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Universidade Zambeze

Faculdade de ciências de Saúde


Trabalho de Materiais dentarios

Medicina dentaria II Nível


• Tema: Vernizes e Adesivos Dentinários
Discentes:
Ailine Francisco
Arquinylza Noriate Docente: Dra. Aissa Santos
Arminda Adriana
Gumburai Sousa
Rosalina de Carvalho
Shamir Algy
Tomas Vasco
Tete, Setembro 2019
Objectivos
Geral:
• Estudar os vernizes e os adesivos dentinários.
Específicos:
• Mencionar os tipos de vernizes dentinarios.
• Especificar como proceder na manipulação dos vernizes
dentinarios.
• Fazer a classificação do sistema de adesivos dentinarios.
Vernizes
• São materiais de protecção do complexo dentino-pulpar.
Existem os vernizes cavitários e os vernizes modificados, o
primeiro tipo de verniz é também conhecido como de acção
mecânica, uma vez que reduz significativamente a micro
infiltração, reduz 69% a permeabilidade dentinária e funciona
também contra passagem de agentes irritantes.
Vernizes

• O segundo tipo de verniz é também conhecido como biológico, possui


acção terapêutica e mecânica uma vez que possui hidróxido de cálcio em
sua composição que tem efeito bactericida.
Requisitos
• Um material protector será considerável ideal se tiver as
seguintes características:
Ser bom isolante térmico e eléctrico.
Ser bactericida e bacteriostático.
Ter adesão a parede dentinária.
Estimular a formação de dentina secundária (reparadora).
Produzir analgesia e ser biocompatível.
Verniz Cavitário Simples ou Convencional

• Os vernizes cavitários são compostos à base de resina copal


natural ou sintética, dissolvida em clorofórmio, éter ou acetona.
Quando aplicado em uma cavidade, o solvente evapora-se
rapidamente, deixando uma película forradora semipermeável
que veda com certa eficiência os túbulos dentinários
Indicações

 Sob restauração de amálgama (porque eles liberam íons metálicos


que se adere nos túbulos dentinários e parede). Todas as vezes têm
que passar verniz nas paredes cavitárias e pulpar de amálgama.

 Sobre bordas de restauração cimentadas.


 Em cavidades rasas (mas se usa mais ionômero de vidro).
Funções

Vedamento marginal (passar verniz nas paredes e no chão da


cavidade).

Membrana semi-permeável (canalículos dentinários).


Características
Película delgada, semipermeável;
Solubilidade;
Vedamento marginal (temporário);
Selamento dos túbulos;
Acção bactericida (não se sabe ao certo);
Isolante térmico e eléctrico.
Manipulação
Ser fluida para obter-se camadas finas, aplica-se com pincel ou bolinhas de
algodão, passa 1 vez espera-se 20 segundos, passa-se outra vez.

É incompatível com resinas compostas (solvente reage com a resina


amolecendo-a).

 É também incompatível com ionômero de vidro (só pode usar sobre o


ionômero).

Aplicam-se várias camadas na cavidade a ser restaurada.


Cuidados Gerais
• O frasco deve ser aberto só no momento do seu uso, para evitar a
evaporação. Manter o frasco sempre em lugar fresco e longe do calor.

Apresentação Comercial
• Sob forma líquida acondicionada em frascos vítreos, são
normalmente acompanhados pelo seu solvente.
Alguns Nomes Comerciais
• Copalite, Cavitine, Tresiolan, Copalex, De Treys special varnish,
entre outros.
Verniz Modificado ou Liners

• Apresentam composição mais complexa do que a dos vernizes


convencionais e são geralmente compostos por hidróxido de cálcio,
óxido de zinco e resina poliestirênica, dissolvidos em clorofórmio.
Quando aplicados na cavidade o solvente evapora-se, deixando uma
película protectora desses materiais aderida às paredes cavitárias.
Indicações
• Estes materiais foram desenvolvidos com a finalidade de incorporar os
efeitos benéficos do hidróxido de cálcio ao dente para acelerar a
formação de dentina reparadora, além de reagir ou neutralizar o ácido
contido no forramento, como, por exemplo, nos cimentos que contêm
ácido fosfórico.
Indicações

• Os vernizes modificados por hidróxido de cálcio têm pH superior a


11. Segundo alguns autores, o verniz modificado deve ser aplicado
apenas na cavidade, deixando as margens do preparo sem este tipo de
verniz, pois o hidróxido de cálcio é solúvel nos fluidos bucais,
provocando com o decorrer do tempo infiltração marginal.
Manipulação
Para sua utilização, o pincel é o mais indicado.
Cuidados Gerais
O frasco deverá ser agitado antes do uso, e ser aberto só quando
utilizado para evitar a evaporação. Manter o frasco em local fresco e
longe do calor.
Apresentação Comercial
Sob forma líquida, acondicionado em frascos vítreos, são
acompanhados pelo seu solvente.
Alguns Nomes Comerciais
Tubulitec, De Trey’s cavity lining, Dentino-S.
SISTEMAS ADESIVOS

• Os sistemas adesivos são os materiais responsáveis por produzir a


adesão do material restaurador às estruturas dentais. São a
combinação de monômeros resinosos de diferentes pesos moleculares
e viscosidades, diluentes resinosos e solventes orgânicos (acetona,
etanol ou água) (CARVALHO, 2004).
SISTEMAS ADESIVOS

• Os monómeros resinosos podem ser hidrofílicos, os quais permitem


que o adesivo seja compatível com a humidade natural do substrato
dentinário, ou hidrofóbicos, que apresentam maior peso molecular, são
mais viscosos e conferem maior resistência mecânica e estabilidade ao
material (CARVALHO, 2004).
Indicações
Restaurações estéticas de lesões cariosas;
Alteração de forma, cor e tamanho dos dentes;
Colagem de fragmentos;
Adesão de restaurações indirectas;
Selantes de fóssulas e fissuras;
Fixação de braquetes ortodônticos;
Reparo de restaurações;
Reconstrução de núcleo para coroas;
Cimentação de pinos intra-radiculares e para dessensibilização de raízes expostas
(REIS et al., 2006).
Classificação

• Os sistemas adesivos podem ser divididos em:


Convencionais
Auto condicionantes
Sistemas adesivos convencionais

• Adesivos convencionais são os sistemas que empregam o passo


operatório de condicionamento ácido da superfície do esmalte ou
dentina separadamente dos outros passos clínicos. Podem ser de dois
passos (condicionamento ácido e combinação de primer e agente
adesivo em um único frasco) ou três passos (condicionamento ácido,
primer e agente adesivo em frascos separados).
Cont…
• PRIMER: solução de monômeros resinosos diluídos em solventes
orgânicos. Corresponde à função hidrofílica do material.

• ADESIVO: função hidrofóbica, não contém solventes orgânicos nem


água em sua formulação. É composto por monômeros mais viscosos
do que aqueles presentes nos primers, porém com baixa viscosidade,
garantindo fluidez suficiente para que o adesivo possa penetrar na
superfície preparada pelo primer.
Procedimento Adesivo
1° passo - condicionamento ácido do esmalte e dentina, concomitante

ao condicionamento ácido do esmalte (30 segundos), para uma

adequada adesão à dentina, a mesma deve ser condicionada com ácido

fosfórico em concentrações entre 30% e 37% durante 15 segundos, o

qual irá solubilizar a smear layer ( lama dentinaria) e desmineralizar a

matriz de dentina subjacente, expondo as fibrilas de colágeno.


• 2º passo - Lavagem e secagem
• O ácido deve ser lavado pelo menos pelo dobro do tempo de condicionamento
para assegurar a completa remoção dos subprodutos de reacção e do mineral
solubilizado na superfície (CARVALHO, 2004).

• Para que ocorra uma eficiente hibridização do tecido dentinário é fundamental


que, após a desmineralização com ácidos, as fibrilas de colágeno expostas se
mantenham expandidas pela presença de água, preservando os espaços
interfibrilares para a posterior infiltração do agente adesivo (CARVALHO, 2004;
PASHLEY 1994).
Cont…
• Para isso, a remoção do excesso de água não deve ser realizada com
jatos de ar da seringa tríplice, o que pode ocasionar o ressecamento
demasiado da estrutura dentinária levando a um colapso da rede
colágena. Com o intuito de deixar a superfície levemente úmida e
prevenir o colapso das fibrilas de colágeno , devem ser utilizadas
bolinhas de algodão hidrófilas ou pedaços de papel absorvente
colocados nas margens do preparo.
Para adesivos que contem Agua
• Para adesivos que contêm água na sua composição, a superfície da dentina
deve ser mantida ligeiramente mais seca, sem que se perceba a presença de
uma lâmina de água sobre ela (sem brilho). Mas caso a secagem seja
excessiva e haja colapso das fibrilas de colágeno, a água presente no
adesivo se encarregará de re-expandir as fibrilas aumentando o tamanho
dos espaços entre as mesmas e devolvendo a condição ideal para a
infiltração dos monômeros resinosos (CARVALHO, 2004; PASHLEY,
1997).
Para adesivos que não cotem Agua

• Para adesivos que não contêm água na sua composição, a superfície


dentinária deve ser mantida visivelmente húmida, com a presença de
uma lâmina de água sobre a mesma (com brilho). Caso a secagem
seja excessiva e haja o colapso das fibrilas de colágeno, não haverá
fonte de água para re-expansão, pois o solvente anidro presente não
é capaz de re-expandir a dentina colapsada (CARVALHO, 2004).
3° passo- aplicação do primer (convencional 3 passos) ou
primer/adesivo (convencional 2 passos)

• A água presente nos espaços interfibrilares deverá ser removida para


que ocorra a infiltração dos monômeros resinosos. A remoção da água
presente no substrato dentinário ocorre por um processo de
desidratação química, liderada pelos solventes anidros contidos nos
sistemas adesivos. Quando aplicados sobre a superfície úmida da
dentina, os solventes (etanol, acetona) rapidamente se misturam com a
água e carregam para a intimidade da matriz os monômeros
hidrofílicos. Após a saturação da superfície, a mistura de solventes
com água será eliminada por evaporação (CARVALHO, 2004).
Cont…
• A eliminação da água e dos solventes residuais é fundamental para
garantir adequada polimerização e consequente desempenho do
material e isso é válido para todos os sistemas adesivos. Desta
forma, quanto maior o tempo de espera para a fotoativação, maior
quantidade de solvente e água irá evaporar e melhor será a qualidade
de união (HILGERT, et al., 2008; CARVALHO, 2004).
Após 30 segundos,
Após a aplicação do primer (convencional verificar a presença de
3 passos) ou primer/adesivo (convencional
brilho no preparo, o que
2 passos), recomenda-se esperar 30
segundos antes da fotoativação, para indica a camada de
permitir a evaporação da água e do adesivo existente, porém,
solvente, e durante este tempo, pode-se
caso esteja opaca, deve se
aplicar um leve jato de ar, , com
aproximadamente 10-20 cm de distância do aplicar uma nova camada
preparo, o que favorece a circulação de ar e aguardar mais 30
na área e a evaporação
segundos previamente à
fotoativação
• Deve-se considerar que os adesivos que contém água na sua
formulação e que, consequentemente, se evaporam mais
lentamente, devem ser aplicados de forma activa, de modo a
favorecer a evaporação da água já no momento da aplicação,
realizando movimentos suaves de espalhamento do adesivo
sobre as paredes cavitárias. Estes apresentam menor
sensibilidade em relação à humidade de superfície e modo de
aplicação (CARVALHO, 2004).
Aplicacao do Primer e Adesivo juntos
Adesivos que não contem agua

• Já os adesivos que não contém água e que, normalmente, contém solventes


altamente voláteis como a acetona ou o etanol, não devem ser aplicados de
forma activa. Se esses adesivos forem aplicados de forma activa, corre-se o
risco de que os solventes se evaporem precocemente e não exerçam sua função
de deslocar a água residual presente entre as fibrilas, comprometendo a
infiltração dos monômeros resinosos. Esses adesivos devem ser simplesmente
dispensados sobre a superfície, sem espalhamento (HILGERT, et al., 2008;
CARVALHO, 2004).
Considerações clínicas

• Quando o adesivo é aplicado no preparo cavitário em excesso e tenta-se


espalhá-lo com a aplicação de jatos de ar para diminuir a espessura da
sua camada, tal procedimento resulta na incorporação de oxigénio, o que
pode comprometer a sua polimerização e, consequentemente, a adesão.
Adicionalmente, a espessura de adesivo não será uniforme, havendo
acúmulo de material nos ângulos internos do preparo e extravasamento
de adesivo para além dos limites cavitários (CARVALHO, 2004).
Considerações clínicas

• Se o sistema adesivo for aplicado e prontamente fotoativado, sem


aguardar um tempo suficiente para sua correcta evaporação, o
mesmo não irá polimerizar adequadamente, podendo trazer
consequências negativas que comprometam a união, com efeitos na
resistência adesiva e selamento, sensibilidade pós-operatória e
degradação precoce da interface adesiva (HILGERT, et al., 2008;
CARVALHO, 2004; PASHLEY, 1997).
Sistemas Adesivos Autocondicionantes

• Uma das principais causas de falhas no processo de adesão ao substrato


dentinário é a discrepância entre a área desmineralizada e a área infiltrada
pelo agente de união. Na tentativa de se eliminar este inconveniente foi
proposta uma técnica adesiva com sistemas de união denominados de
autocondicionantes, os quais não requerem a aplicação isolada de um ácido
para produzir porosidades no substrato. (PASHLEY, 1994)
Sistemas Adesivos Autocondicionantes

2 PASSOS ( ou etapas ) 1 PASSO ( ou etapas )


• PRIMER ACIDO • PRIMER
• ADESIVO • ACIDO + ADESIVO
Adesivos autocondicionantes de dois passos (primer
autocondicionante)

1°passo- aplicação do primer ácido


2°passo- com características hidrofóbicas
(caráter ácido e fluido, responsável
pela formação da camada Híbrida com e que não contém solventes ou água,
os tecidos dentais). O primer garantindo resistência e estabilidade).
autocondicionante é aplicado em todo Aplica-se uma camada uniforme do
o preparo (esmalte dentina) de forma adesivo, seguida de leves jatos de ar e
activa por 20 a 30 segundos, seguida
fotoativação por 20 segundos.
de leves jatos de ar.
Adesivos autocondicionantes de passo único (adesivo
autocondicionante)

• Uma única solução contém monômeros ácidos, solventes, diluentes e água, que
são aplicados directamente sobre o substrato dental não condicionado e
desempenha a função de desmineralização, infiltração e posterior ligação com o
material restaurador. A simplificação dos passos operatórios determinou maior
complexidade da formulação e o comprometimento da eficiência desses
adesivos. Este sistema adesivo é aplicado de forma activa por, no mínimo, 15
segundos em todo o preparo cavitário, seguido de leves jatos de ar.
Adesivos autocondicionantes de passo único (adesivo
autocondicionante)

• Uma nova camada é aplicada, seguida de novos jatos de ar, e a


fotopolimerização realizada por 40 segundos (o tempo precisa ser longo
devido ao carácter hidrofílico do sistema adesivo). Para seu melhor
desempenho, alguns trabalhos recomendam a aplicação de uma camada de
resina adesiva hidrofóbica sobre os sistemas autocondicionantes de passo
único, o que os transformaria em autocondicionantes de dois passos.

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