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Engenharia

Mecânica Ifes
Fundamentos de Metalurgia de Soldagem

Professores:
Dr. Evandro Armini de Pauli
Dr. José Eduardo Rigo

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A variação de temperatura em função do tempo, θ = f(t)


num determinado ponto da junta soldada é o ciclo
térmico no ponto considerado. A curva permite a
determinação de:

θm - temperatura máxima atingida

tp - tempo de permanência acima de uma certa


temperatura, por exemplo: θc

Vθ - velocidade de resfriamento à temperatura θ

tr - tempo de resfriamento entre as temperaturas θ1 e θ2

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Analisando todos os pontos, é possível se obter as


temperaturas máximas atingidas em função da distância
ao centro da solda θm = f(x). Esta função é a repartição
térmica para a reta considerada (no Aspectos térmicos
da soldagem centro da solda). Estabelecido o regime de
soldagem, a repartição térmica mantém a sua forma ao
longo do cordão de solda.

O ciclo térmico possibilita a interpretação ou


previsão das transformações, enquanto que a
repartição térmica permite determinar a extensão
das zonas onde se passam tais fenômenos.

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Da análise dessas fórmulas, pode-se concluir que:
• A temperatura máxima atingida e a velocidade de resfriamento dependem das propriedades físicas do
material que está sendo soldado;
• A temperatura máxima atingida varia diretamente com a energia de soldagem, isto é, quanto maior a
energia de soldagem maior será a temperatura máxima atingida. É importante observar que o aumento
da temperatura inicial da peça equivale, simplificadamente, a um aumento da energia de soldagem;
• A temperatura máxima atingida varia inversamente com a distância ao centro da solda, isto é,
quanto mais afastado da solda estiver o ponto considerado, menor será a temperatura máxima atingida.
• A velocidade de resfriamento varia inversamente com a temperatura inicial da peça que está sendo
soldada, isto é, quanto maior a temperatura inicial da peça, menor a velocidade de resfriamento. A
influência da temperatura inicial é mais significativa em peças de pequena espessura;
• A velocidade de resfriamento varia diretamente com a espessura da peça que está sendo soldada,
isto é, quanto maior a espessura maior a velocidade de resfriamento. Entretanto, a variação tem um limite.
A partir de uma determinada velocidade de resfriamento, por mais que se aumente a espessura, a velocidade
de resfriamento não se altera. A velocidade de resfriamento limite varia com a energia de soldagem.
• A velocidade de resfriamento varia inversamente com a energia de soldagem, isto é, quanto menor a
energia de soldagem maior a velocidade de resfriamento. A influência da energia de soldagem na
velocidade de resfriamento é maior em espessuras finas.
• A velocidade de resfriamento varia com a forma geométrica das peças.
• O processo de soldagem define a energia de soldagem e, portanto, influencia tanto a temperatura
máxima como a velocidade de resfriamento
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Zona fundida, transformações associadas a fusão:

. Volatização . Reações químicas

Na soldagem é o mecanismo que reduz o volume As reações químicas no metal líquido são
de um metal em altas temperaturas (temperatura prejudiciais quando provocam o desprendimento
de fusão) por suspensão de partículas metálicas no de gases. A reação entre o óxido de ferro e o
ar atmosférico. Ocorre facilmente com metais carbono (FeO + C + Fe + CO) tem grande
voláteis como o magnésio e o chumbo soldados influência na qualidade das soldas. O óxido de
com processos de soldagem de alto aporte térmico ferro pode se formar em virtude do contato do
como o processo TIG e Plasma. metal líquido com a atmosfera (por exemplo: na
raiz de soldas não protegidas) ou do contato com
gases ativos.
Na ausência de elementos desoxidantes dos
eletrodos e com a solidificação rápida da solda o
monóxido de carbono formado pela reação entre o
óxido de ferro e o carbono fica retido provocando
a porosidade.

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. Absorção de gases – Curvas de Sieverts . Diluição

A – área de seção transversal da zona fundida.


B – área de participação do metal de base na seção
transversal da zona fundida.
Variação as solubilidade de hidrogênio com a temperatura d - diluição

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Solidificação da Zona fundida:
. Epitaxia

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. Crescimento competitivo dos grãos

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. Segregação

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. Separação de substâncias insólidas

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. Pré-aquecimento . Pós-aquecimento
O preaquecimento consiste no aquecimento da junta numa O pós-aquecimento consiste na manutenção da junta
etapa anterior à soldagem. Tem como principal efeito soldada a uma temperatura acima da temperatura
reduzir a velocidade de resfriamento da junta soldada, ambiente por um determinado tempo, por exemplo,
permitindo desta forma: duas horas a 250°C, com o objetivo principal de
• Evitar a têmpera, isto é, a formação de martensita aumentar a difusão do hidrogênio na solda. O pós-
(finalidade principal); e aquecimento deve ser executado tão logo a soldagem
• Aumentar a velocidade de difusão do hidrogênio na junta termine, de forma a não permitir o resfriamento da junta
soldada favorecendo o seu escape (finalidade secundária). soldada. A eficiência do pós-aquecimento
O preaquecimento faz com que a junta soldada atinja depende deste fato, pois o resfriamento da junta soldada
temperaturas ligeiramente mais elevadas e que permaneça permitiria a formação de fissuração pelo hidrogênio.
nestas temperaturas por mais tempo. Isto permite que o É conveniente salientar que o pós-aquecimento, por ser
hidrogênio dissolvido, em sua maior parte na austenita, executado em temperatura relativamente baixa, não deve
tenha possibilidade de se difundir. Intensiona-se com o ser considerado como um tratamento térmico de alívio
preaquecimento evitar a formação de martensita de tensões, pois, para tanto, seria necessário um tempo
(finalidade principal), assim como reduzir a possibilidade de permanência nesta temperatura extremamente longo.
à fissuração pelo hidrogênio.
As tensões de contração normalmente diminuem com o
preaquecimento.
O preaquecimento tem como desvantagem aumentar a
21 extensão da zona afetada termicamente.
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Fissuração pelo hidrogênio ou fissuração a frio:

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Carbono equivalente:

O carbono equivalente é utilizado para a avaliação de soldabilidade relativa


dos aços temperáveis quanto a fissuração pelo hidrogênio. Por exemplo, os
aços CE ≥ 0,40 necessitam de cuidados especiais para evitar a fissuração
pelo hidrogênio.
Importante observar que existem inúmeras expressões para o Carbono
equivalente. A citada é uma das mais comuns.

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Fissuração a quente:

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Diagrama de Shaeffler:

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Diagrama de Shaeffler:
Região 1: Abrange a região dos aços inoxidáveis ferríticos ao cromo, com baixo teor de carbono. Nesta região o
problema é o crescimento irreversível dos grãos, quando permanecem muito tempo a temperaturas maiores que 1150
°C.
Região 2: Esta região abrange as estruturas martensíticas . Nessa região o problema é a fissuração pelo hidrogênio.
Região 3: Esta região engloba todas as composições que tem possibilidade de dar, após longo tempo de permanência
em temperaturas na faixa de 500-900 °C, aparecimento a uma fase chamada fase sigma, basicamente Fe-Cr, que tem
como principal característica uma grande fragilidade à temperatura ambiente. A fase sigma, sendo formada
basicamente por ferro e cromo, tem facilidade de se formar a partir da ferrita. Entretanto ligas austeníticas também
podem formar fase sigma.
Região 4: Essa região engloba basicamente as composições austeníticas. O problema que pode ocorrer nas soldagens
de ligas cuja composição estejam neste campo e a fissuração a quente.
Região central: Ao centro do diagrama existe uma região que não pertence a nenhum dos quatro campos. As
composições químicas que pertencem a essa região indicam que a liga está praticamente livre dos quatro problemas
citados. O objetivo então é tentar fazer com que a composição química da zona fundida caia dentro dessa região,
embora esse procedimento não resolva a situação para a zona afetada pelo calor, cuja composição química é a do
material base. Os parâmetros a controlar para consecusão desse objetivo são basicamente a escolha do metal de adição
(eletrodo, Fluxo, etc) e o controle da diluição (participação do metal de base), sendo possível pela seleção apropriada
dos parâmetros do processo de soldagem utilizado.
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