6623 01 Estruturas Pre Moldadas II

Universidade Estadual de Maringá
Departamento de Tecnologia
6623 | Est. Pré-moldadas e Concreto Protendido
01 Concreto Pré-Moldado
Prof. João Victor M. A. Silva

1. Estruturas Pré-Moldadas
Projeto das estruturas em concreto pré-moldado
PROJETO DAS ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

Para um bom projeto de uma estrutura pré-moldado o ideal é que esta seja
projetada desde o principio prevendo a aplicação do CPM
6623- DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 2
Particularidade do projeto de CPM
Em relação a análise estrutural, as diferenças básicas entre o CPM

e o CML são:
a. Necessidade da consideração de situações de cálculo além da

situação final
b. Particularidades no projeto das ligações entre os elementos pré-

moldadas que formam a estrutura
6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 3

situação final
Na análise de estruturas pré-moldadas, devem ser consideradas

situações transitórias correspondentes às fases de:
o Desmoldagem
o Transporte
o Armazenamento
o Montagem

situação final

situação final

situação final

situação final

▪ As ligações entre elementos pré-moldados são uma área específica

que se deve ter bastante cuidado
▪ São a principal diferença entre o concreto moldado no local e o

concreto pré-moldado
▪ Constitui uma das principais partes do cálculo das estruturas pré-

moldadas

▪ Ligações mais simples, geralmente acarretam em ligações

articuladas e elementos mais solicitados a flexão

▪ Ligações mais complexas, possibilitam maior redistribuição de

esforços mas são mais difíceis de executar

Ligação viga-pilar:

Ligação pilar-fundação:

Ligação pilar-fundação:

Ligação pilar-pilar:



Princípios e recomendações gerais para o projeto em CPM
a. Conceber o projeto da obra visando à utilização do CPM
b. Resolver as interações da estrutura com as outras partes da

construção
c. Minimizar o número de ligações
d. Minimizar o numero de tipos de elementos
e. Utilizar elementos de mesma faixa de peso

Tolerâncias e folgas
Espaço menor que o Espaço maior que o

previsto previsto
Montagem prejudicada Apoio inadequado
Necessidade de serem consideradas, na definição do comprimento dos elementos, as

inevitáveis discrepâncias entre as medidas previstas e as medidas reais

• O caso anterior típico de estrutura em CPM é apenas uma parte do

assunto
• De forma geral, todas as dimensões e posições devem estar dentro

de limites estabelecidos
Parâmetros relacionados ao assunto:
Desvio (erro) – é a diferença entre a dimensão básica e a

correspondente executada
Tolerância – é o valor máximo aceito para o desvio

Manual Munte – Definição de tolerância
“Tolerâncias implica valor máximo dos

desvios de medidas que podem ocorrer, ou
seja, é a máxima variação permitida a uma
determinada peça em relação a medida
especificada em projeto”
• Está intimamente ligada à qualidade

arquitetônica do empreendimento
• Grandes desvios nas etapas geram

tolerâncias altas e consequente
desconforto visual
Natureza das tolerâncias:
- dimensões das medidas dos elementos

- distorções, linearidade e esquadro
- flechas e contraflechas
- posição dos elementos da armadura passiva
- posicionamento dos cabos de protensão
- posicionamento dos insertos metálicos
- dimensões e verticalidade na montagem
- locação dos elementos da fundação
As tolerância apresentam-se em vários tipos e podem ser definidas

como:
- Tolerância de execução
- Tolerância de montagem
- Tolerância de locação
- Tolerância de montagem

As tolerância apresentam-se em vários tipos e podem ser definidas

como:
- Tolerância de execução: ligadas ao processo executivo e às

características das formas
Atenção !
• Deve-se tomar o devido cuidado com peças que

ficarão estocadas por grandes períodos de tempo,
devido a variação volumétrica

As tolerância são fixadas com vase em padrões consensuais dos

fabricantes de pré-moldados e o seu estabelecimento tem as seguintes
razões:
- Construbilidade: para assegurar a adequada montagem
- Estrutural: para ser possível considerar no projeto estrutural as possíveis

variações da posição das forças nas ligações e nos elementos, por meio de
indicações normativas
- Visual: para assegurar que a construção seja aceitável em relação a estética
- Contratual: para estabelecer uma faixa de aceitabilidade, vem como

estabelecer responsabilidade para a obediência aos valores especificados
Tolerâncias e folgas errata:
Onde lê-se “?”
leia-se “≤”

Tolerância de montagem:

aap,mín: comprimento mínimo do
apoio
b: largura do pilar
emín : espaço mínimo para
montagem
lm: distância nominal (modular)
entre o eixo dos pilares
lvig,nom: comprimento nominal
da viga
lc: comprimento do consolo
Δl: variação de comprimento emín
devido à retração, à fluência e à
variação de temperatura (Δl+:
alongamento, se houver, e Δl-:
encurtamento máximo)
tpil: tolerância do pilar
tvig: tolerância do viga
tc: tolerância do consolo, que
em geral é considerada igual a
tpil em virtude de o
comportamento do consolo ser
pequeno

Para se determinar o comprimento dos elementos deve-se levar em

consideração as superposições das tolerâncias, o que pode ser feito das
seguintes formas:
• Superposição determinística:
𝑛
𝑡 = ෍ 𝑡𝑖
𝑖=1
• Superposição estatística:
𝑛
𝑡= ෍ 𝑡𝑖
𝑖=1

Variação do comprimento da viga:
∆𝑙 ≅ 𝑙𝑚 − 𝑏 . 𝜀𝑐𝑠 + 𝜀𝑐𝑐 + 𝜀𝑡𝑒
∆𝑙 + Alongamento ou encurtamento mínimo

∆𝑙 − Encurtamento máximo
𝜀𝑐𝑠 Deformação por retração
𝜀𝑐𝑐 Deformação por fluência
𝜀𝑡𝑒 Deformação por temperatura
Os valores ∆𝑙 + de ∆𝑙 + e por serem em geral pequenas em relação a outros

valores, podem ser desprezados nos casos de elementos não protendidos
Tolerância do pilar
𝑡𝑝𝑖𝑙,𝑡 2
2 2
𝑡𝑝𝑖𝑙 = 𝑡𝑝𝑖𝑙,𝑙𝑜𝑐 + 𝑡𝑝𝑖𝑙,𝑣 +
2
𝑡𝑝𝑖𝑙,𝑙𝑜𝑐 Tolerância de locação do pilar
𝑡𝑝𝑖𝑙,𝑣 Tolerância de verticalidade do pilar

𝑡𝑝𝑖𝑙,𝑡 Tolerância seção transv. do pilar

Tolerância da viga
2 2
𝑡𝑣𝑖𝑔 = 𝑡𝑣𝑖𝑔,𝑐 + 𝑡𝑣𝑖𝑔,𝑒
𝑡𝑣𝑖𝑔,𝑐 Tolerância de comprimento da viga
𝑡𝑣𝑖𝑔,𝑒 Tolerância de esquadro da viga

Comprimento máximo da viga:
𝑙𝑣𝑖𝑔,𝑚á𝑥 = 𝑙𝑚 − 𝑏 − 2𝑡𝑝𝑖𝑙 − 2𝑒,𝑚í𝑛 − ∆𝑙 +
Comprimento nominal da viga:
𝑙𝑣𝑖𝑔,𝑛𝑜𝑚 = 𝑙𝑣𝑖𝑔,𝑚á𝑥 − 𝑡𝑣𝑖𝑔
Comprimento mínimo do consolo:
∆𝑙 + ∆𝑙 −
𝑙𝑐 = 2𝑡𝑝𝑖𝑙 + 𝑒𝑚𝑖𝑛 + + + 𝑡𝑣𝑖𝑔 + 𝑎𝑎𝑝,𝑚𝑖𝑛
2 2
Avaliação menos pessimista considerando as tolerâncias do pilar e da viga em
conjunto:
Comprimento nominal viga:

𝑙𝑣𝑖𝑔,𝑚á𝑥 = 𝑙𝑚 − 𝑏 − 2𝑒,𝑚í𝑛 − 𝑡𝑔 − ∆𝑙 +
∆𝑙 + ∆𝑙 −
𝑙𝑐 = 𝑎𝑎𝑝,𝑚𝑖𝑛 + 𝑒𝑚𝑖𝑛 + + + 𝑡𝑔
2 2
Onde a tolerância global (𝑡𝑔 ) vale:
𝑡𝑝𝑖𝑙,𝑡 2
2 2 2
𝑡𝑔 = 𝑡𝑣𝑖𝑔,𝑐 + 2 + 2 𝑡𝑝𝑖𝑙,𝑙𝑜𝑐 + 2 𝑡𝑝𝑖𝑙,𝑣
2
A NBR 9062 (2017) apresenta o conceito de folga que pode ser utilizado
para o cálculo do comprimento dos elementos.
Folga corresponde e à diferença entre a medida da dimensão

de projeto reservada para a colocação de um elemento e a
medida da dimensão correspondente do elemento
A folga leva em consideração a soma dos efeitos:

- das tolerâncias
- dos espaços mínimos para montagem
- variações volumétrica

Comprimento nominal da viga:
𝑙𝑣𝑖𝑔,𝑛𝑜𝑚 = 𝑙𝑚 − 𝑏 − 𝑓𝑣𝑖𝑔
Onde a folga da viga (𝑓𝑣𝑖𝑔 ) vale:
𝑓𝑣𝑖𝑔 = 𝑡𝑔 + 2𝑒𝑚𝑖𝑛 + ∆𝑙 +
Evidentemente o valor a ser reduzido de cada lado da viga

equivale a metade do valor calculado com a folga da viga (𝑓𝑣𝑖𝑔 )

𝑙𝑐 = 𝑎𝑎𝑝,𝑚𝑖𝑛 + 𝑓𝑐
Onde a folga da do consolo (𝑓𝑐 ) vale:
∆𝑙 + ∆𝑙 −
𝑓𝑐 = 𝑡𝑔 + 𝑒𝑚𝑖𝑛 + +
2 2

• Os valores obtidos pela consideração das folgas e tolerâncias

conforme apresentado podem conduzir a resultados excessivamente
seguros, mas que devem ser consideradas até ser obtido um
acumulo de experiências suficiente
• A fixação das tolerâncias e folgas deve ser feita por meio de análise
realista de todo o processo
• Revisões das tolerâncias e folgas empregadas devem ser realizadas

após o acumulo de experiências

• A fixação de tais valores tem as seguintes implicações:
a) Valores altos de tolerâncias e folgas acarretam problemas estéticos

e maiores gastos nas ligações;
b) Valores baixos de tolerância e folgas acarretam dificuldades de

execução dos elementos pré-moldados e de montagem da
estrutura.

Exercício: Calcular o comprimento nominal da viga e o comprimento do
consolo para o pórtico abaixo: Dados:
Distância entre eixos dos pilares: lm=15,0m
Largura do pilar: b=0,5m
Distância da fundação até o consolo: hap=6,5m
Considerar:
Espaço mínimo para montagem: emin=5mm
Comprimento mínimo do apoio: aap,min=250mm
Dados fornecidos pela NBR 9062:2017
Desprezar as variações volumétricas
Concreto pré-moldado

6623 01 Estruturas Pre Moldadas II

Enviado por

Dados do documento

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

6623 01 Estruturas Pre Moldadas II

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Universidade Estadual de Maringá

6623 | Est. Pré-moldadas e Concreto Protendido

Prof. João Victor M. A. Silva

PROJETO DAS ESTRUTURAS EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

Em relação a análise estrutural, as diferenças básicas entre o CPM

a. Necessidade da consideração de situações de cálculo além da

b. Particularidades no projeto das ligações entre os elementos pré-

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 3

Na análise de estruturas pré-moldadas, devem ser consideradas

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 4

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 5

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 6

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 7

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 8

▪ As ligações entre elementos pré-moldados são uma área específica

▪ São a principal diferença entre o concreto moldado no local e o

▪ Constitui uma das principais partes do cálculo das estruturas pré-

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 9

▪ Ligações mais simples, geralmente acarretam em ligações

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 10

▪ Ligações mais complexas, possibilitam maior redistribuição de

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 11

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 12

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 13

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 14

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 15

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 16

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 17

a. Conceber o projeto da obra visando à utilização do CPM

b. Resolver as interações da estrutura com as outras partes da

c. Minimizar o número de ligações

d. Minimizar o numero de tipos de elementos

e. Utilizar elementos de mesma faixa de peso

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 18

Espaço menor que o Espaço maior que o

Necessidade de serem consideradas, na definição do comprimento dos elementos, as

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 19

• O caso anterior típico de estrutura em CPM é apenas uma parte do

• De forma geral, todas as dimensões e posições devem estar dentro

Parâmetros relacionados ao assunto:

Desvio (erro) – é a diferença entre a dimensão básica e a

Tolerância – é o valor máximo aceito para o desvio

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 20

“Tolerâncias implica valor máximo dos

• Está intimamente ligada à qualidade

• Grandes desvios nas etapas geram

- dimensões das medidas dos elementos

As tolerância apresentam-se em vários tipos e podem ser definidas

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 23

As tolerância apresentam-se em vários tipos e podem ser definidas

- Tolerância de execução: ligadas ao processo executivo e às

• Deve-se tomar o devido cuidado com peças que

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 24

As tolerância são fixadas com vase em padrões consensuais dos

- Construbilidade: para assegurar a adequada montagem

- Estrutural: para ser possível considerar no projeto estrutural as possíveis

- Visual: para assegurar que a construção seja aceitável em relação a estética

- Contratual: para estabelecer uma faixa de aceitabilidade, vem como

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 26

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 27

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 28

Para se determinar o comprimento dos elementos deve-se levar em

6623 - DTC/UEM - Prof. João Victor M. A. Silva 29

Variação do comprimento da viga: