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Meningite bacteriana

aguda na infância: fatores


de risco para complicações
agudas e sequelas.
Artigo Publicado no Jornal de Pediatria
(2011)
Autor Principal: Sérgio A. Antoniuk

Acadêmicas: Camila Festinalli, Nathalia Velten e Priscila


Fernandes de Oliveira
INTRODUÇÃO
As meningites bacterianas agudas (MBA) caracterizam-se por ser
um processo infeccioso que acomete as leptomeninges e o
espaço subaracnóideo. Apesar dos cuidados intensivos, ainda
são responsáveis por uma elevada taxa de mortalidade, estando
entre as 10 maiores causas de mortalidade por doenças
infecciosas no mundo, principalmente na população infantil.
Cabe salientar a importância de identificar crianças com maior
suscetibilidade em desenvolver complicações neurológicas
agudas e sequelas neurológicas, para que toda uma equipe
multidisciplinar possa atuar a fim de planejar um seguimento a
longo prazo e assegurar uma adequada reabilitação desses
pacientes.
Este estudo tem por objetivos avaliar as complicações
neurológicas agudas e as sequelas neurológicas decorrentes de
MBAs de etiologia conhecida e caracterizar estas crianças do
ponto de vista clínico e laboratorial, e identificar as variáveis
clínico-laboratoriais com potencial de predizer a ocorrência de
complicações e sequelas neurológicas.
Métodos
• Foi realizado um estudo observacional, analítico para avaliar os fatores
de risco associados a complicações agudas e sequelas neurológicas na
MBA da infância.
• Constituíram a amostra do estudo 44 crianças internadas no Hospital
de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), Curitiba (PR),
com idade entre 1 mês e 14 anos, com MBA de etiologia conhecida
entre os anos de 2003 e 2006, selecionadas entre 458 casos
notificados como meningite ao serviço de vigilância hospitalar da
instituição.
• Como critérios de inclusão foram considerados casos de MBA com
identificação do agente por hemocultura e/ou bacterioscopia e/ou
cultura do líquor e/ou Látex, que foram internados e acompanhados
pelo serviço de infectologia pediátrica e que apresentavam dados
disponíveis para análise nos prontuários médicos.
• Para o cálculo amostral foi estabelecido um nível de significância
de 5%, erro do tipo II de 10% e magnitude do efeito de 15%.
• O tratamento estatístico foi realizado com o software Statistica
(Statsoft®), onde foram aplicados o teste exato de Fisher para
estudo de variáveis categóricas, e os testes t de Student e de Mann-
Whitney para o estudo de variáveis contínuas de distribuição
simétrica e assimétrica, respectivamente.
• O modelo de regressão logística multivariada foi utilizado para
identificar as variáveis de risco para o desenvolvimento de
complicações e/ou sequelas neurológicas. Para todos os testes foi
considerado um nível mínimo de significância de 5%, com poder de
teste de 95%.
Resultados
• Dos 44 pacientes incluídos, 17 (38,6%) apresentaram
complicações neurológicas agudas, sendo crise convulsiva a
mais frequente (31,8%). Os pacientes com complicações
neurológicas agudas apresentaram com mais frequência:
menor contagem de neutrófilos, crise convulsiva na admissão
e S. pneumoniae como agente etiológico. Os fatores de risco
para o desenvolvimento de complicações neurológicas agudas
foram:S. pneumoniae. De 35 pacientes seguidos
ambulatorialmente, 14 apresentaram sequelas neurológicas
(40%), sendo alteração comportamental a mais frequente. A
ocorrência de crise convulsiva na internação, proteinorraquia
e menor relação glicorraquia/glicemia foram identificadas
como variáveis de risco para sequelas.
RR
D
Conclusão
• Contagem de neutrófilos < 60%, crise
convulsiva na admissão e S. pneumoniae como
agente etiológico foram identificados como
sinais de alerta para a ocorrência de
complicação neurológica aguda, enquanto que
proteinorraquia, menor relação
glicorraquia/glicemia e crise convulsiva na
internação foram observados como fatores de
risco para a ocorrência de sequelas
neurológicas.
Muito Obrigado!

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