apoio, formando o chamado aparelho de
apoio cintado.
119
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

A análise das tensões e deformações não é


simples. Em geral, as expressões teóricas são
ajustadas com valores de pesquisas experi-
mentais.

120
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

No dimensionamento do apoio de elastômero,


as ações não são fatoradas, ou seja, não são
afetadas de coeficientes de majoração nem de
redução, entrando, portanto, com seus valores
característicos. No entanto, deve ser feita uma
diferenciação entre as ações de longa duração,
como, por exemplo, as ações permanentes,
retração, fluência e temperatura e ações de
curta duração, como, por exemplo, vento,
frenagem e aceleração e impacto lateral.
121
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

O dimensionamento de apoio de elastômero


consiste em determinar as dimensões a e b, em
planta, a espessura da camada, no caso de
apoio simples, ou o número e as espessuras
das camadas de policloropreno e da chapa de
aço, no caso de aparelho de apoio cintado.

122
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

123
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

Normalmente é feito um pré-dimensionamento


que possibilita fazer uma primeira estimativa
das dimensões do aparelho.
Com o pré-dimensionamento determinam-se
as dimensões a e b (a na direção do eixo da
viga e b na direção perpendicular ao eixo, no
plano horizontal), limitando a tensão de
compressão para a área A:
N máx
A a.b
 adm
124
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

sendo:
Nmáx – máxima força normal de compressão;
adm – tensão admissível, podendo-se adotar o
valor de 7 MPa para elastômero simples e 11
MPa para elastômero cintado.
Em geral, o valor de b é fixado em função da
largura da viga, de forma que se pode
determinar o valor de a.

125
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

A espessura da camada ou a somatória das


espessuras das várias camadas de elastômero
pode ser estimado com:

h = 2ah,lon

em que:
ah,lon – deslocamento horizontal devido às
ações de longa duração (retração, fluência,
temperatura, protensão)
126
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

As verificações que compõem o dimensiona-


mento do apoio de elastômero são:
Verificações de limites de tensão:
a) Limite de tensão de compressão;
b) Limite de tensão de cisalhamento.

Verificações de limites de deformação:


c) Limite de deformação de compressão
(afundamento);
d) Limite de deformação por cisalhamento.
127
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

Verificações de descolamento:
e) Segurança contra o deslizamento;
f) Segurança contra o levantamento da borda
menos comprimida.

Outras verificações:
g) Condição de estabilidade;
h) Espessura da chapa de aço, no caso de apoio
cintado.

128
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

São apresentadas na sequência as verificações


para o elastômero simples, com os índices lon
para longa duração e cur para curta, e a
aproximação tg  = 0.

129
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

a) Limite de tensão de compressão


Esta verificação é feita limitando a tensão de
compressão, calculada com a máxima
componente vertical da reação, ao valor de 7
MPa para elastômero simples. Portanto, uma
vez feito o pré-dimensionamento apresentado
anteriormente, esta verificação já está
efetuada.

130
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

b) Limite de tensão de cisalhamento


Deve ser satisfeita a seguinte condição:

 n   h    5G

em que:
n – tensão devida à força normal de
compressão;
h – tensão devida às ações horizontais;
 – tensão devida às rotações.
131
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

As tensões podem ser calculadas com:


Ações de longa duração

1,5 N lon
n 
A

G a h ,lon H lon
h  
h A

1,5N lon  1,5 N cur 


 
A 132
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

Ações totais (de longa e de curta duração)

1,5N lon  1,5 N cur 


n 
A

H lon  0,5H cur


h 
A

G a2
  2
lon  1,5cur 
2h

133
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

Em que  é o fator de forma, que vale:


A

2h a  b 

sendo:
A – área do apoio de elastômero, igual a ab;
G – módulo de elasticidade transversal;
h – espessura da almofada.

134
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

Por se tratar de elementos pré-moldados é


indicado adotar uma rotação inicial devido à
imprecisão de montagem, o = 0,01 rad, que se
soma à parcela lon para o cálculo de  .

135
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

c) Limite de deformação de compressão


(afundamento)
A deformação por compressão deve ser
limitada a 15 % da altura, ou seja:

h  0,15h

A variação da altura h da almofada pode ser


determinada por:

136
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

 máx h
h 
k1G   k 2  máx

sendo:
N máx
 máx 
A

e k1 e k2 coeficientes empíricos.

137
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

Na falta de valores experimentais pode-se


utilizar os valores k1 = 4 e k2 = 3.
b) Verificação da deformação por cisalhamento
A verificação da deformação por cisalhamento
consiste em limitar o ângulo de distorção do
aparelho de apoio, o que corresponde a limitar
os deslocamentos horizontais ao valor:
ah
tg    0,7
h
138
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

ou
a h  a h ,lon  a h ,cur  0,7 h

em que ah,cur é o deslocamento horizontal


devido a ações acidentais de curta duração,
que vale:
H cur
a h ,cur  h
2G A

em que o valor de 2G, em vez de G, é


empregado por se tratar de forças
instantâneas. 139
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

e) Verificação da segurança contra o


deslizamento
Devem ser satisfeitas as seguintes condições de
atrito de Coulomb e de tensão mínima:
e1) Atrito de Coulomb

HN

em que:
140
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

0,6 em MPa.
  0,1 

Essa verificação deve ser feita com as forças H e


N concomitantes, para pelo menos as duas
seguintes situações:
N lon
H = Hlon e 
A

N lon  N cur
H = Hlon + Hcur e 
A 141
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

e2) Tensão mínima

N mín  a  em MPa.
 1  
A  b

Se esses limites não forem obedecidos, deve-se


empregar dispositivos que impeçam o
deslocamento da almofada.

142
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

f) Verificação da condição de não levantamento


da borda menos comprimida
Este caso é dividido em duas situações.
f1) Almofada simples com ações de longa
duração

2h 
lon 
a

143
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

com:
 lon

k1G   k 2  lon

f2) Almofada simples com ações de longa e


curta duração

2h  com
lon  1,5cur 
a
 lon   cur

k1G   k 2  lon   cur  144
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

em que, segundo a NBR 9062, os coeficientes


k1 e k2 valem 10 e 2, respectivamente.

g) Verificação da estabilidade
Dispensa-se a verificação da estabilidade da
almofada se:
a
h
5

145
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

Se esta condição não for satisfeita, a verificação


pode ser feita com:
2a
 máx  G
3h
Na falta de ensaios experimentais, o valor do
módulo de deformação transversal G pode ser
adotado em função da dureza Shore A.

146
4.4.2 APARELHOS DE APOIO DE ELASTÔMERO

Ainda como parte das indicações para o


dimensionamento dos apoios de elastômero,
são recomendados os seguintes valores:

a) Espessura mínima de 6 mm para apoio de


nervuras de painéis TT;
b) Espessura mínima de 10 mm para vigas em
geral.
147
4.4.3 CHUMBADORES SUJEITOS
À FORÇA TRANSVERSAL
A força de ruptura pode ser calculada com as
seguintes equações, obtidas com base em
ensaios experimentais:
Sem proteção na borda

 2

Frup  1,27 1  1,69  1,3  2
f ck f yk

em que:

148
4.4.3 CHUMBADORES SUJEITOS À FORÇA TRANSVERSAL

149
4.4.3 CHUMBADORES SUJEITOS À FORÇA TRANSVERSAL

e f ck
  2,86
 f yk
sendo que, caso e tenda a zero, resulta:

Frup  1,27 2
f ck f yk

Com proteção na borda

Frup  2,44 2
f ck f yk

150
4.4.3 CHUMBADORES SUJEITOS À FORÇA TRANSVERSAL

Uma outra avaliação da força última é


determinada conforme a norma italiana:

Fu    2 f cd f yd

sendo que, para e < 0,5, tem-se:

 = 1,2 na ausência de confinamento (sem


proteção de borda);
 = 1,6 com confinamento (com proteção de
borda).
151
4.4.3 CHUMBADORES SUJEITOS À FORÇA TRANSVERSAL

Nas expressões não está sendo considerada


redução de resistência quando o chumbador
está próximo às bordas ou aos cantos do
elemento.
Uma indicação que considera este efeito é
determinada com o menor dos valores:

Fu  1,2 2 f cd f yd

Fu  0,85a b f td
2

152
4.4.3 CHUMBADORES SUJEITOS À FORÇA TRANSVERSAL

em que:
ab – distância da borda do elemento até o
limite do furo;
ftf – resistência de cálculo do concreto à tração.

Se as forças transmitidas pelo chumbador


forem estabilizantes, o valor de Fu na primeira
expressão deve ser reduzido pelo fator 0,8.

153
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Os consolos são elementos estruturais que se


projetam de pilares ou paredes para servir de
apoio para outras partes da estrutura ou para
cargas de utilização.
Os consolos constituem-se em balanços curtos,
merecendo um tratamento à parte do
dispensado às vigas, pois, em geral, não vale a
teoria da flexão.

154
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Cortesia de Pré-
Moldados Sendi
155
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Cortesia de Pré-Moldados Sendi

156
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO
Trajetórias das tensões principais em regime
elástico de consolos com relação a/h = 0,5.

157
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

As conclusões do trabalho de Franz e Niedenhoff


foram:
a) A parte inferior do consolo retangular não é
praticamente solicitada, de forma que o
chanfro nesta parte não influi na resistência;
b) As isostáticas de tração na parte superior são
aproximadamente horizontais com tensão
constante desde o ponto de aplicação da força
até a seção na face do pilar, sugerindo assim o
emprego de armadura junto à face superior,
que seria a armadura principal do consolo
(armadura do tirante); 158
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

c) As tensões de compressão partem do ponto


de aplicação da força e vão até a base do
consolo, sugerindo a formação de biela entre o
ponto de aplicação da força e a base do
consolo;
d) Os estribos verticais, como nas vigas, não
funcionam e as resultantes das demais tensões
de tração podem ser absorvidas por estribos
horizontais.

159
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Um modelo de treliça foi idealizado para o


consolo, com uma barra tracionada (tirante), e
uma barra diagonal comprimida (biela).

160
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO
A armadura de costura horizontal, disposta ao
longo da altura do consolo, também é importante.
Os tipos básicos de ruptura dos consolos são:
a) Deformação excessiva da armadura do tirante,
levando ao esmagamento do concreto na parte
inferior do consolo;

161
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO
b) Fissuração diagonal que parte do ponto de
aplicação da força e vai até o canto do consolo,
indicando esmagamento do concreto;
c) Escorregamento do consolo acompanhado por
fissuração junto à face do pilar, caracterizando
ruptura por corte direto.

162
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

FONTE: COSTA (2009).

163
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Também pode ocorrer ruptura por detalha-


mento incorreto, como por deficiência de
ancoragem da armadura do tirante, ou pela
força aplicada estar muito próxima à borda, ou
por ocorrência de força horizontal não prevista.
Os principais modelos de cálculo são:
a) Modelo de biela e tirante;
b) Modelo de atrito-cisalhamento.

164
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Para as formas de ruptura a) e b) o modelo de


treliça é mais apropriado (consolo com altura
pequena). Para alturas maiores, o modelo de
cisalhamento é mais indicado (ruptura c).
A NBR 9062 indica que:
a) Para 1,0 < a/d < 2,0 – cálculo como viga;
b) Para 0,5  a/d  1,0 – consolo curto - cálculo
com modelo de biela e tirante;
c) Para a/d < 0,5 – consolo muito curto -
cálculo com modelo de atrito-cisalhamento.
165
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

A força horizontal deve ser considerada, devida


à frenagem de ponte rolante, variação volu-
métrica, etc. Deve ser calculada em função do
esquema estático da estrutura e com os
vínculos impostos nas ligações, com valor não
menor que 20 % da reação vertical.
Um momento de torção deve ser considerado
para cargas excêntricas ou devida à frenagem
em pontes rolantes.

166
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Desvios e rotações dos elementos nos apoios


devem ser considerados.
Coeficiente de ajustamento conforme a NBR
9062.

167
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

No caso de consolo curto (0,5  a/d  1,0), o


possível esmagamento do concreto é verificado
por meio da tensão tangencial de referência.

168
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Do equilíbrio em C:
Vd
 wd    wu
bd

com
0,18 f cd
 wd   f cd
2
a
0,9   
2
d

169
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

O valor de  pode ser assumido igual a 1,0 para


forças diretas e 0,85 para forças indiretas,
conforme a NBR 9062.
Com  = 1, tem-se:
a/d = 1,0   = 0,134
a/d = 0,5   = 0,175

170
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Para consolo muito curto (a/d < 0,5) tem-se:

3  0,9 f yd
Vd 
 wd    wu  0,3f cd
bd 6 MPa

com fyd em MPa e  sendo a taxa geométrica de
armadura do tirante.

171
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Para consolo curto (0,5  a/d  1,0), a área da


armadura do tirante é:
Vd a Hd
A s, tir   1,2
0,9d f yd d f yd

Conforme a NBR 9062, para consolo muito


curto (a/d < 0,5), a área da armadura do
tirante, pela teoria de atrito-cisalhamento, é:
1  0,8Vd 
A s, tir    H d 
f yd   
172
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

em que o valor de  vale:


- 1,4 – para concreto lançado monolitica-
mente;
- 1,0 – para concreto lançado sobre concreto
endurecido intencionalmente rugoso (5 mm
de profundidade a cada 30 mm);
- 0,6 – para concreto lançado sobre concreto
endurecido com interface lisa.

173
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Recomenda-se que a área da armadura, para


consolo muito curto, não seja menor que
aquela calculada com a expressão para consolo
curto. A tensão no aço fyd deve ser limitada a
435 MPa.

174
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

175
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

176
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Cortesia de Pré-Moldados Sendi


177
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Cortesia de Pré-Moldados Sendi

178
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Cortesia de Pré-Moldados Sendi

179
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

Disposições construtivas, com base na NBR


9062:

a) Altura mínima do consolo na face oposta ao


pilar
h
hb   ab
2

sendo ab a distância da almofada até a


extremidade do consolo.

180
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

b) Ancoragem da armadura do tirante


Para evitar a possibilidade de ruptura do
concreto na extremidade do consolo, a
armadura do tirante deve ser ancorada com
laço ou com barra transversal soldada na
extremidade.
O raio do laço pode chegar a 5 para   20
mm. A barra transversal soldada deve ter
diâmetro igual ou superior à barra do tirante.

181
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

182
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

183
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

184
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

b) Ancoragem da armadura do tirante

As barras do tirante podem ser ancoradas


dobrando a armadura para baixo, quando a
largura do consolo (b) é quatro vezes maior que
o comprimento do consolo, e não houver
forças horizontais de grande magnitude, para
não lascar a extremidade do consolo (NBR
9062).
Essa condição é válida para barras que se
encontram a mais de 70 mm das faces laterais.
185
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

186
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

c) Distância do elemento de apoio até a face


externa do consolo
A distância ab da face externa da almofada de
apoio à face externa do consolo deve satisfazer
às seguintes condições:
Tirante ancorado por solda de barra trans-
versal de mesmo diâmetro
ab  c + 

187
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

c) Distância do elemento de apoio até a face externa do


consolo

Tirante ancorado por laço


c  3,5 para alças com   20 mm
ab  
c  5 para alças com   20 mm
onde c = cobrimento da armadura.

188
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

d) Diâmetro máximo e espaçamento máximo


da armadura do tirante
O diâmetro máximo e o espaçamento máximo
das barras do tirante devem satisfazer as
seguintes condições, respectivamente:
Tirante ancorado por solda de barra
transversal
1 1
  h ou b  25 mm
6 6
e s  15  d
189
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

d) Diâmetro máximo e espaçamento máximo da armadura do


tirante

Tirante ancorado por laço


1 1
  h ou b  25 mm
8 8

e s  20  d

190
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

e) Posição da armadura do tirante


A armadura do tirante deve ser localizada na
região distante até h/5 do topo do consolo,
podendo chegar a h/4 desde que se utilize a
altura d efetiva.

191
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

f) Armadura de costura
A armadura de costura do consolo deve ser:
No caso de consolo curto:
Ash  0,4As,tir

No caso de consolo muito curto:


Ash  0,5As,tir
Pode ser descontada a armadura a parcela da
armadura do tirante proveniente da força horizontal
Hd . 192
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

g) Estribos verticais
Os estribos verticais podem ser escolhidos
tomando por base os valores mínimos para
vigas, com quantidade total maior que 0,2As,tir .

193
4.4.4 CONSOLOS DE CONCRETO

h) Armadura mínima do tirante


A taxa mecânica da armadura do tirante deve
estar compreendida entre os seguintes limites:

0,04 <  < 0,15

em que:

A s, tir f yk

b d f ck
194
4.4.5 DENTES DE CONCRETO
Assim como os consolos, os dentes de concreto
são muito comuns na pré-moldagem. É
também chamado dente Gerber.

195
4.4.5 DENTES DE CONCRETO

Devido à redução da altura, ocorrem elevadas


tensões de cisalhamento, resultando em um
complexo mecanismo de transferência de
forças, e elevada concentração de armaduras.

O comportamento dos dentes pode ser


considerado inicialmente com o dos consolos,
além daqueles da extremidade da viga.
O apoio da biela de compressão é diferente e
menos rígido, mas em geral aplica-se o mesmo
critério de dimensionamento de consolos para
a parte saliente do dente. 196
4.4.5 DENTES DE CONCRETO
As possibilidades de ruína são:
a) Ruptura ou escoamento da armadura que cruza a
fissura que sai do canto reentrante;
b) Ruptura segundo fissura que sai do canto inferior,
por falta ou deficiência de ancoragem das
armaduras que chegam no canto inferior.

197
4.4.5 DENTES DE CONCRETO

A inclinação das fissuras depende da relação


entre a altura do consolo e a altura da viga.
Quanto menor a relação hc / h, menor a
inclinação das fissuras. O chanfro evita ou
retarda o aparecimento da fissura principal.

198
4.4.5 DENTES DE CONCRETO
As verificações de tensão no concreto e o cálculo das
armaduras pode ser feito segundo as alternativas:

199
4.4.5 DENTES DE CONCRETO

a) Alternativa a
A verificação do concreto pode ser feita como
para o consolo. A NBR 9062 recomenda limitar
a tensão de compressão na biela em 0,85fcd
(wu = 0,149fcd para a/d = 0,5).
As armaduras principais são:
Vd
A s,sus 
f yd
e As,tir calculada como consolo.
200
4.4.5 DENTES DE CONCRETO

b) Alternativa b
A verificação da tensão no concreto pode ser
feita como no consolo, com aplicação indireta
da força, ou seja, com 0,85 dos valores da
Tabela 4.5.
As armaduras principais são:
Ftir
A s, tir 
f yd

201
4.4.5 DENTES DE CONCRETO

b) Alternativa b

com zc = 0,85dc e dh = 0,2dc tem-se:

d a ref
Ftir  0,3 Vd  1,2H d
dc dc

Vd
A si 
sen  . f yd

202
4.4.5 DENTES DE CONCRETO

203
4.4.5 DENTES DE CONCRETO

204
4.4.5 DENTES DE CONCRETO

a) Ancoragem do tirante
O início da ancoragem do tirante na viga deve
ser considerado a partir da fissura potencial
que sai do canto inferior da viga. A NBR 9062
recomenda que seja a partir de (d – dc ),
contado a partir do primeiro estribo da
armadura de suspensão.

205
4.4.5 DENTES DE CONCRETO

b) Ancoragem da armadura de costura (Ash)


Deve ser ancorada a partir da fissura potencial
que sai do canto reentrante. A NBR 9062 indica
a ancoragem de 1,5b a partir do canto
reentrante.
c) Armadura de suspensão (As,sus)
A armadura de suspensão deve estar
concentrada na extremidade da viga em uma
faixa de d/4, em forma de estribo fechado,
envolvendo a armadura longitudinal da viga. 206
4.4.5 DENTES DE CONCRETO
c) Armadura de suspensão (As,sus)

A NBR 9062 permite considerar que o gancho


da armadura longitudinal da viga resista a 40 %
da força a ser transmitida, mas deve ser
evitada.

207
4.4.5 DENTES DE CONCRETO

d) Armadura especial para reduzir fissuração


No arranjo da alternativa a, há recomendação
de empregar armadura adicional de 0,3% b hc ,
colocada em forma de estribo inclinado, na
mesma direção da armadura Asi (altern. b),
para evitar a fissura muito aberta no canto
reentrante.

208
4.4.5 DENTES DE CONCRETO

Casos particulares: vigas seção T e TT e mesas


invertidas de vigas L e T.

209
4.4.5 DENTES DE CONCRETO

No caso do apoio ser feito pela nervura, a


situação é de dente de concreto.
No caso do apoio ser na mesa, a largura fica
limitada à largura da nervura mais a espessura
da mesa. Devido à altura reduzida, é necessário
recorrer a insertos metálicos.

210
4.4.5 DENTES DE CONCRETO

No caso de apoio em mesa invertida,


considera-se uma largura fictícia para o dente.
A armadura longitudinal nas faces superior e
inferior é:

211
4.4.5 DENTES DE CONCRETO

 c df
A s  1,4
f yk

A armadura do tirante não necessita ser em


forma de laço ou barra soldada.
Devem ser observadas as recomendações para
consolos muito largos.

212
4.4.6 CONSOLOS E DENTES METÁLICOS
Ver pág. 153.

213
4.5 TIPOLOGIA DAS LIGAÇÕES

Apresentam-se as principais formas de


executar as ligações entre os elementos pré-
moldados.
As ligações são divididas em dois tipos:
a) Ligações em elementos tipo barra (ex.:
pilares e vigas);
b) Ligações em elementos tipo folha (ex.: lajes
e paredes).

214
4.5.1 LIGAÇÕES EM ELEMENTOS TIPO BARRA

215
4.5.1 LIGAÇÕES EM ELEMENTOS TIPO BARRA

216
4.5.1.1 LIGAÇÕES PILAR X FUNDAÇÃO
As ligações dos pilares nas fundações podem
ser divididas nos seguintes tipos básicos.
a) Por meio de cálice

217
4.5.1.1 LIGAÇÕES PILAR X FUNDAÇÃO

a) Por meio de cálice

O cálice é a conformação do elemento de


fundação para possibilitar o encaixe do pilar.
Após a colocação do pilar é feito o
preenchimento do espaço com concreto ou
graute.
O pilar deve ser posicionado em planta e em
nível, com dispositivos apropriados, com uso
de cunhas de madeira para a fixação provisória.

218
4.5.1.1 LIGAÇÕES PILAR X FUNDAÇÃO

a) Por meio de cálice

A fixação em cálice permite a facilidade de


montagem, de ajustes e transmite bem os
momentos fletores.
A principal desvantagem é o custo maior da
fundação. A pré-moldagem do colarinho ou do
cálice inteiro pode ser uma opção.
É a opção mais utilizada no Brasil.

219
4.5.1.1 LIGAÇÕES PILAR X FUNDAÇÃO

b) Por meio de chapa de base


Esta ligação consiste de chapa de aço unida à
armadura principal do pilar, chumbadores,
porcas e argamassa de enchimento.
O nível e o prumo do pilar são ajustados com
auxílio de porcas e contra-porcas. O espaço
entre a chapa e a fundação é preenchido, após
a montagem, com argamassa seca ou graute.

220
4.5.1.1 LIGAÇÕES PILAR X FUNDAÇÃO

b) Por meio de chapa de base

Este tipo de ligação apresenta facilidade de


montagem e de ajuste do prumo.
A transmissão de momentos fletores é limitada
quando a chapa de aço tem as mesmas
dimensões da seção transversal do pilar. Com
chapas maiores há a possibilidade de uma
melhor transmissão de momentos fletores.

221
4.5.1.1 LIGAÇÕES PILAR X FUNDAÇÃO

b) Por meio de chapa de base

222
4.5.1.1 LIGAÇÕES PILAR X FUNDAÇÃO

c) Por emenda da armadura com graute e


bainha
A armadura do pilar ou da fundação projeta-se
para fora do pilar, que é inserida em bainha
previamente colocada no elemento adjacente.
O espaço entre a barra de aço e a bainha, e
entre o pilar e a fundação, é preenchido com
graute.

223
4.5.1.1 LIGAÇÕES PILAR X FUNDAÇÃO

c) Por emenda da armadura com graute e bainha

224
4.5.1.1 LIGAÇÕES PILAR X FUNDAÇÃO

c) Por emenda da armadura com graute e bainha

Há boa capacidade de transmissão de


momentos fletores.
As principais desvantagens são: necessidade de
manter escoramento provisório, dificuldade de
ajuste aos desvios e a susceptibilidade da
armadura saliente e danos no manuseio.

225
4.5.1.1 LIGAÇÕES PILAR X FUNDAÇÃO

d) Com emenda de armaduras salientes


Parte da armadura do pilar fica saliente e é
emendada, com solda ou com acopladores, à
armadura saliente da fundação. Depois é feita
a concretagem da emenda.
Neste tipo ocorre dificuldade de montagem, de
realização de solda de campo, e de concre-
tagem correta da emenda.
Tem emprego limitado.

226
4.5.1.1 LIGAÇÕES PILAR X FUNDAÇÃO

d) Com emenda de armaduras salientes

227
4.5.1.2 LIGAÇÕES PILAR X PILAR
A ligação pilar-pilar é empregada apenas em
construções de grande altura. Ocorre difi-
culdade no posicionamento e prumo dos
elementos. A ligação pode ser do tipo:

- Com emenda das barras da armadura do


pilar;
- Com chapa ou conectores metálicos e solda;
- Com tubos metálicos;
- Com cabos de protensão.
228
4.5.1.2 LIGAÇÕES PILAR X PILAR

229
4.5.1.2 LIGAÇÕES PILAR X PILAR

230
4.5.1.2 LIGAÇÕES PILAR X PILAR

A ligação com chapa ou conectores metálicos e


solda apresenta resistência logo após a
realização da solda, o que dispensa ou
minimiza o cimbramento provisório. A
desvantagem é a solda de campo e não
possibilitar ajustes.
Uma alternativa é a
substituição da solda
por parafusos.

231
4.5.1.2 LIGAÇÕES PILAR X PILAR

A ligação com tubos metálicos facilita o


posicionamento e o prumo do pilar. Os dois
segmentos do pilar precisam ser moldados na
mesma posição em que são montados,
utilizando o topo de um como fôrma para o
outro, com o tubo
metálico posicionado.
As barras são emendadas
e o espaço concretado.

232
4.5.1.3 LIGAÇÕES VIGA X PILAR E
VIGA X VIGA JUNTO AO PILAR
Essas ligações podem ser rígidas ou articuladas.
Nas ligações articuladas normalmente se
recorre a chumbadores ou à chapa metálica
soldada no topo para promover a segurança à
estabilidade lateral da viga.

233
4.5.1.3 LIGAÇÕES VIGA X PILAR E
VIGA X VIGA JUNTO AO PILAR

234
4.5.1.3 LIGAÇÕES VIGA X PILAR E
VIGA X VIGA JUNTO AO PILAR

A ligação rígida, em que é prevista a


transmissão de momentos fletores, podem ser
realizadas com conectores metálicos e solda,
com emenda das armaduras da viga e do pilar e
com cabos de protensão.

235
4.5.1.3 LIGAÇÕES VIGA X PILAR E
VIGA X VIGA JUNTO AO PILAR

236
4.5.1.3 LIGAÇÕES VIGA X PILAR E
VIGA X VIGA JUNTO AO PILAR

237
4.5.1.3 LIGAÇÕES VIGA X PILAR E
VIGA X VIGA JUNTO AO PILAR

238
4.5.1.3 LIGAÇÕES VIGA X PILAR E
VIGA X VIGA JUNTO AO PILAR

239
4.5.1.4 LIGAÇÕES VIGA X VIGA FORA DO PILAR
Em geral, procura-se
colocar as ligações
viga x viga fora do
pilar articuladas pró-
ximas ao ponto de
momento fletor nulo
de estrutura monolí-
tica correspondente.

240
4.5.1.4 LIGAÇÕES VIGA X VIGA FORA DO PILAR

As ligações viga x
viga rígidas são
menos frequentes.
Um exemplo são as
aduelas pré-molda-
das empregadas nas
pontes com balan-
ços sucessivos.

241
4.5.1.5 LIGAÇÕES VIGA PRINCIPAL X
VIGA SECUNDÁRIA
As ligações viga principal x viga secundária
ocorrem em pisos e coberturas, como entre as
terças e a estrutura principal de galpões,
usualmente uma articulação.
Para evitar aumento da altura do piso ou da
cobertura, usualmente recorre-se a recortes
nas vigas.

242
4.5.1.5 LIGAÇÕES VIGA PRINCIPAL X VIGA SECUNDÁRIA

243
4.5.1.5 LIGAÇÕES VIGA PRINCIPAL X VIGA SECUNDÁRIA

Para ligações viga x pilar rígidas podem ser


feitos estrangulamentos nos pilares. Aproxima-
se das estruturas de concreto moldado no
local. O pilar deve ter resistência suficiente nas
situações transitórias.
Devido ao grande número de ligações desse
tipo, e à importância na montagem e na
estética, novas formas e alternativas têm sido
procuradas para a ligação viga x pilar. Visam
esconder o consolo e promover a rápida
montagem.
244
4.5.1.5 LIGAÇÕES VIGA PRINCIPAL X VIGA SECUNDÁRIA

245
4.5.2 LIGAÇÕES EM ELEMENTOS TIPO FOLHA

Os elementos tipo folha incluem as placas (ex.:


lajes), chapas (ex.: paredes) e cascas.
Para o caso mais comum de lajes formadas por
elementos dispostos em uma direção:

246
4.5.2 LIGAÇÕES EM ELEMENTOS TIPO FOLHA

247
4.5.2 LIGAÇÕES EM ELEMENTOS TIPO FOLHA

Nessas ligações são transmitidas tensões de


cisalhamento (segundo o plano dos elementos
ou na direção perpendicular) e tensões devidas
às forças normais.
As ligações laje x laje, sobre paredes ou vigas,
podem ser com ou sem transmissão de
momentos fletores.

248
4.5.2 LIGAÇÕES EM ELEMENTOS TIPO FOLHA

249
4.5.2 LIGAÇÕES EM ELEMENTOS TIPO FOLHA

250
4.5.2 LIGAÇÕES EM ELEMENTOS TIPO FOLHA

251
4.5.2 LIGAÇÕES EM ELEMENTOS TIPO FOLHA

252
4.5.2 LIGAÇÕES EM ELEMENTOS TIPO FOLHA

253
4.5.2 LIGAÇÕES EM ELEMENTOS TIPO FOLHA

254
4.5.3 LIGAÇÕES ENTRE ELEMENTOS NÃO-
ESTRUTURAIS COM A ESTRUTURA PRINCIPAL

É o caso de ligações com painéis de concreto


arquitetônico com a estrutura principal.
Normalmente recorre-se a dispositivos
metálicos.
Essas ligações têm os seguintes tipos básicos:

255
4.5.3 LIGAÇÕES ENTRE ELEMENTOS NÃO-ESTRUTURAIS
COM A ESTRUTURA PRINCIPAL

a) Ligações de apoio vertical – esta ligação é


responsável pela transmissão do peso próprio do
elemento para a estrutura principal, podendo ou
não permitir movimento horizontal.

256
4.5.3 LIGAÇÕES ENTRE ELEMENTOS NÃO-ESTRUTURAIS
COM A ESTRUTURA PRINCIPAL

b) Ligações de apoio lateral – ligações que


transmitem as forças horizontais devido à ação
do vento, e permitem os movimentos no plano
do elemento.

257
4.5.3 LIGAÇÕES ENTRE ELEMENTOS NÃO-ESTRUTURAIS
COM A ESTRUTURA PRINCIPAL

c) Ligações de alinhamento – ligações


empregadas para impedir o deslocamento
relativo entre os painéis, sendo o cisalhamento o
esforço principal transmitido.

258
4.6 ANÁLISE DE ALGUNS TIPOS DE LIGAÇÕES

4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO


DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

A ligação pilar x fundação por meio de cálice de


fundação consiste no embutimento de certo
trecho do pilar em elemento estrutural de
fundação.
Apresenta facilidade de montagem e de ajuste
aos desvios de execução, e transmite bem os
momentos fletores.
259
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

260
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

261
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

A transferência dos esforços na ligação pilar x


fundação por meio de cálice com colarinho
ocorre basicamente da seguinte forma:
a) As solicitações M e V são transmitidas do
pilar, por meio do concreto de enchimento,
para as paredes 1 e 2 do cálice;

262
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

b) As pressões nas paredes mobilizam também


força de atrito; a força de atrito na parede 1 é
nitidamente no sentido da solicitação N; já a
força de atrito na parede 2 vai depender da
relação entre as solicitações e da geometria;
c) A força normal do pilar, reduzida pela força
de atrito, é transmitida para o fundo do cálice e
também tende a mobilizar atrito;

263
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

d) As pressões na parede 1 são transmitidas


por flexão, praticamente em sua totalidade nos
casos usuais, para as paredes 3 e 4, pelo fato de
estas serem mais rígidas para a transferência
de esforços para a base;
e) As forças nas paredes 3 e 4 são transmitidas
para a base do cálice com um comportamento
de consolo;

264
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

f) As pressões na parede 2 são transmitidas,


praticamente, de forma direta para a base;
g) A força normal que chega ao fundo do cálice
tende a puncionar sua base, quando esta for de
pequena espessura, como o caso de sapatas.

265
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

266
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

267
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

Para melhorar a transmissão de forças ao cálice


podem ser feitas rugosidades na parte externa
do pilar e interna no cálice.

268
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

Ocorrem as seguintes particularidades:


a) Além de forças de atrito, tem-se
transmissão das forças por dentes de
cisalhamento;
b) Essa transferência de cisalhamento se
desenvolve praticamente em toda a altura
das paredes 1 e 2;
c) Ocorre transmissão de cisalhamento
diretamente para as paredes 3 e 4;

269
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

d) A força normal do pilar chega à base do


cálice distribuída na área correspondente ao
pilar mais o colarinho.
No caso de paredes lisas, podem ou não serem
consideradas as forças de atrito que ocorrem,
dependendo do modelo aplicado.

270
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

Esquema de armadura do cálice.

271
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

Comprimento de embutimento do pilar


(profundidade do cálice):

272
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

O comprimento de embutimento do pilar dever


ter no mínimo os valores:

273
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

As resultantes das pressões nas paredes 1 e 2 e


o ponto de aplicação da resultante na parede 1
são:

274
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

No caso de paredes lisas, ocorre flexão nas


paredes 1 e 2, devido às pressões do pilar,
significativa apenas na parte superior da
parede 1. A armadura As é calculada para os
momentos fletores calculados na faixa emb/3, e
disposta nessa região.
A tensão de contato é limitada a 0,6fcd .

275
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

276
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

A armadura Ashp é responsável pela


transmissão da força Hd,sup por meio das
paredes 3 e 4, a ser disposta igualmente entre
estas paredes:

H d ,sup
A shp 
2f yd

277
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

As paredes 3 e 4 devem ser dimensionadas


como consolo. O cálculo da armadura Asvp e a
verificação do esmagamento do concreto
podem ser feitos como:

Fvd
A svp 
f yd

Rc
c   0,85f cd
h bie h c
278
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

279
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

No caso de tg   0,5, o cálculo deve ser


ancorado para consolo muito curto.
Para cálculo das armaduras Ash e Asv pode-se
aplicar as indicações para consolo curto ou
muito curto.

280
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

No caso de flexão oblíqua, com atuação de


momentos fletores nas duas direções
ortogonais, pode-se fazer o cálculo
considerando os momentos fletores atuando
isoladamente:
a) Reduzir a tensão última de contato de 0,6fcd
para 0,5fcd ;
b) Superpor a armadura Ashp para transmitir a
força H com a armadura de flexão As ;

281
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

c) Superpor a armadura correspondente ao


tirante do consolo, por exemplo As3 = As3a + As3b
, sendo As3a e As3b as armaduras para os
momentos Ma e Mb , respectivamente.

282
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

283
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

No dimensionamento da fundação do cálice


deve ser considerada a existência ou não de
rugosidade no pilar e na parede.
a) Parede rugosa;
a) Parede lisa.

284
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

a) Parede rugosa
No caso de paredes rugosas admite-se que as
solicitações sejam transmitidas pelo conjunto
pilar mais colarinho. O dimensionamento da
fundação é feito como se o pilar tivesse as
dimensões externas do colarinho.

285
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

a) Parede rugosa

Verificação da punção
na sapata.

286
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

b) Parede lisa
Neste caso admite-se a situação extrema de
que toda força normal do pilar seja aplicada na
base.
A verificação da punção da sapata deve ser
feita com as dimensões do pilar.

287
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

b) Parede lisa

Ocorre atrito entre o


pilar e o colarinho, que
dependente das pres-
sões de contato, que são
função do momento
fletor que atua na base.
A força que chega na
base do pilar pode ser
reduzida pelo atrito
mobilizado pelo cola-
rinho. 288
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

O arranjo da armadura (Figura 4.90) é para


situações de grande e pequena excentrici-
dades. Para a flexão oblíqua, é necessário
superpor as armaduras Ashp e As .

289
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

290
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

291
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

No detalhamento das armaduras do cálice é


preciso atenção às seguintes disposições
construtivas:
a) O concreto de preenchimento deve ter
resistência igual ou superior à do pilar ou do
colarinho e o adensamento deve ser feito
por vibrador de agulha;
b) Segundo a NBR 9062, as rugosidades do
pilar e do colarinho, quando consideradas,
devem ter profundidade mínima de 10 mm
a cada 100 mm; 292
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

c) O espaço mínimo entre as paredes internas


do colarinho e o pilar deve ser suficiente para
permitir a entrada da vibrador de agulha, não
inferior a 5 cm;
d) A espessura mínima da parede do colarinho
não deve ser inferior a 1/3 da menor dimensão
interna do colarinho nem menor que 10 cm;
e) O comprimento de embutimento deve ser
maior que 40 cm (NBR 9062);

293
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

294
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

f) O cobrimento da armadura que fica na face


interna do cálice pode ser reduzida;
g) Para a armadura do pilar na região da
emenda, no caso de paredes lisas:
- Colocar armadura transversal (estribos) para
resistir a uma força cortante no valor de
Hd,inf , podendo o dimensionamento ser feito
com flexo-compressão;
- Colocar armadura em forma de U na base do
pilar para resistir à força Hd,inf ;
295
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

- Verificar a ancoragem da armadura na


extremidade do pilar, considerando seu
início na posição da resultante y (Tab. 4.7).
No caso de parede rugosa deve ser verificada a
emenda por transpasse entre a armadura do
pilar e a armadura vertical do colarinho.

296
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

h) No caso de parede lida pode-se considerar


que uma parte da força normal que chega até a
base seja transmitida para o colarinho (Fig.
4.92), se houver armadura de suspensão
calculada para tal. A sugestão é de não ser
inferior a 0,5 da força normal;
i) A espessura da base do cálice não deve ser
inferior a 200 mm.

297
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

298
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE

A ligação pilar x fundação por meio de chapa


de base consiste em fixar uma chapa metálica
na extremidade do pilar, conectada à fundação
por meio de chumbadores e porcas. É similar à
aplicada a pilares metálicos.
É bastante empregada nos Estados Unidos e na
Europa, e de emprego relativamente restrito no
Brasil.

299
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE
A chapa de aço pode ter dimensões iguais ou
maiores que a seção transversal do pilar.

300
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE

301
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE

A chapa maior possibilita transmissão de


momentos fletores maiores, com a
desvantagem de necessitar de cuidados
adicionais no manuseio do pilar, para não
danificar a chapa, e o fato da ligação ficar
saliente.

302
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE

A chapa menor com dimensões iguais tem


menor capacidade de transmissão de
momentos fletores, mas a ligação não fica
saliente (estética melhor e possibilidade de uso
em pilares de divisa).

303
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE
A chapa é soldada à armadura principal do pilar
na fábrica.
Por um sistema de porcas e contra-porcas pode
ser feito ajuste no prumo e no nivelamento
durante a montagem.
Uma parcela dos momentos fletores pode ser
transmitida de imediato.

304
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE
O espaço entre a face inferior da chapa e a
fundação é geralmente preenchido com
argamassa seca ou com graute, após a
montagem da estrutura, para possibilitar
eventuais ajustes.
Após o endurecimento do material de
preenchimento, a ligação pode desenvolver a
total capacidade de transmissão das
solicitações.

305
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE
O comportamento da ligação em relação à
transferência de força normal e momento
fletor, consiste basicamente na transmissão
das forças da armadura, por solda, e do
concreto, por contato, para a chapa.
As forças são transmitidas da chapa para os
chumbadores ou para o material de
enchimento, mediante flexão da chapa, e
destes para a fundação.

306
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE
No dimensionamento devem ser verificadas
duas situações:
a) Durante a fase de montagem;
b) Para a situação definitiva, quando o
material de enchimento é aplicado e possui
capacidade de transmitir forças.

307
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE

O dimensionamento da ligação consiste na


verificação da capacidade das soldas das barras
com a chapa, na determinação da espessura da
chapa e no estabelecimento dos diâmetros e
ancoragem dos chumbadores.

308
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE
Na fase de montagem, em que atuam
basicamente o peso próprio e o vento, a
espessura da chapa pode ser dimensionada
para resistir aos esforços de flexão, para a
situação em que os chumbadores estão
submetidos à compressão ou à tração. Dessa
forma, pode-se determinar os esforços de
flexão em placa submetida a forças
parcialmente distribuídas das porcas e arruelas
e dimensionar a espessura com base na
resistência do aço.
309
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE

A espessura t da chapa é:
Se os chumbadores estão submetidos à
compressão:

t
 Fd  4x c
b p f yd

310
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE
Se os chumbadores de um dos lados estiverem
tracionados:

t
 Fd  4x t
b p f yd
onde:
Fd = maior soma das forças nos chumbadores,
de um dos lados, determinada com as
solicitações de projeto;
fyd = resistência característica de escoamento
do aço da chapa;
311
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE

xc = distância do centro do chumbador até a


face do pilar;
xt = distância do centro do chumbador até a
armadura tracionada do pilar.

312
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE
Na situação definitiva, quando a transferência
dos esforços é feita também pelo material de
preenchimento, pode-se considerar comporta-
mento semelhante ao de flexão composta de
seção de concreto armado, na qual a altura e a
largura da seção corresponderiam às
dimensões em planta da chapa e os
chumbadores seriam a armadura.

313
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE
Nos casos usuais pode-se admitir a distribuição
de forças e tensões da Fig. 4.94. Fazendo o
equilíbrio de forças verticais e de momentos
fletores:
Equilíbrio de forças:

Nd + Fd – y bp c = 0

314
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE
Equilíbrio de momentos fletores:

 hp  y 
M d  N d    Fd z  0
 2 

315
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE

316
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE

Fixadas as dimensões hp , bp , xc e xb e
admitindo as tensões de compressão iguais a
0,85 da resistência de cálculo da argamassa de
enchimento, pode-se determinar a força Fd
transmitida pelos chumbadores tracionados.

317
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE

Na determinação da força de tração nos


chumbadores uma simplificação é admitir que
a resultante das tensões de compressão sob a
chapa atua no alinhamento da face do pilar, e:

1  h
Fd   Md  Nd 
h  xc  2

318
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE

Com base na hipótese da distribuição uniforme


de tensões sob a chapa, pode-se determinar a
espessura da chapa para a situação definitiva,
limitando a tensão ao valor da resistência de
projeto do aço da chapa. A espessura da chapa
será a maior das determinadas com esse
procedimento e com as expressões da fase de
montagem.

319
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE

O dimensionamento dos chumbadores é feito


com as forças calculadas para a fase de
montagem e para a situação definitiva. No
dimensionamento dos chumbadores devem ser
verificadas as áreas das seções transversais e a
ancoragem na fundação.

320
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE

Quando a espessura da chapa for muito


grande, pode-se recorrer à alternativa de chapa
com nervuras. Neste caso, além de reduzir a
espessura da chapa por redução da flexão que
nela ocorre, há melhores condições de solda da
armadura do pilar.

321
4.6.1 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO POR MEIO
DE CÁLICE DE FUNDAÇÃO

322
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE
Arranjos da
armadura para
as duas
situações.

323
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE

É indicada uma armadura transversal mais


concentrada junto ao pilar. Também, junto à
base, quando os chumbadores estão próximos
à borda da fundação, deve-se utilizar uma
armadura de confinamento, de no mínimo 4
estribos de 10 mm, espaçados 7,5 cm.

324
4.6.2 LIGAÇÃO PILAR X FUNDAÇÃO
POR MEIO DE CHAPA DE BASE
a) As tensões nos chumbadores e na chapa
podem ser reduzidas pelo uso adequado de
cunhas metálicas durante a montagem;
b) O espaço entre a chapa e a base deve ser de
no mínimo 50 mm;
c) Para possibilitar um aperto mais efetivo dos
chumbadores na fundação, é sugerido isolar
a parte de cima do chumbador do contato
com o concreto e o graute, criando, assim,
um efeito de mola.
325
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

A ligação viga x pilar por meio de elastômero e


chumbadores é de uso intensivo nas estruturas
de concreto pré-moldado, no Brasil e no
exterior, principalmente na Europa.
Tem grande interesse por ser de execução
muito simples, sem necessitar de solda de
campo e ser, praticamente, do tipo ligação a
seco.

326
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

Este tipo de ligação pode apresentar a


seguintes possibilidades:
a) Ligação em ponto intermediário do pilar,
com ou sem recorte na viga;
b) Ligação na extremidade superior do pilar,
com uma ou duas vigas concorrendo na
ligação.
No plano perpendicular podem ocorrer outras
vigas também.
327
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

328
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

No caso de vigas muito altas pode-se recorrer a


chumbadores fixados lateralmente, em nichos.

329
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

Este tipo de ligação é composto geralmente por


almofada de elastômero simples e chum-
badores.
Os chumbadores teriam a finalidade de
assegurar o equilíbrio da viga contra o
tombamento e, eventualmente, contra a
instabilidade lateral.
Em vigas largas e baixas os chumbadores
podem ser dispensados.
330
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

331
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

Os chumbadores podem ser com rosca na


extremidade, na qual a viga é fixada com
arruela e porca.
Os chumbadores são chumbados no pilar ou
consolo, ou rosqueados em dispositivo
metálico fixado previamente no concreto.

332
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

333
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

O espaço entre o chumbador e o furo da viga


pode ser preenchido com material deformável,
como asfalto ou mastique, ou graute auto
adensável não retrátil.
O não preenchimento é uma possibilidade
quando a fixação é com porca e arruela, mas
pode ocorrer problema de corrosão no
chumbador.

334
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

O comportamento desse tipo de ligação pode


ser entendido a partir da análise separada dos
seguintes tipos de ações: variação do
comprimento da viga, transmissão de forças
horizontais aplicadas nos pilares, momento de
flexão e momento de torção.

335
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

Desconsiderando a existência do chumbador, a


variação do comprimento da viga, como
consequência da retração e fluência do
concreto ou variação de temperatura, é
basicamente absorvida pela camada de
elastômero.

336
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

Se o chumbador tiver capacidade de se


deslocar, pelo não preenchimento do espaço
ou pelo preenchimento com material
deformável, continua basicamente a mesma
situação.
No caso de preenchimento do espaço com
graute, a variação de comprimento da viga é
transmitida basicamente para o pilar, gerando
uma força horizontal de coação.

337
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

A força de coação depende da capacidade de


deformação do pilar. No caso de pilares usuais,
onde os deslocamentos são restringidos apenas
pelo engastamento da base, essas forças não
são, em geral, de grande magnitude.
No entanto, quando o topo do pilar for
impedido de deslocar, por exemplo com a
existência de parede de fechamento, as forças
passam a ser de grande magnitude, podendo
provocar danos na ligação.
338
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

Neste caso, praticamente se torna necessário


acomodar as deformações impostas da viga na
ligação, com o preenchimento do espaço com
material deformável nos dois apoios ou
empregando enchimento com graute de um
lado e material deformável na outra
extremidade.

339
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

340
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

Em contrapartida, quando um pilar tende a


transmitir forças horizontais para outro e existe
apenas elastômero na ligação, as forças
horizontais transmitidas são pequenas, de
forma que o comportamento básico dos pilares
é de elemento isolado. A não ser que a
transmissão de forças horizontais seja feita de
outra forma, neste caso, ocorre um prejuízo no
comportamento conjunto com relação à
estabilidade da estrutura.
341
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

Com o preenchimento com graute ocorre


transmissão dessas forças, gerando um melhor
comportamento em relação à estabilização da
estrutura. Já o preenchimento com asfalto ou
mastique produziria uma razoável transmissão
de esforços se as ações forem de aplicação
rápida, como é o caso do vento.

342
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

Quando um esforço horizontal for aplicado


diretamente na viga, como por exemplo,
frenagem de ponte de rolamento, a
transmissão pela ligação é feita proporcio-
nalmente às rigidezes dos apoios da viga. Ou
seja, se a situação for igual nos dois lados, a
repartição da força para os apoios é igual e, por
outro lado, quando existe chumbador com
graute somente de um lado, o esforço
horizontal basicamente vai para este apoio.
343
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

A transmissão de momento fletor pela ligação,


como esperado, é bastante pequena, sendo,
em geral, desprezada. Devido ao binário que
ocorre entre o chumbador e o elastômero, a
resistência à rotação é pequena para cargas de
serviço, em razão da grande deformação do
elastômero. No entanto, quando as rotações
crescem muito, pode ocorrer uma significativa
transmissão de momentos fletores.

344
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

A transmissão de momento de
torção, devido aos efeitos que
tendem a girar a extremidade da
viga junto ao apoio, é feita das
seguintes formas:
a) Apenas com placa de elastô-
mero, com torção correspon-dente
à reação de apoio vezes o
deslocamento lateral desta reação;

345
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

b) Com um chumbador, que


promove uma pequena capa-
cidade de transmissão de
momento de torção, devido
principalmente à flexão do
chumbador e ao binário da
força de tração do chum-
bador e da resultante das
tensões no elastômero;

346
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

c) Com dois chumbadores


preenchidos com graute,
basicamente com o binário
das forças transmitidas pelos
chumbadores.

347
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

348
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

Nos dois últimos casos deve-se ter atenção


especial na situação transitória durante a
montagem, quando o graute ainda não existe
ou está em processo de ganho de resistência.
Quanto ao dimensionamento da ligação, as
forças vertical e horizontal e o momento de
torção são transferidos da viga para o dente e
daí para consolo por meio de elastômero e do
chumbador.

349
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

350
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

O chumbador é submetido
às forças vertical e hori-
zontal, e o elastômero é
submetido a essas forças e
à rotação.
Devido à rotação da viga
junto ao apoio, há uma
tendência de deslocamen-
to da resultante da força
vertical para extremidade
do consolo. 351
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

Na falta de valor mais


preciso pode-se estimar
que a resultante da reação
esteja deslocada do centro
de 1/6 do comprimento do
apoio. Para os casos usuais,
considerar a posição da
resultante a a ¾ de c da
face do pilar.

352
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

Por serem momentos de torção de pequena


magnitude, em geral o dimensionamento do
consolo e do dente de concreto pode ser feito
pela soma vetorial, da excentricidade em
relação à face do pilar e da excentricidade
devido ao deslocamento da força vertical
produzida pelo momento de torção. No
entanto, essa nova excentricidade pratica-
mente não altera o dimensionamento do
consolo ou do dente.
353
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

A indicação prática de colocar armadura em


forma de estribos, com o valor de 20 % da
armadura do tirante, para levar em
consideração esse efeito, é suficiente na
maioria dos casos.

354
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

O chumbador deve ser dimensionado conside-


rando o efeito de pino na transmissão de força
horizontal, e verificadas sua resistência e
ancoragem para o momento de torção
solicitante.

355
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

No caso do elastômero, quando não existe


chumbador, ou quando ele não está solida-
rizado, o dimensionamento é feito de acordo
com as indicações de apoio de elastômero já
apresentadas.
No caso de elastômero com chumbador
grauteado, não têm sentido as seguintes
verificações:

356
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

a) Deformação por cisalhamento;


b) Segurança contra o deslizamento;
c) Segurança contra o levantamento da borda
menos comprimida.

357
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

No caso de chumbador preenchido com


material bastante deformável (asfalto ou
mastique), teria a particularidade de não
necessitar da verificação da segurança contra o
levantamento da borda menos comprimida,
além de poder considerar que as ações
horizontais instantâneas sejam transmitidas,
basicamente, pelo chumbador.

358
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

Nas ligações no topo do pilar deve-se analisar a


extremidade do pilar como bloco parcialmente
carregado, considerando também o efeito de
força horizontal. Segundo a NBR 9062, deve ser
prevista uma armadura complementar para a
transferência da força horizontal, com valor:

 n Hd
As 
f yd

359
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

360
4.6.3 LIGAÇÃO VIGA X PILAR POR MEIO DE
ELASTÔMERO E CHUMBADORES

em que: Hd = força horizontal de cálculo


transmitida ao topo do pilar pelo aparelho de
apoio;
n = coeficiente de ajustamento (podendo-se,
em princípio, utilizar os valores especificados
para consolo, Tab. 4.4).
Na extremidade da viga deve-se tomar os
devidos cuidados na ancoragem da armadura
principal, devido ao fato de o apoio apresentar,
em geral, comprimento (dimensão na direção
do eixo da viga) reduzido. 361
https://grupofcontextualismo.wordpress.com/
2010/06/21/sistemas-sustentaveis/bloco-de-
362
fundacao/

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